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Programa 
• Factores que afectam a resposta aos fármacos 
• Resolução de casos clínicos 
• Etanol 
• Fármacos que causam dependência 
 
1 – Factores que afectam a resposta aos fármacos 
 Para que um fármaco exerça o seu efeito característico tem de estar em concentrações 
apropriadas no local de acção. Se o local de acção for acessível pode-se fazer uma aplicação 
directa do fármaco (via tópica, por exemplo), no entanto, na maior parte das vezes, o sangue 
leva o fármaco até ao local de acção e há necessidade de uma aplicação sistémica do fármaco. 
 O trajecto do fármaco no organismo (ADME) influencia a intensidade e a duração do 
seu efeito. 
 A absorção pode ser influenciada pelos seguintes factores. 
• Área de Absorção – mucosa sublingual vs alvéolos 
• Factores Físico-Químicos – tamanho da molécula, grau de ionização, ligação às 
proteínas, lipo ou hidrossolubilidade 
• Dissolução – comprimidos revestidos/ não revestidos 
• Intensidade da circulação no local de absorção 
• Tempo de contacto 
• Intimidade do contacto – na presença de alimentos, o contacto pode ser ligeiramente 
menor 
• Espessura da estrutura envolvente – mucosa sublingual vs pele 
 
Farmacologia II 
Prática 
 
Dr. Carlos Família 
 
Professora Doutora 
Isabel Costa 
 
 
 
 
2 
Vias de administração 
• Tópica – pele; mucosas 
• Oral 
• Sublingual 
• Rectal 
• Endovenosa 
• Subcutânea 
• Intramuscular 
• Inalatória 
• Percutânea 
• Intracardíaca 
• Intraperitoneal 
• Intraarticular 
• Intraóssea 
 
Distribuição 
• Depois de entrar em circulação, parte do fármaco liga-se às proteínas plasmáticas 
(principalmente à albumina, mas também a outras globulinas) 
• As ligações estabelecidas podem ser através de forças de Van der Walls, iónicas, 
pontes de hidrogénio ou ligações covalentes. 
• A separação das proteínas devido a outro fármaco de maior afinidade que compita 
com o primeiro, ou por diminuição do teor proteico, acarreta uma potenciação do 
efeito do fármaco. 
Metabolização 
• Consiste geralmente em reacções de oxidação-redução, hidrólise ou conjugação. 
• O local mais frequente é o fígado. No entanto, pode ocorrer noutros locais como na 
fenda sináptica ou no intestino durante o ciclo entero-hepático. 
• Pode resultar uma diminuição ou aumento da actividade farmacodinâmica. 
Eliminação 
• A eliminação do fármaco activo ou metabolitos activos ou inactivos pode ser feita por 
diferentes vias: Renal (principal), lacrimal, sudorípara, láctea, biliar, pulmonar (base do 
teste de alcoolemia) … 
• Para cada fármaco há que atender aos efeitos que podem resultar no órgão excretor e 
à quantidade de metabolitos que esse órgão é capaz de excretar. 
 
• Muitas vezes se ouvem queixas dos pacientes como “este medicamento deixa-me 
tonto” ou “não me alivia a dor”… 
 
o Em certos doentes, os efeitos medicamentosos são inesperadamente 
violentos, enquanto que noutros há uma pequena resposta à mesma dose 
o Alguns doentes reagem de forma diferente à mesma dose de fármaco 
administrado 
o Devido à variação individual de cada doente, são difíceis de predizer as 
respostas exactas à terapêutica de um determinado fármaco 
 
3 
A acção de um fármaco no organismo depende de vários factores. Para além dos 
parâmetros farmacocinéticos, há ainda… 
• Adesão ao tratamento/aspectos psicológicos 
o A atitude e as expectativas têm um papel importante na resposta do dente e 
na adesão terapêutica 
o Pessoas com doenças em que surgem consequências se a terapêutica for 
ignorada, habitualmente têm boa adesão (diabetes insulinodependente) 
o Pessoas com doenças “silenciosas” tendem a não cumprir a terapêutica 
(hipertensão arterial) 
• Interacções fármaco/fármaco 
o Pode-se fazer com o objectivo de potenciar os efeitos terapêuticos (associação 
de antibióticos ou de anti-hipertensores), de diminuir a toxicidade 
(quimioterapia) ou diminuir os efeitos laterais (diminuição da dose de 2 
fármacos distintos mas com o mesmo efeito) 
• Factores químicos 
o Influência da posição orto, meta ou para dum determinado radical assim como 
da esterioisomeria D ou L, por exemplo 
• Factores genéticos 
o A rapidez da acetilação da hidrazina, que conduz à sua inactivação, é 
determinada geneticamente por um par de alelos 
• Factores fisiológicos 
o Idade 
� Maturidade do sistema enzimático de metabolização é diminuída no 
feto, aumenta no recém-nascido e alcança os níveis do adulto após 8 
semanas de vida 
� A percentagem de água no organismo vai diminuindo com a idade, 
influindo na distribuição dos fármacos. Por outro lado, observa-se um 
desgaste no sistema microssomal nos indivíduos idosos 
o Nutrição 
� Dietas com carência de cálcio, potássio, proteínas ou vitamina C 
favorecem a inibição do sistema microssomal 
o Sexo 
� O sexo feminino apresenta maior sensibilidade aos fármacos (dotação 
hormonal – hormonas masculinas funcionam como indutores da 
síntese proteica) 
o Gravidez 
� A elevação da progesterona leva à inibição da glucoroniltransferase, 
da sulfoquinase e dos processos de hidroxilação aromática 
o Peso 
� O peso condiciona a quantidade de fármaco que é necessário 
administrar. 
o Superfície Corporal 
 
 
 
4 
• Factores Farmacológicos 
o Via de administração 
o Dose administrada 
� Quantidade de fármaco que se deve administrar para se produzir o 
efeito desejado para obter o concentrado plasmático óptimo em 
equilíbrio 
o Ligação às proteínas plasmáticas 
� Quanto maior a ligação, menor a biotransformação ou excreção 
o pH urinário 
� Os fármacos ácidos são melhor excretados em urina alcalina 
o Estimulantes/bloqueantes da biotransformação 
o Factores patológicos 
� Determinadas situações patológicas alteram o grau de ADME 
• Doentes em choque têm uma diminuição do débito 
circulatório vascular perfiérico, o que condiciona absorção por 
IM ou SC, que será muito mais lenta 
• Doentes que vomitam podem não ter capacidade de reter a 
medicação no estômago o tempo suficiente para a dissolução 
e absorção do medicamento 
• Doentes com síndrome nefrótico ou má nutrição podem ter 
redução das proteínas séricas necessárias à distribuição 
adequada de fármacos 
• Doentes com insuficiência renal necessitam de uma adaptação 
das doses dos fármacos que são excretados por via renal 
Hipersensibilidade 
 As reacções alérgicas, também conhecidas como reacções de hipersensibilidade, 
ocorrem habitualmente em 6 a 10% das pessoas que tomam medicamentos. Resultam de uma 
sensibilização prévia ao fármaco ou a uma molécula estruturalmente semelhante, com 
desenvolvimento de anticorpos. 
 Na segunda exposição, os anticorpos causam uma reacção que se manifesta 
frequentemente a nível cutâneo (urticária) ou em algumas situações causam uma reacção 
alérgica grave (choque anafilático). Estas reacções são mediadas pelo sistema imunitário. 
 A resposta alérgica pode ser dividida em 4 categorias baseadas no mecanismo do 
envolvimento imunológico 
Tipo I ou Anafilática Ocorre imediatamente após exposição a antigénio. Mediada por IgE. 
Principais alvos (alergias alimentares, urticária, rinite, asma, …) 
Tipo II ou Citolítica Mediada por IgG e IgM (activa o complemento). Principais alvos 
(células do sistema sanguíneo). Diminui ao retirar o agente causador 
Tipo III ou Arthus Mediada por IgG. Forma-se um complexo Ag-Ac que se fixa ao 
complemento. Desencadeia a sickness serum. Sintomas (erupções 
cutâneas, artrite, linfoadenopatia, febre) 
Tipo IV ou Retardada Mediada por células T, linfócitos, macrófagos. Dermatite de contacto 
 
5 
Hiperactividade – Resposta exagerada a um fármacoTolerância – Diminuição gradual do efeito de um fármaco através da sua administração 
repetida, o que obriga a aumentar a dose para obter o efeito inicial. Causas: 
• Farmacocinéticas 
• Mecanismos compensadores da acção do fármaco 
• Farmacodinâmicas “down-regulation”, “up-regulation” 
o Ex. Opióides – dependência psíquica. Desejo, por vezes imediato ou 
compulsivo de repetir a administração de um fármaco para obter a vivência 
dos efeitos desejáveis. 
o Dependência física – Há necessidade de manter níveis de fármaco em 
circulação desenvolvendo-se um vínculo organismo-fármaco. Há síndrome de 
abstinência. 
Habituação – Desejo (geralmente não compulsivo) de administrar o fármaco. Ocorre quando 
um indivíduo é incapaz de controlar a ingestão de determinada substância. (tabaco) 
Taquifilaxia – Perda rápida do efeito farmacológico resultante da administração sucessiva de 
pequenas doses de fármaco. Exaustão local dos receptores. 
• Fase inicial – desacoplamento entre o receptor e o sistema de transdução 
• Fase tardia – diminuição do número de receptores por internalização dos mesmos 
Idiosincrasia – Ocorre quando algo de não habitual ou anormal acontece, aquando da primeira 
administração do medicamento. Consiste numa resposta imprevisível, exagerada ou incomum 
à acção de um fármaco. Causada pela incapacidade do doente metabolizar o fármaco. 
 
2 – Farmacovigilância 
 Os fármacos têm de respeitar um percurso longo antes de entrarem no mercado e 
poderem ser usados em pacientes. 
 Numa primeira fase, há investigação, depois ensaios pré-clínicos, ensaios clínicos e só 
por fim se chega à comercialização. 
 No entanto, os ensaios clínicos têm limitações: 
• Número restrito de doentes 
• Exclusão de doentes de risco 
• Curta duração 
• Exclusão de terapêuticas associadas 
• Difícil (quase impossível) detectar RAM raras 
 
 
 
6 
Necessidade de Farmacovigilância 
• 1961 – Talidomida – Recém-nascidos focomélicos 
o Focomélia – Malformação congénita causada pela ausência da parte média 
dos membros, parecendo que as mãos e os pés estão directamente ligados ao 
tronco 
• Estabelecer técnicas seguras de determinação da relação benefício/risco dos 
medicamentos 
 
Farmacovigilância – “Conjunto de actividades de detecção, registo e avaliação de Reacções 
Adversas, com o objectivo de determinar a incidência, gravidade e nexo de causalidade com os 
medicamentos, baseadas no estudo sistemático e multidisciplinar dos efeitos dos 
medicamentos” – OMS 1996 
Objectivos: 
• Monitorizar a segurança dos fármacos na prática clínica 
• Identificar riscos dos fármacos 
• Avaliar o benefício-risco e suas implicações na saúde pública 
• Intervir para minimizar o risco e maximizar o benefício 
Monitorização de Segurança dos Medicamentos 
• Na monitorização da segurança dos medicamentos são consideradas as vertentes 
o Farmacológica 
o Patológica 
o Epidemiológica 
o Legal 
• Assim têm importância 
o Reacções Adversas 
o Interacções 
o Questões relacionadas com a ineficácia ou o uso inapropriado de 
medicamentos 
� Dose administrada 
� Duração da terapêutica 
� Via de administração 
� Indicação terapêutica incorrecta 
Reacção Adversa Medicamentosa (RAM) – Qualquer resposta prejudicial e não desejada a um 
medicamento, que ocorre com doses habitualmente usadas para profilaxia, diagnóstico ou 
tratamento, ou para modificação de funções fisiológicas e em que existe uma suspeita de nexo 
de causalidade entre a ocorrência adversa e a utilização do medicamento. 
 
 
 
7 
Ocorrência e Notificação de Reacções Adversas 
 Permite obter informações sobre o comportamento dos medicamentos, quando 
utilizados num universo alargado e diversificado de doentes, de abrangência largamente 
superior à fase de ensaios clínicos. 
 
As RAM podem classificar-se em: 
Tipo A Previsíveis 
Dose-Dependentes 
Frequentes 
Tratamento = Ajuste da Dose 
Devem-se a um efeito exagerado do medicamento, mas dentro do seu espectro de acção. 
Exemplos: 
• Hipoglicémia secundária ao uso de antidiabéticos orais 
• Sonolência associada a benzodiazepinas (ansiolíticos) 
• Diarreia associada a antibioterapia (destruição da flora intestinal) 
 
Tipo B Imprevisíveis 
Independentes da Dose 
Baixa Incidência 
Mais graves 
Tratamento = Suspensão 
Não se prevêem com base na acção farmacológica do medicamento, são de natureza 
imunológica e ocorrem em indivíduos particularmente susceptíveis ao fármaco 
(hipersensibilidade). Resposta “tudo ou nada”, i.e. aparece ou não aparece, 
independentemente da dose do fármaco. 
Incluem-se neste grupo as reacções alérgicas. 
RAM não é INTOXICAÇÃO 
 Reacções nocivas e indesejáveis, associadas a doses terapêuticas do medicamento 
 Critérios de gravidade: 
• Morte 
• Risco de Vida 
• Internamento ou Prolongamento deste 
• Resulte em deficiência ou incapacidade temporária ou persistente 
• Anomalia congénita 
• Determina intervenção médica 
• Outras situações medicamente importantes 
Em Portugal… 
• O Sistema Nacional de Farmacovigilância (SNF) foi criado em 1992. 
 
8 
Quem pode notificar? 
• Profissionais de saúde (médicos, farmacêuticos, enfermeiros) 
• Doentes e familiares 
• Indústria Farmacêutica 
Como e a quem? 
• Por fax, correio, telefone, e-mail… 
• Infarmed – fichas amarelas, roxas, brancas 
o Amarelo – médico 
o Roxo – farmacêutico 
o Branco - enfermeiro 
• Laboratório – formulação de notificação de reacções adversas 
Quando? 
• Laboratório – o mais rapidamente possível 
• Infarmed 
o RAMs graves – 15 dias de calendário 
o RAMs não graves – Relatórios periódicos de Segurança 
Critérios mínimos para um caso de RAM ser considerado válido: 
• Fonte de notificação identificável 
o Nome 
o Endereço ou outro meio de contacto 
• Doente identificável 
o Iniciais, idade e sexo 
• Reacção suspeita 
• Fármaco suspeito 
Farmacovigilância 
• A notificação de RAM pode gerar sinais que: 
o Justifiquem alterações à informação do medicamento (RCM – Resumo das 
Características do Medicamento; e FI – Folheto Informativo) 
o Conduzam à realização de estudos de segurança pós-comercialização 
• Em situações limite: 
o Retirada do medicamento do mercado, temporária ou definitivamente 
 
A farmacovigilância é um instrumento fundamental para aferir o perfil de 
benefício/risco de um determinado medicamento. 
 
 
 
9 
3 – Etanol 
 Aplicação Terapêutica do Álcool 
• Aplicação Tópica 
o Redução da temperatura corporal 
o Anti-séptico 
• Injectável 
o Bloqueio neuronal irreversível (desnaturação proteica) 
o Tratamento de intoxicações por metanol ou etilenoglicol 
• Inalatória 
o Redução da produção de espuma em edemas pulmonares 
• Oral 
o Sedativo 
o Aumenta o apetite 
Farmacocinética 
Absorção e Distribuição 
• Rapidamente absorvido (principalmente no duodeno) 
• Taxa de absorção extremamente variável 
• Pico de concentração plasmática depende de: 
o Concentração de álcool na bebida 
o Taxa de ingestão 
o Consumo de alimentos e sua composição 
o Taxa de esvaziamento gástrico 
o Efeito da primeira passagem hepática 
• Volume de distribuição = Total da água corporal 
• Diferenças na composição corporal segundo o género 
Metabolização 
• 90 – 98% Metabolizado pelo fígado 
 Etanol 
 
Acetaldeído 
 
Ácido Acético 
 
Acetil-CoA 
 Ciclo de Krebs Síntese de Ácidos Gordos, Colesterol 
NAD+ 
NADH + H+ 
NAD+ 
NADH + H+ 
Coenzima A + ATP 
AMP + PPi 
Dissulfiram 
(Antabus) 
 
10 
• A álcool desidrogenase satura a concentrações baixas e moderadas de álcool (Cinética 
de Michaelis-Menten)• Cinética de ordem zero aparente para concentrações plasmáticas moderadas 
o Taxa de eliminação – 7g/h 
o Ke = 0,015h-1 
• A aldeído desidrogenase não é normalmente limitante 
• A acumulação de acetiladeído encontra-se associada a dores de cabeça, gastrites, 
náuseas, tonturas, etc. 
• A aldeído desidrogenase pode ser inibida com dissulfiram 
Variações Genéticas 
 
• Álcool desidrogenase 
o Polimorfismos ocorrem nos loci ADH2 e ADH3 
o 15% dos Americanos Negros têm ADH2*3 alelo – taxa de metabolização de 
álcool aumentada 
• Aldeído Desidrogenase (ALDH) 
o Polimorfismo no gene da ALDH2 
� 50% dos Asiáticos têm o alelo ALDH2*2 – eliminação diminuída do 
acetaldeído (e do álcool) 
Diferenças entre géneros 
• Na absorção 
o Diferenças na actividade da álcool desidrogenase gástrica 
• No volume de distribuição 
o Diferenças na composição corporal e no total de água corporal 
• No metabolismo 
o Diferenças no volume do fígado, actividade da álcool desidrogenase ? 
• Efeito do ciclo menstrual na farmacocinética do álcool 
• Efeito das hormonas sexuais (contraceptivos orais) 
Mecanismo de Acção 
• Destabiliza a estrutura física das membranas celulares (principalmente as pobres em 
colesterol) 
• Actua sob canais iónicos 
 
 
 
Canal 
Sódio (controlado por voltagem)
Potássio (controlado por voltagem)
Cálcio (controlado por voltagem)
Cálcio (controlado por glutamato)
Cloro (controlado por GABA) 
 
Efeitos 
• Depressor do SNC 
• O efeito estimulante aparente resulta da inibição dos mecanismos de controle do 
cérebro 
• Resposta característica de euforia, dificuldades de raciocínio e descoordenação 
motora 
Concentrações 
Plasmáticas (mg)dl) 
0 – 50 
Perda das inibições, excitação, alteração do raciocínio e fala, 
descoordenação motora, diminuição do equilíbrio
50 – 100 
Tempo de reacção prejudicado, agravamento das alterações do 
raciocínio, aumento da descoordenação motora, ataxia
100 – 200 Marcha hesitante
200 – 300 Depressão respiratória na presença de outros depressores do SNC
> 300 Perda de consciência, 
> 1200 
Maior concentração de álcool conhecida do sangue que não resultou 
em morte (alcoólico crónico)
 
Tolerância 
• Determinante no aumento do consumo de álcool
• Mantém ou agrava a dependência
• Aumenta os riscos de complicações no alcoolismo
• A tolerância é um dos critérios para determinação do alcoolismo
• Tolerância cruzada a outros depressores do SNC (barbitúricos, benzodiazepinas)
• Existência de determinantes genéticos (aumentam o risco de dependência)
• Baixa resposta ao álcool aumenta o risco de desenvolvimento de alcoolismo
Dependência 
• Efeito de reforço positivo
• Sensação de prazer 
• Alteração da consciência
 
• Efeitos de reforço negativo
• Diminuição do stress e emoções negativas 
• Diminuição dos sintomas de ress
Efeito [Etanol] 
Sódio (controlado por voltagem) Inibido <100 mM (460mg/dl)
Potássio (controlado por voltagem) Facilitado 50 – 100 mM
(controlado por voltagem) Inibido > 50 mM 
Cálcio (controlado por glutamato) Inibido 20 – 50 mM 
 Facilitado 10 – 50 mM 
O efeito estimulante aparente resulta da inibição dos mecanismos de controle do 
Resposta característica de euforia, dificuldades de raciocínio e descoordenação 
Reacção 
Perda das inibições, excitação, alteração do raciocínio e fala, 
descoordenação motora, diminuição do equilíbrio 
Tempo de reacção prejudicado, agravamento das alterações do 
raciocínio, aumento da descoordenação motora, ataxia
Marcha hesitante 
Depressão respiratória na presença de outros depressores do SNC
Perda de consciência, depressão respiratória e cardiovascular e morte
Maior concentração de álcool conhecida do sangue que não resultou 
em morte (alcoólico crónico) 
Determinante no aumento do consumo de álcool 
Mantém ou agrava a dependência 
riscos de complicações no alcoolismo 
A tolerância é um dos critérios para determinação do alcoolismo 
Tolerância cruzada a outros depressores do SNC (barbitúricos, benzodiazepinas)
Existência de determinantes genéticos (aumentam o risco de dependência)
xa resposta ao álcool aumenta o risco de desenvolvimento de alcoolismo
Efeito de reforço positivo 
Alteração da consciência 
Efeitos de reforço negativo 
Diminuição do stress e emoções negativas 
Diminuição dos sintomas de ressaca 
11 
<100 mM (460mg/dl) 
100 mM 
 
 
O efeito estimulante aparente resulta da inibição dos mecanismos de controle do 
Resposta característica de euforia, dificuldades de raciocínio e descoordenação 
Perda das inibições, excitação, alteração do raciocínio e fala, 
Tempo de reacção prejudicado, agravamento das alterações do 
raciocínio, aumento da descoordenação motora, ataxia 
Depressão respiratória na presença de outros depressores do SNC 
depressão respiratória e cardiovascular e morte 
Maior concentração de álcool conhecida do sangue que não resultou 
Tolerância cruzada a outros depressores do SNC (barbitúricos, benzodiazepinas) 
Existência de determinantes genéticos (aumentam o risco de dependência) 
xa resposta ao álcool aumenta o risco de desenvolvimento de alcoolismo 
 
 
Activação da área tegmental ventral resulta na libertação de dopamina no nucleus 
accumbens e no sistema límbico, bem como no córtex pré
efeitos de recompensa/reforço não só com o álcool, mas com as drogas de abuso. 
 O álcool actua facilitando a acção do GABA
GABA-A, mas num sítio diferente do local de ligação do GABA ou das benzodiazepinas. Isto leva 
à activação do neurónio VTA dopamínico. 
Interacções Medicamentosas
Interacções mais fre
Potenciação dos efeitos agudos do etanol sobre o SNC
Anti-depressores tricíclicos 
Anti-histamínicos H1 
Neurolépticos 
Barbitúricos 
Hidrato de Cloral 
Outros sedativos hipnóticos 
Benzodiazepinas 
Hipoanalgésicos 
Anestésicos locais 
Potenciação do efeito hipoglicemiante do etanol
Sulfonilureias antidiabéticas (risco de reacção do tipo dissulfiram)
Fenformina (risco de acidose láctica)
Alcoolismo crónico antagoniza o efeito de
Fenitoína (o etanol pode ter efeitos convulsivos)
Barbitúricos (nos intervalos da ingestão de álcool)
Anticoagulantes orais (é necessária uma maior dose)
 
Activação da área tegmental ventral resulta na libertação de dopamina no nucleus 
accumbens e no sistema límbico, bem como no córtex pré-frontal. Isto encontra
efeitos de recompensa/reforço não só com o álcool, mas com as drogas de abuso. 
O álcool actua facilitando a acção do GABA-A ao interagir com o receptor 
A, mas num sítio diferente do local de ligação do GABA ou das benzodiazepinas. Isto leva 
à activação do neurónio VTA dopamínico. 
Interacções Medicamentosas 
Interacções mais frequentes do etanol 
Potenciação dos efeitos agudos do etanol sobre o SNC 
Potenciação do efeito hipoglicemiante do etanol 
Sulfonilureias antidiabéticas (risco de reacção do tipo dissulfiram) 
Fenformina (risco de acidose láctica) 
Alcoolismo crónico antagoniza o efeito de 
Fenitoína (o etanol pode ter efeitos convulsivos) 
úricos (nos intervalos da ingestão de álcool) 
Anticoagulantes orais (é necessária uma maior dose) 
 
12 
Activação da área tegmental ventral resulta na libertação de dopamina no nucleus 
frontal. Isto encontra-se associado a 
efeitos de recompensa/reforço não só com o álcool, mas com as drogas de abuso. 
 
A ao interagir com o receptor 
A, mas num sítio diferente do local de ligação do GABA ou das benzodiazepinas. Isto leva 
 
13 
Interacções mais frequentes do etanol 
Reacção semelhante a do dissulfiram 
Metronidazol 
Griseofluvina 
Sulfonilureias (principalmente a Cloropropamida e tolbutamida) 
Nitrofurantoína 
Cloranfenicol 
Cefoperazona, Cefamandol, Moxalactam 
Aumento do risco de hemorragiagástrica 
Ácido acetilsalicílico 
Indometacina 
Possível noutros AINE’s 
Hipotensão Postural 
Nitritos e Nitratos Antianginosos 
Guanetidina 
Alcoolismo Crónico aumenta a formação de metabolitos tóxicos do 
Paracetamol (hepatotoxicidade potenciada) 
Carcinogéneos do tabaco 
 
4 – Drogas de Abuso 
 Abuso de Fármacos ou Drogas 
“Auto-administração excessiva e persistente de uma substância química sem indicação 
médica dentro dos padrões aceites pela nossa sociedade”. 
 Uso erróneo de fármacos 
• Administração de fármacos em dose e usos inadequado 
“Abuso” de medicamentos ou drogas 
• Qualquer abuso de uma substância (restritiva) 
• Abuso de substâncias que provocam RAMs sérias por parte de quem as usa (mais 
permissiva) 
• Abuso frequente, regular ou crónico, usualmente acompanhado de habituação 
(posição intermédia) 
Porque são estas substâncias ou drogas usadas? 
• Substâncias usadas para provocar a ilusão de euforia, auto-confiança, energia, 
invulnerabilidade. 
A sociedade concentram-se nos que actuam no SNC e alteram 
• Consciência 
• Humor 
• Percepção 
• Comportamento 
 
14 
Efeitos e Mecanismos de Acção 
Classe Substância Efeito Mecanismo Neurotransmissor 
Estimulante Cocaína Euforia 
Energia 
Inibição da 
recaptação de 
catecolaminas 
Dopamina 
Noradrenalina 
Anfetaminas Euforia 
Energia 
Distúrbios de 
percepção 
Inibição da 
recaptação de 
catecolaminas; 
Libertação de 
monoaminas 
Dopamina 
Noradrenalina 
Serotonina 
Nicotina Euforia 
Concentração 
Relaxamento 
Act. Rec. 
Nicotínicos; 
Dessensibilização do 
receptor 
Dopamina 
Noradrenalina 
Acetilcolina 
Cafeína Anti-fadiga 
Concentração 
Antagonista dos 
receptores de 
adenosina 
Noradrenalina 
Depressor Álcool 
 
 
 
Benzodiazepinas 
 
 
Barbitúricos 
Euforia, 
Relaxamento, 
Amnésia 
 
Ansiólise 
 
 
Sedação 
Aument. Libert. 
Dopamina; 
Potenciação recept. 
GABA, Inibição rec. 
NMDA 
 
Potenciação rec 
GABA 
 
 
 
Potenciação rec. 
GABA 
Dopamina 
GABA 
Glutamato 
 
GABA 
 
 
GABA 
Analgésicos Morfina 
Heroína 
Metadona 
Euforia 
Relaxamento 
Analgesia 
Agonistas dos 
receptores opióides 
Endorfinas 
Canabinóides Cannabis 
THC 
Euforia 
Relaxamento 
Distúrbios de 
percepção 
Agonista de 
receptores 
específicos ligados a 
proteínas G 
Anandamide 
Alucinogénios LSD 
Mescalina 
Psilocibina 
Distúrbios de 
percepção 
Agonista (e 
antagonista) de 
receptores 5HT 
Serotonina 
Dopamina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cocaína 
• História 
o Incas introduziram a cocaína aos espanhóis
o Pemberton usa coca
(1886) 
o Chandler comprou a patente da coca
• Alcalóide com propriedades farmacológicas básicas
o Anestésico local 
impulso nervoso)
o Simpaticomimétrico 
• Efeitos são dependentes da dose
o Doses baixas 
o Doses moderadas 
temperatura corporal
o Doses elevadas 
• Uso regular 
o Ansiedade, depressão, psicose…
• Toxicidade 
o Lesões hepáticas
o Doenças pulmonares
o Colapso cardiovascular
• Provoca dependência, mas os sintomas associados a abstinência não são tã
como heroína ou álcool
• Base Livre 
o Formas – Crack, pasta de coca, speedball (cocaína + heroína)
o Aumento da absorção pelos pulmões 
o Vias de administração 
Marijuana 
• Cannabis sativa 
o 420 Substâncias químicas diferentes identificadas
o 61 Pertencem à classe dos canabinóides
o THC Delta-9-Tetrahidrocanabinóide 
� Extremamente lipofílico
� Liga-se às proteínas plasmáticas
� Rápida distribuição e metabolização
• Oral 
o Absorção lenta
o Pico de concentração de THC 
o Efeito de primeira passagem
• Fumada 
o Pico de concentração 
o THC degradada enquanto fumada (<20% é absorvida)
 
Incas introduziram a cocaína aos espanhóis 
Pemberton usa coca-cola para o tratamento de cefaleias e como estimulante 
Chandler comprou a patente da coca-cola e cafeína substitui a cocaína (1990)
Alcalóide com propriedades farmacológicas básicas 
Anestésico local – bloqueia canais de sódio (diminuição da propagação do 
o nervoso) 
Simpaticomimétrico – bloqueia a captação das catecolaminas 
Efeitos são dependentes da dose 
Doses baixas – aumento da energia e actividade motora 
Doses moderadas – aumento da pressão sanguínea (hipertensão), aumento da 
temperatura corporal 
elevadas – convulsões, agravamento de patologia cardíaca pré
Ansiedade, depressão, psicose… 
Lesões hepáticas 
Doenças pulmonares 
Colapso cardiovascular 
Provoca dependência, mas os sintomas associados a abstinência não são tã
como heroína ou álcool 
Crack, pasta de coca, speedball (cocaína + heroína) 
Aumento da absorção pelos pulmões – potenciação do efeito 
Vias de administração – oral, tópica, nasal, iv ou fumada 
stâncias químicas diferentes identificadas 
61 Pertencem à classe dos canabinóides 
Tetrahidrocanabinóide – propriedades psicoactivas mais potentes
Extremamente lipofílico 
se às proteínas plasmáticas 
Rápida distribuição e metabolização 
Absorção lenta 
Pico de concentração de THC – 1 a 6 horas 
Efeito de primeira passagem 
Pico de concentração – durante o tempo de fumo 
THC degradada enquanto fumada (<20% é absorvida) 
15 
tratamento de cefaleias e como estimulante 
cola e cafeína substitui a cocaína (1990) 
bloqueia canais de sódio (diminuição da propagação do 
 
aumento da pressão sanguínea (hipertensão), aumento da 
convulsões, agravamento de patologia cardíaca pré-existente 
Provoca dependência, mas os sintomas associados a abstinência não são tão intensos 
 
 
propriedades psicoactivas mais potentes 
 
• Efeitos dos canabinóides
o Psicotrópico, hipnótico, tranquilizante, 
analgésico 
o Exposição aguda 
 
Fármacos Psicodislépticos 
LSD 
• Preparação semisintética
• Acção no locus cereleus 
• Efeitos 
o Distúrbios de percepção 
o Duração da acção 8 
Psilocibina “cogumelos mágicos”
Mescalina 
• Duração de acção da psilocibina e mescalina (4 a 6 horas)
• Menor que o LSD 
 
O LSD, a psilocibina e a mescalina não criam percepções, distorcem
substâncias não diminuem os processos mentais, mas tornam os utilizadores hiper
 
 
 
 
 
 
 
Efeitos dos canabinóides 
Psicotrópico, hipnótico, tranquilizante, anti-emético, anti-convulsionante e 
Exposição aguda – ansiedade, pânico, despersonalização 
Preparação semisintética 
Acção no locus cereleus – DA, 5HT 
Distúrbios de percepção – sinestesia (transmutação de sentidos)
Duração da acção 8 – 12h 
“cogumelos mágicos” 
Duração de acção da psilocibina e mescalina (4 a 6 horas) 
O LSD, a psilocibina e a mescalina não criam percepções, distorcem
s processos mentais, mas tornam os utilizadores hiper
16 
convulsionante e 
sentidos) 
O LSD, a psilocibina e a mescalina não criam percepções, distorcem-nas. Estas 
s processos mentais, mas tornam os utilizadores hiper-alertos. 
 
 
17 
Tipos de tolerância, dependência e abstinência produzidos por substâncias de abuso 
Classe Substância 
Dependência 
Psicológica 
Dependência Fisiológica 
(tolerância) 
Síndrome de 
Abstinência 
Estimulantes 
Cocaína 
Forte, rápida 
principalmente IV 
ou crack 
Fraca 
Principalmente 
sinais 
psicológicos, 
depressão, 
euforia, 
distúrbios do 
sono, apetite 
Anfetaminas 
Forte (menos 
rápida, excepto 
em IV) 
Fraca Cocaína 
Nicotina 
Fraca, rápida 
quando fumada 
Fraca 
Principalmente 
sinais 
psicológicos, 
irritabilidade, 
apetite, 
ansiedade, 
depressão 
Cafeína Fraca, lenta Fraca 
Principalmente 
sinais 
psicológicos, 
irritabilidade, 
cansaço, cefaleia 
 
Classe SubstânciaDependência 
Psicológica 
Dependência 
Fisiológica 
(tolerância) 
Síndrome de 
Abstinência 
Depressores 
do SNC 
Álcool 
Moderado, 
Fraco 
Moderado 
Severo: ansiedade, 
depressão, insónia, 
tremor, convulsões, 
confusões,alucinações 
Benzodizepinas Fraca, lenta Moderado 
Moderado a variável: 
ansiedade, disforia, 
insónia, tremores, 
alucinações 
Barbitúricos Fraca, lenta Marcada 
Severo: ansiedade, 
disforia, insónia, 
tremores, convulsões 
 
 
 
 
 
 
18 
Classe Substância Dependência 
Psicológica 
Dependência Fisiológica 
(tolerância) 
Síndrome de 
Abstinência 
Analgésicos 
Morfina 
Forte, rápida 
quando fumada 
ou iv 
Muito forte 
Moderado a 
severo: 
ansiedade, 
disforia, insónia, 
diarreia, 
tremores 
Heroína Menos forte Forte 
Menos severo 
(eliminação 
lenta) 
Canabinóides 
Cannabis 
THC 
Moderada 
Rápido quando 
fumado 
Moderado 
Fraco: ansiedade, 
disforia, insónia 
Alucinogénios 
LSD 
Mescalina 
Fraco Fraco 
Raro: é invulgar o 
uso ser frequente 
e suficiente para 
induzir 
dependência 
psicológica 
 
Tratamentos usados para desintoxicação de substâncias de abuso 
Substância Desintoxicação Comentários 
Cocaína 
Anfetaminas 
Antidepressivos (ex. 
imipramina, desipramina) 
Destina-se ao tratamento 
sintomático associado à 
abstinência (redução de 
“craving”) 
Nicotina 
Preparações que eliminam a 
nicotina de forma mais lenta 
(sistemas transdérmicos, 
pastilhas elásticas…) 
Menor toxicidade que o 
tabaco, alguma toxicidade 
cardiovascular, pesadelos, 
rash cutâneo 
Álcool 
Sedativo/hipnótico 
(diazepam) 
Toxicidade potenciada se há 
consumo concomitante de 
álcool 
Benzodiazepinas BZD de acção mais longa 
Nem todos os utilizadores 
conseguem lidar bem com a 
desabituação da BZD 
substituta 
Heroína 
Morfina 
Metadona 
Buprenorfina (agonista 
opióide) 
Muitos utilizadores não 
conseguem cessar o fármaco 
substituto resultando na 
“terapia de manutenção” da 
metadona, vira oral 
(Metadona) é mais segura 
que a via IV (heroína) 
 
 
 
 
19 
Fármacos usados no desporto 
• Jogos Olímpicos da Antiguidade – dietas especiais e poções estimulantes 
• Roma e Egipto – Gladiadores e Atletas ingeriam poções 
• Aztecas comiam coração humano e poção estimulante extraída de um cacto (aloé) 
• 1865 – Nadadores alemães penalizados – cafeína 
• 1900 – Boxeurs ingeriam misturas de Brandy-cocaína 
Diferenças para a actualidade 
• Segurança 
• Potência 
o Pressão política e financeira 
o Métodos de detecção de substâncias não autorizadas 
• Objectivos do uso 
o Aumento da Força Muscular 
o Estimulação do SNC 
o Analgesia 
• Precauções 
o Vantagem injusta 
o Potenciais malefícios 
o Espírito do Desporto 
• Fármacos usados 
o Uso terapêutico 
� AINEs, Analgésicos, Anti-histamínicos, Diuréticos, Opióides… 
o Uso reaccional 
� Álcool, Tabaco, Marijuana, Cocaína 
o Aumentam a performance 
� Ergogénicos (esteróides, anabolizantes, hormona do crescimento, 
clenbuterol) 
� Estimulantes do SNC (efedrina, anfetamina) 
� Aumentam o transporte de oxigénio (eritropoietina, doping 
sanguíneo) 
o Utilizados para mascarar a presença de outras substâncias na urina ou sangue 
� Diuréticos 
� Epitestosterona 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Diuréticos 
Tratamento do edema, hipertensão 
Perda de peso num rápido período de 
tempo 
Redução da retenção de água 
Maior rapidez na eliminação (despiste 
de substâncias ilegais) 
Efeitos adversos – desidratação, 
hipotensão postural… 
AINEs 
Rápida recuperação de lesões 
Efeitos adversos – úlceras, naúseas, erupções 
cutâneas… 
Analgésicos Narcóticos (morfina,…) 
Banidos da competição embora tenham 
utilização terapêutica na dor severa. 
Diminuem percepção da dor 
Efeitos adversos – depressão respiratória 
Descongestionantes Nasais e Anti-
histamínicos 
Constipações, Alergias… 
Banidas devido ao efeito estimulante 
Baixo potencial de abose, em altas doses 
podem ter efeitos ergogénicos 
Efeitos Adversos – Taquicárdia, palpitações, 
fadiga, insónia, ansiedade… 
Anti-histamínicos são permitidos em 
desporto 
Anti-diarreicos Diminuem a depleção de volume 
Contraceptivos orais 
Prevenção de osteoporose em atletas em 
amenorreia 
Beta-bloqueadores (propanolol) 
Reduz o tremor (desportos de precisão) 
Está banida 
Diminui a frequência cardíaca resultante da 
ansiedade 
Relaxantes musculares 
Efeitos adversos – sedação, aumento do 
tempo de reacção 
Melatonina 
Resincronização do relógio biológico. Pode 
ocasionar sedação. 
 
 
21 
5 – AINEs 
 Os AINEs são os agentes farmacológicos mais utilizados na prática clínica devido ao seu 
amplo espectro de indicações terapêuticas: 
• Analgésicos 
• Anti-piréticos 
• Anti-inflamatórios 
• Profilaxia de doenças 
Mecanismo de Acção 
Inibem a COX responsável pela síntese de: 
• PG – Prostaglandinas 
• TX – Tromboxanos 
 
 Fosfolípidos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ácido Araquidónico 
ciclooxigenases (COX) 
 Epoxigenases 
Cit P450 
Lipoxigenases 
PGG2 
Epóxidos 
 
HPETE 
PROSTAGLANDINAS 
TROMBOXANOS 
HETE 
diHETE 
LEUCOTRIENOS 
LIPOXINAS 
HETE 
Fosfolipase A2 
 
22 
Efeito Analgésico 
• As PG’s são libertadas localmente como mediadores da dor. 
• Ao inibirem as PG’s, os AINEs controlam a dor 
o Dor periférica de intensidade ligeira a moderada 
Efeito Anti-pirético 
• PGE2 medeia o processo onde a acção de substâncias pirogéneas no hipotálamo geram 
o aumento da temperatura (febre) 
• AINEs inibem a PGE2, logo normalizam a temperatura em caso de febre 
o Não interferem na temperatura fisiológica 
Efeito Anti-inflamatório 
• As prostaglandinas são mediadores locais da inflamação (F2, D2, E2) 
o Vasodilatação 
o Quimiotaxia 
o Libertação de outros mediadores 
• Os AINE’s inibem a síntese de prostaglandinas, portanto inibem a inflamação. 
Outros efeitos 
• Alguns eicosanóides estão envolvidos no processo de coagulação. Os AINE’s 
interferem na sua síntese 
o Tromboxano (A2) 
� Vasoconstritor 
� Agregante plaquetar 
o Prostaciclina (PGI2) 
� Vasodilatador 
� Anti-agregante plaquetar 
COX (cicloxigenase) 
• Isoformas 
o COX1 – Constitutiva 
� Citoprotecção do tracto gastrointestinal 
� Agregação plaquetária 
� Função renal 
o COX2 – Induzida 
� Inflamação 
� Carcinogénese 
� Homeostase Renal 
• Inibidores da COX 
o Inespecíficos 
� Ibuprofeno 
� Naproxeno 
� Indometacina 
 
23 
� Ácido Acetilsalicílico 
o Específicos da COX1 
� Ácido Acetilsalicílico em doses baixas (anti-agregante plaquetar) 
o Preferenciais da COX2 
� Etodolac 
� Nimesulide 
� Meloxican 
� Diclofenac 
o Selectivos da COX2 
� Celecoxib 
� Rofecoxib 
IInniibbiiddoorreess ddaa CCOOXX:: 
 
�Inibidores inespecíficos COX (COX1 e COX2) 
• Ibuprofeno, Naproxeno, Indometacina, AAS 
 
�Inibidores específicos COX1 
• AAS em doses baixas (anti-agregante plaquetar) 
 
�Inibidores preferenciais COX2 
• Nimesulide, Meloxicam, Etodolac, Diclofenac 
 
�Inibidores selectivos COX2 
• Celecoxib, Rofecoxib 
 
 
 
Efeitos Adversos 
• Tracto GI 
o PG’s são protectores da mucosa gástrica 
� Produção de muco e bicarbonato 
� Menos severos 
• Pirose 
• Dispepsia 
• Gastrite 
• Diarreia 
• Obstipação 
� Mais severos 
• Erosão da mucosa gástrica 
• Úlcera gastroduodenal 
 
24 
• Hematológicos 
o ↓ Síntese TA2 – ↓Agregação Plaquetar 
� Trombocitopenia 
� Anemia 
• Hemolítica 
• Aplástica 
� Agranulocitose• Renais 
o PG’s são essenciais para a manutenção da perfusão renal e da excreção de Na+ 
e H2O. 
� ↓ Função Renal 
� ↑ Ureia 
� ↑ Creatinina 
� Insuficiência Renal 
� Hipertensão Arterial 
� Edema 
o Ter especial cuidado com doentes que sofram de IR, Diabetes, IC ou 
nefropatias 
• Diminuição da Motilidade Uterina 
o No 3º trimestre de gravidez as PG’s estimulam a contracção uterina 
� Parto prematuro 
• Reacções de hipersensibilidade 
o Exacerbação da asma 
o Rinorreia 
o Rashes, urticária, erupção cutânea 
AINEs 
• Ácido Acetilsalicílico 
• Ibuprofeno 
• Indometacina 
• Celecoxib 
• Rofecoxib 
• Paracetamol 
 
Ácido Acetilsalicílico 
• Metabolização 
o Hepática 
o Fracção leve: excretado via renal 
• Funções 
o Anti-agregante plaquetar 
o Inibição irreversível da COX1 
o A duração do efeito depende da capacidade de regeneração da COX 
 
25 
• Efeitos Adversos 
o Tracto GI 
o Hepáticos 
o Renais 
o Uricémia 
o Reacções de Hipersensibilidade 
• Contra-indicações 
o Úlcera 
o Hemofilia 
o Asma 
o DPOC 
o Grávidas 
o Crianças com infecções virais (síndrome de Reye – encefalopatia aguda) 
• Interacções 
o Anti-coagulantes 
o Diuréticos e Hipertensores 
o Lítio 
o Digoxina 
 
Dose Efeito 
80 -160 mg Anti-agregante plaquetário 
500 mg Analgésico, Anti-pirético 
1000mg Anti-inflamatório 
6-10 g Alcalose Respiratória 
10-20 g Febre, Desidratação e Acidose 
> 20 g Choque e Coma 
 
Ibuprofeno 
• Efeitos Adversos 
o Efeitos no tracto GI inferiores ao do AAS 
o Rash 
o Cefaleias 
o Alterações da visão 
o Aumento da acção em relação ao AAS 
 
 
 
 
 
26 
Indometacina 
• Efeitos Farmacológicos 
o Diminuição da agregação dos neutrófilos 
o Diminuição da síntese de PG 
o Diminuição da lipooxigenase 
• Semelhante ao Sulindac 
• Não utilizado em terapêutica de rotina 
 
Celecoxib e Rofecoxib 
• Efeitos Farmacológicos 
o Inibidor selectivo da COX2 
o Poucos efeitos no tracto GI 
o Não interferem na agregação plaquetar 
• Celocoxib 
o Atenção ao efeito em doentes alérgicos às sulfonamidas 
 
Paracetamol 
• Efeitos Farmacológicos 
o Analgésico 
o Anti-pirético 
o Inibidor da COX3 (variante da COX1, no cérebro) 
o Não tem efeitos no tracto GI 
• Efeitos Adversos 
o Hepatotoxicidade 
 
Diclofenac 
• Efeitos Farmacológicos 
o Inibem a lipooxigenase 
• Efeitos Adversos 
o Efeitos no tracto GI

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