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Fisioterapia em Saúde da Mulher Profª Simone Abrantes Saraiva – Fisioterapeuta Especialista em Terapia Intensiva pela UERJ Pós-Graduada em Docência Superior pelo ISEP Mestre em Ciências / Fisiologia Respiratória pela UFRJ Membro da CT de Fisioterapia em Urgências e Emergências do CREFITO-2 Staff do Serviço de Reabilitação Cardiovascular do HUPE / UERJ INFERTILIDADE CONCEITO • Infertilidade : Ausência de gestação após um ano de coito desprotegido CLASSIFICAÇÃO DA INFERTILIDADE • Primária - ausência de gestação prévia (casal nunca conseguiu uma gravidez) • Secundária – história de gestação prévia, mas não necessariamente com nascido vivo. A falha na capacidade reprodutiva se estabelece após uma ou mais gestações. • Abortamento habitual ou de repetição: ocorrência de três ou mais interrupções naturais consecutivas da gestação de até 20 semanas. • Esterilidade: incapacidade definitiva de gerar filhos. EPIDEMIOLOGIA • Acomete 7 a 15 % dos casais em idade reprodutiva. • A demanda por tratamento de infertilidade aumentou consideravelmente nas últimas décadas PRINCIPAIS FATORES DE RISCO Alta prevalência de DST – o processo infeccioso/inflamatório local influencia negativamente os processos reprodutivos Idade da paciente - quanto maior a idade, maior a prevalência de infertilidade. Mulheres com mais de 35 anos já apresentam redução das chances de reprodução; próximo aos 40 anos a mulher apresenta 90% de sua fertilidade basal; de 40 a 44 anos apresentam 62% e, entre 45 e 49 anos, 14%. Doença inflamatória pélvica: na ocorrência de um, dois, três ou mais episódios de doença inflamatória pélvica, os percentuais de mulheres acometidas por infertilidade são, respectivamente, de 11%, 34% e 54%. Fumo: mulheres que fumam têm 1,4 vez maior chance de serem inférteis. Peso: os extremos de peso têm relação com o pior prognóstico de fertilidade – carência nutricional CAUSAS DA INFERTILIDADE • Causas Anatômicas Femininas - Relacionada ao útero (mioma, pólipo e aderências) e as trompas ( aderências). • Causas Hormonais Femininas - que interfiram no eixo hipotálamo-hipófise-ovarios • Causas Masculinas – alteração na produção do esperma (quantidade ou qualidade). • Desconhecidas Hormônio Luteinizante – LH HOMEM • Estimula as células de Leydig a produzirem testosterona, hormônio responsável pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários do homem (características andrógenas), bem como pelo apetite sexual. • Liberado pela adenohipófise, o LH passa a ser regulado por pulsos do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), secretado pelo hipotálamo. • Quando os níveis de testosterona estão baixos, o GnRH é liberado de modo a estimular a produção e secreção de LH. • O consequente aumento dos níveis de testosterona estimula a adenohipófise e hipotálamo a inibirem a secreção dos referidos hormônios, por mecanismo de feedback negativo. Hormônio Folículo-Estimulante – FSH HOMEM • A FSH regula o desenvolvimento, crescimento e maturação das gônadas (testículos). • Dosagem laboratorial de FSH é útil no estabelecimento das formas de hipogonadismo, da infertilidade e da puberdade precoce. • Tanto no homem como na mulher, o FSH estimula a maturação das células germinativas (gametas). • No homem, o FSH desempenha importante função nas fases iniciais da espermatogênese com o crescimento dos túbulos seminíferos (células de Sertoli) e do testículo. • Em ambos os sexos, o FSH e LH são dosados para investigação de infertilidade. Espermatogênese / Criptorquidismo • Nos últimos meses da vida intra-uterina, os testículos formados no interior do abdômen devem migrar para a bolsa escrotal, seguindo um caminho que passa pelo canal inguinal. • A criptorquidia ocorre quando um deles ou os dois ficam parados em algum ponto desse caminho por causa de hérnias ou anomalias na conformação do abdômen inferior. • Essa alteração do percurso tem importância porque, para viabilizar a produção de espermatozóides, os testículos precisam estar 1° C, 1,5° C abaixo da temperatura corpórea. • Após o nascimento, é importante verificar se existe ou não criptorquidia. Caso exista, aguardar de 12 a 18 meses a migração natural. Caso não ocorra, o menino deve corrigir a anomalia precocemente para preservar a função germinativa (intervenção cirúrgica). Essa dilatação venosa dificulta o fluxo sanguíneo da região, favorecendo o acúmulo de substânicas tóxicas e consequentemente o aumento da temperatura na região. (caxumba) USO DE ANABOLIZANTES • O uso de anabolizantes por longos períodos de tempo e em doses altas e inadequadas pode causar a impotência ou disfunção erétil, geralmente após a interrupção do seu uso. • Isso pode ocorrer durante algum tempo ou de forma permanente, não havendo uma forma de prevenir esses efeitos com segurança. • Os anabolizantes ou esteroides androgênicos anabólicos são hormônios derivados da testosterona, que é o principal hormônio sexual masculino. • Sua ação estimula um aumento mais rápido da massa muscular. • A presença do anabolizante no organismo bloqueia a produção dos hormônios hipofisários que estimulam a produção natural da testosterona pelos testículos, levando a alterações das funções sexuais. INFERTILIDADE FEMININA • Fatores ovulatórios - 40% • Fatores tuboperitoneal (trompas de Falópio)- 40% • Infertilidade sem causa aparente -10% • Causas variadas.-10% PROLACTINA • A prolactina (PRL) é um hormônio secretado pela adenohipófise e tem como principal função estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias e o aumento das mamas. • O sintoma físico mais visível desse problema é a saída involuntária de leite das mamas. • A causa mais comum de hiperprolactinemia é uso de medicamentos, em especial os anticoncepcionais orais combinados a algumas drogas antipsicóticas e anti-hipertensivas. • Adenomas secretores da hipófise, lesão da haste hipotalâmica (as quais impedem a inibição pela dopamina) e hipotireoidismo também são causas da síndrome. A hiperprolactinemia também faz parte da síndrome dos ovários policísticos. • Fora do período gestacional, a importância da prolactina se relaciona ao controle dos outros hormônios femininos, estando envolvida na regulação da menstruação e da ovulação. • Os sintomas também incluem períodos menstruais irregulares ou ausentes, infertilidade, sintomas da menopausa (ondas de calor e secura vaginal) e, após vários anos, a osteoporose. O que é endometriose? • Endometriose é uma afecção inflamatória provocada por células do endométrio que, em vez de serem expelidas, migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar. As causas ainda não estão bem estabelecidas. • Uma das hipóteses é que parte do sangue reflua através das trompas durante a menstruação e se deposite em outros órgãos, devido alteração de permeabilidade tubária. • Outra hipótese é que a causa seja genética e esteja relacionada com possíveis deficiências do sistema imunológico (diferenciação metaplástica de superfícies serosas; e a de indução da diferenciação de tecido mesenquimatoso em tecido endometrial). • A endometriose mais frequentemente ocorre no ovário, trompa de falópio, ligamento largo e fundo de saco posterior, mas pode ocorrer em qualquer parte do corpo como bexiga ou intestinos. • Asáreas de endometriose sangram a cada mês, o que resulta em inflamação e cicatrização, podendo gerar quadro álgico pélvico e/ou abdominal acentuado ou ainda ser assintomática. • Principais sintomas: Dismenorreia – cólica menstrual que, com a evolução da doença, aumenta de intensidade e pode incapacitar as mulheres de exercerem suas atividades habituais; Dispareunia – dor durante as relações sexuais; Dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação; Infertilidade; Dor pélvica crônica; Disúria – urgência em urinar, frequência e esvaziamento por vezes doloroso. • Diagnóstico: Diante da suspeita de endometriose, o exame ginecológico clínico é o primeiro passo para o diagnóstico (toque vaginal em busca de espessamento e/ou dor em ligamentos útero-sacros e nódulo em fundo de saco de Douglas) Confirmado por exames laboratoriais e de imagem Biópsia tecidual • Tratamento: A endometriose é uma doença crônica que regride espontaneamente com a menopausa, em razão da queda na produção dos hormônios femininos. Mulheres mais jovens podem valer-se de medicamentos que suspendem a menstruação: a pílula anticoncepcional tomada sem intervalos somados a antiinflamatórios + exercícios físicos Lesões maiores de endometriose, em geral, devem ser retiradas cirurgicamente. A histerectomia e ooforecromia podem ser uma alternativa de tratamento para as mulheres que já tiveram filhos. Local onde ocorre a nidação CONSEQUÊNCIAS O que são ovários policísticos? • É um distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais (progesterona, estrogênio, LH, FSH e outros) levando à formação de cistos nos ovários, ocasionando aumento de tamanho. • Essas alterações hormonais ocasionam uma maior espessura das paredes dos ovários, dificultando o rompimento folicular, causando retenção de óvulos no ovário. Se chegam ao ponto ideal de maturação e não são liberados naturalmente, formam “cicatrizes”, os famosos cistos nos ovários, que impedem progressivamente a saída de outros óvulos. • Doença caracterizada pela menstruação irregular, alta produção do hormônio masculino (testosterona) e presença de micro cistos nos ovários, causando mau funcionamento na função ovulatória e também da produção hormonal, reduzindo (não impedindo) as chances de engravidar. ▪ A hipótese para sua etiologia é que ela tenha uma origem genética e que também haja uma possível ligação entre a doença e a resistência à ação da insulina no organismo, gerando um aumento do hormônio na corrente sanguínea que provocaria o desequilíbrio hormonal. ▪ É a alteração hormonal mais comum em mulheres na idade fértil podendo atingir de 7 a 20% dessas • A síndrome dos ovários policísticos pode ser detectada através de exames hormonais como os exames de progesterona, estrogênio, FSH, LH e testosterona, e também através de ultrassonografia transvaginal dos ovários. • Dieta e atividade física – Essas pacientes devem ser orientadas em relação à dieta e atividade física, simultaneamente com as medidas terapêuticas. • Prescrição de anticoncepcionais orais – esses hormônios impedem a ovulação, inibindo a maturação do folículo. Nesse tempo os ovários “descansam” e as cicatrizes se diminuem, aumentando a probabilidade de gestação após a interrupção do uso da medicação. ▪ Indução da ovulação - Se a paciente pretende engravidar, o médico poderá lhe recomendar tratamento de indução da ovulação após normalização dos níveis hormonais caso haja dificuldade para tal, não sem antes afastar as outras possibilidades de causas de infertilidade. TRATAMENTO INFERTILIDADE FEMININA CAUSA ESTENOSE CERVICAL UTERINA Obstrução total ou parcial a passagem do espermatozóide pelo canal cervical • Em mulheres que conseguem engravidar, pode trazer dificuldades ao parto, levando a indicação de cesárea. • Pode ser hereditária ou posterior a algum procedimento ou condição como cirurgia no útero, menopausa, câncer de endométrio. • Principais sintomas: cólicas, menstruação dolorosa, sangramentos anormais, falta de menstruação (amenorréia), espessamento anormal do endométrio, inchaço abdominal e infertilidade, nódulos na região pélvica. • A estenose cervical pode causar endometriose, por dificultar ou impedir a saída da menstruação pelo canal do cólo – fluxo retógrado AVALIAÇÃO DO CASAL • Enfatizar que a infertilidade é um problema do casal. • Anamnese detalhada • Exame físico • Exames específicos(espermograma –dosagens hormonais) • Exames complementares (DST...) • Suplementação de ácido fólico ESTUDO DO FATOR OVARIANO • A causa mais comum de disfunção ovulatória . FATOR TUBOPERITONEAL • Fatores tubários- incluem lesão ou obstrução das tubas de falópio. • Fatores peritoneais- aderências peritubárias ou periovarianas. • Histerossalpingografia – (mal formação e obstrução ) FATORES UTERINOS As alterações uterinas estão mais associadas ao abortamento recorrente do que a infertilidade. REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA Diferença entre inseminação artificial e fertilização in vitro • A principal diferença entre Inseminação Artificial e Fertilização In Vitro: IA: a fecundação ocorre dentro da pelve feminina, similar ao método natural. FIV: o embrião se forma no laboratório. Somente depois da fecundação ter ocorrido, é implantado no útero. • Fertilização in Vitro: Pela fertilização in vitro convencional o óvulo e o espermatozoide são colocados em uma placa de Petri, numa incubadora no laboratório de reprodução, onde as condições das trompas é simulada, para que o espermatozoide fecunde o óvulo, como ocorreria no processo natural. Ocorrendo a fecundação, os chamados pré-embriões são implantados no útero da mulher. Os óvulos que são fecundados são coletados por uma punção transvaginal depois de o médico se certificar de que estão maduros o suficiente para serem usados na FIV. Os embriões obtidos com a Fertilização in Vitro ficam na incubadora por até cinco dias. Depois, são transferidos para o útero. O processo é indolor e após 12 dias já pode ser realizado o exame de sangue (Beta HCG) para confirmar a gravidez. • Inseminação Artificial: A inseminação artificial consiste em melhorar a capacidade dos espermatozoides em laboratório para injetá-los no útero da mulher que recebeu indução da ovulação. A técnica é utilizada nos casos em que há uma redução do número e/ou da motilidade dos espermatozoides, causando a impossibilidade de gravidez. Nos casos em que não há como os espermatozoides utilizados no procedimento serem oriundos do próprio homem que está realizando o tratamento, há a possibilidade de usar os gametas de um doador anônimo. O material biológico pode ser adquirido em um banco de sêmen. Tanto a amostra de esperma do próprio homem quanto a de doação é preparada no laboratório, sendo avaliada em termos de qualidade e quantidade. Passa por um sistema de classificação e capacitação. Posteriormente, é colocada em uma seringa acoplada a um cateter para ser introduzido diretamente no fundo do útero, para seguir o próprio caminho pela tuba uterina. FERTILIZAÇÃO IN VITRO CHEGUEI
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