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1 MARKETING DO PRODUTO ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA 4º TRIMESTRE - 2017 PROFESSOR ESPECIALISTA: SERGIO MANOEL GOMES CRA-SP: 6-002201 SÃO PAULO –SP 2017 2 1. PREÇO Em relação ao preço, a princípio, convém fazer algumas considerações a respeito de sua definição e, posteriormente, mostrar qual o seu papel na determinação do composto de marketing. Qualquer empresa, grande ou pequena, precisa ter em mente que o preço não pode ser determinado de forma aleatória. Desse modo, é imprescindível que se faça também alguns comentários sobre as várias maneiras que o mesmo pode ser calculado. Esse cálculo irá depender muito da estratégia que será perseguida num determinado momento. Custos têm também sua relevância quando da determinação do preço do produto. Atualmente, porém, já não goza mais de tanto prestígio como em épocas anteriores. Historicamente e ainda hoje, o preço significa a interação entre compradores e vendedores num determinado momento e sob determinadas condições. Se os vendedores pedem um preço além do que os compradores estão dispostos a pagar, estes, por sua vez, evidenciam quanto realmente pagariam por tal produto, finalmente chegando a um consenso de um preço ideal para ele. Embora, no passado, a habilidade em barganhar tenha sido um ponto forte na definição de preços, hoje, os preços são definidos em sua maioria de forma igual para todos os compradores, principalmente quando se vive em épocas de moeda estabilizada. Saber trabalhar bem o preço de seus produtos não é tarefa fácil para os donos de empresas. Em Princípios de Marketing, seus autores mostram alguns fatores que contribuem para que muitos donos de empresas não trabalhem de forma efetiva com o preço que devem praticar no mercado, quais sejam: preços excessivamente orientados pelos custos; preços que não são revisados com a frequência necessária para refletir as mudanças no mercado; preços que não levam em consideração o restante do mix de marketing; e preços que não são suficientemente variados para os diferentes itens do produto e segmentos do mercado. Dessa forma, devem-se antes de qualquer tomada de decisão em relação aos preços decidir quais serão os seus reais objetivos dentro do composto de marketing. McCarthy & Perreault chamam a atenção para as políticas de preços que a empresa deverá definir, sempre se pautando pelos seus objetivos gerais. 3 Entendem que tais políticas devem abordar os seguintes itens: a flexibilidade do preço, os níveis de preço durante o ciclo de vida do produto, a quem e quando os descontos e as concessões serão dados e como os custos de transporte serão tratados. Para eles, a definição de preços torna-se ainda mais complexa devido às várias dimensões que devem ser consideradas quando da sua definição. Uma dessas dimensões a serem consideradas e que é de fundamental importância diz respeito aos benefícios e serviços que os compradores esperam a mais do produto e que realmente fazem a diferença quando eles decidem pagar a mais por um determinado bem. Resumindo o conceito de preço, pode-se afirmar o seguinte: “é o montante de dinheiro que estão dispostos a pagar os clientes, consumidores e usuários para lograr o uso, possessão ou consumo de um produto ou serviço específico”. Quanto ao seu papel na determinação do composto de marketing, tudo vai depender, como visto anteriormente, dos objetivos gerais de marketing que a empresa deseja alcançar. Implica saber se a empresa tem como objetivo geral direcionar sua empresa para que alcance rentabilidade; pode também estar interessada em obter uma alta participação de mercado; pode, porém, decidir-se por um melhor posicionamento; finalmente, optar por compreender melhor a concorrência, buscando, dessa forma, uma estratégia competitiva. O importante, nesse sentido, é que haja uma consonância entre as atitudes tomadas em relação aos elementos do mix de marketing e a sua estratégia geral. Em Marketing Essencial, alguns objetivos de preços são mostrados, como também como eles se comportam dentro do contexto em que a empresa opera. Se a orientação está voltada fundamentalmente para o lucro, procura-se atingir um retorno rápido sobre o investimento ou uma maximização do lucro; caso a orientação seja para vendas, o importante é uma participação maior no mercado ou um crescimento de vendas por valor ou por unidade; por fim, se a orientação é para o mercado, busca-se comportar-se igual à concorrência ou à concorrência não baseada no preço. Segue breve comentário de cada uma dessas situações com base na obra supracitada. Acredita-se que quando a empresa busca a maximização do lucro seus preços sobem de maneira tal que só as pessoas de alto poder aquisitivo estão dispostas a pagarem. Constata- 4 se, porém, que nem sempre isso é verdade. A partir do momento que as empresas concorrentes entram em cena, a empresa líder é obrigada a mudar sua estratégia de preço, caso queira continuar perseguindo tal objetivo. Quando isso ocorre, o consumidor só tem a ganhar, fundamentalmente, em poder comprar um bem que tenha como uma de suas ofertas principais sua qualidade. Objetivos orientados para a venda irão implicar um maior faturamento para a empresa ou uma participação de mercado, ignorando-se o lucro. Algumas empresas adotam como estratégia crescer as vendas, independente do lucro que esperam obter. O cuidado que se deve tomar, porém, é quando os custos da empresa começam a ultrapassar as vendas e não são controlados pela mesma. A tendência é que essas duas abordagens sejam igualmente consideradas. Alguns dão prioridade aos lucros. Aqueles que não buscam o lucro estão interessados numa maior participação de mercado. Agindo assim, as empresas procuram tirar vantagens sobre os concorrentes e em longo prazo aumentar seu volume de vendas. Quanto aos objetivos de igualar o preço ao da concorrência, duas situações podem ocorrer: objetivos que igualam os preços ao da concorrência e objetivos que não se baseiam no preço. No primeiro caso, a situação de mercado não será prejudicada e isso é mais provável em mercados estáveis. No segundo caso, a ênfase passa a ser dada aos outros elementos do mix de marketing. Entretanto, muitas empresas, quando se sentem prejudicadas com esse tipo de estratégia, voltam a usar o preço como arma competitiva. Feitas as duas primeiras considerações sobre preço, resta agora falar um pouco sobre como o mesmo pode ser determinado, como também o papel atual do custo em sua determinação. Existem várias maneiras de se calcular o preço de um produto. Na obra, Administração de Marketing: Análise, planejamento, implementação e controle. É dada uma visão geral de como o mesmo pode se apresentar, considerando-se os seguintes métodos: preço de markup (Termo usado em economia, para indicar quanto do preço do produto está acima do seu custo de produção e distribuição), preço de retorno-alvo, preço de valor percebido, preço de mercado e preço de licitação. Segue algumas considerações sobre cada um desses métodos. 5 O método de markup: (Custos+Despesas+Impostos+Lucro = Preço de Venda) é um dos mais fáceis de lidar. Basta que seja acrescentado uma parte fixa ao custo do produto. Vários profissionais lidam com esta maneira de se chegar a um preço ideal. Até que ponto isso é possível? Os estudiosos apontam, dentre eles, Philip Kotler e Gary Armstrong, que é impossível tal êxito se não forem consideradas a demanda, a concorrência e o valor percebido na hora de sua determinação. Apesar disso, apontam as razões que fazem com que essemétodo tenha tanta simpatia no meio empresarial: Os vendedores são mais seguros sobre os custos do que sobre a demanda; quando todas as empresas na indústria utilizam esse método, os preços tendem a ser similares e a concorrência entre os preços é minimizada; muitas pessoas acreditam que o preço acima do custo é mais justo tanto para os consumidores quanto para os vendedores. Outro método a considerar é o de preço de retorno-alvo. Este método considera o retorno sobre o investimento (ROI). É usado fundamentalmente por empresas de maior porte podendo ser calculado pela seguinte fórmula: Preço de retorno-alvo desejado =? Preço no valor percebido: é outra maneira que as empresas encontraram para basear seu preço de venda. O cliente terá um peso fundamental nessa nova maneira de tratar o preço do produto. Nesse sentido, volta-se aquele raciocínio de saber quanto cada comprador está realmente disposto a pagar por um determinado bem. Tudo irá depender dos benefícios a mais que ele espera receber em troca do valor que o bem lhe concede. Para que os consumidores percebam esse algo a mais nos produtos são introduzidos alguns elementos no mix de marketing, que promovam uma interação maior com o consumidor. Nesse tipo de abordagem, o custo deixa de ser o fator chave para se chegar ao melhor preço. Quando se considera um preço de valor, o que se torna fundamental é a excelente qualidade que o produto oferece quando comparada ao preço, ou seja, preço baixo para um produto de alta qualidade. Nesse tipo de raciocínio, o que o consumidor tem em mente é valorizar ao máximo a quantia que está disposto a pagar por um determinado bem, mesmo tratando-se de um bem de alta qualidade. Nesse tipo de estratégia é imprescindível que a empresa tenha 6 consciência que isso só será um bom negócio se ela conseguir minimizar custos frente à concorrência. No preço baseado no mercado, o que interessa para a empresa é saber como a concorrência está se comportando na determinação dos seus preços. Poderá adotar um preço acima, abaixo ou da mesma forma que a concorrência. A variação dependerá de como funciona o mercado em que o produto está inserido. Tem a vantagem de proporcionar um melhor conhecimento do setor, favorecendo uma política de preços mais justa. Finalmente, temos o preço de licitação, que ocorre quando as empresas participam de licitações. Muito comum no setor público. Nessa situação, as empresas não levam em conta o custo ou a demanda. Também não podem colocar seus preços abaixo dos custos, mas deverão ter o cuidado ainda de não colocar seus preços muito acima dos custos, sob pena de perder a licitação. Mesmo optando por qualquer dos métodos acima, a empresa deve também levar em consideração outros fatores quando da determinação do preço de venda, quais sejam: preço psicológico, estratégia geral de marketing, qualidade do produto, fundamentalmente, e fatores externos ao ambiente. Quanto ao custo, que representa um dos principais elementos quando se determina o preço de um produto, faz-se necessário tecer algumas considerações a seu respeito. A importância de se conhecer os custos dos negócios nos dias atuais, faz-se necessário primordialmente devido à alta competitividade vigente nos mercados. Hoje, são vários os concorrentes vendendo o mesmo tipo de produto, consequentemente, terá maiores chances aquele que estiver mais bem informado. Deverá, pois, estar a par de sua política de preços, da sua margem de contribuição, da análise da estrutura de seus custos fixos, prazos de compras e vendas e muitas outras análises, dependendo do tamanho e do tipo de negócio, para que possa com tais informações maximizar seus resultados. Considerando-se vários autores, o custo total compreende três itens: custo de bens ou serviços; custo de venda e custo de despesas gerais. De acordo com esses autores, para que uma empresa maximize resultados, necessita adotar um preço que cubra tais custos e tenha um lucro padrão. 7 Também chamam a atenção para os custos variáveis totais e para os custos fixos totais. Os primeiros aumentam quando há um aumento na mesma proporção da quantidade comercializada. Quanto aos custos fixos, independentemente da quantidade vendida, mantêm uma constância. A pequena empresa precisa conhecer bem esses custos para poder tratá-los de forma diferenciada quando for praticar um preço que considera adequado. Agir dessa forma, na visão desses autores, significa basear seu cálculo num preço médio, acontecendo quando o custo total em um período anterior é dividido pela quantidade vendida no período atual. Esse custo irá determinar o preço hoje. A) PRECIFICAÇÃO: Estabelecendo os preços dos produtos na ótica do Marketing. Para muitos, não existe elementos do composto de marketing (4Ps = Produto, Preço, Praça e Promoção) que mais encante as empresas do que o elemento preço, ou seja, o que trata da precificação (método de estabelecer o preço dos produtos = determinação de preço). (Moreira, Pasquale e Dubner, 1999, p.285) Segundo Ferrell e Hartline (2005, p.216), há pelo menos três razões para se ter muita atenção e cautela com a precificação, são elas: A equação da receita é bastante simples; ela é igual ao preço vezes à quantidade vendida. Existem apenas dois caminhos para a empresa aumentar a receita: aumentar o preço ou aumentar o volume de produtos vendidos. Raramente se podem fazer as duas coisas simultaneamente. A precificação é, sem dúvida, uma das variáveis mercadológicas mais fáceis de mudar, porém, os elementos contemplados devem ser profundamente conhecidos e analisados antes de qualquer alteração e mais – tudo deve ser feito rapidamente para evitar perder mercado para concorrentes mais ágeis. As empresas têm muito trabalho para descobrir e antecipar as estratégias e táticas de precificação das empresas rivais, por isso, devem sempre tentar antecipar-se aos movimentos competitivos dos concorrentes. 8 Importante: O fato de os preços serem facilmente mutáveis não significa que a maioria das organizações faça um bom trabalho em termos de fixação de preços de seus produtos e/ou serviços. Pense nisso: Na relação entre o preço e receita: quanto mais alto o preço, maior a receita e maior o lucro obtido em cada venda. Mas as empresas não podem cobrar altos preços sem uma boa razão para isso, pois, se o fizer não venderá ou venderá muito menos que o esperado ou estimado. I. Uma Análise Mercadológica da Formação de Preço Para os pequenos empresários e administradores, talvez a formação do preço de venda de um produto ou serviço seja uma das tarefas mais desafiadoras encontradas dentro do composto mercadológico: apesar de ser um dos elementos mais flexíveis, pode ser rapidamente modificado e adaptado ao mercado ao sabor das variações da demanda e das competências (ou falta delas) que uma organização possui. O processo de precificar pode ser realizado de diferentes maneiras, mas pense em dois deles neste momento: o preço baseado no “volume de vendas” e no “preço do produto”. O primeiro sugere que os ganhos (lucro) estão ligados ao volume total de vendas, ou seja, quanto mais se vem mais se ganha. Já o segundo, sugere que os ganhos estão relacionados à margem de contribuição de cada produto individualmente sendo que o resultado de uma venda será visto isoladamente (pelo menos em certa circunstância). Fatores como custo, ponto de equilíbrio, demanda, lucro, margem de contribuição e concorrência, aliados à sensibilidade do consumidor e seu comportamento de compra tornam complexo o assunto, que hoje é chamado de precificação.Dentre os vários estudos sobre preço, Parentes (2000, p.165) aponta “o comportamento do mercado consumidor como um dos principais determinantes que o varejista deve considerar quando estiver definindo suas políticas de preço”. O comportamento de escolha do comprador sofre mudanças com o passar do tempo. Alguns outros fatores, além do preço, também são levados em consideração para a tomada de decisão no momento da compra. A relação do custo (preços e ofertas) com o benefício (qualidade, variedade, ambientação, atendimento etc.), que a empresa irá ofertar ao comprador, terá 9 que estar de acordo com um conjunto de características macro ambientais, como, por exemplo, a moda e conceitos vigentes à época, que influenciarão na decisão de compra. A existência de sensibilidade ao preço demonstra o perfil dos consumidores: uns são pouco sensíveis ao preço, são influenciados pela compra de produtos exclusivos e que lhes dão alto valor de satisfação; outros são muito sensíveis e influenciados pela compra de produtos substitutos, que podem ser comparados, pela qualidade, em relação ao melhor custo benefício. Segundo Kotler (1998, p.372), o preço permanece ainda como um dos elementos mais importantes na determinação da participação de mercado de uma empresa e em sua rentabilidade. É preciso deixar claro que o consumidor possui uma renda limitada, por isso busca, em um produto ou serviço, a maior satisfação possível, mas que seja compatível com suas possibilidades financeiras de compras. A possível acreditar que boa parte dos consumidores adora as liquidações, com isso, as empresas fornecem preços baixos na confiança de alavancar suas vendas e consequentemente os negócios. Essa abordagem funciona, mas não é absoluta, logo, não é a realidade de todos os consumidores, produtos e mesmo empresas. Além disso, tal abordagem funcionada na medida em que ocorre a economia de escala, associada à produção em massa de bens e serviços, o que resulta em reduções de custos e, a cada redução de custos, possivelmente em redução de preços. De acordo com Cobra (2001, p.199) é importante que a empresa adquira conhecimento acerca das preferências de seus consumidores, para transformar esse conhecimento na sabedoria da plena satisfação de necessidades e desejos explícitos e ocultos..., procurem os consumidores preços menores ou maiores, desde que os produtos e serviços possam ser traduzidos em satisfação da relação custo-benefício. Adotar políticas de preço corretas significa determinar o preço, não somente com base na decisão financeira, mas incorporando o processo global de marketing da organização. As informações recebidas da análise mercadológica juntamente com a análise financeira deverão contribuir para estruturar adequadamente o processo de formação de preço. É útil lembrar 10 que, em marketing, é importante ter “o produto certo, para o cliente certo, ao preço certo e na hora certa”. II. Preço na Perspectiva do Vendedor Por sua própria natureza, aqueles que vendem tendem a inflar os preços porque querem receber o máximo possível em uma troca com o comprador. Da perspectiva do vendedor existem quatro questões fundamentais que se tornam importantes em estratégias de precificação: • Custo; • Demanda; • Valor do consumidor; e • Preço dos concorrentes. (Ferrell e Hartline, 2005, p.218) O custo é uma importante consideração em qualquer estratégia de precificação. Além disso, quando a disponibilidade do produto é limitada, as empresas também devem levar em consideração os custos de oportunidade em sua estratégia de precificação. Outro favor, a demanda de mercado também é uma questão fundamental na hora de estabelecer o preço – o fato de uma organização cobrir seus custos não significa que os consumidores irão pagar seu preço. III. Preço na Perspectiva do Comprador Sob muitos aspectos, a perspectiva do comprador na precificação é o oposto da perspectiva do vendedor. Onde vendedores tendem a elevar os preços, compradores geralmente veem os preços como sendo mais baixos do que está sendo ditado pela realidade do mercado. (Ferrell e Hartline, 2005, p.219). Para os compradores, o preço é o que será dado em troca por um produto. Da perspectiva do comprador, duas questões fundamentais determinam a estratégia de precificação para a maioria das empresas: O valor percebido (o que os compradores darão em troca do produto depende em grande parte do valor que percebem no próprio produto); e A sensibilidade ao preço (diferentes compradores e diferentes mercados-alvo têm diferentes perspectivas de valor – alguns são mais sensíveis que outros até mesmo pelo volume de recursos de que dispõem [ou 11 não dispõem]). Embora o preço monetário seja fundamental, alguns compradores dão mais importância a outros elementos da equação do valor. (Para alguns, um bom valor tem a ver com a qualidade do produto, já para outros, depende da disponibilidade e da qualidade [percebida] dos produtos suplementares). (Ferrell e Hartline, 2005, p.220). IV. Principais Determinantes da Boa Precificação É necessário que os custos da organização estejam claramente colocados e avaliados. É preciso conhecer muito bom os motivos da precificação estabelecida e, claro, é requerido que seja facilmente explicável para quem quer que seja. Os preços deverão ser realistas, mensuráveis e realizáveis para que as vendas sejam concretizadas. A demanda deve ser conhecida a fim de aferir se a mesma realmente existe e se é grande o suficiente para viabilizar o negócio. Etc. Sugestão de estudo: Para mais conhecimento sobre o assunto precificação, fica a sugestão de estudar o capítulo oito de: FERREL, O. C.; HARTLINE, Michael D. Estratégia de Marketing. São Paulo: Thomson, 2005. (Capítulo 08: Estratégia de Precificação, p.216-247) 12 2. DISTRIBUIÇÃO Atualmente o ponto mais visível aos olhos do consumidor e que dá visibilidade ao produto, à Marca e a empresa é a Distribuição. Muitos podem imaginar que Marketing é Propaganda, por desconhecimento da ciência e até mesmo pela imagem criada por profissionais completamente despreparados e sem a menor condição de atuar na área. A Distribuição é tão importante, atualmente, quanto produzir, divulgar e compreender o mercado, é um dos fundamentos que mais trazem ao consumidor a satisfação por adquirir um produto de certa Marca. As empresas estão cada vez mais se especializando em Distribuição, não somente a Logística como alguns poderiam imaginar, mas todos os componentes que envolvem os estudos dessa área tão importante, como: • Maior consumo: a sazonalidade é um dos fatores que pesam nas decisões tomadas para que a rede de Distribuição seja montada; • Setores mais importantes: algumas empresas têm peso maior na cadeia de Distribuição, nada mais natural que valorizar os melhores clientes; • Organização: Rotas bem estruturadas, meios de transporte adequados, horários bem formulados podem colaborar para todo o fluxo criado pela distribuição; • Clientes: devem estar classificados por setor, tamanho, volume etc., para que haja um planejamento bem elaborado e que traga a fidelização e formação de parceiras duradouras; • Armazenagem: não basta apenas levar e trazer (simplificando o termo Distribuição) é necessário ter condições adequadas para transportar; • Movimentar, estocar e muitas outras variáveis necessárias para cada produto; • Transporte: muito mais do que levar e trazer cabe ao transporte entregar aos clientes o produto, fazer com que a empresaganhe confiança de seus parceiros, desde os fornecedores até o ponto de venda mais próximo do consumidor, é um dos momentos que mais podem gerar vantagens à empresa, quando feito rapidamente, de maneira eficiente e sem prejudicar a cadeia envolvida em Distribuição. 13 Para algumas pessoas o simples fato de colocar na prateleira um produto é responsabilidade dos pontos de venda, mas elas não conhecem todos os fatores que envolvem as variáveis que levam a estudar cada vez mais a Distribuição, não como o ponto final do Marketing, mas um dos elos que mais favorecem as organizações e às levam ao sucesso no mercado. É natural que muitas empresas ainda não deem o Valor à Distribuição, mas como exemplo pode-se citar a Coca-Cola, em qualquer lugar o seu produto mais famoso, que leva o mesmo nome da empresa é encontrado em todos os locais, independente da sua localização, tamanho e consumo. Quando as organizações compreenderem melhor o que é Marketing poderá alcançar o sucesso mais facilmente, enquanto isso deixa seu destino nas mãos do mercado e da concorrência. Atender a demanda de mercado é um dos objetivos de cada organização, mas saber que não há como dar a mesma atenção a todos os consumidores, que compõem este mercado e não são da sua empresa, faz com que metas sejam traçadas. Uma das primeiras coisas que uma organização deve entender é que não atenderá todo o mercado, por não ser uma tarefa fácil e porque este é o maior erro que uma empresa pode cometer, desta forma a empresa pode segmentar um mercado, estudá-lo e ofertar os melhores produtos ou serviços para seu público-alvo. O público-alvo tem desejos que são atendidos pelas organizações, sua demanda permite que um mercado cresça e se desenvolva continuamente, e as organizações precisam entender melhor quais são os desejos dos clientes, realizando pesquisas e analisando os dados coletados. Mas ainda assim é interessante estudar não só o cliente, a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos ou serviços são essenciais, aprender com os concorrentes é uma forma de desenvolver suas competências e fazer com que o cliente se torne fiel. Além de conhecer muito bem o mercado é fundamental embasar as estratégias em pesquisas, iniciando o processo através dos custos que serão envolvidos para disponibilizar ao cliente novos produtos, e muitas empresas não se dão conta de que os estudos prévios facilitam todas as ações. Só que algumas empresas se iludem ao imaginar que atenderão todo o mercado, um 14 sonho que não permite avaliar corretamente o que deve ser feito e que não permite se concentrar em um foco único, porque todos os clientes têm desejos diferentes e sem segmentar o mercado é impossível atendê-lo. Diante das inúmeras variáveis que cada empresa deve analisar é importante fazer análises dos pontos fortes e fracos, descobrir quais são as oportunidades e ameaças. Outro ponto importante para estudar e se preparar para lidar é a concorrência, pois todas as ações de cada organização interferem diretamente no desempenho das demais. A melhor forma de lidar com todas as possibilidades é estudando-as corretamente, mas que consomem tempo e muitas vezes as empresas não o faz, porque as organizações não sabem planejar, resolvendo todos os seus problemas com o achar. Assim é possível notar que se não há planejamento os sonhos acabam se transformando em pó, deixando de atender uma pequena fatia de mercado para tentar conquistar todos os consumidores do planeta, porque não conseguem mensurar as suas condições e realizam suas ações com base em feelings. 15 3. MARCA. Uma das habilidades mais reconhecidas em profissionais de Marketing é sua capacidade de criar, manter, proteger e melhorar uma Marca, dando-lhe vida própria, deixando com que o público possa interagir com uma imagem palpável de um ativo intangível de produto. Dentro da competitividade, sempre presente no mercado, hoje muito mais acirrada pela globalização muito mais percebida, alguns profissionais de Marketing definem esta capacidade de valorizar e elevar uma Marca a determinado Posicionamento na mente do consumidor como: “o estabelecimento de uma Marca é a arte e a essência do Marketing”. Uma Marca é determinada por um nome escrito, uma palavra com certo significado, uma imagem que a simbolize e até mesmo por um desenho, mas também pode beneficiar-se de todos estes atributos, que, quando unidos, podem fortalecer a imagem desejada pelo profissional de Marketing na mente do consumidor e seja facilmente reconhecida e lembrada diante dos concorrentes, às cores também influenciam esta presença, que pode durar anos e até mesmo estar presente durante toda a vida de um consumidor. Segundo Kotler, uma Marca é um nome, termo, símbolo, desenho - ou uma contribuição desses elementos - que deve identificar os bens ou serviços de uma empresa ou grupo de empresas e diferenciá-los da concorrência. Uma Marca deve ter em sua essência a identificação imediata junto à empresa ou fabricante, com a possibilidade de ser um nome, uma Marca comercial, um logotipo ou outro símbolo. A Marca é percebida como a promessa da empresa que oferta produtos ou serviços junto ao mercado, fornecendo uma série de atributos, benefícios e serviços ao consumidor. Muitas Marcas, normalmente as melhores do mercado, trazem consigo a garantia de qualidade, mas pode-se perceber que uma Marca é um símbolo muito mais complexo, chegando até os 6 níveis de significado: 1. Atributos: neste ponto a Marca traz à mente do consumidor algumas características: um automóvel de luxo bem construído, com boa engenharia, duráveis e de alto prestígio; 16 2. Benefícios: os atributos devem ser traduzidos em benefícios emocionais e funcionais, como a durabilidade de um bem e a não necessidade de adquirir outro por um determinado tempo; 3. Valores: o Valor não é o monetário, mas sim o que simboliza na mente do consumidor e representa em termos éticos da empresa para com o consumidor; 4. Cultura: aqui há muito mais do que um simples fator, é o ponto onde o “nascimento” da Marca significa muito mais do que a existência do produto, a cultura de onde vêm o produto deixa muito claro a expectativa do consumidor e gera satisfação ao entregar o que têm em seu significado; 5. Personalidade: neste quesito, com a vida ganha pelo produto, a Marca projeta uma personalidade, como poder, dedicação, perfeição, força etc.; 6. Usuário: aqui há a definição de qual é o público-alvo ou consumidor do produto, deixando bem clara a Segmentação feita pela empresa. Logicamente cabe ao profissional de Marketing estudar muito bem seu mercado, posicionar perfeitamente seu produto e conhecer o consumidor, definindo as características e até mesmo quem é a sua Marca no mercado, não escondendo o produto ou expondo-o de forma inapropriada ao consumidor, informando-lhe ou atribuindo-lhe o que não é real e presente no produto ou serviço ofertado. 17 4. EMBALAGEM, ROTULAGEM E GARANTIAS. A. Embalagem A maioria dos produtos físicos precisam ser embalados e rotulados. Muitas embalagens – como a garrafa de Coca-Cola é mundialmente famosa. Muitos profissionais de marketing chamam a embalagem de o 6º P do marketing (do inglês packaging), juntamente com produto, preço, praça, promoção e paixão. A maioria das empresas, contudo, trata a embalagem e a rotulagem como umelemento de estratégia de produto. A garantia também é uma parte importante da estratégia de produto e que frequentemente aparece na embalagem. Definimos embalagem como conjunto de atividades de projeto e produção do recipiente ou envoltório de um produto. A embalagem pode incluir até três níveis de materiais. A colônia Paco Rabanne vem num frasco (embalagem primária) dentro de uma caixa de papelão (embalagem secundária) que por sua vez vem numa caixa maior (embalagem de remessa) que contém seis dúzias de caixas de Paco Rabanne. Embalagens bem desenhadas podem criar valor de conveniência e promocional. Elas devem ser vistas como uma arma de estilo, especialmente no caso dos alimentos, cosméticos, artigos de higiene pessoal e pequenos eletrodomésticos. Sendo o primeiro contato do comprador com o produto, a embalagem é capaz de atraí-lo ou afastá-lo. No caso do Arizona Iced Tea, a embalagem foi decididamente um atrativo. Imagem: Embalagem da Arizona 18 Vários fatores contribuem para que, cada vez mais, as embalagens sejam usadas como ferramenta de marketing: • Autosserviço: Um crescente número de produtos vem sendo vendido na forma de autosserviço. Num supermercado médio, que estoca cerca de 15 mil itens, o comprador comum passa por cerca de 300 itens por minuto. Dado 53 por cento de todas as compras são feitas por impulso, a embalagem eficaz opera como “um comercial instantâneo”. A embalagem que deve desempenhar muitas tarefas de vendas: atrair atenção, descrever os aspectos do produto, criar confiança no consumidor e transmitir uma imagem geral favorável. (Produto Sustentável). • Poder Aquisitivo do Consumidor: O aumento no poder aquisitivo do consumidor significa que ele está disposto a pagar um pouco mais pela conveniência, pela aparência, pela confiabilidade e pelo prestígio de embalagens melhores. • Imagem da Marca e da Empresa: As embalagens contribuem para o reconhecimento instantâneo da empresa e/ou da marca. • Oportunidades de Inovação: Uma embalagem inovadora pode trazer grandes benefícios para os consumidores e para os fabricantes. As empresas estão incorporando materiais e características únicos, tais como tampas abre-e-fecha. Utilização de materiais recicláveis, reutilizáveis e sustentáveis. Desenvolver uma embalagem eficaz para um novo produto requer muitas decisões. Sob a perspectiva tanto da empresa como dos consumidores, a embalagem deve atingir seus objetivos: 1. Identificar a marca. 2. Transmitir informações descritivas e persuasivas. 3. Facilitar o transporte e a proteção do produto. 4. Fornecer orientações sobre a armazenagem em casa. 5. Fornecer orientações sobre o consumo do produto. 19 Para atingir os objetivos de marketing da marca e satisfazer os desejos dos consumidores, os componentes estéticos e funcionais da embalagem devem ser escolhidos corretamente. Quanto à estética, é preciso analisar tamanho, forma, materiais, cores, texto, ilustrações. A cor deve ser escolhida com cuidado: azul é uma cor mais fria e serena, o vermelho, uma cor ativa e cheia de vida, o amarelo é medicinal e fraco, as cores pastéis são femininas, e as escuras são masculinas. Do ponto de vista funcional, o design estrutural é importantíssimo. Por exemplo, as inovações nas embalagens de alimentos ao longo dos anos resultaram em embalagens de tampa abre-e-fecha, à prova de violações e mais convenientes (fáceis de segurar, abrir ou espremer). Mudanças nas latas tornaram os vegetais em conserva mais frescos, enquanto invólucros especiais estenderam o prazo de validade dos alimentos refrigerados. Os diversos elementos da embalagem devem também estar harmonizados com as decisões sobre determinação de preço, propaganda e outros fatores de marketing. Mudanças na embalagem podem ter um impacto imediato nas vendas. Depois de projetada, a embalagem deve ser testada. Testes de engenharia são conduzidos para assegurar que a embalagem resistirá sob condições normais, testes visuais, para assegurar que o texto ficará legível e as cores harmoniosas; testes de distribuidores, para assegurar que os distribuidores acharão as embalagens atraentes e fáceis de manusear; e testes de consumidor, para assegurar a resposta favorável do consumidor. O desenvolvimento de embalagens eficazes pode custar muitas centenas de milhares de reais e levar meses para ser concluído. As empresas devem prestar atenção, também, nas crescentes preocupações ambientais e de segurança em relação às embalagens. A escassez do papel, do alumínio e de outros materiais sugere que os profissionais de marketing devem tentar reduzi-las. Muitas embalagens terminam como garrafas quebradas e latas amassadas sujando as ruas e os campos. Todo esse resíduo cria um grave problema de coleta e exige enormes quantidades de trabalho e de energia. Felizmente, muitas empresas já abraçaram a causa ambiental. 20 A Tetra Pak, importante multinacional sueca, é um belo exemplo do poder que têm a embalagem inovadora e o respeito ao cliente. Ela inventou a embalagem “asséptica”, que permite que leite, suco de fruta e outros líquidos perecíveis sejam distribuídos sem refrigeração. Isso torna possível distribuir leite numa área maior, sem necessidade de investir em caminhões e instalações refrigerados. Os supermercados podem armazenar os produtos envasados em Tetra Pak em prateleiras comuns, economizando altas somas com espaço para refrigeração. O lema da Tetra Pak é “a embalagem deve economizar mais do que o seu custo? ” A empresa anuncia diretamente aos consumidores os benefícios de sua embalagem e até inicia programas de reciclagem para proteger o meio ambiente. E sua sede nos Estados Unidos, a Tetra utilizou materiais reciclados e outros materiais e técnicas de construção ecologicamente corretos. B. Rotulagem Os fabricantes devem rotular os produtos. O rótulo pode ser uma simples etiqueta presa ao produto ou um projeto gráfico elaborado, que faça parte da embalagem. Pode trazer apenas o nome da marca ou conter muitas informações. Mesmo que o fabricante prefira rótulos simples, a lei pode exigir informações adicionais. O rótulo desempenha diversas funções. Primeiro identifica o produto e a marca, além disso, deve descrever o produto: quem fez e como usá-lo com segurança. Por fim, deve promover o produto, com ilustrações atraentes. 21 Novas tecnologias permitem que os rótulos aderentes envolvam toda a embalagem, com imagens vividas e mais informações sobre o produto, substituindo os rótulos de papel colados em latas e vasilhames. Os rótulos ficam desatualizados e precisam de renovação, contudo, empresas com rótulos que se tornaram ícones precisam tomar muito cuidado antes de iniciar uma reformulação. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), informa que há duas principais leis que regem como as informações devem ser apresentadas nas embalagens comercializadas no Brasil: INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIAS: De acordo com o decreto nº 4.544/02 – Regulamento de Imposto sobre produtos industrializados (RIPI), em seu artigo 213, os fabricantes ou estabelecimentos deverão rotular ou marcar seus produtos, com as seguintes informações: ➢ A firma; ➢ O número de inscrição do estabelecimento no CNPJ; ➢ A situação do estabelecimento (localidade, rua e número); ➢ A expressão “indústria brasileira”; ➢ Outros elementos que, de acordo com as normas do RIPI/98 e as instruções complementares expedidas pela Secretaria da Receita Federal, forem considerados necessários à perfeita classificação e controledos produtos. A LEI Nº 8.078/90 O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 31, determina que a oferta e a apresentação de produtos ou serviços devam assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, dentre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentem à saúde e à segurança dos consumidores. Entretanto, as informações que devem constar das embalagens variam a depender do tipo de produto a ser industrializado/comercializado. Exemplo clássico, podemos citar os produtos alimentícios, em suas embalagens, além das informações já mencionadas, deve haver acréscimo 22 sobre informações dos valores nutricionais do produto. Sendo assim o empreendedor deve buscar informações especificas sobre cada tipo de produto que pretende comercializar. C. Garantias Todas as empresas vendedoras são legalmente responsáveis pela satisfação das expectativas normais ou razoáveis dos compradores. Garantias de funcionamento são declarações formais feitas pelo fabricante relacionadas ao desempenho esperado do produto. Produtos que estejam na garantia podem ser devolvidos ao fabricante ou encaminhados a uma assistência técnica para que sejam consertados, trocados ou para que o comprador seja reembolsado. Garantias de funcionamento, tanto as expressas claramente como as implícitas, são obrigatórias por lei. Muitas empresas oferecem garantias gerais ou específicas, Empresas como a Procter & Gamble prometem satisfação geral ou completa, sem entrar em mais detalhes: “Se você não estiver satisfeito por qualquer motivo, devolva o produto para que possamos trocá-lo ou devolver seu dinheiro”. Outras empresas oferecem garantias específicas e, em alguns casos, promessas extraordinárias: • A divisão de automóveis Saturn da General Motors aceita a devolução de um carro n prazo de 30 dias se o comprador não estiver satisfeito. • A rede de hotéis Hampton inn garante uma noite agradável, do contrário o cliente não precisa pagar. • A A.T Cross oferece garantia para suas canetas e lapiseiras por toda a vida. Se necessário, o cliente envia a caneta por correio para a A.T Cross (envelopes são fornecidos em lojas que vendem os instrumentos de escrita da Cross), e a caneta é consertada ou trocada gratuitamente. • A Federal Express conquistou seu lugar na mente e no coração de muitas pessoas prometendo entrega no dia seguinte “sem falta, até às 10h30 da manhã”. 23 5. COMUNICAÇÃO. Comunicação: todas as tarefas de comunicação que visam promover o consumo do produto ou serviço, promoção de vendas, publicidade, força de vendas, relações públicas, marketing direto, propaganda, etc. Os quatro fatores do mix de marketing estão inter-relacionados, decisões em uma área afetam ações em outra. Para ilustrar, o projeto de um mix de marketing certamente é afetado pelo fato de a empresa escolher competir com base no preço ou em um ou mais fatores. Quando uma empresa depende do preço como ferramenta competitiva primária, os outros fatores devem ser desenhados para dar suporte a uma estratégia de preço agressiva. Por exemplo, a campanha promocional provavelmente será construída em torno de um tema de “preços baixos, baixos”. Em uma concorrência fora da área de preço, entretanto, as estratégias de produto, distribuição e/ou promoção vêm na frente. Por exemplo, o produto deve ter características que justifiquem um preço mais alto, e a promoção deve criar uma imagem de alta qualidade para o produto. Alguns profissionais de marketing, como as organizações de negócios, querem usar o marketing para influenciar a escolha da marca e a compra, enquanto outros, como as organizações de saúde e o governo, utilizam a "desmarquetização" para convencer as pessoas a parar de fumar ou a praticar sexo seguro. Nesses casos, os consumidores são receptáculos de tentativas de influência. Essa perspectiva de influência do consumidor é a preocupação de muitos, incluindo aqueles ligados ao marketing, à educação e à proteção do consumidor. O comportamento do consumidor inclui ainda o estudo dos consumidores como fontes de influência nas organizações. Em vez de influenciar os consumidores, as organizações eficazes têm adotado uma proposta de marketing total em relação ao desenvolvimento de produtos, inovação, pesquisa e comunicação. Por procurar os métodos que permitem aos consumidores influenciar a organização em relação a produtos, preços, promoções e operações que interessam aos consumidores, as organizações mais facilmente vão satisfazê-los, criando fidelidade à marca e aumentando o faturamento. As empresas do século XXI orientadas para o marketing vão focar mais em permitir que os consumidores as influenciem do que em como elas podem influenciar os consumidores. 24 6. PÓS VENDA / RELACIONAMENTO Manter um bom cliente hoje exige muito jogo de cintura. A qualidade, o bom atendimento e o cumprimento de prazos deixaram de ser os diferenciais de concorrência. A redução da diferenciação entre os produtos fez com que hoje as empresas procurassem uma nova forma de comunicar sua marca e seu produto. É aceitar ou estar fora do mercado – e pior, fora da preferência do consumidor. Como fazer então para se mantiver competitiva com tanta empresa boa como sua concorrente? Uma das armas de diferenciação mais fortes hoje do mercado é o pós-venda, que deve ser encarado com seriedade porque, cada vez mais, o serviço é um elemento de fidelização dos clientes e certamente os impede de comparar seu serviço ao de outra empresa. “Nunca foi tão importante manter um bom relacionamento com os clientes como agora” A. Como realizar o pós-venda? Diversas formas de pós-venda podem ser adotadas dependendo da necessidade de seu cliente e do produto/serviço oferecido pela sua empresa. Grandes empresas que comercializam seus produtos em nível nacional utilizam-se de diversas formas de atendimento ao cliente, mas a principal ferramenta é a terceirização de centrais de telemarketing. Neste serviço, o cliente entra em contato através de um número de discagem gratuita (0800) e o atendimento presta as informações solicitadas. Portais de autoatendimento no próprio site da empresa na internet também são boas ferramentas de relacionamento com o cliente e não está restrita às empresas de grande ou pequeno porte. A vantagem é o baixo custo e a eficácia. Quando a venda é realizada através de representantes o contato pessoal é fundamental, nesse caso o pós-venda pode ser realizado a cada nova visita, ou mesmo com o envio de material promocional e mala-direta, o que sempre enaltece o cliente. 25 B. Dicas para encantar seu cliente com ações de pós-venda Para se diferenciar de seus concorrentes, a empresa pode fazer uma série de ações para melhorar o relacionamento com seu cliente. Em alguns casos, para empresas de grande porte, sugere-se a criação de um departamento exclusivo para acompanhamento de clientes no período pós- venda. Confira algumas dicas de como fazer com que seu cliente sinta cada vez mais segurança de ter comprado de sua empresa e que sempre solicite seus serviços: • Ofereça a maior vantagem possível em relação a custo x benefício. Os clientes, cada vez mais, querem fazer valer o dinheiro que empregaram. Criar valor para o cliente significa garantir sua satisfação, e garantir a satisfação do cliente é o mesmo que evitar problemas e conquistar um cliente fiel. • A disponibilização de profissionaispara o pós-venda é essencial. Realize treinamentos constantes tanto com a equipe de vendas quanto com o atendimento aos clientes. • Ofereça sempre o melhor apoio pós-venda para seus clientes. Isso impede que eles comparem o serviço prestado pela sua empresa com o da concorrência. Em muitos casos, uma má assistência pós-venda frente a uma boa propaganda da concorrência acaba fazendo o cliente optar por trocar de fornecedor; • Mantenha o cadastro de clientes sempre atualizado. Quando a empresa toma a iniciativa de entrar em contato com o cliente, ele se sente especial e aumenta o nível de satisfação com a empresa e o serviço. Costuma- se enviar catálogos de ofertas e malas-diretas neste caso. 26 7. Agências de Propaganda, Feiras e eventos. A agência de propaganda é a empresa que domina as técnicas de comunicação, propaganda, merchandising, feiras, eventos e toda forma de comunicação de produtos e serviços. Conhecem de mercado e são especializados em buscar informações que possam ajudar seus clientes. A Lei 4.860, de 18 de julho de 1965, regulamentou o exercício da profissão de publicitário em nosso país e utiliza esses dois termos sem distingui-los. Começa por definir como publicitários aqueles que exercem funções de natureza técnica da especialidade nas agências de propaganda; define ainda agência de propaganda como aquela pessoa jurídica especializada na arte e técnica da publicidade. De todos os conceitos, tiramos as seguintes conclusões: A. Que publicidade é um meio de tornar conhecido um produto, um serviço ou uma firma; B. Que seu objetivo é despertar na massa consumidora o desejo pela coisa anunciada, ou criar prestígio ao anunciante; C. Que faz isso abertamente, sem encobrir o nome e intenções do anunciante; D. Que os anúncios são matérias pagas. A publicidade é, sobretudo, um grande meio de comunicação com a massa. É paga com a finalidade de fornecer informações, desenvolver atitudes e provocar ações benéficas para o anunciante, geralmente para vender seus produtos e serviços. A propaganda serve para realizar tarefas da comunicação de massa com economia, velocidade e volume maiores que os obtidos através de quaisquer outros meios. Se entendermos o verbo vender num sentido amplo, generoso, de levar aos outros a mensagem capaz de interessá-los em determinada ação, a finalidade principal da propaganda, então, é vender. Ao convencer os pais da necessidade de vacinar seus filhos, a propaganda vende a ideia preservadora da saúde infantil. Quando aponta os proveitos do pagamento de impostos, vende uma noção que favorece o contribuinte e a coletividade. Não devemos 27 cair no excesso de pensar que apenas a propaganda pode vender determinada mercadoria. Ela ajuda, estimula, motiva a venda. Mas sem os demais fatores essenciais: qualidade do artigo, apresentação atraente, facilidade de distribuição, condições de preço entre outros, seria insensato pensar que a mensagem publicitária alcançaria os objetivos desejados. Só poderia estar ao lado dos opositores da propaganda, apregoando que os gastos são dispensáveis ou onerosos, quem não conhece sua função e seus efeitos no mundo moderno. Sem a propaganda não teria havido a possibilidade de consumo estável que determinou a produção em série, cujo segredo é produzir em grandes quantidades, a fim de reduzir os custos unitários. Assim, o que se gasta com a propaganda é apenas uma fração mínima do que se teria que gastar por unidade fabricada, não fosse à produção em série. A publicidade acaba por ser a força motriz do sistema capitalista vigente em que o consumo é ato vital e o capital lucrado é combustível. Resumindo: a propaganda é fonte de economia para os produtores e de benefícios para os consumidores. Sem ela, o custo de venda seria alto, pois se somaria ao custo de fabricação. Mas os benefícios da propaganda não são só econômicos. A liberdade de imprensa é resultante dela e da sua ação democrática. Sem a receita dos anúncios, nem os jornais, nem as rádios ou televisões poderiam recrear os leitores e ouvintes como o fazem. Ela é também importante fator como esteio do regime democrático. Suprima-se a propaganda e desaparecerá a liberdade de imprensa que conhecemos. É pela propaganda que subsidiam os órgãos de divulgação dos mais variados matizes. Graças a ela, opiniões diversas são emitidas, permitindo o confronto e a análise que precede a seleção dos melhores. A publicidade é, portanto, uma das maiores forças da atualidade. É a grande energia que impulsiona o desenvolvimento industrial, o crescimento do comércio e todas as outras atividades que se ligam direta ou indiretamente ao consumo seja de produtos, serviços ou ideias. Também tem grande importância na sugestão e orientação política e religiosa da humanidade. Cria estados de oposição, revoluciona os métodos, difunde aquilo que é mais conveniente, novo ou econômico para a comunidade ajudando na resolução de suas apetências e necessidades. 28 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. A. BIBLIOGRAFIA BÁSICA URDAN, F. T, URDAN, A. T; Gestão do Composto de Marketing: Visão Integrada de Produto, Preço, Distribuição e Comunicação. Estratégias para empresas brasileiras. Casos e aplicações; 1. Ed; Atlas; 2006. LAS CASAS, A. L; Marketing de Serviços; 4. ed: Atlas; 2006. PARENTE, J; WOOD, T. Jr; Gestão Empresarial: Estratégias de Marketing; 1 ed. Atlas; 2003. B. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR COBRA, M; Marketing Básico; 4. ed; Atlas; 1997. CHURCHILL JR, Gilbert A., PETER, J. Paul. Marketing Criando Valor para os Clientes. São Paulo, Ed Saraiva, 2005. FERREL, O. C.; HARTLINE, Michael D. Estratégia de Marketing. São Paulo: Thomson, 2005. (Capítulo 08: Estratégia de Precificação, p.216- 247). KOTLER, P; Administração de Marketing: Análise, Planejamento, Implementação e Controle; 5.ed; Atlas; 1998. KOTLER, P; KOTLER, K.L; Administração de Marketing: A bíblia do marketing; 12. ed; Pearson Prentice Hall. São Paulo; 2000. MENEZES, Luís Cesar de Moura. Gestão de Projetos. 3º Edição. Editora Atlas, 2009. MOREIRA, PASQUALE, DUBNER. Dicionário de Termos de Marketing. Editora Atlas, 1999. PARENTE, J. Varejo no Brasil: Gestão e estratégia. 7º Edição. Editora Atlas, 2000. PORTER, E.M; Estratégia Competitiva: Técnicas para análise de indústrias e da concorrência; 12º Edição. Editora Elsevier; 2004. ROZENFELD, Henrique et. al. Gestão de desenvolvimento de Produtos. 1º edição. Editora Saraiva 2005. SAMARA, Beatriz Santos, BARROS, J. Carlos. Pesquisa de Marketing: Conceitos e Metodologia. TADEU, Cruz. Sistemas de Informações Gerenciais. 3º Edição. Editora Atlas. 2003.
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