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1 T a i s e C a l i x t o G o n ç a l v e s T a i s e C a l i x t o G o n ç a l v e s VASCULARIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO O cérebro precisa de muito sangue para manter sua atividade metabólica que é muito alta. 10 segundos sem sangue já podem provocar sofrimento celular, sendo que com 3 a 5 minutos, dependendo do indivíduo, já pode existir um dano irreversível. As áreas mais novas, como as áreas corticais, são muito mais suscetíveis a essa falta de sangue do que as áreas mais antigas, como por exemplo o bulbo. Apesar do cérebro ser correspondente a apenas 2% do nosso peso, ele recebe 20% do O2 e 15% do fluxo sanguíneo. O fluxo sanguíneo cerebral é dependente de 3 variáveis: FLUXO = PA (pressão arterial) - PV (pressão venosa) /RCV (resistência cerebrovascular) A pressão arterial depende de vários fatores, não apenas cerebrais. Mas o cérebro consegue regular a RCV das artérias e veias do cérebro (resistência da parede do vaso, calibre e PIC). O fluxo é maior nas áreas mais ativas. Toda vez que você tem um metabolismo alto, você tem uma grande produção de gás carbônico que faz vasodilatação e aumenta o fluxo sanguíneo. Além do gás carbônico, o óxido nítrico também é uma substância bastante utilizada para isso. Além do fluxo sanguíneo, também é importante levar em consideração com que pressão esse sangue chega ao cérebro --> PPC (pressão de perfusão cerebral) = PAM (pressão arterial média) - PIC (pressão intracraniana). Se há um trauma ou alguma situação que aumente a PIC, vai ser preciso elevar a PAM para conseguir manter a PPC. PAM = (PS + 2PD) /3 VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL O cérebro é vascularizado por uma circulação anterior (carótida interna) e posterior (vertebrais). Essas duas circulações se comunicam através do polígono de Willis. As artérias cerebrais são muito mais propensas a hemorragias porque sua camada muscular é muito menos desenvolvida, mas por outro lado elas tem a parte elástica bem desenvolvida, para tentar diminuir a percussão da pulsação no parênquima cerebral. É preciso lembrar que as artérias 2 T a i s e C a l i x t o G o n ç a l v e s T a i s e C a l i x t o G o n ç a l v e s estão em íntimo contato com o parênquima cerebral e justamente essa pulsação contínua pode causar algum tipo de lesão. Para evitar isso, as artérias correm nos espaços perivasculares (pia-máter com líquor ao redor dos vasos) e possuem a camada elástica mais desenvolvida. Carótida Interna Ramo da carótida comum bifurcação na região cervical Não dá ramos no pescoço Percorre a região cervical e entra no crânio pelo canal carotídeo penetra no interior do seio cavernoso e forma uma curva (sifão carotídeo) ao sair do seio cavernoso, penetra na dura- máter e começa a dar seus ramos importantes Dá 3 ramos importantes antes de se bifurcar: Artéria oftálmica vasculariza as estruturas do globo ocular Artéria comunicante posterior comunica a circulação anterior com a cerebral posterior (ramo da basilar) Artéria coroidea anterior penetra no plexo coroide passando pelo corno temporal do ventrículo lateral. Sempre está abaixo do trato óptico vasculariza a cápsula interna A bifurcação da carótida ocorre exatamente na altura da substância perfurada anterior (final do trato olfatório) Artéria cerebral média vasculariza a parte lateral Artéria cerebral anterior vasculariza a parte medial e superior até o sulco parietoccipital Vertebral Ramo da artéria subclávia Penetra nos forames transversos das vértebras cervicais e entra no crânio pelo forame magno Se situam a frente a medula e do bulbo Dá 3 ramos principais antes de formar a basilar: PICA (Artéria Cerebelar Posteroinferior) vasculariza a porção posterolateral do bulbo e do cerebelo Sd. de Wallenberg 2 Artérias espinhais anteriores se unem na linha média e formam uma só corre na fissura mediana anterior, que vai desde a região cervical até o final da medula 2 Artérias espinhais posteriores correm nos sulcos laterais posteriores até a região terminal inferior da medula Se une com a contralateral formando a basilar, que fica no sulco basilar na ponte AICA (Artéria Cerebelar Anteroinferior) Artéria Labiríntica penetra no meato acústico interno junto com o VII e o VIII vasculariza o VIII lesão: surdez completa e irreversível Ramos pontinos Artéria Cerebelar Superior A basilar se bifurcar em cerebral posterior contorna o tronco cerebral, posterior e vai para o sulco calcarino, vascularizando occipital e base Entre a cerebral posterior e a cerebelar superior sempre vai estar o III Polígono de Willis Formado pelas cerebrais anteriores que se unem pela comunicante anterior, cerebrais médias, comunicante posterior e cerebrais posteriores Está na base do cérebro Quando as artérias vão acabando, elas vão dar os ramos corticais, mas existem estruturas da profundidade do cérebro que também precisam ser vascularizadas. Para isso existem os 3 T a i s e C a l i x t o G o n ç a l v e s T a i s e C a l i x t o G o n ç a l v e s chamados ramos centrais, que são as artérias perfurantes que penetram no cérebro através da substância perfurada Substância perfurada anterior entrada das artérias lenticuloestriadas vascularizam núcleo lentiforme e estriado Substância perfurada posterior entrada das artérias tálamoperfurantes vascularizam o tálamo TERRITÓRIO DE VASCULARIZAÇÃO Cerebral Anterior Ramo terminal da carótida interna Penetra na fissura inter-hemisférica, dá a volta no corpo caloso, se une pela comunicante anterior Vasculariza a parte média e superior até o sulco parietoccipital Na face lateral só pega a parte superior Na face medial pega quase tudo, com a exceção da parte superior Na face inferior pegar a parte medial do frontal (giro reto e trato olfatório) Abrange a área sensitiva e motora do membro inferior AVC: paresia e parestesia de membro inferior contralateral Cerebral média Sai da carótida interna e vai para a fissura Sylviana Vasculariza a face lateral frontal, parietal e o temporal na face lateral Na face medial só fica com a pontinha do temporal Na face inferior além da pontinha do temporal, ela pega a parte mais lateral do frontal basal que são os giros orbitários Abrange a área motora e sensitiva da face e membro superior Vasculariza a área de Broca e Wernicke AVC: paralisia facial central contralateral e uma paresia e anestesia de membro superior contralateral lado esquerdo (dominante): fala comprometimento da mácula Cerebral Posterior Contorna o tronco cerebral e vai para o sulco calcarino Na face lateral quase nada, só a pontinha do occipital Contorna o tronco cerebral base do temporal e lobo occipital AVC: Hemianopsia homônima contralateral que poupa a mácula Coroidea anterior Sai da carótida e vem lateral para o ventrículo Sempre segue o trato óptico Vasculariza a cápsula interna (trato corticonuclear, trato corticoespinhal, radiação talâmica e óptica) AVC: Síndrome dos 3 H's hemiplegia contralateral, hemianestesia contralateral e hemianopsia contralateral Como diferenciar clinicamente uma lesão da coroidea anterior de uma lesão da carótida interna bem na bifurcação da média e da anterior? A lesão da carótida não dá hemianopsia. 4 T a i s eC a l i x t o G o n ç a l v e s T a i s e C a l i x t o G o n ç a l v e s VASCULARIZAÇÃO VENOSA Geralmente não seguem as artérias Seios venosos são endotélio dentro das duas camadas da dura-máter: sagital superior sagital inferior que vira seio reto confluência dos seios seio occipital depois saem os seios transversos virão seios sigmoides desembocam na jugular entre esses existem os seios profundos: petroso superior e inferior e seio cavernoso Todas as veias do cérebro vão drenar para os seios Os seios do cérebro não têm camada vascular rompimento provoca grande sangramento A drenagem é feita principalmente pela pressão torácica negativa da inspiração, gravidade e pulsação das artérias Existem dois tipos de veias no cérebro Superficiais ficam na corticalidade o Cerebral média superficial o Superior o Inferior Profundas ficam na parte inter-hemisférica o Cerebrais internas ficam no teto do 3º ventrículo abaixo do fórnice ´ confluem para formar a veia cerebral magna (Galeno) o Veia cerebral magna fica abaixo da pineal e do esplênio do caloso junto com o seio sagital inferior formam o seio reto VASCULARIZAÇÃO MEDULAR Feita principalmente pela vertebral Artéria espinhal anterior na fissura anterior Artérias espinhais posteriores no sulco lateral posterior Artérias radiculares que correm junto com os nervos espinhais (ramos das artérias intercostais) BARREIRAS ENCEFÁLICAS As artérias do cérebro não apresentam fenestrações para que as substancias tóxicas não lesionem o parênquima cerebral. O endotélio desses vasos é extremamente fechado. Além disso ainda existem astrócitos "abraçando os vasos", impedindo a entrada de substâncias. Existem algumas regiões do cérebro que não podem ter barreira hematoencefálica porque elas precisam saber o que está acontecendo. Essas regiões são chamadas de órgãos circunventriculares porque ficam ao redor dos ventrículos. São regiões que ou secretam hormônios ou apresentam receptores para regular algumas funções básicas como por exemplo a osmolaridade sanguínea glândula pineal, eminência medial (onde se insere a hipófise), adenohipófise, órgãos subfornicial e vascular da lâmina terminal, área postrema
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