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www.alimentacaolegal.com 
 
 
ROTULAGEM DE ALIMENTOS FATIADOS NO LOCAL E VALIDADE DE 
PRODUTOS ABERTOS 
Por Profa.Dra. Cyllene de M.OC de Souza 
Dra em Ciência e Tecnologia de Alimentos (UFRRJ), 
Mestre em Vigilância Sanitária (INCQS-FIOCRUZ) 
Supervisora em Segurança Alimentar ABNT-NBR 15048 
Especialista em Saúde Pública 
Especialista em Biologia Parasitária 
 
Vamos para mais elucidações de dúvidas de leitores de vários locais do Brasil. 
A rotulagem de alimentos fracionados nos locais de venda e a validade de alimentos 
produzidos e após abertos tem gerado muitas dúvidas no dia-a-dia de muitos 
profissionais. Sugerimos que os leitores complementem este tema com os nossos livros 
que oferecem capítulos sobre o assunto: http://alimentacaolegal.loja2.com.br/ 
 
1- INTRODUÇÃO 
Rotulagem é toda inscrição, legenda, imagem ou toda matéria descritiva ou 
gráfica, escrita, impressa, estampada, gravada, gravada em relevo ou litografada ou 
colada sobre a embalagem do alimento. As informações obrigatórias são: 
• Denominação de venda do alimento 
• Lista de ingredientes (aditivos) 
• Conteúdos líquidos 
• Identificação da origem 
• Nome ou razão social e endereço do importador, no caso de 
alimentos importados 
• Identificação do Lote 
• Prazo de validade 
• Instruções sobre o preparo e uso do alimento quando necessário. 
• Cuidados de conservação 
• N° de registro no órgão competente 
• Informação nutricional 
A denominação de venda do alimento é o nome específico e não genérico que 
indica a verdadeira natureza e as características do alimento, exemplo: Amido de Milho. 
 
 
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Os aditivos devem ser declarados depois dos ingredientes. Deve constar a 
função principal e o nome completo ou n° INS ou ambos. 
Lote é o conjunto de produtos de um mesmo tipo, processados pelo mesmo 
fabricante ou fracionador, em um espaço de tempo determinado, sob condições 
essencialmente iguais. 
INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIAS 
CUIDADOS DE CONSERVAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIAS 
Informações nutricionais:RES. RDC 259/03 e 360/03 / EXCEÇÕES: 
• Alimentos com embalagem cuja superfície for inferior a 100cm2 
• Águas minerais e demais águas envasadas 
• bebidas alcoólicas 
• Especiarias 
• Vinagres 
• Sal 
• café. 
• Alimentos preparados e embalados em restaurantes e estabelecimentos comerciais (ex: 
sobremesas). 
• Produtos fracionados nos pontos de venda a varejo (queijos, presuntos) frutas, vegetais 
e carnes in natura. 
 
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Informações que devem constar nos rótulos: Responsável pela embalagem 
1 Produtor: 
• Nome completo 
• N° de identificação do produtor (no Paraná nº do CADPRO) 
• Endereço completo 
• Município /País de origem 
2 Cooperativa ou Associação de produtores: 
• Razão Social 
• CNPJ e Inscrição Estadual 
• N° do Cooperado ou Associado 
• Endereço completo 
• Município /País de origem 
 
3 Distribuidor ou Varejista: 
• Razão Social 
• CNPJ e Inscrição Estadual 
• Endereço completo 
• Município /País de origem 
• Produzido por: 
Colocar informações do responsável pela produção do produto (produtor ou 
cooperativa) ouN ° do fornecedor 
4 Supermercado, feira e sacolão: 
• Nome do Produtor ou Razão Social 
• CADPRO ou CNPJ e Inscrição Estadual 
• Endereço completo 
• Município /País de origem 
5 Produto unitizado – cumbucas ou bandejas: 
• A identificação do responsável pelo produto 
• As informações sobre o produto 
• Informação Nutricional 
 
 
 
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Como saber se o produto precisa apresentar informação nutricional? Todos os 
alimentos e bebidas produzidas, comercializados e embalados na ausência do cliente e 
pronto para oferta ao consumidor. 
Descrevemos todas as leis referentes a rotulagem em nosso livro“Aspectos 
Legais das Boas Práticas em Serviços de Alimentação, 2013” 
http://alimentacaolegal.loja2.com.br/. 
A falta de rotulagem correta pode levar aos estabelecimentos produtores e 
distribuidores de alimentos a serem advertidos ou até multados caso sejam encontradas 
irregularidades. O valor da multa pode variar de região para região. Existem 
supermercados grandes, tipo rede, que manipulam e acondicionam os produtos de 
maneira inadequada. 
A falta de uma informação no rótulo do alimento embalado pode causar 
problemas sérios ao consumidor. Exemplo disto, é o que não pode ingerir glúten, este 
precisa saber quais alimentos possuem a substância. 
As RDCs que regulamentam a rotulagem preceituam que todos os alimentos 
devem ser rotulados de acordo com as disposições dos itens das mesmas, ou seja, com 
todas as informações exigidas. 
Quanto à declaração da informação nutricional na rotulagem dos produtos de 
panificação, deverão ser seguidas as seguintes regras: 
a) Caso os produtos sejam fabricados e embalados em outro 
estabelecimento e oferecidos pré-embalados ao consumidor, o seu rótulo deverá 
conter a informação nutricional; 
b) Caso os produtos sejam fabricados no estabelecimento que os vende e 
pré-embalados na ausência do consumidor, o seu rótulo deverá conter a 
informação nutricional; e 
c) Caso os produtos sejam fabricados no estabelecimento que os vende e 
oferecidos ao consumidor sem embalagem ou com embalagem simples apenas para 
proteção, o seu rótulo (se houver) não precisará apresentar a informação nutricional. 
Para a rotulagem nutricional para produtos a granel e ou pesados à vista do 
consumidor, os dispositivos da Resolução 360 de 2003 não se aplicam aos produtos 
vendidos a granel e ou pesados à vista do consumidor. No entanto, caso haja interesse 
do fabricante, as informações nutricionais devem atender a referida Resolução. 
 
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Assim sendo, cartazes, folhetos, etiquetas ou outro formato apropriado podem ser 
utilizados para melhor esclarecimento do consumidor. 
Na tabela de informação nutricional constante do rótulo todos os nutrientes 
devem ser declarados com o mesmo tamanho de letra e destaque. Já para a informação 
nutricional nas embalagens de carne in natura refrigeradas ou não, pré-embaladas na 
ausência do cliente (indústria) e prontas para serem oferecidas diretamente ao 
consumidor devem apresentar rotulagem nutricional. 
Na declaração para informação nutricional nas embalagens de vegetais o 
subitem 10 do item 1 (Âmbito de Aplicação) da Resolução 360/03, determina que os 
vegetais pré-embalados na ausência do cliente (indústria) e prontos para serem 
oferecidos diretamente ao consumidor devem apresentar rotulagem nutricional. 
Não é permitido destacar algum nutriente fora da tabela de informação 
nutricional. A declaração da informação nutricional em formato diferente do previsto na 
Resolução RDC n. 360/2003 e de apenas parte da informação nutricional contraria os 
critérios de rotulagem nutricional estabelecidos na legislação, em especial ao item 3.4.1 
da Resolução RDC n. 360/2003, além de tornar a informação confusa ao consumidor, 
que pode não ler a informação nutricional completa. No entanto, ressaltamos que a 
empresa pode declarar a tabela nutricional no painel principal do rótulo, dando maior 
visibilidade às informações para os consumidores. A mesma deve obedecer ao disposto 
na Resolução RDC 360/2003. 
 
PRAZO DE VALIDADE 
O prazo de validade relaciona-se ao período de tempo no qual o produto ainda 
possui qualidade adequada para o consumo. Esta qualidade pode ser definida em função 
de vários aspectos, como sensoriais (cor, textura, suculência, etc), tecnológicos (pH, 
capacidade de retenção de água, etc), nutricionais(quantidade de gordura, perfil dos 
ácidos graxos, grau de oxidação, etc), sanitários (ausência de agentes contagiosos), 
ausência de resíduos físicos (antibióticos, hormônios, etc), dentre outros. A RDC n° 
259, de 20 de setembro de 2002, estabelece que o prazo de validade é informação 
obrigatória na rotulagem de alimentos, buscando assim garantir o consumo de alimentos 
de qualidade ainda adequada (Célia de Oliveira e Karen Vieira, UFRJ). 
 
 
 
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Existem legislações que impedem revalidar produto vencido, vide nosso 
livro“Aspectos Legais das Boas Práticas em Serviços de Alimentação, 2013” 
http://alimentacaolegal.loja2.com.br/. 
Muitos serviços de alimentação possuem certa dificuldade em validar seus 
produtos após as embalagens originais serem abertas e ainda dificuldades no momento 
de propor validade para os produtos que são produzidos no local. 
Após a abertura da embalagem original perde-se o prazo de validade informado 
pelo fornecedor. Segundo o Manual do Mesa Brasil do Sesc, produtos cujas embalagens 
foram abertas devem seguir as recomendações do fabricante ou os seguintes critérios de 
validade: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Já os produtos secos após serem abertos a validade máxima, é de 30 dias, não 
ultrapassando o prazo de validade indicado na embalagem. Entretanto para considerar e 
reproduzir em sua UAN todos estes prazos de validade aqui mencionados, as condições 
de higiene, manipulação, temperaturas de armazenamento devem ser compatíveis para 
conservação destes alimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O prazo de validade de alimentos não é estipulado pela Anvisa, cabendo ao 
próprio fabricante sua determinação (item 7 da Resolução CISA/MA/MS nº 10, de 31 
de julho de 1984). 
O fabricante somente se responsabiliza pela manutenção da segurança e 
propriedades características do produto dentro do prazo estipulado de vida útil declarada 
no rótulo, desta forma o prazo de validade da rotulagem do produto deve ser respeitado, 
ficando o consumo posterior, sob responsabilidade do consumidor. 
Inserir uma nova data de validade em alimentos constitui uma infração 
sanitária, nos termos da Lei n° 6437/77. Infração sanitária segunda a Lei 6437/77: 
“expor à venda ou entregar ao consumo produtos de interesse à saúde cujo prazo de 
validade tenha expirado ou apor-lhes novas datas, após expirado o prazo”. 
 
PRODUTOS FRACIONADOS NO LOCAL 
Os produtos fracionados podem ser embalados na presença ou ausência do 
consumidor. Quando forem embalados na ausência do consumidor, as informações 
obrigatórias devem constar no rótulo ou em etiqueta complementar. 
O fatiamento de presuntos é uma etapa crucial no controle da estabilidade 
microbiana desse alimento, pois, a superfície do cortador pode representar uma 
importante fonte de microrganismos deteriorantes ou patogênicos, o que pode 
ocasionar, ainda, a formação de biofi lme em sua superfície. 
Segundo Patrícia Baldino Moreira, 2012, apesar de existirem diversos fatores 
que influenciam a qualidade sensorial e a segurança de por exemplo, um produto cárneo 
fatiado, após revisão de literatura, não foram encontrados trabalhos científicos nem 
legislações que especifiquem a validade comercial de produto cárneo após o 
fatiamento. Isso é preocupante uma vez que cada estabelecimento fracionador é que 
determina, sem critérios científicos, a validade comercial dos produtos fatiados que 
ofertam aos consumidores. Este prazo varia entre os estabelecimentos e entre os 
diferentes produtos fatiados, o que pode gerar sérios riscos à saúde coletiva. Pois, nestes 
casos, não há garantia ao consumidor que esses alimentos estejam seguros ao consumo 
até o final da validade comercial. 
 
 
 
 
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Diversos fatores influenciam na redução da validade comercial dos produtos 
fatiados, como a excessiva manipulação e a maior superfície de contato com o oxigênio, 
favorecendo a oxidação lipídica e a contaminação do alimento por microorganismos 
aeróbios deteriorantes ou patogênicos. Para solucionar esses problemas, muitas 
indústrias comercializam produtos fatiados acondicionados em embalagens a vácuo ou 
em atmosfera modificada (BRESSAN et al., 2007) 
Segundo o Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de 
Alimentação, o prazo máximo de consumo do alimento preparado e conservado sob 
refrigeração a temperatura de 4°C, ou inferior, deve ser de cinco dias. Quando forem 
utilizadas temperaturas superiores a 4°C e inferiores a 5°C, o prazo de consumo deve 
ser reduzido, de forma a garantir as condições higiênico-sanitárias do alimento 
(BRASIL, 2004). Contudo, não há prazo comercial estabelecido especificamente para 
produtos fatiados em supermercados, padarias ou outros estabelecimentos comerciais. 
Se embalados na presença do consumidor, a RDC nº 259 / 2002 não estabelece 
a obrigatoriedade das informações constarem no rótulo ou em etiqueta complementar. 
Contudo, o Código de Defesa do Consumidor prescreve que essas informações deverão 
estar disponíveis ao consumidor, entetanto, torna-se complicado comprovar a 
veracidade dos prazos de validade estabelecidos nos produtos, principalmente aqueles 
vendidos fatiados por supermercados que burlam a lei. 
No caso dos frios, previamente fatiados, expostos à venda ao consumidor, tais 
características deixam de existir, pois o consumidor não dispõe de qualquer informação 
que identifique o produto, inclusive, o seu processo de produção, pois são excluídas 
todas as possibilidades do consumidor ou fiscalização ter conhecimento do setor 
produtivo (utensílios, armazenamento, manipulação e demoras inúteis), possibilitando a 
contaminação do produto. 
Segundo, MARANHO et al., 2004; FAI et al., 2007, o processo de fatiamento, 
as características intrínsecas do presunto e as condições de temperatura ra e estocagem 
após fatiamento tendem a reduzir a vida de prateleira destes alimentos, comprometendo 
não somente as características organolépticas e a aparência do produto, como também o 
tornando um fator de risco aos seus consumidores, visto que o presunto já se encontra 
pronto para o consumo, sendo, portanto, consumido sem nenhum tratamento térmico 
pós-processamento que possa reduzir sua microbiota presente. 
 
 
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De acordo com a RDC nº12 de janeiro de 2001 da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (ANVISA),os padrões microbiológicos para presuntos fatiados 
consistem em tolerância para amostra indicativa de Coliformes a 45° C/g de até 103 
NMP/g, Staphylococcus coagulase positiva de até 3 x 103 UFC/g, Clostridium Sulfito 
Redutor a 46° C de até 5 x 102 UFC/g e Salmonella sp. ausência total em 25 g 
(BRASIL, 2003) 
Os frios vendidos como peça inteira em supermercados em geral apresentam os 
maiores prazos de validade, seguidos pelos presuntos fatiados e embalados pelas 
indústrias. Os primeiros provavelmente em geral possuem maior validade cerca de 2 
meses por não serem submetidos ao processo de fatiamento, que os expõe a um maior 
risco de contaminação. Os frios fatiados e embalados pela indústria, apresentam 
diferenças entre as marcas reconhecidas no mercado, entre 1-5 meses. Essa diferença 
pode decorrer do processoprodutivo, do tipo de embalagem e do acondicionamento dos 
produtos. 
Segundo, José Oswaldo Corrêa, 2013 os embutidos e frios vendidos já fatiados 
devem estar em embalagens constando identificação do produto, informação sobre o 
fabricante e sobre o estabelecimento onde foram fatiados, data do fatiamento e prazo de 
validade, que deve ser de 5 (cinco) dias, nos termos do item 4.8.17, da Resolução RDC 
nº 216/04: “O prazo máximo de consumo do alimento preparado e conservado sob 
refrigeração a temperatura de 4ºC (quatro graus Celsius), ou inferior, deve ser de 5 
(cinco) dias. Quando forem utilizadas temperaturas superiores a 4ºC (quatro graus 
Celsius) e inferiores a 5ºC (cinco graus Celsius), o prazo máximo de consumo deve ser 
reduzido, de forma a garantir as condições higiênico-sanitárias do alimento preparado.” 
Já os alimentos resfriados, esses devem ser armazenados conforme os prazos 
de validade e nas temperaturas indicadas pelos fabricantes na rotulagem., desta forma 
não há qualquer argumento para que a empresa não cumpra o estabelecido pela 
Vigilância Sanitária, sob pena de ser autuado nos termos da Lei nº 6.437/77, ou seja, 
manipular alimentos contrariando a legislação vigente. A afirmação de que a empresa 
trabalha em sistema autosserviço tornando inviável o fatiamento dos frios no ato da 
compra, não serve para fundamentar qualquer impugnação, pois o autosserviço só 
trouxe vantagens para o empresário, dinamizou as vendas, eliminou vendedores, reduziu 
custos, e por conseqüência, aumentou os lucros. 
 
 
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O exposto torna-se veemente, pois a fiscalização sanitária PRECISA sim 
INTENSIFICAR E EXIGIR que frios sejam fatiados no ato da compra, pois o objetivo 
da fiscalização é o controle desses produtos em toda sua etapa, desde a produção até a 
mesa do consumidor, de forma a garantir a qualidade dos mesmos. 
Muitos supermercados apresentam frios fatiados e embalados pela indústria 
com prazo de validade do produto fechado com cerca de 1 a 2 meses, sendo portanto 
maior em comparação ao fatiado e embalado pelo supermercado. A justificativa para 
isso pode ser atribuída a um processo produtivo e acondicionamanto com menores 
riscos de contaminação quando comparados àqueles realizados no supermercado. 
Os frios fatiados por alguns supermercados brasileiros apresentam somente as 
datas de embalagem e, portanto, o consumidor não tem como saber há quanto tempo o 
presunto foi fabricado, deixando margem para que o supermercado comercialize frios 
com prazo de validade vencida, prazo, este, determinado pela indústria produtora, que é 
quem estipula a data de embalagem e vencimento. Como o supermercado determina 
quanto tempo os frios permanecem adequados ao consumo? Uma vez que o que está 
escrito na embalagem das peças inteiras de presunto é que este deve ser consumido, 
GERALMENTE, em até 3 dias após aberto (Célia de Oliveira e Karen Vieira,2011). 
Célia de Oliveira e Karen Vieira,2011 ao analisarem marcas de presuntos e 
alguns supermercados, verificaram algumas diferenças entre os presuntos fatiados e 
embalados no tocante aos ingredientes. Onde os ingredientes eram iguais para ambas as 
marcas e dois supermercados sendo provável que o mercado utilizasse uma lista padrão 
de ingredientes contidos nos rótulos para todos as marcas. 
O consumidor precisa saber a data de fabricação pois há produtos que não 
apresentam a data de validade como data completa, o consumidor precisa calcular o 
prazo além de não saber quanto tempo está na prateleira do supermercado. A ausência 
do lote preocupa, pois este é usado para controle da empresa produtora, no caso de 
controle de qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
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HORTIFRUTICOLAS 
O rótulo deve conter as informações obrigatórias e pode conter informações 
não obrigatórias ou facultativas. 
Quando o produto não for beneficiado, o rótulo deve conter as seguintes 
informações obrigatórias: 
1. Nome do Produto; 
2. Nome do Produtor, seu endereço, Município, Estado e País (quando 
destinado ao exterior); 
3. Peso Líquido do Produto; 
4. Data de Embalamento. 
MODELO DE ROTULAGEM PARA PRODUTOR EQUIPARADO A 
EMPRESA 
Aplica-se ao Produtor, Embalador ou Empresa de Hortifrutícolas que fazem a 
classificação, segundo padrões de norma específica, o beneficiamento e embalamento 
do produto, e o expedem tanto para o mercado atacadista, quanto diretamente para o 
varejo. Este modelo é mais completo, e as informações devem estar inscritas, apostas, 
gravadas, coladas ou afixadas, através de etiquetas, carimbos, legendas ou estampas, e 
devem figurar em quaisquer tipos de embalagens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: http://www.hortibrasil.org.br/ 
 
 
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Em geral, os vegetais, quando armazenados em embalagens adequadas e 
mantidas à temperatura ideal, entre 0 e 5oC, apresentam um tempo de vida útil 
prolongado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural / FAO, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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“Está em fase de busca de aprovação o Projeto de lei do Senado que torna 
obrigatória a informação sobre o vencimento e o modo de conservação a partir da 
abertura da embalagem. De autoria da então senadora Rosalba Ciarlini, o projeto (PLS 
408/09) altera o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90) e está pronto para ser 
votado pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e 
Controle (CMA). 
Atualmente, além do Código, a Resolução RDC 259/02 da Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que todos os alimentos embalados na 
ausência do consumidor devem apresentar o prazo de validade. No entanto, não há uma 
determinação sobre informação específica a respeito do vencimento e da conservação 
do produto alimentício após a abertura da embalagem, embora vários fabricantes já 
exponham essa informação detalhada. 
De acordo com a RDC 259/02, apenas alguns tipos de alimentos não têm a 
obrigatoriedade de exibir a data de vencimento, como frutas e hortaliças frescas, vinhos, 
bebidas alcoólicas que contenham 10% ou mais de álcool em sua composição, produtos 
de panificação que sejam consumidos dentro de 24 horas e vinagre, entre outros. 
Em sua justificativa ao projeto, Rosalba Ciarlini afirma que nem todos os 
consumidores têm a noção de que, após aberta a embalagem, a validade do alimento fica 
muito reduzida. “Dessa forma, a pessoa mais desavisada está exposta ao risco de 
consumir um alimento fora das condições ideais. A consequência desse descuido pode 
causar prejuízo à saúde, desde uma indisposição leve a uma intoxicação alimentar mais 
grave”, argumenta a autora da proposta. 
O senador Ivo Cassol (PP-RO), relator do PLS 408/09, recomenda a aprovação. 
Para ele, muitos casos de intoxicação alimentar grave e até os mais leves podem ser 
evitados apenas com a obrigação de informar a data de validade do produto e o modo de 
conservação após a abertura da embalagem. 
“Atualmente, um consumidor pode adquirir o produto alimentício, de maneira 
consciente, consumir uma parte do produto e, por distração, não sabendo da validade 
depois da abertura da embalagem e do modo de conservação, desperdiçar o alimento ou, 
inclusive, ingeri-lo já em fase de deterioração”, afirmou o relator. 
 
 
 
 
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Se aprovado na CMA, o projeto deve seguir para a Câmara dos Deputados, a 
não ser que haja recurso para votação no Plenário do Senado” 
(http://www12.senado.gov.br/jornal/edicoes/2012/10/09/projeto-preve-informacao-sobre-validade-de-alimento-apos-abertura-da-embalagem). 
Esperemos que tal projeto seja assim aprovado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ALGUNS CASOS DE DESCASOS: 
1 – FONTE: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DE ANA CAROLINA DE 
LIMA SMITH, SÃO PAULO, 2010 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONLUSÃO 
A adoção do rótulo é uma exigência muito pequena, porém de grande impacto 
e complexidade, indutora de grandes e importantes mudanças da produção ao consumo, 
como: 
• Melhoria da qualidade e da segurança do alimento; 
• Melhoria do relacionamento comercial entre o produtor e o seu 
comprador; 
• Maior participação do produtor no preço final do produto; 
• Garantia de rastreabilidade, (parte dela, se enxergarmos os elos da 
cadeia como um todo); 
• Muitas outras grandes transformações tão necessárias à produção e 
comercialização de frutas e hortaliças frescas. 
 A fiscalização da identificação do responsável e do produto no rótulo é 
competência dos órgãos de Vigilância Sanitária federal, estadual e municipal. A 
fiscalização da rotulagem dos produtos vegetais é competência do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento com regulamentos técnicos de identidade e 
qualidade. O peso líquido é exigido pelo INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia 
e fiscalizado pelo IPEM -Instituto de Pesos e Medidas de cada estado. 
O Código de Proteção e Defesa do Consumidor Brasileiro, sancionado através 
da Lei n° 8.078 em 11 de setembro de 1990, em seu Artigo 6°, prevê que o consumidor 
tem direito a informação clara e adequada sobre os produtos adquiridos e também, a 
proteção contra publicidade enganosa e abusiva. Em alimentos, os rótulos são 
instrumentos para a transmissão de informações aos consumidores e para tal, precisam 
estar em acordo as legislações relacionadas vigentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONSULTA BIBLIOGRÁFICA 
 
BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, RDC nº 360 de 23 de dezembro de 
2003. 
 
BRASIL, Centro de Vigilância Sanitária de Secretaria da Saúde, Portaria nº 6 de 10 de 
março de 1999. 
 
BRASIL, Superintendência de Controle de Zoonoses, Vigilância e Fiscalização 
Sanitária – S/SCZ, Resolução SMG nº 554 de 13 de julho de 2001. 
 
CONCEIÇÃO, F. V. E. da.; GONÇALVES, É. C. B. de A. Avaliação da rotulagem 
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Higiene Alimentar, v. 21, n. 150, p.93, 2007. 
 
MAOFREDO, R. G. et al. Avaliações sensorial e da rotulagem, segundo a sua validade 
comercial, de frios fatiados no Rio de Janeiro e Duque de Caxias. Higiene Alimentar, v. 
21, n. 150, p.525-526, 2007. 
 
 
 
 
 
MARINS, B. R.; JACOB, S. do C.; TANCREDTI, R. C. P. A rotulagem de alimentos 
praticada pelo estabelecimento fracionador. Será que obedece a legislação vigente? 
Higiene Alimentar, v. 19, n. 137, p. 121-126, 2005. 
 
MOURA, R. L. Avaliação da rotulagem de presuntos fatiados comercializados na 
cidade de Quixadá-CE. Higiene Alimentar, v. 24, n. 180/181, p. 182-184, 2010. 
RIO DE JANEIRO, Secretaria Municipal de Governo. Resolução SMG nº 554 de 
13/07/2001. Determina itens obrigatórios na etiqueta de produtos perecíveis frios 
comercializados fora da embalagem original. Diário Oficial do Rio de Janeiro. 
 
www.alimentacaolegal.com 
 
 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). RDC nº 12 de 02 de 
Janeiro de 2001 
 
MARANHO, A. et al. Estudo da influência da temperatura na vida-de-prateleira de 
presunto fatiado. In.:CONGRESSO REGIONAL DE INICIAÇÃOCIENTIFICA E 
TECNOLÓGICA EM ENGENHARIA,14., 2004, Paran. Anais. Paran, 2004. p.432 
 
 
Com respeito e admiração: