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Direito Constitucional atividade 01

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SEÇÃO 1
SUA PETIÇÃO
Direito Constitucional
Sua causa!
Seção 1
Direito Constitucional
Olá, aluno! Empolgado para começar a colocar em prática seus 
conhecimentos de Direito Constitucional? No nosso Núcleo 
de Prática Jurídica Simulada com suporte em AVA vamos 
aprender a aliar o seu conhecimento teórico aos aspectos 
práticos do Direito Constitucional, o que lhe dará suporte 
necessário para enfrentar os desafi os que a vida profi ssional 
irá demandar. O que vamos aprender e rememorar aqui lhe 
acompanhará por toda a sua trajetória profi ssional, desde logo 
quando da realização do exame da Ordem dos Advogados do 
Brasil (OAB), por exemplo, ok? Daí você já tem a importância 
que nosso núcleo de prática enverga. 
Ao contrário do que possa sugerir em um primeiro momento, 
o Direito Constitucional está muito presente em nosso dia a 
dia, não apenas na teoria, mas na prática constante, conforme 
veremos. Por isso, aluno, mantenha-se atento e não desanime! 
O objetivo do nosso Núcleo de Prática é justamente lhe 
desafi ar e lhe tornar um exímio constitucionalista. 
Vamos então conhecer a sua causa? 
José Afonso é um jovem humilde que, em sua infância, passou 
por um drama pessoal: ainda em sua cidade natal, a pequena 
Caicó, no interior do Estado do CE, viu sua irmã convalescer 
de uma doença raríssima, mas tratável, por falta de medicação. 
Sem recursos para custear por conta própria o tratamento, 
2
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
 DIREITO CONSTITUCIONAL - SUA PETIÇÃO - SEÇÃO 1
somente coube à família a fé de que tudo melhoraria. Naquele 
momento, nasceu em José Afonso a vontade de construir sua 
vida no sentido de evitar que situações como essas voltassem 
a se repetir. Assim, depois de muito esforço pessoal, além de 
um bocado de “sorte” advinda da bondade do ser humano 
(teve a possibilidade de se agarrar nas oportunidades que lhe 
foram dadas pela vida), José Afonso ingressou no curso de 
graduação em Direito. Logo após, passou no concurso para 
ser estagiário da Defensoria Pública do Estado do Ceará. A 
vida, juntamente com todo o seu esforço, lhe brindou com 
a oportunidade de acompanhar e trabalhar pela defesa dos 
direitos dos mais necessitados. Era tudo o que José queria, e, 
como é de se imaginar, em razão do lema de vida que carrega 
consigo, é um estagiário muito engajado e proativo na maioria 
das causas que aparecem na Defensoria Pública do Estado 
do Ceará, procurando evitar que situações de injustiça e de 
prejuízo que venham a pesar, sobretudo, contra as pessoas 
hipossuficientes ou em vulnerabilidade.
Esse é o contexto em que você está inserido. Em cada seção 
acompanharemos demandas diversas que chegam até a 
Defensoria Pública de Caicó, às mãos de nosso personagem 
José Afonso, e você deverá, em cada uma delas, se colocar 
no lugar de advogado constitucionalista e imaginar qual 
a atuação correta para dirimir cada demanda através da 
elaboração da peça processual correspondente a cada caso. 
As situações apresentadas no decorrer de nossas atividades 
são casos práticos que possivelmente podem ser cobrados 
em seu Exame de Ordem, por isso fique atento!
Vamos então conhecer o nosso primeiro caso prático: logo 
na primeira semana de estágio, nosso personagem, José 
Afonso, foi deslocado para atuar em benefício de Magnólia, 
uma jovem moça de 24 anos, filha de pais humildes, que 
trabalha na roça na cidade de Caicó, desde os 10 anos de 
idade para ajudar no sustento da família. Há alguns meses ela 
sofre com graves e recorrentes infecções em seu organismo. 
33
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
Diante do agravamento do seu estado de saúde, Magnólia foi 
internada com urgência no hospital estadual da rede pública 
em Fortaleza, capital do Estado, onde foi submetida a diversos 
exames através dos quais foi diagnosticada como portadora 
de Lúpus, uma grave doença autoimune. Entretanto, após uma 
sensível melhora em seu quadro clínico, Magnólia recebeu 
alta, porém sem ter acesso a uma via do seu prontuário médico 
e demais informações necessárias para o andamento do seu 
tratamento, apenas lhe tendo sido dito que deveria fazer uso 
de medicação constante e estar sob supervisão médica. 
Como precisava das suas informações constantes no 
prontuário médico para poder dar prosseguimento ao seu 
tratamento, sem saber como proceder para obtê-las, a jovem 
procurou a Defensoria Pública para saber como proceder e 
foi atendida por nosso personagem José Afonso. Ao escutar 
os fatos narrados por Magnólia, José Afonso recomendou que 
ela voltasse ao Hospital para formalizar o requerimento da 
documentação, instruindo-a a fazer por escrito a solicitação 
junto à diretoria do hospital. 
Assim Magnólia procedeu, e poucos dias depois, recebeu a 
resposta de que não poderia ter acesso ao prontuário médico 
solicitado, pois eram informações técnicas de conhecimento 
e acesso restrito aos médicos do hospital. Depois de tomar 
conhecimento da resposta, Magnólia, preocupada pela 
ausência de qualquer documentação correspondente ao seu 
estado de saúde, o que compromete o prosseguimento do 
seu tratamento, retornou à Defensoria para informar o teor 
da resposta fornecida pela Diretoria do Hospital.
Agora imagine que você se formou, passou no Exame de 
Ordem e começou a exercer a advocacia, quando então se 
depara com um caso igual ao de Magnólia. Qual medida você 
adotaria para resguardar os direitos de sua cliente?
44
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
Agora é com você, advogado! Elabore a peça processual 
cabível na situação narrada, visando o acesso e obtenção de 
cópia da documentação hospitalar da assistida. Considere 
que a mesma tomou ciência da negativa das informações 
no dia 20/08/2017, e lembre que a situação ocorreu no 
hospital público estadual, da cidade de Caicó, Ceará. 
Fundamentando!
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
Os direitos fundamentais são frutos de evolução histórica 
da sociedade, e representam uma das maiores evoluções e 
conquistas do ser humano no mundo jurídico. O ilustre mestre 
Gomes Canotilho1 atenta para algumas das funções primordiais 
dos Direitos Fundamentais, explicando que, resumidamente, 
eles se destinam a:
• Promover a defesa da pessoa humana e da sua dignidade 
perante os poderes do Estado;
• Assegurar o direito do particular a obter algo através do 
Estado; 
• Impor ao Estado o dever de proteger o particular detentor de 
direitos fundamentais contra agressões de terceiros;
• Assegurar que o Estado trate os seus cidadãos como iguais. 
O Constituinte de 88, ao elaborar o texto constitucional, alocou 
alguns dos direitos fundamentais no Título II, classifi cando-os 
em grandes grupos: 
1 CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7º ed. 
Coimbra: Almedina, 2003. p. 407. 
55
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
• Direitos e deveres individuais e coletivos;
• Direitos sociais;
• Direitos de nacionalidade;
• Direitos políticos. 
Entretanto, aluno, apesar deste agrupamento é importante frisar 
que o STF, acompanhando o entendimento da doutrina maioritária 
mais atualizada, já consolidou o entendimento no sentido de que 
os direitos fundamentais não se restringem aos elencados no 
Título II da Constituição, podendo ser extraídos de outras partes 
do texto constitucional, inclusive de princípios constitucionais, 
bem como de tratados e convenções internacionais aos quais o 
Brasil tenha aderido, como se depreende da própria leitura do 
art. 5º, §2º da Constituição.
No que respeita à evolução dos direitos fundamentais, a maioria 
da doutrina o divide em “gerações” ou “dimensões”. Atualmente, 
o termo dimensão vem sendo mais utilizado. Pois bem, cada 
dimensão de direitos corresponde a um período histórico, no 
qual houve o nascimentodos respectivos direitos, vejamos: 
• Direitos fundamentais de primeira dimensão: compreende 
os direitos de liberdade e os direitos civis e políticos. 
Correspondem ao período compreendido entre os séculos 
XVII e XIX, e são fruto do pensamento liberal, e da força de 
oposição do indivíduo ao Estado.
• Direitos fundamentais de segunda dimensão: compreende 
os direitos sociais, culturais e econômicos. Correspondem ao 
período histórico da Revolução Industrial, a partir do séc. XIX, 
e acompanharam o surgimento do Estado Social e da ideia 
de bem-estar-social.
• Direitos fundamentais de terceira dimensão: correspondem 
aos direitos de solidariedade e fraternidade, como o direito ao 
meio ambiente equilibrado, o direito à paz, entre outros. São 
chamados de direitos “transindividuais”, porque transcendem 
a noção de proteção do indivíduo em si. Correspondem 
ao período de grande desenvolvimento e proliferação dos 
66
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
instrumentos de proteção dos direitos humanos após a 
Segunda Guerra mundial. 
A DEFENSORIA PÚBLICA
O art. 5º, LXXIV da Constituição Federal de 1988 dispõe que o 
Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita àqueles 
que comprovarem a insuficiência de recursos. Essa assistência 
está disposta na Constituição como um direito e garantia 
fundamental, o qual se concretiza justamente por meio da 
Defensoria Pública, que nos termos do art. 134, caput, da CF/88 
é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do 
Estado, tendo a incumbência, como expressão e instrumento do 
regime democrático, fundamentalmente: a orientação jurídica, 
a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os 
graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, 
de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do já 
mencionado inciso LXXIV do art. 5º.
É, portanto, uma Instituição que possui em sua essência o objetivo 
primordial de defesa dos direitos fundamentais, individuais e 
coletivos. Perceba, aluno, que a Defensoria Pública é uma carreira 
totalmente independente das demais indicadas na Constituição 
como funções essenciais à Justiça, não se confundindo com 
nenhuma outra carreira, como Ministério Público, advocacia, 
etc., sendo tão importante quanto elas. Ademais, as atividades 
do defensor público, conforme se infere da interpretação do 
dispositivo supracitado, não se limitam à atuação judicial, mas 
envolvem também atuações no plano extrajudicial, por exemplo, 
o acompanhamento de processos administrativos. É, como o 
próprio texto constitucional já diz, uma assistência integral. 
No que tange aos aspectos processuais, o Novo Código de 
Processo Civil, no Título VII, traz previsões específicas para a 
Defensoria Pública, nos seguintes termos (com destaques nossos):
“Art. 185. A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, 
a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos 
individuais e coletivos dos necessitados, em todos os graus, de 
forma integral e gratuita.
77
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para 
todas as suas manifestações processuais.
§ 1o O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor 
público, nos termos do art. 183, § 1o.
§ 2o A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a 
intimação pessoal da parte patrocinada quando o ato processual 
depender de providência ou informação que somente por ela 
possa ser realizada ou prestada.
§ 3o O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática 
jurídica das faculdades de Direito reconhecidas na forma da lei e 
às entidades que prestam assistência jurídica gratuita em razão 
de convênios firmados com a Defensoria Pública.
§ 4o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando 
a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para a 
Defensoria Pública.
Art. 187. O membro da Defensoria Pública será civil e 
regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude 
no exercício de suas funções.” 
Esses são, portanto, alguns aspectos gerais sobre os direitos 
fundamentais que precisamos relembrar nesta Seção para que 
você possa dar início ao seu trabalho. No decorrer das próximas 
seções vamos relembrando outros aspectos mais específicos 
sobre o assunto, ok? Mas isso não quer dizer que você poderá 
deixar de lado o que vimos aqui. Esta temática nos acompanhará 
no decorrer de todas as atividades. 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
O que são? 
São instrumentos jurídicos previstos expressamente na 
Constituição como meios idôneos de proteger os direitos mais 
básicos dos indivíduos, seus direitos fundamentais, por exemplo, 
a liberdade. Também visam evitar abusos de poder por parte de 
agentes públicos, e reprimir arbitrariedades perpetradas pelo 
Estado. São previstos constitucionalmente como garantias de 
todos os indivíduos, sendo, portanto, garantias fundamentais.
88
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
Sobre a distinção entre direitos e garantias, a doutrina ensina 
que os direitos são bens e vantagens descritos na norma 
constitucional, já as garantias são meios que visam assegurar 
o gozo e exercício pleno desses direitos, são verdadeiros 
instrumentos pelos quais se viabilizam os direitos. 
Quais são? 
• Habeas Corpus
• Previsão constitucional: art. 5º, LXVIII CRFB/88 - “conceder-
se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade 
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”, e art. 
142, §2º CRFB/88 - “Não caberá habeas corpus em relação a 
punições disciplinares militares”. 
• Objeto: ato ilegal ou mediante abuso de poder que ameace 
ou comprometa a liberdade de locomoção de indivíduo ou 
liberdade ambulatorial. (ex: prisão ilegal, condução coercitiva 
arbitrária ou ilegal, etc.)
• Finalidade: proteção do direito fundamental à liberdade de 
locomoção em face de ato ilegal ou abusivo.
• Legitimidade ativa: pode ser impetrado por qualquer pessoa em 
seu favor ou a favor de terceiro. O autor da ação é denominado de 
impetrante, a pessoa a favor de quem se impetra é denominada 
paciente (o qual pode ser o mesmo impetrante). Também pode 
ser impetrado pelo Ministério Público.
• Legitimidade passiva: é a pessoa (agente ou órgão) que 
pratica o ato de ameaça ou coação, denominada autoridade 
coatora.
• Requisitos formais: Não precisa ser assinado por advogado e 
não possui formalidade processual ou instrumental, podendo, 
por exemplo, ser escrita à mão em um guardanapo. Deve ser 
apreciada pela autoridade competente para o julgamento em 
caráter de urgência, e é essencialmente gratuita, conforme 
disciplina o art. 5º, LXXVII da CF/88: “são gratuitas as ações 
99
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos 
necessários ao exercício da cidadania”. Apesar disso, via de 
regra, na prática, o habeas corpus é impetrado pelo advogado 
(impetrante) em favor de seu cliente (paciente).
• Competência: A competência para o julgamento do 
habeas corpus será determinada, em regra, em função da 
autoridade coatora. Será competente para o julgamento 
da ação a autoridade judiciária imediatamente superior 
hierarquicamente da autoridade que cometeu o ato 
impugnado, por exemplo: habeas corpus impetrado contra 
ato de delegado da polícia estadual será julgado pelo juiz 
estadual de primeira instância; contra ato praticado por 
juiz de primeira instância será julgado pelo Tribunal, e 
assim por diante. Entretanto, existem alguns casos em que 
a competência é determinada pela própria Constituição 
observado o paciente, e não a autoridade coatora. Essas 
hipóteses estão previstas nos seguintes dispositivos da CF/: 
art. 102, I, “i” e II, “a”; art. 105, I, “c” e II, “a”;art. 108, I, “d” e II; 
art. 109, VII e art. 121, §§3º e 4º, V c/c art. 105, I “c”.
• Espécies: Pode ser repressivo ou liberatório, quando a 
constrição à liberdade já se consumou, ou preventivo, 
quando visa evitar que ela aconteça diante da ameaça. 
Entretanto, neste último caso, quando for preventivo é 
necessário que a ameaça seja real e reste comprovada 
robustamente pelo impetrante.
• Habeas Data
• Previsão constitucional: art. 5º, LXXII CRFB/88: “LXXII 
- conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o 
conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de 
entidades governamentais ou de caráter público; b) para 
a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo”.
• Objeto: ato que viola o direito de acesso à informação pessoal 
constante em registro ou banco de dados de órgãos públicos 
disciplinado pela Lei nº 9.507, de 12/11/1997. 
1010
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
• Finalidade: garantir o direito ao acesso à informação 
pessoal referente ao impetrante, e não a terceiros. Não 
se destina a garantir o direito a outro tipo de informações 
que não sejam pessoais e que não estejam em registros ou 
banco de dados públicos.
• Legitimidade ativa: qualquer pessoa física ou jurídica pode 
ajuizar habeas data para ter acesso a informações a seu 
respeito, pois é uma ação de caráter personalíssimo. 
• Legitimidade passiva: será a pessoa jurídica de caráter 
público, seja ela governamental ou privada, detentora 
das informações e que procedeu a recusa de acesso ao 
impetrante. O parágrafo único do art. 1º da Lei 9.507/97 
conceitua o que deve ser considerado como entidade 
de caráter público da seguinte forma: “Considera-se de 
caráter público todo registro ou banco de dados contendo 
informações que sejam ou que possam ser transmitidas 
a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão 
ou entidade produtora ou depositária das informações. 
Logo, entidades privadas como SPC e SERASA podem ser 
consideradas de caráter público, na forma do que dispõe o 
art. 43, §4º do Código do Consumidor. 
• Requisitos formais e materiais: A Lei 9.507/97 estabelece 
em seu art. 8º que a petição inicial do habeas data deverá 
preencher os requisitos dos arts. 319 a 321 do CPC/15, 
devendo ser apresentada em duas vias, e os documentos 
que instruírem a primeira serão reproduzidos por cópia na 
segunda. Deve ainda ser instruída, necessariamente, com 
prova da recusa ao acesso às informações, da retificação ou 
anotação; ou do decurso de mais de dez dias sem decisão do 
requerimento feito por escrito. Será essencialmente gratuito, 
na forma do art. 5º LXXVII da CF/88: “são gratuitas as ações 
de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos 
necessários ao exercício da cidadania”.
• Competência: De acordo com o art. 20 da Lei 9.507/97, o 
julgamento do habeas data compete:
I - originariamente:
1111
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da 
República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral 
da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de 
Estado ou do próprio Tribunal;
c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio 
Tribunal ou de juiz federal;
d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os 
casos de competência dos tribunais federais;
e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do 
Estado;
f) a juiz estadual, nos demais casos;
II - em grau de recurso:
a) ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão denegatória 
for proferida em única instância pelos Tribunais Superiores;
b) ao Superior Tribunal de Justiça, quando a decisão for proferida 
em única instância pelos Tribunais Regionais Federais;
c) aos Tribunais Regionais Federais, quando a decisão for 
proferida por juiz federal;
d) aos Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e Territórios, 
conforme dispuserem a respectiva Constituição e a lei que 
organizar a Justiça do Distrito Federal;
III - mediante recurso extraordinário ao Supremo Tribunal 
Federal, nos casos previstos na Constituição.
• Mandado de Injunção
• Previsão constitucional: art. 5º, LXXI: “conceder-se-á 
mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
1212
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
nacionalidade, à soberania e à cidadania”. Também possui 
regulamentação infraconstitucional pela Lei 13.300/2016.
• Objeto: inércia legislativa para elaborar normas 
regulamentadoras sem as quais o exercício de direitos 
fundamentais se torna inviável, também chamada de omissão 
legislativa.
• Finalidade: algumas normas constitucionais possuem 
eficácia limitada, precisando da edição de normas 
regulamentadoras infraconstitucionais para que produzam 
amplamente seus efeitos. O mandado de injunção visa 
combater a inércia legislativa diante da demora na edição 
da norma infraconstitucional necessária para o exercício de 
direitos fundamentais.
• Legitimidade ativa: as pessoas naturais ou jurídicas, titulares 
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania que 
necessitam da norma regulamentadora para serem exercidos 
em sua plenitude. (art. 3º da Lei 13.300/2016)
• Legitimidade passiva: o mandado de injunção deve ser 
impetrado contra a autoridade, órgão ou Poder responsável 
pela edição da norma regulamentadora. (art. 3º da Lei 
13.300/2016)
• Requisitos formais: Deve obedecer, assim como no habeas 
data, todos os requisitos estabelecidos pelo Código de 
Processo Civil para a petição inicial, conforme estabelece 
o art. 4o da Lei 13.300/2016 que regula o procedimento do 
mandando de injunção, nos seguintes termos: 
Art. 4º A petição inicial deverá preencher os requisitos 
estabelecidos pela lei processual e indicará, além do órgão 
impetrado, a pessoa jurídica que ele integra ou aquela a que 
está vinculado.
§ 1o Quando não for transmitida por meio eletrônico, a petição 
inicial e os documentos que a instruem serão acompanhados 
de tantas vias quantos forem os impetrados.
1313
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
§ 2o Quando o documento necessário à prova do alegado 
encontrar-se em repartição ou estabelecimento público, 
em poder de autoridade ou de terceiro, havendo recusa em 
fornecê-lo por certidão, no original, ou em cópia autêntica, será 
ordenada, a pedido do impetrante, a exibição do documento no 
prazo de 10 (dez) dias, devendo, nesse caso, ser juntada cópia à 
segunda via da petição.
§ 3o Se a recusa em fornecer o documento for do impetrado, a 
ordem será feita no próprio instrumento da notificação.
• Competência: Está prevista na Constituição Federal, nos arts. 
102, I, “q”, 102, II, “a”, 105, I, “h”, 121, § 4.o, V, e 125, § 1º.
• Mandado de segurança
• Previsão Constitucional: art. 5º, LXIX da CRFB/88: “conceder-
se-á mandado de segurança para proteger direito líquido 
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, 
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder 
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no 
exercício de atribuições do Poder Público.” Também possui 
regulamentação infraconstitucional pela Lei 12.016/2009.
• Objeto: ato ilegal ou de abuso de poder cometido por 
autoridade pública ou pessoa jurídica no exercício das 
atribuições do Poder Público que comprometa ou viole direito 
líquido e certo de indivíduo, o qual não possa ser amparado 
por habeas corpus ou habeas data.
• Finalidade:Garantir ou evitar a violação de direito líquido 
e certo de indivíduo. Por direito líquido e certo entende-
se que não precisa de uma dilação probatória, ou seja, o 
direito é evidente e demonstrado por prova pré-constituída, 
não precisando da fase de instrução processual para a sua 
constatação.
• Legitimidade Ativa: qualquer pessoa física ou jurídica 
detentora de direito líquido e certo ameaçado ou violado, é 
uma ação personalíssima.
• Legitimidade Passiva: é impetrado contra a autoridade pública 
1414
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
que comete o ato ilegal ou abusivo, chamada tecnicamente 
de autoridade coatora. (art. 1º, §1º da Lei 12.016/2009).
• Requisitos formais e materiais: O art. 5o da Lei 12.016/2009 
determina que não se concederá mandado de segurança 
quando se tratar: I - de ato do qual caiba recurso administrativo 
com efeito suspensivo, independentemente de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito 
suspensivo; III - de decisão judicial transitada em julgado. O 
art. 6o determina que a petição inicial deverá preencher os 
requisitos estabelecidos pela lei processual e indicará, além 
da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à 
qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições. O art. 
23 da Lei estabelece o prazo de 120 dias para a impetração 
do mandado de segurança, contados a partir da data em que 
o impetrante tomou conhecimento do ato impugnado.
• Competência: a competência para o julgamento do mandado 
de segurança é definida pela categoria e sede federal da 
autoridade coatora. Entretanto, a Constituição Federal possui 
algumas regras quanto à competência do STF no art. 102, I, 
“d”, e II, “a”.
ATENÇÃO! Cuidado para não confundir o mandando de 
segurança com o habeas data. Por exemplo, quando você estiver 
diante de um caso de recusa do fornecimento de certidões, não 
será o caso de habeas data, pois este remédio constitucional, 
como dito, visa garantir o direito ao acesso à informação pessoal; 
todos os outros tipos de informações, bem como de informações 
que não sejam de caráter pessoal devem ser assegurados por 
meio de mandado de segurança. Compreendido?
Existem outros remédios constitucionais de caráter coletivo e 
não individual, os quais estudaremos no momento oportuno, 
quando formos tratar da defesa de direitos difusos e coletivos. 
Não vamos misturar os assuntos, certo? Ademais, aqui iniciamos 
nossos trabalhos tratando dos aspectos mais abrangentes 
da temática, e em cada seção, quando for pertinente, iremos 
aprofundando o tema. Fique tranquilo que você está sendo 
muito bem preparado!
1515
 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 1NPJ 
Agora você já revisou o conteúdo base necessário para 
identificar a peça processual cabível para assegurar o direito 
de Magnólia, bem como seus requisitos processuais e a 
fundamentação legal a ser utilizada. Mãos à obra!
PRIMEIRA FASE! 
QUESTÃO 01
A Constituição Federal de 1988 prevê uma série de direitos e 
garantias fundamentais em seu Título II, classificando-os em 
diferentes grupos: direitos e deveres individuais e coletivos; 
direitos sociais; direitos de nacionalidade e direitos políticos. 
Dentre esses grupos encontram-se as também chamadas 
garantias constitucionais. 
Sobre as garantias constitucionais, é correto afirmar que: 
A) O mandado de segurança não pode ser impetrado por pessoas 
jurídicas;
B) O Habeas data se destina à proteção do direito líquido e certo 
à liberdade de locomoção;
C) O direito de petição e o direito de certidão são protegidos 
pelo Habeas data;
D) O Habeas data não pode ser impetrado para assegurar direitos 
de terceiros;
E) O Habeas corpus é uma ação personalíssima.
ALTERNATIVA CORRETA: D. Resolução comentada: O 
mandado de segurança pode ser impetrado tanto por pessoas 
físicas quanto jurídicas, desde que detentoras de direito líquido 
e certo. O habeas data se destina a garantir o direito ao acesso 
a informação pessoal constante de registro ou banco de dados 
público, o qual não deve ser confundido com o direito de 
petição e com o direito de certidão. O habeas corpus se destina 
à proteção do direito de locomoção e pode ser proposto em 
favor de terceiros, já o habeas data é uma ação personalíssima, 
só pode ser impetrada quando as informações solicitadas 
forem do próprio impetrante.
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QUESTÃO 02
O art. 5º, LXXII da CF/88 determina que conceder-se-á habeas 
data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas 
à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de 
dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) 
para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo. 
Sobre o conceito de registro ou banco de dados público dado 
pela Lei 9.507/97, assinale a alternativa correta: 
A) São considerados como registro e banco de dados públicos 
somente os órgãos da Administração Pública direta.
B) Também são considerados como registro e banco de dados 
públicos entidades privadas que contenham informações que 
sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não 
sejam de uso privativo do órgão ou entidade.
C) Toda entidade privada e pública que armazene informações 
pessoais pode ser considerada como registro ou banco de 
dados públicos.
D) Registro ou banco de dados público é aquele que é dirigido 
por autoridade pública. 
E) São considerados como registro e banco de dados públicos 
somente os órgãos da Administração Pública direta e indireta. 
ALTERNATIVA CORRETA: B. Resolução comentada: O Habeas 
data poderá ser impetrado contra pessoa jurídica de caráter 
público, seja ela governamental ou privada, detentora das 
informações e que procedeu a recusa de acesso ao impetrante. 
O parágrafo único do art. 1º da Lei 9.507/97 conceitua o que 
deve ser considerado como entidade de caráter público da 
seguinte forma: “Considera-se de caráter público todo registro 
ou banco de dados contendo informações que sejam ou que 
possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso 
privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das 
informações. Logo, entidades privadas como SPC e SERASA 
podem ser consideradas de caráter público, na forma do que 
dispõe o art. 43, §4º do Código do Consumidor.
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Vamos peticionar!
Para alcançar o seu objetivo e resolver a situação prática de forma 
acertada, fi que atento ao direito de Magnólia que foi violado. A 
sua identifi cação é imprescindível para que você encontre qual 
a medida judicial cabível. Veja também quem cometeu o ato 
que Magnólia pretende impugnar: quem negou as informações 
que sua cliente necessita? 
Vimos aqui diversas formas de assegurar a proteção de direitos 
fundamentais, você só precisa refl etir um pouco e raciocinar em 
cima do direito violado e do cabimento de cada uma das peças 
estudadas. Você tem o conhecimento necessário para tanto! 
Não esqueça de, na elaboração de sua peça, verifi car os 
requisitos formais da mesma: elaborar uma narrativa dos fatos 
coerente, em sequência cronológica, dando destaques para 
os fatos que compõem a causa de pedir da ação, ou seja, que 
ensejam o direito requerido. Fique atento também à composição 
do polo ativo e do polo passivo da demanda, ok? Lembrando 
que este último será de suma importância para a defi nição da 
competência para julgamento da ação, o que irá lhe ajudar a 
fazer o endereçamento correto de sua petição. Boa sorte!
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