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Trabalho História do Direito Multivix

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CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
Antônio Carlos P. Lobo
Patrick Kabitschke Ribeiro
Juliana Rodrigues de Jesus
Jean de Freitas Sena
Fernanda Lucas dos Santtos
HISTÓRIA DO DIREITO NO BRASIL:
BRASIL COLÔNIA, IMPÉRIO E REPÚBLICA
CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM – ES
2018
Antônio Carlos P. Lobo
Patrick Kabitschke Ribeiro
Juliana Rodrigues de Jesus
Jean de Freitas Sena
Fernanda Lucas dos Santtos
HISTÓRIA DO DIREITO NO BRASIL:
BRASIL COLÔNIA, IMPÉRIO E REPÚBLICA
Trabalho de História do Direito apresentado 
ao curso de Direito da Faculdade Multivix 
Cachoeiro de Itapemirim - ES
Orientadora: Profª. MSc. Ana Lucia Louzada Fernandes 
CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM – ES
2018
RESUMO
O presente trabalho propõe a fazer uma síntese sobre a “História do Direito no Brasil”: Brasil Colônia, Império e República para o Curso Superior de Direito da Faculdade Multivix – Cachoeiro de Itapemirim - Instituto de Ensino Superior do Espírito Santo. 
Para tanto, a História do Direito no Brasil pode ser analisada na perspectiva de três períodos históricos. O primeiro se inicia com a chegada dos europeus ao Brasil, passando cerca de três séculos no Período Colonial até o ano de 1822, com a independência do Brasil, quando foi estabelecido o Período Imperial. Este período durou até o ano de 1889. Em 1891 houve a instauração da República, forma de governo caracterizada pelo presidencialismo e o federalismo perdurando desde então. Após o apontamento de alguns movimentos sociais em busca de liberdade, igualdade e dignidade, o contexto histórico que deu forma ao direito brasileiro pode ser entendido, uma vez que este é fruto de transformações sociais, políticas, culturais e econômicas.
No decorrer dos anos, no Brasil, foi criada uma cultura jurídica para os brasileiros, mas isso nem sempre foi assim. Muitos anos após os colonizadores “acharem” o Brasil, o direito existente servia apenas aos interesses da Coroa Portuguesa. Apenas alguns séculos mais tarde o país conseguiu deixar de ser colônia e tornou-se independente. Isto somente ocorreu porque foi preciso romper com aquela cultura jurídica oriunda dos tempos coloniais brasileiros. 
Palavras-Chave: História do Brasil – Direito - Brasil Colônia – Brasil Império – Brasil República 
SUMÁRIO
1 - Definições iniciais. 
2 - O Brasil Colônia
3 – O Brasil Império
4 – O Brasil República
5 - Definições finais.
6 – Referências Bibliográficas.
1 - DEFINIÇÕES INICIAIS
O presente trabalho tem como finalidade a descrição dos períodos histórico-jurídicos Brasil Colônia, Brasil Império e Brasil República, no que diz respeito à História do Direito no Brasil, com o propósito de fazer uma análise de alguns fatos políticos e histórico-sociais para auxiliar a compreensão de alguns princípios aceitos socialmente durante o percurso da sociedade brasileira. Além disso, faz a análise dos principais acontecimentos históricos destes períodos, entre eles os movimentos insurrecionais.
Durante aproximadamente os quatro séculos seguintes à chegada dos portugueses ao Brasil, do início do século 16 até o final do 19, essas ordenações impuseram à sociedade uma forma de organização europeia que condicionou sua construção histórico-democrática. Recebeu ainda, a influência das Revoluções ocorridas nos séculos 18 e 19, como a Revolução Industrial (1750), a
Revolução Francesa (1789) e a Americana (1776). De igual modo, pretende-se apontar as ordenações do Reino de Portugal e sua relação com a Colônia, a passagem do período Imperial ao período Republicano, a ditadura e a evolução democrática do Estado de Direito brasileiro, sendo esta passível de ser identificada pelos apontamentos da História do Direito no Brasil, os quais revelam uma longa transformação social, oriunda de reivindicações sociais, políticas, econômicas e culturais que marcaram cada etapa do desenvolvimento da cultura jurídica e da participação democrática brasileira. Assim, é possível transcorrer os acontecimentos que influenciaram o acesso às liberdades e à cultura do povo brasileiro no decorrer da História do Brasil.
2 - BRASIL COLÔNIA
O Direito no Brasil Colonial se inicia em 1500 no descobrimento do Brasil; até o momento em que se declara à independência. O Direito no Brasil Colônia surgiu de forma imposta, e não cotidianamente em relações sociais.
Em 1530, chega ao Brasil a primeira expedição colonizadora, chefiada por Martim Afonso de Sousa. Foram concedidos a ele plenos poderes, tanto judiciais quanto policiais; assim como aos donatários das capitanias hereditárias, que também gozavam dos mesmos poderes. Devido a abusos nas funções judiciais que alguns cometiam, houve uma estruturação do judiciário (que se iniciou em 1549, com a instalação do Governo-Geral, por Tomé de Sousa). Junto com o Governador-Geral veio o Desembargador Pero Borges, que desempenhou a função de administrador da Justiça, no cargo de Ouvidor-Geral.
Nos primeiros períodos da colonização brasileira 1520 a 1549, foram adotadas um regime conhecido por Cartas de Doação e Cartas de Foral. 
A Carta de Doação era um documento da Coroa Portuguesa pelo qual esta fazia a concessão de uma capitania e dos seus direitos sobre ela, a um capitão donatário. A Coroa tinha particular interesse nos forais porque estes funcionavam como fontes. Esse documento estabelecia os limites geográficos da capitania e proibia o comércio das suas terras, aceitando a transferência territorial apenas por hereditariedade; regulamentava os limites das capitanias; dava jurisdição civil e criminal sobre a área da capitania.
A Carta de Foral foi um documento real utilizado em Portugal no seu antigo império colonial, que visava estabelecer um Concelho e regular a sua administração, limites e privilégios. Tratava principalmente dos tributos a serem pagos a coroa, pelos colonizadores ou aqueles que ficavam isentos do mesmo. O Foral tornava um concelho livre do controle feudal, transferindo o poder para um concelho de vizinhos, com a sua própria autonomia municipal. Por conseguinte, a população ficava direta e exclusivamente sob o domínio e jurisdição da Coroa, excluindo o senhor feudal da hierarquia do poder.
Devido aos resultados insatisfatórios da Carta de Doação e pelos Forais, a Coroa Portuguesa decidiu estabelecer um Governo geral no território brasileiro, com a missão de restabelecer o domínio português sobre toda a extensão da colônia e defender os estabelecimentos lusitanos, tanto dos corsários franceses quanto dos índios hostis.
Leis que vigoraram no Brasil Colônia;
Ordenações Afonsinas - 1500 até 1521;
Ordenações Manuelinas – 1521 até 1568;
Código Sebastiânico – 1569 a 1594;
Ordenações Filipinas – 1595-1822.
As Ordenações Afonsinas - São as primeiras leis oficiais promulgada no Brasil Colônia, publicadas em 1446, constituíam uma espécie de código de leis e outras fontes jurídicas e que reunia toda a legislação em vigor na altura. Com a publicação das Ordenações Afonsinas, as leis tornaram-se uniformes para todo o país impedindo, desta forma, os abusos praticados pela nobreza no que respeita à sua interpretação, permitindo ao rei amplificar a sua política centralizadora.
As Ordenações Manuelinas - Com este nome se designa a nova codificação que D. Manuel I promulgou, em 1521, para substituir as Ordenações Afonsinas. Para explicar esta decisão do rei apontam-se dois motivos fundamentais: a descoberta da imprensa e a necessidade de correção e atualização das normas, assim como a modernização do estilo afonsino. 
Código Sebastiânico - Refere-se o processo de lei criado por Duarte Nunes de Leão no reinado D. Sebastião 1569 . Esse novo processo de lei teve seis aspectos importantes.
1 - Dos Ofícios e Regimentos dos Oficiais;
2 - Das Jurisdições e Privilégios;
3 - Das CoisasJudiciais;
4 - Dos Delitos, dos Atos Ilícitos e das Contravenções;
5 - Da Fazenda Real;
6 - Das Coisas Extraordinárias.
Ordenações Filipinas – Esta ordenação seguiu as ideia jurídicas anteriores a ela, esse novo processo de lei elaborado por D. Filipe I e continuou no governo de Filipe II. Mas o destaque na área jurídica vai para o Marquês de Pombal, com a criação da Lei da Boa Razão de 1769. É esta a razão por que D. João IV as volta a ratificar em 1643, através da qual se fixaram os limites de aplicação subsidiária do Direito Romano em Portugal. Serviu para elucidar a regra de aplicação do Direito Romano em Portugal. 
3 - BRASIL IMPÉRIO 
O Brasil Império teve inicio no ano de 1822 que durou até 15 de Novembro de 1889, “inicio a independência do Brasil”. Reuniu uma série de acontecimentos decisivos para a História do Brasil, com mudanças econômicas e sociais, foi um momento de grandes ideias libertárias e de formação de uma identidade, que precedeu a atual República Federativa do Brasil e teve como sistema político a monarquia parlamentar constitucional.
Convocou-se a Assembleia Constituinte em três de junho de 1822, com o objetivo de preparar o contexto da proclamação de independência. Foram excluídos do direito de voto grande parte da população brasileira e ordenou-se uma perseguição a todos que estivessem tramando contra a ordem pública, estabeleceu a censura à imprensa por decreto. Para poder continuar existindo teve que obedecer às ordens do Imperador. Assim, ficaram abertos apenas os jornais, os principais meios de propagação de ideias, que estivessem de acordo com os interesses de D. Pedro, sendo dessa forma designada por muitos como “constituinte consentia”.
Em três de maio de 1823, a assembleia constituinte, composta por 23 bacharéis em direito, 7 cânones, 22 desembargadores, 13 cérios, entre eles um bispo e 7 militares instalou-se no Rio de Janeiro. Foi preparado então o anteprojeto constitucional, em setembro de 1823, quando foi discutido pelos constituinte. Com 272 artigos, pensando na situação política do momento, a presença de tropas portuguesas na Bahia ainda recordava o perigo da independência ser apenas um incidente. Assim, sugeria a restrição na participação de estrangeiros na vida política nacional, a preocupação visava fundamentalmente os portugueses, desconfiado em estar trazendo graves perigos à nação, D. Pedro fechou a Assembleia Constituinte e nomeou uma comissão de sua confiança para a elaboração da constituição.
Assim, sugeria quatro poderes; o executivo; o legislativo; e, o judiciário e ainda, o poder moderador. Cabia à função de conciliar os demais poderes e era exercido exclusivamente pelo Imperador. Tal poder rompe totalmente com o princípio de independência dos poderes e o objetivo de limitação de poder do governante.
O Império do Brasil foi governado pela Casa de Bragança, conhecida como família imperial brasileira e constituiu o 11º maior império da história da humanidade. Teve seu início após a declaração da Independência que é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas anteriores ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Podemos citar o caso mais conhecido: Tiradentes. Foi executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade de nosso país, durante o processo da Inconfidência Mineira.  
Após o golpe de Estado militar que instaurou a forma Republicana Presidencialista, em 15 de novembro de 1889. Foi dividido em dois períodos: 
Primeiro Reinado, que se iniciou em 7 de setembro de 1822, é a fase da História do Brasil que corresponde ao governo de D. Pedro I. Ele termina em 7 de abril de 1831. 
Segundo Reinado, é a fase da História do Brasil que corresponde ao governo de D. Pedro II. Teve início em 23 de julho de 1840, com a mudança na Constituição que declarou Pedro de Alcântara maior de idade com 14 anos e, portanto, apto para assumir o governo. O 2º Reinado terminou em 15 de novembro de 1889, com a Proclamação da República.
O governo de D. Pedro II, que durou 49 anos, foi marcado por muitas mudanças sociais, política e econômicas no Brasil. A política no Segundo Reinado foi marcada pela disputa entre o Partido Liberal e o Conservador. Estes dois partidos defendiam quase os mesmos interesses, pois eram elitistas. Neste período o imperador escolhia o presidente do Conselho de Ministros entre os integrantes do partido que possuía maioria na Assembleia Geral. Nas eleições eram comuns as fraudes, compras de votos e até atos violentos para garantir a eleição.
4 - BRASIL REPÚBLICA
Os primeiros anos da República, uma época de grandes transformações, foram marcados pelas e divergências em torno da trajetória que se seguiria e da conciliação dos diferentes interesses das forças que sustentavam esse novo regime.
Juntamente com a mudança política, a estrutura jurídica e legislativa também sofreram alterações, quando o Brasil deixou de ser monarquia e passou a ser República, em 1889, a Constituição de 1824 perdeu o sentido, pois era voltado para um regime monárquico, então foi necessária a elaboração de uma nova constituição, agora Republicana que foi a de 1891. 
Nessa mesma época elaborou-se também um novo Código Criminal, o de 1890, que substituiu o Código Criminal de 1830, e aconteceu também a promulgação do Código Civil para substituir o Direito Privado das Ordenanças Filipinas de 1603.
A Constituição de 1891 estabeleceu que a República Federativa dos Estados Unidos do Brasil seria constituída de 20 estados autônomos econômica e administrativamente.
O Poder Judiciário teria como órgão superior o Supremo Tribunal Federal – STF, e seria composto por juízes federais. 
Cada Estado elegeria seu governador e sua assembleia legislativa e seria autônomo para se organizar administrativamente. Os municípios também ganharam autonomia político-administrativa. 
O presidente seria eleito para um mandato de quatro anos, eleito diretamente pelo sufrágio universal masculino, não sendo permitida a reeleição no período seguinte. 
As mudanças continuaram acontecendo, o direito hoje, então, transforma-se em uma nova manifestação distinta do jurídico, intimamente relacionada com a contemporaneidade. 
Se vivemos um momento de transformações sociais resultantes do impacto das tecnologias, nada a esperar senão transformações profundas em nosso direito.
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Certamente o Direto no Brasil Colonial foi influenciado por outras legislações anteriores, mas também inspirou o Direito no Brasil Império e este, por sua vez, estimulou o Direito no Brasil República. Por isso, a compreensão dos fatos políticos e sociais fez da História do Direito importante instrumento para que se compreenda a formação histórico-democrática do Estado de Direito brasileiro. Então, a partir dos apontamentos gerais sobre a História do Direito no Brasil e a descrição de alguns fatos políticos, pode-se perceber que o Direito poucas vezes resultou de uma sociedade puramente democrática ou constituiu-se com base na cidadania participativa de grande parcela da população, uma vez que a evolução desse Direito foi fragmentada, individualista, favorecendo amplamente a elite do país. Dessa forma, é possível identificar que o direito de liberdade existente no período colonial esteve submetido em grande parte aos interesses da Coroa Portuguesa. Apenas aproximadamente três séculos mais tarde o país deixou de ser Colônia e, para se tornar independente, no entanto, as reivindicações sociais, políticas, econômicas e culturais que se seguiram demonstraram a necessidade de modificar e resinificar as normas e princípios outrora estabelecidos pela sociedade. Mesmo após a independência do Brasil, o término do período Imperial e a construção de uma sociedade com características democráticas nos tempos republicanos, sucedeu-se um período de ditadura militar, quando as liberdades políticase civis foram amortizadas. Após este período de autoritarismo, na volta à democracia a sociedade comemorou a positivação de importantes princípios que integraram as normas e textos jurídicos desde então. 
A liberdade, a segurança, a dignidade, a igualdade e a solidariedade são exemplos desses preceitos. A ressignificação do Direito, assim como ocorreu na História, assentou-se sobre a população de uma determinada nação. A modernidade não trouxe somente esperanças, mas também um estado de direito, no qual as pessoas adquiriram o dever com as demais de exercer livremente seus direitos e obrigações correspondentes para reivindicar melhores condições de vida. O povo brasileiro, de alguma forma, manteve a liberdade que pode durante a História do país. Caso o país não fosse possuidor de uma admirável quantidade de recursos naturais, não ocorreria tamanha exploração no Brasil. Da mesma forma, o desenvolvimento da sociedade dependeu da força da sua cultura, da sua economia, da sua política, de suas instituições, da sua História, no entanto, sem repensar a sociedade a partir de suas necessidades e utilizar o Direito
como uma ferramenta no combate à exploração das pessoas, a História do Direito pode não ser aquela que sempre se sonhou para o futuro.
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6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARRUDA, José Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a História: história geral e história do Brasil. 3. ed. São Paulo: Editora Ática, 1995.
BELATO, Dinarte; BEDIN, Gilmar Antonio (Orgs.). Brasil 500 anos: a construção de uma nova nação. 2. ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004. 248 p.
BRASIL. Constituição Brasileira (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF: Senado, 1988.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_Colonial_Brasileiro
https://www.historiadobrasil.net/imperial/
https://alunosonline.uol.com.br/historia-do-brasil/
http://www.brasil.gov.br/governo/2009/11/imperio
Blogspot: https://direitohistoriaventuras.blogspot.com

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