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Farmacognosia Consiste no estudo de substâncias naturais com atividades biológicas Revista Brasileira de Farmacognosia FARMACOGNOSIA . Seydler (1815) - “Analecta Pharmacognostica” . Grego: “ Pharmakon”: droga, medicamento ou veneno “Gnose”: conhecimento J. A. Schimidt – Lehrbuch der Materia Medica - 1811 . Ciência (ramo da farmacologia) que se ocupa do estudo ou conhecimento das drogas de origem natural (vegetal e animal). FARMACOGNOSIA X PLANTAS MEDICINAIS: (“pontos de vista”) As plantas medicinais devem ser consideradas como: Como fornecedora de substâncias ativas isoladas para a produção de medicamentos (Digitalis lanata Ehr lanatosídeo C) Como extratos purificados ou selecionados, centrados em grupos específicos de substâncias (Ginkgo biloba L gincolídeos e / ou flavonóides) Como extratos totais, padronizados em relação a uma substância, um grupo de substâncias ou a uma especificação determinada (Senna alexandrina P. Miller glicosídeos antraquinônicos, calculados em senosídeos B) Como droga, íntegra, rasurada ou moída, destinada à preparação extemporânea de infusos ou decoctos como adjuvantes farmacêuticos para a produção de medicamentos. ex: amido (aglutinante), celulose (formador de gel,espessante), óleos vegetais (veículo), essências (corretivo organoléptico), ceras (excipiente), esteviosídeo (edulcorante), sacarose (edulcorante, drageamento, xaropes), gomas (espessante, aglutinante), pectina (formador de gel), manteiga de cacau (base para supositórios, batons). como matéria-prima, ponto de partida para a descoberta de novas moléculas bioativas como elementos essenciais à síntese de novas moléculas e à modificação molecular de substâncias naturais, com propriedades farmacológicas definidas. Diversidade molecular x função biológica ü Oportunidade para identificação de produtos com possíveis utilizações econômicas aumentam com a diversidade das espécies. ü Alvos de grande interesse pela indústria farmacêutica: Ex: Catharanthus roseus G. Don: mais de 60 alcalóides (venda de US$ 160 milhões) Taxus brevifolia Nutt Camptotheca acuminata Deane Vantagens na busca de protótipos naturais: * Singularidade das moléculas obtidas: ex.:alcalóides do Catharanthus, paclitaxel, hiperforina, gincolídeos). * Moléculas com novos mecanismos de ação : ex.: antitumorais (vincristina, vimblastina, vindesina, vinorrelbina, etopósideo, teniposídeo, camptotecina, irinotecano, paclitaxel, docetaxel). Podophyllum peltatum L. Berberidaceae 1) Atua por inibição da polimerização da tubulina em microtúbulos , bloqueando a divisão celular no início da metáfase; 2 e 3) atuam a nivel de DNA, inibindo a topoisomerase II, impedindo a replicação. Catharanthus roseus G. Don Apocynaceae Obs.: mais de 60 alcalóides (venda de US$ 160 milhões). Atuam por inibição da polimerização da tubulina em microtúbulos , bloqueando a divisão celular no início da metáfase Husson e Becker, 1995) Taxus brevifolia Nutt Taxaceae Se ligam a tubulina e favorecem sua polimerização em microtúbulos, que por sua vez, inibem a despolimerização dos microtúbulos em tubulina, impedindo assim o desaparecimento do fuso ao fim da divisão celular. (Schiff et al., 1979) Camptotheca acuminata Deane Nyssaceae Apresentam mecanismo de ação único, dentre os antitumorais: se ligam a topoisomerase I (altas concentrações durante todo o ciclo celular), inibindo-a. HISTÓRICO A EVOLUÇÃO DA ARTE DE CURAR PRINCIPAIS FASES Homem primitivo : 5000 a 2800 a.C Contato com plantas (por instinto – obs outros animais) China (Imperador Chen Nung): 2000 a.C Valor medicinal de centenas de ervas:podofilo, ruibarbo, ginseng, estramônio, cinamomo, efedra Antigos Egípcios: Séc. 16 a.C. (1500 a.C) Papiro de Ebers – 800 prescrições com indicações de 700 drogas: papoula, ginseng, rícino, romã, mirra, incenso, aipo, etc Grécia: Hipócrates: 460 – 361 a.C (Pai da Medicina) Doença não é fatal desígnio dos deuses e pode ser identificada pela arte médica e tratada com remédios naturais. Para cada enfermidade descreve um remédio vegetal Aristóteles: 384-322 a.C Drogas de origem animal Teofrasto: 370 – 286 a.C (Pai da Botânica) Sistematizou peculiaridades e qualidades médicas das ervas: ex:mirra, incenso, cássia, mentrasto, beladona Exerceu grande influência na atividade farmacêutica Roma: Dioscórides: Séc I – 78-100 “De matéria médica”: 500 plantas medicinais, substâncias de origem animal e mineral - etnofarmacologista Galeno: 131 –210 Doença é resultado de uma perturbação que afeta o funcionamento dos diversos componentes do corpo – preparações de medicamentos-Formulações galênicas. Cosme e Damião: 303 estreita relação prescrição / manipulação Médicos gêmeos Sua santidade é atribuída por exercer a medicina sem cobrar por isso e terem morridos pela fé. Idade média (476-1453): Tempos de privação do saber Religiosos - igreja (acesso ao conhecimento), cultivo de plantas = jardins de ervas medicinais Árabes- comércio Séc. VII (polifármacos) Boticas (Bagda) Pérsia: 980-1037 Avicena - Cânone da Medicina – 5 volumes sobre medicina grega e romana, segundo as doutrinas de Galeno e Hipócrates Itália: 1231 Imperador Frederico II: estrita separação entre médicos e farmacêuticos (boticários) 1453-11789- Renascimento Novo período de progresso no conhecimento das plantas medicinais e suas aplicações. O charlatanismo e empirismo da medicina e da farmácia cedem lugar a experimentação. Alquimistas: Séc. XVI (Europa) “Elixir da longa vida, transformação de matéria vil em ouro”… Paracelso: Séc. XVI ( 1493 – 1541) “Teoria das assinaturas dos corpos”: cada planta trazia em si mesma o sinal de sua utilidade na medicina). França: 1548 Jacques Dubois (Pharmakopoe), 1ª sociedade de Farmacêuticos Índios: Séc XVII - Plantas medicinais – plantas “ameríndias” 1560- Padre José de Anchieta – 1o farmacêutico a atuar no Brasil (ipeca, bálsamo do Peru, etc) Samuel Hahnemann: 1755 – 1843 Oposição ao ortodoxo – Homeopatia Descobrimento de novas drogas (quina, cacau, café, fumo, curare) 1820 (América do Norte) 1ªs indústrias de ervas medicinais L. Pasteur: Séc XIX (1822 – 1895) Impirismo x pensamento científico Robert Koch: 1843 – 1910 Bacilo de Koch (tuberculose) – descrito pela 1a vez em 1882 – Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1905. Cronologia da descoberta de fármacos a partir de plantas. Cronologia da descoberta de fármacos a partir de plantas. Cronologia da descoberta de fármacos a partir de plantas. Cronologia da descoberta de fármacos a partir de plantas. Fleming:1928 – 1945 Penicilina (1900): Era dos antibióticos Século XX: Plantas como principal fonte de medicamentos 2ª guerra mundial – fase do sintético anos 50-70 – fitoterapia desacreditada retorno a fitoterapia: fatores político-culturais: desencanto com a síntese química (efeitos colaterais), custos 1978 – 30ª reunião OMS movimento contra-cultura onda verde (movimento alternativo e ecológico) mitificação do natural – ausência de efeitos adversos anos 80 – crescemte interesse por fitoterápicos, indústrias de fitoterápicos , ervanarias 1982- CEME – programa de pesquisas de plantas medicinais (95 proj. financiados e 74 espécies relacionadas para pesquisa) 1995-Legislação(SVS 6): eficácia, segurança – fitoterapia atual Século XXI Fitoterapia racional Estudos científicos 2000- ANVISA, res. 17 – regulamento técnico para registro de fitoterápicos, incluindo os importados 2004- ANVISA, res 48 e outras relacionadas – rigor no registro de fitoterápicos Normas recentes busca da formalização da fitoterapia no SUS Portaria 971 / 06: Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Medicina (PNPICS) Decreto 5813 / 06: Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos Outubro 2006 – MAPA Cartilha com Orientações sobre o cultivo de Plantas Medicinais. 2009 – RENISUS RDC 14 de 31/03/2010 – revogou RDC 48 de 2004 Instrução Normativa 5 de 31/03/2010 – revogou RE 88 de 2004 (referências). Registro de fitoterápicos 2009 – RENISUS RDC 14 de 31/03/2010 – revogou RDC 48 de 2004 Objetivos Definições Do Registro de Produtos Nacionais (notificação de lotes pilotos, documentação, relatório técnico, relatório de produção e controle de qualidade, relatório de eficácia e segurança) Do Registro de Produtos Importados Das Alterações Pós-Registro Instrução Normativa 5 (36 plantas) de 11/12/2008 – revogou RE 88 (34 plantas) de 2004. Instrução Normativa 5 de 31/03/2010 – Lista de referências bibliográficas para avaliação de segurança e eficácia de fitoterápicos – revogou a Resolução RE 88 DE 16/03/2004 RE 90 de 16/03/2004 – guia para estudos de toxicidade pré-clínica de fitoterápicos RE 91 de 16/03/2004 – guia de alterações, inclusões, notificações e cancelamento pós-registro de fitoterápicos. PORTARIA Nº. 886/GM/MS, DE 20 DE ABRIL DE 2010 Institui a Farmácia Viva no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) Art. 1º - Fica instituída, no âmbito do Sistema Único de Saúde -SUS, sob gestão estadual, municipal ou do Distrito Federal, a Farmácia Viva. §1º - A Farmácia viva, no contexto da Política Nacional de Assistência Farmacêutica, deverá realizar todas as etapas, desde o cultivo, a coleta, o processamento, o armazenamento de plantas medicinais, a manipulação e a dispensação de preparações magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos. §2º- Fica vedada a comercialização de plantas medicinais e fitoterápicos elaborados a partir das etapas mencionadas no parágrafo primeiro. Art. 2º - A Farmácia Viva fica sujeita ao disposto em regulamentação sanitária e ambiental específicas, a serem emanadas pelos órgãos regulamentadores afins. As SMS e as SES poderão optar por: a)Farmácia Viva para cultivar plantas medicinais e dispensar plantas medicinais e fitoterápicos; b)farmácias de manipulação próprias ou conveniadas, desde que atendam ao disposto na RDC nº67/2007, para manipular e dispensar plantas medicinais e fitoterápicos; c)dispensar drogas vegetais; e/ou d)dispensar fitoterápicos industrializados. Financiamento de medicamentos fitoterápicos •Promovido o financiamento de 2 fitoterápicos com recurso tripartite (Portaria GM/MS nº3237/2007) Maytenus ilicifolia (Espinheira‐santa) Mikania glomerata (Guaco) •Incluídos + 6 fitoterápicos no financiamento da Assistência Farmacêutica Básica (Portaria GM/MS nº2.982/2009): Cynara scolymus (Alcachofra), Glycine max (Soja isoflavona), Rhamnus purshiana (Cáscara‐sagrada), Uncaria tomentosa (Unha‐de‐gato), Harpagophythum proc. (Garra‐do‐diabo), Schinus terebinthifolius (Aroeira‐da‐praia) Formulário de Fitoterápicos Farmacopeia Brasileira 1ª edição 2011 RESOLUÇÃO ANVISA - RDC N 18, DE 3 DE ABRIL DE 2013 Dispõe sobre as boas práticas de processamento e armazenamento de plantas medicinais, preparação e dispensação de produtos magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos. RESOLUÇÃO -RDC No- 14, DE 14 DE MARÇO DE 2013 Dispõe sobre as Boas Práticas de Fabricação de Insumos Farmacêuticos Ativos de Origem Vegetal. RESOLUÇÃO - RDC N° 13, DE 14 DE MARÇO DE 2013 Dispõe sobre as Boas Práticas de Fabricação de Produtos Tradicionais Fitoterápicos. RESOLUÇÃO RDC Nº 26, DE 13 DE MAIO DE 2014 DOU de 14/05/2014 (nº 90, Seção 1, pág. 52) Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos. Sugestões de leitura para complmentação Capítulo 15 (4 ed)– Da Planta ao Medicamento: Produtos de origem vegetal e o desenvolvimento de medicamentos Capítulo 1 – Farmacognosia, farmacobiotecnologia Introdução a farmacognosia
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