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DIREITO CIVIL PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA ANDRÉ

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FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS 
APLICADAS DO ARAGUAIA – FACISA
COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO
ANDRÉ WALTER FIRMINO DE SOUZA
NOÇÕES GERAIS SOBRE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Barra do Garças – MT
Maio - 2017
ANDRÉ WALTER FIRMINO DE SOUZA
NOÇÕES GERAIS SOBRE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Trabalho sobre a Prescrição e a Decadência no Direito Civil, apresentado a Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais Aplicadas do Araguaia – FACISA, no curso de Direito, na disciplina de Direito Civil – Parte Geral, proposto pelo Professor Ronny César Camilo Mota.
Barra do Garças – MT
Maio – 2017
NOÇÕES GERAIS SOBRE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
RESUMO – No estudo seguinte verificaremos as diferenças existentes entre prescrição e decadência, e analisaremos cada um desses institutos a fim de explicitarmo-nos. O estudo visa demonstrar a importância para o operador do direito de se ter a exata distinção dos mesmos, tanto para estudo quanto para o futuro mercado de trabalho.
PALAVRA-CHAVE: Prescrição. Decadência. Direito Civil.
INTRODUÇÃO
Iniciaremos este trabalho demonstrando as diferenças e explicando a importância de se saber distinguir os institutos a fim de evitarmos engodos e falhas no processo civil. Sabendo que no Direito os prazos prescricionais são de extrema importância para o advogado, qualquer que seja o ramo por ele pretendido.
Dentre os diversos ramos do direito, o enfoque será dado ao direito civil, encarregado de regular as relações jurídicas entre particulares, uma vez que os institutos da prescrição e da decadência nasceram nele, e depois se irradiaram para outros ramos jurídicos, a exemplo do direito penal, direito tributário.
Tanto a prescrição quanto a decadência são efeitos do decurso de tempo, cujo prazo é fixado em lei, aliado ao desinteresse ou inércia do titular do direito, nas relações jurídicas, sendo institutos criados pelo direito para servir de instrumento à consecução do objetivo maior: a resolução de conflitos, com a consequente pacificação social.
 Trataremos da conceituação, organização e formas de aplicabilidade destes dois institutos no direito civil e também sua fundamentação legal.
 
NOÇÕES SOBRE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Para o começo do estudo devemos precipuamente entender a diferença entre os institutos da Prescrição e da Decadência.
Prescrição é um instituto que visa regular a perda do direito de acionar judicialmente, devido ao decurso de determinado período de tempo. No Brasil, confunde-se com a decadência em virtude de ambas serem institutos que regulam a perda de um direito pelo decurso de um período de tempo, ligadas, portanto à noção de segurança jurídica.
Veremos a seguir o conceito primário e as principais diferenças entre os dois.
A prescrição diz respeito à perda do lapso temporal estabelecido por lei que o estado tem para exercer o seu dever soberano de pretensão punitiva, ou seja, o “jus puniendi”. Já a decadência nada mais é que a perda do Direito de ação do ofendido de propor a ação penal privada.
Para Maria Helena Diniz, decadência “é a extinção do direito pela inação de seu titular que deixa escoar o prazo legal ou voluntariamente fixado para seu exercício”, encontrando-se as regras gerais sobre a referida matéria dispostas nos artigos 207 a 211 do novo Código Civil. A decadência, “conceitua-se por suas consequências, como a extinção do direito pela falta do exercício dentro do prazo prefixado, atingindo os direitos protestativos, exercitáveis através de ações de natureza constitutiva”. (FONSECA).
No Direito toda regra tem exceção, razão pela qual há crimes que não se submetem ao prazo prescricional, ou seja, são imprescritíveis. Um exemplo é o crime de racismo, as ações de grupos armados contra a ordem constitucional e o estado democrático de direito.
Vale enfatizar que os crimes de tortura e os hediondos se submetem ao prazo de prescrição.
De uma maneira concisa, pode-se dizer que a diferença básica entre ambas é que, enquanto a prescrição interrompe a possibilidade de se exigir judicialmente um direito, a decadência extingue o próprio direito.
Assim diz Fernando Capez:
O ofendido sofre calúnia e toma conhecimento da identidade do seu caluniador, um menor de 21 anos à época dos fatos, somente três anos após a consumação. Nos três meses subsequentes ingressa com a queixa-crime, dentro do prazo decadencial de seis meses. A queixa será rejeitada com base no art. 395 do CPP, com a redação determinada pela Lei n. 11.719/2008, uma vez que, embora não tivesse se operado ainda a decadência, ocorreu a prescrição, contada desde a data da consumação (Pena máxima da calúnia = 2 anos. Prazo prescricional correspondente = 4 anos. Autor menor de 21 anos na data do fato = reduz a prescrição pela metade) (CAPEZ, p. 614 e 615, 2011).
A prescrição se subdivide em duas etapas, que são elas a Prescrição da Pretensão Punitiva e a Prescrição da Pretensão Executória.
Como já dito antes, a prescrição da pretensão punitiva, é a perda por parte do Estado do poder dever de punir, durante um determinado lapso de tempo.
Podemos entender, a partir do exemplo supracitado, a importância do operador do direito de entender a contagem dos prazos, para que o mesmo não corra o risco de perda, tanto para si quanto para o seu cliente.
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
Assim, analisaremos abaixo a fundamentação legal dada pelo CÓDIGO CIVIL para os dois institutos, com todos os artigos transcritos na íntegra.
Sobre a prescrição:
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição.
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.
Quando não se aplica a prescrição:
Art. 197, I. Entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II. Entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III. Entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela;
Art. 198, I. Contra os incapazes;
II. Contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III. Contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Não corre igualmente a prescrição:
Art. 199, I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.
Temos ainda os casos de interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez:
Art. 202, I. Por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
Paragrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para interrompê-la.
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida porqualquer interessado.
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o codevedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros. 
§ 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis. 
§ 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador. Assim, depois de explicadas as causas de prescrição e decadência, temos ainda os prazos para que ocorram.
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Art. 206. Prescreve:
§ 1o Em um ano: 
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; 
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo: 
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador; 
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; 
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários; 
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembleia que aprovar o laudo; 
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade. 
§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem. 
§ 3o Em três anos: 
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; 
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias; 
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela; 
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V - a pretensão de reparação civil; 
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má- fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição; 
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo: 
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima; 
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembleia geral que dela deva tomar conhecimento; 
c) para os liquidantes, da primeira assembleia semestral posterior à violação; 
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; 
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório. 
§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas. 
§ 5o Em cinco anos: 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular; 
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato; 
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.
Sobre a decadência:
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. 
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I. 
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei. 
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei. 
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As principais diferenças entre a prescrição e a decadência residem, de acordo com Fonseca Moraes, na verificação da existência de um poder do titular do direito subjetivo de exigir a ação ou omissão do outro sujeito pretensão, ou na dependência de um provimento jurisdicional para extinguir ou modificar uma relação jurídica — direito protestativo. Na primeira hipótese se estará diante de um prazo prescricional, e na segunda, decadencial.
O critério mais divulgado entre os estudiosos até então, para distinguirem-se os dois institutos, era aquele pelo qual se diz que a prescrição extingue a ação, e a decadência extingue o direito, critério que Agnelo criticou taxando-os de falho e inadequado, carecedor de base científica, por fazer a distinção pelos efeitos ou consequências, o que não atende ao propósito de verificação se o prazo dado atinge a ação ou o direito, ficando a resposta no ar.
Os contratos então ficam guarnecidos por estes, visto que determinando que tudo (ou quase tudo) finda em prazos claros faz com que as partes cumpram em tempo hábil as situações previstas, impedindo então certa lentidão que poderia ocorrer pela parte menos interessada.
Diante do exposto, considero tanto a prescrição como a decadência, de vital importância para o bom funcionamento das relações jurídicas, sendo que os dois estão revestidos de um caráter indispensável em quaisquer épocas, não importando qual será o ordenamento jurídico vigente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7119
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2313/Prescricao-e-decadencia-no-Direito-Civil
http://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=3243
http://www.infoescola.com/direito/prescricao-e-decadencia/
http://www.normaslegais.com.br/guia/prescricao-e-decadencia.htm

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