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Direito Tributário
Noções Gerais do Sistema Tributário Nacional
O direito tributário brasileiro é ramo integrante do direito público responsável pela regulamentação da organização administrativa, financeira e política do Estado Brasileiro. O direito tributário é regido primeiramente pela Constituição Federal, depois pelo Código Tributário Nacional (CTN – Lei 51722 de 66) e, em seguida, pelas normas autônomas dos entes federativos (União, Estados e Municípios).
O direito tributário é o conjunto das leis reguladoras da arrecadação dos tributos e de sua fiscalização. Além disso, compete ai direito tributário regular as relações jurídicas estabelecidas entre o Estado e os contribuintes no que tange à arrecadação de tributos.
O Estado necessita de meios econômicos para satisfazer as suas atividades. Sendo assim, para que o Estado possa arcar com as despesas públicas e cumprir suas obrigações, torna-se necessária a arrecadação de recursos financeiros, denominados de receitas públicas, obtidas por meio da tributação do patrimônio dos particulares.
Nesse sentindo, o direito tributário representa uma barreira contra a arbitrariedade do poder público, na ânsia de querer arrecadar retirando do contribuinte sua riqueza sem utilização de qualquer critério. Isto porque apenas por meio de lei torna-se possível criar ou aumentar impostos. Além disso, o direito tributário impõe ao Estado a obrigação de prever os seus gastos e o meio de financiá-los.
Desse modo, compete ao direito tributário instituir os princípios e as normas relativas às imposição e a arrecadação dos tributos. Além de analisar a relação jurídica tributaria em que são partes os entes públicos e os contribuintes, e fato jurídico gerador dos tributos.
O direito tributário brasileiro tem como base o poder estatal, distribuindo entre União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, submetidos às regras constitucionais, competindo-lhes o poder para cobrar e exigir tributos. Em contrapartida, compete às pessoas físicas e jurídicas (contribuintes) pagar os tributos, desde que não contrarie os direitos e garantias individuais.
E O QUE É TRIBUTO
Segundo a definição do art. 3 do CTN ‘’Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada’’.
Analisaremos o conceito de tributo acima mencionado. Trata-se de prestação pecuniária, ou seja, envolve a onerosidade, que é o principal aspecto do tributo. Isto porque o tributo não pode ser instituído a título gratuito, na realidade exige-se o pagamento.
O tributo é uma prestação compulsória, tendo em vista que se trata de uma prestação coercitiva, obrigatória. Sendo assim, não compete ao contribuinte escolher se deseja ou não pagar. Não há facultatividade acerca do pagamento do tributo.
O tributo deve ser pago em moeda, ou seja, em espécie. Esta é a regra. Caso não seja possível, será pago em valor que possa ser exprimido em moeda. Além disso, o tributo deve ser instituído por lei, que traduz o principio da legalidade.
O tributo não constitui sanção de ato ilícito. Sendo assim, diferencia-se tributo de multa. Isto porque a multa é instituída quando o contribuinte do tributo, que representa a exigência do pagamento tendo em vista ter praticado a hipótese legalmente prevista.
Ele deve ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, que representa a limitação do poder de atuação da autoridade administrativa, que deverá ser feita vinculada à lei, sem nenhuma possibilidade de discricionariedade. 
Um dos temas mais discutidos no direito tributário versa sobre as espécies de tributos 
Tripartite: Parte da doutrina que defende a classificação tripartite, ou seja, que existem três espécies de tributos (Impostos, Taxas e Contribuições), tendo como base o art. 5 do CTN.
Tetrapartite: Outra parte defende a classificação tetrapartite, ou seja, quatro espécies de tributos (Impostos, Taxas, Contribuições e Empréstimos Compulsórios). 
Pentapartite: A corrente majoritária defende a classificação pentapartite, que existem cinco espécies de tributos (Impostos, Taxas, Contribuições de Melhoria, Contribuições Sociais e Empréstimos Compulsórios). Isto porque entendem que o art. 5 do CTN deve ser interpretado à luz da Constituição Federal, acrescendo-se o art. 148, que versa sobre os empréstimos compulsórios e o art. 149 e 195, que versam sobre as contribuições sócias para o financiamento da seguridade social (PIS, COFINS, CSSL e INSS).
Imposto
Imposto é classificado como um tributo não vinculado, tendo em vista que se trata de uma hipótese de incidência cuja materialidade independe de qualquer atividade estatal. Isto é, é um tributo que não se vincula a nenhuma prestação estatal. Está previsto no art. 16 do CTN.
Taxa
Taxa é um tributo vinculado diretamente, tendo em vista sua hipótese de incidência consistir numa ação estatal diretamente referida ao contribuinte (art. 77 do CTN). Está relacionada a prestação de serviço público ou exercício do poder de policia, que beneficia o próprio contribuinte e sua cobrança aparece como uma contraprestação, apesar de serem juridicamente denominados de taxas, podem receber outras denominações como: tarifas, contas, preços públicos ou passagens.
Contribuição de Melhoria
Contribuição de melhoria é um tributo vinculado indiretamente, por possuir uma hipótese de incidência consistente numa atuação estatal indiretamente referida ao contribuinte (art. 81 do CTN). Está relacionada à realização de obras públicas, que traz beneficio para o publico em geral e não apenas ao contribuinte dessa contribuição.
Empréstimo Compulsório
Empréstimo Compulsório possui suas receitas vinculadas. Estão previstos no art. 148 da Constituição Federal, instituído para atender às despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência ou no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. 
Princípios Fundamentais do Direito Tributário 
As noções gerais do sistema tributário nacional serão complementadas por meio da analise dos princípios fundamentais do direito tributário, que estão previstos na Constituição da República Federativa do Brasil, também denominados de princípios constitucionais do direito tributário. A finalidade dos tributos está baseada no custeio da gestão do Estado. Neste contexto, nasce o Poder Tributar, que é o Poder que o Estado detém de buscar na coletividade os recursos necessários para custear a gestão pública. É a expressão da soberania.
Contudo, o ordenamento jurídico desenvolveu limitação ao poder de tributar (contra freios), que objetivam proteger o contribuinte quando o Estado exerce seu Poder de Tributar. Isto porque a atuação estatal deve ser restrita para resguardar o cidadão..
Neste contexto, surgem os princípios constitucionais tributários, que exercem a função de limitar o poder estatal de tributar. Destinam-se a orientar o ente público no momento da tributação. São consideradas cláusulas pétreas, ou seja, não podem ser revogadas pelo legislado.
Principio da Capacidade Contributiva (Art. 145, parágrafo 1 CF de 88) 
Trata-se de um principio setorial do direito tributário, tendo em vista que é um principio especifico do direito tributário. Está previsto no art. 145, parágrafo 1 da CF de 88, ao determinar que ‘’Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributaria, especialmente para conferir afetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte’’.
Este principio traduz a idéia da proporcionalidade de forma que quem possui maior patrimônio, pagará mais imposto. Conseqüentemente, quem possui o menor patrimônio, pagará menos imposto. Sendo assim, o contribuinte pagará o imposto na medidaem que ocorre sua demonstração de riqueza, ou seja, de acordo com sua capacidade contributiva.
Principio da Legalidade (Art. 150, inciso I CF de 88)
Trata-se de um principio fundamental do sistema tributário, tendo em vista que não há tributo que não seja preconizado pela lei formal e material, que descreve a hipótese de incidência, a base de cálculo, bem como a identificação do sujeito ativo e passivo.
Nos termos do art. 150, inciso I, ‘’sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça’’.
Trata-se da legalidade tributaria, ou seja, especifica do direito tributário.
Conseqüentemente, diferente da legalidade genérica prevista no art. 5, inciso II da CF de 88 ou da legalidade administrativa, prevista no art. 37 CF de 88.
Este principio abrange a reserva legal, em que determinadas matérias somente podem ser reguladas por lei, objetivando a segurança jurídica.
Sendo assim, em matéria tributaria, há necessidade de lei para exigir e aumentar tributos.
No entanto, este princípio está excepcionado pelo art. 153, parágrafo 1 da CF de 88, ao determinar que ‘’é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as olíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V’’. Assim, tanto podem ser aumentados como reduzidos de acordo com a política econômica e social, visando o interesse social. Neles se inserem do imposto de importação (II), do imposto de exportação (IE), do imposto sobre produtos industrializados (IPI) e imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro (IOF).
Principio da Irretroatividade (Art. 150, inciso I CF de 88)
O principio da irretroatividade está pautado na segurança jurídica. De acordo com o art. 5, XXXVI CF de 88, ‘’a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada’’. Sendo assim, os efeitos de uma lei somente alcançara fatos geradores futuros, não podendo retroagir para atingir fatos geradores consumados na regra anteriores.
Principio da Anterioridade (Art. 150, inciso III, alíneas ‘’a’’, ‘’b’’ e ‘’c’’ da CF de 88)
Nos termos do art. 150, inciso III ‘’sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos;
Em relação a fatos gerados ocorridos antes do inicio da vigência da lei que os houver instituídos ou aumentado;
No mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
Antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os institui ou aumentou, observado o disposto na alínea b’’.
Este principio tem como base a vedação da surpresa por meio da criação ou majoração de um tributo. Trata-se novamente de uma limitação ao Estado no momento da instituição ou majoração de um tributo.
Principio da Vedação ao Confisco (Art. 150, inciso IV da CF de 88)
Este princípio tem como base o direito fundamental de propriedade. O Estado foi criado para proteger a propriedade das pessoas, logo o mesmo não pode retirar a propriedade em função da necessidade de tributação. 
Nos termos do art. 150, inciso IV da CF de 88. ‘’sem prejuízo de outras garantias é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios utilizar tributo com efeito de confisco’’. O princípio da vedação ao confisco ocorrerá quando a tributação eliminar toda a substância econômica. Isto é, quando a tributação ultrapassa a razoabilidade contida na capacidade contributiva, chegando a ser confiscatória.
Princípio da Liberdade de Tráfego (Art. 150, inciso V da CF de 88)
Este princípio está consagrado no art. 150, inciso V da CF, ao preceituar que ‘’sem prejuízo de outras garantias é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público’’.
Nesse sentindo, o principio da liberdade de tráfego objetivo garantir o direito de liberdade de ir e vir das pessoas. Isto porque a tributação da entrada de uma pessoa em outro Município ou Estado comprometeria a liberdade de locomoção das pessoas em função da capacidade contributiva. Cabe observar a ressalva da Constituição quanto ao pedágio em rodovias.
Impostos
Já verificamos que o poder de tributar pertence ao Estado. Todavia, este poder divide-se na denominada competência tributaria que representa uma parcela do poder de tributar, distribuída para cada ente da federação. Sendo assim, apenas a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios possuem competência tributaria.
A competência tributaria possui as funções de instituir, regular, fiscalizar e arrecadar tributos. Compete esclarecer que apenas as funções de fiscalização e arrecadação podem ser delegadas para outras pessoas jurídicas. Além disso, cumpre esclarecer que a competência tributaria está prevista em nossa Carta Magna. Os impostos permitem a desconcentração da riqueza social, efetivando-se o principio da solidariedade social.
É válido mencionar que a capacidade contributiva ou a lógica da contributividade permite ao Estado a cobrança do imposto está adstrita a demonstração de riqueza. Sendo assim, a capacidade contributiva é a presunção que se extrai da capacidade econômica.
Nos termos do art. 16 do CTN, ‘’Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte’’. Sendo assim, não há vinculação de suas receitas. Portanto, trata-se de um tributo desvinculado. 
IMPOSTOS DA UNIÃO
São da competência tributaria exclusiva da União o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto de Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR), Imposto sobre Exportação (IE), Imposto sobre Importação (II); Imposto sobre Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF); Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e Impostos sobre Grandes Fortunas (IGF), nos termos do art. 153 CF de 88.
Cumpre esclarecer que, com a exceção do Imposto sobre Grande Fortuna, todos os impostos previstos no art. 153 CF de 88 já foram instituídos pela União.
Compete também a União de Empréstimos Compulsórios (art. 148 da CF de 88 e Contribuições Especiais (art. 149 da CF de 88), como, por exemplo, a CPMF. A União possui competência residual dos impostos (art. 154 inciso I CF de 88), bem como das Contribuições para a Seguridade Social (art. 195, parágrafo 4 CF de 88), Cabe informar que a competência tributaria residual representa a competência que um ente federativo tem para instituir um tributo não previsto pela Constituição Federal.
A União possui a competência extraordinária para a instituição do Imposto extraordinário de Guerra (IEG), previsto no art. 154, inciso II da CF de 88.
Impostos dos Estados e do Distrito Federal
 São da competência tributaria exclusiva dos Estados e do Distrito Federal o Imposto relativo à Circulação de mercadorias (incidindo sobre minerais, lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos e energia elétrica) e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (transmissão e recepção de mensagens escritas, faladas, visuais, através de rádio, telex, televisão etc.) (ICMS); Imposto de transmissão ‘’causa mortis’’ e doação de bens e direitos (ITDCM) e Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA), conforme previstos no art. 155 da CF de 88.
Os Estados não possuem competência tributaria residual nem extraordinária.
Impostos dos Municípios
Nos termos do art. 156 da CF de 88, são da competência tributaria exclusiva dos Municípios o Impostos sobre Serviços de qualquer natureza (ISS), Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e Imposto sobre Transmissão ‘’intervivos’’, a qualquer titulo, por ato oneroso, de bensimóveis (como a venda, permuta, compra, transferência de financiamentos, exceto hipoteca, incorporação do patrimônio,fusão, cisão, extinção de pessoas jurídica) (ITBI). Os municípios também não possuem competência tributária residual nem extraordinária. 
IMPOSTOS DOS TERRITÓRIOS
Atualmente, não existe nenhum território brasileiro. Territórios são autarquias federais e, por isso, não possuem competência tributaria. Acaso criado novo Território, sem desmembramento em Municípios, caberá à União instituir seus tributos, respeitados os tributos dos demais entes federativos.
Caso o território seja desmembrado em Municípios, a União terá a competência tributária para instituição dos seus tributos, além dos tributos referentes aos Estados. Sendo que compete ao Município a competência tributária acerca dos tributos minicipais.

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