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Fundamentos de Direito aula 08

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Fundamentos de Direito – Aula 08 – Pessoa natural e Jurídica no Código Civil de 2002
A pessoa natural
 No Código Civil de 2002, o art.2, em sua parte final, salienta que a lei põe a salvo desde a concepção, os direitos do nascituro.
Nascituro é aquele já concebido, cujo nascimento já se espera como fato futuro
Não se trata de uma exceção a regra de que a personalidade só começa com o nascimento com vida. O objetivo do Código é, apenas, resguardar previamente, os eventuais direitos que possam ser adquiridos, caso o nascituro nasça com vida.
Entretanto, se não ocorrer o nascimento com vida, torna-se inoperante a ressalva contida no Código Civil. Portanto, o nascituro não é pessoa natural, tem apenas uma proteção jurídica 
Teoria natalista e concepcionista 
Há duas teorias que buscam estabelecer qual o momento em que se inicia a personalidade jurídica.
Teoria natalista: começa com o nascimento com vida. A maior parte dos civilistas entende ser essa a teoria adotada pelo Código Civil, que preconiza na primeira parte do art. 2. ‘’a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida’’. Ou seja, partir desse momento, começa a existência da pessoa natural e ela pode ser tutelar de direitos e obrigações.
Campo do direito sucessório 
Essa teoria tem muita importância no campo do direito sucessório, por exemplo, se o pai da criança falecer enquanto sua esposa está grávida. Se a criança nascer com vida. Ela terá direito a sucessão. Caso contrario (se não nascer com vida), opera-se sucessão normalmente.
E se o bebê morrer pouco após o nascimento, nesse caso, a criança fará jus a sucessão e, logo em seguida, também será de herança. Situação diferente da que ocorreria se a morte fosse intra-uterina.
A capacidade jurídica 
‘’Capacidade’’ significa a aptidão que a pessoa tem de adquirir e exercer direitos.
Pelo Código Civil, a capacidade é a regra, ou seja, toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Logo, a incapacidade é a exceção, ou seja, são incapazes aqueles discriminados pela legislação (menores de 16 anos, deficientes mentais etc.).
Tipos de capacidade
A capacidade divide-se em dois tipos:
	
CAPACIDADE DE DIREITO
	Capacidade de direito ou de gozo ou capacidade de aquisição é aquela que indica que a pessoa adquire direitos, podendo ou não os exercer.
Todos os indivíduos possuem tal capacidade visto que, de acordo com o art. 1 do Código Civil brasileiro, todo o homem é capaz de direitos e obrigações na ordem civil. A capacidade surge com o nascimento e termina com a morte.
Com aptidão para adquirir direitos, a personalidade confunde-se com a capacidade de direito. Esta não pode ser recusada ao individuo, sob pena de destituí-lo dos atributos da personalidade. A capacidade de direito não se confunde, entretanto, com a capacidade de fato, pois a pessoa, embora tendo assegurados seus direitos, nem sempre poderá exercê-los por si só, carecendo de um órgão de representação 
	
CAPACIDADE DE EXERCICÍO OU DE FATO
	Capacidade de exercício ou de fato ou capacidade de ação vem a ser a simples aptidão para exercitar direitos.
Vale salientar que o exercício dos direitos pressupõe consciência e vontade. Assim, uma criança de um ano não possui tais faculdades (vontade e consciência)
A capacidade de fato ou de exercício é a aptidão de exercer por si os atos da vida dependendo, portanto, do discernimento que é critério, prudência, juízo, e, sob o prisma jurídico, a aptidão que tem a pessoa de distinguir o licito do ilícito, o conveniente do prejudicial. Em suma, é a faculdade que têm as pessoas de exercer, elas mesmas, os direitos que lhes pertencem.
A capacidade de exercício é a tão conhecida capacidade civil plena, qualidade que confere as pessoas naturais que a possuem plena condição de exercício livre, pleno e pessoal de seus direitos, bem como do cumprimento de seus deveres.
Possui a capacidade de fato aqueles que se dirigem com a autonomia no mundo civil, agindo pessoal e diretamente, sem intervenção de outra pessoa que os represente ou as assiste. Diz-se que essa pessoa se acha em pleno exercício de seus direitos. ‘’Capacidade de fato é o poder efetivo que nos capacita para a pratica plena de atos da vida civil’’.
Segundo Caio Mário, ‘’a capacidade de fato é presumida e somente por exceção, e expressamente decorrente de lei, é que se recusa ao individuo a capacidade de fato. É por isso, que ninguém tem a faculdade de abdicar de sua capacidade, ou de se declarar incapaz, ou de reduzir a sua capacidade, seja de gozo, seja de ação’’. 
Incapacidade
No direito brasileiro não existe incapacidade de direito, porque todos se tornam, ao nascer, capazes de adquirir direitos (NCC, art. 1). Existe, portanto, somente incapacidade de fato ou de exercício.
A incapacidade é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, devendo ser analisada de forma restrita, porque, como ensina a doutrina, deve ser aplicado o principio de que ‘’a capacidade é a regra e a incapacidade é a exceção’’. Logo, só haverá incapacidade nos casos estabelecidos por lei.
Devemos salientar que estamos tratando da falta da capacidade de exercício e não da capacidade de direito, já que todos a possuem
Legitimação
Não se deve confundir a incapacidade com a proibição de efetivar determinados negócios jurídicos com certas pessoas ou em atenção a bens a eles pertencentes.
Por exemplo, o art. 496 do Código Civil proíbe o ascendente de vender bens aos descendentes sem o conhecimento dos demais descendentes.
Veja, no caso, que não estamos discutindo incapacidade, pois mesmo que ambos sejam capazes, a venda não poderá ser feita, salvo se os demais descendentes concordam.
Trata-se, na verdade, de impedimentos para a pratica de certos atos jurídicos. 
Denominamos essa situação de ‘’legitimação’’, que vem a ser a posição das partes, em um ato jurídico, em virtude da qual essas partes têm competência para praticá-lo.
Incapacidade absoluta
Será absoluta a incapacidade quando a lei considera um individuo totalmente inapto ao exercício da atividade da vida civil.
Os absolutamente incapazes podem adquirir direitos, pois possuem a capacidade de direito, mas não são habilitados a exercê-los, pois falta a capacidade de exercício. 
	Como são proibidos totalmente do exercício de qualquer atividade no mundo jurídico, nos atos que se relacionam aos seus direitos e interesses, procedem, por via de representantes que agem no caso, em nome dos incapazes.
Assim, por exemplo, se a casa de um absolutamente incapaz for alugada, que realizará tal ato, em nome do incapaz, será o seu representante.
Concluindo, os absolutamente incapazes estão sujeitos ao instituto da representação.
	Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos
	Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos são os menores púberes. Podem praticar apenas determinados atos sem a assistência de seus auxiliares.
Se, entretanto, propositadamente, ocultarem, ocultarem sua idade ou espontaneamente declararem-se maiores, no ato de se obrigar, perderão a proteção que a Lei confere aos incapazes e não poderão, assim, anular a obrigação por eles contraída ou eximir-se de cumpri-la (art. 180, CC de 2002)
	Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os deficientes mentais de discernimento reduzido
	Somente os alcoólatras e os toxicômanos, isto é, os viciados no uso dependente de substâncias alcoólicas ou entorpecentes, são considerados relativamente incapazes.
Os usuários eventuais, que, por efeito dessas substancias ficarem impedidos de exprimir plenamente sua vontade, estão incluídos no rol dos absolutamente incapazes (art. 3, inciso III do NCC)
Os deficientes mentais de discernimento reduzido são os fracos da mente. Estabeleceu-se, assim, uma gradação para a debilidade mental:
- Quando privar totalmente o amental do necessário discernimento para a pratica dos atos da vida civil acarretará a incapacidade absoluta (art. 3, inciso II do NCC)
-Quando, porém,causar apenas a sua redução, acarretará a incapacidade relativa.
	Os excepcionais sem desenvolvimento mental completo
	O Código declara relativamente incapaz não apenas os surdos-mudos, mas todo o excepcional em desenvolvimentos completa.
Somente são considerados relativamente incapazes os surdos-mudos que, por não terem recebido educação adequada a permanecerem isolados, ficarem privados de um desenvolvimento mental completo
Se tiverem recebido, e puderem exprimir plenamente sua vontade, serão incapazes. Assim, também ocorre com todos os excepcionais sem desenvolvimento mental completo.
	Os pródigos
	Pródigos é o indivíduo que dissipa o seu patrimônio desvairadamente. Trata-se de um desvio da personalidade e não, propriamente, de um estado de alienação mental.
Pode ser submetido à curatela (art. 1.767, inciso V, do NCC), promovida pelos pais ou curadores, pelo cônjuge ou companheiro, ou por qualquer parente.
O pródigo só ficará privado, no entanto, de praticar, sem curador, atos que extravasam a mera administração (esta ele poderá exercer) e implicam no comprimento do patrimônio, como emprestar, da r quitação, alienar, hipotecar (art. 1.782 da Lei n 10.406 de 2002).
Pode praticar, validamente e por si só, os atos da vida civil que não envolvam o seu patrimônio e não se enquadrem nas restrições mencionadas. Pode, assim, casar, dar autorização para casamento dos filhos menores etc.
	Os silvícolas (índios)
	Índios ou silvícolas são os habitantes das selvas, não integrados a civilização.
A Lei que atualmente regulamenta a situação jurídica dos índios no País é a Lei n 6.001, datada de 19 do 12 de 1973, que dispõe sobre o Estatuto do Índio, proclamando que ficarão sujeitos a tutela da União, até se adaptarem a civilização.
Essa lei considera nulos os negócios celebrados entre um índio e pessoa estranha a comunidade indígena, sem a participação da Fundação Nacional do Índio (Funai), enquadrando-o, pois, como absolutamente incapaz. Entretanto, declara que considerará válido tal ato se o índio revelar consciência e conhecimento do ato praticado e, ao mesmo tempo, tal ato não o prejudicar.
A tutela dos índios origina-se no âmbito administrativo. O que vive nas comunidades não integradas a civilização já nasce sob tutela.
É, portanto, independentemente de qualquer medida judicial, incapaz desde o nascimento até que preencha os requisitos exigidos pelo art. 9 da Lei n 6.001 de 73 (idade mínima de 21 anos, conhecimento da língua portuguesa etc.) e seja liberado por ato judicial, diretamente, ou por ato da Funai homologado pelo órgão Judicial.
Poderá o Presidente da República, por decreto, declarar a emancipação de uma comunidade indígena e de seus membros. A tutela do índio não integrado a comunhão nacional tem a finalidade de protegê-lo, a sua pessoa e aos seus bens.
Como as pessoas mencionadas acima têm algum discernimento, não ficam afastadas da atividade jurídica, podendo praticar determinados atos por si sós. Eles, porém, constituem exceções, pois devem estar assistidos por seus representantes, para a prática dos atos em geral, sob pena de anulabilidade. Estão em uma situação intermediária entre a capacidade plena e a incapacidade total.
Incapacidade Total => Incapacidade Relativa=> Capacidade Plena
Da cessação da incapacidade
Cessa a incapacidade, em primeiro lugar, quando cessar a sua causa (enfermidade mental, menoridade etc.) 
A maioridade cessa aos dezoito anos completos (art. 5 do novo Código Civil), isto é, no primeiro momento do dia em que o individuo perfaz os dezoitos anos.
Se é nascido no dia 29 de fevereiro de ano bissexto, completa a maioridade no dia 1 de março.
Emancipação
A emancipação pode ser de três espécies:
Voluntária: Concedida pelos pais, se o menor tiver dezesseis anos completos (art. 5, parágrafo único, inciso I do Código Civil).
Deve ser concedida por ambos os pais, ou por um deles na falta de outro. A impossibilidade de qualquer um deles participar do ato, por se encontrar em local ignorado ou por outro motivo relevante, deve ser devidamente justificada em juízo. 
Se os pais divergirem entre si, a divergência deverá ser dirimida pelo juiz. Quanto a forma, é expressamente exigido o instrumento público, independentemente de homologação judicial (art. 5, parágrafo único, inciso I do NCC)
Judicial:
Concedida por sentença, ouvido o tutor, em favor do tutelado que já completou dezesseis anos.
Se o menor estiver sob tutela, deverá requerer sua emancipação ao juiz, que a concederá por sentença, depois de verificar a conveniência do deferimento para o bem do menor. O tutor não pode emancipá-lo. 
Legal:
É a emancipação que decorre de determinados fatos previstos na lei, como o casamento, o exercício de emprego publico efetivo, a colocação de grau em concurso de ensino superior e o estabelecimento com a economia própria. Independe de registro e produzirá efeitos desde logo, isto é, a partir do ato ou do fato que a provocou.
Incapacidade e Impedimento
A incapacidade não se confunde com o impedimento. Neste ocorre à vedação a realização de certos negócios jurídicos, como fazer contratos, adquirir bens etc. A lei, por exemplo, proíbe que o leiloeiro e seus prepostos adquiram, ainda que em hasta pública, os bens de cuja venda estejam encarregados
Capacidade negocial e capacidade especial
Além das capacidades de direito e de fato há as capacidades negocial e especial.
	Capacidade negocial
	Capacidade especial
	É aquela exigida como plus, além da genérica, para a realização de atos jurídicos específicos.
Exemplo: exige-se que o outorgante da produção particular a advogada seja alfabetizado.
	É a exigida para a realização de determinados atos, normalmente fora da esfera do Direito Privado. Exemplo: para votar exige-se a pessoa tenha 16 anos completos. 
Capazes
Segundo o art. 5 do NCC, acessam aos 18 anos completos, passando a ficar habilitado a praticar todos os atos da vida civil.
No parágrafo único do mesmo artigo, elenca-se outras possibilidades, para os menores, de alcançar a capacidade completa.
Cessa, para os menores, a incapacidade por:
Emancipação;
Casamento;
Exercício de emprego público efetivo
Colação de grau em curso superior;
Estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria.
Tais diferenciações acarretam diversos efeitos jurídicos, os atos praticados pelos absolutamente incapazes são nulos (art. 166 CC), e os praticados pelos relativamente incapazes são anuláveis (art. 171 C)
Domicilio Civil 
O conceito de Domicilio Civil da pessoa natural é determinado pela combinação dos artigos 70 e 71 do NCC.
Apenas encontraremos o Domicilio Civil se preenchermos os dois requisitos determinados no artigo 70 do NCC que são:
Residência
É o objeto do conceito, sendo este palpável. É o elemento externo e visível.
Exemplo: uma casa, um prédio, um apartamento.
Ânimo definitivo
É o elemento interno do Domicilio Civil. Sendo evidenciado por reflexos do individuo que demonstram seu interesse em permanecer em tal domicilio.
Exemplo: receber correspondência, receber contas.
Fim da personalidade da pessoa natural
	MORTE
	A existência da pessoa natural termina com a morte, conforme preconiza o artigo 6 do Código Civil:
‘’A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quando aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva.
A morte marca o fim da personalidade física, faz cessar conseqüentemente a personalidade jurídica, sendo assim o homem compreendido em suas funções desaparece no momento de sua morte. Dessa forma, a morte irá cessar com a personalidade jurídica que o acompanhou durante a vida, enquanto ser autônomo de imputação de normas jurídicas. O de cujos não é susceptível de ser titular de direitos e obrigações’’.Morte presumida 
Artigo 7:
‘’Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
 I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
 II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 2 (dois) anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do lançamento. ’’ 
 No sistema do Código de 1916, não existia o instituto da morte presumida, a não ser para efeitos patrimoniais, nos casos de sucessão provisória e definitiva.
 Tal não implica extinção da personalidade. É permitida a abertura da sucessão provisória ou definitiva do desaparecido, para proteção de seu patrimônio. Permite-se, no entanto, a justificação judicial de morte nos termos do artigo 88 da Lei de Registros Públicos.
 Não se trata de presunção de morte. No entanto, mesmo que acolhida uma justificação nesse sentindo, nada impede que a pessoa surja posteriormente sã e salva, o que anula todos os atos praticados com sua morte justificada, protegendo-se os terceiros de boa-fé.
 No entanto, o novo ordenamento foi mais além, autorizando a declaração de morte presumida em outras situações, independente da declaração de ausência.
 A posição tomada pelo novo Código foi outra: o instituto da ausência é tratado dentro da parte geral do diploma (artigos 22 ss.) e não mais no direito de família.
 Essa declaração de ausência tradicionalmente tem por finalidade a proteção do patrimônio do desaparecido, levando a sucessão provisória e a sucessão definitiva. Os fins do instituto são exclusivamente patrimoniais.
 No Código de 2002, expressamente, o legislador aponta que sejam consideradas mortes presumidas as situações que autorizam a abertura da sucessão definitiva (artigos 37 ss.).
 Nesse sentido, dispõe o artigo 6 da nova lei civil: ‘’A existência da pessoa natural termina com a morte. Presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. ’’ 
	COMORIÊNCIA
	Diz o art. 8. ‘’Se 2 (dois) ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.’’ 
A regra da comorência tem relevância principalmente nas questões do direito de sucessão. Para que seja aplicada, é necessário que tenham morrido juntos parentes que sejam sucessores recíprocos, isto é, a morte de um tio e um sobrinho em uma explosão de um avião não requerer a aplicação da regra da comoriência se esse tio tiver filhos e o sobrinho não for herdeiro do tio. 
Um caso do uso da regra da comoriência seria o seguinte:
 ‘’A’’ é único filho de ‘’B’’. ‘’B’’ é casado com ‘’C’’. Pois bem, sabemos que na ordem de vocação hereditária, a sucessão legítima defere-se na seguinte ordem: primeiro herdam os descendentes, depois os ascendentes, depois o cônjuge sobrevivente e por último os colaterais (o cônjuge concorre com os descendentes e com os ascendentes).
 Temos duas possibilidades para explicar essa regra:
– Se a na morte conjunta de ‘’A’’ e ‘’B’’ (acidente de carro, por exemplo) for possível determinar que ‘’A’’ morreu após ‘’B’’, haverá a passagem de herança de ‘’B’’ (pai) para ‘’A’’ (filho), resultante que ‘’C’’ (mãe), por ser a única herdeira de ‘’A’’ (filho), ficará com herança toda para ela.
– Se a morte conjunta de ‘’A’’ e ‘’B’’ (explosão de um avião, por exemplo) for impossível a fixação do momento exato da morte de ambos, aplicar-se-á a comoriência, isto é, não haverá transmissão da herança, um não herdará do outro. Conseqüentemente, ‘’A’’ não herdará do pai ‘’B’’. A herança de ‘’B’’ passará para os seus pais. Se o cônjuge atender a determinadas condições, concorrerá na herança com os pais do falecido; isto é, se vivos, o pai e a mãe de ‘’B’’. Ao ‘’C’’ (esposa) restará um terço da herança de ‘’B’’ (não ficará desamparada, portanto). 
	AUSÊNCIA
	Pelo novo estatuto legal, considera-se ausente pessoa que deixa o seu domicilio sem deixar notícias suas e nem representantes ou procurador que administre os seus bens.
Nesses casos, a requerimento do MP ou de outro interessado, o juiz declarará a ausência e nomeará curador provisório.
Da pessoa jurídica
	Para alguns, as pessoas jurídicas são seres de existência anterior e independente da ordem jurídica, se apresentando às direito como realidades incontestáveis (teoria orgânica da pessoa jurídica).
	Para outros, as pessoas jurídicas são criações do direito e, assim, fora da previsão legal correspondente, não se as encontra em lugar algum (teoria da ficção da pessoa jurídica).
	Hoje, para a maioria dos teóricos, a natureza das pessoas jurídicas é a de uma idéia, cujo sentido é partilhado pelos membros de uma comunidade jurídica, que a utilização de seus interesses. Sendo assim, ela não preexiste ao direito. 
A pessoa jurídica é um sujeito de direito personalizado, assim como as pessoas físicas, em contraposição aos sujeitos de direito despersonalizados, com o nascituro, a massa falida, o condomínio horizontal etc.
A massa falida de uma empresa é formada no momento da decretação de sua falência, e consiste no acervo do ativo e passivo de bens e interesses do falido, que passam a ser administrados e representados pelo síndico.
Desse modo, a pessoa jurídica tem a autorização genérica para a pratica de atos jurídicos bem como de qualquer ato, exceto o expressamente proibido.
Pessoa jurídica de Direito Público
Pessoa jurídica de direito externo:
Regidas pelo Direito Internacional, abrangendo: ONU, UNESCO, FIFA, Nações Estrangeiras;
São criados através de tratados internacionais, fatos históricos, criação constitucional (art. 42 novo CC). Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Pessoa jurídica de direito interno:
Enumeram o Código as pessoas jurídicas desta classe (art. 41):
Adm. Direta – União, Estados, Territórios (retorno dos territórios pelo CC 2002), Municípios e o Distrito Federal;
Adm. Indireta: autarquias demais entidades de caráter público criadas por lei;
Fundações públicas: Fim específico, sem fins lucrativos. Surgem quando a lei individualiza um patrimônio a partir de bens pertencentes a uma pessoa jurídica de direito público, afetando-o a realização de um fim administrativo e dotando-o de organização adequada. Fundação Nacional de Cultura – instituída por lei.
Pessoa jurídica de Direito Privado
1 – Corporação (associações, sociedades civis simples e empresariais, partidos políticos, sindicatos);
2 – Fundações particulares (são ainda pessoas jurídicas de direito privado como exceções);
3 – Empresas públicas (entidade com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a exploração de atividade econômica que precise ser exercida pelo governo);
4 – Sociedades de economia mista (entidade criada por lei para exploração de atividade econômica sob forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertencem, em sua maioria a União ou a Administração Indireta);
5 – Partidos políticos (associações civis que têm por escopo assegurar dentro do regime democrático, os direitos fundamentais estatuídos pelo CF de 88.)
ENTES DESPERSONALIZADOS
Foram considerados como pessoa jurídica de direito privado pela Lei n 9.096, de 19 de novembro de 1995, conforme seu art.1:
Entes despersonalizados
São aqueles que, embora possam ser capazes de adquirir direitos e contrair obrigações, não preenchem as condições legais e formais para serem enquadrados como pessoa jurídicas, por falta de alguns requisitos ou pela sua situação jurídica sui generis. Estão, entre tais, a massa falida, espólio e a pessoa jurídica ‘’de foto’’, que são aqueles pequenos comerciantes que comprovam e vendem produtos sem terem sociedade comercial regularmente constituída (ambulantes camelôs etc.).
Inicio da pessoa jurídica
Começa a existência legal daspessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registrado, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvando direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
	VOCÊ SABIA, em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
 
A pessoa jurídica tem o seu fim através da dissolução, deliberada entre seus membros, ou quando é cassada a autorização para seu funcionamento. Porém, subsiste até a conclusão da liquidação.
Concluída a liquidação, será cancelada a inscrição da pessoa jurídica. Ainda poderá ter seu fim por determinação legal ou por ato do governo.
Domicilio da pessoa jurídica 
As regras sobre o domicilio das pessoas jurídicas concentram-se em um mesmo dispositivo legal, bordejando as pessoas jurídicas de direito público interno e as pessoas jurídicas de direito privado.
Como na expressão ‘’domicilio’’ subtende-se a idéia de residência, com ânimo definitivo, jaz inapropriada a sua extensão as pessoas jurídicas, o que, porém e no fundo, ocorre apenas como mais uma criação ficcional do legislador.
Diz-se, sem receio de equívoco, que o legislador cabia articular e engenhar sistema normativo mais esmerado e expressão mais adequada para, com precisão, alcançar melhor a disciplina sobre o chamado domicilio das pessoas jurídicas.
Na realidade, o novo texto pouco ou nada remoçou o instituto do domicilio das pessoas jurídicas, haja vista que foi reproduzido sim inovação de relevo algum.
Com as considerações acima expendidas, retoma-se o tema, salientando que as pessoas jurídicas, malgrado a sua realidade incorpórea, reclamam a identificação do núcleo ou do centro em que fulguram as relações jurídicas a partir do qual se desenvolvem as atividades que lhe são pessoas, em conformidade com a sua natureza.

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