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www.cers.com.br 1 www.cers.com.br 2 Capítulo 4 Recurso Ordinário 4.1. HIPÓTESES DE CABIMENTO São duas as hipóteses de cabimento do recurso ordinário e encontram-se previstas no artigo 895 da CLT, em seus incisos I e II. Veja: Art. 895 da CLT. Cabe recurso ordinário para a instância superior: I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. A primeira hipótese de recurso ordinário é em face da sentença, seja ela definitiva ou terminativa do feito, ou seja, que tenha julgado o mérito ou extinto o processo sem resolução do mérito. Já a segunda hipótese de recurso ordinário é contra as decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais do Trabalho em ações de sua competência originária, ou seja, que a lei determinam que devem ser ajuizadas no TRT, em que, portanto, o TRT funcionará como a primeira instância. Podemos citar como exemplo a ação rescisória e o mandado de segurança. Explico: a) Ação rescisória Caso a decisão a ser desconstituída trata-se de uma sentença proferida pelo juiz do trabalho, a ação rescisória deverá ser dirigida ao Tribunal Regional do Trabalho. Caso a decisão a ser rescindida seja proferida pelo TRT, a competência será do próprio Tribunal de onde se originou o acórdão. Por fim, se o acórdão a ser desconstituído foi proferido pelo TST, a competência para processar e julgar a ação rescisória é do próprio Tribunal Superior do Trabalho. Das decisões dos TRTs em ação rescisória cabe recurso ordinário para o TST. Nesse sentido é a súmula 158 do TST: Súmula no 158 do TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, cabível é o recurso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização judiciária trabalhista. b) Mandado de segurança A depender de quem seja a autoridade coatora, a lei estabelece o juízo competente para processar e julgar o mandado de segurança, conforme exposto no quadro a seguir: COMPETÊNCIA – MANDADO DE SEGURANÇA Autoridade coatora Juízo competente Auditor fiscal do trabalho; Superintendente regional do trabalho; Oficial de cartório (quando recusar-se a registrar a entidade sindical); Membro do Ministério Público do Trabalho (inquéritos civis). JUIZ JUIZ TRT TRT TRT www.cers.com.br 3 TST TST Em face das decisões dos TRTs em mandados de segurança cabe recurso ordinário para o TST. Nesse sentido é a súmula 201 do TST: Súmula no 201 do TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, correspondendo igual dilação para o recorrido e interes- sados apresentarem razões de contrariedade. 4.2. ESTRUTURA DO RECURSO ORDINÁRIO O recurso ordinário é composto por duas folhas: pela folha de rosto, dirigida ao juízo que proferiu a decisão, e pela folha de razões, endereçada ao tribunal competente para julgar o recurso. A seguir analisaremos a estrutura do recurso ordinário em face da sentença, por ser a mais comum. O desenvolvimento do recurso ordinário interposto contra decisão do TRT em ação de sua competência originária obedece ao mesmo raciocínio. 4.2.1 FOLHA DE ROSTO A folha de rosto é dirigida para o juízo a quo, ou seja, aquele que proferiu a decisão. Este juízo, verifica se estão presentes os pressupostos de admissibilidade, os intrínsecos e os extrínsecos (legitimi- dade, capacidade, interesse processual, tempestividade, depósito, custas e regularidade de representação, entre ou- tros). Preenchidos os pressupostos, o juízo a quo recebe o recurso, abre vista à outra parte para apresentar as contrarra- zões no prazo de 8 (oito) dias, conforme estabelece o artigo 900 da CLT e, em seguida, remete os autos para o Tribunal ad quem, que analisará o mérito e julgará o recurso. Logo, nessa folha: a) destacaremos a presença dos pressupostos de admissibilidade intrínsecos e extrínsecos, deta- lhando o depósito recursal e as custas processuais, se for o caso; b) pediremos a intimação do recorrido para apre- sentar contrarrazões; e c) por fim, postilaremos a remessa dos autos ao juízo ad quem. Veja o exemplo: AO DOUTO JUÍZO DA ____ VARA DO TRABALHO DE ____. NOME DO RECORRENTE, já qualificado nos autos em epígrafe, em que contende com NOME DO RECORRIDO, também qualificado, vem, respeitosamente, perante Vossa Exce- lência, por intermédio de seu advogado adiante assinado, com fulcro no artigo 895, I, da CLT, INTERPOR: RECURSO ORDINÁRIO para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da ____ Região. Encontram-se presentes todos os pressupostos de admissibilidade do recurso, dentre os quais destacam-se: a) Depósito recursal: recolhido, no valor de R$ ____, conforme guia anexa. b) Custas Processuais: recolhidas no valor de R$ ____, correspondentes a 2% do valor da condenação, conforme guia anexa. www.cers.com.br 4 Diante do exposto, requer o recebimento do presente recurso, a intimação da outra parte para apresentar as contrarrazões ao recurso ordinário no prazo de 8 dias, nos termos do artigo 900 da CLT e a posterior remessa ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da ____ Região. Nestes termos, Pede deferimento. Local e data. Advogado OAB n° A FGV exige do candidato que destaque em seu recurso ordinário o preparo, o depósito e as custas, por isso, na sequência, analisaremos o tema. a) Depósito recursal O depósito recursal tem natureza de garantia do juízo, logo é realizado apenas pelo reclamado, empregador ou toma- dor dos serviços. O reclamante jamais fará depósito recursal. O depósito é exigido para interposição dos seguintes recursos: recurso ordinário, recurso de revista, embargos ao TST, recurso extraordinário, recurso ordinário em ação rescisória e também para o agravo de instrumento. Com exceção do agravo de instrumento, o depósito deve ser realizado no valor da condenação ainda não depositado até o limite do teto estabelecido pelo TST. O TST atualiza os valores do teto no dia 1º de agosto de todos os anos. Até 1º de agosto de 2018 o teto para o recurso ordinário será de R$ 9.189,00 e para o recurso de revista, embargos ao TST, recurso extraordinário e recurso ordinário em ação rescisória é de o dobro R$ 18.378,00. Para o agravo de instrumento o limite máximo do depósito é diferente dos recursos acima referidos. O reclamado deverá depositar o valor da condenação ainda não depositado até o limite de 50% do valor do depósito do recurso que se quer destrancar (art. 899, § 7º, da CLT). Não há condenação em pecúnia, também não há depósito recursal (súmula 160, TST). O depósito será reduzido a metade para as entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempre- endedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte (art. 899, § 9º, CLT). Por sua vez, nos termos do art. 899, § 10º, da CLT são isentos de depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial. Além desses também são isentos: a massa falida (súmula 86, TST) e a Fazenda Pública (União, Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias e funda- ções públicas (Art. 1°, IV, do DL no 779/69). As empresas públicas e as sociedades de economia mista não têm a mesma isenção da Fazenda Pública (súmula 170, TST). Retratando as hipóteses analisadas observe a tabela: Parte Recorrente Condenação em pecúniaDepósito Fundamento Reclamante – Não em razão da natureza do depósito de garantia do juízo Reclamado Não Não Súmula no 161 do TST Entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, Sim Reduzido a metade Art. 899, § 9º, CLT www.cers.com.br 5 microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte Beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicia Sim Isentos Art. 899, § 10º, CLT Reclamado: massa falida Sim Não Súmula no 86 do TST Fazenda Sim Não Art. 1°, IV, do DL no 779/69 Empresas públicas e sociedades de economia mista Sim Sim Súmula 170, TST O depósito deve ser feito em conta vinculada ao juízo (art. 899, § 4º, CLT). O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial (art. 899, § 11, CLT). O depósito poderá ser realizado e comprovado no prazo do recurso, ou seja, em 8 dias, mesmo que este tenha sido interposto antes, no terceiro dia do prazo, por exemplo, nos seguintes casos: recurso ordinário, recurso de revista, em- bargos ao TST e recurso ordinário em ação rescisória (súmula 245, TST). Para o agravo de instrumento é diferente, o depósito deve ser feito no ato da interposição do recurso (art. 899, § 7º, CLT). Em caso de recolhimento insuficiente do depósito recursal, somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 dias previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC de 2015, o recorrente não complementar e comprovar o valor devido (OJ 140, SDI-1, TST). b) Custas As custas processuais serão pagas pela parte vencida na fase de conhecimento. Quando o reclamante não “ganhar nada” - como por exemplo quando a sentença for de total improcedência ou o processo foi extinto se resolução do mérito - será vencido e terá que recolher custas. Por sua vez, se o reclamado “perder qualquer pedido” será o vencido e terá que recolher as custas. O vencido recolhe quanto de custas? Recolhe 2% sobre o valor da condenação ou do acordo e, se não houver, 2% sobre o valor da causa, observado o mínimo de R$ 10,64 e o máximo de 4 vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (art. 789, CLT). Quando as custas serão recolhidas? Se a parte vencida recorrer, deverá recolher as custas no prazo do recurso. Caso não recorra, as custas serão recolhidas ao final (art. 789, § 1º, CLT). Confira os exemplos a seguir: Exemplo 1: Sentença de total improcedência – recurso ordinário do reclamante www.cers.com.br 6 As custas serão recolhidas no valor de R$ _____, correspondente a 2% (dois por cento) do valor da causa, conforme guia anexa. Exemplo 2: Sentença de parcial procedência – recurso ordinário interposto pelo reclamado, empregador As custas serão recolhidas no valor de R$ _____, correspondente a 2% (dois por cento) do valor da condenação, conforme guia anexa. São isentos de custas, nos termos do art. 790-A da CLT os beneficiários da justiça gratuita, o Ministério Público do Tra- balho, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações públicas. Por sua vez, segundo a súmula 86 do TST, a massa falida também é isenta do recolhimento de custas. Assim como ocorre com o depósito recursal, na hipótese de recolhimento insuficiente das custas processuais o, somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 dias previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC de 2015, o recorrente não complementar e comprovar o valor devido (OJ 140, SDI-1, TST). 4.2.2 FOLHA DE RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO A folha de razões, por sua vez, é o recurso propriamente dito e observa a seguinte estrutura de tópicos: I) Preliminares de Mérito; II) Prejudiciais de Mérito; III) Mérito; IV) Requerimentos Finais. Segue o exemplo: AO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____ REGIÃO. RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO I – PRELIMINAR DE MÉRITO II – PREJUDICIAL DE MÉRITO III – MÉRITO O juiz julgou procedente (improcedente/procedente) o pedido ____. (Fatos) A sentença não merece ser mantida, pois ____. (Fundamentos) Diante do exposto, requer a reforma da sentença para ____. (Pedido) IV – REQUERIMENTOS FINAIS Diante do exposto, requer o conhecimento do presente recurso, bem como o acolhimento da pre- liminar de mérito para ... sucessivamente, o acolhimento da prejudicial de mérito para .... e, su- cessivamente, ainda, no mérito, o seu provimento, para fins de reforma da sentença para .... Nestes termos, Pede deferimento, www.cers.com.br 7 Local e data Advogado OAB n° Segue a análise individualizada de cada um dos itens da folha de razões: endereçamento, preliminares, prejudiciais, mérito e requerimentos finais. a) Endereçamento A folha de razões do recurso ordinário deve ser endereçada ao TRT, na circunstância do artigo 895, I, da CLT (decisão proferida por um juiz do trabalho – sentença) ou para o TST, na hipótese do artigo 895, II, da CLT (decisão proferida pelo TRT em ações de sua competência originária), à luz dos exemplos a seguir. Exemplo 1: Artigo 895, I, da CLT: EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____ REGIÃO. RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO A respeitável sentença não merece ser mantida, razão pela qual requer a sua reforma. Exemplo 2: Artigo 895, II, da CLT: COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO O respeitável acórdão não merece ser mantido, razão pela qual requer a sua reforma. b) Preliminares de mérito O recurso ordinário pode ser manejado tanto para a correção dos errores in judicando quanto dos errores in proce- dendo, logo, sua finalidade pode ser a de reformar a decisão recorrida corrigindo as injustiças ou reexaminando as provas, ou a de anular a sentença, respectivamente”. SENTENÇA Error in procedendo Preliminar de mérito Error in judic and o Mérito do RO As preliminares de mérito do recurso ordinário estão relacionadas com as nulidades processuais, em outras palavras , com os vícios do processo, que ensejam a nulidade da decisão proferida (error in procedendo). Logo, as alegações do recorrente em preliminar de mérito versam sobre matéria processual, nesse momento não se discute o mérito. No tópico da preliminar de mérito requer-se: • a nulidade da sentença; e • o retorno dos autos ao juízo a quo ou o julgamento do processo no estado em que se encontra (art. 1.013, § 3º, do CPC). Os exemplos mais comuns no exame de ordem são: • nulidade de citação; • cerceamento de defesa (exemplos: Súmula no 357 do TST e ausência de prova pericial quando há pedido de adici- onal de periculosidade ou insalubridade). www.cers.com.br 8 Exemplo: I – PRELIMINAR 1. Cerceamento de defesa O juiz indeferiu oitiva das duas testemunhas do reclamante por estarem litigando contra o recla- mado, sob protestos daquele. (Fatos) Segundo a Súmula no 357 do TST, não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar liti- gando ou de ter litigado contra o mesmo empregador. Tal indeferimento da prova implica o cerce- amento de defesa e, portanto, a violação ao artigo 5°, LV da CF. (Fundamento) Diante do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno dos autos para o juízo a quo, a fim de que seja reaberta a instrução processual e ouvida a testemunha. c) Prejudiciais de mérito As prejudiciais de mérito englobam os assuntos relacionados à prescrição e à decadência, matéria que, se acolhida, obsta a análise do direito material, pois enseja a extinção do processo com resolução do mérito. Tanto o Reclamadoquanto o reclamante poderão tratar da prescrição na prejudicial de mérito. Certamente, o reclamante não arguirá pela primeira vez a prescrição em sede de recurso ordinário, mas poderá postular a reforma da sentença que acolher mal a prescrição. Como exemplo, podemos citar a sentença em que o juiz acolhe a prescrição bienal, extinguindo o processo com resolução do mérito. Em prejudicial de mérito, no recurso ordinário, o Reclamante poderá arguir que não decorreu mais de 2 anos entre a extinção do contrato de trabalho e o ajuizamento da ação, com o objetivo de afastar o acolhimento da prescrição e a consequente extinção do processo. Por outro lado, da sentença que não acolhe a prescrição bienal, poderá ser interposto recurso ordinário pelo Recla- mado, requerendo o seu acolhimento. O reclamado poderá, ainda, arguir a prescrição pela primeira vez em sede de RO, conforme autoriza a Súmula no 153 do TST, que dispõe: Súmula no 153 do TST. Não se conhece de prescrição não arguida na instância ordinária. Na Justiça do Trabalho, a instância ordinária compreende o Juízo de 1o grau, bem como os Tribunais Regionais do Trabalho. Em síntese: PRESCRIÇÃO SE O JUIZ Tratou da prescrição na sentença Poderão arguir a prescrição: o reclamante e o reclamado, se o juiz julgou mal. Pedido: reforma da sentença. Não tratou da prescrição Poderá arguir a prescrição: o reclamado, se identificar a prescrição bienal ou quinquenal apenas nessa fase do processo. PEDIR: extinção do processo com resolução do mérito (art. 487, II, do CPC). Seguem exemplos: Exemplo 1: RO interposto pelo Reclamante em face de sentença que acolheu a prescrição bienal. www.cers.com.br 9 II – PREJUDICIAL DE MÉRITO 1. Prescrição bienal O juiz acolheu a prescrição bienal muito embora a reclamatória trabalhista tenha sido ajuizada antes de decorridos dois anos do término do contrato de trabalho. (Fatos) A sentença não merece ser mantida, pois consoante os artigos 7o, XXIX, da CF e 11 da CLT e a Súmula no 308, I, do TST, a ação, quanto a créditos resultantes das relações de trabalho, prescreve dois anos após a extinção do contrato de trabalho. Ocorre que é de apenas 1 ano o lapso temporal entre a extinção do contrato de trabalho e a propositura da reclamatória traba- lhista. (Fundamento) Diante do exposto, requer a reforma da sentença, a fim de que seja afastada a prescrição bienal. Sucessivamente, requer também a análise do mérito. (Pedido) Exemplo 2: RO interposto pelo Reclamado arguindo, pela primeira vez, a prescrição bienal. O juízo a quo condenou o Reclamado ao pagamento das verbas rescisórias oriundas do contrato de trabalho extinto no dia 10 de fevereiro de 2007, inobstante o ajuizamento da ação tenha ocorrido apenas em maio de 2011. (Fatos) Segundo os artigos 7o, XXIX, da CF e 11 da CLT e a Súmula no 308, I, do TST, opera-se a prescrição bienal quando o ajuizamento de reclamatória trabalhista ocorrer após o prazo de dois anos contados do término do contrato de trabalho. A ação in casu já ultrapassou o limite legal, tendo em vista que a reclamatória foi proposta em abril de 2011. Ademais, cumpre ressaltar que a Súmula no 153 do TST, admite o conhecimento da pre- judicial ora arguida por se tratar de instância ordinária. (Fundamento) Diante do exposto, requer a extinção do processo, com resolução do mérito, com base no artigo 487, II, do CPC e, sucessivamente, caso não seja acolhida a prejudicial de mérito, a análise dos demais itens a seguir expostos. (Pedido) d) Mérito As alegações do recurso ordinário devem atacar a sentença, tendo em vista que o recurso é interposto em face dessa decisão e visa a sua reforma. Portanto, o mérito do RO deve demonstrar os fatos e fundamentos que dão ensejo à reforma da decisão recorrida. É aconselhável que cada argumento seja desenvolvido em um tópico específico, cujo título evidencie a matéria alegada, pois isso garantirá clareza e objetividade à prova prático-profissional. Na finalização de cada tópico do mérito deve-se requerer a reforma da sentença. Exemplo: recurso ordinário do reclamante. I – MÉRITO 1. Horas extras O juízo a quo julgou improcedente o pedido de condenação do Reclamado ao pagamento de horas extras, bem como os seus reflexos. (Fatos) A sentença não merece ser mantida, pois restou comprovada a jornada extraordinária, por www.cers.com.br 10 meio da confissão do preposto do recorrido, o qual afirmou que a jornada de trabalho do recor- rente somava 50 horas semanais. (Fundamento) Diante do exposto, requer a reforma da sentença para incluir na condenação o pagamento das horas extraordinárias (Pedido) e) Requerimentos finais Nos requerimentos finais do recurso ordinário deve-se postular: • conhecimento do recurso; • acolhimento das preliminares para ____ (se houver); • sucessivamente, o acolhimento das prejudiciais para ____ (se houver); e • sucessivamente, no mérito, provimento do recurso para fins de reforma da sentença para ____. Segue exemplo: Diante do exposto, requer o conhecimento do recurso, bem como o acolhimento da prelimi- nar de mérito para ____, sucessivamente, o acolhimento da prejudicial de mérito para ____. Sucessivamente, no mérito, requer o seu provimento, para fins de reforma da sentença para ____. Nestes termos, Pede deferimento. Local e data. Advogado www.cers.com.br 11
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