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EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE OURINHOS, ESTADO DE SÃO PAULO. Autos nº: xxxx JOÃO, já qualificado nos autos em epígrafe, representado por seu bastante procurador e advogado (procuração em anexo), com fulcro no art. 403, §3º do Código de Processo Penal, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar ALEGAÇÕES FINAIS pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. I – DOS FATOS O denunciado encontra-se incurso na sanção do crime descrito no art. 148, §1º, V do Código Penal, posto que na data de 10/05/2017 supostamente mediante violência teria levado para sua residência MARIA, dançarina da casa noturna Sangue Azul, mediante violência com intenções de práticas libidinosas. Destaca-se que a denúncia foi recebida, contudo, não foi apresentada Resposta à Acusação, assim o Magistrado verificando que não era hipótese de absolvição sumária designou data para audiência de Instrução e Julgamento, ocasião em que a vítima e testemunhas de acusação foram inquiridas. As testemunhas de defesa declararam com segurança terem se encontrado, na mesma noite e na mesma casa noturna com Maria, após sua saída com o denunciado. Ao ser interrogado, o denunciado afirmou ter convidado Maria para r até sua casa, e esta havia concordado mediante pagamento, alegando ainda que em momento posterior, ambos discutiram sobre o valor a ser pago, tendo assim Maria saído revoltada com a promessa de vingança. II - PRELIMINARES Primeiramente, conforme entendimento sumulado do STF Nº 523, se faz necessário a decretação de nulidade absoluta do processo pois após a citação do réu, não houve apresentação de resposta a acusação, momento em que o juiz deveria ter nomeado defensor para o réu, conforme previsto no art 396-A parágrafo 2º. A resposta inicial, assim, nesse contexto, é ato de defesa – porque através dela, inclusive, pode alcançar-se a absolvição sumária (artigo 397 do CPP) e, portanto, indispensável, devendo ser oferecida pelo defensor do acusado – constituído ou nomeado. É certo, pois, que a ausência de resposta do acusado, por defensor técnico, ofende a legislação processual e, também, ataca o Princípio da Ampla Defesa e contraditório, trazendo prejuízos ao acusado, pelo cerceamento de defesa a que se viu submetido, visto não ter podido, exercer o seu direito de resposta, em evidente ataque aos dispositivos da lei processual e artigo 5º., inciso LV da Constituição Federal. Indiscutível, no caso, o vício processual e constitucional, que prejudica e ataca, também, o Princípio do Devido Processo Legal. Deve-se ser declarado nulo o processo, conforme a mais pura justiça. III- DOS FUNDAMENTOS De acordo com os depoimentos das testemunhas inquiridas,constata-se que não há provas suficientes de que o fato narrado ocorreu, pois as mesmas alegam ter visto a vítima na mesma noite e na mesma casa noturna após sua saída com o denunciado declarando ainda que houve combinação de pagamento, e que a mesma foi por vontade própria até a casa do acusado, ocorrendo lá então desavenças entre os dois, que resultaram em discussão e promessa de vingança por parte da vítima. Por não haver provas com densidade suficiente para comprovar o cometimento do delito, restando apenas a palavra da vítima e a do acusado deve ser aplicado o principio in dubio pro réu, ou seja, na literal dúvida deve-se prevalecer a presunção de inocência do denunciado. IV – DOS PEDIDOS Diante das interpretações doutrinárias acima transcritas, requer a Vossa Excelência o seguinte: Que seja declarada a nulidade do processo, pela violação do principio de ampla defesa e contraditório. Caso não seja de entendimento de Vossa Excelência a nulidade do processo, que o denunciado seja absolvido, pela ausência de provas de que este concorreu para a prática do crime. Termos em que pede deferimento Local, data Advogado/OAB
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