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Filosofia e Ética - AD3

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Curso: Administração Pública
Disciplina: Filosofia e Ética
Explique os seguintes conceitos: Cosmologia, Metafísica, Ontologia, Mundo das Ideias (essências) de Platão e, de Aristóteles, os conceitos: Essência e Acidente, Ser e Substância, Devir e as 4 causas (Material, Formal, Eficiente e Final).
	
	A Cosmologia nasce como uma explicação racional dos primeiros filósofos para a origem do cosmos (mundo). Platão e Aristóteles buscavam responder a perguntas como: Por que o mundo existe? Por que o mundo é como é? A cosmologia surge para estudar a evolução do universo, sua estrutura e composição. Tem como principais características substituir a explicação da origem das coisas através de mitos e seres divinos por explicações racionais, que buscam as causas de tais alterações no universo. Portanto, a cosmologia era uma explicação racional sobre a physis do universo (CHAUÍ, 2000, p. 266).
	
	Em seu livro Convite à Filosofia, Marilena Chauí, nos diz o seguinte:
“A palavra metafísica foi empregada pela primeira vez por Andrônico de Rodes, por volta do ano 50 a.C. [...] Com essa palavra – ta meta ta physika -, o organizador dos textos aristotélicos indicava um conjunto de escritos que, em sua classificação, localizavam -se após os tratados sobre a física ou sobre a Natureza, pois a palavra grega meta quer dizer: depois de, após, acima de. Ta: aqueles; meta: após, depois; ta physika : aqueles da física. Assim, a expressão ta meta ta physika significa literalmente: aqueles [escritos] que estão [catalogados] após os [escritos] da física. Ora, tais escritos haviam recebido uma designação por parte do próprio Aristóteles, quando este definira o assunto de que tratavam: são os escritos da Filosofia Primeira, cujo tema é o estudo do “ser enquanto ser”. Desse modo, o que Aristóteles chamou de Filosofia Primeira passou a ser designado como metafísica” (CHAUÍ, 2000, p. 266).
	A Metafísica possui em seus temas principais, dois sentidos: existência e essência da realidade, indagando por que existem e por que são o que são. É o estudo do “ser enquanto ser”. Os filósofos modernos e contemporâneos a consideram inadequada, por ser uma lógica limitada para descrever o real, pois opera em princípios que reagem e ordenam a realidade, pretendendo definir O Ser. O Ser é um termo usado para designar tudo o que existe, pois tudo possui ser. Sendo assim, as coisas existem com um jeito, uma maneira, uma forma, pois, se não tivessem forma, não seriam reais ou não possuiriam definições. Portanto, tudo que é real possui fundamento no Ser, pois, se não possuem fundamentação no Ser, são apenas aparência. A metafísica considera a realidade em si mesma, independente de nós.
	
	A Ontologia é o estudo do conhecimento do Ser, que se apresenta na realidade ou nas coisas, de modo real e verdadeiro, tal como são em si mesmas. Em seu livro Convite à Filosofia, Marilena Chauí também nos traz a seguinte explicação sobre a origem dessa palavra:
A palavra ontologia é composta de duas outras: onto e logia. Onto deriva-se de dois substantivos gregos, ta onta (os bens e as coisas realmente possuídas por alguém) e ta eonta (as coisas realmente existentes). Essas duas palavras, por sua vez, derivam-se do verbo ser, que, em grego, se diz einai. O particípio presente desse verbo se diz on (sendo, ente) e ontos (sendo, entes). Dessa maneira, as palavras onta e eonta (as coisas) e on (ente) levaram a um substantivo: to on, que significa o Ser (CHAUÍ, 2000, p. 266).
	Platão e Aristóteles separavam o Ser da aparência. Aparências tocam os nossos sentidos, mas são ilusórias, pois não se fundamentam em nada. Para eles algumas coisas desaparecem por não ter fundamento. A essência é a forma, a natureza íntima de alguma coisa e sua característica principal faz com que ela seja o que é. No pensamento de Platão, tudo o que é real o é segundo sua essência, possui forma. Para ele, a essência é o Ser da coisa. Já para Aristóteles, o Ser devia ser pensado como a existência e a essência como a natureza que se realiza no próprio fato de se existir, e não fora dele. A ontologia então é a própria filosofia e o conhecimento do Ser, das ideias, é a mudança de conceito das coisas sensíveis à essência das coisas imutáveis. É passar do que é intangível ao que é real, do Não-Ser ao Ser.
	
	Para Platão, o mundo material vive em constante mudança por ser algo imperfeito por natureza, volátil na identidade das coisas, sempre passando de um estado a outro. Daí vem a ontologia platônica, que defende a existência de dois mundos (de essências) inteiramente diferentes. Um chamado Mundo Sensível, que é o mundo da mudança, do devir, e da aparência. Outro, chamado Mundo Inteligível, que é o mundo da identidade, da verdade, não passível de interferência, sejam elas de sentidos ou de opiniões. O primeiro é mundo das coisas e o segundo é mundo das essências verdadeiras - o mundo do Ser. No outro, o mundo sensível das coisas – o Não-Ser – é uma cópia imperfeita do mundo das essências. Em A Alegoria da Caverna, passagem de A República, Livro VII, a narrativa de Platão nos faz entender que se um dos homens consegue se libertar, sair da caverna e contemplar o Sol, a luz, ou seja, o conhecimento, e retornando à caverna para contar aos outros o que havia visto, seria tido como louco, prepotente e pretencioso, pois, para entenderem o que homem estava dizendo, eles precisariam ir até ao Sol e também se tornarem conhecedores da essência das coisas. Os homens presos conhecem apenas o mundo sensível, o mundo das coisas. O homem que se libertou das correntes, saiu da caverna, viu a luz e se deixou dominar pelo Sol, conheceu o mundo das essências. Segundo CHAUÍ (2000, p. 271, grifo do autor),
“[...] Uma ideia é uma essência ou um conjunto de qualidades essenciais que a fazem ser o que ela é necessariamente [...] Cada ideia, em si mesma, é uma, idêntica a si mesma, eterna e imutável – uma ideia é. Ao mesmo tempo, cada ideia difere de todas as outras pelo conjunto de qualidades ou propriedades internas e necessárias pelas quais ela é uma essência determinada, diferente das demais [...]”
	Para Aristóteles, essência é a substância (fusão da matéria com a forma). Ela, a essência, está nas próprias coisas e não separada em um outro mundo. É a união indivisível entre matéria e forma, com características próprias que o fazem ser o que é. Acidente, segundo Aristóteles, é um atributo de uma essência, que ela (a essência) pode deixar de ter, sem, contudo, deixar de ser o que é. Segundo CHAUÍ, “A essência é o universal; o acidente, o particular” (2000, p. 280).
	Para Aristóteles, substância é o Ser. Ele utiliza esse conceito em dois sentidos: substância como sujeito individual e substância como gênero a que esse sujeito pertence. No primeiro, Aristóteles refere-se aos sujeitos individuais, sendo cada um com suas particularidades (ex: um cão, uma mulher, um homem, um carro, etc), chamados de substância primeira. No segundo, refere-se aos sujeitos universais, chamados de substância segunda, ou seja, são propriedades gerais dos indivíduos que o pensamento conhece.
	
	O Devir é mudança, passagem de alguma coisa ao estado contrário ao seu estado inicial (ex: o gordo emagrece, o novo fica velho, o vivo morre, frio vira quente, etc). o devir é um novo modo de existir das coisas que, da sua maneira, busca se aperfeiçoar em um processo visando a perfeição. Segundo Chauí, Aristóteles disse que “[...] As coisas se transformam porque desejam encontrar sua essência total e perfeita, imutável como a essência divina. É pela mudança incessante que buscam imitar o que não muda nunca” (2000, p. 277-278).
	
	Para Aristóteles, existem 4 causas primeiras que nos explicam o que é a essência, sua origem e motivo de sua existência. Para os gregos, causa não significa somente o porquê de alguma coisa, mas também explica o o que e o como ela é o que é. As causas primeiras servem para nos dizer o que é, como é, porque é e para que é uma essência. Vejamos: causa material – nos diz aquilo de que é feita uma essência,ou seja, sua matéria; causa formal – nos diz aquilo que explica a forma que uma essência possui; causa eficiente ou motriz – nos diz como a matéria chegou até aquela forma para construir uma essência; e causa final – nos explica o motivo, a razão, a finalidade de alguma coisa existir e ser como é.
REFERÊNCIAS
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. Ed. Ática, São Paulo, 2000.
ASSMANN, Selvino José. Filosofia e Ética. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC; Brasília: CAPES: UAB, 2009.

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