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Tombamento e demais institutos afins à desapropriação

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AULA 3: TOMBAMENTO E DEMAIS INSTITUTOS AFINS À DESAPROPRIAÇÃO 
Direito administrativo II 
DIREITO ADMINISTRATIVO II 
Aula 3: Tombamento e demais institutos afins 
à desapropriação 
AULA 3: TOMBAMENTO E DEMAIS INSTITUTOS AFINS À DESAPROPRIAÇÃO 
Direito administrativo II 
A importância do Tombamento 
Ocupação temporária 
Requisição 
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Direito administrativo II 
Tombamento reside no direito de se conhecer a história, que é 
fundamental para a compreensão de nosso presente, e deve ser 
assegurado também para os cidadãos vindouros. 
 
No Brasil, o tombamento é um assunto que se ouve falar, mas se 
conhece pouco. 
 
Denomina-se ocupação temporária a espécie de intervenção branda 
na propriedade através da qual o Estado se apossa 
momentaneamente de bem particular (ou, com algumas restrições a 
mais, públicos) para executar serviço ou obra pública. 
 
Requisição gira em torno de uma modalidade de intervenção branda 
na propriedade, em regra, mas que pode se converter em intervenção 
drástica. 
Conceito de crédito tributário 
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Disciplina Normativa 
A Constituição vigente foi primeira a se referir ao tombamento expressamente, no 
dispositivo anteriormente citado. Vejamos a sua redação: 
“Art. 216 -.................................................. . 
§ 1.º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o 
patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e 
desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação”. 
Competência para legislar sobre tombamento: 
O Decreto-lei n.º 25/37 ainda é hoje o diploma legal disciplinador do tombamento 
(norma geral) e o procedimento está regulado pela Lei Federal 6292/75. 
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Importante! Obrigações decorrentes do tombamento: 
Em primeiro lugar, um non facere, consistente em não permitir que o proprietário destrua ou 
mutile o bem tombado e nem, sem prévia autorização do IPHAN, sob pena de multa de 50% do 
dano causado, repare-o, pinte-o ou restaure-o (DL 25/37, art. 17). 
Fique de olho 
Os Estados, Distrito Federal e Municípios também têm competência para legislar sobre o tema, 
como se infere do disposto no art. 24, VII e art. 30, I e II, todos da CRFB/88. 
Fique de olho 
Em se tratando de bens móveis, não poderá o seu titular retirar o bem do País, senão por curto 
prazo, para fins de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do IPHAN (DL 25/37, art. 14). 
 
Em segundo lugar, fica o proprietário do bem obrigado a algumas condutas positivas (facere), 
sempre com vistas à conservação da coisa tombada. 
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Fique de olho 
Em terceiro lugar, por disposição expressa do art. 20 do Decreto-lei n.º 20/37, as coisas tombadas 
ficam sujeitas à vistoria da autoridade competente. 
 
Em quarto lugar, temos o direito de preferência dado à União, aos Estados e aos Municípios, 
nesta ordem, um verdadeiro direito real sobre coisa alheia, que incidirá sobre o poder de 
disposição do proprietário do bem tombado (art. 22, DL-25/37). 
Fique de olho 
Se não dispuser de recursos necessários, deverá comunicar, no plano federal, ao Instituto de 
Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) a carência das obras e a falta de condições para 
tanto, arcando a União com as despesas, se não preferir a desapropriação, com fundamento no art. 
5.º, l do Decreto-lei n.º 3.365/41 (DL 25/37, art. 19, caput e § 1.º). 
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Dica da hora 
Quanto à manifestação de vontade do sujeito passivo: 
 
Voluntário – Possibilidade do próprio proprietário de 
determinado bem, por reconhecer o seu valor 
histórico, artístico, cultural etc., oferecê-lo ao 
tombamento (DL n.º 25/37, art. 7.º). 
 
Compulsório – Configura-se essa hipótese se o 
proprietário do bem objeto da intervenção discordar 
da mesma. 
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Fases do procedimento 
1. Manifestação do órgão sobre o valor do bem para fins de tombamento; 
2. Notificação ao proprietário para anuir ao tombamento dentro do prazo de quinze (15) dias, a contar da 
data do recebimento da notificação ou para, se quiser, impugnar e oferecer razões dessa impugnação; 
3. Se o proprietário anuir, por escrito, à notificação, ou não impugnar, tem-se o tombamento voluntário, 
com a inscrição no Livro do Tombo; 
4. Havendo impugnação, será dada vista, no prazo de mais quinze (15) dias, ao órgão que tiver tomado a 
iniciativa do tombamento, a fim de sustentar as suas razões; 
5. A seguir, o processo será remetido ao Conselho Consultivo do IPHAN, que proferirá decisão a respeito, 
no prazo de sessenta (60) dias, a contar da data do recebimento; 
6. Se a decisão for contrária ao proprietário, será determinada a inscrição no Livro do Tombo; se for 
favorável, o processo será arquivado; 
7. A decisão do Conselho Consultivo terá que ser apreciada pelo Ministro da Cultura (Lei nº 6.292, de 
15.12.75, o qual poderá examinar todo o procedimento, anulando-o, se houver ilegalidade, ou 
revogando a decisão do órgão técnico, se contrária ao interesse público, ou, finalmente, apenas 
homologando-a; 
Obs: Art. 9º, III, foi revogado pelo DL – 3866/41, cabendo recurso ao Presidente da República. 
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Indenização 
Em regra, não há que se falar em indenização, salvo se ensejar econômico do bem 
(Posição do STJ e do STF). 
 
Cancelamento 
STJ - Admite-se o cancelamento, razões de conveniência e oportunidade. 
 
Ocupação Temporária 
Utilização do bem por prazo certo. 
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Fundamentos: 
Norma infraconstitucional (art. 36 do Decreto-lei n.º 3.365/41). 
Anote – Objeto 
a) Somente os bens imóveis, ou também os móveis, serão atingidos pela ocupação 
temporária? 
b) Quanto aos imóveis, somente os não edificados podem ser temporariamente 
ocupados? 
c) Somente por ocasião de uma desapropriação é que as ocupações temporárias serão 
instituídas? 
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Fique Antenado! 
• Cuidado porque o art. 36 do Decreto-lei n.º 3.365/41, indica no sentido de somente os 
imóveis não edificados poderem ser objeto de ocupação temporária. Mas não é bem assim; 
• É possível a ocupação temporária de bem móvel; 
• Não é correto restringir o alcance da ocupação temporária a terrenos baldios próximo à obra 
pública; 
• Nas eleições para cargos políticos, muito comum é que se utilize o Tribunal Regional Eleitoral 
(vide Lei n.º 4.737/65 - Código Eleitoral) de prédios públicos ou particulares, geralmente 
escolas, clubes e outros estabelecimentos privados por ocasião das eleições. 
Fique ligado 
Não se pode negar a possibilidade de se instituir ocupação temporária sobre bens imóveis 
edificados, autorizando o exercício, pela Administração Pública, do poder de uso da propriedade 
atingida por prazo certo. 
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Preste atenção! – Indenização – só se causar danos ao proprietário 
Um terreno não edificado em um bairro residencial, para o qual não há qualquer projeto de 
construção por parte do proprietário, que o tem como forma de investimento, é ocupado pelo 
Município parafuncionar como canteiro de obra pública realizada por este último no terreno ao lado. 
Ao final de 1 (um) ano, as obras terminam e, com elas, a ocupação temporária. 
 
Requisição 
Trata-se de uma modalidade de intervenção branda na propriedade, em regra, mas que pode se 
converter em intervenção drástica. 
Sempre será drástica quando incidir sobre bens de consumo imediato, isto é, aqueles que se 
desintegram com a sua utilização normal. 
 
Fundamentos - “Art. 5.º. ............................................. 
XXV – No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade 
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano” (CRFB/88). 
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Competência Legislativa - Exclusivamente da União ( art. 22, III, da CRFB/88). 
Objeto – Poderá recair sobre a propriedade, móvel ou imóvel, ou sobre serviços particulares. 
 
Dica 
Eis aí um caso típico de requisição, abrangendo, também, os serviços como objeto: Imagine que uma 
chuva forte provoque o desmoronamento de várias casas de uma determinada região, configurando 
uma situação de calamidade pública. Os sobreviventes ficam, além de feridos, desabrigados. Na 
cidade, de interior, só há um hospital, particular, com capacidade para atender à necessidade pública 
e urgente que se instala. O prefeito, então, requisita à empresa proprietária do hospital não só as 
suas instalações, como também os seus serviços médicos, para dar assistência aos feridos e demais 
necessitados. Note-se que a redação do dispositivo legal transcrito dá a entender que as requisições 
somente poderiam recair sobre os serviços; enquanto que, se a intervenção tivesse por objeto um 
bem, seria caso de desapropriação. Entretanto, não é esse o significado que se tem atribuído a esse 
diploma legal. 
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Servidão administrativa 
Decisão do STF 
“A Superintendência Nacional do Abastecimento (SUNAB), na qualidade de órgão incumbido de 
aplicar a legislação de intervenção do Estado no domínio econômico, poderá, quando assim exigir 
o interesse público, requisitar bens ou serviços essenciais ao abastecimento da população”. 
 
Indenização 
Se houver dano efetivo à coisa, a indenização será devida. Do contrário não. 
 
Indenização 
Situação do policial na busca do bandido em fuga. Se o sujeito passivo é um empresário que está 
se dirigindo ao aeroporto e, por conta do ato interventivo, se atrasa, perde a passagem. Valor 
deverá integrar o montante a ser indenizado. 
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AVANCE PARA FINALIZAR 
A APRESENTAÇÃO. 
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? 
 
Natureza Jurídica e Forma de 
Aquisição; 
Efeitos/Consequências do Decreto 
Expropriatório; 
Objeto da desapropriação.

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