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UNIVERSIDADE SALVADOR
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA
 ARTIGO DE REVISÃO
Qualidade do Ambiente de Desenvolvimento e Ambiente Familiar: Influências na Saúde Mental da Criança
 Mariana Cariri
�
_______________________________________________________
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão de literatura sobre a influência do ambiente de desenvolvimento infantil e ambiente familiar na saúde mental da criança. Foi efetuado um levantamento bibliográfico por meio da utilização do banco de dados da biblioteca virtual do SciELO, no período compreendido entre os anos de 1995 a 2008, livros e em publicações relevantes na área de desenvolvimento e promoção da saúde mental da criança e adolescente. As fontes pesquisadas são concordantes sobre a relação entre ambiente de desenvolvimento, ambiente familiar e saúde mental infantil e que estes encontram-se intimamente interligados. Os transtornos emocionais têm sido associados a fatores como exposição precoce a ambientes incontroláveis, acúmulo de eventos de vida adversos e ter um genitor com o transtorno. A família é um fator determinante na vida da criança, visto que na primeira infância os principais vínculos, bem como os cuidados e estímulos necessários ao crescimento e desenvolvimento, são fornecidos pela mesma. A qualidade do cuidado, nos aspectos físico e afetivo-social, decorre de condições estáveis de vida, principalmente na esfera psicossocial. Torna-se relevante, então, a investigação dos sistemas de cuidado à criança, em diferentes condições ecológicas, abrangendo múltiplas esferas de influências na saúde mental da mesma. Em vista da diversidade de riscos e da gravidade dos efeitos dos transtornos emocionais e comportamentais na infância, é de suma importância também, a implementação de programas de prevenção e promoção de saúde, que ainda são escassos.
Palavras-chave: Ambiente de desenvolvimento, Ambiente Familiar, Saúde mental infantil, Prevenção, Promoção de Saúde.
______________________________________________________
INTRODUÇÃO
Sapienza (2005), aponta em seus estudos, a existência de pesquisas antropológicos, sociológicos e psicológicos há muito tempo têm tentado responder, através de investigações sobre o comportamento humano e o desenvolvimento infantil, questões que se encontravam pendentes, estabelecendo uma forte dependência entre o ambiente da criança, sua saúde e seu desenvolvimento. Seguindo nesta mesma linha, Andrade (2005) destaca que a literatura atual tem demonstrado que os cuidados prestados às crianças são conseqüências de muitos fatores, incluindo cultura, nível socioeconômico, estrutura familiar e características próprias da criança (ANDRADE, 2005). 
Este novo século é marcado pelo interesse em estudos sobre a relação mãe-filho e sobre a influência do ambiente no desenvolvimento das crianças. Autores como Belsky et al (2006), passaram a considerar a organização do ambiente físico e o entorno da criança como indicadores para o ótimo desenvolvimento de sua saúde física e mental. Por sua vez, a psicologia passa a dar menos ênfase aos diagnósticos das psicopatologias e a se preocupar mais com os aspectos preventivos, com os programas de promoção de saúde e com a qualidade de vida das pessoas. Valendo salientar, ainda no entorno desta temática, que as investigações sobre o desenvolvimento infantil, assim como os estudos clínicos,passam a incluir a avaliação do ambiente (ANDRADE, 2005).
A prática de promoção de saúde se insere na temática Qualidade do Ambiente de desenvolvimento Infantil de forma determinante e como condição primária para uma atenção voltada a saúde coletiva . Segundo Aerts (2004), Promoção da Saúde nasce como nível de atenção em saúde e renasce como paradigma re-estruturante de intervenção. Ela não é uma nova teoria geral sobre saúde, mas é uma estratégia que se apóia em conhecimentos de diversas áreas e em valores como autonomia, responsabilidade, justiça. Desta forma, a saúde não vem como um objetivo, mas como a fonte de riqueza da vida cotidiana. Trata-se de um conceito positivo que acentua os recursos sociais e pessoais, assim como as aptidões físicas, indo em busca do bem-estar. 
Desta forma, a partir destas reflexões é possível compreender a necessidade da investigação do ambiente de desenvolvimento infantil e sua influência na saúde mental da criança, principalmente sob uma perspectiva de promoção de saúde.
O presente estudo pretende identificar fatores de risco que possam estar associados à qualidade do ambiente de desenvolvimento infantil e ambiente familiar em relação a saúde mental da criança apresentados em artigos científicos publicados entre 1995 e 2008, em periódicos científicos brasileiros. Dessa forma, pretende-se contribuir como um aporte ao estudo do desenvolvimento no que diz respeito a grupos vulneráveis, contribuindo como base para a realização de estratégias voltadas a ações protetoras de saúde. A escolha do objeto de estudo, se justifica também, pois uma vez identificadas as variáveis associadas ao ambiente, é possível programar ações orientadas para os principais problemas de saúde, visando transferir os resultados para programas de saúde coletiva, privilegiando a proteção e promoção da saúde. 
MÉTODOS
Este artigo apresenta uma revisão de literatura Expositiva sobre ambiente familiar e saúde mental infantil. Cruz (2004), este modelo de revisão de literatura expõe o tema em questão à partir da análise e síntese de pesquisas. 
No que diz respeito a sua classificação, foi escolhido a classificação de Abrangência. Desta forma, estipula-se um período de tempo específico para a cobertura do tema, considerando o progresso da pesquisa atual. Sendo assim, torna-se claro o problema, além de ser possível uma melhor definição e esclarecimento do mesmo. (CRUZ, 2004).
Ainda segundo Cruz (2004), o modelo de revisão escolhida reconta as investigações prévias objetivando informar ao leitor a situação atual da pesquisa, identificando relações entre os assuntos abordados. 
Para a construção deste estudo, foi realizado um levantamento bibliográfico utilizando-se o banco de dados da biblioteca virtual do SciELO (http://www.scielo.br), livros e publicações relevantes na área de desenvolvimento e promoção da saúde mental da criança e adolescente. Nesta base de dados foram identificados, exclusivamente, periódicos que estivessem indexados. O fato da utilização exclusiva de periódicos está relacionado com a avaliação realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que estabelece uma classificação, chamada de Qualis, para os periódicos que se encontram indexados nos banco de dado da biblioteca virtual utilizada (Ministério da Educação, 2007). Além disso, no conteúdo básico da revisão, priorizou-se as publicações periódicas por entender, que essas trazem informações mais recentes e a princípio de acesso mais amplo. 
Como critério de inclusão, foi definida a necessidade de os artigos no SciELO possuír o período de publicação compreendido entre os anos de 1995 até 2008, além dos termos disponíveis fornecidos - saúde mental infantil, e ambiente de desenvolvimento. Os artigos disponibilizados foram visualizados na íntegra e constam de periódicos publicados nas revistas a seguir: Revista de Saúde Pública, Cadernos de Saúde Pública, Ciência e Saúde Coletiva, Revista Brasileira de Psiquiatria, Revista de Psiquiatria Clínica, Psicologia: Reflexão e Crítica , Estudos de Psicologia,Psicologia e Saúde, Psicologia em Estudo e Jornal de Pediatria.
No final das etapas de busca foram obtidos 12 artigos sobre Ambiente Familiar, 45 artigos referentes a saúde mental infantil e 28 artigos referentes a ambiente de desenvolvimento, totalizando 86 artigos. Deste total foram utilizados para a análise aqueles que se encaixaram nos critérios pré-estabelecidos,sendo 5 de Ambiente Familiar, 7 referentes a saúde mental infantil e 8 referentes a ambiente de desenvolvimento, totalizando 20 artigos.
Vale acrescentar que os resultados foram divididos em temas centrais para torná-lo mais didático.
RESULTADOS
Ambiente de Desenvolvimento 
A Teoria dos Sistemas Ecológicos proposta por Bronfenbrenner (2002), vem sendo considerada como uma base adequada, tanto teórica como metodologicamente, para o estudo do ambiente de desenvolvimento (FERREIRA, 2002). Esta teoria permite a construção de uma abordagem saudável e contextualizada do desenvolvimento (em oposição àquelas baseadas no estudo de aspectos psicopatológicos), procurando enfocar, dinamicamente, a pessoa e suas particularidades e o ambiente no qual está inserida. A ecologia do desenvolvimento humano, formulada por este autor, salienta a complexidade das inter-relações no ambiente imediato. Ele depende da existência e natureza das interconexões com outros ambientes complementares, permitindo contextualizar os fenômenos do desenvolvimento nos vários níveis do mundo social.
Segundo a teoria ecológica do desenvolvimento proposta por Bronfenbrenner (2002), para a compreensão do desenvolvimento de uma criança, não é o suficiente prestar atenção apenas nela e em sua família imediata. É necessário compreender todo o cenário ecológico em que ela está crescendo: sua vizinhança e escola, as profissões de seus pais e seu nível de satisfação com elas, as relações dos pais entre si e com suas próprias famílias, e assim por diante. 
Essa teoria concebe o meio ambiente ecológico como uma organização de encaixe de estruturas concêntricas, cada uma contida na seguinte. Essas estruturas são chamadas de microssistema, mesossistema, exossistema e macrossistema. O microssistema corresponde a um padrão de atividades, papéis e relações interpessoais experenciadas pela criança num dado ambiente com características específicas (casa,creche,etc). O mesossistema é um sistema de microssistemas. Ele é formado ou ampliado sempre que a criança entra num novo ambiente. O exossistema, se refere a um ou mais ambientes que não envolvem diretamente a criança como participante ativo, mas são afetadas por eles. O macrossistema, por sua vez, se refere a cultura e subculturas, juntamente com sistema de crença e ideologia, quem envolve todos os sistemas inferiores. (BRONFENBRENNER ,2002.)
 Visto isso, os modos de criação são reconhecidos como uma importante influência no desenvolvimento da criança, e por conseqüência, na sua saúde mental. As interconexões entre os diversos níveis ou subsistemas que compõem o ambiente ecológico são importantes forças que afetam o crescimento psicológico. Torna-se relevante, então, a investigação dos sistemas de cuidado à criança, em diferentes condições ecológicas, abrangendo múltiplas esferas de influências na saúde mental da mesma, com destaque para as práticas e suas interligações (FERREIRA,2002).
Para se avaliar seu potencial de risco ou proteção, é importante especificar as propriedades críticas que definem as dimensões do contexto de desenvolvimento e sua influência na saúde mental da criança. Fazem parte destas, segundo Martins (2003), as dimensões espaciais (limites,permeabilidade, acesso e transição), capacidade cognitiva (compreensão de aspectos do ambiente, inclusive das rotas de escape de uma desvantagem social, como se escolarizar, casar-se, emigrar); integração e participação ( chances de interação face-a-face, habilidades de enfrentar barreiras); e contrato social ( direitos e obrigações). Com essas propriedades vão interagir também, recursos familiares em diferentes níveis: renda, tempo, educação e emprego dos pais, comportamento parental, atitudes e crenças, saúde emocional; além de recursos comunitários, como infra-estrutura de cuidado e proteção à criança e redes sociais formais e informais. Contudo, esses aspectos interagirão, configurando vias de acesso a oportunidades ou barreiras, estabilidade ou instabilidade. (MARTINS, 2003).
Lordelo (2004) afirma que a diversidade de ambientes nos quais a criança se desenvolve, com a crescente importância das creches e pré-escolas como contextos modernos de desenvolvimento, estabelece desafios para a compreensão dos mecanismos de ajustes dos sujeitos participantes – crianças e adultos, a esses contextos. A investigação do ambiente doméstico, particularmente na sua dimensão social, pode indicar os elementos relevantes para a comparação dos diferentes ambientes em termos das suas potencialidades e limitações.
Segundo esta mesma autora, os sistemas de cuidado à criança têm sido relacionados a resultados desenvolvimentais diferenciados, nas áreas cognitiva, social e afetiva . Esta aponta ainda para a importância crucial das variações ambientais, incluindo detalhes do processo de socialização, no desenvolvimento da criança, com destaque para crenças parentais sobre a sua própria afetividade enquanto agentes com poder de influência. Relatam, também, estudos que demonstram acentuado efeito dos estilos parentais de criação sobre a saúde mental da criança. As técnicas de controle aversivo utilizados nas práticas de criação resultam no aumento de comportamento agressivo entre as crianças, em contraposição às técnicas usadas pelos pais indutivos, que utilizam a razão e o argumento no controle do comportamento da criança os quais têm, em geral, crianças mais altruísticas, com comportamentos guiados por normas pessoais morais. (LORDELO, 2004)
A responsividade do ambiente social, especialmente focalizado na figura materna dentro do ambiente familiar, é um elemento crítico desse sistema, visto que o adulto é o responsável pelo estabelecimento das interações da criança com o meio ambiente, devendo conduzir esse processo de maneira adaptada às habilidades da criança. Embora essa concepção admita que o desenvolvimento humano é uma construção compartilhada pela criança e pelo adulto, atribui-se a este último um peso maior nas fases iniciais do desenvolvimento, esse equilíbrio alterando com o tempo e como efeito do desenvolvimento (MARTINS, 2004). Por maior que seja papel do adulto, caracterizando um sistema natural didático não implica, entretanto, em passividade da criança. Ao contrário, o estabelecimento de um sistema de comunicação que favoreça a formação do vínculo de apego requer, como condição indispensável, que o adulto siga as iniciativas da criança, o que caracteriza essencialmente a situação de responsividade. (MARTINS,2004).
Ambiente Familiar
Em estudo feito por Bordin (2005), constatou-se que as famílias de baixo nível socioeconômico estão mais expostas a ambientes negativos. Segundo este autor, a renda familiar pode ser determinante para a qualidade de vida das famílias quanto ao acesso a saúde, educação, alimentação e habitação, entre outros. As dificuldades constantes associadas à pobreza, segundo Bordin (2005), prejudicam o bem-estar psicológico dos pais e o ambiente interpessoal na casa, afirmando que a boa qualidade da criação dos filhos requer gastos consideráveis em investimentos por parte da família que favoreçam o seu desenvolvimento. Porém, embora o resultado encontrado por este estudo encontre semelhanças com outros estudos nesta área, não se pode afirmar que o fator socioeconômico seja determinante para a qualidade do ambiente de desenvolvimento. A exemplo disso, Martins (2004), mesmo reconhecendo há existência de variáveis comportamentais relacionadas com o status socioeconômico, afirma que não se pode legitimamente inferir o potencial estimulador do ambiente familiar a partir apenas do conhecimento da classe social. Inclusive, ainda de acordo com esse autor, em seus estudos, os grupos socioeconômicos desfavorecidos apresentaram a mesma amplitude de práticas de criação de filhos e atitudes encontradas nos grupos socioeconômicos médios. Concluindo, portanto, que acima de uma boa renda familiar, uma relação positiva entre pais e filhos, construída sobre uma basede amor, pode aumentar a competência social da criança e sua disposição para explorar e arriscar.
É no contexto familiar, segundo Souza (1997), que se dá a interação. Essa influência mútua da criança com o adulto ou com outras crianças é um dos principais elementos para uma adequada estimulação no espaço familiar. Os processos proximais são os mecanismos primários do desenvolvimento humano, sendo estes as bases constituintes da interação, contribuindo para que a criança desenvolva sua percepção, dirija e controle seu comportamento. Além disso, permite adquirir conhecimentos e habilidades, estabelecendo relações e construindo seu próprio ambiente físico e social.
Estudos sobre estimulação ambiental, como os de Bastos (1999) e Lordelo (2000), concluem que mães orientadas a estimularem seus bebês, por meio de uma variedade de experiências perceptivas com pessoas, objetos e símbolos, contribuíram para o desenvolvimento das crianças, observando-se conseqüências positivas em longo prazo. 
Nas últimas décadas, inúmeros estudos, entre eles os de Goldberg e DiVitto (1983), Capuzzi (1989), Barnard (1997), têm mostrado a importância da interação mãe-criança no desenvolvimento infantil, como característica importante para a qualidade do ambiente de desenvolvimento, exercendo influências positivas na saúde mental da criança. (FIGUEIREDO, 2001). Um dos aspectos importantes da observação da interação mãe-criança é a sensitividade materna, conceito desenvolvido por Ainsworth, Blehar, Waters e Wall (1978) e definido como a habilidade da mãe em perceber, interpretar e responder de forma adequada e contingente aos sinais da criança. (FIGUEIREDO, 2001).
 Segundo Bowlby (1988), a mãe muito sensitiva é bastante atenta aos sinais da criança e responde a eles pronta e apropriadamente. É a mãe que consegue ver os acontecimentos do ponto de vista da criança e que conhece qual o significado das comunicações dele, por mais sutis que elas sejam. No outro extremo, está a mãe muito insensitiva que parece agir quase exclusivamente de acordo com seus desejos, humores e atividades. A mãe pode responder aos sinais da criança, mas o faz com atraso, e isso já é, em si, insensitivo. A sensitividade materna, portanto, assume uma posição central nas experiências interativas da criança pequena, contribuindo para sua futura organização comportamental e cognitiva. (BOWLBY,1988).
Sendo assim, segundo Ferriolli et al (2007), a família desempenha ainda o papel de mediadora entre a criança e a sociedade, possibilitando a sua socialização, elemento essencial para o desenvolvimento infantil. Visto isso, independente de sua estrutura, a mesma mantém-se como o meio relacional básico para as relações da criança com o mundo. Vale salientar, porém, segundo este mesmo autor, que no ambiente familiar, paradoxalmente, a criança tanto pode receber proteção quanto conviver com riscos para o seu desenvolvimento. Fatores de risco relatados por Ferriolli et al (2007), podem ser relacionados a fragilidade nos vínculos familiares, podendo resultar em prejuízos para solução de problemas, linguagem, memória e habilidades sociais. 
Saúde Mental Infantil
Problemas de saúde mental na infância podem prejudicar o desenvolvimento da criança e estão associados ao risco de transtornos psicossociais na vida adulta. Segundo Almeida Filho (2000), estudos epidemiológicos têm mostrado taxas variáveis de prevalência de problemas psiquiátricos em crianças e adolescentes. Em revisão da literatura foram encontradas taxas entre 8% e 18%, com média de prevalência global de 15,8% (BARKLEY RA,1990). No Brasil, diferentes levantamentos encontraram taxas de prevalência entre 12,7% e 23,3%. Os problemas mais freqüentes incluem transtornos de conduta, de atenção e hiperatividade e emocionais (FILHO, A. 2000.).
Na busca de condições que podem contribuir para o surgimento ou a intensificação dos sintomas psiquiátricos mais comuns em crianças, têm sido encontrados fatores familiares comuns associados a vários transtornos (MRAZEK P,1994). Para os problemas externalizados, que compreendem os transtornos de déficit de atenção e hiperatividade e de conduta são fatores de risco: discórdia conjugal severa, desvantagem socioeconômica, tamanho grande da família, criminalidade paterna e transtorno mental da mãe. Inversamente, são fatores de proteção: famílias com até quatro filhos, pais apoiadores e adequado estabelecimento de limites e regras (MRAZEK P,1994). Ainda dentre os fatores de risco, a disfunção conjugal, ruptura da família, história psiquiátrica parental e estresse familiar, acrescidos de práticas disciplinares intrusivas e severas, são os mais significativos para transtornos de déficit de atenção e hiperatividade (CAMPBELL SB, 2000). Para transtorno de conduta, o baixo status socioeconômico da família é um dos mais robustos fatores de risco contextuais (Dodge KA, 2000). Os transtornos emocionais têm sido associados a fatores como exposição precoce a ambientes incontroláveis, acúmulo de eventos de vida adversos e ter um genitor com transtorno (HALPERN, 2007).
 Em busca de entender a etiologia desses problemas de saúde mental supracitados, Assis (2009), afirma que os mesmo estão intimamente relacionados à capacidade de lidar e responder à demanda do mundo externo, à sua competência social. Segundo esta autora, na infância, a relação com amigos na escola e o desempenho acadêmico são as expressões mais relevantes da competência social de uma criança. Visto isso, o desenvolvimento de habilidades sociais é crucial, especialmente nas fases pré-escolar e escolar, quando a criança começa a ampliar as redes sociais e despender maior tempo fora de casa. Valendo ainda ressalta que a competência social auxilia o estabelecimento de relações estáveis e positivas com pares, além de ser preditora de ajustamento atual e futuro da criança e de ausência de psicopatologias. (ASSIS, 2009).
Em uma análise ampla, é possível perceber a existência de diversas variáveis que interferem no contexto de desenvolvimento e por conseqüência, na saúde mental infantil. Alguns autores explicam o problema enfocando uma variável, como o (autor) que enfatiza o fator socioeconômico como preponderante na determinação da saúde mental. Segundo ele, o estresse familiar e individual de viver em famílias em ampla desvantagem social e econômica tende a influenciar o contexto de vida, ocasionando problemas em suas crianças. Porém, já segundo (autor) o baixo nível de escolaridade dos pais é um fator potencial em relação a esta problemática, afirmando que a baixa escolaridade materna pode reduzir a sua disponibilidade para dar suporte emocional ao filho, podendo predispor a ocorrência, manutenção ou agravamento de problemas nas crianças. Por outro lado, pais com elevada escolaridade tendem a reconhecer com maior facilidade as necessidades de seus filhos, promovendo sua competência social, além de estarem mais preparados para lidar com desafios, estarem mais articulados com a rede social e oferecerem mais apoio. Entretanto, (autor), tem uma visão mais ampla, afirmando que a discussão entre desigualdades socioeconômicas e problemas na competência social dos pais ou dos problemas de comportamento em crianças vai além da soma e de um estabelecimento de correlações da hierarquia de fatores socioeconômicos familiares, pois a complexa cadeia de mediações (individuais e sociais) e o caráter subjetivo da vivência e da representação destes fatores são pontos sensíveis na compreensão deste processo. Faz-se necessário, portanto, analisar o problema sob enfoques mais vastos que considerem os multiníveis de determinação existentes e que integrem abordagens individuais e grupais, sociais e biológicas numa perspectiva dinâmica, histórica e ecológica.
Contudo, políticas de saúde pública voltadas à essa questão ainda são escassas. Vale salientar, segundo alguém, que historicamente, as ações relacionadas à saúde mental da infância e adolescência foram, no país, delegadas aos setores educacional e de assistência social, comquase ausência de qualquer participação da área da saúde mental. Porém, nos países em desenvolvimento, como o Brasil, a discrepância entre a necessidade de atenção em saúde mental para crianças e adolescentes e a oferta de uma rede de serviços capaz de responder por ela é evidente. Diante à essa realidade supracitada, (autor) afirma que a ausência de políticas de saúde mental infantil vem sendo destacada como fator crucial neste quadro.
Ainda segundo (autor) de modo geral, as políticas de saúde mental existentes estão relacionadas aos problemas da população adulta. Na população de crianças, os tipos de transtorno, principais fatores de risco e de proteção, estratégias de intervenção e organização do sistema de serviços têm especificidades particulares e que não pode ser suprida pela extensão e utilização das mesmas estratégias de cuidado da população adulta. Visto isso, uma política de saúde mental específica para este segmento se faz urgente, visto que contribuiria enfaticamente na ampliação do sistema de serviços, além de proporcionar a institucionalização da construção de dados e de informações culturalmente relevantes acerca dessas questões, contribuindo, dessa forma, para o avanço das pesquisas nesta área.
DISCUSSÃO E COMENTÁRIOS
A saúde mental infantil tem sido bastante negligenciada, tanto pelas políticas públicas quanto pelos estudiosos e profissionais da área. Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde, apresentado durante a Terceira Conferência Nacional de Saúde, 30% dos países não têm políticas de saúde mental e 90% não têm políticas de saúde mental que incluam crianças e adolescentes (Ministério da Saúde, 2005a). No Brasil, o Ministério da Saúde não preconiza ações de Psicologia na atenção básica e também não tem uma proposta para saúde mental das crianças e adolescentes, exceto para transtornos mentais graves, através da implantação dos Centros de Atenção Psicossocial para a Infância e Adolescência (CAPSi) (Ministério da Saúde, 2005b).
Em vista da diversidade de riscos e da gravidade dos efeitos dos transtornos emocionais e comportamentais na infância e adolescência como foi demonstrado na presente revisão, entende-se que programas preventivos tornam-se uma necessidade imperativa. A identificação de problemas de saúde mental deve ocorrer no âmbito da atenção primária. Mapear os problemas de saúde mental nas comunidades de usuários, assim como as condições associadas a esses problemas, constitui uma etapa necessária ao planejamento de ações voltadas para a saúde da população (Marturano, 2007). 
Como pôde ser visto, a saúde mental da criança é um aspecto importante para a sua qualidade de vida e precisa ser levado em consideração. Constatou-se com a presente revisão de literatura, que as fontes pesquisadas estão em acordo em relação ao fato de que ambiente de desenvolvimento, ambiente familiar e saúde mental infantil encontram-se intimamente interligados. Desta forma, torna-se visível que os fatores ambientais, assim como a esfera familiar possuem papel importante na gênese dos problemas emocionais da criança, assim como a ligação direta desta temática com a prevenção e promoção de saúde.
Porém, infelizmente, como parte da assistência à saúde integral da criança, a atenção à saúde mental infantil ainda constitui um desafio na organização do atendimento cotidiano. A escassa literatura com dados empíricos em países em desenvolvimento indica a necessidade de obtenção de informações mais precisas sobre as condições associadas aos problemas de saúde mental infantil, para à partir desse ponto, ser possível a idealização e efetivação de ações preventivas e de assistência. Acredita-se, portanto, que essas devam ser vistas como prioritárias para as políticas públicas, minorando a existência de dificuldades sociais e emocionais infantis, que podem se manter até a vida adulta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suma, existe na literatura a qual tivemos acesso uma constante associação entre a qualidade do ambiente e o desenvolvimento psicológico das crianças, além de considerar a importância da família na construção de um ambiente doméstico dotado de práticas psicossociais favoráveis ao desenvolvimento infantil (ANDRADE,2005). As idéias parentais de como cuidar das crianças tendem a acompanhar as crenças da sociedade, sujeitas a mudanças históricas, de modo que as famílias procuram integrar sua forma de cuidar dos filhos a essas crenças. Torna-se relevante, então, a investigação dos sistemas de cuidado à criança, em diferentes condições ecológicas, abrangendo múltiplas esferas de influências desenvolvimentais, com destaque para as crenças e práticas e suas interligações. Contudo, é valido ressaltar, que a compreensão do ambiente desenvolvimental não pode ser feita unilateralmente, focalizando-se apenas os agentes de cuidado com pais e mães, mas ter o seu foco também na articulação entre crenças e práticas, com implicações no ambiente o qual a criança está exposta. Fatores secundários como baixo peso ao nascer, desnutrição, baixa renda familiar, baixa escolaridade dos pais, pais adolescentes, mães solteiras, ausência do pai, depressão materna, problemas psiquiátricos dos pais, famílias muito numerosas são, também, alguns fatores de risco que podem ser relacionados com a qualidade do ambiente e o desenvolvimento psicológico infantil (ANDRADE, 2005).
Segundo Patricia Leila dos Santos (2006), por vezes o termo saúde mental fica restrito ao atendimento psiquiátrico, desconsiderando-se sua abrangência e a contribuição de várias disciplinas no atendimento de crianças e adolescentes com problemas emocionais e comportamentais.
A literatura internacional mostra que a pesquisa em prevenção experimentou um grande avanço nas últimas três décadas, com um considerável aumento de publicações conceituais e empíricas acerca de programas preventivos dirigidos a crianças e adolescentes (MURTA,2007). No Brasil, alguns estudos têm se ocupado da identificação de fatores de risco e proteção ao desenvolvimento da criança e do adolescente (Cecconello & Koller, 2000; Trombeta & Guzzo, 2002), da discussão de problemas na pesquisa e implementação de programas preventivos de comportamentos anti-sociais (Silveira, Silvares & Marton, 2003) e identificado os prejuízos acadêmicos associados à depressão entre crianças e adolescentes e recomendado ações preventivas (Dell'Aglio & Hutz, 2004). Embora ainda sejam poucos os estudos nacionais que descrevem a implementação de programas preventivos e a avaliação de sua efetividade, como pudemos constatar com esta revisão, algumas publicações recentes descrevem programas focados no desenvolvimento de práticas educativas parentais saudáveis (Haase, Käppler & Schaefer, 2000; Marinho, 2005; Weber, Salvador & Brandenburg, 2005), habilidades sociais educativas (Pinheiro, Haase, Del Prette, Amarante & Del Prette, no prelo; Silva, Del Prette & Del Prette, 2000), competência social em crianças (Castro, Melo & Silvares, 2003) e habilidades de vida em adolescentes (Gorayeb, Cunha Netto & Bugliani, 2003). Em síntese, estes trabalhos evidenciam ser nascente a produção nacional e, portanto, ainda pequena. 
O estudo do assunto em questão propicia maiores conhecimentos na área acadêmica sobre a importância da qualidade do ambiente familiar e saúde mental materna e suas influências na saúde mental infantil, além de demonstrar sua contribuição social, sendo possível, através desta, subsidiar a estruturação dos serviços de atendimento e a implantação de estratégias preventivas e de conscientização para crianças que estão expostas a fatores de risco no contexto em que vivem. A escolha do objeto de estudo se justifica também, tendo em vista que problemas de saúde mental na infância podem prejudicar o desenvolvimento da criança e estão associados ao risco de transtornos psicossociais na vida adulta. Como pode ser visto em estudos como os de Almeida (2004) ,as crianças em risco para problemas psiquiátricosrepresentam uma elevada proporção da população jovem contemporânea. Foi demonstrado que os efeitos cumulativos dos riscos múltiplos têm sério impacto no desenvolvimento cognitivo e sócio-emocional. Por outro lado, há dados mostrando claramente que as intervenções preventivas podem reduzir o risco associado com o início a muitos distúrbios mentais. 
CRUZ, Carla; RIBEIRO, Uirá. Metodologia científica: teoria e prática. 2.ed. Rio de Janeiro: Axcel Books, 2004.
 
Estudos de Psicologia, jul-dez/vol 7, Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Interação Social e Responsividade em ambientes doméstico e creche: cultura e desenvolvimento.
Eulina da Rocha Lordelo 2004. 
Práticas familiares e participação
infantil a partir da visão de crianças
e adultos: um estudo exploratório na
América Latina e no Caribe
Letras: Rio de Janeiro, 2008.
Gary Barker, Márcio Segundo, Marcos Nascimento, Tatiana Araújo, Isadora
Psicologia: Reflexão e Crítica, 2003, 16(1), pp. 203-215
Avaliação da Interação de Crianças em Pátios de Escolas
Infantis: Uma Abordagem da Psicologia Ambiental
Fernanda Marques Martins
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
BRONFENBRENNER , U. A Ecologia do Desenvolvimeto Humano: Experimentos Naturais e
Planejados. Tradução: Maria Adriana Veríssimo Veronese. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas,
2002.
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(4):1020-1028, jul-ago, 2004
Promoção de saúde: a convergência
entre as propostas da vigilância da saúde
e da escola cidadã
Denise Aerts 
A saúde mental infantil na Saúde Pública brasileira: situação atual e desafios
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151644462008000400015&lng=en&nrm=iso&tlng=pt . Rev. Bras. Psiquiatr. vol.30 no.4 São Paulo Dec. 2008
Maria Cristina Ventura CoutoI; Cristiane S DuarteII; Pedro Gabriel Godinho DelgadoIII, IV
Revista de saúde pública 2005.
Ambiente familiar e desenvolvimento
cognitivo infantil: uma abordagem
epidemiológica
Susanne Anjos Andradea, Darci Neves Santosa, Ana Cecília Bastosb, Márcia Regina
Marcondes Pedromônico†,c, Naomar de Almeida-Filhoa e Mauricio L Barretoa
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-89102009000800014&script=sci_arttext (LER ESSSE) 
RISCO, PROTEÇÃO E RESILIÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE
Graziela Sapienza*
Márcia Regina Marcondes Pedromônico#
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 2, p. 209-216, mai./ago. 2005
Psicologia: Reflexão e Crítica, 2003, 16(3), pp. 503-514
Crianças com Síndrome de Down e suas Interações Familiares
Nara Liana Pereira Silva 1
Maria Auxiliadora Dessen 2
Universidade de Brasília
Ferreira, M. de C. T., & Marturano, E. M. (2002). Ambiente
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Impacto das Configurações Familiares no Desenvolvimento de Crianças e
Adolescentes: Uma Revisão da Produção Científica
Débora de Oliveira
Aline Cardoso Siqueira
Débora Dalbosco Dell’Aglio
Rita de Cássia Sobreira Lopes
Interação em Psicologia, 2008
http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/261/26190304.pdf (PARA A PARTE Q FALA DO FATOR SOCIOECONOMICO)
CONHECIMENTO SOBRE DESENVOLVIMENTO INFANTIL EM MÃES PRIMÍPARAS DE DIFERENTES CENTROS URBANOS DO BRASIL.
2004.
http://www.ufrb.edu.br/propaae/index2.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=72&Itemid=42
Interação mãe-bebê e o desenvolvimento infantil no contexto da depressão materna: Estudo
longitudinal no primeiro ano de vida do bebê 
Belsky, J., & Jafee, S. R. (2006). The multiple determinants of parenting. In D. Cicchetti, & D. J. Cohen (Eds.), Developmental Psychopathology. Vol. 3: Risk, Disorder, and Adaptation (pp. 38-85). New York: John Wiley & Sons, Inc.
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