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Profa. Me. Fernanda Marcolino 2º semestre 2017 Políticas de Nutrição e Alimentação II Revisão Padrões de morbimortalidade no Brasil: saúde e nutrição Doenças não transmissíveis no século XXI Mortalidade proporcional segundo grandes grupos de causas, Brasil, capitais, 1930 a 1994 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1985 1990 1995 2000 CVD 12.0 14.5 14.5 22.0 24.0 25.2 27.2 28.1 27.4 27.5 Infections 46.0 44.0 36.5 27.0 16.0 9.3 6.3 5.1 4.3 4.7 Cancer 3.0 4.5 5.6 8.0 9.5 8.2 9.0 10.2 11.1 12.7 Injuries 3.0 3.0 3.8 5.0 8.0 9.4 10.9 12.3 12.9 12.5 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 35.0 40.0 45.0 50.0 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1985 1990 1995 2000 M o rtal ity per 100 ,000 in h ab i t CVD Infections Cancer Injuries * Até 1970 dados só de capitais Fonte Barbosa Silva et alii(2003) Tendências da Mortalidade por Grupos de Causas BRASIL – 1930/2000 Indica a longevidade média esperada para um determinado grupo populacional em um determinado período de tempo. Esperança de vida ao nascer Por que melhorou? Esperança de vida ao nascer Estreitamente relacionada às condições de vida e de saúde da população, expressando influências sociais, econômicas e ambientais. A verificação de aumento na longevidade de um determinado grupo sugere melhoria destas condições, em particular no âmbito da saúde pública e na atenção às questões ambientais. • Acesso a sistema de abastecimento de água • Acesso a esgotamento sanitário • Tratamento de esgoto • Rendimento familiar • Taxa de mortalidade infantil • Prevalência de desnutrição • Imunização contra doenças infecciosas • Oferta de serviços básicos de saúde • Adequação de moradia • Mortalidade por homicídios • Mortalidade por acidentes de trânsito Número de óbitos de crianças menores de um ano de idade, em um determinado ano, e o conjunto de nascidos vivos. Mortalidade Infantil Por que melhorou? Mortalidade Infantil A taxa de mortalidade infantil é um indicador importante das condições de vida e de saúde de uma população. Relacionada à: • Qualidade da água • Acesso a serviço de coleta de lixo doméstico • Acesso a sistema de abastecimento de água • Acesso a esgotamento sanitário • Tratamento de esgoto • Rendimento familiar • Esperança de vida ao nascer • Prevalência de desnutrição total • Imunização contra doenças infecciosas infantis • Oferta de serviços básicos de saúde • Doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado • Taxa de escolarização e alfabetização das mães • Adequação de moradia • Alimentação: aleitamento materno Fatores Proximais Fatores Distais Causas Fisiológicas e Fisiopatológicas Resultado Incapacidades D1 D2 D3...n Renda, educação ocupação e outros P1 P2 Dieta, Sedentarismo, Tabaco, Álcool e outros F1 F2 Níveis de PA, Colesterol Metabolismo glicose e outros R1 R2...n DCV, AVC, IAM, doença crônica e outros I1 I2 Morte Incapacidade (angina, Hemiplegia e outros) I3...nF3...nP3...n Rede de Causas Múltiplas levando ao agravo à saúde Desafios século XXI • Transição demográfica e epidemiológica • Alterações ambientais • Crescente desigualdade • Envelhecimento da população acelerado: – Sem infra-estrutura capaz de dar conta de promoção da saúde e prevenção primária – “inchaço da morbidade” Política Nacional de Alimentação e Nutrição 1.999 2.011 PROPÓSITOS da PNAN Melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional, a prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição. Disponível: http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/pnan2011.pdf PRINCÍPIOS: • Alimentação como elemento de humanização das práticas de saúde o Expressa as relações sociais, valores e história do indivíduo e dos grupos populacionais e tem implicações diretas na saúde e na qualidade de vida. • Respeito à diversidade e à cultura alimentar o Trata de reconhecer, respeitar, preservar, resgatar e difundir a riqueza incomensurável de alimentos e práticas alimentares, que correspondem ao desenvolvimento de ações com base no respeito à identidade e cultura alimentar da população. PRINCÍPIOS: • Fortalecimento da autonomia dos indivíduos o Investimento em instrumentos e estratégias de comunicação e educação em saúde que apoiem os profissionais de saúde em seu papel de socialização do conhecimento e da informação sobre alimentação e nutrição e de apoio aos indivíduos e coletividades na decisão por práticas promotoras da saúde. • Determinação social e a natureza interdisciplinar e intersetorial da alimentação e nutrição o Integralidade na atenção nutricional pressupõe a articulação entre setores sociais diversos e se constitui em uma possibilidade de superação da fragmentação dos conhecimentos e das estruturas sociais e institucionais. PRINCÍPIOS: • Segurança Alimentar e Nutricional com soberania o Direito dos povos de decidir seu próprio sistema alimentar e de produzir alimentos saudáveis e culturalmente adequados, acessíveis, de forma sustentável e ecológica, colocando aqueles que produzem, distribuem e consomem alimentos no coração dos sistemas e políticas alimentares, acima das exigências de mercado. 1.Organização da Atenção Nutricional 2.Promoção da Alimentação Adequada e Saudável 3.Vigilância Alimentar e Nutricional 4.Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição 5.Participação e Controle Social 6.Qualificação da Força de Trabalho 7.Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição 8.Controle e Regulação dos Alimentos 9. Cooperação e Articulação para Segurança Alimentar e Nutricional DIRETRIZES Atenção Nutricional • Compreende os cuidados relativos à alimentação e nutrição voltados a promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de agravos, que devem estar associados às demais ações de atenção à saúde do SUS, para indivíduos, famílias e comunidades, contribuindo para a conformação de uma rede integrada, resolutiva e humanizada de cuidados Atenção Básica como coordenadora do cuidado e ordenadora da Rede de Atenção à Saúde Prioridades da Atenção Nutricional Insegurança alimentar e nutricional no Brasil Obesidade DCNT Desnutrição Carências nutricionais específicas Deve dar respostas às demandas e necessidades de saúde do território, considerando as de maior freqüência e relevância e observando critérios de risco e vulnerabilidade. Necessidades alimentares especiais: como erros inatos do metabolismo, doença falciforme, transtornos alimentares, entre outros. Organização da Atenção Nutricional Indivíduo ComunidadeFamília Promoção e proteção da saúde Prevenção, diagnóstico e tratamento de agravos Ações de Vigilância Ações de atenção nutricional integradas às RAS do SUS Especificidades de cada fase do curso da vida, de gênero, de diferentes grupos populacionais, povos e comunidades tradicionais Promoção da Alimentação Adequada e Saudável • Deve estar em acordo com as necessidades de cada fase do curso da vida e com as necessidades alimentares especiais • Referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de gênero, raça e etnia • Acessível do ponto de vista físico e financeiro • Harmônica em quantidade e qualidade • Baseada em práticas produtivas adequadas e sustentáveis • Livre de contaminantes físicos, químicos, biológicos e de organismos geneticamente modificados Alimentação Adequada eSaudável é a prática alimentar apropriada aos aspectos biológicos e socioculturais dos indivíduos, bem como ao uso sustentável do meio ambiente Promoção da Alimentação Adequada e Saudável Políticas Públicas Saudáveis Reforço da ação comunitária Educação Alimentar e Nutricional Regulação e controle de alimentos Reorientação dos serviços de saúde Oferta de alimentos saudáveis em ambientes institucionais Conjunto de estratégias que proporcionem aos indivíduos e coletividades a realização de práticas alimentares adequadas e saudáveis Ações de: •Incentivo •Apoio •Proteção Promover e proteger a saúde da população na perspectiva do direito humano à alimentação, por meio da normatização e do controle sanitário da produção, comercialização e distribuição de alimentos Ações de proteção à saúde que fazem parte do conjunto de ações para promoção da alimentação adequada e saudável Controle e Regulação dos Alimentos Controle e Regulação dos Alimentos • Monitoramento da qualidade dos alimentos (aspectos sanitários e perfil nutricional) • Rotulagem nutricional • Monitoramento da publicidade e propaganda dos alimentos Reforço da capacidade técnica e analítica da Vigilância Sanitária Guia Alimentar para a População Brasileira Alimento Combinações Modos de comer Conceito amplo de alimentação... Fonte: Jacobs Jr, DR & Tapsell LC 2013. Food synergy: the key to a healthy diet. Proceeding of the Nutrition Society 72, 2, 200-206 Capítulo 1 - Princípios Alimentação é mais do que a ingestão de nutrientes Recomendações sobre alimentação devem estar em sintonia com o seu tempo Alimentação adequada e saudável deriva de sistema alimentar socialmente e ambientalmente sustentável Diferentes saberes geram o conhecimento necessário para a formulação de guias alimentares Guias alimentares ampliam a autonomia nas escolhas alimentares Grupos de alimentos Exemplos Alimentos in natura ou minimamente processados Substâncias alimentícias de uso culinário (óleos, gorduras, sal e açúcar) Alimentos processados Alimentos ultraprocessados Classificação de alimentos baseada na extensão e propósito do processamento industrial de alimentos. Fonte: Moubarac J-C, Parra D. Cannon G, Monteiro C. Food classification systems based on food processing. Curr Obes Rep 2014 3: 256-273 ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS • “Alimentos ultraprocessados são formulações industriais feitas inteiramente ou majoritariamente de substâncias extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas), derivadas de constituintes de alimentos (gorduras hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório com base em matérias orgânicas (corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários tipos de aditivos usados para dotar os produtos de propriedades sensoriais atraentes).” ALIMENTOS PROCESSADOS Alimentos processados são fabricados pela indústria com a adição de sal ou açúcar ou outra substância de uso culinário a alimentos in natura para tornál- os duráveis e mais agradáveis ao paladar. São produtos derivados diretamente de alimentos e são reconhecidos como versões dos alimentos originais. São usualmente consumidos como parte ou acompanhamento de preparações culinárias feitas com base em alimentos minimamente processados. ALIMENTOS PROCESSADOS X ULTRAPROCESSADOS Uma forma prática de distinguir alimentos ultraprocessados de alimentos processados é consultar a lista de ingredientes que, por lei, deve constar dos rótulos de alimentos embalados que possuem mais de um ingrediente. Um número elevado de ingredientes (frequentemente cinco ou mais) e, sobretudo, a presença de ingredientes com nomes pouco familiares e não usados em preparações culinárias (gordura vegetal hidrogenada, óleos interesterificados, xarope de frutose, isolados proteicos, agentes de massa, espessantes, emulsificantes, corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários outros tipos de aditivos) indicam que o produto pertence à categoria de alimentos ultraprocessados. Alimentos in natura Alimentos minimamente processados Ingredientes culinários Alimentos processados Preparações culinárias RECOMENDAÇÕES: Faça de alimentos in natura ou minimamente processados a base de sua alimentação. .................... Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias. .................... Limite o uso de alimentos processados, consumindo-os, em pequenas quantidades, como ingredientes de preparações culinárias ou como parte de refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados. .................... Evite alimentos ultraprocessados. REGRA DE OURO: Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias a alimentos ultraprocessados Alimentação Vegetariana Embora o consumo de carnes ou de outros alimentos de origem animal não seja absolutamente imprescindível para uma alimentação saudável, a restrição de qualquer alimento obriga que se tenha maior atenção na escolha da combinação dos demais alimentos que farão parte da alimentação. Quanto mais restrições, maior a necessidade de atenção e, eventualmente, do acompanhamento por um nutricionista. Orientações específicas sobre a alimentação de vegetarianos, assim como no caso de outros tipos de restrição de alimentos, como a restrição ao consumo de leite ou de trigo, não são tratadas neste guia. Entretanto, as recomendações gerais quanto a basear a alimentação em alimentos in natura ou minimamente processados e a evitar alimentos ultraprocessados se aplicam a todos, incluindo os vegetarianos O ATO DE COMER E A COMENSALIDADE Comer com regularidade e com atenção Comer em ambientes apropriados Comer em companhia Melhor digestão dos alimentos Maior controle da quantidade consumida Maiores oportunidades de convivência com familiares e amigos Maior interação social MAIS PRAZER AO COMER 1. Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação. ........ 2. Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias. ........ 3. Limitar o consumo de alimentos processados. ........ 4. Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados. ........ 5. Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia. 6. Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados. ........ 7. Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias. ........ 8. Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece. ........ 9. Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora. ........ 10. Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais. TRANSIÇÃO NUTRICIONAL e DEMOGRÁFICA NO BRASIL A pirâmide indica a tendência demográfica do Brasil ao longo das últimas 4 décadas com expressiva diminuição da população mais jovem e aumento dos idosos. Esta distribuição da população brasileira se aproxima a de países desenvolvidos. ESTÁGIOS DA TRANSIÇÃO NUTRICIONAL • PADRÃO 1: “BUSCA POR ALIMENTOS” • PADRÃO 2: “ESCASSEZ DE ALIMENTOS” • PADRÃO 3: “RECUO DA ESCASSEZ DE ALIMENTOS” • PADRÃO 4: “DOENÇAS CRÔNICAS” • PADRÃO 5: “MUDANÇA DE COMPORTAMENTO” Fonte: Popkin – World Development 1999 ESTÁGIOS DA TRANSIÇÃO NUTRICIONAL ECONOMIA DIETA ATIV. FISICA . DISTURBIOS NUTRICIONAISEXTRATIVISTA PRIMITIVA – PADRÃO 1 Variada (caça, frutas, raízes, sem.), algo instável Elevada Pouco frequentes (ocorrência de obesidade reduzida) AGRÍCOLA PRIMITIVA- PADRÃO 2 Monótona (cereal) e sujeita à grande instabilidade *diversificação da dieta de acordo com a condição social Elevada Deficiência energética crônica e defs generalizadas AGRÍCOLA MAIS DESENVOLVIDA – PADRÃO 3 Consumo de frutas, vegetais e proteína animal aumenta Elevada/ Moderada Desnutrição mat-infantil, def. micro-nutrientes INDUSTRIAL – PADRÃO 4 Abundante: baseada em carne/leite/ovos, cereais refinados e alimentos processados ricos em gordura/açúcar/sal Reduzida (aumento do sedentarismo) Obesidade, diabetes, dislipidemias, DCV, câncer, etc PÓS-INDUSTRIAL – PADRÃO 5 Variada, estável e baseada em cereais integrais, hortaliças, frutas, carnes magras, leite desnatado, etc Moderada Raros Fonte: Popokin – World Development 1999 TEORIA DA TRANSIÇÃO NUTRICIONAL Trajetória do estágio 3 para o estágio 5: • Complexa rede de mudanças nos padrões demográficos, socioeconômicos, agrícolas e de saúde. • Além da urbanização, crescimento econômico, mudanças tecnológicas e culturais, ocorridas nos 3 últimos séculos (!!!). TENDÊNCIA DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE, 2002 A 2013. (POF E PNS) Variação na disponibilidade domiciliar de alimentos e a Nova Classificação de Alimentos (Áreas metropolitanas do Brasil: POF 1996-2009) ARROZ FEIJÃO CARNES LEITE PÃES BISCOITOS REFRIG/DOCES EMBUTIDOS OUTROS PUP -6 -4 -2 0 2 4 6 Δ % TOTAL KCAL Alimentos ou produtos minimamente processados Ingredientes culinários Produtos ultra- processados (prontos para consumo) Fonte: NUPENS/USP. Updated from Monteiro et al 2011 Public Health Nut 14(1): 5-13 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21211100 AÇÚCAR/ÓLEOS/ GORDURAS/FARINHAS Variação na disponibilidade domiciliar de alimentos e as práticas alimentares / comensalidade (Áreas metropolitanas do Brasil: POF 1996-2009) ARROZ FEIJÃO CARNES LEITE PÃES BISCOITOS REFRIG/DOCES EMBUTIDOS OUTROS PUP -6 -4 -2 0 2 4 6 Δ % TOTAL KCAL Lanches , ‘comida rápida’ , PUP Fonte: NUPENS/USP. Updated from Monteiro et al 2011 Public Health Nut 14(1): 5-13. AÇÚCAR/ÓLEOS/ GORDURAS/FARINHAS • População mais pobre e vulnerável; • Modificam hábitos alimentares tradicionais; • Colabora com a obesidade; • Alteram a agricultura local, substituição das culturas de subsistência por cana-de-açúcar, milho e soja (base de muitos produtos alimentícios industrializados). Obesidade: ações de cuidado e enfrentamento Tratamento da obesidade na Atenção Básica Pacientes com condições crônicas precisam de apoio continuado, não apenas de intervenções biomédicas, o cuidado deve ser planejado e de atenção capaz de prever suas necessidades. Para esse grupo a atenção necessita ser integrada e, para sua efetividade, envolve tempo, oferta de cuidados de saúde e o empoderamento para o autocuidado. Prevenção e controle da obesidade Apoio aos indivíduos na adoção de modos de vida saudáveis que permita a manutenção ou a recuperação do peso saudável. É necessária a articulação da RAS com uma rede muito mais complexa, composta por outros saberes, outros serviços e outras instituições, não apenas do setor Saúde, em busca de parcerias na comunidade e equipamentos sociais, implementando novas formas de agir, mesmo em pequenas dimensões. Tratamento da obesidade na Atenção Básica Interdisciplinaridade e Intersetorialidade. Na prevenção e no tratamento do sobrepeso/obesidade, o apoio interdisciplinar é um grande potencializador da resolutividade das equipes da Atenção Básica, pois promove a ampliação dos saberes acerca da complexidade desses agravos e permite uma melhor oferta de cuidados. Nesse sentido, os Núcleos de Apoio a Saúde da Família (Nasf) cumprem esse papel com as equipes de Saúde da Família, por se configurarem como equipes multiprofissionais. Tratamento da obesidade na Atenção Básica Grupos Consulta + Grupos Consulta + Ambulatório + Grupos Específicos Intervenção Nutricional Modelo Transteórico Modelo Transteórico A partir dos estágios de mudança permite direcionar melhor as ações e metas para cada indivíduo. A classificação dos estágios pode ser adotada para organização de grupos de intervenção É possível avaliar também o progresso de cada indivíduo. A partir da classificação dos indivíduos, é possível identificar quais estratégias podem ser adotadas para cada um dos estágios de mudança, de forma a estimular a modificação do comportamento e propiciar a perda de peso. ADESÃO!! Avaliação do consumo alimentar • Para estabelecer mudanças e metas é preciso conhecer o perfil do consumo alimentar dos indivíduos. • Com base na investigação alimentar deve-se construir com o usuário um plano de ação conjunto. • A definição de metas deve ser feita junto com o paciente para redução de peso no curto, médio e longo prazo. • A família também precisa ser envolvida. Intervenção Nutricional Chegar ao IMC abaixo de 25 kg/m² nem sempre é uma tarefa possível para todos. Para as pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, perdas de peso entre 5% a 10% apresenta melhoras significativas nos níveis pressóricos e glicêmicos. O objetivo da intervenção é reduzir a gordura corporal para um nível que seja acompanhadodos riscos e complicações Espera-se, como resultado, que os indivíduos alcancem o peso adequado, com IMC <25 kg/m². Orientação alimentar com vistas à promoção do peso saudável • Deve-se respeitar a alimentação e o cotidiano dos indivíduos, família e grupo social, necessário respeitar as diferenças culturais. • A base para as recomendações de alimentação saudável, para a população brasileira, encontra-se no Guia Alimentar. Atividades educativas sobre alimentação saudável • Algumas sugestões de atividades: – Estimular a influência dos sentidos na alimentação. De olhos vendados, a pessoa deve ser estimulada pelo olfato, gosto e tato, ao tentar descobrir o alimento. Deve-se utilizar principalmente frutas, legumes e verduras, pouco utilizados na alimentação diária. – Incentivar caminhadas e passeios recreativos, buscando o movimento, resgatando o prazer, a alegria e a brincadeira. • Algumas sugestões de atividades: – Debater com os usuários sobre a “comida com gosto de infância”: o que comiam, quem fazia a comida, como fazia, em que ocasiões fazia. Registrar e discutir com o grupo as mudanças nos hábitos alimentares e na forma de preparação dos alimentos ao longo do tempo. – Pesquisar, no próprio grupo, os participantes que vieram de outras regiões brasileiras ou que tenham parentes em tal situação. Incentivar o relato de experiências e o conhecimento de outros hábitos alimentares, gêneros e pratos típicos. Atividades educativas sobre alimentação saudável • Algumas sugestões de atividades: – Organizar com recortes de revistas ou desenhos ou montagens feitas pelos usuários sobre sua própria aparência a partir das perguntas “como sou?” e “como gostaria de ser?”. Discutir os padrões de beleza criados pela sociedade. ◦ Simular programas de televisão que abordem questões polêmicas com debates interativos (obesidade e magreza; beleza estética; saúde e nutrição, entre outros). ◦ Com a consigna “Vamos às compras?”, disponibilizar gravuras de alimentos saudáveis, e não saudáveis que os participantes poderão escolher e colar em um carrinho de supermercado desenhadoem cartolina. Debater sobre o que comprar, o tamanho das porções e os motivos das escolhas. Atividades educativas sobre alimentação saudável • Algumas sugestões de atividades: – Organizar oficinas culinárias com degustação e disponibilização de receitas saudáveis de acordo com a disponibilidade e recursos locais. Pode-se estimular também a troca de receitas saudáveis entre os membros do grupo. Atividades educativas sobre alimentação saudável • Algumas sugestões de atividades: – Organizar visitas a locais de compras de alimentos como supermercados, vendas, feira etc. Um primeiro passo é realizar um mapeamento das possibilidades de locais a serem visitados. Durante a visita, atividades como discussões sobre os alimentos da época ou leitura de rótulos para análise da composição dos alimentos podem ser realizadas. Atividades educativas sobre alimentação saudável
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