Aula 27 Piolho

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Pediculoses
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri 
Parasitologias Básica
Anopluros - Piolho
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Classificação
Reino : Animal
 Filo: Artropoda
 Classe: Insecta Lineu, 1758
 Subclasse: Pterygogenea Brauer, 1885
 Ordem: Anoplura Leach,1815
Gêneros parasitos do homem: Pediculus e Pthirus
Parasitologias Básica
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 Piolhos sempre foram encontrados parasitando o homem e outros mamíferos
 Veicularam terríveis epidemias
 As infestações chamam-se Pediculoses
 Os ovos são chamados de Lêndeas
 Ordem Anoplura, 1815 anoplos=desarmado; e oura=cauda
 A ordem possui 500 espécies, compreende 3 a 5 famílias
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 Transmissão de tifo exantemático, febre das trincheiras, febre recorrente 
 Durante a 1º Guerra Mundial, morreram mais de 2.000.000 de russos, dos 10.000.000 que contraíram a tifo
 Na Segunda Guerra, uma epidemia de tifo, em Nápoles, foi controlada em poucos meses pelo polvilhamento dos civis com DDT
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MORFOLOGIA
 Tamanho variável entre 1mm até quase 7mm
 Corpo longo, pediculóide, achatado dorsalmente; tegumento, espesso e elástico, polido ou brilhante, piloso ou escamoso; com áreas quitinosas amareladas, marrom ou pardas.
 Cabeça livre; estreita, alongada
 Olhos compostos, presentes, reduzidos ou vestigiais; quando presentes, bem desenvolvidos
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 Aparelho bucal sugador-labial, com as peças atrofiadas e adaptadas á sucção do sangue
 Mandíbulas atrofiadas; maxilas fundidas num estilete dorsal; lábio inferior transformado num estilete ventral; e lábio superior formando o teto do funil bucal
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 Tórax pequeno com segmentos fundidos e não distintos; comumente mais estreito que o abdome; 
 uma placa esternal, formando um grande esternito, geralmente indiviso
 tarsos monômeros. Asas ausentes
 Abdome séssil, estreito, oval ou largo
 9 segmentos nas espécies mais primitivas, e nas demais, com os dois primeiros segmentos fundidos
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Biologia do inseto
 Os Anoplura são ovíparos e paurometabólicos.
 Dos ovos, também chamados lêndeas, postos nos pêlos do hospedeiro e colados por uma substância viscosa especial, secretada pelas glândulas coletéricas, nascem as formas jovens, minúsculas e bastante semelhantes aos piolhos adultos.
 O piolho da cabeça põe seus ovos junto á base dos fios de cabelo, enquanto o do corpo deposita-os nas fibras de tecido da roupa que fica em contato com a pele. 
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 sofrem três ecdises durante o crescimento, para, após a últimas delas, se tornarem maduras ou adultas
 O ciclo evolutivo completo leva de 20 a 30 dias. 
 Todas as etapas do ciclo vital dos piolhos (ovos, ninfa e adulto) desenvolvem-se sobre o corpo do hospedeiro. 
 O único alimente que admitem é o sangue de seus hospedeiros, os quais picam várias vezes ao dia, e o fazem demoradamente. 
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Principais espécies
 Pediculus capilis – (anteriormente denominado Pediculus humanus ) é encontrado habitando a cabeça das pessoas, seus ovos ficam cimentados na base dos cabelos (lêndeas)
 Pediculus humanus – até recentemento conhecido como Pediculus humanus corporis, habita as partes cobertas do corpo e cola seus ovos as fibras das vestes
 Phtirus pubis – conhecido como piolho do púbis é espécie menor, com morfologia característica e com localização preferencialmente na região pubiana e perianal
Phtirus pubis
Pediculus capilis
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Doenças 
transmitidas por 
Piolhos
 Pediculoses 
 Tifo exantemático 
 Febre das trincheiras 
 Febre recorrente
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Pediculoses
 São dermatites produzidas pelo contato com a secreção produzida pelas glândulas salivares reniformes que, injeta na pele do hospedeiro durante a picada, produz pequena lesão papulosa, elevada e hiperêmica, acompanhada de intenso prurido.
 Diagnóstico: A presença de lêndeas na cabeça. 
 Profilaxia: Pediculoses da cabeça – O tratamento mais simples consiste em raspar completamente a cabeça, embora esse procedimento não seja socialmente bem aceito.
 Normalmente, obtém-se a cura aplicando, no couro cabeludo, loções ou xampus. 
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Pediculose do corpo
O tratamento é feito nas roupas mediante o tratamento das roupas com pós inertes contendo DDT a 10%, se não houver resistência desenvolvida pelos piolhos.
Pediculose do púbis
Os mesmos tratamentos acima podem ser empregados com êxito contra Pthirus pubis.
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Prevenção e controle
 Evitar contato físico com indivíduos infectados ou com suas roupas e objetos de uso pessoal.
 Em instituições fechadas, onde costuma ocorrer surtos de pediculoses, inspeção periódica dos cabelos e tratamento dos positivos; 
 inspeção rigorosa dos familiares e das pessoas que estiverem em contato com casos de pediculoses.
 Em situações epidêmicas, tratamento em massa, feito segundo métodos para casos individuais.
 Incluir a prevenção da pediculose nos programas de educação sanitária.
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Tifo exantemático
 O agente causal do tifo epidêmico é um microorganismo do gênero Rickettsia, descrito por Lima com o nome de Rickettsia prowazetti
 cocobacilo imóvel, cujo envolvimento é obrigatoriamente intracelular, com curtos estádios extracelulares
 A letalidade varia entre 10 e 40% dos casos. Há também casos benignos. Os pacientes que se recuperam ficam com imunidade permanente que os protege inclusive contra a tifo murino. Há possibilidade de recaídas (doença de Brill-Zinsser), mesmo anos depois.
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Diagnóstico e tratamento
 O diagnóstico laboratorial é feito com provas sorológicas. Aglutininas contra Proteus OX-19 aparecem por volta do sétimo dia e atingem seu máximo ao fim de duas semanas.
 O tratamento é feito com tetraciclinas ou cloranfenicol
Epidemiologia e profilaxia
 A distribuição da doença é cosmopolita, ocorrendo nas regiões mais frias do globo, onde uma grande densidade populacional, em precárias condições higiênicas e nutricionais, viera facilitar a proliferação dos piolhos e a circulação de rickéttsias
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 O vetor é essencialmente Pediculus humanus. Quanto ao piolho da cabeça, pode eventualmente participar da transmissão, se bem que, como o piolho do púbis, não costume estar envolvido na propagação de agentes infecciosos.
 A prevenção e o controle do tifo baseiam-se na vacinação e no despiolhamento das populações. 
 A vacina, bastante eficaz, é preparada com culturas de R. prowasekii (em saco vitelino), tratadas pelo formol. 
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Febre das trincheiras
 É outra rickettsiose, devida a Rochalimae quintana (= Rickettsia quintana), que produz febre, com início súbito e calafrios, mas com tendência a declinar e reaparecer a cada três a cinco dias 
 A evolução é geralmente benígna. Há formas assintomáticas e recidivas tardias. 
 A doença foi reconhecida pela primeira vez durante a guerra de 1914-1918, tendo reaparecido em pequenos surtos por volto dos anos de 1920-1930, para tornar-se epidêmica novamente durante a Segunda guerra mundial. O controle e a erradicação dos piolhos constituem as medidas preventivas essenciais.
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Febre recorrente
 As febres recorrentes são devidas a espiroquetídeos do gênero Borrelia. Algumas são transmitidas por carrapatos e outras por piolhos.
 Caracteriza-se clinicamente por acessos febris de 2 a 9 dias de duração, alternados com períodos de apirexia de 2 a 4 dias, podendo o número de recidivas variar de 1 a 10 dias ou mais. 
 A doença tem caráter epidêmico, quando veiculada por piolhos (na Ásia, África e América do Sul), mas apresenta-se como endemia onde os vetores são carrapatos.
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 O homem é o único reservatório vertebrado, devendo-se a transmissão principalmente ao Pediculus humanus. 
 A transmissão é contaminativa, produzindo-se quando se provoca o esmagamento do piolho sobre a lesão da picada ou sobre outra solução de continidade da pele. 
 As medidas de controle são as mesmas recomendadas para o tifo exantemático, acrescentando-se, quando for o caso, o controle de carrapatos
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Lêndea, o pior inimigo
 Ovo é mais resistente aos tratamentosconvencionais que o próprio piolho 
 O melhor pediculicida não mata mais que 60% das lêndeas
 A expectativa de vida dos piolhos é de 40 dias. Durante seu ciclo biológico, cada fêmea deposita cerca de 200 ovos. O período de incubação da lêndea é de oito dias e, dentro de mais oito, temos um piolho adulto pronto para a reprodução. Para ser eficaz, qualquer tratamento precisa levar em conta este ciclo.
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Escolhendo o tratamento
 Crença em métodos caseiros = graves conseqüências - coceira, lesões e intoxicação 
 Nos Estados Unidos, o FTC (Federal Trade Commision) obrigou os grandes laboratórios a retirarem de seus produtos etiquetas com a promessa de que matam 100% das lêndeas
 Não há pediculicidas que eliminam 100% de piolhos e lêndeas
 A utilização de produtos medicinais sem uma conduta organizada e completa só aumentará a resistência dos parasitas
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Conselhos de Prevenção
 Não compartilhar objetos pessoais como pentes, escovas, bonés, gorros, bandanas, tiaras, travesseiros, almofadas. 
 Manter os cabelos curtos ou presos; 
 Desinfetar com o pediculicida ou água quente (60 graus), objetos de uso pessoal que podem estar infestados; 
 Lavar com água quente (60 graus) fronhas, lençóis e toalhas de quem está com piolhos; 
 Limpar com aspirador de pó poltronas, almofadas e bichos de pelúcia, onde os piolhos podem ter ficado; 
 Passar periodicamente o pente fino de metal. 
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Piolho humano do Piauí é mais antigo do mundo
A lêndea Parasita com idade de10.640 anos 
 Corpos ou ovos ressecados de piolhos, que viveram há milhares de anos, já foram encontrados nos cabelos de múmias egípcias e peruanas
 sítio arqueológico dos Coqueiros, no Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí
 levantamento do DNA, para avaliar a evolução do parasitismo e da patogenicidade
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Conclusão
Os piolhos são parasitas que fazem parte da vida do homem e veiculam várias doenças. As populações precisam ter uma maior consciência dos problemas que estes parasitas causam e os governos ampliarem ações educativas e de controle e combate destes insetos, principalmente nas áreas menos favorecidas.