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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA CURSO DE CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS A IMPORTÂNCIA ULTRA-SONOGRÁFICA NAS ENFERMIDADES ESPLÊNICAS: ESTUDO DE CASOS Kamila Casagrande Mafioletti Lages, maio 2009 KAMILA CASAGRANDE MAFIOLETTI Aluna do Curso de pós-graduação em Clínica Médica de Pequenos Animais A IMPORTÂNCIA ULTRA-SONOGRÁFICA NAS ENFERMIDADES ESPLÊNICAS: ESTUDO DE CASOS Monografia de conclusão do curso de pós- graduação em Clínica Médica de Pequenos Animais (TCC), apresentando à UCB como requisito parcial para a obtenção de título de Especialista em Clínica Médica Veterinária, sob orientação do prof. Luiz Stolf. Lages, maio 2009 A IMPORTÂNCIA ULTRA-SONOGRÁFICA NAS ENFERMIDADES ESPLÊNICAS: ESTUDO DE CASOS Elaborado por Kamila Casagrande Mafioletti Aluna do Curso de Pós-graduação em Clínica Médica de Pequenos Animais da UCB Foi analisado e aprovado com grau:................... Lages, ____ de ____________de 2009. __________________________ Membro __________________________ Membro __________________________ Prof. Luiz Stolf (Orientador) Presidente Lages, maio 2009 MAFIOLETTI, Kamila Casagrande A importância ultra-sonográfica nas enfermidades esplênicas: Estudo de casos. O baço constitui o maior componente do sistema reticuloendotelial e está diretamente interposto entre a circulação portal e sistêmica. Suas características anatômicas e funcionais únicas tornam-no predisposto a ampla variedade de processos patológicos (COUTO,1992). Muitos animais chegam aos nossos consultórios com quadros agudos de apatia, hipotensão, hipotermia e muitas vezes com morte súbita, sem histórico prévio de doenças e o diagnóstico é dado somente na necropsia. Grande percentual desses animais é acometido por doenças esplênicas com hemoperitônio secundário ao seu rompimento, seja por neoplasias ou hematomas. O presente trabalho realizou um estudo dos casos diagnosticados e sugeridos por ultra-sonografia de algumas doenças esplênicas, como massas neoplásicas e esplenomegalias. Ressaltou a importância da requisição de um exame ultra-sonográfico nos casos de abdômen agudo, sugerindo ou confirmando patogenias que requerem procedimentos emergenciais como os hemangiossarcomas, orientando adequadamente o clínico veterinário. MAFIOLETTI, Kamila Casagrande The importance of sonographyc exam in splenic diseases: Case study. The spleen constitutes the largest component of the reticuloendothelial system and it is directly interposed between the portal and systemic circulation. It’s unique anatomical and functional characteristics predispose it to a wide variety of pathological processes (COUTO, 1992). Many animals arrive at our clinics with sharp sings of apathy, hypotension, hypothermia and sudden death, without any historic of previous diseases and the diagnosis is only given in the autopsy. A great number of those animals suffer from splenic diseases with secondary hemoperitoneum due its breaking for neoplasia or haematoma. The present work accomplished a study of the diagnosed cases and suggested by sonography of some splenic diseases, as masses neoplasics and splenomegaly. It stood out the importance of the requisition of an sonographyc exam in the cases of sharp abdomen, suggesting or patogeny that request emergency procedures confirming as the hemangiosarcoma, guiding the clinical veterinarian appropriately. SUMÁRIO Resumo...........................................................................................................................iii Abstract .........................................................................................................................iv Lista de figuras .............................................................................................................vi Parte 1. Introdução ..................................................................................................................7 2. Revisão de literatura .................................................................................................8 3. Estudo de casos ......................................................................................................12 3.1. Hemangiossarcoma............................................................................................13 3.2. Hematoma ...........................................................................................................15 3.3. Histiocitose maligna ..........................................................................................16 3.4. Linfossarcoma....................................................................................................17 4. Conclusão ................................................................................................................18 Referências bibliográficas .........................................................................................19 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Porcentagem de enfermidades esplênicas diagnosticadas por ultra- sonografia e histopatologia em 24 meses de atendimento na clínica veterinária...................................................................................................12 Figura 2. Hemangiossarcoma de um Boxer de 8 anos. Imagens ultra-sonográficas com acometimento esplênico (a,b) e hepático (d) e colapso circulatório devido hemoperitônio (c).............................................................................13 Figura 3. Hemangiossarcoma em um Poodle de 10 anos. (a,b) Imagem ultra- sonográfica uma massa esplênica de contorno irregular, aspecto multicavitário de conteúdo anecóico com septações hiperecóicas, e presença de hemoperitônio; (c,d) A esplenectomia e posterior histologia confirmaram a neoplasia; (e,f) Um mês após esplenectomia, a ultra- sonografia de controle mostrou o fígado com parênquima heterogêneo, com bordos irregulares e presença de novo derrame peritoneal, sugestivo de metástase do hemangiossarcoma..........................................................14 Figura 4. Hematoma esplênico em um Pinscher de 14 anos. (a) Imagem ultra- sonográfica de uma grande massa esplênica com parênquima heterogêneo e cavitações anecóicas irregulares; (b,c,d) A esplenectomia e posterior histologia diagnosticaram hematoma...........................................15 Figura 5. Hematoma esplênico em um cão S.R.D. de 9 anos. Necropsia de um animal não submetido ao exame ultra-sonográfico, com quadro agudo e morte por choque hipovolêmico..................................................................................16 Figura 6. Histiocitose Maligna em um Poodle de 12 anos. As imagens ultra- sonográficas mostram o baço com parênquima homogêneo e normoecóico com a presença de uma massa bem circunscrita intra-parenquimal, heterogênea e hipoecóica, em porção cranial, sugestivo de neoplasia.....................................................................................................16 Figura 7. Linfossarcoma de um Beagle de 8 anos. Imagens ultra-sonográficas de um linfonodo mesentérico (a) com grande aumento de volume e hipoecóico; (b) esplenomegalia, parede irregular, parênquima heterogêneo, ecogenicidade diminuída e um padrão semelhante a favo de mel (nódulos hipoecóicos multifocais)...................................................................................................17 1. INTRODUÇÃO Na medicina veterinária, a ultra-sonografia tem sido empregada de forma eficiente e crescente principalmente na clínica de pequenos animais. Além de fornecer um diagnóstico, ele pode orientar um clínico com relação ao próximo passo na sua conduta terapêutica. Para a imagem do baço, a ultra-sonografia é um método não invasivo ideal. Algumas situaçõesno que se refere às patologias esplênicas requerem decisões rápidas com cirurgias emergenciais, como nos casos de rompimento de tumores, ou procedimentos conservativos nos casos de hematomas e abscesso. 2. REVISÃO DE LITERATURA Como um dos maiores órgãos reticuloendoteliais do corpo, o baço é um local importante para desenvolvimento de tumores primários e também para desenvolvimento de tumores metastáticos e do sistema hematopoiético (MORRIS & DOBSON, 2007). Anormalidades esplênicas, mais comumente esplenomegalia, são quase sempre reconhecidas em cães; revisões patológicas de biópsias esplênicas e esplenectomias sugerem que a neoplasia é a causa de anormalidade entre 43 e 75% dos casos (MORRIS & DOBSON, 2007). Num trabalho adicional de 82 esplenectomias realizadas em caninos, o autor fixou que cerca de 50% eram neoplasias e 20% eram tipos de rupturas/hematomas (COUTO, 1992). As massas esplênicas podem ser classificadas como neoplásicas e não neoplásicas. As massas esplênicas neoplásicas são representadas principalmente por hemangiomas e hemangiossarcomas; também por fibrossarcomas, leiomiossarcomas, leiomiomas, mielolipomas e ocasionalmente os linfomas. As massas esplênicas não neoplásicas incluem os hematomas e abscessos primários (COUTO, 1992). A ultra-sonografia com escala cinzenta bidimensional é extremamente útil na avaliação de pacientes com esplenomegalia ou massas esplênicas. Em adição, as biópsias ou aspirados com agulha fina guiados pelo ultra-som podem ser facilmente realizados. O baço deve ser ultra-sonograficamente avaliado para a determinação do tamanho, localização e aparência do parênquima. O contorno esplênico normal deve ser liso e o seu tamanho deve ser subjetivamente considerado como semelhante ao do fígado. O parênquima deve ter aparência uniforme, com padrão de estroma ligeiramente mais denso e refinado do que o fígado. A veia esplênica e suas ramificações podem ser identificadas próximo ao hilo. Dois padrões ultra-sonográficos principais podem ser identificados: ecogenicidade normal à diminuída sem anormalidades parenquimatosas, visto na esplenomegalia congestiva e distúrbios infiltrativos difusos; anormalidades parenquimatosas focais, como os cistos, hematomas, abscessos, ou neoplasia (COUTO, 1992). Segundo MORRIS & DOBSON 2007, o hemangiossarcoma é o tumor mais importante do baço canino, porém hemangioma e hematoma também são bastante comuns nesse local e, algumas vezes, pode ser difícil diferenciar tais condições clínicas e histopatologicamente, por exemplo, quando ocorre uma grande hemorragia dentro de hemangiossarcoma. Pode ser necessário examinar múltiplos cortes da lesão antes de um diagnóstico incontestável possa ser alcançado. O hemangiossarcoma e hemangioma são neoplasias que ocorrem predominantemente nos cães mais velhos que pertencem às raças grandes e existe predileção aparente para os machos e para os Pastores Alemães (COUTO, 1992). Os sinais apresentados podem ser dramáticos como o colapso agudo após ruptura da massa primária, levando a hemoperitônio; sinais menos específicos como letargia, fraqueza, palidez e anorexia podem ser detectadas antes de sangramento abdominal maior; e também podem ser detectados como achado acidental na ausência de sinais clínicos evidentes (MORRIS & DOBSON, 2007). Esses sinais podem ter sido precedidos por episódios passageiros similares, ocorrendo por um período de meses a dias, com resolução espontânea em 12 a 36 horas. Em tal caso, é teorizado que a ruptura do hemangiossarcoma leva ao hemoperitônio, seguido por subseqüente reabsorção de células sanguíneas (WITHROW & VAIL, 2007). Em geral, o comportamento biológico desta neoplasia é altamente agressivo, tanto com infiltração como com metástases ocorrendo precocemente no curso da doença na maioria das formas anatômicas de apresentação (NELSON & COUTO, 1994). Sonograficamente são massas grandes, complexas e heterogêneas, com múltiplas e grandes cavitações em seu interior. A presença de hemoperitônio pode auxiliar o diagnóstico, entretanto, em muitos casos, não há ruptura do tumor. Metástase hepática e cardíaca pode estar presente. Infelizmente, hemangiomas e hematomas esplênicos não podem ser precisamente diferenciados de hemangiossarcomas através da ultra-sonografia (GONZÁLES, 1999). A ultra-sonografia também não é confiável para detectar lesões serosas ou metástases peritoneais, a menos que os nódulos sejam maiores que 1 a 2 cm ou estejam circundados por fluido peritoneal (NYLAND & MATTOON, 2005). O prognóstico de cães do hemangiossarcoma é extremamente pobre e menos de 10% sobrevivem os 12 meses seguintes a esplenectomia ou ao tratamento quimioterápico (WITHROW & VAIL, 2007). Hematomas esplênicos resultam de trauma abdominal ou desordens de coagulação e sua localização varia de intraparenquimal a subcapsular com ou sem hemorragia adjacente ao baço. A hemorragia intraparenquimal inicialmente aparece hiperecóica, mas grandes coleções de sangue não coagulado são inicialmente anecóicas e hipoecóicas. Uma estrutura semelhante a um cisto com reforço acústico posterior pode eventualmente se resolver ou o conteúdo ecogênico pode persistir por longos períodos (NYLAND & MATTOON, 2005). O ultra-som detecta a presença de massa cavitária, mas não assegura tratar-se de hematoma, hemangioma ou hemangiossarcoma. Os sinais clínicos podem auxiliar a diferenciação em alguns casos, entretanto, frente a massas esplênicas cavitárias a conduta mais segura é a esplenectomia e exame histológico do tecido. Em pacientes assintomáticos, nos quais uma pequena e única cavitação for acidentalmente encontrada, ou paciente com histórico de trauma recente sem sinais de hemoperitônio e complicações hemodinâmicas, pode-se indicar o controle sonográfico da lesão quanto a tamanho, número e características sonográficas (GONZÁLES, 1999). O linfoma (linfossarcoma) é definido como neoplasia linfóide que afeta primariamente os linfonodos ou outros órgãos viscerais sólidos tais como fígado e baço. A forma multicêntrica se manifesta geralmente como um aumento de tamanho linfonodal com sinais inespecíficos como inapetência, perda de peso, poliúria, polidipsia e letargia (BIRCHARD & SHERDING, 2003). O linfossarcoma esplênico tem sido descrito com os seguintes tipos de manifestações sonográficas: diminuição difusa da ecogenicidade; nódulos hipoecóicos multifocais – “queijo suíço”, e pequenas massas heterogêneas localizadas (GONZÁLES, 1999). O diagnóstico definitivo se dá pela citologia com a realização da punção aspirativa facilmente realizado no linfoma multicêntrico. A histiocitose maligna é um tumor raro reconhecido primeiramente em cães da raça Bernese das Montanhas, e sendo descrito em Golden Retriever, Rottweiler, Dobermann, Springer Spaniel Inglês e Retriever de pêlo curto. É caracterizada pelo desenvolvimento de massas tumorais sólidas em órgãos como fígado, baço linfonodos e pulmões. É uma doença altemente maligna e muito agressiva, com curso rápido e fatal (MORRIS & DOBSON 2007). Infiltrações histocísticas malignas podem reduzir a ecogenicidade esplênica, ou o parênquima pode apresentar-se normal. Às vezes o padrão global está desigual ou mais grosseiro que o normal (NYLAND & MATTOON, 2005). A esplenomegalia generalizada sem sinais de massas pode resultar de alterações inflamatórias (esplenite), hiperplasia linforreticular, congestão, ou infiltração com células ou substâncias anormais como a amiloidose (COUTO,1992). A congestão passiva do baço ocorre devido a distúrbios na circulação sistêmica ou portal e devido a alguns tipos de anemia hemolítica e condições tóxicas. Geralmente observa-se um aumento generalizadodo órgão associado à diminuição de sua ecogenicidade (difusamente hipoecóico). O principal diferencial para um paciente com estes sinais são as neoplasias infiltrativas, em especial, o linfossarcoma (GONZÁLES, 1999). 3. ESTUDO DE CASOS Num período de 24 meses, foram atendidos 25 casos importantes de enfermidades esplênicas, cujos diagnósticos foram dados por ultra-sonografia seguida por esplenectomia e histopatologia, ou pela necropsia. Os 25 animais tiveram como causas: hemangiossarcomas (12), fibrossarcoma (1), histiocitose maligna (1), linfossarcomas (3), hematomas (3) e esplenomegalias (5) associadas a doenças parasitárias, congestão passiva e a resposta linforeticular. 4% 4% 12% 12% 20% 48% hemangiossarcoma linfossarcoma hematoma fibrossarcoma histiocitose maligna esplenomegalia Figura 1. Porcentagem de enfermidades esplênicas diagnosticadas por ultra- sonografia e histopatologia em 24 meses de atendimento na clínica veterinária. 3.1. Hemangiossarcoma Os animais acometidos por hemangiossarcoma tinham entre 4 e 15 anos de idade, e acometeram variadas raças como: Pastor Belga (1), Pastor Alemão(1), Rottweiler (2), Basset Hound (2), Boxer (2), S.R.D (1) e Poodle (2). Todos passaram por avaliação ultra-sonográfica, com sinais clínicos que iam desde colapso circulatório com hemoperitônio, até sinais mais brandos e inespecíficos como apatia ou sensibilidade abdominal. A acurácia da identificação da massa e sua localização foram de 100%, tendo-se o seu diagnóstico definitivo como hemangiossarcoma na histologia. Os animais esplenectomizados (5) autorizados pelo proprietário, tiveram uma sobrevida baixa, de 2 dias há 4 meses, com rápidas metástases identificadas ultra-sonograficamente no fígado e consequente novos hemoperitônios. Figura 2. Hemangiossarcoma de um Boxer de 8 anos. Imagens ultra-sonográficas com acometimento esplênico (a,b) e hepático (d) e colapso circulatório devido hemoperitônio (c). a b c d Figura 3. Hemangiossarcoma em um Poodle de 10 anos. (a,b) Imagem ultra-sonográfica uma massa esplênica de contorno irregular, aspecto multicavitário de conteúdo anecóico com septações hiperecóicas, e presença de hemoperitônio; (c,d) A esplenectomia e posterior histologia confirmaram a neoplasia; (e,f) Um mês após esplenectomia, a ultra-sonografia de a b c d e f controle mostrou o fígado com parênquima heterogêneo, com bordos irregulares e presença de novo derrame peritoneal, sugestivo de metástase do hemangiossarcoma. 3.2. Hematoma Os hematomas (3) representaram a massa esplênica de maior erro diagnóstico nos exames ultra-sonográficos, pois todos assemelharam-se muito aos hemangiossarcomas. Os animais, sem histórico prévio de traumas, ou por não observação do proprietário, ou por acometimento de hematomas espontâneos (sem causas primárias predisponentes a hemorragia intra-esplênica), tinham como sinais o aumento de volume abdominal e hipotensão. Destes animais, um foi submetido à esplenectomia cuja sobrevida se mantém até hoje. Figura 4. Hematoma esplênico em um Pinscher de 14 anos. (a) Imagem ultra-sonográfica de uma grande massa esplênica com parênquima heterogêneo e cavitações anecóicas irregulares; (b,c,d) A esplenectomia e posterior histologia diagnosticaram hematoma. a b c d Figura 5. Hematoma esplênico em um cão S.R.D. de 9 anos. Necropsia de um animal não submetido ao exame ultra-sonográfico, com quadro agudo e morte por choque hipovolêmico. 3.3. Histiocitose maligna Enfermidade rara, diagnosticada em um dos cães, cujos sinais clínicos eram inespecíficos, com falta de apetite e debilidade progressiva. Com alguns insucessos de tratamentos empíricos, solicitou-se a ultra-sonografia identificando o problema (massa esplênica) e a consequente esplenectomia. Figura 6. Histiocitose Maligna em um Poodle de 12 anos. As imagens ultra-sonográficas mostram o baço com parênquima homogêneo e normoecóico com a presença de uma massa bem circunscrita intra-parenquimal, heterogênea e hipoecóica, em porção cranial, sugestivo de neoplasia. 3.4. Linfossarcoma Os animais acometidos por linfoma/linfossarcoma apresentaram a forma multicêntrica, e os primeiros sinais foram a falta de apetite, emagrecimento progressivo e aumento dos linfonodos. Num estágio mais avançado da doença, observaram-se no exame ultra-sonográfico as esplenomegalias e posterior mudança da sua ecogenicidade, indicando a metástase esplênica. Figura 7. Linfossarcoma de uma Beagle de 8 anos. Imagens ultra-sonográficas de um linfonodo mesentérico (a) com grande aumento de volume e hipoecóico; (b) esplenomegalia, parede irregular, parênquima heterogêneo, ecogenicidade diminuída e um padrão semelhante a favo de mel (nódulos hipoecóicos multifocais). 4. CONCLUSÃO a b Vimos que o diagnóstico de certas doenças esplênicas não seria possível sem a orientação de um exame ultra-sonográfico primário. Como o baço é um órgão acometido por doenças que podem ter resultados sérios como rompimento, choque e morte, ressalta-se a essencialidade no seu exame nos casos de abdômen agudo. Esse trabalho visa alertar o clínico para a importância da utilização do ultra-som como ferramenta diagnóstica na rotina veterinária, oferecendo precocidade diagnóstica, rapidez em procedimentos emergenciais cirúrgicos, diminuindo mortalidades cujas causas geralmente são identificadas somente por necropsia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIRCHARD, S. J.; SHERDING, R.G. Manual Saunders: Clínica de Pequenos Animais. 2.ed. São Paulo: Roca, 2003, 1783 p. COUTO, C. G. Moléstias dos Linfonodos e Baço. In: ETTINGER, S. F.; FELDMAN, E. C. Tratado de Medicina Interna Veterinária: Moléstias do Cão e do Gato. 2.ed. São Paulo: Manole, 1992. v.4, p.2328-2348. GONZÁLES, J. R. M. Ultra-sonografia em Pequenos Animais. Revista Cães & Gatos. São Paulo, a.14, n. 82, mai. 1999. Disponível em: http://www.bichoonline.com.br/artigos/gcao0008.htm Acesso em: 10 fev.2009. KEALY J. K.; MCALLISTER, H. Radiografia e Ultra-sonografia do Cão e do Gato. 3.ed. São Paulo: Manole, 2005. MORIS, J.; DOBSON J. Tumores variados. In: Oncologia em Pequenos Animais. São Paulo: Roca, 2007, cap.17, p.272-278. NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Neoplasias Caninas e Felinas Selecionadas. In: Fundamentos de Medicina Interna de Pequenos Animais. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1994, cap. 83, p. 647-649. NYLAND, T.; MATTOON, J.S. Ultra-som Diagnóstico em Pequenos Animais. 2.ed. São Paulo: Roca, 2005. WITHROW S. J.; VAIL, D. M. Small Animal Clinical Oncology. 4.ed. St. Louis, Missouri: Saunders Elsevier, 2007, cap.32.
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