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2 – Conceitos Fundamentais 2.1 – O fluido como um contínuo: Todos os fluidos são compostos de moléculas em constante movimento. Contudo, na maioria das aplicações de engenharia, estamos interessados nos efeitos médios ou macroscópicos de muitas moléculas. Tratamos assim um fluido como uma substância infinitamente divisível, um contínuo e deixamos de lado o comportamento das moléculas individuais. Em consequência da hipótese do contínuo, cada propriedade do fluido é considerada como tendo um valor definido em cada ponto do espaço. Propriedades dos fluidos são consideradas funções contínuas da posição e do tempo. A massa específica perde o valor fixo a medida que diminui-se o volume. Para a massa específica pontual: – Peso específico (ρ): (N/m³) – Gravidade específica ou Densidade relativa ou apenas Densidade (SG): é a razão entre a massa específica do material e a máxima massa da água, que é 1000 kg/m³ a 4 ºC (1,94 slug/pé³ a 39 ºC). 2.2 – Campo de Velocidade: A velocidade em qualquer ponto do campo de escoamento pode variar de um instante a outro. Então a representação completa da velocidade (o campo de velocidade) é dado por: Se as propriedades em cada ponto de um campo de escoamento não mudam com o tempo, o escoamento é denominado permanente. Para um escoamento permanente: Observem que não deve haver variação das propriedades no tempo, em cada ponto. Portanto poderá haver variação de propriedades nos diferentes pontos. 2.2.1 – Tipos de Escoamentos: •Escoamento Unidimensional: São aqueles que se verificam em função das linhas de corrente (uma dimensão). •Escoamento Bidimensional: As grandezas do escoamento variam em duas dimensões ou são tridimensionais com alguma simetria. - tridimensional (transiente) O escoamento é transiente quando a velocidade em qualquer um de seus pontos depende das três coordenadas para se localizar o ponto no espaço 2.2.2 – Linhas de tempo, trajetórias, linhas de emissão e linhas de corrente. Linhas de tempo – quando uma quantidade de partículas fluidas forem marcadas num dado instante, elas formarão uma linha no fluido naquele instante. • Permanente: Todas as propriedades e grandezas características do escoamento são constantes no tempo; • Não Permanente: Quando ao menos uma grandeza ou propriedade do fluido muda no decorrer do escoamento; Trajetória • Linha traçada por uma dada partícula ao longo de seu escoamento X y z Partícula no instante t1 Partícula no instante t2 Partícula no instante t3 – Uniforme: Todos os pontos de uma mesma trajetória possuem a mesma velocidade. – Variado: Os pontos de uma mesma trajetória não possuem a mesma velocidade. Classificação do Escoamento quanto à variação da trajetória • Escoamento Laminar: As partículas descrevem trajetórias paralelas. •Escoamento Turbulento: As trajetórias são errantes e cuja previsão é impossível; •Escoamento de Transição: Representa a passagem do escoamento laminar para o turbulento ou vice-versa. Classificação do Escoamento quanto à direção da trajetória Experimento de Reynolds • Consiste na injeção de um corante líquido na posição central de um escoamento de água interno a um tubo circular de vidro transparente • O comportamento do filete do corante ao longo do escoamento no tubo define três características distintas Experimento de Reynolds Experimento de Reynolds Experimento de Reynolds • Número de Reynolds (Re) – Para escoamentos em dutos cilíndricos circulares, Reynolds determinou que há uma relação entre o diâmetro (D), a velocidade média (V) e a viscosidade cinemática (v) – O parâmetro estabelecido pela relação entre estas três grandezas é o NÚMERO DE REYNOLDS (Re): Re = VD v Experimento de Reynolds • Número de Reynolds (Re) – > Re < 2000 - Laminar – > 2000 < Re < 2300 - de Transição – > Re > 2300 - Turbulento Linha de Corrente • Linha que tangencia os vetores velocidade de diversas partículas, umas após as outras • Duas linhas de corrente não podem se interceptar (o ponto teria duas velocidades) X y z Partícula 1 no instante t Partícula 2 no instante t Partícula 3 no instante t v1 v2 v3 Tubo de Corrente • No interior de um fluido em escoamento existem infinitas linhas de corrente definidas por suas partículas fluidas • A superfície constituída pelas linhas de corrente formada no interior do fluido é denominada de tubo de corrente ou veia líquida Linha de Emissão • Linha definida pela sucessão de partículas que tenham passado pelo mesmo ponto. • A pluma que se desprende de uma chaminé permite visualizar de forma grosseira uma linha de emissão. Ponto de Referência 2.3 – Campo de Tensão Imagine uma superfície qualquer no interior de um fluido em escoamento, e considere a força transmitida de uma face da superfície a outra. A tensão num ponto é então especificada por nove componentes. 6 tensões cisalhantes e 3 tensões normais. 2.4 – Viscosidade: Os fluidos nos quais a tensão de cisalhamento é diretamente proporcional à taxa de deformação são chamados fluidos newtonianos. Caso contrário são chamados de fluidos não newtonianos. 2.4 – Viscosidade - (kg/m.s) ou Pa.s (1 Pa.s = 1 N.s/m²): 2.4.1 – Fluido Newtoniano: Quando a tensão de cisalhamento é diretamente proporcional a taxa de deformação. Porém, se considerarmos dois fluidos diferentes, por exemplo água e glicerina, podemos perceber que as taxas de deformações são diferentes para uma mesma tensão. A glicerina apresenta uma resistência a deformação muito maior do que a água. Logo a glicerina é mais viscosa do que a água. Surge a Viscosidade absoluta (ou dinâmica) Na mecânica dos fluidos, a razão entre a viscosidade absoluta, μ, e a massa específica, ρ, surge com frequência. Esta razão toma o nome de viscosidade cinemática e é representada pelo símbolo ν (stoke = 1cm²/s) Gases – aumenta temperatura – aumenta viscosidade Líquido – aumenta temperatura – diminui viscosidade Exemplo 2.2) – Viscosidade e Tensão de Cisalhamento num Fluido Newtoniano. – Movimento de placa infinita, com distribuição linear de velocidade. A viscosidade absoluta do líquido é 1,36 x 10-5 lbf.s/pé² e sua densidade relativa é 0,88. Calcule: a) A viscosidade cinemática do líquido, em m²/s. b) A tensão de cisalhamento na placa superior, em lbf/pé². c) A tensão de cisalhamento na placa inferior, em Pa. d) Indique o sentido das tensões de cisalhamento calculadas. a) A massa específica do líquido utilizado é igual a densidade vezes a massa específica da água. A densidade é 0,88 e a massa específica da água é 1,94 slug/pé³ = 1000 kg/m³. A viscosidade absoluta é dado do problema. Sabe-se que (1 lbf = 4,448 N) e que (1 pé 0,3048 m). Logo a viscosidade é 6,5 x 10-4 N.s/m² . b) A tensão de cisalhamento na placa superior. c) A tensão de cisalhamento na placa inferior. e) Sentido das tensões de cisalhamento. 2.4.2 – Fluido Não-Newtoniano 2.5 – Descrição e classificação dos movimentos de fluidos. 2.5.1 – Fluidos viscosos e não-viscosos (invíscidos). Gradiente de velocidade!! Região Viscosa e não-viscosa. - A espessura da camada limite depende da viscosidadedo fluido. Consideremos agora, um campo de escoamento permanente (o escoamento incompressível sobre um cilindro), onde tanto a força de pressão como as forças viscosas são importantes. Observe a simetria das linhas de corrente. Linhas de correntes mais próximas significa maior velocidade do escoamento. A – ponto de estagnação; D – ponto de velocidade máxima; p/ esc. não visc. = aumento de velocidade é acompanhado pela queda de pressão. Esteira – região de pressão relativamente baixa. Quanto maior a esteira maior o arrasto de pressão. Boudary layer – camada limite Wake – esteira Point of separation – ponto de seperação 2.5.3 – Escoamento Compressível e Incompressível. Quando não ocorrem variações na massa específica em função do tempo, o escoamento é classificado como incompressível. Quando ocorrem essas variações denominamos escoamento compressível. Alguns escoamentos de gases também podem ser considerados incompressíveis, desde que as velocidades do escoamento sejam pequenas quando comparadas com a velocidade do som; a razão entre a velocidade do escoamento, V e a velocidade local do som, c, no gás, é definida como o número de Mach, Para M < 0,3 a variação máxima da massa específica é inferior a 5%. Logo, este tipo de escoamento pode ser tratado como incompressível. 2.5.4 – Escoamento Interno e Externo Escoamentos completamente envoltos por superfícies sólidas são chamados internos, ou em dutos. Escoamentos sobre corpos imersos num fluido não- contido são denominados externos. - Tanto o escoamento interno quanto o externo podem ser laminares ou turbulentos. OBS: No caso de escoamento incompressível num tubo, a sua natureza (laminar ou turbulento) é determinada pelo valor de um parâmetro adimensional, o número de Reynolds: Escoamento Laminar
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