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MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA BACIA DO PARNAÍBA (ESCALA 1: 25.000) NA REGIÃO DE BABAÇULANDIA – TOCANTINS

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL 
UFPA/UNIFESSPA 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ 
FACULDADE DE GEOLOGIA 
 
 
 
MAPEAMENTO GEOLÓGICO (ESCALA 1: 25.000) NA ÁREA DE 
BABAÇULANDIA – TOCANTINS 
 
 
Discentes: Anderson Ferreira da Silva 
 George Bicalho Junior 
 Silmara Ferreira Nascimento 
 
 
 
 
MARABÁ - PA 
MARÇO - 2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO PRÉ-CAMPO I 
EQUIPE 11 
 
 
 
 
Trabalho exigido como 
avaliação da disciplina ESTÁGIO 
DE CAMPO I, do curso de 
geologia, turma 2013, orientada 
pelos professores: Ana Valeria 
dos Reis Pinheiro, Antônio 
Emídio de Araújo Santos Jr. e 
Raimundo Nonato do Espírito 
Santo dos Santos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARABÁ - PA 
MARÇO – 2014
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 5 
1.1. OBJETIVOS ............................................................................................. 6 
1.2. LOCALIZAÇÃO E ACESSO .................................................................... 6 
1.3. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ........................................................ 8 
1.4. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS ................................................................ 9 
1.4.1. Clima ................................................................................................ 9 
1.4.2. Relevo ............................................................................................ 11 
1.4.3. Solo ................................................................................................ 12 
1.4.4. Vegetação ...................................................................................... 12 
1.4.5. Hidrografia ..................................................................................... 14 
2. ATIVIDADES E MÉTODOS ......................................................................... 15 
2.1. FASE PRÉ-CAMPO ............................................................................... 15 
2.2. FASE DE CAMPO ................................................................................. 16 
2.3. FASE PÓS-CAMPO............................................................................... 16 
 
3. GEOLOGIA REGIONAL .............................................................................. 17 
3.1. ARCABOUÇO TECTÔNICO .................................................................. 18 
3.2. DOMÍNIOS GEOMORFOLÓGICOS ...................................................... 21 
3.3. LITOESTRATIGRAFIA E AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO .............. 22 
3.3.1. Grupo Serra Grande (supersequência siluriana) ........................ 22 
3.3.2 - Grupo Canindé (supersequência devoniana) ............................ 24 
3.3.3- Grupo Balsas (supersequência carbonífero-triássica) .............. 26 
3.3.4 - Bacia das Alpercatas ................................................................... 27 
3.4. EVOLUÇÃO GEOLÓGICA .................................................................... 30 
3.5. DIAGNÓSTICO GEOECONÔMICO ...................................................... 32 
 
4. FOTOINTERPRETAÇÃO ............................................................................. 32 
4.1. ANÁLISE DE DRENAGEM .................................................................... 33 
4.2. ANÁLISE DE RELEVO .......................................................................... 35 
4.3. ANÁLISES DE FOTOALINHAMENTOS ................................................ 36 
4.4 ANÁLISE FOTOGEOLÓGICA: ............................................................... 38 
 
5. GEOLOGIA LOCAL ..................................................................................... 41 
5.1. UNIDADE I ............................................................................................. 41 
5.2. UNIDADE II ............................................................................................ 47 
5.3. UNIDADE III ........................................................................................... 50 
5.4. EVOLUÇÃO GEOLÓGICA .................................................................... 51 
 
6. CONCLUSÃO .............................................................................................. 54 
 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 55 
 
 
 
ÍNDICE DE FIGURAS 
 
 
Figura 1: Mapa de localização da Bacia do Parnaíba (SANTOS; CARVALHO, 
2009). ................................................................................................................. 5 
Figura 2: Mosaico demonstrativo da região em estudo (área 11). Da direita 
para esquerda: Mapa do Brasil e Tocantins, em seguida a divisão das áreas de 
estudo entre os municípios de Wanderlândia e Babaçulândia. Por fim a área 
11, localizada próxima ao município de Babaçulândia. Fonte: Google Earth. .... 7 
Figura 3: Acesso por via rodoviária à área em estudo. ..................................... 8 
Fonte: comochegar.tur.br ................................................................................... 8 
Figura 4: Mapa mostrando as Unidades sedimentares da Província Parnaíba 
(modificado GÓES, 1995). ............................................................................... 18 
Figura 5: Limites geológicos da Província Parnaíba. Fonte: Santos & Carvalho, 
2009. ................................................................................................................ 19 
Figura 6: (A) Estruturas do Ciclo Brasiliano de compartimentação no 
Paleozóico (segundo FORTES, 1978). (B) Estruturas de compartimentação no 
Mesozóico (segundo GÓES, 1995) Fonte: SANTOS & CARVALHO, 2009. .... 21 
Figura 7: Carta estratigráfica da Bacia do Parnaíba. Fonte: VAZ et al. 2007 .. 29 
Figura 8: Mapa mostrando as zonas homólogas de drenagens, separadas de 
acordo com os seus diferentes padrões de drenagem. .................................... 33 
Figura 9: Diagrama de roseta indicando as direções principais da drenagem da 
zona homóloga A. ............................................................................................ 34 
Figura 10: Diagrama de roseta indicando a direção preferencial e as direções 
subordinadas da drenagem da zona homóloga B. ........................................... 34 
Figura 11: Diagrama de roseta indicando a direção preferencial e as direções 
subordinadas da drenagem da zona homóloga C. ........................................... 35 
Figura 12: Mapa mostrando as distintas unidades de relevo da área. ............ 35 
Figura 13: Mapa mostrando o alinhamento de drenagem. .............................. 37 
Figura 14: Mapa mostrando alinhamento de relevo. ....................................... 38 
Figura 15: Mapa fotogeológico da área em estudo. ........................................ 40 
Figura 16: Mapas das unidades encontradas no mapeamento geológico da 
área .................................................................................................................. 41 
Figura 17: Mostrando a densa vegetação da área e a predominância das 
árvores de espécie de palmeiras. ..................................................................... 42 
Figura 18: Drenagem encontrada na área estudada. ...................................... 42 
Figura 19: solo arenoso esbranquiçado encontrado na unidade I. .................. 43 
Figura 20: A) Afloramento em ravina constituído por siltito argiloso de 
coloração esbranquiça e siltito arenoso de cor avermelhada; B) destacando as 
rochas encontradas e as estruturas de concreções; C) perfil associado à rocha.
 .........................................................................................................................44 
Figura 21: A) Afloramento em ravina composto por siltito arenoso de coloração 
variegada de esbranquiçada a avermelhada com laminações e em forma de 
concreções; B) Croqui da figura A mostrando as laminações; C) Destacando as 
estrutura em concreções; D) Perfil sedimentar do afloramento........................ 44 
Figura 22: A) afloramento corte de estrada constituído por pelito de coloração 
avermelhada, arenito fino de coloração rosada com laminações plano paralelo 
de arenito fino de coloração esbranquiçada; B) Destacando a rocha pelítica 
com estrutura em block; C) mostrando o arenito rosado com laminações 
esbranquiçadas. ............................................................................................... 45 
 
 
Figura 23: A) Afloramento na margem de uma drenagem com siltito de 
coloração avermelhada com estrutura em block; B) Destaque das estruturas 
em block e das fraturas nas direções 75Az, 275Az, 255Az preenchidas por 
arenito fino esbranquiçado; C perfil associado. ................................................ 45 
Figura 24: A) pelito de coloração avermelhada com fratura na direção 112Az 
preenchidas por arenito fino esbranquiçado, rocha encontrada ao longo da 
estrada; B) perfil sedimentar associado à rocha. ............................................. 46 
Figura 25: A) Afloramento em forma de lajedo composto por arenito de 
coloração laranjada, granulometria fina a média com laminações plano 
paralelo; B) Imagem mostrando as laminações plano paralelo; C) Croqui 
destacando as estruturas da rocha; D) Perfil sedimentar da rocha encontrada.
 ......................................................................................................................... 46 
Figura 26: A) Afloramento em escarpa, constituído por arenito de coloração 
laranja avermelhada, granulometria média, com estratificação cruzada 
festonada de grande porte; B) Perfil sedimentar do afloramento descrito. ....... 48 
Figura 27: A e B) mostrando a serra encontrada na área destacando sua 
espessura, é possível ainda observar o solo alaranjado; C e D) Destacando as 
estruturas sedimentares e um perfil associado. ............................................... 49 
Figura 28: A) Blocos rolados da serra; B) Destaque para os blocos de rocha 
com estratificação cruzada festonada que desmoronaram da escarpa e C) 
croqui com os detalhes dos blocos rolados. ..................................................... 49 
Figura 29: Mostrando a disposição do relevo tabuliforme da área mapeada e a 
vegetação. ........................................................................................................ 50 
Figura 30: Conjunto de fotos mostrando a unidade III da área mapeada. A) 
drenagem onde foi possível encontrar aluvião. B e C) Coluvião caracterizado 
por solo arenoso de cor variando entre branco e alaranjado. .......................... 51 
Figura 31: Mapa geológico da área estudada mostrando as unidades 
encontradas durante o mapeamento e também a sessão geológica 
confeccionada a partir de um corte transversal de A para B em sentido Sul-
Norte do mapa. ................................................................................................. 52 
Figura 32: Ilustrando a evolução paleoambiental da área mapeada. A) 
Ambiente desértico com lagos associado que depositou a Formação Motuca; 
B) Mega desertificação desenvolvendo dunas eólicas em ambiente desértico 
que gerou a Formação Sambaíba; C) Área que sofreu intemperismo e erosão, 
formando regiões arrasadas em que foram depositados os sedimentos 
desagregados das serras e pelas drenagens e pode ser colocado como 
ambiente atual da área. .................................................................................... 54 
 
 
5 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A disciplina Estágio de Campo I compreende atividades curriculares do 
curso de graduação em Geologia da Faculdade de Geologia de Marabá. As 
áreas de estudo onde o estágio de campo I foi realizado, situam-se no extremo 
norte do município de Babaçulândia, a nordeste do estado do Tocantins, 
inseridas na porção sudoeste da Bacia do Parnaíba. O Estágio de Campo I foi 
realizado no período de 19 a 30 de agosto, onde realizou-se o mapeamento da 
área em escala de 1: 25.000. 
A Bacia do Parnaíba está situada na porção nordeste ocidental do 
Brasil (Fig.1), abrange os estados do Maranhão, Piauí, parte do Ceará e Pará. 
Esta é uma Bacia com sedimentação essencialmente Paleozóica, porém 
apresenta grandes áreas cobertas por sedimentos Mesozoicos (MESNER & 
WOOLDRIDGE, 1964 apud MONTEIRO, 1998). Ocupa uma área de cerca de 
600.000 km². 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Mapa de localização da Bacia do Parnaíba (SANTOS; 
CARVALHO, 2009). 
 
 
6 
 
O presente relatório apresenta os resultados obtidos através das 
atividades feitas, durante a disciplina Estágio de Campo I, a fase pré-campo 
envolveu leituras bibliográficas referidas a Bacia do Parnaíba, confecção de 
mapas fotogeológico, análises fotogeológicas de relevo, drenagem, 
fotoalinhamentos de relevo e drenagem; a fase de campo consistiu na prática 
de mapeamento através das descrições de rochas, dados estruturais, 
reconhecimento de estruturas geológicas, observação do relevo, drenagem e 
vegetação; e a fase pós-campo que envolveu as interpretações dos dados 
obtidos nas fases anteriores, com o desígnio de traçar uma evolução geológica 
da região. 
 
1.1. OBJETIVOS 
 
A disciplina de Estágio de Campo I tem como principal objetivo preparar 
e treinar os estudantes de graduação do curso de geologia da Universidade 
Federal do Pará, em mapeamento geológico na escala de 1:25.000, em uma 
área localizada na borda sudeste da Bacia do Parnaíba, colocando em prática 
os conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula em sedimentologia, 
estratigrafia, geomorfologia, geologia estrutural, fotogeologia e sensoriamento 
remoto, entre outras disciplinas. 
Por sua vez este trabalho objetiva também descrever e interpretar os 
aspectos fundamentais da geologia regional, arcabouço tectônico, unidades 
estratigráficas, favorecendo a construção de uma seção geológica, coluna 
estratigráficas adequada para a área em estudo, sendo possível assim um 
melhor entendimento da geologia local e da evolução geológica da área 
mapeada. 
 
1.2. LOCALIZAÇÃO E ACESSO 
 
A área em estudo está situada na microrregião do Bico do Papagaio, na 
porção extremo - norte do município de Babaçulândia, estado do Tocantins, tal 
município encontra-se a uma latitude 07º12'17”sul e a uma longitude 47º45'25" 
oeste, estando a uma altitude de 178 metros, possui uma área de 1916,4 km². 
O município de Babaçulândia limita-se ao norte com Darcinopólis-TO e 
7 
 
Wanderlândia-TO, ao sul pelo município de Filadélfia-TO, ao leste com 
Carolina-MA, e na porção oeste com a cidade de Araguaína-TO. 
A área em estudo situa-se a sudoeste da Bacia do Parnaíba na 
fronteira do estado do Tocantins e Maranhão, nas proximidades da cidade de 
Babaçulândia. A área mapeada corresponde a XI, que se encontra incluída na 
Folha SB- 23- Y-C-I. Segundo as coordenadas UTM, seus extremos norte e sul 
são marcados pelos paralelos 9218000 e 9213000, enquanto suas 
extremidades leste e oeste englobam os meridianos 203000 e 198000 
respectivamente e zona 22M (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O acesso à região em estudo, com saída do município de Marabá-PA 
em direção ao município de Babaçulândia-TO, dá-se inicialmente pela rodovia 
transamazônica BR-230 até a BR-153, passando pelos municípiosde São 
Domingos do Araguaia e São Geraldo do Araguaia, respectivamente, segue-se 
pela TO-153 rumo ao município de Wanderlândia, posteriormente transitando 
pela TO-010 chegando ao município de Babaçulândia-TO (Figura 3). 
Figura 2: Mosaico demonstrativo da região em estudo (área 11). Da direita para 
esquerda: Mapa do Brasil e Tocantins, em seguida a divisão das áreas de 
estudo entre os municípios de Wanderlândia e Babaçulândia. Por fim a área 11, 
localizada próxima ao município de Babaçulândia. Fonte: Google Earth. 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS 
 
Babaçulândia teve sua história iniciada em julho de 1926, com a fixação 
de moradores à margem esquerda do rio Tocantins em povoado. Em 23 de 
junho de 1953, foi elevado à categoria de município, instalado em 1° de janeiro 
de 1954. A primeira atividade econômica na região foi a extrativista, com a 
extração do coco babaçu e, em seguida, a agropecuária. 
A população total 10.424 habitantes (IBGE, 2010), apresenta uma área 
de 1.788 Km² está localizada à 435 km de distância da capital (Palmas). Na 
área da educação o município conta com três escolas de ensino fundamental e 
dois de ensino médio. 
A atividade comercial do núcleo urbano é incipiente e se restringe à 
oferta de produtos básicos, sendo a maior parte dos estabelecimentos de 
pequeno porte localizados no próprio local de residência, armazéns de produtos 
secos e molhados, mercearias e pequenos bares. A cidade possui ainda dois 
Figura 3: Acesso por via rodoviária à área em estudo. 
Fonte: comochegar.tur.br 
9 
 
mercados municipais e a atividade industrial restringe-se a presença de 
pequenas movelarias, cerâmicas e olarias (IBGE - 2010). 
A cidade possui um Banco Bradesco localizado na parte central do 
município em um Posto Avançado de Atendimento e Posto de Atendimento 
Bancário Eletrônico (BUSCABANCO, 2011), ainda conta com uma agência de 
correio e telégrafo, e caixas eletrônicos do Banco do Brasil e da Caixa 
Econômica Federal. 
 
1.4. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS 
 
A bacia sedimentar do Parnaíba configura-se, no panorama geográfico 
brasileiro, como uma vasta região transicional, na qual os aspectos referentes 
ao clima, relevo, vegetação e hidrografia peculiares ás regiões Nordeste, 
Centro - Oeste do Brasil e à região Amazônica, se encontram e se fusionam. 
Os limites entre essas três grandes unidades geográficas mencionadas 
apresentam pouco definidos. 
No âmbito de cada um dos três domínios em foco, o comportamento 
geográfico nem sempre é homogêneo: condições climáticas, florísticas e 
hidrológicas particulares e registradas a áreas menores devem frequentemente 
ser levados em conta. 
 
1.4.1. Clima 
 
Na Bacia Sedimentar do Parnaíba, são reconhecidos basicamente, 
quatro tipos climáticos predominantes, que corresponde ao equatorial, semi-
árido, tropical úmido e tropical semi-úmido. (LIMA; LEITE, 1978). 
O clima equatorial identifica-se como o tipo Af (clima tropical úmido ou 
clima equatorial), de Koppen (sistema de classificação global dos tipos 
climáticos). Caracteriza um período de chuvas relativamente abundantes de 
dezembro a maio e outro mais seco. A média pluviométrica anual alcança 
2.500 mm em distribuição quase uniforme, embora ligeiramente mais intensa 
entre novembro a junho. A temperatura média anual é de 27°C, enquanto a 
umidade relativa do ar oscila entre 80% e 90%. Este padrão climático 
predomina principalmente na porção ocidental do Maranhão, no trecho do 
estado do Pará e no extremo norte do Tocantins. 
10 
 
O clima semi-árido quente corresponde ao tipo Bsh (clima das estepes 
quentes de baixa latitude e altitude) da classificação de Koppen, e tem como 
característica principal baixa e média pluviometria anual, geralmente inferior a 
750 mm. Apresenta um período chuvoso, de novembro a abril, e um período 
seco, nos meses restantes. A temperatura média anual situa-se normalmente 
entre 25°C e 30°C. Este tipo climático domina na parte oriental da Bacia do 
Parnaíba, abrangendo partes dos estados do Ceará e Bahia, além de toda a 
região leste e sudeste do Piauí. Nas maiores elevações, como nos planaltos da 
Ibiapaba e Serra Grande, entre o Piauí e o Ceará, por influência da altitude, a 
temperatura ameniza-se, enquanto a pluviosidade é favorecida. Originam-se, 
então, microclimas definidos como ”ilha de umidade" ou brejos de altitude, onde 
a vegetação é melhor desenvolvida, surgindo com frequência, cursos d' água 
permanentes. 
O clima tropical úmido identifica-se como o tipo AW (clima tropical com 
estação seca de inverno), segundo a classificação de Koppen, destaca-se pela 
intensidade média de precipitação anual em torno de 1600 mm, trata-se de uma 
estação chuvosa com duração aproximada de novembro a maio e temperatura 
média de 28°C, alcançando, todavia, valores mais elevados entre agosto e 
setembro. Predomina no norte e centro do Piauí; no litoral, na denominada 
baixada maranhense e na parte centro norte do Maranhão. 
O clima tropical semi-úmido, mais seco que o procedente, corresponde 
ao tipo Aw (clima tropical com estação seca de Inverno), da classificação de 
Koppen. A média pluviométrica anual corresponde a 1200 mm, durante o 
período chuvoso, de novembro a maio; nos meses restantes, que compõem 
aos meses de estiagem, notam-se temperaturas mais elevadas que podem em 
alguns locais chegar a 38°C. Entretanto, a média de temperatura anual 
mantém-se em 28°C. Este tipo climático domina nas regiões mais interiorizadas 
do sul do Piauí e do Maranhão (médio e alto Parnaíba), e na parte do território 
tocantinense incluída na bacia sedimentar estudada (trecho ao sul paralelo de 
Araguaína). Nas chapadas mais elevadas assume características de climas de 
savana, com temperaturas diurnas elevadas e noites amenas. 
 
 
11 
 
1.4.2. Relevo 
 
O relevo é modelado sobre as diversas unidades geológicas da bacia 
sedimentar do Parnaíba é, sobretudo, influenciado pela litologia predominante 
da mesma, cabendo aos fatores climáticos e estruturais apenas um papel 
secundário no seu desenvolvimento do relevo (LIMA; LEITE, 1978). 
Com relação às formações essencialmente arenosas, a porosidade e 
permeabilidade dos sedimentos inibem a erosão superficial, e favorecendo o 
desenvolvimento de um relevo caracterizado por extensos chapadões, limitados 
por escarpas muito entalhadas, nas quais é possível observar processos de 
recuo de nascentes. Frequentemente estes chapadões exibem patamares 
sucessivos. Este tipo de relevo apresenta-se tipicamente nas áreas dominadas 
pelas formações do Grupo Serra Grande, e pelas formações Cabeças, Piauí e 
Sambaíba. 
Sobre as unidades predominantemente pelíticas, os sedimentos 
impermeáveis são intensamente retrabalhados e desgastados relativamente 
mais rapidamente pela ação erosiva das águas superficiais. Nestas condições, 
intensifica-se o ravinamento, tendo a rede de drenagem o tipo dendrítico denso, 
enquanto as saliências topográficas são gradualmente arrasadas. Como 
consequência, as formações em pauta ocorrem preferencialmente em áreas 
rebaixadas, apresentando habitualmente um relevo colinoso, caracterizado 
pelas formas abauladas, o qual muitas vezes evolui para planícies suavemente 
onduladas. Exemplificam mais notavelmente este tipo de relevo as fácies 
pelíticas incluídas nas formações Corda, Motuca, Pastos Bons e Poti, e também 
os derrames basálticos e rochas diabáticas, sujeitas ao ataque dos agentes do 
intemperismo. 
Quando há intercalações areníticas incluídas em unidades pelíticas, 
são modeladas mesetas de pequena altura e com encostas atenuadas,frequentemente apresentando múltiplos patamares. 
As tipologias destas mesetas correspondem às unidades areníticas, 
mais permeáveis, que protegem a elevação da ação erosiva. Entretanto, com a 
erosão gradual dos topos protetores, as mesetas vão se transformando em 
morros abaulados, baixos e isolados que tendem a aplainamento total. Esta 
feição morfológica é, sobretudo, representada nas formações Pimenteiras e 
12 
 
Longá. O papel destas intercalações é, outras vezes, assumido por níveis de 
silexitos, alternados com leitos pelíticos em sequências sedimentares bem 
estratificadas, como a Formação Pedra de Fogo, um relevo tabular muito típico 
é então desenvolvido, passando os níveis de silexito a constituir o topo de 
mesetas notavelmente niveladas, dispostas em múltiplos patamares, com 
bordas muito escarpadas e com aspecto de paredões em cuestas, ocorrendo 
vales muito entalhados, de seção retangular ou em forma de “U”. Tais feições 
também são observadas na Formação Piauí, embora com níveis silexíticos 
subordinados, predominando espessos pacotes arenosos permo-porosos. 
 
1.4.3. Solo 
 
Os solos predominantes na região sul da Bacia do Parnaíba são de 
baixa fertilidade, profundos, porosos, permeáveis, de textura média ou arenosa, 
derivados de coberturas cenozoicas, representados principalmente por 
latossolos e solos concrecionários. 
Já os solos a norte mostram-se profundos, de baixa fertilidade e 
azonados (não há distinção entre os horizontes), mostrando restrições de 
drenagem caracterizada pela presença de plintita e concreções lateríticas, 
tendo se desenvolvido a partir das rochas sedimentares paleozoicas-
mesozoicas. Estes são representados principalmente por areias quartzosas e 
solos concrecionários. 
Solos de elevada fertilidade natural, estão relacionados à alteração de 
rochas vulcânicas básicas e margas (pelitos carbonatados), além de solos 
pouco desenvolvidos, oriundos de sedimentos fluviais presentes em terraços e 
planícies, são observados localmente, em pontos específicos da bacia (EPE, 
2005). 
 
1.4.4. Vegetação 
 
As associações vegetais encontradas na bacia sedimentar do Parnaíba 
são muito variadas e refletem particularmente as condições dos diferentes 
climas das suas áreas. Condicionando à litologia, o relevo assume também um 
13 
 
papel destacado na particularização das unidades florísticas (LIMA; LEITE, 
1978). 
As principais associações florísticas reconhecidas na Bacia do 
Parnaíba são caatinga, cerrado, floresta tropical, floresta equatorial. Estas 
unidades de vegetação, ou eco-sistemas, mostram entre si numerosos tipos de 
transição; com frequentes interpenetrações, ou formam, dentro de outras, 
enclaves, resultantes das condições locais particulares. 
A caatinga e o tipo de vegetação peculiar aos climas semi-áridos 
quentes, com escassas precipitações pluviométricas e prolongados períodos de 
estiagem, recobre parte do nordeste brasileiro. Agrupa vegetais, 
predominantemente xerófitos, caracterizados como arbustos e árvores de 
pequeno porte. Entre as espécies vegetais, registram-se: aroeira (Astronium 
urundeuva), angico (Anadenanthera macrocarpa), jurema (Mimosa sp), 
marmeleiro (Crotonhemiargyreus) , facheiro (Zehutuerella sp), mandacaru 
(Ceres jamacaru ), xiquexique (Filocereus goumellei) e macambira (Bromelia 
lacinosa). 
A vegetação de caatinga domina em uma extensa faixa ao longo da 
borda oriental da bacia sedimentar estudada. Na medida em que se prossegue 
para o centro da bacia a caatinga cada vez mais perde sua homogeneidade 
passando a ser mais comum a sua associação ao cerrado, ora formando tipos 
florísticos mistos de transição, ora como alternância e interpenetração dos dois 
padrões de vegetação referidos. Gradualmente, o cerrado assume a 
predominância. 
O cerrado constitui um tipo florístico associado aos climas quentes e 
úmidos, com estações secas e chuvosas, nitidamente diferenciadas e aos solos 
de baixa fertilidade desenvolvidos sobre chapadões areníticos. 
Na Bacia do Parnaíba o domínio dos cerrados é de notável extensão, 
sendo constatado particularmente na região que se estende pelo centro e sul 
do Maranhão, sul e parte ocidental do Piauí, porção norte de Goiás e oeste da 
Bahia. Na direção norte o cerrado cede gradualmente lugar a floresta tropical, 
favorecida por melhores condições de umidade. 
A floresta tropical consiste em uma associação florística muito 
complexa, que representa a transição entre a floresta amazônica e de cerrado. 
14 
 
Apresenta feições variáveis conforme predominem sobre a mesma 
influência da floresta equatorial amazônica, ou do cerrado. Em extensas áreas 
tem sido devastada para prática de agricultura ou pecuária, ficando reduzida a 
pequenos remanescentes, localizados em elevações. 
A área de predominância do tipo florístico ora focalizado corresponde à 
parte centro-norte da Bacia, gradando a oeste para a floresta equatorial. 
A floresta equatorial é característica dos climas quente e úmido, úmidos 
e super-úmidos, restringe-se ao extremo noroeste da bacia, nas regiões oeste 
do Maranhão, leste do Pará e extremo norte de Goiás, entre os rios Tocantins e 
Araguaia. 
 
1.4.5. Hidrografia 
 
A bacia sedimentar do Parnaíba, no ponto de vista hidrográfico 
apresenta-se como a região de transição entre o nordeste brasileiro semi-árido, 
onde os cursos fluviais cumprem regime intermitente e a Amazônia, onde o 
clima equatorial reinante com suas precipitações pluviométricas altas e 
uniformes dar lugar ao surgimento de rios perenes e caudalosos (LIMA; LEITE, 
1978). 
Por outro lado, no espesso pacote sedimentar depositado na bacia em 
estudo, grossas camadas areníticas muitas vezes alternam-se com estratos 
argilosos impermeáveis, criando assim condições favoráveis a grandes 
acumulações hídricas subterrâneas, capazes de alimentar permanentemente as 
nascentes fluviais. 
Os rios que drenam a bacia sedimentar em questão, conforme o seu 
regime hidrológico, enquadram-se em duas classes, que são: 
a) Rios semi-perenes, que correm durante a maior parte do ano, 
secando em intervalo relativamente curto e ainda assim, apenas em alguns 
trechos dos seus cursos. O seu comportamento hidrológico é, portanto, 
intermediário entre o dos rios perenes e dos intermitentes, comuns no Nordeste 
semi-árido, com água apenas em curto período das estações chuvosas e secas 
na estiagem na totalidade dos seus cursos. Os rios Longá, Poti, Piauí e 
Gurguéia são representantes dessa categoria, assim como os afluentes da 
15 
 
margem oriental do Parnaíba, os quais tem seus cursos total ou parcialmente 
incluídos na zona semi-árida que ocupa a porção leste da bacia. 
b) Rios perenes, abrangendo todos os demais grandes rios da Bacia do 
Parnaíba e seus afluentes Uruçuí Vermelho, Uruçuí Preto e Balsas; Itapecuru, 
Mearim, Grajaú, Pindaré, Gurupi, Capim, Tocantins e seus respectivos 
tributários mais significativos. 
A maioria dos principais rios mostram orientações sensivelmente 
paralelas, segundo NE- SW, o que sugere o possível condicionamento dos 
seus cursos a causas tectônicas. 
 
2. ATIVIDADES E MÉTODOS 
 
Para melhor elaboração do relatório do Estágio de Campo 1, a 
disciplina foi divida em três etapas sendo elas: fase pré-campo, fase de campo 
e fase pós-campo. 
 
2.1. FASE PRÉ-CAMPO 
 
Na fase pré-campo foram realizadas as atividades relacionadas à 
preparação da fase de campo, entre elas, práticas de cartografia que tem como 
principal objetivo o reconhecimento e utilização de mapas, escalas e elementos 
cartográficos sob supervisão dos professores da disciplina, com a finalidade de 
treinar os alunos no reconhecimentodas estruturas geológicas como 
drenagem, relevo e fotoalinhamentos entre outros. 
Síntese de bibliografias com consulta sistemática de trabalhos como 
artigos, livros da internet e/ou biblioteca sobre a geologia da área alvo do 
trabalho de campo, com o objetivo de obter conhecimentos prévios da área em 
estudo. 
Elaboração de mapas da área de estudo, sendo estes, geomorfológico, 
estrutural, logística e de drenagem, a partir de imagens de satélite CBERS e 
SRTM na escala de trabalho de 1:25.000, seguindo o método de lógica e 
sistemática de Soares & Fiori (1976), tais mapas foram elaborados utilizando o 
software ArcGIS e Global Mapper para facilitar o trabalho de mapeamento e 
artesanalmente em folhas de papel overlay. 
16 
 
Elaboração de um relatório pré-campo utilizando-se dos dados obtidos 
pela síntese da bibliografia a respeito da geologia regional da área mapeada e 
a fotointerpretação dos mapas. O roteiro de elaboração do relatório onde 
constam todos os requisitos exigidos na disciplina foi utilizado como método do 
trabalho nos quais resultaram no registro das atividades da fase pré-campo 
nesse relatório. 
 
2.2. FASE DE CAMPO 
 
Nesta fase de campo primeiramente foi realizado o reconhecimento da 
geologia regional com objetivo de visualização geral das rochas, estruturas e 
geomorfologia das áreas em estudo. 
Nos dias que se seguiram ocorreu o mapeamento geológico com 
descrições de afloramentos de corte de estrada, ravinas e margens de 
drenagens. As descrições de afloramentos consistiram em reconhecimento da 
litologia, granulometria, estruturas geológicas e obtenção de dados estruturais, 
nesta fase de campo foram feitas também observações das disposições do 
relevo, drenagem e vegetação. Os principais instrumentos utilizados para obter 
esses dados foram bússola, GPS, trena, martelo geológico e caderneta. 
 
2.3. FASE PÓS-CAMPO 
 
 Na fase pós-campo envolveu o processamento, revisão e as 
interpretações dos dados obtidos nas fases anteriores. 
Os mapas de alinhamentos, drenagem, logística e fotogeológicos 
elaborados na fase pré-campo foram corrigidos, adicionado a eles os dados 
encontrados em campo, para melhor interpretação e elaboração um modelo 
evolutivo tectono-sedimentar da área mapeada. A fase pós-campo é finalizada 
com as apresentações dos dados e das interpretações obtidas pela a equipe 
durante todo o mapeamento. 
17 
 
3. GEOLOGIA REGIONAL 
 
A Província do Parnaíba compreende cerca de 600 mil km2 da porção 
noroeste do Nordeste brasileiro (VAZ et al., 2007), esta província é constituída 
por diferentes bacias sedimentares com gêneses, características tectônicas, 
preenchimentos sedimentares e idades distintas, sendo: Bacia do Parnaíba 
(Siluriano-Triássico), Bacia das Alpercatas (Jurássico-Eocretáceo), Bacia São 
Luís-Grajaú (Cretáceo), Bacia do Espigão Mestre (Cretáceo), BIZZI et al, 2003 
(Figura 4). 
A Bacia do Parnaíba, foco deste trabalho, ocupa uma área de cerca de 
400 mil km2 e, no depocentro, apresenta espessura total de 3.500m. Esta bacia 
sedimentar desenvolveu-se sobre um embasamento continental constituído por 
rochas metamórficas, ígneas e sedimentares durante o estágio de 
Estabilização da Plataforma Sul-Americana (ALMEIDA; CARNEIRO, 2004). A 
Bacia do Parnaíba é constituída pelo Grupo Serra Grande (Siluriano), Grupo 
Canindé (Devoniano) e Grupo Balsas (Carbonífero - Triassico). 
Em contato gradual com a bacia do Parnaíba, encontra-se a Bacia das 
Alpercatas; uma bacia intracrâtonica associada com rochas sedimentares e 
massas de derrames basálticos, tufos e outros materiais vulcânicos trazidos à 
superfície através de falhas e formando pilhas (FERREIRA, 1980). Esta bacia é 
constituída pelo Grupo Mearim com suas respectivas formações: Formação 
Pastos Bons, Formação Corda e Formação Sardinha. 
 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1. ARCABOUÇO TECTÔNICO 
 
O arcabouço estrutural da Bacia do Parnaíba foi fortemente controlado 
pela estruturação pré-cambriana do seu embasamento (ALMEIDA; MAIA, 
1995). 
Segundo Cunha (1993), a origem das bacias intracratônicas é assunto 
ainda não adequadamente esclarecido. Várias hipóteses têm sido propostas 
para explicar a ampla e lenta sudsidência em meio à crosta continental 
característica deste tipo de bacia. Modernamente, é consenso firmado entre os 
geólogos que tais bacias, denominadas sinéclises, ocorrem preferencialmente 
ao longo de faixas altamente cataclasadas e tectonicamente instáveis, tais 
faixas denunciam zonas de fragilidade crustal que, uma vez instalada são 
facilmente afetadas por reativações tectônicas posteriores e podem ou não 
estar associadas com manifestações vulcânicas. Estas faixas são demarcadas 
por estruturas formadas por esforços cisalhantes, compressivos e distensivos, 
Figura 4: Mapa mostrando as Unidades sedimentares da Província 
Parnaíba (modificado GÓES, 1995). 
 
19 
 
como, por exemplo, extensas falhas normais que delimitam fossas 
profundamente instaladas. 
Tais faixas são constituídas de rochas metamórficas, ígneas e 
sedimentares, cujas idades abrangem um longo intervalo – do Arqueano ao 
Ordoviciano; porém, possivelmente predominem rochas formadas entre o final 
do Proterozoico e o início do Paleozoico, que corresponde ao tempo de 
consolidação dessa plataforma (VAZ et al, 2007). 
A Província Parnaíba foi dividida em quatro bacias menores, com 
gêneses distintas: Parnaíba do Siluriano-Triássico, Alpercatas do Jurássico-
Eocretáceo, Grajaú do Cretáceo e Espigão Mestre do Cretáceo (Figura 4). 
 A Bacia do Parnaíba é uma bacia do tipo intracratônica, com uma área 
de cerca de 400.000 km2, localizada na porção centro-sul do nordeste 
brasileiro, ocupa mais da metade da Província Parnaíba, implantada 
tectonicamente na Plataforma Sul Americana durante sua estabilização é 
limitada ao norte pelo fragmento São Luís; a oeste pelo Cráton do Amazonas, a 
Faixa de Dobramentos Paraguai- Araguaia e o Maciço de Goiás; ao sul pela 
Faixa de Dobramentos Brasília, e a leste pelo Cráton do São Francisco e pela 
Faixa de Dobramentos Nordeste (Figura 5). Apresenta uma feição poligonal 
alongado na direção NE-SW, devido ao deslocamento dos depocentros para 
sua porção central. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5: Limites geológicos da Província Parnaíba. Fonte: Santos & 
Carvalho, 2009. 
20 
 
A bacia se desenvolveu sobre um embasamento continental, 
consistindo dos maciços arqueanos Granja e Goiás, dos crátons sinbrasilianos 
São Luís, Núcleo Cratônico Central e São Francisco, e os cinturões orogênicos 
brasilianos Gurupi, Araguaia e terrenos da Província Borborema 
(NUNES, 1993). 
A subsidência inicial da bacia pode estar relacionada às deformações e 
eventos térmicos no fim e depois da orogenia do Ciclo Brasiliano ou a fase de 
Transição da plataforma (ALMEIDA; CARNEIRO, 2004). 
Do ponto de vista estrutural, a bacia mostrando-se assimétrica segundo 
NW, de maneira que ao longo da sua borda oriental os estratos paleozoicos 
mergulham regionalmente para o centro, com valores de 4o e 2o, ao passo que 
no setor norte-ocidental os mergulhos nas bordas variam de 4o e 5o. Conhecem-
se grandes falhas, porém não tão abundantes como na Bacia do Paraná. 
Os sítios deposicionais ou riftes precursores da Bacia do Parnaíba, 
seriam correlacionáveis ao Gráben Jaibaras e também a outros grábens, como 
por exemplo, Jaguarapi, Cococi e São Julião, situados na Província Borborema, 
que foram gerados num sistema de riftes do final do Proterozoico início do 
Paleozoico. De acordocom Caputo & Lima (1984 apud GÓES; FEIJÓ 1995) 
após o término do Ciclo Brasiliano, por subsidência termomecânica, os grábens 
foram preenchidos pelo progressivo afundamento ao longo das faixas 
tectonicamente instáveis, a partir do final do Ordoviciano. 
No Mesozóico, os principais elementos tectônicos regionais foram a 
Estrutura de Xambioá de orientação leste-oeste, situados no centro da bacia; o 
Arco Ferrer-Urbano Santos delimitando as pequenas bacias marginais 
associadas à abertura do Atlântico Sul Equatorial, e o Alto do Rio Parnaíba 
(Figura 6) (AGUIAR, 1969; REZENDE; PAMPLONA, 1970; HASUI et al., 1991; 
GÓES, 1995 apud LIMA; COSTA, 1996). 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2. DOMÍNIOS GEOMORFOLÓGICOS 
 
Na Bacia do Parnaíba se encontra um típico relevo de “cuesta” que 
pode ser associado à Formação Serra Grande, o qual apresenta quebras de 
relevo abruptas, e seu embasamento se caracteriza a partir de feições lineares, 
tanto positivas quanto negativas, de modo que estas estão encobertas na 
interface por sedimentos da bacia. Migrando para a periferia, exibem-se nesta 
zona amplos chapadões, encontrados nas unidades arenosas da bacia como 
as formações Cabeças, Piauí, Sambaíba entre outras, de modo que 
apresentam em algumas porções dissecamentos com diferentes estágios, e 
consequentemente diferentes estágios de aplanamento (LIMA, 1995). 
As formas de relevo possuem o topo plano a agudo, vertentes verticais 
a inclinadas, padrões de drenagem dendrítico a retangular que é possível 
associar às unidades pelíticas da bacia como as formações Pedra de Fogo e 
Motuca. Adquirem formas vulcânicas básicas e posteriormente formas 
plutônicas básicas. As do tipo vulcânicas possuem topo plano com bordas 
bastante ravinadas, a qual diferencia da segunda, pois assumem topo convexo 
e padrão de drenagem anelar. 
Figura 6: A) Estruturas do Ciclo Brasiliano de compartimentação no Paleozóico 
(segundo FORTES, 1978). B) Estruturas de compartimentação no Mesozóico 
(segundo GÓES, 1995) Fonte: SANTOS & CARVALHO, 2009. 
 
A B 
22 
 
Notam-se por toda a bacia feições lineares negativas e fraturas, 
observadas em seu interior. Tais fraturas representam grande parte da bacia, 
embora haja feições planares, geralmente de baixo ângulo. Quando são 
constatadas as de forte ângulo, estão associadas a grandes lineamentos. 
A partir da análise de cada domínio estrutural, consequentemente 
também as feições negativas (falhas e fraturas), mostrou-se como resultado 
que a bacia não se apresenta invertida, de modo que não tenha sido afetada 
por eventos tectônicos de alta relevância. A Província Sedimentar do Parnaíba 
apresenta pelo menos três subdomínios estruturais, os quais se encontram a 
Norte, a Sul e a Oeste. Os limites entre os domínios Norte e Sul são feitos 
através do Lineamento Transbrasiliano; em relação ao domínio Oeste a zona 
de contato é condicionada pelo Lineamento Rio Vermelho (LIMA, 1995). 
 
3.3. LITOESTRATIGRAFIA E AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO 
 
A Bacia do Parnaíba é embasada por duas unidades sedimentares, 
sendo a Formação Riachão, constituída por grauvacas, arcósios, siltitos, 
folhelhos vermelhos e ignimbritos, com idade proterozoica média ou superior, e 
o Grupo Jaibaras, que consiste de depósitos continentais de idade cambro-
ordoviciana (OLIVEIRA; MOHRIAK, 2003). Estas unidades são sobrepostas 
pelas unidades sedimentares da Bacia do Parnaíba, Grupo Serra Grande 
(Siluriano), Grupo Canindé (Devoniano) e Grupo Balsas (Carbonífero - 
Tríassico) (VAZ et al., 2007). 
Apesar de o Grupo Mearim pertencer à Bacia das Alpercatas e os 
derrames magmáticos não pertencerem a Bacia da Parnaíba, estas unidades 
também serão descritas no presente trabalho, devido se apresentarem em 
contatos graduais com algumas unidades da Bacia do Parnaíba, portando é de 
suma importância para o entendimento da Bacia do Parnaíba foco deste 
trabalho. 
3.3.1. Grupo Serra Grande (supersequência siluriana) 
 
O Grupo Serra Grande é composto pelas formações Ipu (inferior), 
Tianguá (médio) e Jaicós (superior) sendo esta sequência de idade siluriana, 
este grupo constitui as unidades estratigráficas mais antigas da Bacia do 
23 
 
Parnaíba, é aflorante ao longo de toda a borda leste da bacia, estendendo-se 
desde o noroeste do Ceará até a divisa do noroeste da Bahia com o sudeste do 
Piauí. Esta unidade apresenta relevo tipo cuesta, com escarpa voltada leste e 
reverso para o oeste, em direção ao centro da bacia. Este grupo se sobrepõe 
discordantemente sobre o embasamento metamórfico Pré-Cambriano, ou 
sobre as molassas das Formações Riachão e é sotoposto também em contato 
discordante com as rochas do Grupo Canindé. (CAPUTO; LIMA ,1984; GÓES 
et al. 1992; GÓES; FEIJÓ, 1994; BRITO, 1979) 
A Formação Ipu constitui arenitos de granulometria fina a grossa com 
seixos, arenitos conglomeráticos com estratificação cruzada acanalada ou 
festonada, de cor branca a creme com matriz areno-argilosa e sedimentos mal 
selecionados; e matacões de quartzo ou quartzitos. Ocorre ainda nesta 
formação psamitos de cor variegada branca, creme e cinza, estrutura maciça 
ou com estratificação cruzada. Na base desta formação ocorre diamictitos com 
matriz de coloração rosa incluindo pequenos seixos de xisto, granito e quartzo 
com paleocorrentes orientadas para norte. A deposição desta formação é de 
idade eosiluriana (Landoveriano), em ambiente proximal de glacio-fluvial, 
leques e frentes deltaicas; é uma formação afossilífera. (GÓES; FEIJÓ, 1994; 
CAPUTO, 1984). 
A Formação Tianguá é composta de folhelhos cinza-escuros, 
bioturbados, sideríticos carbonáticos e micáceos, arenitos cinza-claro com 
estratificação cruzada espinha de peixe, com grãos de feldspatos fino a médio, 
ocorre ainda intercalações de siltitos e folhelhos. Estas rochas foram 
depositadas durante a fase de máxima transgressão glacio-eustática em 
ambiente de plataforma rasa, durante o Venlockiciano (Mesosiluriano), (VAZ et 
al., 2007; SANTOS; CARVALHO, 2009; GÓES; FEIJÓ, op. cit). Nesta formação 
identificam-se fósseis graptólito Climacograptus cf. scalaris (GRAHN, 1992). 
A Formação Jaicós consiste em arenitos de cor cinza-esbranquiçada, 
creme ou amarronzada, granulação grossa, contendo seixos angulares a 
subangulares, mal selecionados, friáveis (CAPUTO, op.cit). Esta formação foi 
depositada em sistemas fluviais entrelaçados (GÓES; FEIJÓ, op. cit), no 
período Neosiluriano e é afossilífera (PETRI, 1983). 
24 
 
3.3.2 - Grupo Canindé (supersequência devoniana) 
 
Este grupo se sobrepõe discordantemente ao o Grupo Serra Grande, 
ou diretamente sobre o embasamento, no extremo leste da bacia, e é 
sobreposto em contado normal pelo Grupo Balsas, (GÓES et al., 1990). As 
unidades litoestratigráficas são a formação Itaim, Pimenteiras, Cabeças, 
Longá e Poti. Este grupo aflora nas regiões leste e oeste da bacia, com os 
estratos orientados norte-sul, infletidos para sudeste e sudoeste. 
A Formação Itaim é composta por arenitos de cor esbranquiçada, 
granulação fina a média, grãos subarrendados, bem selecionados e esféricos, 
apresentando uma granocrescência ascendente. Na base dessa unidade 
ocorrem maiores quantidades de intercalações de folhelhos de cor cinza claros 
à escuros com bioturbação (DELLA FÁVERA, 1990). Esta formação foi 
depositada em ambientes deltaicos e plataformais, dominados por correntes 
induzidas por processos de marés e de tempestades, possui idade eo-
mesodevoniana (Góes; Feijó, op.cit). A Formação Itaim constitui uma vasta 
quantidade de fósseis marinhos sendo,Bucanella(?), Nuculites entre outros 
moluscos; os braquiópodos Orbiculoidea e Craniops; os icnofósseis 
Zoophycos(=Spirophyton) e rastros atribuídos a trilobitas homanolotídeos, 
restos de pequenos vegetais Psilofitales (KEGEL, 1953; MELO, 1988). 
A Formação Pimenteiras consiste principalmente de folhelhos cinza-
escuro a pretos, esverdeados, parcialmente bioturbados e ricos em matérias 
orgânicas, representando a ingressão marinha mais importante da bacia. É 
possível observar intercalações de siltitos e arenitos, com tempestistos 
marcados por estratificação cruzada hummocky com níveis de hardground 
bioturbados, e a sedimentação ocorreu no ambiente de plataforma rasa 
dominada por tempestades durante a idade givetiana-frasniana. As feições 
grafoeletricas indicam ciclicidade deposicional e uma mudança de tendência 
transgressiva para regressiva na passagem gradacional para a Formação 
Cabeças, que lhe é sobreposto (DELLA FÁVERA, 1990; KEGEL, op.cit). As 
assembleias fossilíferas que ocorrem nos folhelhos são compostas por 
trilobitas, ostracodes, braquiópodos, biválvios, gastrópodos, conulariídeos, 
tentaculídeos, hiolitídeos, escolecodontes, peixes e restos vegetais, de idade 
meso-neodevoniana (FONSECA; MELO, 1987; CARVALHO, 1995). 
25 
 
A Formação Cabeças é caracterizada predominantemente por arenitos 
cinza-claros a brancos, granulação média a grossa, com estratificação cruzada 
tabular ou sigmoidal, com estruturas de escorregamento e de escape de 
fluidos, contendo intercalações delgadas de siltitos e folhelhos (DELLA 
FÁVERA, op.cit). Diamictitos ocorrem eventualmente, havendo tilitos, 
pavimentos e seixos estriados denotam um ambiente glacial ou periglacial 
(CAPUTO, 1984). O ambiente deposicional designado para a Formação 
Cabeças é ambiente plataformal dominado por maré como o mais importante e 
faces de ambientes fluvio-estuarinas também ocorrem (GÓES; FEIJÓ, 1994; 
CAPUTO, op.cit). Esta formação possui idade meso-neodevoniana, 
apresentando fósseis braquiópodes Tropidoleptuscarinatus, Pustulatiaou 
Plicoplasia, Pleurochonetes, Mucrospirifer, Rhipidothyridae ou Mutationellidae, 
trilobitas e outros invertebrados marinhos (KEGEL, 1953) 
A Formação Longá é caracterizada por litotipos de folhelhos cinza-
escuros a pretos, em parte arroxeados, homogêneos ou bem laminados, 
bioturbados com estratificação cruzada hummocky (SANTOS; 
CARVALHO, 2009). Em sua porção média comumente apresentam um pacote 
de arenitos e siltitos cinza-claros a esbranquiçados, laminados (LIMA; 
LEITE, 1978), esta formação foi depositada em ambiente de plataforma 
dominado por tempestades de idade. Na base desta formação ocorrem 
icnofósseis e uma fauna de invertebrados que representam o inicio de uma 
sequência transgressiva, datada no Neofameniano (SANTOS; CARVALHO, 
op.cit). 
A Formação Poti é composta por uma sucessão de estratos que foi 
dividida em duas porções, a inferior constituída de arenitos cinza-
esbranquiçados, médios, com lâminas dispersas de siltito cinza-claros, e a 
parte superior com arenitos cinza, lâminas de siltitos e folhelhos com eventuais 
níveis de carvão (LIMA; LEITE, op.cit). Esta formação foi depositada em 
ambiente de deltas e planícies de maré, às vezes sob a influência de 
tempestades (GÓES; FEIJÓ, 1994). Os microfósseis encontrados na Formação 
Poti compreendem as espécies Spelaetriletes pretiosus, Raistrickia clavata, 
Colatisporites decorus, Prolyspora rugulosa e apresenta idade mesocarbonífera 
(LOBOZIAK et al., 1992). 
26 
 
3.3.3- Grupo Balsas (supersequência carbonífero-triássica) 
 
O Grupo Balsas é constituído pelas formações Piauí, Pedra-de-Fogo, 
Motuca e Sambaíba, é sobreposto em discordância pelo Grupo Canindé e 
sotoposto, também em discordância, pelas Formações Mosquito, Grajaú, Codó 
e Itapecuru e pelo Grupo Mearim da Bacia Alpercatas. As formações que 
compõem o Grupo Balsas representam a superseqüência carbonífero-triássica 
de Góes e Feijó (1994). 
A Formação Piauí foi dividida em duas sucessões. A sucessão inferior, 
composta por arenitos de cor rosada, granulação média, com estruturas 
maciças ou com estratificação cruzada de grande porte e intercalações de 
folhelho vermelho. Enquanto a porção superior e formada por arenitos 
vermelhos, amarelos, granulação fina a média, contendo intercalações de 
folhelhos vermelhos, calcários e finas camadas de sílex. (LIMA; LEITE, op.cit). 
Esta formação apresenta ainda siltitos e lentes conglomeráticas (CAPUTO, 
1984), o ambiente de sedimentação é interpretado como sendo de ambiente 
fluvio-eólico e ambiente marinho (VAZ et al., 2007), de idade pensilvaniana que 
é marcada por mudança brusca no espectro paleontológico, com 
predominância de trilobitas do gênero Ameura, ocorrem ainda moluscos 
biválvios Aviculopecten (KEGEL; COSTA, 1951). 
A Formação Pedra de Fogo é caracterizada pela presença de sílex e 
calcário oolítico e pisolítico de coloração creme a esbranquiçada, 
eventualmente estromatolítico, intercalando com arenito amarelado, fino-médio, 
folhelho cinzento e anidrita branca, são característicos dessa formação ainda 
os grandes troncos petrificados de Psaronius (GÓES; FEIJÓ, 1994). Esses 
depósitos foram depositados em ambientes neríticos raso a litorâneo, de idade 
eopermiana. Os níveis de estromatólitos são parcialmente silicificados com 
cerca de 15 cm de espessura, com extensão lateral, e estão associados a 
bancos dolomíticos e gretas de dessecação. São interpretados como de 
ambiente muito raso, com exposição subaérea. (PLUMMER, 1946 apud GÓES; 
FEIJÓ, op.cit). São observados entre seus representantes fósseis de 
Psaronius, dentes e escamas de peixes, restos de ostracodes e labirintodontes. 
27 
 
A idade atribuída à Formação tem com base a presença do anfíbio 
labirintodonte (FERNANDES; BORGES, 1994). 
A Formação Motuca é dominada por siltito arenoso marrom-
avermelhado, arenito de cor branca e granulação fina e média, com grãos 
subarredondados a esféricos, foscos, friáveis, subordinadamente ocorre 
folhelho, anidrita e raros calcários. Esses dois últimos litotipos, segundo Lima e 
Leite (1978), ocorrem sob a forma de lentes delgadas nos pelitos, esta 
Formação apresenta-se em contato concordante com a Formação Pedra de 
Fogo (subjacente). De acordo com Góes e Feijó (op.cit), os sedimentos Motuca 
foram depositados em sistema desértico, com lagos associados. Sua idade 
estende-se do Permiano termina no início do Eotriássico (CAPUTO, op.cit). 
A Formação Sambaíba é composta por arenito rosado a vermelho e 
amarelado, granulação variando de fina à média, grão bem selecionado, 
bimodal, com estratificação cruzada acanalada de grande porte, subjacente 
estes sedimentos foram depositados em ambiente desértico caracterizando 
dunas eólicas com contribuição fluvial (VAZ et al. 2007), esta formação é de 
idade Triássica média superior e encontra-se subjacente aos basaltos do 
Neotriássico e Eojurássico e é afossilífera (LIMA; LEITE, 1978; GÓES; FEIJÓ, 
1994). 
3.3.4 - Bacia das Alpercatas 
 
O seu nome é baseado na expressão geomorfológica da serra das 
Alpercatas, situada na região centro-sudeste do estado do Maranhão. Sua área 
é de 70.000 km2 e é formada por sistema de riftes de direções ENE–WSW e 
NNE–SSW, preenchidos pela supersequência jurássica, composta pelo Grupo 
Mearim e suas respectivas formações sendo, Formação Pastos Bons, 
Formação Corda, Formação Mosquito e Formação Sardinha, as quais ocorrem 
interdigitadas e sobrepostas em discordância com o Grupo Balsas. (GÓES; 
FEIJÓ,op.cit). 
A Formação Mosquito é composta por basalto preto, amigdaloidal, 
tholeítico que eventualmente possui intercalações de arenito vermelho com 
leitos de sílex,correlacionável com o Magmatismo Penatecaua, da Bacia do 
28 
 
Amazonas (GÓES; FEIJÓ, op.cit). Está posicionado entre os grupos Balsas e 
Mearim. Possui idade juro-triássica (AGUIAR, 1971). 
A Formação Pastos Bons pode ser dividida em três partes: na base 
predomina arenito branco ou com tonalidades esverdeadas, amareladas, fino a 
médio, grãos subarrendados e, geralmente, apresentam estratificação paralela 
e raras lentes de calcário. Na parte média da seção ocorrem siltito, 
folhelho/argilito cinza a verdes, comumente intercalados com arenito. A porção 
mais superior é formada de arenito vermelho/cor-de-rosa, fino, gradando para 
siltito, contendo níveis de folhelho (CAPUTO, 1984). De leste para oeste, a 
Formação Pastos Bons jaz discordantemente sobre as formações paleozoicas 
Poti, Piauí, Pedra de Fogo e Motuca (LIMA; LEITE, op.cit). Com base no 
conteúdo fossilífero (peixes, conchostráceos, ostracodes) atribui-se idade 
jurássica média a superior à Formação Pastos Bons, depositada em 
paleodepressões continentais, lacustrinas, com alguma contribuição fluvial, em 
clima semi-árido a árido (VAZ et.al. op.cit). 
A Formação Sardinha apresenta basaltos de cor preta a roxa e textura 
amigdaloidal (AGUIAR, 1969). Entretanto, Lima & Leite (1978) descrevem a 
Formação Sardinha como representada por um material argiloso, vermelho-
escuro e arroxeado, em avançado estágio de alteração. A forma de ocorrência 
da Formação Sardinha é como grandes diques e pequenas soleiras e 
apresenta idade eocretácea (GÓES; FEIJÓ, 1994). 
A Formação Corda consiste de arenitos finos a grossos, de cor cinza-
esbranquiçados e avermelhados, e raros níveis de sílex. Admite-se para estas 
rochas uma deposição em ambiente continental desértico, controlado por 
sistema flúvio-lacustre, eventualmente retrabalhados por processos eólicos e 
sujeitos à ação esporádica de processos semelhantes a correntes de turbidez 
(GÓES; FEIJÓ, op. cit). Com base na ocorrência de ostracodes, 
conchostráceos e do peixe Lepidotus piauhyensis, admite-se uma idade 
neojurássica (SANTOS et al, 2009). 
Através das pesquisas na literatura, a carta estratigráfica interpretada 
como mais adequada para este trabalho foi a do Boletim da Petrobrás (VAZ et 
al, 2007), devido possuir elementos geocronológicos, litoestragráficos e 
ambientes deposicionais de pesquisas mais recentes da Bacia do Parnaíba, 
constituindo assim resultados mais atuais (Figura 7) . 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7: Carta estratigráfica da Bacia do Parnaíba. Fonte: VAZ et al. 2007 
30 
 
3.4. EVOLUÇÃO GEOLÓGICA 
 
A formação Bacia do Parnaíba teve início na etapa chamada de 
ortoplataforma ou Estagio de Estabilização, mais especificamente na fase 
Talassocrática (Siluriano ao Permiano). 
A Bacia do Parnaíba é uma sinéclise paleozóica que se implantou 
sobre riftes proterozóicos e cambro-ordovicianos instalados no embasamento 
pré-cambriano (GÓES E FEIJÓ, 1994, BRITO NEVES, 2002), representado por 
segmentos da Província Borborema, do Cráton São Francisco e São Luís e dos 
cinturões Araguaia e Gurupi. 
Dentro do contexto da Plataforma Sul-Americana, as três primeiras 
sequências deposicionais da Bacia do Parnaíba (Siluriana, Mesodevoniana-
Eocarbonífera e Neocarbonífera-Eotriássica) foram depositadas no Estádio de 
Estabilização (VAZ et al. 2007), englobando toda a fase talasocrática a qual 
correspondente litoestratigraficamente aos grupos Serra Grande e Canindé e 
as formações Piauí, Pedra de fogo e Motuca do Grupo balsas que sofreram 
extensas transgressões e regressões marinhas, e ainda o início da fase 
geocrática que corresponde litoestratigraficamente a Formação Sambaíba, 
onde a calma tectônica é extrema e a plataforma como um todo sofre 
ascensão, não favorecendo a acumulação e a retenção de sedimentos. Assim, 
não ocorrem mais ingressões marinhas e apenas delgadas capas sedimentares 
de natureza desértica constituem o registro desta fase (ZALÁN, 2004; 
ALMEIDA 1967; 1969). 
A formação das sequências deposicionais da bacia, iniciou-se a partir 
da evolução termo-mecânica da área, gerando uma sinéclise Ordoviciana, 
sobre a qual se depositaram sedimentos flúvio-deltaicos a marinhos rasos, do 
Grupo Serra Grande. O final desta sedimentação reflete os efeitos da Orogenia 
Caledoniana, que causou uma discordância de caráter regional (GÓES et al., 
1990). 
As discordâncias relacionadas às sequências deposicionais foram 
originadas em parte pelas flutuações dos elevados níveis eustáticos dos mares 
epicontinentais do Eopaleozóico e em parte pelas ascensões epirogênicas, 
devido às orogêneses ocorridas na margem ativa do Gondwana (ALMEIDA E 
CARNEIRO, 2004; CAPUTO et al. 2006; DELLA FÁVERA, 1990). As 
31 
 
transgressões e regressões derivaram-se do oceano adjacente à margem ativa 
do sudoeste do Gondwana e de bacias do norte atual da África, inundadas pelo 
Oceano Tethys (VAZ et al. 2007). 
A ruptura do Pangea, que se iniciou no Jurássico, proporcionou um 
novo estádio tectônico no Brasil, o da Ativação (ALMEIDA, 1967; 1969), que 
levaria à abertura do Oceano Atlântico. Essa etapa mesozóica é caracterizada 
por eventos distensionais, reativação de falhas antigas, surgimento de fraturas 
e intenso magmatismo básico (ALMEIDA e CARNEIRO, 2004; ZALÁN, 2004). 
Nesse contexto tectônico, na Bacia do Parnaíba ocorreram as rochas ígneas 
intrusivas (diques e soleiras) e extrusivas, de composição básica, que 
correspondem litoestratigraficamente as formações Mosquito e Sardinha (VAZ 
et al. 2007). 
A Sequência Jurássica, litoestratigraficamente correspondente a 
formação Pastos Bons foi formada pela subsidência causada 
fundamentalmente pelo peso das rochas básicas da Formação Mosquito, que 
se somou ao da carga sedimentar então existente. O final dessa fase 
sedimentar teria sido uma consequência das atividades tectônicas relacionadas 
à abertura do Atlântico Equatorial (VAZ et al. 2007). Por outro ponto de vista os 
efeitos da tectônica extensional entre os continentes sul-americano e africano, 
provocaram magmatismo intrusivos e extrusivos, seguido por deposição 
clástica, do Grupo Mearim, Formações Pastos Bons e Corda (GÓES et al., 
1990). 
 No Jurássico, os efeitos da tectônica extensional entre os continentes 
sul-americano e africano, provocaram magmatismo intrusivos e extrusivos, 
seguido por deposição clástica, do Grupo Mearim, Formações Pastos Bons e 
Corda (GÓES et al., 1990). 
O Cretáceo está representado na bacia por duas fases distintas. A 
primeira está relacionada a eventos tectônicos neocomianos, representada por 
falhas reversas e dobramentos compressivos com trends de direção NW 
(GÓES e FEIJÓ, 1994). A segunda fase marca o encerramento do ciclo 
sedimentar, com uma deposição lacustre a continental das Formações Codó, 
Grajaú e Itapecurú, limitadas à porção norte-noroeste da bacia (GÓES et al., 
1990). 
32 
 
Modelos preliminares de evolução tectônica, baseados em dados 
gravimétricos, sugerem que processos de underplating desenvolveram uma 
crosta com densidade anômala subjacente à Bacia do Parnaíba. Esse 
underplating e as estruturas grabenformes precursoras, seguidos por uma 
subsidência termal, teriam sido os mecanismos formadores da bacia. 
 
3.5. DIAGNÓSTICO GEOECONÔMICO 
 
Na Bacia do Parnaíba podem ser encontradas algumas ocorrências 
minerais que garantem à região perspectivas geoeconômicas bastante 
promissoras. As quais obtiveram maior interesse no início do século XX. 
Dentre os recursos minerais que podem ser explorados na Bacia doParnaíba, destacam-se as rochas geradoras potenciais de petróleo, sendo os 
folhelhos silurianos e devonianos das Formações Tianguá, Pimenteiras e 
Longá. As rochas ígneas básicas juro-triássicas e cretáceas contribuíram para 
a maturação da matéria orgânica. Os principais reservatórios são os arenitos 
devonianos pertencentes à Formação Cabeças capeados por folhelhos 
devonianos. Arenitos silurianos, capeados por folhelhos transgressivos 
silurianos e reservatórios carboníferos e permianos, selados por evaporitos 
permianos, são reservatórios potenciais. Sills de diabásio além de contribuírem 
para a maturação, também podem funcionar como selantes. 
Além dos recursos energéticos, também se encontra na bacia outros 
bens minerais tais como: Alúmem, Enxofre, Ametista, Quartzo Hialino, Barita, 
Bauxita, Gipsita, Carvão, Cobre, Diamante, Ferro, Manganês e galena (LIMA; 
LEITE, 1978). 
 
4. FOTOINTERPRETAÇÃO 
 
A área em estudo encontra-se na porção sudoeste da Bacia 
Sedimentar do Parnaíba e abrange uma extensão de 6 Km2 com longitude de 
198000 a 203000 e latitude de 9213000 a 9218000, a partir das análises 
fotogeológicas foram estudadas as disposições das drenagens, texturas de 
relevo, alinhamento de drenagens e relevo em associação ao solo, vegetação e 
33 
 
ainda foram feitas as fotointerpretações dessas estruturas geológicas para 
melhor entendimento da área em mapeamento. 
 
4.1. ANÁLISE DE DRENAGEM 
 
De acordo com a análise de drenagem da área, foram individualizadas 
três zonas homólogas de drenagem, sendo classificadas em zona A, B e C 
(Figura 8), segundo métodos de Soares & Fiori, 1976. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Zona homóloga A se localiza no extremo noroeste da área em estudo, 
com direção preferencial NW-SE e direções subordinadas em NE-SW e E-W 
(Figura 9), esta zona apresenta densidade baixa, sinuosidade mista, 
angularidade baixa a média, com tropia tridirecional e fraca assimetria, exibe 
ainda formas anômalas em formas de cotovelos e arcos e é classificado como 
Figura 8: Mapa mostrando as zonas homólogas de drenagens, separadas de 
acordo com os seus diferentes padrões de drenagem. 
 
 
34 
 
padrão de drenagem radial, pois seus canais estão dispostos em raios em 
relação a um ponto central. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Zona homóloga B está localizada na porção central-norte, apresenta 
direção preferencial NE-SW e subordinadas em N-S e NW-SE (Figura 10), esta 
zona apresenta uma alta densidade, sinuosidade mista, angularidade baixa, 
com tropia tridirecional e fraca assimetria, exibe ainda formas anômalas de 
arcos cotovelos e é classificada como padrão de drenagem subdendrítico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Zona homóloga C se localiza na porção central-sul da área em estudo, 
apresenta direção preferencial NW-SE, subordinadas em NE-SW e N-S (Figura 
11), esta zona apresenta uma alta densidade, sinuosidade mista, angularidade 
de média a alta, com tropia tridirecional, assimetria fraca, exibe ainda formas 
Figura 9: Diagrama de roseta 
indicando as direções principais da 
drenagem da zona homóloga A. 
 
Figura 10: Diagrama de roseta 
indicando a direção preferencial e 
as direções subordinadas da 
drenagem da zona homóloga B. 
35 
 
anômalas tipo arcos, cotovelos e meandros isolados. Por fim, o mesmo foi 
caracterizado como padrão dendrítico, pois os canais distribuem-se em todas 
as direções sobre a superfície e se unem formando ângulos agudos de 
graduações variadas, mas sem chegar ao ângulo reto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.2. ANÁLISE DE RELEVO 
 
De acordo com a fotoanálise do relevo, a área em estudo foi dividida 
em cinco unidades fotogeológicas diferentes (Figura 12). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11: Diagrama de roseta 
indicando a direção preferencial e 
as direções subordinadas da 
drenagem da zona homóloga C. 
 
Figura 12: Mapa mostrando as distintas unidades de relevo da área. 
Legenda 
36 
 
A Unidade 1: Tal unidade está situada nas cotas que variam de 160m a 
175m, caracterizado como planície aluvionar, com formas alongadas, 
localizada junto ao leito das drenagens, pois consiste em depósitos sedimentar 
clásticos, apresenta textura rugosa, de cor esverdeada e forma irregular, com 
vegetação relativamente densa. 
Unidade 2: Tal unidade está situada nas cotas que variam de 175m a 
190m, caracterizado como solo exposto, com forma regular, localizada próxima 
a planície aluvionar, textura lisa, de cor verde pálido, com a vegetação em 
estágio de sucessão ecológica classificado como capoeira. 
Unidade 3: Tal unidade está situada nas cotas que variam de 190m a 
220m, caracterizado como sopé das serras, textura ligeiramente rugosa, de cor 
verde esbranquiçada, com vegetação pouco densa. 
Unidade 4: Tal unidade está situada nas cotas que variam de 220m a 
340m, caracterizado como escarpa, pois apresenta quebras de relevo positiva, 
com vegetação relativamente densa, de cor verde ou preta devida o 
sombreamento acentuado. 
Unidade 5: Tal unidade está situada nas cotas que variam de 340m a 
410m, caracterizado como morros com topos angulares, com forma linear, 
textura rugosa com sombreamento acentuado, vegetação pouco densa, de cor 
verde. 
 
4.3. ANÁLISES DE FOTOALINHAMENTOS 
 
A partir da fotoanálise da disposição da rede de drenagem e de relevo, 
foram obtidos os alinhamentos das estruturas da área em escala de 
semidetalhe, sendo divididos em quatro domínios de acordo com suas 
respectivas orientações (Figura 13 e 14). 
O Domínio I é caracterizado pelos alinhamentos de relevo com direção 
NW-SE, distribuído em toda a área, sendo concordante com a direção principal 
das drenagens secundárias. Consistem nos alinhamentos mais representativos 
da área, podendo ser correlacionados com as estruturas que condicionaram a 
sedimentação da Bacia do Parnaíba durante o Eodevoniano, este Domínio foi 
originado possivelmente pelo Lineamento Picos-Santa Inês. 
37 
 
No Domínio II o padrão de alinhamentos de relevo segue o trend NE-
SW, com representatividade na área, por sua vez controlando drenagens 
principais e alguns tributários. Este domínio é observado disposto em todo o 
mapa. A direção NE-SW dos alinhamentos desse Domínio foi condicionada 
provavelmente pelo Lineamento Transbrasiliano que corta a bacia do Parnaíba 
de nordeste a sudeste. 
Domínio III apresenta lineamentos de relevo e drenagem com direção 
N-S, controlando drenagens secundárias e algumas das principais, encontrado 
principalmente, na porção noroeste da área. Esse padrão apresenta feições 
que possivelmente pode ter sido influenciado pelo Lineamento Tocantins-
Araguaia ocorrido durante a formação da Faixa Araguaia no Cambriano. 
No Domínio IV os lineamentos de relevo e de drenagem apresentam-se 
arranjados na direção E-W, ocorrendo dispostos em toda a área. Esses 
alinhamentos podem ser correlacionados ao Sistema Transcorrente Carolina-
Pedra Caída desenvolvido durante a fase da neotectônica pertencentes à Bacia 
do Parnaíba (J.B.S. Costa et al. 1993). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13: Mapa mostrando o alinhamento de drenagem. 
 
Alinhamento de 
drenagem 
Mapa de alinhamento de drenagem 
38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.4 ANÁLISE FOTOGEOLÓGICA: 
 
A análise fotogeológica da áreaem estudo consiste em interpretações 
das observações geomorfológicas, para uma provável geologia existente em tal 
área de estudo, a partir dos seguintes parâmetros: drenagem, formas de 
relevo, tonalidade e textura. A partir dos parâmetros estabelecidos acima, a 
área em estudo foi segregada em 5 domínios (Figura 15). 
Apesar dos domínios apresentarem características distintas, os 
mesmos apresentam certa similaridade na rede de drenagem, pois os domínios 
1, 2 e 3 apresentam uma densidade elevada, em contrapartida os domínios 4 e 
5 detém uma densidade reduzida. 
 No entanto não é possível agrupar o relevo da área em estudo, devido 
às feições geomorfológicas distintas serem desenvolvidas em cada domínio 
compartimentado. 
No domínio 1: Há alta vazão das redes de drenagem, juntamente com 
Figura 14: Mapa mostrando alinhamento de relevo. 
 
Mapa de alinhamento de relevo 
Alinhamento de 
relevo 
39 
 
as características de textura rugosa, de cor esverdeada e forma irregular, com 
vegetação relativamente densa. Pressupõe-se que a mesma possua uma 
litologia pouco porosa e alta permeabilidade, podendo ser interpretadas como 
intercalações pelíticas e folhelhos e através das revisões bibliográficas estima-
se que tal domínio pode ser constituído pelas formações Tinguá e Longá. 
No domínio 2: Assim como no domínio 1, as redes de drenagem 
apresentam uma vazão elevada, contudo a fotointerpretação das feições de 
relevo apresentam, tais como, textura lisa, de cor verde pálido, com a 
vegetação rasteira. Dessa forma, assim como no domínio 1 apresenta-se 
pouco porosa, com fácies pelíticas, carbonáticas, portanto sugere-se que a 
mesma pertença as formações Pimenteirias, Poti, Pedra de Fogo. 
No domínio 3: Como nos domínios anteriores, as redes de drenagem 
são densas, no entanto o relevo apresenta características singulares como 
textura ligeiramente rugosa, de cor verde esbranquiçada, com vegetação pouco 
densa. Apresenta um terreno pouco poroso, portanto sugere-se que a mesma 
pertença a formação Piauí, Pedra de Fogo, Motuca. 
No domínio 4: Diferente dos outros domínios anteriores, as redes de 
drenagem apresentam-se com baixa densidade, pois a mesma encontra-se na 
quebra do relevo, com vegetação relativamente densa. Devido a declividade 
desse terreno ser elevada, resultará em uma alta porosidade. Sendo assim, 
sugere-se que tal domínio se de fácies areníticas e pertença as formações 
Jáicos, Cabeças. 
No domínio 5: Assim como no domínio 4, as redes de drenagem 
apresentam-se com baixa densidade, no entanto o relevo possui textura rugosa 
e vegetação pouco densa. Apesar dos morros com os topos angulares estarem 
dispostos por vezes em planícies, o domínio em questão apresenta uma alta 
porosidade. Com isso sugere-se que tal domínio pertença à formação Itaim, 
Sambaiba. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Adisciplina estágio de campo 1 faz parte das atividades curriculares do 
curso de geologia da Universidade Federal do Pará e constitui como principais 
resultados o treinamentos dos estudantes em mapeamento geológico numa 
escala de detalhes de 1: 25.000, a fase pré-campo consiste ainda como 
resultados mapas fotogeológicos de drenagens, relevo, alinhamentos de relevo 
e drenagem e mapa de logística da área para melhor planejamento e 
realização da fase de campo e também para um melhor entendimento da 
geologia regional e local. 
A partir das pesquisas literárias da área em estudo foi possível 
entender e interpretar as feições geológicas encontradas nos mapas 
fotogeológicos (drenagens, relevo, alinhamentos de relevo e drenagem) e 
assim correlacionar com o arcabouço tectônico, geomorfologia, litoestratigrafia, 
porém estas interpretações são parciais e feitas através de métodos indiretos, 
portando a corroboração dos dados encontrados somente é possível na fase 
de campo. 
Figura 15: Mapa fotogeológico da área em estudo. 
Domínio I 
 
Domínio II 
Domínio III 
Domínio IV 
Domínio V 
41 
 
5. GEOLOGIA LOCAL 
 
Na fase pré-campo foram dividas cinco unidades fotogeológicas, no 
mapeamento geológico detalhado de campo foi possível confirmar e fazer a 
individualização de três unidades litoestratigráficas (Figura 16) e dez litofáceis e 
assim inferir o ambiente deposicional e evolução geológica. Cada unidade foi 
definida e correlacionada vertical e lateralmente pelas disposições rochosas e 
estruturais, a partir da aplicação dos conceitos de sedimentologia, 
litoestratigrafia e geologia estrutural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.1. UNIDADE I 
 
A unidade I corresponde cerca de 25% da área mapeada, está 
localizada na porção sudoeste da mesma, o relevo apresentava-se arrasado, a 
vegetação apresentava-se de forma densa, caracterizada pela predominância 
de palmeiras (Figura 17), solo arenoso de coloração esbranquiçado (Figura 
18), a drenagem nessa unidade era densa (Figura 19). 
MAPA DE UNIDADES 
Figura 16: Mapas das unidades encontradas no mapeamento geológico da área 
Drenagem 
42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17: Mostrando a densa vegetação da área e a predominância das 
árvores de espécie de palmeiras. 
Figura 18: Drenagem encontrada na área estudada. 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nas topografias mais baixas da unidade I as litofácies encontradas 
foram siltito argiloso de coloração esbranquiçada em forma de concreções 
(Figura 20A, B e C), siltito arenoso de coloração avermelhado em forma de 
concreções (Figura 20A, B e C), siltito arenoso de coloração variegada de 
esbranquiçada a avermelhada com laminações e em forma de concreções 
(Figura 21A, B, C e D). Nas porções mais altas dessa unidade ocorriam as 
litofácies de pelito de coloração avermelhada com estrutura em block (Figura 
22A, B) arenito fino de coloração rosada com laminações plano paralelo de 
arenito fino de coloração esbranquiçada (Figura 22A e C), siltito de coloração 
avermelhada com estrutura em block apresentando fraturas medidas 75Az, 
265Az, 255Az, todas na direção NE-SW e preenchidas por arenito fino 
esbranquiçado (Figura 23A, B e C), pelito de coloração avermelhada com 
fratura na direção 112Az preenchidas por arenito fino esbranquiçado e arenito 
de coloração laranjada, granulometria fina a média com laminações plano 
paralelo (Figura 24A e B). As litofácies dessa unidade estão sintetizadas na 
tabela 1. 
Figura 19: solo arenoso esbranquiçado encontrado na unidade I. 
44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 20: A) Afloramento em ravina constituído por siltito argiloso de coloração 
esbranquiça e siltito arenoso de cor avermelhada; B) destacando as rochas 
encontradas e as estruturas de concreções; C) perfil associado à rocha. 
Figura 21: A) Afloramento em ravina composto por siltito arenoso de coloração 
variegada de esbranquiçada a avermelhada com laminações e em forma de 
concreções; B) Croqui da figura A mostrando as laminações; C) Destacando as 
estrutura em concreções; D) Perfil sedimentar do afloramento. 
A B 
C 
A B 
C D 
45

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