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Impunidade por tortura nas prisões é regra no Brasil

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Impunidade por tortura nas prisões é regra no Brasil
De acordo com o representante regional do Alto comissariado das nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) Amerigo Incalcaterra, o clima de impunidade nas prisões do Brasil “alimenta a continuação de violações de direitos humanos nas prisões. A tortura é generalizada desde o momento da detenção, durante interrogatórios e em presídios”.
A Declaração de Direitos Humanos, proposta pela ONU (Organização das Nações Unidas), afirma que ninguém poderá ser submetido a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante, portanto, trazer à tona todos esses problemas é fazer uma análise comparativa com o sistema de governo do Brasil e também, uma crítica à sociedade propondo meios para que esses problemas sejam superados. A Constituição da República Federativa do Brasil assegura que todos são iguais, perante a lei sem distinção de qualquer natureza, desta forma não há porque excluir o preso de gozar dos Direitos expostos pela Carta Magna, haja vista que o mesmo está preso, mas não perde suas garantias fundamentais inerentes à pessoa humana, salvo o direito à liberdade.
“O Brasil precisa enfrentar a crise do sistema prisional, que vem de longa data, através de políticas públicas e legislação em linha com os padrões internacionais”, afirmou. Em novembro de 2017 , o Subcomitê sobre a Prevenção da Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos e Degradantes (SPT), composto por especialistas da ONU, entregou ao governo brasileiro um relatório sobre violações de direitos e tortura praticados em presídios brasileiros, alertando o Brasil a gravidade dos casos de violência nos presídios e possíveis rebeliões. Chutes, agressões com cassetetes, sufocação, choques elétricos com armas ‘taser’, uso de spray de pimenta, gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e balas de borracha, abusos verbais e ameaças foram reportados como os métodos 
mais freqüentes utilizados pela polícia e agentes carcerários, que não costumam ser punidos por tais práticas, disse o relatório. Os atos de tortura somam-se à situação de superlotação nos presídios. Com 711,5 mil detentos, o Brasil é o terceiro país com a maior população carcerária per capita do mundo, o equivalente a 193 pessoas para cada 100 mil habitantes, segundo dados citados no relatório. O relatório também citou a existência de uma prática de “racismo institucional” no sistema carcerário do país. De acordo com o documento, em 2014, em torno de 67% dos presidiários brasileiros eram classificados como negros ou mulatos. “Negros enfrentam risco significativamente maior de encarceramento em massa, abuso policial, tortura e maus-tratos, negligência médica, de serem mortos pela polícia, receber sentenças maiores que os brancos pelo mesmo crime e de sofrer discriminação na prisão – sugerindo alto grau de racismo institucional”, afirmou o documento.
Outro aspecto importante ressaltado é que a impunidade em casos de tortura por agentes públicos no Brasil continua sendo a regra, e não a exceção, o que contribui para que se crie um clima de impunidade que alimenta a continuação de violações de direitos humanos. Medidas tais como a pronta investigação de mortes por agentes estatais, capacitação profissional em direitos humanos, a adoção de protocolos oficiais sobre o uso da força da polícia, a revisão dos salários da força policial, garantir a independência dos Institutos Médicos Legais e um controle eficaz de empresas privadas envolvidas na administração de funções policiais são algumas das medidas propostas pelos especialistas para combater a prática da tortura no Brasil. ''O SPT constatou que a superlotação endêmica, as condições chocantes de detenção,os problemas de assistência médica aos presos, a falta de acesso à educação, a violência generalizada entre detentos e a falta de supervisão adequada dos presos (o que leva à impunidade) são alguns dos problemas principais ainda não resolvidos pelo Brasil para enfrentar a crise prisional e combater a tortura nos presídios"-disse. A educação nas prisões tem como principal finalidade qualificar o indivíduo para que ele possa buscar um futuro melhor ao sair da prisão, já que o estudo é considerado hoje um requisito fundamental para entrar no mercado de trabalho, e a maioria dos detentos não possuem nem ensino fundamental completo.
Amerigo Incalcaterra acrescentou ainda que "A crise do sistema prisional no Brasil requer um forte compromisso político do mais alto nível de governança. O Brasil precisa enfrentar a crise do sistema prisional, que vem de longa data, através de políticas públicas e legislação em linha com os padrões internacionais. As recomendações do SPT, do relator especial, e de outros mecanismos de proteção regional e universal de direitos humanos oferecem um sólido guia para a formulação de tais políticas. A superlotação dos presídios, o déficit de vagas, casos de tortura e rebeliões, o controle feito pelo crime organizado e a política de encarceramento são alguns dos principais pontos que o Brasil precisa enfrentar neste contexto."
ASPECTO POSITIVO:
1. Capacidade de investimento
A iniciativa privada tem capacidade de fazer grandes investimentos em um curto espaço de tempo, sem depender de processos burocráticos e decisões políticas.
2. Agilidade
Serviços de manutenção, eventuais reformas e outras melhorias poderiam ser feitas a qualquer momento, com maior agilidade. A iniciativa privada não teria de cumprir prazos e legislações restritivas impostas ao governo do Estado.
3. Gestão
A dinâmica da iniciativa privada teria maiores condições de manter as penitenciárias em melhores condições, sem o enfrentamento de problemas que costumam marcar os empreendimentos estatais, como deterioração física e superlotação.
4. Custo diluído
Em vez de arcar com um alto investimento de uma vez na construção de presídios, o governo do Estado consegue diluir o gasto em um período de tempo mais longo. No caso do Complexo Prisional de Canoas, o edital prevê um contrato de 27 anos.
5. Economia a longo prazo
Sob responsabilidade da iniciativa privada, o governo não teria de arcar com gastos com o pessoal que atua nos estabelecimentos. No futuro, não teria de arcar com custos previdenciários e de aposentadorias dos agentes penitenciários.
6) A empresa privada dispõe de maior habilidade para administrar porque está liberada da morosa e complicada burocracia do setor público, assim, além de conseguir remediar com menor custo é ainda mais rápido.
7) A participação privada propiciará, mesmo que de maneira diminuta, um atalhamento quanto ao alcance da dignidade humana do preso, já que poderá oferecer mais eficazmente: trabalho, escola, lazer, vestuário, local mais higiênico, construção de celas e presídios. Enfim, proporcionará chances maiores do preso não voltar a delinqüir, ser útil, ao ponto de disputar vaga de emprego, alfabetização etc...
8) Auxiliando o Estado, nestes aspectos (emprego e estudo), estará concorrendo para a satisfação (direito fundamental e garantia da ordem econômica) do valor social do trabalho, livre iniciativa, busca do pleno emprego, tudo isto, para que se tenha uma existência digna (caput e VIII do art. 170 da CF).
9) Ainda, que no início a empresa privada não consiga se subsistir lá dentro com renda própria, e, necessitar do pagamento do Estado, ao menos, em tese, este estará despendendo um gasto com maior contrapartida.
10) Outro ponto que atrairá a iniciativa privada cuja atividade seja no oferecimento de emprego, é que a Lei de Execução Penal prevê que o preso deva ganhar ao menos a remuneração de ¾ do salário mínimo vigente (caput do art. 29), e que sua jornada normal de trabalho será entre 6 a 8 horas diárias de segunda à sábado com descansando domingos e feriados (art. 33).
Clarividente se torna que, respeitados tais direitos trabalhistas, não há qualquer outro envolvido, tal como: concessão de férias com remuneração, décimo terceiro salário, hora extra, descanso semanal remunerado, adicionais, multaspelo não cumprimento, acidente de trabalho, etc..Assim, se a iniciativa 
privada conseguir capacitar os presos para certo labor, e houver por parte destes uma produção considerável, seus lucros poderão ser vultosos.
f) Não tem dever de pagar aposentadoria ao preso, assim, fica a critério do preso contribuir privativamente. O que se torna quase impossível com os encargos atribuídos nas alíneas do artigo 29 da LEP .
g) será incentivado por outros benefícios que o Governo poderá oferecer por intermédio de contrato ou pela lei.
Verificou-se que apesar do ente privado visar ao lucro, em tese, detém maior possibilidade em manter um serviço muito mais eficiente e rápido, diverso da burocracia estatal, possuindo todo o interesse na atividade empreendida, em trabalhar com ética e zelo, já que estará integralmente sob a vigilância estatal, podendo calhar com a pena de rescisão contratual, outras sanções e negatividade de sua imagem.
É sabido que o tato com o setor prisional requer bastante cautela e análise aprofundada, entretanto, com a realização de um contrato e/ou lei que regulem o ente privado (atraindo-o com benefícios) acompanhado da fiscalização estatal, o preso, a sociedade e o Estado terão benefícios inúmeros:
a) atender aos preceitos constitucionais da individualização da pena (art. 5 , XLIX , da Constituição da República) e de respeito à integridade física e moral do preso (art. 5 , XLIX , da CF);
b) lançar uma política ambiciosa de reinserção social e moral do preso, de modo a se confiar nos efeitos da reabilitação;
c) baixar o fardo da reincidência;
d) introduzir, no sistema penitenciário, um modelo administrativo de gestão moderna, suscetível de produzir efeitos duráveis na evolução dessa gestão;
e) reduzir os encargos e gastos públicos, na vida prisional ociosa, onde um preso custa, em média, cerca de 4 (quatro) a 5 (cinco) salários mínimos por mês, no Brasil;
f) favorecer o desenvolvimento de salutar política de prevenção de criminalidade, mediante participação organizada da comunidade nas tarefas de execução da pena privativa de liberdade;
g) aliviar, enfim, a dramática situação de superpovoamento no conjunto do parque penitenciário nacional. (op.cit. p. 335)
Em que pese os inúmeros apontamentos contrários à privatização dos presídios no Brasil, restou evidente que o Estado permanecerá com as funções jurisdicionais indelegáveis constitucionalmente, apenas, havendo a possibilidade de cada Estado Federado implantar, de acordo com as peculiaridades de cada Região, a realização de parceria com a iniciativa privada nas atividades administrativas extrajudiciais.
 
Em contrapartida, os partidários da privatização argumentam que o Estado há muito tempo não investe devidamente no sistema penitenciário. Assim sendo, dizer não a privatização, precipitadamente, é concordar com o caos instalado em prisões que são verdadeiras universidades do crime, constituindo um sistema antiético e desumano. Sublinham os defensores da privatização que as empresas particulares dispõe de maior agilidade, uma vez que estão liberadas da morosa e difícil burocracia, que muito prejudica a lenta rotina das instituições estatais.
 A par dessa peculiaridade, sustentam que os grupos particulares, na competição de mercado, além de oferecer trabalho remunerado aos presos, o que não ocorre comumente na prisão estatal, tem interesse em otimizar os serviços, 
reduzindo as despesas para poder manter eficiente posição, preocupação essa que não é relevante no serviço publico, que gasta demasiadamente, esta envolto de escândalos de corrupção e vem fracassando, através dos tempos, como detentor do monopólio no âmbito da execução penal. 
 Alem disso, na penitenciaria privada, o trabalho produtivo do preso, gerando recursos em beneficio do próprio sistema, vai possibilitar que as verbas, hoje destinadas para a construção de penitenciarias e manutenção dos presos, no falido sistema penitenciário estatal, sejam carreadas para a área da política educacional como uma das formas de prevenção da delinqüência.
 Ainda salientam que não há por que temer, a priori, a administração de uma prisão por empresa particular, se o Estado estará sempre vigilante para evitar desvios no cumprimento das obrigações contratuais, e que a própria empresa terá interesse em mostrar zelo e eficiência, concluem, não só para garantir a manutenção do contrato, como também para merecer a credibilidade pública.

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