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ENCONTRANDO O SELF ATRAVÉS DO VÍNCULO TERAPÊUTICO
EVELYSE IWAI DOS REIS
Winnicott deu uma contribuição mais completa e definitiva do verdadeiro e do
falso self. Ele considera que o verdadeiro self seria o que resulta de a mãe ter aceitado
os gestos espontâneos da criança. Nos casos em que a mãe não tem capacidade para
entender e satisfazer as necessidades do filho, ela coloca seu próprio gesto, assim
submetendo a criança a ela, o que começa a gerar um falso self. Winnicott assevera que
o falso self, especialmente quando se encontra nos extremos mais patológicos da escala,
é acompanhado por uma sensação subjetiva de vazio, de futilidade e de irrealidade.
Como se constitui às expensas do núcleo autêntico do self, obriga este a renunciar às
suas pulsões (que constituem sua essência) em favor de uma adaptação “bem-sucedida”.
Talvez o grau mais extremado de um falso self seja o da figura impostora que impõe aos
outros uma personalidade totalmente falsa.
No trabalho psicoterapêutico clínico existe a possibilidade de construirmos um
lugar emocionalmente favorável, que impulsiona os pacientes a entrar em contato com
sua essência o que denominamos verdadeiro Self também chamado de personalidade
primária, assim fazendo ,estaremos auxiliando e estimulando não somente esses
aspectos, mas a pessoa como um todo. Isto, dá-lhes força,coragem e a aceitação
necessárias para olhar e trabalhar seus conteúdos mais neuróticos e o lado escuro do
seu caráter(Personalidade Secundária). Quando a personalidade primária da pessoa é
impedida de se manifestar , de se auto-realizar ,surge a personalidade secundária para
ajustar seu ambiente e para proteger-se de ameaças externas de sobreviver.
Podemos ajudá-las a crescer e a liberar outros aspectos da personalidade primária que
existe dentro delas;unificá-los de maneira que a pessoa possa se libertar de suas
pressões e medos e caminhar construtivamente passo a passo , em direção a sua
plenitude e satisfação. Nascemos com potencial para alegria e segurança interiores e
para admirarmos o mundo a nossa volta . Podemos perder parte deste potencial quando
limitados,super-racionais ,e distantes de nós mesmos.
Tanto o trabalho clínico de Winnicott quanto a psicoterapia biodinâmica
permitem a regressão “a dependência na transferência ,pois buscam reparar a dor da
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“criança ferida”do paciente ,seus traumas e as falhas ocorridas em fases bastante
precoces do seu desenvolvimento emocional.
Na relação terapeuta paciente vai sendo construindo um lugar do vínculo terapêutico
aonde existe a possibilidade de cura e reparação de muitas experiências vividas pelos
pacientes.
Segundo Winnicott nos primeiros anos de vida o bebê fica conectado com o modo de
ser de sua mãe e com os estados emocionais dela . A mãe precisa ser natural e encontrar
o seu caminho junto ao bebê. Winnicott fala da mãe suficientemente boa sendo esta mãe
que possibilita um desenvolvimento tranqüilo da criança permitindo seu crescimento e
integração saudável. A expressão suficientemente boa refere-se á mãe capaz de
reconhecer e atender as necessidades do bebê e não impondo as suas necessidades,
tendo a capacidade de acreditar que o bebê é um processo em curso e que portanto não
é seu controle da situação que dará vida ao bebê. Winnicott refere-se ainda a uma mãe
real que continua sendo constantemente ela mesma ,falível porque humana,mas
confiável exatamente por ser falível. 
Trazemos isto para a clínica e fazemos a analogia do terapeuta suficientemente
bom, sendo aquele que possibilita um lugar seguro e tranqüilo no vínculo, e permanece
em contato consigo mesmo e naturalmente encontra o caminho junto com seu
paciente,sem impor suas necessidades de ser reconhecido e de se mostrar
eficiente,precisando desempenhar um papel durante o setting. Este terapeuta ainda
Acredita no Self verdadeiro de cada pessoa e que este Self vai se sobrepondo a máscara
possibilitando emergir a medida que encontra um espaço seguro e o tempo necessário
para aflorar dentro de um processo que varia de pessoa para pessoa . O terapeuta ajuda
o paciente a abrir um canal de auto-cura.
Como terapeutas devemos olhar o paciente e verificar em que fase e
personalidade está aprisionado quando o trauma foi instalado e ir reparando a falta de
cuidados ou invasão que sofreu fornecendo cuidados concernentes a necessidade
específica que ele apresenta e que varia segundo a idade emocional em que se encontra.
Regredir para progredir o paciente pode obter do terapeuta um ambiente facilitador,uma
mãe suficientemente boa ,para que o seu processo de maturação possa se
desenvolver.Isso se dá a partir da reparação de traumas ocorridos em fase de
dependência, em que a criança tem o direito a existir estar segura e nutrida ,em direção á
independência,na qual ela tem o direito de ser autônoma ,a ter amor e dar e a receber
,para alcançar o bem- estar independente ou a capacidade de estar só. 
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Com o processo da terapia vai ocorrendo o crescimento emocional e o terapeuta vai
dando ajustes gradual a cada necessidade.
A mãe suficientemente boa passa desapercebida e o terapeuta também deve estar
inteiramente presente mas estar ciente que é apenas um facilitador do processo do
paciente.
 A massagem é um poderoso instrumento terapêutico que permite ao paciente
experenciar diversas sensações- ser ninado, embalado,contido acolhido e vinculado
construindo margem para o paciente ser o que é. Possibilita a auto-regulação natural do
organismo ,e pode trazer a sensação de integração com o corpo e o contato com o Self
verdadeiro. 
o trabalho com o toque e a massagem reaproxima o paciente do Self sua essência e
natureza mais profunda,possibilitando uma conexão consigo e é solicitado a entrega ao
toque a sensação para permitir viver a experiência os conteúdos das camadas mais
internas, e deixa o inconsciente profundo emergir. Este processo configura simbólica e
fisiológicamente uma mudança no ritmo de funcionamento corporal e psíquico. O
terapeuta por sua vez observa o paciente conecta-se então sua energia presença e
intenção,deixando que as impressões deste contato indiquem o caminho a seguir. O
toque favorece a imersão de imagens e a consciência corpórea.
Segundo Gerda Boyesen este encontro com a personalidade primária ou
verdadeiro Self pode ser descrito como energia vital de circulação no corpo que nos
dizem que estamos vivos, processo que normalmente ocorre na infância,existe nela uma
alegria natural ,uma euforia ,que também é prática. A personalidade primária segundo
Gerda não tem medo do novo. é também flexível , e pode lidar com o inesperado; não
fica na defensiva ,é capaz de se proteger . Existe nela segurança básica ,estabilidade e
integridade ,esta pessoa pode dar e receber abertamente.A pessoa em contato tem boa
vontade para consigo mesmo,é capaz de atrair e dar de si aos outros,existe prazer no
trabalho e no lazer; uma tranqüila euforia e suave embriagamento pelo prazer de viver.É
uma pessoa cheia de admiração pela vida e íntima do lado infantil,apesar de não sentir
nenhuma dificuldade em ser adulta. Há também uma integração entre as partes
masculina e feminina da personalidade : animus e anima em certo sentido, a inspiração
e a ação . Não existe dificuldade em dizer sim ou não, eu quero eu não quero. Sem a
rigidez do desejo ,na busca de seu próprio caminho,ela pode ser forte e
flexível,determinada e suave , energica e cooperativa.
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Todos temos esses atributos dentro de nós,mas algumasvezes distorcidos devido a
nossa educação e obrigações. O que mais precisamos é a capacidade para atingir um
equilíbrio,para a auto-regulação. Com esta capacidade ,não ficamos fixados num
determinado aspecto;quando esta função está atuando eficientemente,nosso potencial é
reabastecido e o caminho está aberto para que surjam novos elementos,isto significa que
qualquer estímulo criativo interno pode seu corpo,A Personalidade primária dirige-se á
plenitude atualizando o que é potencial.
Há uma benevolência natural advinda do amor das outras pessoas e de fato de estar com
elas. Elas são uma extensão da própria vida,trabalho e conhecimento. Estas pessoas
pode ficar consigo mesma quando necessário ,sem sentir solidão pode preencher-se com
amor,paz e energia quando sozinha,sem estar só . Existe fé e amor pela vida ,suas
variações são totalmente experienciadas. A morte não é temida ,é aceita. Ela também
faz parte da vida. Gerda chama a personalidade primária de bem estar independente,
contrariamente a personalidade secundária que é mais neurótica e depende dos outros
para obter satisfação e gratificação. profundo. 
 Nosso trabalho com as pessoas visa reconhecer aspectos delas impedidos de
manifestar-se ou que se tornaram profundamente arraigados e ajudá-las a liberá-los de
maneira que um novo potencial possa emergir.é também reconhecer o que não está
presente, o que está faltando; entender como a pessoa compensa a falta e ajudar o
elemento perdido a emergir através das defesas que impediram a atualização até o
momento.Para tanto,devemos estar familiarizados não só determinados aspectos da
personalidade primária ,mas ela como um todo. Se pudermos demonstrar este
reconhecimento e encorajamento,o processo terapêutico será imensamente facilitado e
surgirão cada vez mais elementos do lado primário da pessoa.
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REFERENCIAS 
Entre Psiquê e Soma-Introdução a Psicologia Biodinâmica -Gerda Boyesen-
Summus 1986.
 
Artigo IBPB-Gerda Boyesen a Mãe Suficientemente Boa-Glória Cintra
A teoria do Amadurecimento Pessoal de D.W.Winnicott –Elsa Oliveira-Imago Ed.
2003
O brincar e a Realidade-D.W.Winnicott-Imago Ed.1975 
 Cadernos de Psicologia Biodinâmica I-Summus-1983 
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