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Aulas Competência e Licenciamento

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Direito Ambiental 
Raissa Pimentel
 raissapimentelss@gmail.com
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		 Política Nacional de Meio Ambiente - Lei n° 6.938/1981
Objetivo: A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. 
Instrumentos da Política Estadual
Instrumentos econômicos e tributários de gestão ambiental
Licenciamento Ambiental
Avaliação de Impactos Ambientais
Compensação Ambiental
Fiscalização Ambiental
Zoneamento Ambiental
Unidades de Conservação e outros Espaços Especialmente Protegidos;
Educação Ambiental
Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental 
		
Conceitos
Meio Ambiente: 		Conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que 		 permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. 
Degradação: 	Alteração adversa das características do meio ambiente.
Poluição: 	Degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Poluidor: 	A pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por 		atividade causadora de degradação ambiental. 
		
Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA 
Art 6º - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado:
 I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais;  
 II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; 
III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República O Ministério do Meio Ambiente - MMA, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;  
		
IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências; 
V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; 
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições; 
Competência em matéria de meio ambiente 
 Legislativa: 
CF/88. Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
[...] 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
 Material:
CF/88. Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
[...] 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
 Lei Complementar n° 140/2011
	 Fixa normas de cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora. 
 Competência licenciatória: 
 É competência da União o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades: 
	a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; 
	b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; 
	c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; 
	d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);  
	e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;  
	f) de caráter militar; 
	g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen)    
É competência dos Estados o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:
localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); 
Causadores de impacto regional.
É competência dos Municípios o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:
 
que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou 
b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); 
 Licenciamento ambiental 	
Conceito: Procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.
Art. 10.  A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental (PNMA)
		Art. 42 - A localização, implantação, operação e alteração de empreendimentos e atividades que 	utilizem recursos ambientais, bem como os capazes de causar degradação ambiental, dependerão de 	prévio licenciamento ambiental, na forma do disposto nesta Lei e demais normas dela decorrentes. 	(PEMA/BA)
		Licenças Ambientais (procedimento trifásico)
 
Licença Ambiental - Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor.
P R É V I A - Aprova localização e viabilidade do projeto, define condicionantes
				5 anos 
 
I N S T A L A Ç Ã O - Autoriza instalação e redefine condicionantes
				6 anos
	
O P E R A Ç Ã O - Verifica o cumprimento das condicionantes (ok final)
 4 – 10 anos
		Licenciamento ordinário 
Interessado
 Projeto + documentos 
 
 INEMASolicita esclarecimentos 
Parecer: técnico + jurídico 
 OK
 LICENÇA 
 Prazo máximo: 
 6 meses 
(Decurso – competência supletiva)
		EIA / RIMA – Exigência Constitucional
CF/88 - Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado [...]
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
[...] IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
 Elaborado por equipe multidisciplinar;
 Custeado pelo interessado;
 Responsabilidade civil e criminal da equipe técnica; 
 Conteúdo mínimo (alternativas locacionais, programa de monitoramento dos impactos, etc.)
 
	Licenciamento extraordinário (EIA / RIMA) 
Interessado
 Projeto + documentos 
 
Equipe multidisciplinar
 EIA / RIMA 
 Prazo máximo: 
 1 ano
 INEMA 
 Termo de Referência
EIA / RIMA OK?
Publica edital
Prazo para manifestação ( 45 dias)
 Decisão do órgão *
 LICENÇA (LP) 
AUDIÊNCIAS PÚBLICAS !
PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL - PEC Nº 65 DE 2012
A proposta é incorporar um sétimo parágrafo ao artigo 225 da Constituição Federal, para assim constar: 
 “A apresentação do estudo prévio de impacto ambiental importa autorização para a execução da obra, que não poderá ser suspensa ou cancelada pelas mesmas razões a não ser em face de fato superveniente.” 
A redação foi aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania - CCJC do Senado em 27.03.2016. 
 
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 Licença por Adesão e Compromisso (LAC)
Concedida eletronicamente para atividades ou empreendimentos em que o licenciamento ambiental seja realizado por declaração de adesão e compromisso do empreendedor aos critérios e pré-condições estabelecidos pelo órgão licenciador, para empreendimentos ou atividades de baixo e médio potencial poluidor, nas seguintes situações: 
Em que se conheçam previamente seus impactos ambientais.
Em que se conheçam com detalhamento suficiente as características de uma dada região e seja possível estabelecer os requisitos de instalação e funcionamento de atividades ou empreendimentos, sem necessidade de novos estudos.
	As atividades ou empreendimentos a serem licenciados pelo LAC serão definidos por resolução do CEPRAM. Resolução CEPRAM n° 4.260/2012.
	
 
		
Alguns empreendimentos passíveis de obtenção de LAC:
 Estações RádioBase de Telefonia Celular
 	 Postos de Venda de Gasolina e Outros Combustíveis
 	Transportadora de Resíduos e/ou Produtos Perigosos e de Serviços de Saúde
 	Reciclagem de Papel, Papelão e Similares, Vidros e de Materiais Plásticos (coleta, transporte, tratamento e disposição final)
 	Fabricação de Artefatos de Cimento, Pó de Mármore e Concreto
 Fabricação de Artefatos de Borracha ou Plástico (Baldes, PET, Elástico e Assemelhados)
 Fabricação de Ração Animal
 Frigorífico e/ou Abate de Bovinos, Eqüinos, Muares.
 
ADI 5014 – LAC
Fundamentos da Inicial
 
 
 
 
		
 Categorização – Porte x Potencial Poluidor (Art. 110 - Decreto Estadual n° 14.024/2012)
 
Classes 1 e 2
Licença Unificada – LU
Estudo Ambiental para Atividades de Pequeno Impacto - EPI
Classes 3, 4 e 5
Licenciamento trifásico
Estudo Ambiental para Atividades de Médio Impacto - EMI
Classe 6
Licenciamento trifásico
EIA/RIMA
			Exemplos:
 Classe 6 : GRANDE PORTE + ALTO POTENCIAL POLUIDOR 
 
 Ex 1.: Aeroportos – área total construída maior ou igual a 500 ha
 Barragens e diques – área inundada maior que 1.000 ha
 Complexos turísticos e hoteleiros* – área total maior que 500 ha
 Ex 2.: Abatedouros e frigoríficos de animais silvestres.
Ex. 2: Galpões e canteiros de obra (pequeno e médio porte – LU)
* Art. 115-A - Os empreendimentos urbanísticos, turísticos e de lazer cujo percentual de ocupação em relação à área total do imóvel não supere o percentual de 20% (vinte por cento), mantendo a vegetação nativa no restante da área, poderão ser objeto de reenquadramento quanto à classificação dos empreendimentos e atividades para fins de licenciamento ambiental. 
PANORMA NORMATIVO. Em âmbito Federal:
Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei.
 
§ 1º  O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta finalidade não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento. ADI Nº 3.378-6/2008
	
	
COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
	§ 2o Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de conservação a serem beneficiadas, considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de conservação.
 	§ 3o Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput deste artigo só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação definida neste artigo.
	
	Em âmbito Estadual:
	
	Art. 59 - Para os fins da Compensação Ambiental, o órgão ambiental competente estabelecerá o grau de impacto a partir de estudo prévio de impacto ambiental e respectivo relatório EIA/RIMA, ocasião em que considerará, exclusivamente, os impactos ambientais negativos e não mitigáveis sobre o meio ambiente na forma definida em regulamento.
	
	§ 1º - O empreendedor deverá destinar a título de compensação ambiental até 0,5% (meio por cento) do custo previsto para a implantação do empreendimento.
	
	§ 2º - A definição dos valores da compensação ambiental será fixada proporcionalmente ao impacto ambiental, com base em metodologia, aprovada pelo órgão executor da Política Estadual de Meio Ambiente, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
	
	
 Aplicação dos recursos da CA:
	Os recursos da Compensação Ambiental deverão ser aplicados nas unidades de conservação do grupo Proteção Integral, existentes ou a serem criadas, devendo observar prioritariamente:
	I - Regularização fundiária e demarcação das terras;
	II - Elaboração, revisão ou implementação de plano de manejo;
	III - Aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão, monitoramento, recuperação de áreas degradadas e proteção da Unidade de Conservação, compreendendo sua área de amortecimento;
	IV - Desenvolvimento de estudos necessários à criação de nova Unidade de Conservação; 
	V - Desenvolvimento de pesquisas necessárias ao adequado manejo da Unidade de Conservação e área de amortecimento.

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