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ÉTICA NA SAÚDE03

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ÉTICA NA SAÚDE 
 
Aula 3: Avaliação de riscos e benefícios em pesquisas biomédicas 
 
Uma das consequências impostas aos criminosos nazistas ao fim da guerra foi o 
chamado julgamento de Nuremberg. Mundialmente conhecido, este foi constituído por 
um tribunal militar internacional que efetuou os julgamentos dos primeiros criminosos 
de guerra (dentre eles 20 médicos) e ocorreu entre 1945 e 1946 na cidade alemã de 
Nuremberg. Em função deste julgamento, foi elaborado em 1947, o chamado Código de 
Nuremberg. 
 
-Objetivando eliminar futuros episódios semelhantes aos praticados pelos nazistas, o 
código de Nuremberg surge como um importante marco na história da ética envolvida 
em pesquisas médicas. 
-Em síntese, ele determinava que deveria haver consentimento prévio e voluntário de 
todos os sujeitos envolvidos em pesquisas e para garantir que não haveria indução à 
participação, os sujeitos deveriam receber informações sobre riscos, objetivos e 
procedimentos experimentais. 
-Determinava também que toda pesquisa deveria apresentar a possibilidade de 
resultados não alcançáveis por outros procedimentos não invasivos e exigia a realização 
de experimentos anteriores em animais. 
-Esta foi a primeira legislação moderna que visou o controle sobre atuações científicas 
de riscos em seres humanos. 
Quase vinte anos depois, em 1964, foi criado pela Associação Médica Mundial, um 
novo e mais elaborado documento, conhecido pelo nome de Declaração de Helsinque. A 
Declaração passou no decorrer dos anos por diversas alterações e revisões, tendo sido a 
última, até o momento, efetuada em 2008, na 59ª Assembleia Médica Mundial, 
realizada em Seul na Coreia do Sul. A Declaração de Helsinque é considerada o mais 
atual e importante documento mundial sobre a ética em pesquisas na área da saúde e 
tem servido como base para quase que a totalidade de todos os procedimentos 
regulatórios sobre pesquisa biomédica. 
 
Surgimento da pesquisa biomédica 
1. Princípios Básicos 
Nos princípios básicos a declaração procura seguir os princípios gerais da Bioética, 
ressaltando os aspectos morais envolvidos nos procedimentos e experimentos científicos 
e na necessária proporcionalidade entre os riscos envolvidos e os benefícios advindos 
destas pesquisas. 
2. Pesquisa clínica combinada com o cuidado profissional 
Na parte referente à pesquisa clínica combinada com o cuidado profissional, o 
documento aborda a possibilidade da aplicação de meios extraordinários de 
tratamento (pesquisas experimentais) desde que previamente consentidos e que a 
pesquisa traga perspectiva de reversão da patologia do próprio paciente. 
3. Pesquisa biomética não terapêutica envolvendo seres humanos 
No que diz respeito à pesquisa clínica não terapêutica, a declaração de Helsinque 
obriga o médico pesquisador a se responsabilizar pela saúde do paciente no qual os 
procedimentos experimentais são efetuados e considera que, apesar do necessário 
consentimento explicito, consciente e plenamente justificado do paciente, a 
responsabilidade sobre danos ou consequências é sempre do médico pesquisador. 
Podendo ainda o sujeito, objeto da pesquisa, cancelar seu consentimento ou solicitar 
seu encerramento a qualquer momento. 
 
Estudo de Caso 
A química Karen E. Wetterhahn, do Dartmouth College/USA, era uma pesquisadora 
de 48 anos que pesquisava sobre os efeitos dos metais pesados sobre moléculas e 
células. Durante um experimento, em agosto de 1996, ela acidentalmente foi exposta 
ao dimetilmercúrio, que é um composto incolor extremamente tóxico, raramente 
utilizado. Esta substância era considerada como padrão de controle nos testes que 
utilizam Ressonância Nuclear Magnética para verificar a ligação entre moléculas. A 
Dra. Wetterhahn era uma pesquisadora experiente e meticulosa. Durante este 
experimento, uma pequena quantidade desta substância respingou em sua luva de 
látex, quando transferia o material para um equipamento de Ressonância Nuclear 
Magnética. Como estava utilizando equipamento de segurança recomendado, não 
deu maior importância ao fato. A substância era permeável aos poros da luva e 
entrou em contato com a sua pele em questão de segundos. Ela ficou doente alguns 
meses após e faleceu em menos de um ano do ocorrido. Após a sua morte, seus 
colegas iniciaram uma série de testes e verificaram que o dimetilmercúrio atravessa 
o látex das luvas descartáveis em menos de 15 segundos. – Fonte 
Resposta 
O Princípio da Precaução determina que não podemos considerar que uma ação não 
tenha riscos pelo fato destes não terem sido avaliados e que, portanto, diante da 
ausência de certeza cientifica confirmada da inexistência de riscos, devem ser 
tomadas todas as medidas necessárias no sentido de evitá-los. No caso em questão, 
como não se sabia a relação de permeabilidade do composto estudado em relação ao 
equipamento utilizado (luvas de látex), não deveria ter sido suposto segurança e sim, 
feitos experimentos que garantissem que o equipamento de fato protegia em relação 
àquela substância.

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