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Saúde Pública no Brasil

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SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Saúde Pública 
O conceito clássico de Saúde Pública define o termo como a arte e a ciência de prevenir doenças, prolongar a vida, possibilitar a saúde e a eficiência física e mental através do esforço organizado da comunidade. Isto envolve uma série de medidas adequadas para o desenvolvimento de uma estrutura social capaz de proporcionar a todos os indivíduos de uma sociedade a condição de saúde necessária. Esta definição é utilizada também pela Organização Mundial de Saúde, o principal órgão internacional que visa a manutenção do bem-estar físico, psíquico e social. 
 
Saúde Pública no Brasil
A História da Saúde Pública no Brasil tem sido marcada por sucessivas reorganizações administrativas e edições de muitas normas. Da instalação da colônia até a década de 1930, as ações eram desenvolvidas sem significativa organização institucional. A partir daí iniciou-se uma série de transformações, onde foram criados e extintos diversos órgãos de prevenção e controle de doenças, culminando, em 1991, com a criação da Fundação Nacional de Saúde. Em relação à saúde preventiva, o Brasil enfrentou diversas dificuldades institucionais e administrativas decorrentes do limitado desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, bem como pela expansão da assistência médica, atrelada à lógica do mercado. Mas, também, principalmente, pelo lento processo de formação de uma consciência dos direitos de cidadania. Desde a década de 1960, ocorreu intensa publicação de normas para acompanhar o aumento da produção e consumo de bens e serviços, surgindo conceitos e concepções de controle. Reformou-se o laboratório de análises, surgindo o Instituto Nacional de Controle da Qualidade em Saúde (INCQS). No movimento pela redemocratização do país, cresceram os ideais pela reforma da sociedade brasileira, com o envolvimento de diversos atores sociais, sujeitos coletivos e pessoas de destaque. Sanitaristas ocuparam postos importantes no aparelho de estado. A democratização na saúde fortaleceu-se no movimento pela Reforma Sanitária, avançando e organizando suas propostas na VIII Conferência Nacional de Saúde, de 1986, que conferiu as bases para a criação do Sistema Único de Saúde, onde os participantes denunciavam os desmandos na saúde e clamavam por ações de garantia dos direitos da população. O movimento social reorganizou-se na última Constituinte, com intensa luta travada pela afirmação dos direitos sociais. Em 1988, nova ordem jurídica, assentada na Constituição, define o Brasil um Estado Democrático de Direito, proclama a saúde direito de todos e dever do estado, estabelecendo canais e mecanismos de controle e participação social para efetivar os princípios constitucionais que garantem o direito individual e social. Além do Sistema Único de Saúde, outros sujeitos de direito que requerem proteção específica também foram reconhecidos, assim como os povos indígenas, crianças e adolescentes, deficientes físicos, etc. Inegavelmente, a sociedade brasileira deu um passo significativo em direção à cidadania.
Cronologia Histórica da Saúde Pública
Brasil Colônia (1500)
O Brasil era tido como uma terra de riqueza grandiosa era um lugar onde seus moradores eram livres de todas e quaisquer enfermidades. As primeiras imagens do Brasil “paraíso” duraram pouco, pois após a chegada dos Europeus e dos conflitos com os indígenas, as frequentes enfermidades se tornaram um dos principais obstáculos para os colonizados. Após lutas, isolamentos e enfermidades, os nativos do Brasil enfrentavam agora o medo do método cura trazido pelos Europeus. Os poucos médicos e cirurgiões que se instalaram no Brasil encontraram todo tipo de dificuldades para exercer a profissão. Além do imenso território e da pobreza da maior parte dos habitantes, que não podiam pagar uma consulta, o povo tinha medo de submeter aos tratamentos baseados em purgantes e sangrias. Em vez de recorrer aos médicos formados na Europa, a população colonial, rica ou pobre, preferia utilizar os remédios recomendados pelos curandeiros negros ou indígenas.
Santa Casa de Misericórdia de Todos os Santos (1543)
Foi o primeiro hospital das Américas, fundado em 1543 por Brás Cubas (um fidalgo e explorador português), na região que hoje se localiza a cidade de Santos, no estado de São Paulo. Braz Cubas, auxiliado pelos prósperos moradores da região, iniciou em 1542 a construção de um hospital, que inaugurou em 1543, provavelmente no primeiro dia de novembro, data comumente reservada para as grandes comemorações. Chamou-o de Hospital de Todos os Santos, inspirando-se no nome do grande hospital de Lisboa e na data da sua fundação.
Chegada da Família Real Portuguesa (1808)
A vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil em 1808 determinou mudanças na administração pública colonial, inclusive na área da saúde. Houve a criação da primeira organização nacional de saúde pública no Brasil. Em 27 de fevereiro foi criado o cargo de Provedor-Morvde Saúde da Corte e do Estado do Brasil, embrião do Serviço de Saúde dos Portos, com delegados nos estados e alvará sobre regimentos e jurisdição do Físico-Mor e Cirurgião-Mor e seus delegados. Apesar dos avanços no campo da saúde, oferecendo à população um mínimo de proteção e de ações de recuperação da saúde, ainda que limitadas, a situação era ainda bastante pautada pela falta de organização e planejamento.
Primeiro Governo de Rodrigues Alves (1902 - 1906)
Nessa época, o Rio de Janeiro (até então capital do país), era uma área urbana decadente. O acúmulo de lixo e a sujeira nas ruas nas zonas periféricas e centrais atraía insetos e ratos que transmitiam doenças fatais como a febre-amarela, a varíola e a peste bubônica. Foi preciso, então, sanear a cidade a partir da realização de obras públicas, limpeza e combate às doenças.
Revolta da Vacina - Oswaldo Cruz
Rodrigues Alves colocou em prática um projeto de saneamento básico e reurbanização do centro da cidade. O médico e sanitarista Oswaldo Cruz foi designado pelo presidente para ser o chefe do Departamento Nacional de Saúde Pública, com o objetivo de melhorar as condições sanitárias da cidade. A campanha de vacinação obrigatória é colocada em prática em novembro de 1904. Embora seu objetivo fosse positivo, ela foi aplicada de forma autoritária e violenta, provocando revolta na população. Essa recusa em ser vacinado acontecia, pois grande parte das pessoas não conhecia o que era uma vacina e tinham medo de seus efeitos.
Ação e educação sanitária - Carlos Chargas
As condições precárias de saúde no Brasil tiveram repercussão internacional, sendo denunciadas na imprensa a ineficiência dos serviços públicos e a distorção das informações oficiais sobre a situação. Carlos Chagas, em sua então gestão, reorganizou os Serviços de Saúde Pública, criou o Departamento Nacional de Saúde Pública e propôs uma reforma sanitária. A reforma introduzia a propaganda e a educação sanitária na técnica rotineira de ação, inovando o modelo campanhista de seu antecessor, Oswaldo Cruz, que era puramente fiscal e policial. Criaram-se órgãos especializados na luta contra a tuberculose, a lepra, as doenças venéreas, a Reforma Sanitária Rural, a fiscalização de alimentos e foi criada a Escola de Enfermagem Anna Nery. A assistência hospitalar, infantil e a higiene industrial se destacaram como problemas individualizados. As atividades de saneamento expandiram-se também para outros estados para outros estados.
Lei Elói Chaves (1923)
Em 1923 a Lei Elói Chaves representa um marco no surgimento da Previdência Social Brasileira, com a criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs). Através delas algumas empresas, inicialmente as das estradas de ferro, ofereciam aos seus funcionários assistência médica, além de aposentadorias e pensões. A assistência médica curativa prestada pelas CAPs era financiada pelas empresas e seus empregados. A primeira categoria profissional contemplada pelo novo sistema foi a dos ferroviários. Posteriormente, outras foram favorecidas, comoas dos portuários, dos marítimos, dos servidores públicos, dos operários de mineradoras e dos transportadores de cargas.
Revolução de 1930 - Governo Vargas
Institutos de aposentadorias e pensões (IAPs)
A partir de 1930, o Estado recebe fortes pressões por parte de intelectuais e militares para a criação de novos serviços na área de Saúde Pública, culminando em 1931 com a criação do Ministério de Educação e Saúde. Considerados o marco da medicina previdenciária no Brasil, é criado em 1930 os Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), os quais, diferentemente das antigas Caixas, são organizados por categorias profissionais, não mais por empresas. A mudança que ocorreu não foi somente nas siglas, mas também na forma de administração. Enquanto a CAP era formada por um colegiado de empregados e empregadores, a direção dos IAPs cabia a um representante do Estado, sendo assessorado por um colegiado sem poder deliberativo, o qual ainda era escolhido pelos sindicatos reconhecidos pelo governo.
Consolidação das leis trabalhistas (CLT)
 Em 1943 ocorreu o estabelecimento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). De acordo com a CLT, o trabalhador obteve algumas garantias trabalhistas obrigatórias como o pagamento de salário mínimo, indenização aos acidentados, tratamento médico aos enfermos, o pagamento de horas extras, férias remuneradas a todos os trabalhadores que possuíam carteira de trabalho.A política de saúde adotada por Vargas possibilitou o atendimento aos operários doentes e seus dependentes. Começaram assim a se estruturar os setores previdenciários, que foi ampliado ao decorrer dos anos, tornando-se o principal eixo de assistência médica da população trabalhadora dos centros urbanos. Drante o governo Vargas ocorreu uma nítida diminuição das mortes por doenças epidêmicas, principalmente nos grandes centros urbanos do Sudeste e do Sul do país. No entanto, verificou-se o aumento da proliferação das chamadas doenças de massa, que atingem milhares de pessoas. Apesar da expansão da cobertura médico-hospitalar aos trabalhadores urbanos e das novas técnicas no combate das enfermidades rurais, o Brasil permanecia como um dos países mais enfermos do continente.
De 1945 a 1964- Ditadura Militar
O período de 1945 a 1964 caracteriza-se pela crise do regime populista e pela tentativa de implantação de um projeto de desenvolvimento econômico industrial. As condições de saúde da maioria da população piorava; surgiram propostas por parte do movimento social, no início dos anos 60, reivindicando reformas de base imediatas (entre elas uma reforma sanitária), mas a reação política do setor conservador levou ao golpe militar de 1964. Após o término da II Guerra Mundial, Getúlio Vargas é derrubado; é promulgada a constituição de 1945 e o General Dutra assume a presidência, mas Vargas é reeleito em 1950. A influência americana na área da saúde refletiu-se na construção de um modelo semelhante aos padrões americanos, no qual a construção de grandes hospitais e equipamentos concentra o atendimento médico de toda uma região, colocando em segundo plano a rede de postos de saúde, consultórios e ambulatórios, cujos custos são bem menores. Alguns IAPs tinham muito dinheiro e começaram a construir seus próprios hospitais, mas algumas empresas não estavam satisfeitas com o atendimento médico oferecido. Foi a partir desta situação que surgiu a medicina de grupo (convênios), ou seja, empresas particulares cuja finalidade era prestar serviços médicos aos funcionários das empresas que os contratavam.
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) - 1967
A criação do INPS foi fruto da unificação das IAPs, ainda sob o regime militar, vencendo a resistência por parte dos profissionais que tinham institutos mais ricos. O INPS consolida o componente assistencial hospitalocêntrico, curativista e médico-centrado, que terá forte presença no futuro SUS. Após isso, ocorreu uma demanda maior que a procura, e a solução encontrada pelo governo foi pagar a rede privada pelo serviços prestados à população. A partir daí, houve a criação do Sistema Nacional Assistência Médica da Previdência Social (SINPAS) e dentro dele o INAMPS.
Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) - 1977
 Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência foi criado em 1977, definindo um novo desenho institucional para o sistema previdenciário. O novo sistema transferiu parte das funções até então exercidas pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) para duas novas instituições. A assistência médica aos segurados foi atribuída ao INAMPS e a gestão financeira, ao Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (Iapas), permanecendo no INPS apenas a competência para a concessão de benefícios.
Conselho consultivo de Administração da Saúde Previdênciária (CONASP)
- Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (CONASS)
- Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS)
Durante quase duas décadas, várias medidas do governo afloraram a insatisfação popular, que acelerou o movimento reivindicatório contra o sistema de saúde pública vigente. É nesse contexto que, no início dos anos 80, foi criado o Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (Conasp), com a função de analisar, racionalizar os gastos e buscar soluções para melhoria da assistência médica. Com o término do regime militar em 1985, a abertura política conduziu à redemocratização do País e o movimento sanitarista assumiu posições estratégicas nas instituições responsáveis pelas políticas públicas. Nesse momento, foram criados o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (SUDS) - 1987
Em 1987 é implementado o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), como uma consolidação das AIS, que adota como diretrizes a universalização e a equidade no acesso aos serviços, a integralidade dos cuidados, a regionalização dos serviços de saúde e implementação de distritos sanitários, a descentralização das ações de saúde, o desenvolvimento de instituições colegiadas gestoras e o desenvolvimento de uma política de recursos humanos.
Lei nº 8.808, de 19 de setembro de 1990 - Criação do SUS
A Constituição de 1988 foi um marco na história da saúde pública brasileira, ao definir a saúde como "direito de todos e dever do Estado". A implantação do SUS foi realizada de forma gradual: primeiro veio o SUDS; depois, a incorporação do INAMPS ao Ministério da Saúde e por fim a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990) fundou o Sistema Único de Saúde. Em poucos meses foi lançada a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao SUS uma de suas principais características: o controle social, ou seja, a participação dos usuários na gestão do serviço.
Diretrizes do SUS
O artigo 198 da Constituição Federal de 1988 estabele as diretrizes do Sistema Único de Saúde:
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais;
III - participação da comunidade
Princípios doutrinados pelo SUS
Universalidade: É a garantia de atenção à saúde, por parte do sistema, a todo e qualquer cidadão (“A saúde é direito de todos e dever do Estado” – Art. 196 da Constituição Federal de 1988).
Equidade: O objetivo da equidade é diminuir desigualdades. Apesar de todos terem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e por isso têm necessidades diferentes. Então, equidade é a garantia a todas as pessoas, em igualdade de condições, ao acesso às ações e serviços dos diferentes níveis de complexidade do sistema. 
Integralidade: As ações de promoção,proteção e reabilitação da saúde não podem ser fracionadas, sendo assim, os serviços de saúde devem reconhecer na prática que: se cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma comunidade, as ações de promoção, proteção e reabilitação da saúde também não podem ser compartimentalizadas, assim como as unidades prestadoras de serviço, com seus diversos graus de complexidade, configuram um sistema capaz de prestar assistência integral.
Descentralização: É entendida como uma redistribuição de poder e responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo, a partir da ideia de que quanto mais perto do fato a decisão for tomada, maior a possibilidade do acerto. 
Participação dos cidadãos: É a garantia constitucional de que a população, por meio de suas entidades representativas, participará do processo de formulação e avaliação das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local. Essa participação ocorre por meio dos conselhos de saúde que têm poder deliberativo, de caráter permanente, compostos com a representatividade de toda a sociedade. 
Providências do Ministério da Previdência (1994)
O Ministério da Previdência, em virtude do aumento dos benefícios dos previdênciários do INSS e da consequênte falta de recursos para ser repassado à saúde, determinou que os recursos recolhidos da folha salarial dos empregados e empregadores seria destinado somente para custear a Previdência Social. A partir daí houve caos no SUS por falta de verba.
Reforma da Previdência em pauta 
NOB-SUS 93
Estabelece normas e procedimentos reguladores do processo de descentralização da gestão das ações e serviços de saúde, através da Norma Operacional Básica SUS 01/93. O objetivo mais importante que se pretendia alcançar com a descentralização do SUS era a completa reformulação do modelo assistência minante, centrado na assistência médico-hospitalar individual, assistemática, fragmentada e sem garantia de qualidade, deslocando o eixo deste modelo para a assistência integral universalizada e equânime, regionalizada e hierarquizada, e para a prática da responsabilidade sanitária em cada esfera de governo, em todos os pontos do sistema.
NOB SUS 96
A NOB/SUS 01/96 promoveu um avanço no processo de descentralização, criando novas condições de gestão para os Municípios e Estados, caracterizando as responsabilidades sanitárias do município pela saúde de seus cidadãos e redefinindo competências de Estados e Municípios.
As insuficiências da gestão local do SUS
A gestão local do SUS é insuficiente com relação à baixa resolutividade da rede básica de serviços, na deficiência na formação de profissionais de saúde e na gestão de sistemas locoregionais de saúde.
PACTO PELA SAÚDE - 2006
Com o objetivo de superar algumas das dificuldades existentes, os gestores do SUS assumiram, em 2006, o compromisso público da construção do PACTO PELA SAÚDE. Este pacto é um esforço das três esferas de governo para, juntamente com o Conselho Nacional de Saúde, para rediscutir a organização e o funcionamento do SUS enfatizando as necessidades de saúde da população. A implantação deste Pacto, implica no exercício simultâneo de três dimensões: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS. 
I O PACTO PELA VIDA:
O Pacto pela Vida é um compromisso em torno de prioridades que apresentam impacto sobre a situação de saúde da população brasileira. A definição de prioridades deve ser estabelecida por meio de metas nacionais, estaduais, regionais ou municipais.
As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos são:
A. Saúde do idoso:
Implantar a política nacional de saúde da pessoa idosa, buscando a atenção integral.
B. Câncer de colo de útero e de mama:
Tem o objetivo de reduzir a mortalidade por câncer de colo do útero e de mama.
C. Mortalidade infantil e materna:
Tem o objetivo de reduzir a mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por doença diarréica e por pneumonias.
D. Doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza
Fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saúde às doenças emergentes e endemias.
E. Promoção da saúde:
Elaborar e implantar a política nacional de promoção da saúde, com ênfase na adoção de hábitos saudáveis por parte da população brasileira, envolvendo prática de atividade física regular, alimentação saudável e combate ao tabagismo.
F. Atenção básica à saúde
Consolidar a saúde da família como modelo de atenção básica à saúde e como centro ordenador das redes de atenção à saúde do SUS.
II O PACTO EM DEFESA DO SUS:
O Pacto em Defesa do SUS envolve ações articuladas pelas três instâncias federativas afim de reforçar o SUS como política de Estado mais do que política de governos. Este pacto possui a estratégia de mobilização social envolvendo o conjunto da sociedade brasileira, e reforçar a saúde como direito de cidadania, tendo o financiamento público da saúde como um dos pontos centrais.
O Pacto em Defesa do SUS deve firmar-se através de iniciativas que busquem a:
1.Repolitização da saúde, como um movimento que retoma a Reforma Sanitária Brasileira aproximando-a dos desafios atuais do SUS;
2. Promoção da Cidadania como estratégia de mobilização social tendo a questão da saúde como um direito;
3. Garantia de financiamento de acordo com as necessidades do Sistema.
A prioridade do Pacto em Defesa do SUS é, portanto, mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema público universal garantidor desses direitos.
III O PACTO DE GESTÃO DO SUS
O Pacto de Gestão estabelece as responsabilidades claras de cada ente federado tentando diminuir concorrências e tornar mais claro quem deve fazer o quê, contribuindo, assim, para o fortalecimento da gestão compartilhada e solidária do SUS. Esse Pacto parte de uma constatação indiscutível: o Brasil é um país continental e com muitas diferenças regionais.
Então este pacto possui três objetivos principais, que são:
Regionalização - respeitar as diferenças locais/regionais reforçando a organização das regiões.
A qualificação do processo de descentralização e ações de planejamento e programação e
Mudanças no financiamento.
Todos esses três objetivos irão necessitar da participação e do controle social como um compromisso de apoio.
CONCLUSÃO
Com a construção e a implementação do SUS, vive-se no Brasil uma façanha histórica na área da saúde. Ao mesmo tempo em que muitos países seguem o caminho da privatização e do sucateamento dos sistemas públicos de saúde, o Brasil resiste e mostra que é possível construir um sistema universal, integral e equitativo. Sabemos dos obstáculos que enfrentamos, desde a redemocratização, para que a saúde fosse um direito de todos e dever do Estado. No entanto, permanece o desafio da constante efetivação ou concretização desse direito. É isso que justifica a luta permanente da sociedade pelo direito humano à saúde. A efetivação do Pacto pela Saúde representa mais um grande esforço nesta direção. É a partir dessa perspectiva que o Pacto pela Saúde deve ser analisado. Ele é um acordo que pretende garantir avanços no SUS. Entretanto, a simples pactuação, transformada posteriormente em portarias, não garante que as mudanças efetivamente ocorram. Isso significa que o Pacto configura uma possibilidade de organizar, corrigir e qualificar um conjunto de questões que ainda impedem o funcionamento pleno do SUS, e de permitir o avanço na efetivação do direito humano à saúde. Mas é preciso estar atento para o risco de não se desenvolver uma pactuação burocrática/formal, pouco efetiva e não contributiva com o processo de reforma sanitária pela qual tanto lutamos no Brasil. O que pode efetivamente garantir que essas mudanças ocorram será a organização e mobilização da comunidade para comprometer os profissionais e principalmente os gestores, que deverão implantar estratégias e realizar ações diversas no sentido de garantir os propósitos do Pacto pelaSaúde. O Pacto, por si só não passa de uma possibilidade que, por mais importante que seja para este momento, só será efetivada da forma como queremos, se criarmos as condições para tal. Se isso é verdade, é importante fazermos um conjunto de esforços para multiplicarmos os debates sobre o novo Pacto, a fim de construirmos as condições de participação e pressão social.

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