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CC MANUAL DE ANESTESIOLOGIA E TERAPEUTICA MEDICAMENTOSA FACULDADE SÃO LEOPOLDO MANDIC

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MANUAL DE ANESTESIOLOGIA E TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA 
DA FACULDADE SÃO LEOPOLDO MANDIC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPINAS 
2014
 
1 
 
 
Faculdade São Leopoldo Mandic 
 
Autoria: Profa. Dra. Juliana Cama Ramacciato 
Prof. Dr. Rogério Heládio Lopes Motta 
Profa. Dra. Fernanda Lopes da Cunha 
 
Normalização: Fabiana Menezes Messias de Andrade 
 
 
Vigência: 01.07.2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1 PADRÃO DE ATENDIMENTO CLÍNICO SÃO LEOPOLDO MANDIC ................... 3 
1.1 Conduta Prévia ao atendimento ............................................................... 4 
2 ANESTESIOLOGIA ....................................................................................... 5 
2.1 Soluções Anestésicas e Doses Máximas ................................................... 6 
3 TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA .............................................................. 11 
3.1 Normas de receituário e genéricos ........................................................ 11 
3.2 Lei dos Genéricos (Lei 9787/99) ........................................................... 11 
3.3 Decreto 793 de 5/04/1993 .................................................................... 11 
3.3.1 Receita comum ................................................................................... 12 
3.3.2 Receita magistral - farmácia de manipulação ..................................... 12 
3.3.3 Receita de medicamentos sujeitos ao controle pela VISA ................... 12 
3.3.4 Medicações que requerem Notificação de Receita ............................... 13 
4 Protocolo de Controle de Ansiedade ......................................................... 14 
4.1 Sedação oral .......................................................................................... 14 
4.2 Sedação inalatória (Mistura Oxigênio/Óxido Nitroso) ........................... 16 
5 PROTOCOLO DE CONTROLE DE DOR (ANALGÉSICOS E ANTI-
INFLAMATÓRIOS) ..................................................................................... 17 
5.1 Analgésicos ........................................................................................... 17 
5.1.1 Dipirona sódica (derivados Pirazolônicos) .......................................... 17 
5.1.2 Paracetamol (Acetaminofeno) ............................................................ 18 
5.1.3 Ibuprofeno ......................................................................................... 18 
5.2 Anti-inflamatórios .................................................................................. 19 
5.2.1 AINES ................................................................................................. 20 
5.2.3 AIES ................................................................................................... 21 
5.3 Indicações ............................................................................................. 22 
6 Controle das Infecções - uso de Antibióticos em Odontologia................... 23 
6.1 Tratamento de infecções já instaladas ................................................... 25 
6.1.2 Uso profilático .................................................................................... 26 
7 PROTOCOLO PARA PROFILAXIA DE ENDOCARDITE INFECCIOSA 
PRECONIZADO PELA AMERICAN HEART ASSOCIATION (AHA) ................. 28 
7.1 Normas gerais de conduta para a profilaxia à Endocardite Infecciosa ... 29 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................29 
REFERENCIAS .............................................................................................. 31 
ANEXO A – RECEITA COMUM ........................................................................ 33 
ANEXO B – RECEITA MAGISTRAL - via para a farmácia de manipulação ...... 34 
ANEXO C - RECEITA DE CONTROLE ESPECIAL .............................................. 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 PADRÃO DE ATENDIMENTO CLÍNICO SÃO LEOPOLDO MANDIC 
 
A Anestesiologia e a Terapêutica Medicamentosa têm um papel fundamental na 
Odontologia como coadjuvante dos procedimentos clínicos, atuando para propiciar 
conforto e segurança para o paciente. O conhecimento destas disciplinas visa não 
somente utilizar protocolos medicamentosos que gerem benefícios durante o 
atendimento odontológico, como também avaliar e evitar possíveis interações 
medicamentosas, complicações, situações de emergências e reações adversas 
indesejáveis (Ramacciato, Motta, 2011). 
Desta forma, o Departamento de Farmacologia, Anestesiologia e Terapêutica 
Medicamentosa desta Instituição de Ensino Superior (IES) padronizou recomendações 
para conduta clínica prévia ao atendimento, bem como a escolha das soluções 
anestésicas segundo as características do procedimento clínico, anamnese e histórico de 
saúde do paciente. Também foram estabelecidos os protocolos farmacológicos 
embasados na Literatura e suas indicações nas mais variadas situações clínicas quando o 
uso de medicamentos se faz necessário. 
Neste material será apresentado um resumo das doses máximas de anestésico 
local a serem respeitadas e soluções anestésicas comerciais recomendadas para as 
atividades clínicas nesta IES. Também serão abordadas situações clínicas com indicações 
medicamentosas bem como os protocolos medicamentosos indicados, acompanhado de 
normas para prescrição de medicamentos em Odontologia. 
Lembramos que é preconizado nesta IES o uso racional de medicamentos, o qual 
foi definido pela Conferência Mundial de Saúde, realizada em Nairóbi no Quênia, no ano 
de 1985. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que o uso racional de um 
medicamento é caracterizado quando os pacientes recebem os medicamentos 
apropriados à sua condição clínica, em doses adequadas às suas necessidades 
individuais, por um período de tempo adequado e ao menor custo possível para eles e 
sua comunidade (Oenning et al., 2011). 
Diante deste conceito, é válido ressaltar a importância da realização de uma 
anamnese adequada, assim como a avaliação dos sinais vitais, principalmente a aferição 
da pressão arterial e alguns outros parâmetros vitais, somados à análise de exames 
complementares para correto estabelecimento da conduta anestésica e terapêutica. 
Além disso, atenção especial deve ser dada aos medicamentos e/ou drogas lícitas 
ou ilícitas que o paciente já faça uso para evitar possíveis interações medicamentosas 
indesejáveis. Caso seja necessária literatura científica para consulta, entre em contato 
com os professores do Departamento (Ramal 243). 
4 
 
1.1 Conduta Prévia ao atendimento 
Os exames laboratoriais são um dos artifícios mais usados pela medicina moderna 
na busca e auxílio em diagnósticos. Os exames de sangue, também chamados de 
análises sanguíneas, fazem parte de um grupo de exames complementares usados por 
todas as especialidades médicas. O cirurgião-dentista em muitas situações clínicas 
também pode e deve utilizar estes exames na rotina do dia-a-dia na clínica odontológica. 
Os exames laboratoriais que serão requisitados obrigatoriamente para 
procedimentos mais invasivos envolvendo as especialidades de Cirurgia, Endodontia, 
Implantodontia e Periodontia são: 
a) Hemograma; 
b) Glicemia em jejum; 
c) Hemoglobina glicosilada; 
d) Glicosímetro – dextro, glicemia capilar; 
e) Exame de Urina tipo I; 
f) VHS; 
g) PCR; 
h) RNI (apenas para pacientes anticoagulados). 
Além destes exames, também será exigido para qualquer atividade clínica na IES, 
a aferição e registro, em TODAS as sessões de atendimento, da pressão arterial e da 
oximetria de pulso (saturação de oxigênio e frequência cardíaca) no prontuário clínico do 
paciente, independente da invasividade do tratamento. É valido ressaltar que a partir de 
Julho de 2014 este protocolo será obrigatório para o atendimento de pacientes na IES. 
5 
 
2 ANESTESIOLOGIA 
 
O cirurgião-dentistadeve ter sempre em mente que o paciente não pode sentir 
dor, sobretudo quando se depara com a possibilidade de emergências médicas. O 
controle da dor intra-operatória é fundamental para evitar, por exemplo, episódios de 
angina, crises de asma e ocorrência de infarto. A seleção correta e o uso de doses 
seguras das soluções anestésicas locais previnem outras modalidades de emergências, 
como crises hipertensivas, reações alérgicas e acidentes vasculares, quando se torna 
importantíssima também a escolha de um vasoconstritor adequado (Ramacciato et al., 
2007). 
Desta forma, é importante que o profissional se familiarize com nomenclaturas 
oficiais de vasoconstritores, que segundo a Denominação Comum Brasileira, desde 2005, 
são: 
a) ADRENALINA = EPINEFRINA 
b) NORADRENALINA = NOREPINEFRINA 
c) LEVONORDEFRINA = CORBADRINA 
d) FENILEFRINA 
e) FELIPRESSINA (OCTAPRESSIN® - nome comercial associado a marca Citanest®) 
As soluções anestésicas recomendadas para as atividades clínicas na IES são 
principalmente: 
a) LIDOCAÍNA 2% COM EPINEFRINA 1:100.000; 
b) PRILOCAÍNA 3% COM FELIPRESSINA 0,03UI/mL. 
Também podem ser utilizados os sais anestésicos: ARTICAÍNA 4% e 
MEPIVACAÍNA 2%, ambos associados à EPINEFRINA. 
Ressalta-se que a ARTICAÍNA associada à EPINEFRINA 1:100.000 ou 1:200.000, 
deve ser utilizada preferencialmente para técnicas infiltrativas devido a relatos 
freqüentes na literatura de parestesia associada ao uso desta solução em técnica de 
bloqueio, especialmente do Nervo Alveolar Inferior. 
A solução de BUPIVACAÍNA 0,5% COM EPINEFRINA 1:200.000, pode ser utilizada 
quando se justificar um procedimento de longa duração, não havendo aplicabilidade 
clínica em procedimentos de rotina ou na Odontopediatria. 
Os vasoconstritores NOREPINEFRINA (noradrenalina), CORBADRINA 
(levonordefrina) e FENILEFRINA não são recomendados para as atividades clínicas na 
IES. 
6 
 
As anestesias tronculares, principalmente do Nervo Alveolar Inferior e Lingual, 
devem ser realizadas exclusivamente com agulhas longas 27G, evitando-se fratura, além 
de garantir um maior sucesso de técnica e o mais importante, favorecer a eficiência na 
aspiração (Malamed, 2013). Também se enquadram nesta recomendação as técnicas de 
bloqueio do nervo Infra-Orbital, Mentual e Nervo Alveolar Superior Posterior (NASP). 
Diante de algumas intercorrências clínicas, também é recomendação deste Manual 
que NÃO se realize anestesias intrapulpares de forma rotineira, dando preferência para 
outras formas de anestesia complementar, como por exemplo, o uso de soluções de 
articaína em anestesia infiltrativa na região tratada, a anestesia intraligamentar ou a 
técnica intra-óssea. 
 
2.1 Soluções Anestésicas e Doses Máximas 
 
No Brasil, estima-se que são usados cerca de 250 milhões de tubetes anestésicos 
por ano. O baixo número de reações adversas relatadas em relação à quantidade de 
tubetes utilizados reflete a grande segurança clínica destas drogas quando utilizadas 
corretamente, isto é, respeitando as doses máximas para cada paciente dentro de 
parâmetros necessários para uma anestesia eficaz. Todos os agentes anestésicos locais 
disponíveis na forma injetável no Brasil pertencem ao grupo amida, que raramente 
provoca reações alérgicas. Os raros casos de alergia estão possivelmente relacionadas 
aos conservantes ou antioxidantes adicionados às soluções, como os sulfitos e o 
metilparabeno. 
A formulação das soluções anestésicas, para uso odontológico em tubetes 
normalmente é composta pelo sal anestésico (cloridrato) associado ou não a 
vasoconstritores, dissolvidos em um veículo (água estéril). Naquelas soluções com 
vasoconstritores simpatomiméticos são adicionados antioxidantes, principalmente os 
bissulfitos de sódio ou potássio. 
Os sais anestésicos exercem o efeito farmacológico reduzindo a transmissão de 
impulsos dolorosos através de interferência nos mecanismos normais de despolarização 
da membrana. A ligação a receptores específicos localizados na membrana nervosa, mais 
especificamente nos canais de sódio, resulta em redução ou bloqueio da permeabilidade 
e do influxo deste íon e, assim, a condução nervosa. 
Os principais sais disponíveis no Brasil são a lidocaína, a prilocaína, a 
mepivacaína, a articaína, todos de duração intermediária quando associados a 
vasoconstritores, além da bupivacaína, único sal anestésico disponível em tubetes 
odontológicos de longa duração. 
7 
 
Todos os sais anestésicos locais apresentam algum grau de atividade 
vasodilatadora, influenciando na duração do efeito anestésico. Quanto mais significativa 
for essa atividade, mais rápido o anestésico será retirado do local anestesiado, reduzindo 
a duração anestésica, aumentando a possibilidade de injeções repetidas e elevando o 
nível sangüíneo do composto, o que pode elevar o risco de atingir superdosagem. 
Desta forma, a associação aos vasoconstritores compensa a atividade 
vasodilatadora, aumentando a segurança do anestésico local, além de outras vantagens 
clínicas. Estes agentes aumentam a duração e a qualidade da anestesia, diminuindo os 
níveis plasmáticos e, conseqüentemente, a probabilidade de efeitos sistêmicos adversos 
e toxicidade. Além disso, reduzem a concentração necessária para anestesia adequada e 
controlam a hemorragia durante procedimentos cirúrgicos. 
Dos sais anestésicos disponíveis no mercado brasileiro SEM a associação a 
vasoconstritores, a mepivacaína é o sal que possui menor atividade vasodilatadora, 
podendo ser utilizada clinicamente em procedimentos de curta duração e sem 
necessidade de hemostasia (tempo de anestesia pulpar de 20 à 40 minutos) na 
concentração de 3% sem vasoconstritor (lembrando sempre do maior risco de 
sobredosagem em injeções repetidas). Portanto, o uso desta solução anestésica 
deve ser evitado, especialmente em crianças. Justifica-se a escolha desta solução 
nos casos que a anamnese direcionada sugerir que o paciente pode apresentar alergia 
provável aos conservantes (sulfitos e parabenos). No Brasil, a solução MEPISV® 
(mepivacaína 3% sem vasoconstritor em tubete de vidro) não apresenta conservantes 
em sua fórmula (de acordo com a bula do produto). 
Existem dois tipos de vasoconstritores que se diferenciam pelo mecanismo e local 
de ação, as aminas simpatomiméticas e a felipressina. As AMINAS 
SIMPATOMIMÉTICAS atuam em receptores adrenérgicos nas paredes dos vasos 
(arterial e venoso) provocando vasoconstrição intensa, enquanto a FELIPRESSINA (ou 
Octapressin®) atua diretamente no músculo vascular, principalmente no lado venoso e 
não no arterial, o que pode explicar o pior controle de sangramento em cirurgias quando 
este vasoconstritor é utilizado. A ADRENALINA ou EPINEFRINA é o mais potente e 
eficiente vasoconstritor utilizado em Odontologia, sendo, portanto o vasoconstritor mais 
recomendado para a Odontologia. É válido ressaltar que na IES NÃO SÃO ACEITOS 
outros vasoconstritores deste grupo (noradrenalina/norepinefrina, fenilefrina e 
levonordefrina/corbadrina). 
Pacientes saudáveis toleram bem os aumentos de adrenalina no plasma, mas o 
mesmo pode não ocorrer em pacientes com problemas cardiovasculares e 
diabéticos. Para minimizar o risco de reações adversas deve-se optar por soluções que 
contenham o vasoconstritor na menor concentração e que produzam a mesma qualidade 
8 
 
de anestesia (1:100.000 ou 1:200.000), SEMPRE LIMITANDO A DOSE ao mínimo de 
tubetes, e REALIZANDO ASPIRAÇÃO PRÉVIA E INJEÇÃO LENTA. 
A FELIPRESSINA (Prilocaína 3% associada a felipressina 0,03UI/ml) por não 
causar os efeitos adversos cardiovasculares comuns às aminas simpatomiméticas, torna-
se uma ótima opção terapêutica para pacientes cardiopatas ou hipertensos e diabéticos, 
principalmente não compensados. Ressalta-se que este vasoconstritor (FELIPRESSINA) 
NÃO é recomendado para GESTANTES. 
De qualquer forma, os anestésicos devem ser sempre escolhidos de acordo com a 
história médicado paciente, com o tempo de duração do tratamento e a necessidade de 
hemostasia, além das características químicas de composição da solução. O cirurgião-
dentista que restringe sua prática a uma só solução anestésica ou a uma só técnica 
anestésica não estará proporcionando atendimento de qualidade para seus pacientes. No 
quadro 1 são apresentadas as soluções anestésicas disponíveis no mercado brasileiro e 
recomendadas para uso na IES, mostrando as combinações entre sais e vasoconstritores. 
 
Quadro 1 - Soluções anestésicas recomendadas na IES. 
continua 
Sal Anestésico Vasoconstritor Nome Comercial Indicação 
Lidocaína 2% 
Epinefrina 1:100.000 
Epinefrina 1:200.000 
Alphacaine 100® 
Alphacaine 200®* 
INDICADO PARA A MAIORIA 
DOS PACIENTES 
 
Pacientes “especiais” compensados 
 
Máximo 2 tubetes 
*Máximo 4 tubetes 
Prilocaína 3% 
Felipressina 
0,03UI/mL 
Citanest®, Prilonest®, 
Citocaína® 
INDICADO: Asmáticos, Usuários 
de drogas, Pacientes não 
compensados em caso de urgência 
odontológica 
EVITAR: Grávidas, Anêmicos, 
Insuficiência Respiratória 
Mepivacaína 2% Epinefrina 1:100.000 MepiAdre®, Mepivalem AD® 
INDICADO PARA A MAIORIA 
DOS PACIENTES 
EVITAR: Grávidas, Crianças 
Mepivacaína 3% Sem vasoconstritor Mepi SV® 
Procedimentos curtos, 
pacientes alérgicos aos 
conservantes 
EVITAR: Grávidas, Crianças 
Bupivacaína 0,5% Epinefrina 1:200.000 Neocaína® 
INDICADO: Procedimentos longos, 
normalmente cirúrgicos 
EVITAR: Grávidas,Crianças 
 
 
 
 
 
9 
 
Quadro 1 - Soluções anestésicas recomendadas na IES. 
conclusão 
Sal Anestésico Vasoconstritor Nome Comercial Indicação 
Articaína 4% 
Epinefrina 1:100.000 
Epinefrina 1:200.000 
 
Articaine100® 
Articaine200® 
 
INDICADO: 
Dentes ou Situações de difícil 
anestesia 
 
CUIDADO: 
Dose máxima em crianças diferente 
de adultos 
Fonte: Autoria própria. 
 
Alguns fatores podem afetar a profundidade e a duração da anestesia. Embora 
óbvio, o clínico não pode deixar de considerar a possibilidade da variação individual na 
resposta ao anestésico (bem como a qualquer outra droga!). Além disso, deve observar 
as variações anatômicas e modificar a técnica anestésica para conseguir o melhor efeito. 
O pH, bem como a vascularização, do local da injeção podem interferir enormemente 
com o resultado final. Assim, a solução anestésica depositada em tecidos com o pH 
baixo, como abscessos ou inflamações, por exemplo, ou em áreas mais vascularizadas, 
podem reduzir o tempo de anestesia ou simplesmente não promover a anestesia. 
A competência na administração da droga é igualmente importante, devendo a técnica 
ser sempre executada corretamente. O tipo de injeção anestésica, infiltração ou 
bloqueio, também afeta a profundidade e a duração da anestesia. 
A ansiedade, medo e estresse também afetam o limiar de dor e, portanto o 
sucesso e qualidade anestésica. Assim, métodos de sedação são altamente 
recomendáveis em odontologia (Ramacciato, Motta, 2011). 
A aspiração prévia é ESSENCIAL e OBRIGATÓRIA para garantir segurança ao 
procedimento da anestesia local odontológica. Sem este procedimento o clínico poderá 
injetar inadvertidamente a solução anestésica para diretamente na circulação sangüínea 
do paciente, causando a falha na anestesia e possibilitando o aparecimento de efeitos 
adversos sistêmicos. Além disso, a velocidade de injeção deve ser sempre LENTA 
(1 mL/min, ou seja, entre 1,5 a 2,0 min para injetar 1 tubete) garantindo um maior 
conforto (por distender menos os tecidos) e segurança. 
As doses máximas admitidas para a anestesia odontológica em pacientes 
saudáveis são calculadas em função da concentração do sal anestésico. O quadro 2 
apresenta as doses máximas para cada sal anestésico. 
 
 
 
 
 
10 
 
Quadro 2 – Doses máximas de sais anestésicos recomendadas na Odontologia. 
Sal anestésico Doses máximas Quantidade de tubetes 
permitida 
Lidocaína e Mepivacaína 2% Adultos e crianças 4,4 mg/kg 
Adulto (70kg) = 8 tubetes 
*Crianças = 1 tubete/10kg de peso 
Lidocaína** 
e Mepivacaína 3% Adultos e crianças 4,4 mg/kg 
Adulto (70kg) = 5 ½ tubetes 
Crianças = ½ tubete/10kg de peso 
Prilocaína 3% Adultos e crianças 6 mg/kg Adulto (70kg) = 7 ½ tubetes 
Crianças = 1 tubete/10kg de peso 
Bupivacaína 0,5%*** Adultos = 1,3 mg/kg Adulto (70kg) = 10 tubetes 
Articaína 4% Adultos = 7 mg/kg / Crianças 
= 5 mg/kg (4 a 12 anos) 
Adulto (70kg) = 7 tubetes 
Crianças = 2/3 tubete/10kg de peso 
*A dose máxima para a criança nunca deve ultrapassar a de um adulto. 
**Não existe razão para o uso da lidocaína a 3%. Esta concentração é mais concentrada e não mais 
efetiva. 
***A Bupivacaína não deve ser utilizada em crianças menores do que 12 anos. 
Fonte: Malamed, 2005. 
 
É importante salientar que caso não sejam respeitadas as doses máximas 
preconizadas para os sais anestésicos, poderão ocorrer efeitos adversos sérios sobre os 
sistema nervoso central (convulsão e depressão generalizada) e cardiovascular (parada 
cardiorrespiratória) (Andrade, Ranali, 2011). A seguir é demonstrado um exemplo de 
cálculo de dose de sal anestésico a partir do peso do paciente. 
 
EXEMPLO PARA CÁLCULO: 
Paciente de 20kg 
 
Lidocaína 2% � 2g -------- 100ml � 2000mg ---------- 100ml � 20mg/ml 
 
1 tubete = 1,8 ml logo em cada tubete 2% temos 36 mg de sal (Lidocaína) 
 
Dose máxima para Lidocaína = 4,4mg/kg � 20kg = 88 mg 
 
 88 mg (dose teto para este peso) / 36mg (dose de Lidocaína/tubete) = 2,4 tubetes 
 
 
Portanto, para um paciente saudável com 20 kg pode-se utilizar com segurança 
cerca de 2 tubetes quando associado a vasoconstritor, pois soluções sem 
vasoconstritores são absorvidas mais rapidamente e mais tóxicas. 
Além disso, ressalta-se que para pacientes portadores de doenças cardiovasculares, 
gestantes ou diabéticos (dentre outros), além de situações de possíveis interações 
medicamentosas indesejáveis, o limite de tubetes anestésicos está relacionado com o 
tipo e concentração dos vasoconstritores, e não apenas ao peso do paciente e ao sal 
anestésico (Brown, Rodus, 2005; Neves et al., 2007). Outro fator a ser considerado pelo 
profissional é a sensibilidade dos pacientes aos conservantes (bissulfito e metilparabeno) 
utilizados nas soluções anestésicas, os quais podem provocar reações alérgicas 
(Ramacciato, Motta, 2011). 
11 
 
3 TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA 
 
3.1 Normas de receituário e genéricos 
A PRESCRIÇÃO de medicamentos é um documento escrito que retrata a conclusão 
de um raciocínio clínico a partir de dados coletados por meio de uma anamnese criteriosa 
que reflete a história do paciente, bem como a avaliação física do mesmo, contribuindo 
para o sucesso do resultado clínico e do tratamento oferecido (Meiners, 2001). 
A PRESCRIÇÃO é o ato de definir o medicamento a ser consumido pelo paciente, 
com a respectiva posologia (dose, freqüência de administração e duração do 
tratamento), e este ato é expresso mediante a elaboração de uma “RECEITA MÉDICA.” 
Além disso, o profissional também deve seguir os seguintes princípios (Política Nacional 
de medicamentos, Portaria nº 3.916/98): 
a) o CD deve estar apto a prescrever corretamente, obedecendo às normas ditadas 
pela Legislação vigente (Decreto no 793 – 5/04/1993); 
b) abolir prescrições verbais; 
c) realizar prescrição escrita de medicamentos, quer seja de formulação magistral ou 
de produto industrializado, contendo orientação de uso para o paciente, feita em 
talonário próprio de profissionais habilitados. 
 
3.2 Lei dos Genéricos (Lei 9787/99) 
Além disso, com a Lei 9787/99, somente será aviada a receita médica ou 
odontológica que contiver denominação genérica do medicamento. 
 
3.3 Decreto 793 de 5/04/1993 
Seguem abaixo outras normas legais relacionadas à prescrição de medicamentos: 
a) escrita à tinta, legível, obedecendo à nomenclatura de pesos e medidas oficiais; 
b) nunca utilizar abreviaturas; 
c) conter posologia e duração total do tratamento; 
d) conter nomee endereço do paciente; 
e) conter data e assinatura, endereço Consultório/residência, no CRO; 
f) restringir prescrever medicamentos de uso NÃO odontológico; 
g) não deixar espaços em branco; 
h) solicitar a leitura da receita pelo paciente e tirar as dúvidas; 
12 
 
i) realizar duas vias (original para o paciente) da prescrição, sendo que a cópia deve 
ser anexada ao prontuário clínico do paciente, com a rubrica ou assinatura do 
mesmo; 
j) mesmo nas receitas impressas em computador, a data e assinatura do profissional 
devem ser a tinta e de próprio punho, acompanhada do carimbo do mesmo. 
 
3.3 Tipos de receitas 
3.3.1 Receita comum 
Para a maioria dos medicamentos utilizados em Odontologia (Anexo A). 
 
3.3.2 Receita magistral - farmácia de manipulação 
Em TRÊS vias, distintas, sendo uma para o farmacêutico, uma para o paciente 
com as orientações de uso e a terceira para ser anexada ao prontuário do paciente pelo 
profissional (Anexo B). 
 
3.3.3 Receita de medicamentos sujeitos ao controle pela VISA 
Medicações que requerem Receita de Controle Especial (antiga Carbonada): 
analgésicos de Ação Central, Antidepressivos e AINES (“coxibs”) específicos para Cox-2. 
Em novembro de 2010 entrou em vigor a RDC no 44/10, que preconizava a prescrição de 
antimicrobianos pela Receita de Controle Especial. Entretanto, com a publicação da RDC 
no 20/2011 ficou estabelecido que a prescrição de medicamentos antimicrobianos deverá 
ser realizada em receituário privativo de prescritor ou do estabelecimento de saúde, não 
havendo, portanto, modelo de receita específico (Andrade, 2014). 
Receita de Controle Especial (Anexo C), devem ser em 3 vias, sendo uma retida 
na farmácia no ato da compra, uma para o paciente e a terceira para ser anexada ao 
prontuário do paciente pelo profissional. 
Validade das receitas: 
a) validade de 1 mês para: BUSPIRONA, FLUOXETINA, HIDRATO DE CLORAL, 
TRAMADOL, CODEÍNA, DEXTROPROPOXIFENO; 
b) validade de 10 dias para: ANTIMICROBIANOS, AINES (“coxibs”) específicos para 
Cox2 – CELECOXIB e ETORICOXIB. 
 
 
 
 
13 
 
3.3.4 Medicações que requerem Notificação de Receita 
A notificação acompanha a Receita Comum (ex.: benzodiazepínicos, segundo 
Portaria 344/98), não substitui, e apenas autoriza a dispensação (compra) de 
medicamentos de substâncias das listas A1 e A2 (entorpecentes), A3, B1 e B2 
(psicotrópicas), C2 (retinóicas) e C3 (imunossupressoras). 
Para uso em Odontologia, os medicamentos constantes da lista B1 (AZUL) são 
os Ansiolíticos (BENZODIAZEPÍNICOS): Alprazolam (Frontal®); Bromazepam (Lexotan®); 
Cloxazolam (Olcadil®); Diazepam (Valium®); Flurazepam (Dalmacorm®); Lorazepam 
(Lorax®); Midazolam (Dormonid®). 
Para a liberação destes medicamentos pela farmácia, apesar da prescrição em 
receita comum, é necessário usar a notificação de Receita AZUL (documento pessoal e 
intransferível solicitado junto à VISA do município e impressa em gráfica autorizada 
constando a numeração fornecida pelo Órgão, com validade de 30 dias (Anexo D). 
14 
 
4 PROTOCOLO DE CONTROLE DE ANSIEDADE 
 
O medo odontológico é um problema mundial e uma barreira universal para a 
procura de tratamento dental. O medo pode ser adquirido na infância por experiências 
desagradáveis próprias ou indiretamente por relatos de pais, parentes e conhecidos 
permanecendo na idade adulta, é agravado por tratamentos traumáticos, falta de 
confiança e sensação de perda de controle (Milgrom, Weinstein, 1993). A odontofobia 
está presente em grande parcela da população, sendo que mais de 40% evita procurar 
atendimento odontológico devido ao medo e ansiedade. 
Assim, um dos grandes desafios para a Odontologia moderna é o controle do 
medo e ansiedade, sentimentos geradores de estresse e, conseqüentemente 
manifestações adversas de comportamento e alterações sistêmicas potencialmente 
perigosas. Portanto, o controle destes fenômenos deve nortear o atendimento 
odontológico, proporcionando real qualidade de atendimento e conforto ao paciente 
durante o procedimento clínico. 
No Brasil, o controle farmacológico do estresse realizado pelo cirurgião-dentista, 
pode ser feito essencialmente por meio de duas formas: por via oral, normalmente com 
benzodiazepínicos, ou inalatória, com a mistura de óxido nitroso e oxigênio, que poderá 
ser realizada desde que o profissional esteja habilitado de acordo com a Resolução do 
Conselho Federal de Odontologia 51/04 de 12 de maio de 2004. 
Indicações para uso de métodos de sedação: 
a) quando não é possível condicionar o paciente somente pela tranquilização verbal; 
b) como Medicação Pré Anestésica em: 
− intervenções cirúrgicas maiores; 
− drenagens de abscessos; 
− traumatismos acidentais; 
c) pacientes diabéticos, cardiopatas, hipertensos (após trocar informações com o 
médico); 
d) para a prevenção de emergências médicas. 
 
4.1 Sedação oral 
O uso dos Benzodiazepínicos é seguro quando utilizados em dose única e como 
única forma de sedação, sem associações com outros depressores do Sistema Nervoso 
Central (inclusive álcool, analgésicos de ação central, anti-eméticos, anti-histamínicos, 
inibidores da tosse e relaxantes musculares). 
15 
 
A escolha destes medicamentos deve depender do nível de ansiedade do paciente 
e do potencial do procedimento cirúrgico em gerar estresse. Uma DOSE ÚNICA, cerca de 
1 hora antes do procedimento, deve ser a primeira opção para o uso. Uma segunda dose, 
na noite anterior à consulta, permite mais conforto, principalmente ao paciente mais 
odontofóbico (Groppo et al., 2009, Andrade, 2014). 
O Diazepam (Valium®) apresenta um tempo de eliminação longo devido à 
produção de metabólitos ativos. Além disso, existe uma tendência desses agentes em se 
ligar ao tecido adiposo, prolongando a duração da ação, especialmente em idosos e 
obesos, devendo ser evitado nestes pacientes. 
Nestes casos (idosos e obesos), a melhor opção são os agentes de eliminação 
mais rápida, mais hidrossolúveis e que não produzem metabólitos ativos, tais como o 
lorazepam (Lorax®) 1 a 2 mg, duas horas antes do atendimento. O Lorazepam também 
apresenta menor incidência de efeito paradoxal. 
Como recomendação para a sedação por via oral, o Alprazolam (Frontal®) na dose 
de 0,5mg, apresenta sedação normalmente confortável, sem efeitos muito pronunciados 
e amnésia exagerada. O quadro 3 apresenta os principais benzodiazepínicos utilizados na 
Odontologia e suas características farmacocinéticas, bem como a posologia indicada. 
 
Quadro 3 - Características dos benzodiazepínicos mais utilizados na Odontologia. 
Nomes genéricos Especialidades Doses usuais Latência Duração 
DIAZEPAM VALIUM® 5 a 10 mg 45 a 60 min 20 – 50 h 
LORAZEPAM LORAX® 1 a 2 mg 2 h 10 – 18 h 
MIDAZOLAM DORMONID® 7,5 a 15 mg 20 a 30 min 2 – 5 h 
ALPRAZOLAM FRONTAL® 0,5 a 0,75 mg 60 min 12 – 15 h 
Fonte: Autoria própria. 
 
Outros cuidados adicionais: 
a) informar ao paciente os sintomas a serem observados; 
b) requisitar ao paciente para vir acompanhado nas consultas; 
c) evitar uso concomitante de bebidas alcoólicas/drogas depressoras do sistema 
nervoso central; 
d) estar atento em relação à ocorrência de reações paradoxais (contrária à 
esperada); 
e) não dirigir ou operar máquinas perigosas sob efeito da medicação. 
16 
 
As restrições e orientações devem estar contidas na receita como orientação ao 
paciente, e como precaução legal. 
 
4.2 Sedação inalatória (Mistura Oxigênio/Óxido Nitroso) 
Nas disciplinas clínicas de graduação, a sedação inalatória poderá ser realizada na 
presença dos professores da Disciplina de Sedação Inalatória (Profa. Juliana Cama 
Ramacciato e Prof. Rogério Heládio Lopes Motta). Na Pós-Graduação, os CDs 
comprovadamente habilitados para a realização da técnica e registrados junto ao CFO 
poderão realizar a técnica sempre que necessário mediante requerimento prévio do 
equipamento e da apresentação de sua habilitação. 
 
17 
 
5PROTOCOLO DE CONTROLE DE DOR (ANALGÉSICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS) 
 
5.1 Analgésicos 
São os medicamentos de escolha para o controle de dor PÓS-OPERATÓRIA. A 
primeira dose deve ser administrada de preferência com o paciente ainda anestesiado, e 
imediatamente após o procedimento. Esta é uma medicação para o conforto do paciente, 
e o paciente deve ser alertado que não é necessário “acordar de madrugada” para a 
tomada, e que deve realizá-la apenas enquanto houver desconforto ou dor. A prescrição 
deve considerar o período máximo de 24 a 48 horas. 
Uso em Odontologia: Controle de dor pós-operatória leve a moderada. 
 
5.1.1 Dipirona sódica (derivados Pirazolônicos) 
Em 1920, o Metamizol foi sintetizado na Alemanhã pela companhia Hoechst AG, e 
em 1922 foi iniciada sua produção em escala comercial (OMS, 2002; Andrade, 2014). A 
Dipirona Sódica ou Metamizol é um analgésico antipirético do grupo dos pirazolonas, e 
está no mercado mundial há mais de 80 anos. No Brasil é um dos medicamentos mais 
populares (Hamerschlak, Cavalcanti, 2005). O Metamizol é comercializado como princípio 
ativo único ou em associações medicamentosas sob os seguintes nomes: Dipirona®, 
Anador®, Dipidor®, Novalgina®, Neosaldina®, Lisador®, Dipiron®, entre outros. 
Considerando a sua alta eficácia, baixo custo, ampla disponibilidade, utilização 
popular e margem de segurança, a dipirona sódica é o principal medicamento de escolha 
para o tratamento de dores agudas e crônicas, e também como antipirético no Brasil. O 
seu uso é restringido em pacientes alérgicos, com alterações hematológicas severas e 
em pacientes com pressão arterial sistólica inferior a 100 mmHg. 
Na década de 70 foi relatado que este medicamento poderia estar associado com 
casos de agranulocitose e anemia aplásica, e desde então seu uso vem sendo associado 
a estas patologias. Entretanto, estudo realizado entre 2002 e 2003 no Brasil encontrou a 
relação de 0,5 caso de agranulocitose por ano por milhão de indivíduos (Hamerschlak et 
al., 2005), conclusão similar observada pelo clássico “Estudo de Boston” (Ramacciato, 
Motta, 2011). É importante ressaltar que como qualquer medicamento, deve-se respeitar 
as contra-indicações vigentes do medicamento. 
Indicação: Dipirona sódica – Novalgina® - 500 mg de 4 em 4 horas (intervalo 
mínimo), podendo ser prescrita de 6 em 6 horas. 
Em caso de dor mais intensa pode ser utilizado o LISADOR®, uma associação de 
dipirona, prometazina e adifenina, a cada 6 horas. Este medicamento (LISADOR®) pode 
18 
 
causar sonolência em alguns pacientes, o que torna importante informar o mesmo sobre 
esta possibilidade. 
 
5.1.2 Paracetamol (Acetaminofeno)1 
O Paracetamol foi liberado para uso pelo Food and Drug Administration (FDA) nos 
Estados Unidos em 1953 e em 1955 o laboratório McNeil iniciou sua venda sob o nome 
comercial Tylenol®. Em 1956, comprimidos de Paracetamol foram colocados à venda no 
Reino Unido. Sua popularidade como um analgésico de venda livre aumentou 
rapidamente devido à sua eficácia e menores efeitos adversos gástricos do que outros 
analgésicos. 
Assim como a Dipirona, o Paracetamol é uma droga utilizada como analgésico e 
antitérmico e embora possua pouca atividade anti-inflamatória, é também classificada 
como anti-inflamatório não esteroidal (AINES) devido ao seu mecanismo de ação 
(inibição da enzima ciclooxigenase) (Andrade, 2014). A recomendação da bula do 
medicamento para a dose teto de PARACETAMOL/dia é de não ultrapassar 4 gramas para 
adultos. Recentemente, o FDA reduziu a dose teto diária de Paracetamol para 3,25g 
devido a crescente preocupação em relação a hepatotoxicidade (Andrade, 2014). Desta 
forma, este medicamento deve ser evitado em pacientes com alteração hepática e 
alcoólatras. A hepatotoxicidade causada pelo Paracetamol tem sido amplamente discutida 
na literatura, e o dano hepático estaria relacionado não diretamente com a droga, mas 
com um metabólito tóxico (N-acetil-p-benzoquinoneimina) gerado pelo sistema 
enzimático do citocromo P450 (Guggenheimer, Moore, 2011). 
Indicação: Paracetamol (acetaminofeno) - Tylenol® - 750 mg de 6 em 6 horas. 
5.1.3 Ibuprofeno 
Outra droga que pode ser usada como analgésico é o Ibuprofeno. Este 
medicamento é classificado como anti-inflamatório não esteroidal (AINES) devido ao seu 
mecanismo de ação, sendo largamente utilizado como analgésico e antitérmico. É 
importante ressaltar que este medicamento possui as mesmas contra-indicações e 
interações medicamentosas dos AINES (descritos a seguir). 
Indicação: Ibuprofeno – Advil® - 400 mg a cada 8 horas ou 600 mg a cada 12 
horas. 
 
 
 
 
1 Para as prescrições realizadas na IES, este analgésico deve ser utilizado APENAS quando a 
Dipirona for CONTRA-INDICADA. 
19 
 
5.1.4 Cetorolaco 
O Cetorolaco (trometamol cetorolaco) - Toragesic®, Toradol® - também é 
classificado como anti-inflamatório não esteroidal (AINES) devido ao seu mecanismo de 
ação, e tem sido utilizado como analgésico. Sua apresentação sublingual (comprimidos 
de 10mg) favorece a rápida absorção e início de ação. De acordo com a bula deste 
medicamento, a posologia recomendada é de 10mg a cada 8 horas (com dose máxima 
diária de até 60mg/dia para adultos até 65 anos). Novamente ressalta-se que este 
medicamento possui as mesmas contra-indicações e interações medicamentosas dos 
AINES (descritos a seguir). 
 
5.1.5 Etodolaco 
O Etodolaco - Flancox® - também é classificado como anti-inflamatório não 
esteroidal (AINES) devido ao seu mecanismo de ação, e tem sido utilizado para controle 
de dor. Sua farmacocinética e apresentação (comprimidos de 300 ou 400mg) favorecem 
uma posologia com maior intervalo para o paciente (2 a 3 vezes ao dia). De acordo com 
a bula deste medicamento, a posologia recomendada é de 300mg ou 400mg 2 ou 3 
vezes ao dia (dose diária de 1000mg). Em casos de dor mais severa, a dose pode ser 
aumentada até 1200mg/dia, caso necessário para obter o efeito analgésico e após a 
avaliação dos riscos potenciais em relação ao benefício esperado. Um estudo recente de 
Imamura et al. (2013) apresentou dados que sugerem que este medicamento não 
interfere na hemodinâmica renal em pacientes saudáveis. Novamente ressalta-se que 
este medicamento possui as mesmas contra-indicações e interações medicamentosas dos 
AINES (descritos a seguir). 
 
5.2 Anti-inflamatórios 
Os anti-inflamatórios estão entre as drogas mais utilizadas na Odontologia, uma 
vez que a grande maioria das dores relatadas em Odontologia tem em sua etiologia 
processos inflamatórios. Portanto, o conhecimento dos mecanismos de ação dos 
fármacos anti-inflamatórios é de grande importância para que o profissional os utilize nos 
pacientes como uma opção terapêutica segura e rápida no controle dos problemas 
advindos da inflamação (Ramacciato, Motta, 2011; Andrade, 2014). 
Estes medicamentos atuam inibindo a geração de mediadores inflamatórios 
originados da metabolização do ácido araquidônico após lesão tecidual. 
Classificação: 
a) AINES (anti-inflamatórios não esteroidais - inibidores da COX); 
b) AIES (anti-inflamatórios esteroidais ou corticosteróides). 
20 
 
5.2.1 AINES 
Estes medicamentos são considerados inibidores reversíveis da enzima 
cicloxigenase, inibindo a formação principalmente de prostaglandinas, podendo 
apresentar diferentes graus de seletividade a isoforma Cox 2. 
Estes medicamentos podem ser utilizados em procedimentos cirúrgicos para 
prevenção e para o controle da resposta inflamatória aguda. Cabe ao profissional nortear 
a utilização do AINES de maneira correta, sendo que, quanto menor o tempo de uso 
destes medicamentos ou até mesmo a utilização de doses únicas, menor serão os efeitos 
adversos e a possibilidade de interações medicamentosas indesejadas. 
Além disso, quadros inflamatórios agudos já instalados, como pulpites, 
pericementites, fraturas dentais,dentre outros, direcionam principalmente para uma 
rápida intervenção clinica, sendo que a associação com a terapêutica medicamentosa é 
apenas coadjuvante. Nestes casos, este grupo pode ser usado no período pré-
operatório, devendo desta maneira ser utilizado cerca de 60 a 30 minutos antes da 
intervenção, e mantido por 48 horas no pós-operatório. 
Obs.: Na IES, este grupo de medicamentos deve ser uma opção 
terapêutica para analgesia preemptiva na impossibilidade de prescrição de 
corticosteroides, considerados PRIMEIRA OPÇÃO PARA PREVENÇÃO DE EDEMA E 
DOR quando utilizados no pré-operatório (Thygesen, Pinholt, 2010). 
 
Quadro 4 - Posologia usual dos AINES para a prevenção/controle da inflamação. 
Nomes genéricos Especialidade Doses Intervalo 
Diclofenaco Potássico Cataflam® 50 mg 6 a 8 horas 
Diclofenaco Sódico Voltaren® 50 mg 6 a 8 horas 
Cetoprofeno Profenid® 100 mg 12 horas 
Naproxeno Flanax® 550 mg 12 horas 
Meloxicam Movatec® 15 mg 24 horas 
Etodolaco Flancox® 300 ou 400mg 8 a 12 horas 
Fonte: Autoria própria. 
 
Alguns anti-inflamatórios tem sido associados a um potencial hepatotóxico, o 
qual tem sido comprovado por vários artigos publicados na literatura, em especial, para a 
NIMESULIDA (Scaflam®, Nisulid®, por exemplo). Assim, ressalta-se o cuidado com estes 
medicamentos em pacientes com doença hepática pré-existente. 
21 
 
O ETORICOXIB 120 mg (ARCOXIA®) e o CELECOXIB 100mg (CELEBRA®) 
requerem a RECEITA DE CONTROLE ESPECIAL (Resolução RDC nº 79, de 04 de 
novembro de 2008), e a posologia é 1 comprimido 1 hora antes, e a cada 24 horas por 
até 48 horas. 
Ressaltamos que um fato muito importante do qual o cirurgião-dentista deve ter 
conhecimento é que os AINES estão cada vez mais relacionados a interações 
medicamentosas indesejáveis (especialmente com anti-hipertensivos, 
anticoagulantes e anti-plaquetários), sendo várias delas de risco significativo para os 
pacientes. Isto pode ocorrer pelo fato dos AINES inibirem a síntese de prostaglandinas e 
tromboxanos, e uma possibilidade desta ação seria o aumento da pressão arterial em 
usuários de anti-hipertensivos, por exemplo. Outro fator relevante é o alto grau de 
ligação protéica desse grupo de fármacos, podendo predispô-los a interações com outras 
drogas que também apresentam essa característica, tais como os hipoglicemiantes orais, 
levando à ocorrência de hipoglicemias em pacientes diabéticos (Haas, 1999, Motta et al., 
2010; Andrade et al., 2014). 
 
5.2.3 AIES 
Outra classe de medicamento que pode ser utilizada na clínica odontológica são os 
corticosteróides. Esta classe é constituída por hormônios esteroidais naturais ou análogos 
sintéticos. Dos naturais, somente o cortisol e a hidrocortisona tem utilidade clinica. Já os 
sintéticos apresentam efeitos colaterais menores, sendo, portanto, considerados mais 
eficazes (Alexander, Throndson, 2000). O quadro 5 mostra os principais anti-
inflamatórios esteroidais. 
 
Quadro 5 – Antiinflamatórios esteroidais. 
Corticosteróide Potência 
Antiinflamatória 
Meia-vida 
 Biológica (horas) 
Hidrocortisona 1 18 – 12 
Metilprednisolona 5 12 – 36 
Dexametasona 20 – 30 36 – 72 
Betametasona 20 – 30 36 – 72 
Fonte: Autoria própria. 
 
Estes medicamentos inibem a enzima fosfolipase A2, sendo a dexametasona e a 
betametasona os corticosteróides mais utilizados na Odontologia. A potência de ação 
22 
 
destes dois fármacos é 25 a 30 vezes maior do que as drogas padrões do mesmo grupo; 
isso sem mencionar o tempo de vida plasmática que é maior, fazendo com que sejam 
utilizados em dose única pré operatória ou por um tempo restrito (Kumeer, Coelho, 
2002). 
Por atuarem no início da formação da cascata inflamatória, estes fármacos 
apresentam maior potência anti-inflamatória que os AINES. Logo, os corticosteróides 
podem ser utilizados para procedimentos com expectativa de resposta inflamatória de 
maior intensidade, como exodontia de inclusos, cirurgias periodontais ou perirradiculares, 
instrumentação endodôntica mais complexa, cirurgias de enxerto e em cirurgias para 
colocação de implantes (Alexander, Throndson, 2000, Ramacciato, Motta, 2011; 
Andrade, 2014). 
Os corticosteróides apresentam eficácia e segurança comprovada na Literatura em 
Odontologia para prevenção de dor e edema pós-operatório, e são geralmente utilizados 
em DOSE ÚNICA ou tempo extremamente curto (48 horas), devido a sua potência e 
meia-vida plasmática. Os efeitos colaterais conhecidos dos corticosteróides não são 
válidos para esta aplicação terapêutica. É importante ressaltar que a prescrição de 
corticosteróides na IES deve ser direcionada para o uso oral do medicamento. 
 
5.3 Indicações 
Uso pré-operatório: DOSE ÚNICA: Betametasona ou Dexametasona 4 a 8 mg, via 
oral, 1 ou 2 horas antes do procedimento (são drogas eqüipotentes). Em cirurgias mais 
invasivas, o profissional pode administrar 4 mg 24 horas após a primeira dose. 
Importante: o pico de inflamação no pós-operatório acontece entre 36 a 48 
horas, e é por isso o uso de anti-inflamatórios na Odontologia não deve superar este 
período. Edema expandindo após 48 a 72 horas caracteriza infecção, e não inflamação, e 
nestes casos o paciente deve ser reavaliado clinicamente e, se necessário, deve ser 
prescrito antimicrobianos (Alexander, Throndson, 2000). 
 
23 
 
6 USO DE ANTIBIÓTICOS EM ODONTOLOGIA 
 
Os antibióticos podem ser classificados por diferentes critérios, tais como a ação 
biológica, espectro de ação e mecanismo de ação. Todos estes critérios relacionam-se 
entre si, pois dependendo do mecanismo de ação o antibiótico pode ser bactericida ou 
bacteriostático (ação biológica), e pode ter espectro de ação estreito, amplo ou 
aumentado (Andrade, 2014). Além disso, os antibióticos podem ser classificados de 
quatro maneiras distintas: 
a) Antibióticos que atuam sobre a parede celular (Amoxicilina, Ampicilina e 
Penicilina); 
b) Antibióticos que atuam sobre a síntese de proteínas (Eritromicina, Claritromicina, 
Clindamicina e Azitromicina); 
c) antimicrobianos que atuam sobre a síntese dos ácidos nucléicos (Metronidazol); 
d) antimicrobianos que atuam sobre a membrana citoplasmática (antifúngicos como 
o Cetoconazol). 
Como mencionado anteriormente, o tipo de mecanismo de ação interfere no efeito 
do antimicrobiano. A Amoxicilina, por exemplo, por inibir a produção de uma estrutura 
primordial da célula bacteriana (parede celular), acaba provocando a lise da mesma, 
tendo portanto um efeito bactericida. Assim como o efeito bactericida da Amoxicilina, 
um efeito similar tem o Metronidazol, que por interromper a síntese do DNA bacteriano 
provoca a morte da célula bacteriana. Já os macrolídeos como a Claritromicina, ao inibir 
a síntese de proteínas, conseguem apenas inibir o crescimento bacteriano, o que os leva 
a ter um efeito bacteriostático (Pallasch, 1996). 
Como indicação para o tratamento com antibióticos na clinica odontológica temos 
basicamente duas situações distintas: o tratamento de infecções já estabelecidas e a 
profilaxia ou prevenção de infecções. No caso do tratamento das infecções já 
estabelecidas, deve-se ressaltar que o tratamento com antibióticos é um coadjuvante dos 
procedimentos clínicos, uma vez que a remoção da causa da infecção deve ser priorizada 
(Andrade et al., 2004; Meirelles et al., 2014). 
No caso da profilaxia antibiótica, o cirurgião-dentista deverá administrar os 
antibióticos em pacientes que não apresentam evidências de infecção para a prevenção 
de uma infecção, seja na ferida cirúrgica (como exodontia de molares inclusos com 
histórico de pericoronarite e cirurgias para colocação de implantes), conhecida como 
profilaxia cirúrgica, ou para a prevenção de colonização bacteriana à distância (como o 
caso da endocardite bacteriana em pacientes suscetíveis). 
24 
 
Segundo Paluzzi (1993), a profilaxia antibiótica cirúrgica está indicada nos 
segundos casos: 
a)para prevenir a contaminação de uma área estéril; 
b) quando a infecção é remota, mas associada a uma alta taxa de morbidade; 
c) em procedimentos cirúrgicos associados a altas taxas de infecção; 
d) durante a implantação de material protético. 
Entretanto, ainda existem muitas controvérsias quanto ao uso de antibióticos na 
profilaxia de infecções que possam ocorrer na região operada. Autores como Tong & 
Rothwell (2000) relataram que se as medidas de assepsia e antissepsia forem seguidas à 
risca e não havendo quebra de cadeia asséptica, não estaria indicada a profilaxia 
antibiótica nestes casos, a não ser que o paciente tenha o sistema imune comprometido 
ou haja história de doenças sistêmicas ou contra indicações de risco. 
Seguindo esta tendência, Andrade (2014) afirma que a exodontia de dentes 
inclusos apresenta um baixo risco de infecção pós-operatória, desde que os princípios de 
técnica cirúrgica e normas rígidas de assepsia e antissepsia sejam obedecidas. Em 
pacientes que não apresentam comprometimento do sistema imune e não sejam 
susceptiveis a infecções à distância, muitos autores afirmam que a profilaxia antibiótica 
em cirurgias de terceiros molares retidos não é recomendada, visto que não há uma 
diferença significativa entre pacientes submetidos a tratamento com antimicrobianos e 
pacientes submetidos ao não tratamento com os antimicrobianos ou ao uso de placebo 
(Martin et al., 2005). Na Implantodontia esta controvérsia também é acentuada. Vários 
autores tem publicado diferentes recomendações quanto ao período de uso de 
antimicrobianos para as cirurgias de instalação de implantes. 
Um dos estudos mais relevantes na área é o de Esposito et al. (2013), onde os 
autores realizaram uma revisão sobre o tema com vários estudos clínicos que avaliaram 
diferentes protocolos medicamentosos em relação a dose e período de manutenção da 
administração de antimicrobianos após cirurgias de instalação de implantes. Após uma 
avaliação criteriosa, os autores sugerem que 2 g de Amoxicilina por via oral uma hora 
antes do procedimento reduz significativamente as falhas dos implantes dentais 
instalados em condições normais. Além disso, os autores mencionam que não existem 
evidências científicas que demonstrem que o uso de antibióticos no pós-operatório seja 
benéfico, e qual deles seria o mais eficaz nestes casos. 
Como indicação para o tratamento com antibióticos na clinica odontológica temos 
basicamente duas situações distintas: o tratamento de infecções já estabelecidas e a 
profilaxia ou prevenção de infecções. 
25 
 
6.1 Tratamento de infecções já instaladas 
No caso do tratamento das infecções já estabelecidas, deve-se ressaltar que o 
tratamento com antimicrobianos é um coadjuvante dos procedimentos clínicos, uma vez 
que a remoção da causa da infecção deve ser priorizada (Andrade, 2014). Infecções orais 
apresentam evolução rápida, porém uma vez removida a causa (ex.: exodontia, 
raspagem ou tratamento endodôntico) a cura, ou involução do processo também será 
rápida se houver intervenção clínica e medicamentosa. O profissional deve sempre 
priorizar o procedimento clinico para remoção da causa, e a prescrição de 
antimicrobiano deve ser mantida somente se houver manifestação sistêmica (febre, 
taquicardia, perda de apetite, fadiga, linfadenopatia, mal estar, etc). Além disso, nestes 
casos recomenda-se o acompanhamento da evolução clínica do paciente (a cada 24 
horas), para que o profissional possa ter um parâmetro mais diferenciado para o término 
da antibioticoterapia após a remissão de sinais e sintomas (geralmente três dias após a 
intervenção clínica). É importante ressaltar que não existem evidências científicas que 
suportem o conceito de “Ciclo de Resistência da Bactéria”, pelo qual recomendava-se que 
qualquer uso de antimicrobianos na Odontologia deveria permanecer por um prazo 
mínimo de 7 dias. 
Seguem a seguir algumas recomendações de antimicrobianos para casos de 
infecções leves a moderadas. 
 
Quadro 6 - Infecções leves a moderada. 
Antimicrobiano Dose de Ataque Dose de Manutenção Intervalo 
Amoxicilina (*) 1g 500 mg 8h 
Amoxicilina BD 875 mg 875 mg 12h 
Ampicilina 1g 500 mg 8h 
Fonte: Autoria própria. 
 
A Amoxicilina deve ser a droga de primeira escolha por características favoráveis 
quanto a espectro de ação para microbiota da cavidade oral e por seu perfil 
farmacocinético, atingindo altas concentrações plasmáticas em 45 a 60 minutos após a 
administração oral. 
Para casos de infecções de maior severidade (pericoronarite, abcessos maiores, 
infecções crônicas), o CD pode optar por associações de antimicrobianos, como mostra o 
quadro a seguir. 
26 
 
Quadro 7 – Infecções de maior severidade. 
Antimicrobiano Dose 
de Ataque 
Dose de 
Manutenção 
Intervalo 
Amoxicilina + 
Metronidazol 
1g + 
250 mg 
500 mg + 
250 mg 
8h 
8h 
 Amoxicilina BD + 
Metronidazol 
 875 mg+ 
400 mg 
875 mg+ 
400 mg 
12h 
12h 
Amoxicilina + 
Clavulanato 
1g 500 mg 8h 
Fonte: Autoria própria. 
 
Em casos de pacientes alérgicos à Penicilina, recomenda-se a utilização de 
macrolídeos (Claritromicina) ou Azitromicina para casos de infecções leves a moderadas, 
e de Clindamicina para casos de infecções mais severas. 
 
Quadro 8 – Antibioticoterapia para pacientes alérgicos à Penicilina. 
Antimicrobiano Dose 
de Ataque 
Dose de 
Manutenção 
Intervalo 
Azitromicina 500 mg 500 mg 24 h 
Claritromicina 1 g 500 mg 12 h 
Clindamicina 600 mg 300 mg 6 h 
Fonte: Autoria própria. 
 
A Eritromicina, antigamente recomendada como droga alternativa em pacientes 
alérgicos a penicilina não é mais recomendada pela alta incidência de microorganismos 
resistentes a este antimicrobiano, por sua hepatotoxicidade e também pelas várias 
interações medicamentosas possíveis com esta droga (Ramacciato, Motta, 2011). 
 
6.1.2 Uso profilático 
No caso da profilaxia antibiótica, o cirurgião-dentista deverá administrar os 
antimicrobianos em pacientes que não apresentam evidências de infecção para a 
prevenção de uma infecção, seja na ferida cirúrgica (como exodontia de molares inclusos 
com histórico de pericoronarite e cirurgias para colocação de implantes), conhecida como 
27 
 
profilaxia cirúrgica, ou para a prevenção de colonização bacteriana à distância (como o 
caso da endocardite infecciosa em pacientes suscetíveis). Basicamente, estas situações 
são divididas da seguinte maneira: 
Para prevenir infecções na própria cavidade bucal em casos de cirurgias de 
implante, procedimentos mais invasivos em pacientes imunocomprometidos (diabéticos, 
nefropatas, usuários de drogas). 
Para prevenir infecções à distância: prevenção da Endocardite Infecciosa, e em 
pacientes portadores de próteses ortopédicas e fístulas arterio-venosas. 
Nos casos de profilaxia antibiótica tem sido recomendada a preconizada pela 
American Heart Association. Embora esta recomendação tenha sido direcionada para a 
prevenção da Endocardite Infecciosa, ela tem sido usada como referência nos demais 
casos em que a profilaxia antibiótica seja recomendada: 
 
28 
 
7 PROTOCOLO PARA PROFILAXIA DE ENDOCARDITE INFECCIOSA PRECONIZADO 
PELA AMERICAN HEART ASSOCIATION (AHA) 
 
Quadro 9 – Drogas e esquemas posológicos. 
DROGA POSOLOGIA 
ADULTO 
POSOLOGIA CRIANÇA 
 
Amoxicilina (Amoxil→) 
 
 
2g 1hora antes 
 
50 mg/kg 1hora antes 
ALÉRGICOS ÀS PENICILINAS 
1. Clindamicina (Dalacin-C→-300mg) 
ou 
2. Azitromicina (Zitromax→-500 mg) ou 
Claritromicina (Klaricid→-250 mg) 
 
 
600 mg 1hora antes 
 
 
500 mg 1hora antes 
 
20 mg/kg 1hora antes 
 
 
15 mg/kg 1hora antes 
Fonte: Autoria própria. 
 
É importante ressaltar que, em relação à prevenção da Endocardite Infecciosa, a 
American Heart Association recomenda a profilaxia antibiótica APENAS para pacientes de 
alto risco (quadro a seguir), em que o procedimento clínico pode provocar quadros de 
bacteremia. 
 
Quadro 10 - Condiçõesde RISCO do paciente. 
RISCO 
CONDIÇÕES DE ALTO RISCO 
 
PROFILAXIA É RECOMENDADA 
• Valvas cardíacas protéticas (qualquer tipo) 
• Endocardite bacteriana prévia 
• Condutos pulmonares construídos cirurgicamente 
• Doença cardíaca congênica cianótica complexas, 
como a transposição das grandes artérias, os estados 
ventriculares simples e a tetralogia de Fallot. 
CONDIÇÕES DE RISCO MODERADO 
 
PROFILAXIA NÃO É RECOMENDADA 
• A maioria das malformações cardíacas congênitas, 
exceto as já descritas; 
• Disfunção valvar adquirida (ex:doença cardíaca 
reumática); 
• Cardiomiopatia hipertrófica; 
• Prolapso de valva mitral com regurgitação valvar e/ou 
espessamento dos folhetos valvares. 
CONDIÇÕES DE RISCO MÍNIMO 
 
PROFILAXIA NÃO É RECOMENDADA 
• Defeito septo atrial secundum isolado; 
• Correção cirúrgica de defeito septo atrial, ventricular, 
ou ducto arterioso patente (sem resíduos após 6 
meses); 
• Prolapso de valva mitral sem regurgitação valvar; 
• Murmúrios (sopros) cardíacos fisiológicos ou 
funcionais; 
• Doença de Kawasaki prévia sem disfunção valvar; 
• Febre reumática prévia sem disfunção valvar; 
• Marcapassos cardíacos (intravascular ou epicárdico) e 
desfibriladores implantados. 
Fonte: Adaptado da American Heart Association (2007). 
 
29 
 
A seguir são apresentadas algumas recomendações adicionais para pacientes de 
risco para endocardite infecciosa. Por exemplo, se o paciente já se encontra sob 
tratamento com antimicrobianos (Amoxicilina, por exemplo), por motivos médicos, o 
profissional não deve aumentar simplesmente a dose do antibiótico em uso!!! Nestes 
casos recomenda-se selecionar uma droga de outro grupo (Azitromicina, por exemplo). 
Se o paciente fizer uso constante de antimicrobianos (geralmente do grupo das 
penicilinas) para prevenir a recorrência de febre reumática aguda, deve-se selecionar a 
Clindamicina, Azitromicina ou a Claritromicina para a profilaxia da endocardite, pois a 
microbiota destes indivíduos pode ser resistente às penicilinas (devido a pressão seletiva 
por uso recorrente). Além disso, o CD também deve seguir algumas recomendações 
adicionais descritas a seguir. 
 
7.1 Normas gerais de conduta para a profilaxia à Endocardite Infecciosa 
a) trocar informações com o cardiologista do paciente; 
b) fazer o paciente bochechar, por 1 minuto, com uma solução de Clorexidina (0,12 
a 0,2%) antes de cada sessão de atendimento; 
c) somente iniciar o atendimento após certificar-se que o paciente tomou a 
medicação antibiótica profilática; 
d) não empregar Tetraciclinas, sulfas ou outros antimicrobianos não recomendados 
pelas normas da AHA, 2007 na profilaxia da endocardite; 
e) planejar o tratamento de tal forma que seja possível realizar o maior número de 
procedimentos odontológicos, sob uma mesma cobertura antibiótica; 
f) evitar os traumatismos gengivais; 
g) estabelecer um intervalo mínimo de 9 a 14 DIAS entre as sessões, para minimizar 
a seleção de microrganismos resistentes; 
h) instituir medidas de prevenção das doenças bucais; 
i) realizar “check-up” periódicos. 
Na dúvida sobre a necessidade de se FAZER ou NÃO a profilaxia da 
endocardite, FAÇA, com cópia da receita assinada pelo paciente para guardar no 
prontuário clínico. 
 
30 
 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Embora as principais classes de medicamentos utilizadas na Odontologia foram 
apresentadas de forma resumida neste Manual, deve-se destacar a importância da 
anamnese para a realização de um Terapêutica Medicamentosa segura e eficaz. Por 
meio de simples perguntas o cirurgião-dentista poderá traçar o perfil inicial do paciente, 
pois em indivíduos saudáveis (ASA I) o risco de interações adversas fica restrito aos 
fármacos que o próprio profissional poderá prescrever ou administrar. Entretanto, a 
possibilidade disto ocorrer aumenta no atendimento de pacientes que fazem uso contínuo 
de um ou mais medicamentos, especialmente os pacientes idosos. 
Também é importante ressaltar a relação profissional entre o cirurgião-dentista e 
o médico que atende o paciente, pois a troca de informações sobre o risco/benefício do 
emprego das soluções anestésicas locais e de outros fármacos pode evitar as interações 
farmacológicas adversas. O cirurgião-dentista é, em última análise, o responsável direto 
pelo procedimento odontológico, e deve selecionar a solução anestésica local e demais 
fármacos para um determinado tipo de paciente e/ou intervenção, ao invés de transferir 
esta responsabilidade. 
31 
 
REFERENCIAS 
 
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World Health Organization – WHO. Pharmaceuticals Newsletter [text on the internet]. 
2002 [cited 2012 Apr 15]. Available from: 
http://www.who.int/medicines/publications/newsletter/en/news2002_1.pdf. 
33 
 
ANEXO A – RECEITA COMUM 
 
IDENTIFICAÇÃO DO PROFISSIONAL 
Especialidade CRO 
End. Consultório/residência 
 
 
* Serviço Público: constar nome/endereço e cada profissional deverá ter seu 
carimbo para identificação. 
 
 
 
CABEÇALHO:Nome/Endereço do paciente 
 
 
 
USO EXTERNO/INTERNO** 
 
 
 INSCRIÇÃO: Nome genérico, concentração, quantidade 
 ORIENTAÇÃO: Doses, horários, precauções, etc 
 
 
DATA, CARIMBO e ASSINATURA 
 (à tinta e de próprio punho) 
 
 
** Qualquer medicação administrada por via Oral, quando o paciente deglute o medicamento é 
considerada USO INTERNO. Outras vias de administração (Injetável, Sublingual, Retal, 
Bochecho) são consideradas USO EXTERNO. 
 
 
 
 
 
34 
 
 
ANEXO B – RECEITA MAGISTRAL - VIA PARA A FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO 
 
 
IDENTIFICAÇÃO DO PROFISSIONAL 
Especialidade CRO 
End. Consultório/residência 
 
 
* Serviço Público: constar nome/endereço e cada profissional deverá ter seu 
carimbo para identificação. 
 
 
 
CABEÇALHO:Nome/Endereço do paciente 
 
Preparar: 
 
Digluconato de Clorexidina _______________________________ 0,12% 
q.s.p _________________________________________________ 1 litro 
 
 
 
 
DATA, CARIMBO e ASSINATURA 
 (à tinta e de próprio punho) 
35 
 
ANEXO C - RECEITA DE CONTROLE ESPECIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
ANEXO D – MODELO DE NOTIFICAÇÃO DE RECEITA 
 
 
 
UF 
XX 
NOTIFICAÇÃO DE RECEITA 
SÉRIE J 
 
 NO 01 123456 
IDENTIFICAÇÃO DO EMITENTE 
MEDICAMENTO OU SUBSTÂNCIA 
FORMA FARM/CONCENT. P/ UNID POSOL. 
QUANTIDADE E APRESENTAÇÃO 
NOME 
B 
Data ____ de __________ de _______ 
PACIENTE: _______________________ 
__________________________________ 
END: _____________________________ 
__________________________________ 
 
ASSINATURA E CARIMBO 
IDENTIFICAÇÃO DO COMPRADOR 
NOME:_____________________________________________________________ 
IDENT. NO_________________ÓRGÃO EMISSOR_________ FONE __________ 
END: ______________________________________________________________ 
IDENTIFICAÇÃO DO FORNECEDOR 
 
 
____________ ___/___/______ 
 NOME DATA

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