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Novos Prismas para análise da advocacia popular no Brasil

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Universidade de Caxias do Sul – Nugua
Disciplina: leitura e Escrita na formação universitária
Docente: Diego Chappionoto 
Acadêmico (a): Bárbara Bidese e Jéssica Lunardi Xavier
O direito que foi privado :
No Brasil, a advocacia popular tem representado uma atuação jurídica emblemática no uso do direito para este fim, dedicada á promoção de direitos em contextos de lutas coletivas e orientada a garantir o acesso a justiça em favor dos grupos socialmente excluídos. 
Isso também se refere a democracia, o problema da grave concentração de renda no Brasil, a corrupção que envolve órgãos governamentais, e o descaso histórico do governo brasileiro com os direitos fundamentais de seus cidadãos são problemas que somente se encerarão com a democracia que deve se fazer presente.
Como alavanca do desenvolvimento econômico e social, os direitos sociais merecem também é uma das responsáveis pela crise do estado- nação, pois provoca mudanças significativas no âmbito das relações sociais dos padrões de vida e de cultura, transformando o próprio estado e a política. Assim, a mudança do enfoque economista como modelo de desenvolvimento é necessária para humanizar os projetos de desenvolvimento, permitindo ações mais abrangentes como participações da sociedade e geradoras de emancipação humana.
Desta forma, se for um lado, o direito tem se constituído em instrumento hegemônico para proteger da globalização neoliberal, por outro lado, o direito tem sido papel significativo para desafiar certas estruturas e atitudes com a consecução de princípios e práticas político-jurídicas alternativas. A estes princípios e as estratégias legais orientadas ai aprofundamento da globalização contra- hegemônica , Santos chamou de legalidade cosmopolita subalterna.
A advocacia popular tornou-se um novo conceito de advocacia no Brasil, mas ao advogado popular, realmente é um ser em extinção? E sobrevive aos moldes do direito Brasileiro de hoje que tornou-se um Direito Privado? Há contradições referentes a esse tema, juntamente com a fragmentação nos estados. 
Alguns tratam as questões do “ser” advogado popular como uma “questão de espírito”. Penso que hoje em dia é uma concepção muito restrita e problemática, pois aceita o estado geral de fragmentação das lutas e organizações de vários instrumentos de luta da classe que vive do trabalho.
Na realidade, mais do que se posicionar em empregos que possam conjugar sua prática profissional com seus princípios e marcos éticos, transitando na fronteira do profissionalismo e as disputas de cargos, existem advogados de causa que politizam as causas de forma explícita e demarcada. 
Tal atitude de transcender em último grau, o jurídico em direção ao político, se dá por que os advogados não apenas escolhem lados , mas afastam o ideal de neutralidade, mas sim, por que de fato, colocam o politizar a prática legal como eixo central de ser ativismo.
Não se trata de escolher um lado compatível com o seu referencial, ético e político e sim manter-se nos limites do profissionalismo, se trata antes de tudo assumir um papel a projeto transformativo de conduzir uma trajetória e militância a partir dele.
Usualmente, prestamos atenção apenas aos militantes políticos, os sindicalistas, os movimentos contra homofobia, as organizações, os movimentos estudantis, os intelectuais críticos, a mídia alternativa, etc., sem nos darmos conta de um importante grupo bastante atuante e combativo: os advogados das causas populares.
Superficialmente, os princípios da maioria e a proteção dos direitos individuais e das minorias podem parecer contraditórios. Na realidade, contudo, estes princípios são pilares gêmeos que sustêm a mesma base daquilo que designamos por governo democrático.
Pode não haver uma resposta única a como são resolvidas as diferenças das minorias em termos de opiniões e valores, apenas a certeza de que só através do processo democrático de tolerância, debate e disposição para negociar é que as sociedades livres podem chegar a acordos que abranjam os pilares gêmeos do governo da maioria e dos direitos das minorias.
As minorias devem acreditar que o governo vai proteger os seus direitos e a sua identidade própria. Feito isto, esses grupos podem participar e contribuir para as instituições democráticas do seu país, seja devido à sua origem étnica, convicção religiosa, localização geográfica, nível de renda ou simplesmente por ter perdido as eleições ou o debate político desfrutam de direitos humanos fundamentais garantidos que nenhum governo e nenhuma maioria, eleita ou não, podem tirar. As democracias entendem que proteger os direitos das minorias para apoiar a identidade cultural, práticas sociais, consciências individuais e atividades religiosas é uma de suas tarefas principais.
O papel dos advogados populares tem adquirido importância nas últimas duas décadas, especialmente por traduzir as reivindicações políticas em reivindicações jurídicas. A riqueza desta experiência tem proporcionado uma variedade de estudos em diferentes conceitos e categorias analíticas. 
Assim, é preciso ir além da mera institucionalidade estatal e jurídica. É preciso compreender claramente que, no limite, é preciso construir um novo modelo de sociedade que substitua a atrasada estrutura econômica atual. E, sendo o direito parte da superestrutura de dominação, sua utilização pelas forças populares transformadoras é digna de todos os nossos elogios, porém limitada: ultrapassar o capitalismo implica em ações muito mais enérgicas que a batalha forense. É preciso a transformação radical do atual modo de produção. 
Referências Bibliograficas:
“Direitos humanos e advocacia popular” – de autoria da Doutora Flávia Carlet.
Revista crítica do Direito online : WWW.criticadodireito.com.br

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