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Doenca do Disco Intervertebral Cervical em Caes - Filipe Augusto Sales Gomes

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FILIPE AUGUSTO SALES GOMES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇA DO DISCO INTERVERTEBRAL CERVICAL EM CÃES 
Revisão de literatura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2008
FILIPE AUGUSTO SALES GOMES 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇA DO DISCO INTERVERTEBRAL CERVICAL EM CÃES 
Revisão de literatura 
 
 
 
Monografia apresentada junto ao Curso de Especialização Latu 
Sensu em Clínica Médica e Cirúrgica em Pequenos Animais – 
UCB para obtenção do título de especialista. 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: 
Prof. Dr. Adilson Donizeti Damasceno – EV/UFG 
 
 
 
 
 
Goiânia 
2008 
ii 
 
SUMÁRIO 
 
 
LISTA DE FIGURAS....................................................................................................... iii 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................1 
2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................3 
2.1 Anatomia da coluna vertebral ....................................................................................3 
2.1.1 Disco intervertebral (DIV) .......................................................................................5 
2.2 Tipos de hérnia de disco............................................................................................6 
2.3 Localização da lesão .................................................................................................7 
2.4 Tratamentos ..............................................................................................................9 
2.4.1 Tratamento conservativo ......................................................................................10 
2.4.2 Tratamento cirúrgico.............................................................................................12 
2.5 Cuidados pós-operatórios e prognóstico .................................................................15 
3 CONCLUSÃO.............................................................................................................17 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................18 
 
iii 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 – Ilustração esquemática da medula espinhal após a retirada da lâmina 
dorsal mostrando a relação dos segmentos da medula espinhal com os corpos 
vertebrais.........................................................................................................................4 
Figura 2 – Ilustração esquemática de um corte vertebral evidenciando a 
espessura ventral a dorsal do disco intervertebral. .........................................................5 
Figura 3 – Imagem radiográfica evidenciando a redução de espaço intervertebral 
entre C2 e C3 (seta). ........................................................Erro! Indicador não definido. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Galeno, em 130 d.C., estudou a coluna vertebral do homem e dividiu-a nas áreas cervical, 
torácica e lombar, a qual foi utilizada como descrição anatômica até a idade média. No século XVI, 
Versálio descreveu o disco intervertebral (DIV) e diferenciou o anel fibroso do núcleo pulposo 
(HOERLEIN, 1978). 
Charles Bell, um médico britânico, foi considerado como o primeiro a descrever a protrusão de 
disco intervertebral (HOERLEIN, 1978). Relatos anteriores desta síndrome descreveram-a como uma 
endocondrose intervertebral, uma proliferação cartilaginosa (endocondroma) originada do anel dorsal do 
DIV, pensando que estes "crescimentos" produziam compressão da medula dorsal e raízes nervosas 
(ETTINGER e FELDMAN, 2004). Posteriormente, a condição foi reconhecida como um prolapso do 
núcleo pulposo (LEONARD, 1971). 
A causa mais freqüente de injúrias à medula espinhal no cão é a doença do disco intervertebral 
ou hérnia de disco (BRAUND, 1996; BRAY e BURBIDGE, 1998). Aproximadamente, 15% das 
discopatias em cães acometem a região cervical, sendo a dor o principal sinal clínico (JANSSENS, 1991; 
TOOMBS, 1992; BRAUND, 1986; GILL et al, 1996; PADILHA FILHO e SELMI, 1999). 
A síndrome cervical é uma freqüente neuropatia em cães, principalmente em raças de pequeno 
porte, particularmente aquelas com características condrodistróficas. Entretanto a enfermidade pode 
ocorrer em qualquer cão sendo os dachshunds, beagles, poodles, representantes de 80% dos casos, 
spaniels, shih-tzus, pequineses e chihuahuas os mais freqüentemente afetados (CHERRONE et al, 
2004). Cães dobermann sofrem freqüentemente de discopatia cervical como parte da síndrome de 
Wobbler (espondilomielopatia cervical caudal) sendo a maioria dos pacientes com dois anos ou mais de 
idade, com a média de seis anos. As afecções discais são muito raras em cães com menos de um ano 
de idade. Outras condições devem ser consideradas como, afecções inflamatórias do Sistema Nervoso 
Central (SNC), subluxação atlanto-axial ou discospondilite. Não existe predisponência da afecção com 
relação ao sexo do animal (DENNY, 1978; DALLMANN et al, 1992). 
A doença do disco intervertebral (DDIV) cervical é a segunda mais comum em cães com 
moléstia no disco intervertebral. Em 90% dos animais com moléstia discal cervical, um dos quatro 
espaços cervicais craniais está envolvido. Os sintomas clínicos podem variar desde a debilidade 
espástica (rígida) dos membros do mesmo lado do corpo (hemiparesia), passando pela debilidade de 
todos os membros (tetraparesia) e até a paralisia dos quatro membros (tetraplegia). Embora rara, foi 
descrita a tetraplegia associada à protrusão discal, sendo mais comum na extrusão de disco. Os reflexos 
espinhais e o tônus muscular podem estar intactos em todos os membros, não havendo evidencia de 
atrofia em quadros agudos. Espasmos cervicais, dor à palpação, rigidez cervical e relutância em 
flexionar ou estender a cabeça e pescoço são aspectos básicos da moléstia discal cervical (BRAUND, 
1986). 
Esses estudos, entre outros, serviram de base para o conhecimento das várias afecções que 
acometem a coluna vertebral do cão e do homem. Atualmente, entre as afecções cirúrgicas, observamos 
as de etiologia múltipla como à síndrome de Wobbler, as hérnias de Hansen tipo I e II ou doença do 
2 
 
disco intervertebral, a instabilidade atlantoaxial e os traumas como fraturas e luxações (HOERLEIN, 
1978). 
3 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
 
2.1 Anatomia da coluna vertebral 
 
A medula espinhal (ME) situa-se no canal vertebral, alojada com mais espaço na porção 
cervical (BOYD e PATERSON, 1993). Estende-se desde o limite caudal do tronco encefálico no forame 
magno até a porção caudal das vértebras lombares, terminando, em média, na sexta vértebra lombar, 
com algumas variações entre espécies e raças (WHEELER e SHARP, 1999). 
No canal vertebral, encontra-se, envolvendo as meninges, uma significativa quantidade de 
tecido adiposo epidural e um plexo venoso que, juntamente com o líquido cefalorraquidiano (LCR), 
protegem a medula espinhal dos efeitos de pressão que surgem por movimentos da coluna vertebral 
(KÖNIG e LIEBICH, 2004). As meninges envolvem o sistema nervoso central (SNC). A mais externa é 
denominada dura-máter, composta de denso tecido conjuntivo. Internamente, tem-se a aracnóide que se 
situa adjacente a dura-máter. A pia-máter é uma camada que se situa diretamente sobre a superfície da 
medula espinhal (WHEELER e SHARP, 1999). Entre a pia-máter e a aracnóide há o espaço 
subaracnóideo, que é preenchido com o LCR, o qual flui principalmente em direção caudal sendo um 
líquido incolor com um nível muito baixo de proteína e conteúdocelular (JERRAM e DEWEY, 1999a). 
Com exceção das duas primeiras vértebras cervicais e das vértebras sacrais fusionadas, os 
corpos vertebrais são articulados por meio de discos intervertebrais e por seus processos articulares cuja 
articulação é classificada como sinovial (WHEELER e SHARP, 1999). 
A ME está localizada dentro do canal vertebral e contém raízes dorsais e ventrais que formam 
o sistema nervoso periférico (LECOUTEUR e CHILD, 1992). É dividida em regiões compostas por 
diversos segmentos espinhais (raízes nervosas espinhais). A primeira é a cervical cranial, composta 
pelos segmentos C1 a C5. Segue-se a região cervical caudal correspondente aos segmentos C6 a T2, 
que é a região da intumescência cervical, onde se localizam os corpos celulares dos neurônios que 
comandam os movimentos e a sensibilidade dos membros torácicos. A terceira região e mais ampla é a 
toracolombar, que corresponde aos segmentos T3 a L3. A última região é a lombossacral referente aos 
segmentos L4 a S3, que corresponde à intumescência lombar, onde se localizam os neurônios 
responsáveis pelos movimentos e sensibilidade dos membros pélvicos além das funções dos esfíncteres 
anal externo e vesical. Estes segmentos não correspondem às vértebras de mesmo número como 
representado na Figura 1 (LECOUTEUR e CHILD, 1992; WHEELER e SHARP, 1999; CHRISMAN et al, 
2005). 
4 
 
 
Figura 1 – Ilustração esquemática da medula espinhal após a retirada da lâmina dorsal 
mostrando a relação dos segmentos da medula espinhal com os corpos 
vertebrais. 
Fonte: (FOSSUM, 2005). 
 
O segmento craniocervical (C1-C5) está localizado nos corpos vertebrais C1-C4, o segmento 
caudocervical ou intumescência cervical (C6-T2) em C5-T1, o segmento toracolombar (T3-L3) em T2-L3, 
o segmento lombossacral ou intumescência lombossacra (L4-S3) em L4-L6 (FOSSUM, 2005). 
O neurônio motor superior sai do córtex e desce pela medula espinhal, é modulador, inibidor e 
controla o neurônio motor inferior. O neurônio motor inferior sai da medula e é mediador dos reflexos 
espinhais. Quando ocorre uma lesão do neurônio motor superior, ele determina perda da atividade 
motora voluntária, hiperreflexia, aumento do tônus muscular, atrofia muscular por desuso, presença do 
reflexo cruzado. Já a lesão no neurônio motor inferior leva a uma perda da atividade motora voluntária, 
hiporreflexia ou arreflexia, perda do tônus muscular, atrofia muscular e denervação (LINCOLN, 1992). 
 
 
 
 
5 
 
2.1.1 Disco intervertebral (DIV) 
 
Os discos intervertebrais estão localizados entre os corpos vertebrais, iniciando entre as 
vértebras C2-C3 e estendendo-se até as vértebras L7-S1. As vértebras sacrais, fundidas, não possuem 
discos, como entre as vértebras C1 e C2, que possuem articulação sinovial. Os discos também estão 
presentes nas vértebras coccígenas, mas não possuem significado clínico. As extremidades dos corpos 
vertebrais são recobertas por cartilagem e elas articulam-se por meio do disco intervertebral, formando 
uma articulação levemente móvel. Dois ligamentos também auxiliam a conectar os corpos vertebrais: os 
ligamentos longitudinais dorsal e ventral. O ligamento longitudinal dorsal corre no assoalho do canal 
medular, ou seja, acima do disco, enquanto o ligamento longitudinal ventral corre no leito dos corpos 
vertebrais. Complementando esse ponto de contato, a coluna vertebral também é sustentada por 
numerosos músculos, inserções tendíneas e outros ligamentos especializados (EVANS, 1993). 
O DIV consiste em duas regiões anatomicamente distintas, uma camada exterior de material 
fibrocartilaginoso organizado em camadas concêntricas conhecida como anel fibroso, e uma região 
central ovóide de material gelatinoso chamada de núcleo pulposo. O anel fibroso é aproximadamente 
duas vezes mais espesso ventralmente que dorsalmente, e sua estrutura laminar é mais proeminente 
ventralmente como demonstrado na Figura 2. O núcleo pulposo que se desenvolve da notocorda 
embrionária é excentricamente localizado no terço dorsal do DIV (HOERLEIN, 1978; SHORES e 
TEPPER, 2007). 
 
Figura 2 – Ilustração esquemática de um corte 
vertebral evidenciando a espessura 
ventral a dorsal do disco intervertebral. 
Fonte: www.nlm.nih.gov/medlineplus 
6 
 
As funções do disco intervertebral são absorver o choque e, ao mesmo tempo, permitir que a 
coluna vertebral seja flexível (JANSSENS, 1991). 
As vértebras cervicais, torácicas, lombares e sacras incorporam 26 discos intervertebrais no 
cão. O maior DIV fica situado entre a sétima vértebra lombar e a primeira vértebra sacral (L7-S1) 
(BRAUND, 1996; BOJRAB, 1998). Um ligamento intercapital está localizado dorsalmente aos discos 
intervertebrais da segunda à décima vértebra torácica. Este ligamento foi proposto como fator principal 
na baixa incidência de protrusão e extrusão de disco na região de T2-T10 (HOERLEIN, 1978). 
O limite cranial e caudal do DIV é formado por platores cartilaginosos que são compostos de 
cartilagem hialina e cobrem as epífises dos corpos vertebrais. Essas epífises do corpo vertebral são 
compostas de osso liso, denso, especializado, que se conecta com o platô cartilaginoso do disco. 
Coletivamente, estas estruturas funcionam minimizando o choque e trauma à espinha dorsal, uni os 
segmentos da coluna vertebral e protege os corpos vertebrais (BOJRAB, 1998; HOERLEIN, 1978). 
Individualmente, o anel fibroso produz estabilidade entre as vértebras enquanto permite um 
pouco de flexibilidade da coluna vertebral, sendo importante para a absorção de choque e engloba o 
núcleo pulposo. O núcleo pulposo absorve choque, iguala as forças colocadas no DIV e promove troca 
de fluídos entre a vértebra e o DIV. Os platores cartilaginosos protegem os corpos vertebrais e facilitam a 
troca de fluído entre os corpos vertebrais e os discos intervertebrais (BRAUND, 1986). 
 
 
2.2 Tipos de hérnia de disco 
 
A maioria dos cães com herniação de disco cervical têm extrusão de disco ao invés de 
protrusão (CHERRONE et al, 2004). Hiperestesia paraespinhal é o sinal freqüentemente informado 
(DALLMANN et al, 1992; CHERRONE et al, 2004) embora, a tetraparesia com ataxia proprioceptiva, 
tetraplegia, dor radicular, e comprometimento respiratório também pode ocorrer (TOMLISON, 1985). O 
trauma na coluna vertebral, espondilomielopatia cervical, subluxação atlanto-axial, tumores espinhais, 
meningomielites e outras doenças podem ter aparecimento clínico semelhante à herniação de disco 
cervical (DEWEY, 2003; BAGLEY, 2005). 
A hérnia de Hansen tipo I ou extrusão do núcleo pulposo é a saída do núcleo decorrente da 
ruptura do anel fibroso dorsal, podendo causar compressão dorsal, dorsolateral ou circunferencial na 
medula espinhal. A hérnia de Hansen tipo II ou protrusão do anel fibroso é a ruptura parcial da região 
dorsal do anel, permitindo o deslocamento do núcleo pulposo em sua direção (COATES, 2000). 
O trauma da medula espinal associada à hérnia de Hansen pode ser categorizado como uma 
lesão aguda (concussão) ou uma injúria compressiva progressiva da medula espinhal. A concussão 
geralmente é associada à extrusão do núcleo pulposo (hérnia de Hansen tipo I), enquanto a compressão 
pode estar associada à hérnia de Hansen tipo I ou II. No tipo I, ocorrem, conjuntamente, a concussão e a 
compressão da medula espinhal. Lesão primária ou concussão da medula espinhal é composta de lesão 
neural, vascular e meningeal e diminuição do fluxo sanguíneo na medula espinhal. A severidade dessas 
lesões depende da massa e da velocidade do material do disco extruído para dentro do canal vertebral. 
7 
 
A lesão secundária é decorrente da cascata de eventos vasculares, bioquímicos e celulares após o início 
da lesão primária.Os mecanismos relacionados que contribuem são: a isquemia da medula espinhal, 
produção de radicais livres, anormalidades eletrolíticas e ativação de neutrófilos e macrófagos 
(BERGMAN, 2004). 
 
 
2.3 Localização da lesão 
 
A dor é o sinal clínico mais freqüente na doença do disco intervertebral da coluna cervical. 
Cabeça baixa, orelhas para trás, pescoço rígido, locomoção cautelosa e espasmos dos músculos da 
coluna cervical são manifestações clínicas da dor cervical. Os sintomas podem aparecer de forma 
aguda, mas a severidade aumenta com o decorrer dos dias ou das semanas. Freqüentemente a dor não 
é responsiva ao tratamento medicamentoso. Os cães que possuem lesões do disco intervertebral 
cervical exibem sinais de disfunção medular, variando de leve ataxia a tetraparesia (COATES, 2000). O 
déficit neurológico reflete a região medular afetada. A severidade varia, mas é extremamente rara a 
perda total da sensação da dor profunda, como pode ocorrer após as lesões agudas da coluna 
toracolombar. O disco intervertebral mais envolvido é o C2-C3, diminuindo a incidência caudalmente 
(TOOMBS, 1992). 
É importante as informações obtidas durante a anamnese, para o direcionamento da suspeita 
clinica bem como a conduta a ser adotada (STERNA et al, 2004). Em exames neurológicos realizados 
nos animais com suspeita de afecção na coluna cervical, é necessária a verificação da propriocepção 
consciente sendo que quase todos os pacientes não respondem a esse teste. Outro importante achado 
de afecções discais da coluna cervical é a reação dolorosa que se pode encontrar em 80% dos casos 
(JURINA e GREVEL, 2001). A determinação da propriocepção consciente é avaliada no animal em 
estação pelo teste de posicionamento da pata e o reflexo do passo. Animais com deficiência de 
propriocepção consciente que podem andar, geralmente descansam o dorso das unhas anormalmente 
(WHELLER e SHARP, 1999). 
Em pacientes com possível doença neurológica, deve-se realizar um exame físico geral 
minucioso. Alguns distúrbios metabólicos, cardiovasculares ou musculoesqueléticos mimetizam a 
aparência clínica de distúrbios neurológicos como, por exemplo, insuficiência cardiovascular, rupturas de 
ligamentos cruzados bilaterais dentre outras. Deve-se observar o animal à medida que ele se movimenta 
pela sala de exame enquanto se faz a anamnese. As dificuldades visuais podem ficar mais aparentes 
quando o animal é colocado em novos ambientes. Também pode ficar evidente, perda proprioceptiva, 
especialmente em piso escorregadio. Deve-se mimetizar o movimento do paciente traumatizado até que 
se consiga eliminar a presença de fratura espinhal (FOSSUM, 2005). 
O exame neurológico é uma extensão do exame físico geral e deve ser realizado após finalizar 
os sinais predisponentes, a anamnese e o exame físico (FOSSUM, 2005). O exame neurológico é 
realizado com o objetivo de determinar a localização precisa da lesão espinhal e sua gravidade 
(WHEELER e SHARP, 1999). Deve ser realizado em área sem distrações e com piso adequado. Antes 
8 
 
de um exame, não se deve administrar sedativos, narcóticos e/ou tranqüilizantes. No entanto, é 
importante que o animal fique relaxado e que se comece o exame pela avaliação do estado mental, da 
postura e da marcha do animal (FOSSUM, 2005). 
O estado mental pode ser definido como alerta (normal), deprimido (consciente, porém inativo), 
não responsivo ao ambiente, estupor (dorme quando não perturbado, não responderá a estímulos 
inócuos, mas despertará com estímulos dolorosos) ou comatoso (não pode ser despertado mesmo com 
estimulo doloroso) (FOSSUM, 2005). 
A avaliação de atitude, postura e modo de andar iniciam-se observando o paciente como ele 
relaxa na sala de exame. Deixe-o movimentar-se para melhor avaliar sua capacidade, a menos que ele 
tenha lesão espinal aguda, quando sua movimentação deve ser limitada. Notar o grau da função motora, 
a marcha (analisando particularmente qualquer assimetria) e o comportamento geral. Pacientes que 
parecem paraplégicos em repouso podem exibir algum movimento voluntário se sustentados por atadura 
ou pela cauda. Debilidade unilateral e deficiências sensitivas podem ser reveladas pelos testes de 
saltitar, hemisustentação e hemimarcha. Determinação da força muscular, se o paciente for capaz de se 
manter em pé, por pressionar para baixo os ombros e articulações coxofemorais. Após realização destes 
testes, a qualidade locomotora pode então ser classificada em paraplégica, tetraplégica, hemiparética 
(WHEELER e SHARP, 1999). 
Suspeitas clínicas como fratura vertebral, lesão no SNC, displasia atlanto-occiptal, síndrome de 
Wobbler e toxoplasmose quando se suspeita de enfermidades cervicais devem fazer parte dos 
diagnósticos diferenciais, enfatizando, porém, que somente pelo diagnostico por imagem como a 
radiografia (figura 3), mielografia e fluoroscopia, poder-se-á concluir o diagnóstico (OLMSTEAD, 1995). 
 
Figura 3 – Imagem radiográfica da coluna cervical de um cão em 
projeção latero-lateral evidenciando a redução de espaço 
intervertebral entre C2 e C3 (seta) sugestivo de hérnia de 
disco. 
9 
 
Deve ser feita nota particular à presença da síndrome de Horner (ptose, miose, enoftalmia e 
protrusão da terceira pálpebra), que ocorre com interferência do suprimento do nervo simpático para o 
olho. Isto pode ser um achado de afecção espinhal se segmentos da medula espinhal cervical, porções 
craniais torácicas ou raízes nervosas estão envolvidas (WHEELER e SHARP, 1999). 
A maioria dos animais afetados apresenta histórico de dor, com ou sem paresia. Os animais 
podem assumir postura com o focinho mantido próximo ao chão e com o dorso arqueado. A reação de 
carrinho de mão com os membros está comumente deprimida, e as reações de salteamento e 
posicionamento podem estar deficientes nos membros torácicos e pélvicos. Alguns cães podem manter 
um dos membros torácicos em flexão, mostrando-se relutante em caminhar (BOJRAB, 1998). A 
presença de dor profunda no paciente com suspeita de lesão medular é um fator importante a ser 
avaliado pelo clínico, pois se sabe que na ausência da mesma, por um período superior a 24 horas, o 
prognóstico torna-se sombrio (BROCKMAN e TROUT, 1991). 
Com o exame neurológico terminado, deve-se fazer uma tentativa para determinar a 
localização neuroanatômica única que explique todos os achados anormais. A lesão deve ser 
classificada inicialmente por estar localizada acima ou abaixo do forame magno. As lesões suspeitas de 
estarem acima do forame magno devem ser classificadas adicionalmente em uma de cinco localizações 
no cérebro: córtex cerebral, diencéfalo (tálamo e hipotálamo), tronco cerebral (ponte e medula oblonga), 
sistema vestibular ou cerebelo. As lesões suspeitas de estarem abaixo do forame magno devem ser 
localizadas adicionalmente em uma de cinco localizações no cordão espinhal: cervicais craniais, 
cervicais caudais, toracolombares, lombossacrais e sacrais (SEIM III, 2002). 
Pode-se conseguir a localização precisa da maioria dos distúrbios espinhais com radiografias 
(radiografias simples e mielografias). A complexidade da espinha exige que se dê atenção cuidadosa às 
técnicas radiográficas, posicionamentos e interpretações apropriadas. Quando radiografias espinhais são 
efetuadas, deve-se usar anestesia geral. É exigido um posicionamento simétrico cuidadoso para 
sustentar a espinha durante reposicionamento, para a obtenção de projeções laterais e ventrodorsais de 
cada seção espinhal. A utilização de um filme radiográfico de alta qualidade, radiografar separadamente 
cada seção espinhal, além de uma técnica radiográfica de alto contraste (menos de 60 kVp) com 
colimação estreita torna-se necessário (WHELLER e SHARP, 1999).2.4 Tratamentos 
 
No século XX, mais precisamente em 1950, Hansen e Olsson relataram a predisposição das 
raças condrodistróficas à doença do disco intervertebral. No ano seguinte, Olsson, Redding e Greece 
propuseram como tratamento a fenestração de disco, a hemilaminectomia e a laminectomia dorsal 
respectivamente. Hoerlein, em 1952, descreveu a associação dessas técnicas (HOERLEIN, 1978). 
O conhecimento das variações anatômicas normais para cada seção da coluna e uma 
interpretação precisa deve-se basear nos dados mínimos, nos achados anamnéticos e nos exames físico 
e neurológico (FOSSUM, 2005). 
10 
 
A doença de disco cervical é uma desordem comum. As formas principais de tratamento são as 
conservadoras, a fenestração e a descompressão ventral através de abertura. O tratamento conservador 
pode ter êxito, mas a recuperação pode ser muito longa e 36% dos cães terá recidiva (RUSSELL e 
GRIFFTITHS, 1968). A fenestração pode ser utilizada prosperamente, especialmente para tratar lesões 
de disco cervicais, caso o animal não tenha nenhuma paresia significante (FRY et al, 1991; DENNY e 
BUTTERWORTH, 2000). Usando a descompressão ventral com a abertura inclinada modificada, o 
espaço do disco pode estar fora da abertura feita pela ostectomia sem causar potencialmente uma 
desestabilização intensa como uma abertura ventral padrão (McCARTNEY, 2007). A técnica de abertura 
ventral padrão não só remove o disco doente mas também descomprime a medula espinhal e seria 
utilizada especialmente em casos que têm paresia (SEIM e PRATA, 1982; SMITH, 1997; DENNY e 
BUTTERWORTH, 2000). Porém, complicações sérias como subluxação vertebral, hemorragias e morte 
podem acontecer quando se utiliza a técnica de abertura ventral padrão (LEMARIE et al, 2000). 
As opções de tratamento consistem em tratamento conservativo e/ou cirúrgico e estão 
relacionados ao estágio da doença, ao grau de urgência e a situação econômica do proprietário. A 
necessidade do tratamento cirúrgico das afecções da coluna vertebral está sempre baseada na 
severidade e na duração dos sinais clínicos, no déficit neurológico acentuado e progressivo, na dor 
constante e no insucesso do tratamento conservativo (SIMPSON, 1992). 
O tratamento não-cirúrgico só deverá ser adotado quando se tratam de lesões leves de 
discopatias como as calcificações de discos intervertebrais. Esse tipo de tratamento requer repouso em 
gaiolas e uso de medicação antiinflamatória. Em casos graves, está indicado o tratamento cirúrgico 
(RUSSEL e GRIFFITHS, 1968). 
 
2.4.1 Tratamento conservativo 
 
A abordagem clínica e cirúrgica podem ser utilizadas no tratamento de hérnias de disco 
cervical no cão (DEWEY, 2003). O tratamento clínico ou conservativo pode consistir em combinações de 
descanso em gaiola, reabilitação física, administração de analgésicos, relaxantes musculares e 
medicamentos antiinflamatórios como os AINES (antiinflamatórios não-esteróides) ou glicocorticóides e 
cimetidina (MATERA e PEDRO, 2006). São poucos os estudos nesse aspecto para comprovar o valor de 
cada uma destas intervenções, embora muitos autores enfatizam a importância do confinamento em 
gaiola para hérnia de disco cervical, que em sua forma mais extrema consiste em manter o cão a toda 
hora em uma área limitada pequena durante seis semanas permitindo assim cura e prevenindo 
herniações adicionais (COATES, 2000; DEWEY, 2003). 
O tratamento clínico normalmente é selecionado para cães com hiperestesia paraespinhal 
relativamente aguda com ou sem tetraparesia ambulatória moderada e ataxia proprioceptiva. 
Normalmente são indicados para cirurgia os cães com tetraparesia ambulatória significativa e deficiência 
neurológica severa (DEWEY, 2003). 
As informações sobre o sucesso da terapia médica em hérnias de disco cervical nos cães é 
limitada, embora foi sugerido que a hérnia de disco cervical é mais difícil de ser tratada com 
11 
 
medicamentos que a hérnia de disco toracolombar (WHEELER e SHARP, 1999; COATES, 2000). As 
razões para a dificuldade desse tratamento são especulativos e incluem, a dificuldade de imobilizar a 
coluna cervical e o potencial para volumes maiores de material de disco herniado quando comparada à 
coluna toracolombar, devido ao canal vertebral ser relativamente mais largo (EVANS, 1993; COATES, 
2000). Ocorre uma taxa substancialmente mais alta de retorno de sinais em cães tratados com 
medicamentos (36.3%) quando comparado aos tratados com cirurgia (5.6%) (RUSSELL e GRIFFITHS, 
1968). A recuperação é ainda mais significativa nos cães com doença do DDIV cervical que receberam 
glicocorticóides, analgésicos, ou AINES junto com acupuntura (LEVINE et al, 2007b). 
O tratamento conservativo para as hérnias de disco cervical freqüentemente tem êxito. Apenas 
18.1% dos cães tiveram fracasso no tratamento, definindo a necessidade de eutanásia ou cirurgia. Já 
48.9% tiveram sucesso completo sem episódios de hiperestesia paraespinal ou ataxia em um tempo 
médio de 2,8 anos. Um recente estudo na abordagem cirúrgica para hérnia de disco cervical em cães 
informou uma taxa de sucesso inicial de 99% com 10% dos cães com recidivas de hiperestesia cervical. 
Isto pode indicar que o tratamento conservativo tem uma melhor taxa de retorno e fracasso quando 
comparada ao tratamento cirúrgico (LEVINE et al, 2007a). 
A administração de AINES está associada com o sucesso do tratamento conservativo, apesar 
de não ser significantemente associada com a qualidade de vida dos cães. Vários autores expressaram 
a opinião de que os AINES podem ser benéficos em cães e humanos com DDIV que estão sendo 
tratados medicamentosamente (WHEELER e SHARP, 1999; COATES, 2000). Os AINES podem 
bloquear a atividade da cicloxigenase que conduz a uma redução das prostaglandinas de tecido, 
melhora a analgesia e a resposta inflamatória. As ações dos AINES podem limitar-se a inflamação da 
raiz nervosa secundária a herniação de disco em humanos (BERGH e BUDSBERG, 2005). O efeito 
analgésico dos AINES pode ser importante na recuperação de uma variedade de problemas ortopédicos 
e neurológicos, pois a redução da dor pode ajudar a uma precoce deambulação prevenindo a atrofia 
muscular por desuso (DAVIDSON et al, 2005). Porém, ulcerações gastrointestinais, perfuração 
gastrointestinal, desordens de coagulação e nefropatias podem acontecer com administração de AINES, 
especialmente se combinados com glicocorticóides (BERGH e BUDSBERG, 2005; LASCELLES et al, 
2005). Não se teve nenhuma evidência, em um estudo realizado em cães portadores de DDIV cervical, 
de efeito benéfico dos glicocorticóides na qualidade de vida dos animais (LEVINE et al, 2007b). 
Embora o confinamento em gaiola seja considerado um das bases do tratamento conservativo 
para hérnia de disco em medicina veterinária, resultados indicam que o confinamento rígido em longo 
prazo não é benéfico (LEVINE et al, 2007a). Alguns autores sugerem que o confinamento na cama em 
humanos com hérnia de disco cervical seja limitado entre 48 e 72 horas com repouso relativo associado 
a períodos de atividade física limitada com reabilitação, devendo ser aconselhado por várias semanas 
(SAAL et al, 1996). Embora o repouso na cama em humanos possa aliviar a hiperestesia paraespinhal e 
o peso sobre a coluna vertebral inicialmente, o repouso prolongado pode resultar em uma nutrição de 
disco alterada e atrofia muscular obtendo respostas negativas para o paciente (LEBLANC et al, 1994). 
Foram sugeridas várias formas de reabilitação física benéficas em desordens espinhais em cães com 
mielopatia degenerativa (KATHMANN et al, 2006), mielopatia embólica fibrocartilaginosa (GANDINI et al, 
12 
 
2003) e em recuperação de disco herniado (OLBY et al, 2005). Um período inicial de confinamentoem 
gaiola rígida pode ser benéfico, mas aquele repouso prolongado sem atividade física e reabilitação pode 
não ter benefício (LEVINE et al, 2007a). 
O diagnóstico definitivo de hérnia de disco cervical requer na maioria dos casos uma imagem 
avançada, como mielografia, tomografia computadorizada ou imagem de ressonância magnética, mas 
estes procedimentos raramente são executados em cães nos quais o tratamento conservativo é 
inicialmente realizado (COATES, 2000; DEWEY, 2003). Os métodos de diagnóstico utilizados por muitos 
médicos veterinários são apenas a imagem radiográfica, além da falta de avaliação inicial do cão 
(LEVINE et al, 2007a). 
Investigações de retorno a atividades após tratamento cirúrgico e conservador são na maioria 
dos casos feitas com avaliações baseadas pelo proprietário do animal, podendo ocorrer alterações no 
prognóstico, uma vez que a percepção do proprietário e do médico veterinário são diferentes e animais 
que apresentam deambulação incoordenada podem apresentar osteoartrite no quadril, por exemplo, e já 
está recuperado da hérnia de disco (HIELM-BJORKMAN et al, 2003; BRISSON et al, 2004; MAYHEW et 
al, 2004). 
Embora não se tenha uma associação entre duração do repouso em gaiolas gaiola e o sucesso 
no tratamento, um período breve de uma a duas semanas é aconselhado sendo que isto pode reduzir a 
dor e a inflamação da raiz nervosa em humanos (SAAL et al, 1996). Repousos prolongados em gaiola, 
durante um mês ou mais, pode ajudar a prevenir a herniação do disco adicional e permite cura tecidual, 
embora estudos experimentais e relatos em humanos com hérnia de disco cervical ou lombar tratados 
conservativamente, não obtiveram melhoras significativas (SAAL et al, 1996; OLBY et al, 2005). Uma 
precoce mobilização, reabilitação física controlada e combinada parecem ser razoáveis. Porém, uma 
informação objetiva benéfica para este tipo de tratamento não esta comprovada. Evidência de humanos 
com discopatia cervical tratados conservativamente, sugere que com o passar do tempo, o tamanho do 
material prolapsado possa diminuir conduzindo a melhora; mecanismo pelo qual isto acontece é ainda 
desconhecido (LEVINE et al, 2007a). 
Os AINES em cães com hérnia de disco cervical foram relacionados com melhora na qualidade 
de vida. Podem ser associados com opióides em cães que têm hiperestesia paraespinal severa. Cães 
que não apresentam melhora com o tratamento médico deveriam receber diagnósticos diferenciais como 
a análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) e exame de imagem avançada da coluna vertebral para 
determinar o melhor modo de intervenção (LEVINE et al, 2007b). 
 
2.4.2 Tratamento cirúrgico 
 
O tratamento cirúrgico é indicado quando há dor persistente e déficit neurológico moderado ou 
severo. As terapias de escolha para o manejo da doença do disco intervertebral cervical são diferentes 
técnicas cirúrgicas (OLSSON, 1952). 
Os pacientes tetraparéticos apresentam freqüentemente, um comprometimento respiratório 
subclínico e requerem um suporte ventilatório durante a cirurgia. Os animais que sofrem cirurgias da 
13 
 
espinha cervical devem ter dois cateteres cefálicos colocados para permitir rápida administração de 
fluido se ocorrer hemorragia no seio venoso. Devem estar disponíveis sangue para transfusão e suporte 
ventilatório mecânico (DENNY e BUTTERWORTH, 2000). Os procedimentos pré-operatórios de cirurgias 
espinhais exigem, normalmente, que se retraiam cuidadosamente o cordão espinhal e as raízes 
nervosas. A administração pré-operatória de corticoesteróides pode proporcionar alguma proteção a 
essas estruturas durante uma cirurgia, no entanto, eles devem ser usados cuidadosamente, pois podem 
predispor a ulceração gastrointestinal (FOSSUM, 2005). 
Toda cirurgia ortopédica e neurológica deve ter assepsia rigorosa, devendo ser feita em dois 
momentos, ou seja, assepsia previa e definitiva (PIERMATTEI e FLO, 1999). É impossível eliminar todos 
os microorganismos de um ferimento cirúrgico ou de um campo operatório. No entanto, uma técnica 
asséptica limita a exposição do paciente a uma quantidade prejudicial de microorganismos (FOSSUM, 
2005). 
Foram avaliadas e descritas várias técnicas de descompressão para a coluna cervical no cão, 
incluindo, a descompressão por abertura ventral (FITCH et al, 2000), a fenestração de disco (FRY et al, 
1991), a laminectomia dorsal e a hemilaminectomia (ROSSMEISL et al, 2005). A descompressão por 
abertura ventral conhecida como “slot” ventral, se tornou um procedimento cirúrgico amplamente aceito, 
mas está limitada, pois não permiti uma boa visualização da espinha dorsal, tem acesso limitado para 
extrusões de disco laterais (SEIM e PRATA, 1982; FRY et al, 1991) e pode causar uma instabilidade 
intervertebral adicional produzindo colapso medular (HOERLEIN 1978). Embora a instabilidade cervical 
está direcionada para cães de grande porte, o papel de instabilidade cervical, o seu impacto clínico e o 
tratamento não é amplamente abordado em cães de pequeno porte (ADAMO et al, 2007). 
A fenestração de disco é a criação de uma janela ou fenestra no anel fibroso lateral ou ventral 
para remover o núcleo pulposo a partir do espaço intervertebral (FOSSUM, 2005). Os discos 
intervertebrais não calcificados podem ser fenestrados podendo prevenir uma futura extrusão de material 
para o canal vertebral (WHELLER e SHARP, 1999). Porém, não é recomendada a associação das 
técnicas de fenestração de disco intervertebral com a de descompressão ventral (FOSSUM, 2005). A 
fenestração pode beneficiar pacientes com dor discogênica. Sugere também que as fenestrações de 
espaços discais alternados após a fenda ventral pode diminuir a recorrência de herniação discal, no 
entanto, isso é controverso (JURINA e GREVEL, 2001). Lesões na medula espinal durante a prática da 
fenestração podem ocorrer se o espaço intervertebral for explorado com descuido (WHELLER e SHARP, 
1999). 
A deterioração neurológica depois da fenestração pode ocorrer, provavelmente aonde a técnica 
incorreta de fenestração conduz o material do disco forçadamente para o canal vertebral (TOMLISON, 
1985). Após a fenestração, o tempo de recuperação é variado. Dos cães com deficiências neurológicas 
suaves, paresia dos membros torácicos, 70% recuperaram-se em média em 3,6 semanas (máximo de 
oito semanas) quando comparados com graves deficiências, hemiparesia, tetraparesia ou tetraplegia, 
que totalizaram 60% e recuperaram-se em média com seis semanas (DENNY, 1978). 
A laminectomia dorsal é a remoção dos processos espinhosos dorsais, lâminas e porções dos 
pedículos para expor a face dorsal do cordão espinhal e das raízes nervosas. O termo hemilaminectomia 
14 
 
dorsolateral se refere à remoção unilateral das lâminas lateral e dorsolateral, respectivamente, além da 
remoção dos pedículos e das facetas articulares. O termo foraminectomia se refere à remoção do teto do 
forame intervertebral. A facetectomia é a excisão completa das facetas articulares cranial e caudal. O 
termo fenda ventral se refere à criação de um defeito ósseo na face ventral de um espaço intervertebral 
cervical para entrar e visualizar o canal espinhal ventral o qual proporciona acesso limitado ao forame 
intervertebral (FOSSUM, 2005). 
A laminectomia cervical dorsal é um tratamento efetivo para a espondilomielopatia cervical 
caudal em cães que apresentem compressão dorsal ou locais de múltiplo envolvimento. Na maioria dos 
cães tratados com laminectomia dorsal cervical, o estado neurológico piora após a cirurgia, porém, 
resultados em longo prazo e taxas de retorno, são comparáveis aos vistos em outras técnicas cirúrgicas 
para tratamento de espondilomielopatia cervical caudal (RISIO et al, 2002). 
A descompressão por aberturaventral pode ser combinada com a distração e estabilização dos 
corpos vertebrais sendo que a distração pode ser feita utilizando várias técnicas cirúrgicas como a que 
faz o uso de parafusos colocados nos corpos vertebrais adjacentes ao local da abertura para a distração 
da abertura e posteriormente a colocação de polimetilmetacrilato (ADAMO et al, 2007) ou osso cortical 
alógeno dentro da fenda ventral (FITCH et al, 2000). 
A hemilaminectomia é realizada por ascesso dorsal ou dorsolateral sendo prosperamente 
utilizada para aliviar sinais clínicos e compressão de raiz nervosa, porém é tecnicamente mais difícil, 
mais invasiva e tem maiores complicações quando comparada a abertura ventral. Casos graves de 
extrusões de disco incluindo disco lateralizado possivelmente, protrusões, respondam favoravelmente a 
descompressão através da abertura ventral e responde significativamente melhor quando a abertura 
ventral é executada com distração e estabilização vertebral (ROSSMEISL et al, 2005). 
O uso de um enxerto autógeno do íleo para a estabilização cervical são favoráveis em cães 
com instabilidade vertebral. É importante a colocação de um enxerto autógeno de osso no lado ventral 
do espaço intervertebral e posteriormente, realizar a sutura do músculo longo do pescoço sobre o 
enxerto, para que ocorra uma boa irrigação sanguínea ao enxerto. Isto conduz a formação de uma 
grande ponte ventral de osso, que se funde aos corpos vertebrais tipicamente antes de oito semanas 
baseando-se em exames radiográficos de rotina. Esta formação óssea ventral é importante para prevenir 
colapso do disco em longo prazo e mobilidade entre as duas vértebras (TOMLISON, 2008). 
Adicionalmente, para colher um enxerto autógeno do íleo é incomodo, pois será necessário outro acesso 
cirúrgico além de aumentar o tempo cirúrgico. Comercialmente está disponível enxertos corticais ou 
esponjosos alógenos sendo fáceis para implantar (BAILEY e BADGLEY apud MARCHETTO et al, 2002). 
A distração vertebral com estabilização teve significativamente melhores resultados clínicos 
quando comparada a outras técnicas em cães que possuíam lesões do disco do intervertebral cervical 
caudal, sendo que a melhora pós-operatória precoce é notável em muitos casos (FITCH et al, 2000). 
As luxações intervertebrais secundárias a descompressão por abertura ventral acontece na 
maioria dos casos nas vértebras cervicais caudais (SHAMIR et al, 2008). Este fator ocorre como 
conseqüências biomecânica devido a invasão cirúrgica próximas as vértebras cervicais caudais ou pela 
manipulação durante a cirurgia causando frouxidão intervertebral (FITCH et al, 2000). 
15 
 
A parada respiratória e morte subseqüente são mais comuns em pacientes que sofrem 
laminectomia descompressiva dorsal do que nos que sofrem procedimentos descompressivos ventrais 
(fenda ventral, estabilização ventral). Isso ocorre provavelmente porque os procedimentos 
descompressivos dorsais são mais complicados e exige freqüentemente uma manipulação extensa do 
cordão espinhal cervical (CHERRONE et al, 2004). 
A maioria dos animais com disco cervical herniado é tratada mais eficientemente, por meio de 
uma descompressão ventral ou slot. A abordagem ventral preenche melhor os critérios para um 
procedimento cirúrgico efetivo, além de promover uma dissecação mínima através dos planos teciduais 
normais, determinando discreta destruição das estruturas anatômicas normais além de uma visualização 
adequada dos discos ventrais e ventrolaterais (COPPOLA, 1979). Outros fatores como a manipulação 
mínima da medula espinhal também deve ser considerada, pois essa técnica proporciona uma 
recuperação rápida, poucas complicações, um tempo de operação relativamente rápido e um alívio 
permanente dos sinais clínicos (DENNY e BUTTERWORTH, 2000). 
É recomendado o uso de bisturi elétrico, cera óssea e aspiração para assegurar a hemostasia, 
tal fato sendo necessário para visualizar e controlar adequadamente a hemorragia do seio venoso 
(STERNA et al, 2004). 
Deve administrar antibióticos de amplo espectro 24 horas antes da operação, no momento do 
procedimento e por mais dois dias após a operação (DENNY e BUTTERWORTH, 2000). Uma escolha 
antibiótica empírica pode se basear em estudos publicados de casos semelhantes ou em dados 
acumulados a partir dos registros da clínica. Na cirurgia neurológica, a causa mais comum de infecção 
pós-operatórias em ferimentos deve-se ao Staphilococcus spp., portanto, os antibióticos de escolha 
incluem cefazolina, amoxicilina-clavulanato, enrofloxacina ou cefalotina por serem eficientes contra esse 
agente (TOOMBS, 1992). 
 
 
2.5 Cuidados pós-operatórios e prognóstico 
 
Os cuidados com os pacientes portadores de afecções na coluna vertebral começam com 
orientações para os proprietários, com relação tanto com o prognóstico quanto ao envolvimento e 
cooperação no tratamento. Algumas afecções com prognóstico bom, diante de um tratamento 
conservativo, podem evoluir negativamente se não forem observadas regras simples de manejo e, dessa 
forma, comprometer seriamente todo o tratamento (MIKAIL e PEDRO, 2006). 
A persistência do déficit neurológico após descompressão ventral após o procedimento 
cirúrgico pode ser por causa de uma descompressão espinhal insuficiente ou dano na medula espinha 
dorsal (McCARTNEY, 2007) 
Na medicina veterinária, o meio mais seguro para promover o aquecimento dos tecidos é a 
utilização do ultra-som. O ultra-som pode ser utilizado de modo contínuo (térmico) e pode produzir 
efeitos fisiológicos desejáveis, como analgesia, diminuição da rigidez articular, aumento do fluxo 
sanguíneo, aumento da extensibilidade do tecido colágeno e redução do espasmo muscular. No modo 
16 
 
pulsátil, ele pode produzir efeitos não-térmicos como regeneração de tecidos moles e reparo ósseo. A 
cinesioterapia, tratamento pelo movimento, pode ser ativo quando feito pelo paciente, passivo quando 
feito pelo terapeuta ou ativo assistido quando feito pelo paciente com auxilio do terapeuta. A 
cinesioterapia pode ser usada para a reeducação proprioceptiva por meio de estímulos proprioceptivos 
excitando as terminações nervosas a fim de obter, de maneira automática ou reflexa, as contrações 
musculares com finalidade de aprender o movimento, de reabilitar ou, ainda, reprogramar a função do 
movimento (MIKAIL e PEDRO, 2006). 
O prognóstico para cães com hérnia de disco em região cervical é geralmente bom. Os cães 
não tratados cirurgicamente têm período de convalescença prolongado, podendo ser de várias semanas 
e até meses e tem aproximadamente 36% de possibilidade de recidiva dos sinais (RUSSELL & 
GRIFFITHS, 1968). Quase todos os cães com discopatia cervical podem andar imediatamente após a 
cirurgia, mas devem ter limitadas as suas atividades físicas, para que a cicatrização se processe num 
nível ótimo. São ideais duas a três semanas de confinamento, sendo permitidos breves períodos de 
exercícios fora de casa para a micção e defecação. O cão deverá receber arreio peitoral, e não mais 
será permitido o uso de qualquer tipo de coleira cervical (WALKER, 1981; MIKAIL e PEDRO, 2006). Um 
estudo relatou a morte de três em cinqüenta cães submetidos à descompressão ventral de herniação do 
disco vertebral (CLARK, 1986). 
Em humanos com hérnia de disco cervical leve (análoga a extrusão de disco em cães), 
também é descrito que a idade e o peso são inversamente proporcionais a qualidade de vida dos 
pacientes (MATSUMOTO et al, 2001), como ocorre também com os cães (LEVINE et al, 2007). 
 
17 
 
3 CONCLUSÃO 
 
A doença do disco intervertebral em cães ainda é assunto de diversos estudos pelo fato de ser a 
injúria mais freqüente à medula espinhal cervical de cães. 
Embora existamdiversos trabalhos realizados sobre a doença do disco intervertebral em cães, 
existem ainda dificuldades sobre a etiologia, diagnóstico, tipo de tratamento e prognóstico dessa 
enfermidade. Com isso, a sintomatologia, as informações obtidas durante a anamnese, os sinais clínicos, 
o exame neurológico preciso e os exames complementares são de grande valia para o diagnóstico, o 
tipo de tratamento a ser empregado e o possível prognóstico. 
Existem hoje diversos exames de imagem que podem auxiliar no diagnóstico e localização da 
lesão, porem são de custo elevado e nem sempre os proprietários possuem condições financeiras para 
realizar determinados exames como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. Com 
isso o médico veterinário deve se basear em achados durante a anamnese, exame físico do paciente e 
exames complementares de menor custo como a radiografia. 
A tendência atual no diagnóstico e tratamento das discopatias em cães é a utilização de 
tecnologia avançada, com a realização de exames de imagem cada dia mais precisos e técnicas de 
tratamento menos invasivas. 
 
18 
 
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