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CIÊNCIA POLÍTICA PROFESSOR GABRIEL MARQUES ANOTAÇÕES DAS AULAS 2 06 Agosto 2015 (Aula 01) Gabriel Marques gabriel_dmc@yahoo.com.br 1. Apresentação 2. Conteúdo programático 3. Estudos de caso 4. Bibliografia 5. Avaliações Conteúdo Programático Fenômeno Político Estado Estudo de Casos Garantem 1 ponto na nota final da segunda avaliação. Deve ter duração média de 10 a 15 minutos. Fazer relatório (fatos do caso). Deve haver fundamentação (confrontar os argumentos do caso) Conclusão (dispositivo) Os termos desconhecidos devem ser explicados. Avaliações 4 fontes de estudo: Caderno Casos Textos Livro (Opnião doutrinária inédita) Bibliografia Elementos de Teoria Geral do Estado (Paulo Dallari) Ciência Política (Paulo Bonavides) Elementos Perfil 3 07 Agosto 2015 (Aula 02) FENÔMENO POLÍTICO Sugestão de livro: Prólogo à Teoria do Estado (Nelson de Souza Sampaio) Segundo a visão de Nelson Sampaio, o Fenômeno Político é a conservação, distribuição ou transformação das relações de poder numa associação política ou entre associações políticas. Separação de poderes (Montesquieu, XVIII, Clássico) Segundo Montesquieu todo aquele que possui poder, tende a dele abusar. Surgiu assim a idéia de dividir os poderes do governo em três partes para melhor controlá-lo. Inicialmente esses três poderes surgiram com a seguinte nomeclatura: 1. Legislativo 2. Executivo das coisas que dependem da gente 3. Executivo das coisas que dependem o civil Montesquieu já admitia a interação entre os três poderes e a criação de faculdade para “Estatuir” (criar) e “Impedir” (Frear). Poder Judiciário para Montesquieu O juíz é a boca que pronuncia as palavras da lei. Para ele os juízes deveriam repetir as leis no sentido literal. Eram seres inanimados, dos quais não podemos moderar o vigor e a força. Eram seres quase nulos. Os 3 poderes devem constituir um repouso ou inação, mas se forem provocados a caminhar, devem caminhar conjuntamente (harmonia dos poderes. Independentes, porém harmônicos). Relações de Poder Poder é um jogo de soma zero, ou seja: (+ / -) 4 De um lado existem aqueles que têm o poder, perante os que não tem. Exemplo: A família (atualmente existem vários conceitos do que é a família) e o Fórum das Famílias (com vários arranjos familiares). Associação ou Associações Políticas Pré Estatais Estatais Intra Estatais Inter Estatais Supra Estatais Pré Estatais Não compõem um estado propriamente dito, porém existe a política. Exemplo: Clãs e tribos (possuem uma pessoa no poder, geralmente a mais velha). Intra Estatais Como exemplo temos os partidos políticos. Possuem legislação na constituição. São obrigatoriamente pessoas jurídicas. Devem fazer duplo registro: cartório de pessoas jurídicas e no TSE. Todos os partidos devem ser obrigatoriamento nacionais. Inter Estatais Temos como exemplo a Confederação. A Confederação é composta por vários “Estados”, a partir de um tratado. Quando um Estado denuncia o tratado e se afasta da Confederação, chamamos de Direito de Secessão. Supra Estatais São organiações que estão acima dos Estados. Como exemplo, podemos citar a ONU, criada em 1945 após a segunda guerra mundial, com o intuito de evitar os flagelos desta. Em 1948 se deu a criação da Declaração dos Direitos Humanos. 5 13 Agosto 2015 (Aula 03) Visão atual da separação de poderes Na verdade, o Poder é uno e o que pode ser dividido são suas funções: TÍPICAS ATÍPICAS NORMATIVA LEGISLATIVO Leis Ordinárias EXECUTIVO: Medida Provisória, a qual possui força de lei. Possui urgência e depois é votada. JUDICIÁRIO: Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), possui regimento interno. ADMINISTRATIVA EXECUTIVO Nomeação STF LEGISLATIVO: Concessão de férias, a qual deve ser assinada pelo presidente da câmara. JUDICIÁRIO: Promoção de magistrados. Antiguidade ou merecimento. JUDICIONAL JUDICIÁRIO Julgar um crime LEGISLATIVO: Impeachment. Julgamento do senado federal, presidido pelo PSTF. EXECUTIVO: PAD, Processo Administrativo Disciplinar. As funções Típicas são as principais e as Atípicas são acessórias. Pleno, é o órgão mais importante dentro do tribunal. Sugestão de livros: O Holocausto Brasileiro (Daniela Arbex) Cova 312 (Daniela Arbex) 6 14 Agosto 2015 (Aula 04) HIPERTROFIA DO JUDICIÁRIO: JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍTICA E ATIVISMO JUDICIAL CONSTITUIÇÃO DE 1988 GARANTIAS DE INDEPENDÊNCIA. Vitaliciedade O juíz só perde o cargo em caso de decisão judicial transitada em julgado. Inamovibilidade Ninguém poderá tirar de uma hora para outra o magistrado do seu local de trabalho. Irredutibilidade de Subsídios Sua remuneração nunca será diminuida. AMPLIA AS COMPETÊNCIAS (PODER) DO JUDIÁRIO Costituição Leis AMPLIA O ACESSO AO JUDICIÁRIO Juizados Especiais Habeas Corpus Reclamação (trabalhista, por exemplo) Art. 103 Amplia o acesso ao STF (ADI, por exemplo) 7 GANHARAM FORÇA APÓS A CF 1988: Ministério Público Instituição preocupada em defender o interesse coletivo, que está acima dos interesses individuais. Defensoria Pública Defender os interesses de pessoas carentes ou hiposuficientes que não podem arcar com as despesas de um advogado. 8 22 Agosto 2015 (Aula 05) JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍTICA E ATIVISTMO JUDICIAL (CONTINUAÇÃO) A Judicialização da Política representa um processo de condução ou deslocamento de temas políticos dos poderes tradicionais dos Poderes Legislativo e Executivo para o Poder Judiciário. Por sua vez o Ativismo Judicial é um processo de interferência do Poder Judiciário em relação a essas decisões. 1. PEC 33 PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL O Poder Legislativo é o responsável por sua criação, no Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal). Quando o Congresso exerce esse poder ele estará exercendo o chamado Poder Constituinte Derivado Reformador. A PEC 33 foi uma reação do Congresso ao Supremo Tribuan Federal (STF) e ao Ativismo Judicial. Quando o STF for declarar uma Lei Inconstitucional, vamos colocar um corum mais alto (tornar mais difícil a votação, mais votos). Seriam assim dificultadas as declarações de inconstitucionalidade por parte dos tribunais. Segundo a PEC 33, quando o Tribunal criar uma Súmula Vinculante (enunciados e orientações que cristalizam um entendimento jurisprudencial e só podem ser ciradas pelo STF), só teria valor (efeito) vinculante após a aprovação do Congresso Nacional. Outra sugestão da PEC 33 é que quando o STF criar uma EMENDA CONSTITUCIONAL e esta for considerada inconstitucional pelo Congresso, ela não será aprovada e retornará ao STF, podendo assim, futuramente, passar pelo crivo do povo, atravé s de um plebiscito. 9 2. ATIVISMO LEGISLATIVO (faz sentido falar nesse ativismo?) Está relacionado com os conflitos entre o Presidente da Câmaras dosDeputados com a Presidência da República, devido às pautas (assuntos) polêmicas levantadas pela Câmara dos Deputados. Exemplos: Maioridade Penal Exame da OAB POLÍTICA EXTERNA Reflete uma grande preocupação do Brasil com sua relação com os outros países e está prevista no ART. 4º CF/88 (05/10/1988), com X incisos. Incorporação de Tratados Internacionais (Acordos) No Brasil, quem celebra esses tratados é a Presidência da República, mas cabe ao Congresso Nacional aprová-lo ou não. Caso o tratado seja aprovado, voltará à Presidência para ratificação. Uma vez superado esse processo (todas as fases) e dependendo de como foi feito e o tipo desse tratado (como foi incorporado), poderá alterar a Natureza Jurídica Distinta. 10 03 Setembro 2015 (Aula 06) FORMAS E USOS DA EXPRESSÃO “POLÍTICA” Políticas Públicas: STF e ADPF 45 Política Partidária: O Art. 17 da CF/88 POLÍTICAS PÚBLICAS São programas de ação (1) estruturados pelo Poder público (2), destinados à garantia de Direitos (3) fundamentais. (1) Programas de Ação Leis: Legislativo (típico) Atos Concretos: “Executivo” (2) Poder Público “Estado Social”: Interventor Art. 3º (IV Incisos): Objetivos Fundamentais (3) Garantia de Direitos Fundamentais Destaque maior aos Direitos Sociais (Art. 6º) Educação, Saúde, Alimentação, Trabalho, Moradia, Lazer, Segurança, Previdência, Social, Proteção à maternidade e à Infância, Assistência aos desamparados. POLÍTICA PARTIDÁRIA (Art. 17 da CF/88) (1) Partido Político Democracia (Sistema Eleitoral) (2) Pessoas Jurídicas Essas Pessoas Jurídicas são de Direito Privado e necessitam de duplo registro (Pessoa Jurídica e TSE) 11 (3) Caráter Nacional Deve haver recolhimento de assinaturas nacionais para a criação desses partidos. (4) Recursos Externos Os partidos políticos não podem receber recursos estrangeiros. (5) Caráter Paramilitar Esse tipo de caráter é proibido nos partidos políticos. (6) Art. 103 da CF/88 Os partidos políticos podem propor Ações de Inconstitucionalização. CASOS PREVISTOS ADPF 54 ADPF 153 12 04 Setembro 2015 (Aula 07) SOCIEDADE E SEUS CARACTERES 1. Finalidade 2. Ordenação do Conjunto 3. Poder FINALIDADE Uma sociedade é construída para que haja o alcance do bem comum. Bem comum é a reunião de condições que favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana (Encíclica – Papa João XXIII). A dignidade da pessoa humana está ligada a esse conceito (Art. 1º, III). O Art. 1º da CF/88 representa um fundamento para a sociedade. A nossa sociedade usa as POLÍTICAS PÚBLICAS como ferramentas para alcançar esse desenvolvimento integral do ser humano. Porém, não basta ter apenas finalidade, sem que haja uma ordenação de conjunto. ORDENAÇÃO DO CONJUNTO (COTIDIANO) Reiteração Toda e qualquer sociedade é composta por manifestações permanentes. Essa reiteração convive com a ordem. Ordem Há uma ordem jurídica (leis) esperada, a qual é vista como uma ciência social aplicada. Existem também a ordem moral e as regras de trato social. Atualmente podemos citar também o PURALISMO JURÍDICO, pois a ordem jurídica não é apenas a Estatal. Não adianta que haja manifestações permanentes e ordens jurídicas, sem que haja ações particulares. Adequação As ações particulares necessariamente devem perseguir as ações do bem comum. 13 PODER Toda sociedade traz consigo a demonstração de Poder, sendo que dois traços o marca: Socialidade (Fenômeno social) Bilateralidade (Duas vontades) Com relação ao exercício do Poder: Legitimidade x Legalidade A Legitimidade se traduz em consentimento (aceitação). Já a Legalidade é baseada nas Leis. Para Max Weber (Sociólogo Alemão) a Legitimidade pode ser classificada em: Tradicional Carismática Racional – Legal 14 10 Setembro 2015 (Aula 08) LEGITIMIDADE (CONTINUAÇÃO) CONCEITOS DE ESTADO Dallari Jellinek Kelsen Weber LEGITIMIDADE Em sua construção teórica, Weber costuma falar em “TIPO IDEAL WEBERIANO”, o qual é uma perspectiva mais abstrata. Sengundo WEBER, três são os critérios mais famosos: 1. Legitimação Tradicional Segundo Weber, ela é típica das monarquias, pois a tradição, a história e os costumes culturais determinavam assim (ontem eterno). A independência (monarquia) do Brasil se deu em 7 de setembro de 1822, sendo que em 1824 foi criada a primeira constituição brasileira, a qual possuía 4 poderes (segundo a teoria de Benjamin Constant). Essa primeira constituição teve fim em 1889 com o início da República, levando à criação de mais uma constituição em 1891. 2. Legitimação Carismática Pode ser encontrado naquelas pessoas que exercem liderança, ou seja, pessoas do poder. E por ter confiança nesse carisma, as pessoas acabam assim, obedecendo essas pessoas. Como exemplo podemos citar pessoas como VARGAS, PRESTES, ANTÔNIO CONSELHEIRO, ZUMBI DOS PALMARES, LULA. 3. Legitimação Racional Legal Na legitmaçào legal racional existe a burocracia. O respeito acontece pois teve sua legitimidade aprovada a partir dos procedimentos legais (Leis). “Eu respeito a autoridade pois a lei foi feita assim”. É como ocorrem as eleições a cada 2 anos. 15 CONCEITOS DE ESTADO O Estado é composto por três elementos essenciais: Soberania, Nação e Território. VISÃO DO ESTADO DE DALLARI Segundo Dallari, o Estado pode ser definido como uma ordem jurídica soberana (1) que tem por fim o bem comum (2) de um povo (3) situado em determinado território (4). (1) Soberania x Autonomia – O Estado soberano detém o poder, porém cria competências e limites para outros órgãos (União, Estados, Municípios, DF) tomarem certas decisões. (2) Bem Comum – O Estado utiliza-se de políticas públicas. (3) Povo – O Povo representa os cidadãos de uma nação. “É o nacional que goza de direitos políticos”. Ou seja, Povo é diferente de população, pois se somos Povo, quer dizer que temos vínculo com o Estado. (4) Território – Base geográfica. VISÃO DO ESTADO DE JELLINEK Segundo Jellinek, o Estado seria a corporação de um povo (1) situada em determinado território (2) e que possui poder originário de mando (3). CASO DE HOJE ADI 4277 União Homoafetiva. 16 11 Setembro 2015 (Aula 09) CONCEITOS DE ESTADO (CONTINUAÇÃO) Dallari Jellinek Kelsen Weber VISÃO DO ESTADO DE KELSEN Kelsen era um Positivista Normativista que nos anos de 1930 tentou responder à seguinte pergunta: Qual é o objeto de estudo do Direito? Dessa forma, segundo Kelsen, o objeto de estudo do Direito seria a Norma (Normatividade), criada por uma autoridade competente. Em seu livro “TEORIA PURA DO DIREITO”, Kelsen fala que estamos vivendo uma época de Sincretismo Metodológico, o qual diz que não saibamos qual seria a lógica do Direito. Segundo Kelsen, o Estado é uma ordem coativa normativa da conduta humana. Pirâmide Normativa de Hans Kelsen (Merkc) Na verdade podemos dizer que essa pirâmide é uma construção escalonada. VISÃODO ESTADO DE WEBER Para Weber, o Estado é o monopólio da violência física legítima. 17 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ESTADO POVO TERRITÓRIO SOBERANIA POVO DISNTINÇÕES RELEVANTES NACIONALIDADE X CIDADANIA DISTINÇÕES ENTRE NACIONAIS DISTINÇÕES ENTRE BRASILEIRO X ESTRANGEIRO POVO X POPULAÇÃO É a quantidade de pessoas que habita um território, se levarmos em conta uma definição demográfica. Esses habitantes podem ser nacionais (natos ou naturalizados) ou estrangeiros. Povo, são os nacionais (natos ou naturalizados) que gozam dos direitos políticos e recebem o nome de cidadãos (estrito = limitações). 18 17 Setembro 2015 (Aula 10) NAÇÃO Renan (1882, Final do Século XIX) Podemos encontrar o que é uma nação nas PP. 173/174 Critérios equivocados, citados por Renan, para haver uma NAÇÃO: 1. Raça homogênea De acordo com a CF/88 o racismo é um crime inafiançável e imprescritível. 2. Religião Homogênea Existe o que chamamos de Pluralidade Religiosa o que consitui um Estado Laico (1891/1988). 3. Língua Homogênea Existe uma Pluralidade Linguística, a exemplo da Suíça, com várias línguas. 19 18 Setembro 2015 (Aula 11) NAÇÃO Possui um conceito histórico-cultural. Definição de NAÇÃO para Renan: Nação é um Plebiscito de todos os dias. É uma espécie de uma grande solidariedade a um passado comum, um sentimento de pertencimento a um passado comum e este sentimento faz com que tenhamos as mesmas tradições, a mesma trajetória. Definição de NAÇÃO para Paulo Bonavides: Nação é uma verdadeira síntese espiritual. NACIONALIDADE E CIDADANIA A CF/88 trata da Nacionalidade no Art. 12 e da Cidadania no Art. 14. Com relação à NACIONALIDADE, a CF/88 aborda duas categorias: 1. Brasileiros Natos ou Nacionalidade Primária O critério que domina aqui é a involuntariedade, ou seja, o nascimento de uma pessoa, sem que se tenha escolha. Duas expressões em latim determinam os critérios para que alguém possa ser considerado brasileiro nato: JUS SOLI (Territorial) e JUS SANGUINIS (Consanguínio ou decendência). JUS SOLI (Art. 12, I, “A”) Um país considerará como nato aquele que nascer em seu território. JUS SANGUINIS (Art. 12, I, “C”) Será nato aquele que descender dos meus nacionais. O Brasil é predominantemente IUS SOLI. 20 2. Naturalizados ou Nacionalidade Secundária (Art. 12, II, “A”) O critério dominante aqui é a voluntariedade, pois a pessoa o faz por vontade própria, tendo que cumpir alguns critérios para se naturalizar. “Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral”. 21 24 Setembro 2015 (Aula 12) CARGOS Privativos e Exclusivos Art. 12, § 3º Art. 12. São brasileiros: § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999). Este é o único caso vinculado ao poder executivo e por isso deve ser brasileiro nato, devido à preocupação com o risco à segurança. Conselho da República Art. 89, Inciso VII O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: I - o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o Presidente do Senado Federal; IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados; V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; VI - o Ministro da Justiça; VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois 22 eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. Esse conselho representa os interesses do povo, porám a Presidência pode ainda discordar das suas opiniões, prevalecendo assim, sua palavra. ART. 222 A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, aos quais caberá a responsabilidade por sua administração e orientação intelectual. Isso aconteceu devido à preocupação de como seriam passadas as mensagens para o povo, pois essas empresas são fontes de informação para o cidadão. EXTRADIÇÃO É uma relação internacional entre Estados soberanos que se inicia de forma diplomática. Para que haja a extradição, deve ter havido um crime ou o cumprimento de uma pena associada a esse processo. O pedido de extradição é levado ao STF (para verificar a legalidade desse pedido) após o processo de diplomacia. Após a decisão do Supremo é levado à Presidência da República para ser decidido. 23 25 Setembro 2015 (Aula 13) EXTRADIÇÃO Consta na CF/88 Estatuto do Estrangeiro (Lei 6815 de 1980) ART. 5º, INCISO LI Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Inciso LI Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins (a qualquer tempo), na forma da lei; Porém, se o país não o extradita, ele deverá ser julgado pelo crime em seu próprio território, em algum juízo (vara) na capital do último estado onde residiu pela última vez. DINSTINÇÕES ENTRE BRASILEIRO x ESTRANGEIRO 5 DIFERENÇAS PRINCIPAIS 1. VOTO 2. PLEBISCITO 3. REFERENDO 4. INICIATIVA POPULAR 5. AÇÃO POPULAR 24 VOTO O povo brasileiro é titular da nossa soberania. ART. 14 A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. ART. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. CLÁUSULAS PÉTREAS Representa aquilo que a própria constituição procura blindar. ART. 60, § 4º, IncisoII Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 25 I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. 26 26 Setembro 2015 (Aula 14) PLEBISCITO O plebiscito é convocado previamente à criação do ato legislativo ou administrativo que trate do assunto em pauta. Tanto no plebiscito quanto no referendo há a participação do poder Legislativo. Plebiscito e referendo são consultas ao povo para decidir sobre matéria de relevância para a nação em questões de natureza constitucional, legislativa ou administrativa. A principal distinção entre eles é a de que o plebiscito é convocado previamente à criação do ato legislativo ou administrativo que trate do assunto em pauta, e o referendo é convocado posteriormente, cabendo ao povo ratificar ou rejeitar a proposta. Ambos estão previstos no art. 14 da Constituição Federal e regulamentados pela Lei nº 9.709, de 18 de novembro de 1998. Essa lei, entre outras coisas, estabelece que, nas questões de relevância nacional e nas previstas no § 3º do art. 18 da Constituição – incorporação, subdivisão ou desmembramento dos estados –, o plebiscito e o referendo são convocados mediante decreto legislativo. Nas demais questões, de competência dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, o plebiscito e o referendo serão convocados em conformidade, respectivamente, com a Constituição estadual e com a Lei Orgânica. ART. 14, I, combinado com a Lei 9.709 de 1998 Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. Ver Lei 9.709/98 impressa. 27 ART. 18, § 4º Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição . § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996) Vide art. 96 – ADCT. REFERENDO O referendo é convocado posteriormente, cabendo ao povo ratificar ou rejeitar a proposta. Tanto no referendo quanto no plebiscito há a participação do poder Legislativo. ART. 14, II, combinado com a Lei 9.709 de 1998 Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. Ver Lei 9.709/98 impressa. ART. 49, XV Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; 28 INICIATIVA POPULAR Iniciativa popular é um instrumento da democracia direta ou democracia semidireta que torna possível à população apresentar projetos de lei. A iniciativa popular para ser aprovada deve conter no mínimo 1% de assinatura do eleitorado brasileiro, em pelo menos 5 Estados, com o mínimo de 0,3% em cada Estado. Inicialmente ela deve passar pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, para depois ir à Presidência da República. Segundo o artigo 61, §2 da Constituição brasileira de 1988, regulamentado pela lei 9.709 de 1998[1] , é permitida a apresentação de projetos de lei pelos poderes Legislativo, Executivo e pela iniciativa popular. Neste último caso, a constituição exige como procedimento a adesão mínima de 1% da população eleitoral nacional, mediante assinaturas, distribuídos por pelo menos 5 unidades federativas e no mínimo 0,3% dos eleitores em cada uma dessas unidades. Como segundo o TSE o número de eleitores do Brasil em julho de 2010 era de 135,8 milhões[2] , o número mínimo de assinaturas para um projeto de iniciativa popular seria, portanto, 1,36 milhão. Como exemplo da INICIATIVA POPULAR podemos citar o PROJETO DE LEI DA FICHA LIMPA. ART. 14, III, combinado com ART. 61, § 2º combinado com a Lei 9.709 de 1998. Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. 29 § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. Ver Lei 9.709 de 1998 impressa. AÇÃO POPULAR Ação popular é o meio processual a que tem direito qualquer cidadão que deseje questionar judicialmente a validade de atos que considera lesivos ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. ART. 5º, LXXIII, combinado com a LAP (4.717/65) Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXXIII - Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. Ver LAP 4.717/65 impressa. 30 A Constituição Federal propõe Ação Direta Popular para 4 possibilidades: 1. Meio ambiente 2. Patrimônio histórico e cultural 3. Patrimônio público 4. Moralidade administrativa (sendo este um dos casos mais comuns) CIDADANIA EUROPÉIA (VISÃO DALLARI) TRADIÇÃO O cidadão faz parte de um Estado (Constituição 12 + 14). Só que esse estado na verdade é um conjunto de ESTADOS (Estado + Estado + Estado), o qual recebe o nome de UNIÃO EUROPEIA (Lisboa por exemplo). A exemplo, temos o passaporte Europeu (possui direitos diferenciados e fila própria). No BRASIL há um debate sobre as RELAÇÕES INTERNACIONAIS na CF 88. ART. 4º PARÁGRAFO ÚNICO Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção;V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 31 X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. POVO ÍCONE (VISÃO MÜLLER) Ele tenta evitar a banalização da expressão “POVO”. 32 08 Outubro 2015 (Aula 15) TERRITÓRIO INTRODUÇÃO CARACTERES DO TERRITÓRIO (DALLARI) 1. Não há Estado sem Território Logo, o Território pode ser definido como a base geográfica do Estado. 2. O Território delimita o espaço Espaço esse de atuação/ação soberana do próprio Estado. Muitas vezes essas delimitações são feitas através dos instrumentos de Tratados e Convenções Internacionais, pois essas delimitações não ocorrem naturalmente. 3. Objeto de Direitos do Estado* Há quem fale que a natureza jurídica do Território seja Patrimônio, Espaço, Competência ou Objeto, como Bonavides, podendo variar de autor para autor. O Território é marcado por uma IMPENETRABILIDADE (monopólio de ocupação do Estado sobre o território) e ainda é marcado por uma SITUAÇÃO JURÍDICA NEGATIVA (dever de abstenção e respeito de intervenção em relação a territórios alheios) e uma SITUAÇÃO JURÍDICA POSITIVA (afirmação de soberania de um Estado naquele espaço específico). ESPÉCIES DE TERRITÓRIO Há uma divisão do Território em duas partes: REAL e FICTO. Espécie Real Pode ser classificado em ESPAÇO MARÍTIMO, AÉREO e TERRESTRE. Espaço Ficto (Reciprocidade fundada em tratados e convenções internacionais) Pode ser classificado em EMBAIXADAS e EMBARCAÇÕES/AERONAVES. 33 Com relação às EBARCAÇÕES e AERONAVES, devemos atentar à natureza jurídica delas e ao local em que se encontram. Natureza Jurídica das Embarcações e Aeronaves Podem ser classificadas em Natureza Pública e Natureza Privada. Com relação às embarcações e aeronaves públicas, o que ocorrer dentro delas, estará sujeito às leis do país de origem. Porém quando falamos de embarcações e aeronaves de natureza privada, remete-se ao local presente, sendo aplicadas as leis e a soberania deste local. Local Jurídica das Embarcações e Aeronaves Quando ocorre a SUJEIÇÃO da embarcação ou aeronave PRIVADA a um Estado, a prevalência da soberania será sempre do local presente. Quando ocorre a NÃO- SUJEIÇÃO do navio a nenhum Estado, como em alto mar por exemplo, será aplicado o Princípio da Bandeira ou Princípio do Pavlihão (será respeitada a bandeira do país de origem do navio). 34 09 Outubro 2015 (Aula 16) CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO ESPAÇO MARÍTIMO Inicialmente foram propostos o uso do alcance das armas e do campo visual. Porém após notarem certo fracasso nessa proposta, fixou-se em MILHAS para determinar o espaço marítmio sujeito à soberania de cada Estado. Dessa forma, cada país começou a determinar sua quantidade de milhas em três, doze e até duzentas milhas (no caso do Brasil). Essa decisão esbarrou na não aceitação pelos EUA. Assim, a ONU organizou uma convenção internacional dedicada ao Direito do Mar, a qual ficou conhecida como CONVENÇÃO DE MONTEGO BAY, em 1982. Após isso, o Brasil regulamentou uma lei (8617/93), baseada na Convenção de Montego Bay (Jamaica). Lei 8617/93 Montego Bay Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítima (22 km) de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil. Art. 2º A soberania do Brasil estende-se ao mar territorial, ao espaço aéreo sobrejacente, bem como ao seu leito e subsolo. Passagem Inocente É aquela que respeita nossa legislação e acontece de modo contínuo e rápido. O barco de outra nacionalidade pode até parar ou fundear, comunicando-se com a nossa marinha (somente em casos excepcionais). 35 Art. 3º É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro. § 1º A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Brasil, devendo ser contínua e rápida. § 2º A passagem inocente poderá compreender o parar e o fundear, mas apenas na medida em que tais procedimentos constituam incidentes comuns de navegação ou sejam impostos por motivos de força ou por dificuldade grave, ou tenham por fim prestar auxílio a pessoas a navios ou aeronaves em perigo ou em dificuldade grave. § 3º Os navios estrangeiros no mar territorial brasileiro estarão sujeitos aos regulamentos estabelecidos pelo Governo brasileiro. Zona Contígua Esta zona compreende uma faixa das 12 às 24 milhas marítima, sendo destinada à FISCALIZAÇÃO PREVENTIVA e REPRESSIVA. Art. 4º A zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende das doze às vinte e quatro milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial. Art. 5º Na zona contígua, o Brasil poderá tomar as medidas de fiscalização necessárias para: I - evitar as infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários, no seu territórios, ou no seu mar territorial; II - reprimir as infrações às leis e aos regulamentos, no seu território ou no seu mar territorial. 36 Zona Econômica Exclusiva Compreende uma faixa de 12 a 200 milhas marítima (englobando a Zona Contígua), destinada à EXPLORAÇÃO ECONÔMICA, PESQUISA e DESCOBERTA DE RECURSOS NATURAIS. Existe nessa zona um DIREITO DE SOBERANIA do Brasil. Desta forma, se outro Estado quiser fazer pesquisas ou manobras militares nessa faixa, deverá ter prévia autorização do governo brasileiro. Art. 6º A zona econômica exclusiva brasileira compreende uma faixa que se estende das doze às duzentas milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial. Art. 7º Na zona econômica exclusiva, o Brasil tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não-vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e no que se refere a outras atividades com vistas à exploração e ao aproveitamento da zona para fins econômicos. Art. 8º Na zona econômica exclusiva, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem o direito exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio marítimo, bem como a construção, operação e uso de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas. Parágrafo único. A investigação científica marinha na zona econômica exclusiva só poderá ser conduzida por outros Estados com o consentimento prévio do Governo brasileiro, nos termos da legislação em vigor que regula a matéria. Art. 9º A realização por outros Estados, na zona econômica exclusiva, de exercícios ou manobras militares, em particular as que impliquem o uso dearmas ou explosivas, somente poderá ocorrer com o consentimento do Governo brasileiro. Art. 10. É reconhecidos a todos os Estados o gozo, na zona econômica exclusiva, das liberdades de navegação e sobrevôo, bem como de outros usos do mar internacionalmente lícitos, relacionados com as referidas liberdades, tais como os ligados à operação de navios e aeronaves. 37 Plataforma Continental Nomeada de AMAZÔNIA AZUL, foi “desenhada” e batizada de LEPLAC através de estudos e pesquisas feitas pela MARINHA E PETROBRAS. Art. 11. A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância. Parágrafo único. O limite exterior da plataforma continental será fixado de conformidade com os critérios estabelecidos no art. 76 da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, celebrada em Montego Bay, em 10 de dezembro de 1982. Art. 12. O Brasil exerce direitos de soberania sobre a plataforma continental, para efeitos de exploração dos recursos naturais. Parágrafo único. Os recursos naturais a que se refere o caput são os recursos minerais e outros não-vivos do leito do mar e subsolo, bem como os organismos vivos pertencentes a espécies sedentárias, isto é, àquelas que no período de captura estão imóveis no leito do mar ou no seu subsolo, ou que só podem mover-se em constante contato físico com esse leito ou subsolo. Art. 13. Na plataforma continental, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem o direito exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio marinho, bem como a construção, operação e o uso de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas. § 1º A investigação científica marinha, na plataforma continental, só poderá ser conduzida por outros Estados com o consentimento prévio do Governo brasileiro, nos termos da legislação em vigor que regula a matéria. 38 § 2º O Governo brasileiro tem o direito exclusivo de autorizar e regulamentar as perfurações na plataforma continental, quaisquer que sejam os seus fins. Art. 14. É reconhecido a todos os Estados o direito de colocar cabos e dutos na plataforma continental. § 1º O traçado da linha para a colocação de tais cabos e dutos na plataforma continental dependerá do consentimento do Governo brasileiro. § 2º O Governo brasileiro poderá estabelecer condições para a colocação dos cabos e dutos que penetrem seu território ou seu mar territorial. Art. 15. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 16. Revogam-se o Decreto-Lei nº 1.098, de 25 de março de 1970, e as demais disposições em contrário. ARTIGO 20 CF/88 Art. 20. São bens da União: Incisos V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; VI - o mar territorial; § 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. 39 15 Outubro 2015 (Aula 17) ESPAÇO AÉREO A idéia inicial era que houvesse uma divisão do Espaço Aéreo assim como acontece com o Espaço Marítimo, havendo também uma área controlada (onde haveria soberania de um Estado) e outra não controlada (sem soberania). Espaço Aéreo Seria alguma coluna de ar que esteja situada acima de um território, seja este território terrestre ou marítimo. Espaço Cósmico O Espaço Cósmico seria uma zona que não estaria sujeito à exploração das diversas soberanias. Podemos relacionar esse espaço ao Alto Mar. REGULAMENTAÇÃO INTERNACIONAL Convenção de Chicago (1944) Foi uma tentativa internacional de regulamentar a aviação civil internacional. Tratado do Espaço Exterior (1966) Diz respeito à determinação de regras sobre a exploração da lua e dos corpos celestiais. Atualmente esses dois lugares não estão sujeitos à soberania de nenhum Estado, por mais que haja alcance para tal. Toda essa exploração deve ser voltada para pesquisa científica, para que esta possa ser revestida em prol da sociedade e defesa da paz. 40 CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO Perigeu dos Satélites Seria o ponto mais próximo da órbita da Terra. Essa seria teoricamente a divisão entre Espaço Aéreo e Espaço Cósmico. Tudo que estiver abaixo (Perigeu) dos satélites, estaria sujeito à soberania de um Estado; estando acima dos satélites, seria o Espaço Cósmico e por isso não estaria sujeito à nenhuma sobreania. O Perigeu seria mais ou menos 100 km de distância entre a terra e os satélites. Huber (Autor citado por Bonavides) Cita a existência de Zonas do Espaço Aéreo as quais recebem os nomes: Troposfera - 10 a 12 km de altura Estratosfera - até 100 km de altura Ionosfera – de 100 a 600 km de altura Exosfera – acima de 600 km de altura (transição para o Espaço Cósmico) 41 23 Outubro 2015 (Aula 18) ESPAÇO AÉREO CONTROLADO X ESPAÇO AÉREO NÃO CONTROLADO AEROVIAS CINDACTAS (Centro integrado de defesa aérea e controle do tráfego aéreo) São sedes de Cindactas: Brasília Curitiba Recife Manaus CONCEITO DE “FL” SUPERIOR / INFERIOR Superior FL 245 Exclusive (inferior) até o Ilimitado (Superior). Inferior Solo / Água (inferior) até o Inclusive (superior), que vai até o FL 245. DISPOSIÇÕES SO CBA (7.564/1986) CÓDIGO BRASILEIRO DA AERONÁUTICA Art. 11. O Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espaço aéreo acima de seu território e mar territorial. Art. 12. Ressalvadas as atribuições específicas, fixadas em lei, submetem-se às normas (artigo 1º, § 3º), orientação, coordenação, controle e fiscalização do Ministério da Aeronáutica* (agora Ministério da Defesa): 42 I - a navegação aérea; II - o tráfego aéreo; III - a infra-estrutura aeronáutica; IV - a aeronave; V - a tripulação; VI - os serviços, direta ou indiretamente relacionados ao vôo. Art. 13. Poderá a autoridade aeronáutica deter a aeronave em vôo no espaço aéreo (artigo 18) ou em pouso no território brasileiro (artigos 303 a 311), quando, em caso de flagrante desrespeito às normas de direito aeronáutico (artigos 1° e 12), de tráfego aéreo (artigos 14, 16, § 3°, 17), ou às condições estabelecidas nas respectivas autorizações (artigos 14, §§ 1°, 3° e 4°, 15, §§ 1° e 2°, 19, parágrafo único, 21, 22), coloque em risco a segurança da navegação aérea ou de tráfego aéreo, a ordem pública, a paz interna ou externa. Art. 303. A aeronave poderá ser detida por autoridades aeronáuticas, fazendárias ou da Polícia Federal, nos seguintes casos: I - se voar no espaço aéreo brasileiro com infraçãodas convenções ou atos internacionais, ou das autorizações para tal fim; II - se, entrando no espaço aéreo brasileiro, desrespeitar a obrigatoriedade de pouso em aeroporto internacional; III - para exame dos certificados e outros documentos indispensáveis; IV - para verificação de sua carga no caso de restrição legal (artigo 21) ou de porte proibido de equipamento (parágrafo único do artigo 21); V - para averiguação de ilícito. § 1° A autoridade aeronáutica poderá empregar os meios que julgar necessários para compelir a aeronave a efetuar o pouso no aeródromo que lhe for indicado. (Regulamento) § 2° Esgotados os meios coercitivos legalmente previstos, a aeronave será classificada como hostil, ficando sujeita à medida de destruição, nos casos dos incisos do caput deste artigo e após autorização do Presidente da República ou autoridade por ele 43 delegada. (Incluído pela Lei nº 9.614, de 1998) (Regulamento) (Vide Decreto nº 8.265, de 2014) § 2º A autoridade mencionada no parágrafo anterior responderá por seus atos quando agir com excesso de poder ou com espírito emulatório. § 3° A autoridade mencionada no § 1° responderá por seus atos quando agir com excesso de poder ou com espírito emulatório. (Renumerado do § 2° para § 3º com nova redação pela Lei nº 9.614, de 1998) (Regulamento) 44 30 Outubro 2015 (Aula 19) TERRITÓRIO TERRESTRE As fronteiras atuais do Brasil se deram por sucessivas definições políticas, basicamente dadas em 1824 (Geografia). José Bonifácio O Brasil deveria ser um Estado Unitário (Poder centralizado nas mãos do imperador). Se fosse unitário, as províncias não teriam autonomia, para que fosse preservada a integridade territorial. NATUREZA JURÍDICA DO TERRITÓRIO Existiram algumas teorias da natureza jurídica de território como a do Patrimônio, Objeto, Espaço e Competência. Teoria do Território Patrimônio A relação do Estado com o Território lembraria a relação de alguma pessoa qualquer com a sua propriedade. Ocorreu na Idade Média, onde existia a figura do Senhor Feudal e da Igreja. Existiam os conceitos de DOMINIUM e IMPERIUM, porém sem saber ao certo do que se tratava. Teoria do Território Objeto O Território seria um objeto de um direito real de caráter público (Bonavides). Aqui começa-se a conhecer a noção de dominium (poder sobre as coisas). Teoria do Território Espaço O Território seria a extensão espacial da soberania do Estado (Bonavides). Agora a noção seria de IMPERIUM, o que traduz a idéia de poder sobre as pessoas. Teoria do Território Competência O Território retrataria o âmbito de validade da ordem jurídica estatal. SOBERANIA 45 Na obra “OS SEIS LIVROS DA REPÚBLICA” (1576), Jean Bodin traz dois traços para identificar a importância da Soberania: A SOBERANIA É UM PODER ABSOLUTO E PERPÉTUO. ABSOLUTO por ser incontestável, porém diferente de autônoma. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; PERPÉTUO pois mesmo com a passagem do tempo, mantém o sentido de sobernia. Segundo ROUSSEAU, O POVO SERIA O TITULAR DA SOBERANIA, fazendo uma transferência do Poder do Estado para o próprio povo. “Contrato Social”. Art. 1º Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 46 05 Novembro 2015 (Aula 20) SOBERANIA SENTIDOS DAS EXPRESSÕES POLÍTICO E JURÍDICO POLÍTICO Para Dallari, seria o PODER INCONTRASTÁVEL de QUERER COERCITIVAMENTE e de FIXAR COMPETÊNCIAS. Ao falar que é incontrastável, remete à definição de Bodin (Poder Absoluto). Querer coercitivamente devido à ameaça de imposição de sanções. Fixar competências significa fixar poderes, atribuições. Na própria constituição vamos encontrar a SISTEMÁTICA CONSTITUCIONAL DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS, ou seja, as competências de 4 entes da federação: União, do Estado, dos Municípios e do Distrito Federal. Cada um desses é autônomo, porém a soberania é do Estado Federal do Brasil. As decisões a quem cabe cada competência são dadas pelo STF, através dos ARTIGOS 21, 22, 23 e 24 da CF/88. JURÍDICO Seria o PODER DE DECIDIR em ÚLTIMA INSTÂNCIA sobre a ATRIBUTIVIDADE DAS NORMAS. O Poder em decidir remete ao Judiciário, o que pode ser visto no ARTIGO 2º, pois cabe a ele a palavra final nessa atributividade. Assim, em última instância, a palavra final é do STF, como visto no ARTIGO 5º, XXXV, ao qual não se tinha acesso até pouco tempo, de acordo com a AI-5 (1968). Atributividade das normas nos remete às competências, como visto no sentido Político. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 47 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; CARACTERÍSTICAS DA SOBERANIA 1. Una 1 Soberania ≠ Autonomia (Competências) 2. Indivisível Não pode ser fracionada, mas sim haver repartição das competências. 3. Inalienável A soberania é INTRANSFERÍVEL. 4. Imprescritível A ação do tempo não prejudica o exercício da soberania. JUSTIFICATIVAS POSSÍVEIS DO CONCEITO DE SOBERANIA Teocráticas O sentido religioso era quem embasava a Soberania. Existia a TEORIA DO DIREITO DIVINO DOS REIS. Passou a constar na CF/1891 a definição de ESTADO LAICO (Estado separado da Igreja) o que permanece até a constituição atual. ARTIGO 5º, VI, VIII e ARTIGO 19, I. 48 Democráticas A soberania seria dada através do Povo (do Rei para o Povo), no sentido literal da palavra democracia. 49 06 Novembro 2015 (Aula 21) SOBERANIA E TRANSCONSTITUCIONALISMO MARCELO NEVES Havia um costume muito antigo de que casos que envolvessem Direitos Fundamentais eram alvos de decisões nacionais. Com o passar do tempo, esses mesmos temas que envolvem Direitos Fundamentais, passaram a ser alvos de decisões internacionais, sendo que às vezes, essas decisões entram em conflito. Dessa forma, ocorre uma PLURALIDADE DE VISÕES, a qual nos leva a perceber a METÁFORA DO PONTO CEGO de Marcelo Neves: O ponto cego é aquele que o outro enxerga. Dentro dessa PLURALIDADE DE VISÕES, significa o argumento que a outra Corte conseguiu ver e a originária não. TIPOLOGIA DO ESTADO FORMAS DE ESTADO Unitário (Divisão Administrativa, com uma subordinação ao Poder Central). Federal (Autonomia Política do entes) em 1891 através de Ruy Barbosa. Independência dos EUA (1776) 13 Colônias. Artigos da Confederação em 1781. Seria uma reunião de Estados soberanosfirmada por tratados, nos quais constavam o Direito de Secessão ou de retirada. Federação em 1787 Estado Soberano (União e Estados), porém agora com uma autonomia restrita e uma indissolubilidade. 50 5 CARACTERÍSTICAS DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA ATUAL (CF/88) Soberania x Autonomia ARTIGO 1º combinado com o ARTIGO 18. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos. Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. A autonomia política da Federação sugere 4 itens: Auto Organização Auto Governo Auto Legislação Auto Administração UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS DF AUTO ORGANIZAÇÃO NORMATIVIDADE SUPERIOR PRÓPRIA CF CF ESTADUAL ART. 25 CF/88 LEI ORGÂNICA ART. 29 CF/88 LEI ORGÂNICA ART. 32 CF/88 AUTO GOVERNO PRÓPRIOS PODERES ART. 2º CF/88 LEGISLATIVO: CN EXECUTIVO: PR JUDICIÁRIO: JF ART. 25 CF/88 LEGISLATIVO: AL EXECUTIVO: GOV JUDICIÁRIO: JD ART. 29 CF/88 LEGISLATIVO: CM EXECUTIVO: PRE JUDICIÁRIO: X ART. 32 CF/88 LEGISLATIVO: CL EXECUTIVO: GDF JUDICIÁRIO: TJDFT AUTO LEGISLAÇÃO PRÓPRIAS LEI REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS ART. 22 CF/88 COMPETÊNCIAS GERAIS ART. 25 CF/88 COMPETÊNCIAS REGIONAIS ART. 30 §1 CF/88 COMPETÊNCIAS LOCAIS ART. 32 CF/88 COMPETÊNCIAS REGIONAIS + LOCAIS AUTO ADMINISTRAÇÃO ORGANIZAÇÃO BUROCRÁTICA FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL DISTRITAL 51 12 Novembro 2015 (Aula 22) TIPOLOGIA DO ESTADO (CONTINUAÇÃO) CARACTERES PRINCIPAIS DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA VISUALIZAR NA TABELA DA PÁGINA ACIMA. INDISSOLUBILIDADE DO VÍNCULO ART. 1º CF/88 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos. ART. 60, § 4º, I Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; ART. 34 (VII INCISOS) Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 52 b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. PARTICIPAÇÃO DOS ENTES Essa participação dos entes é assegurada pelo SENADO FEDERAL, pois os senadores são os representantes do povo, sendo 3 por cada Estado e mais 3 pelo DF. Existem ao todo 81 senadores. ART. 52 Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República; c) Governador de Território; d) Presidente e diretores do banco central; e) Procurador-Geral da República; f) titulares de outros cargos que a lei determinar; IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente; V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; 53 VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal; VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato; XII - elaborar seu regimento interno; XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. 54 13 Novembro 2015 (Aula 23) TIPOLOGIA DO ESTADO (CONTINUAÇÃO) CARACTERES PRINCIPAIS DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS Pode-se conceber as Competências em LEGISLATIVAS e MATERIAIS. A COMPETÊNCIA LEGISLATIVA têm como função, a criação de leis. Já as COMPETÊNCIAS MATERIAIS são nãolegislativas e por isso envolvem atos de natureza administrativa (concretos). Aqui nas competências, o foco é o conteúdo da atuação. Com relação ao critério de quem desenpenha a competência (SUJEITO) podemos ter 4 classificações: Competências Exclusivas (Art. 21 CF/88) São aquelas indelegáveis, ou seja, que cabem apenas a um ente. Competências Privativas (Art. 22 CF/88) São delegáveis, de acordo com a vontade da União. Competências Comuns (Art. 23 CF/88) Une todos em um mesmo patamar de igualdade. Atribui competência a todos. Competências Concorrentes (Art. 24 CF/88) Entregam um papel para cada ente da Federação. Traduz o que alguns autores chamam de CONDOMÍNIO LEGISLATIVO. 1. No âmbito da Competência Concorrente, a União desenha Normas Gerais. 2. A competência da União em legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. 3. Se a União não elaborar as normas gerais, os Estados terão a competência plena para atender às suas peculiaridades. 55 4. Pode ser que haja o surgimento posterior de uma norma geral da União (SUPERVENIÊNCIA), o que suspende a eficácia da legislação Estadual no que for contrário. Sempre que houver uma intervenção Federal ficará suprimida a autonomia política de um ente da Federação. ART. 34, I a VII Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 56 19 Novembro 2015 (Aula 24) FORMAS DE GOVERNO Monarquia Unitária (1824) República Federativa (1891) ACESSO AO CARGO MAIOR Pode acontecer através de duas formas: Hereditariedade (Monarquia) Alguém chega ao poder porque tem laços sanguíneos com outro que á está, ou seja, pode ser através da descendência ou ligação sanguínea (a exemplo do NEPOTISMO e do NEPOTISMO CRUZADO ou Ajuste Mediante Designações Recíprocas). Eletividade (República) Aqui um dos pontos chave é a idéia de DEMOCRACIA, a qual está fortemente vinculada à vontade popular. Através dessa vontade popular é que se chega ao poder, pautado pela confiança do eleitor para com seu representante. Segundo Abraham Lincom a democracia pode ser definida como o GOVERNO DO POVO, PELO POVO e PARA O POVO. PERMANÊNCIA NO CARGO Diz respeito ao tempo de permanência num determinado cargo. Vitaliciedade (Monarquia) Permanência no cargo até a morte. Como exemplo podemos citar os juízes, apesar da definição atualmente ser completamente diferente. Vitalícios x Estáveis O servidor público ESTÁVEL só perde o cargo em hipóteses excepcionais (Art. 37 CF/88). Já o VITALÍCIO só perderá o cargo por SENTENÇA JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO, ou seja, quando se esgotarem todos os recursos. 57 Temporariedade dos mandatos (República) A república deve ser pautada por um ideal de ALTERNÂNCIA, pois o cargo deve servir à sociedade, não devendo haver nenhum proprietário, mas sim uma oxigenação do poder. Está previsto no ART. 60, §4º, II da CF/88. RESPONSABILIDADE Irresponsabilidade Havia uma teoria ou déia de que o Monarca (soberano) não podia errar (THE KING CAN DO NO WRONG). Responsabilidade É possível atualmente que o Presidente responda pela prática de Crimes de Responsabilidade (sofrendo um prcesso de Impeachment) e por crimes comuns, mesmo havendo suas peculiaridades.
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