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DIREITO EMPRESARIAL Gialucca

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Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes – Direito Empresarial - Danilo Pereira Meneses – Intensivo II Página 1 
 
Direito Empresarial – Alexandre 
 
Introdução 
 
- Código Comercial de 1.850: adotava a teoria dos atos de comércio (com origem francesa); 
- o Código Comercial era dividido em três partes: 
- Parte 1: Comércio em Geral 
- tratava do comércio em geral, cuidava do comerciante, que era a pessoa física, e da 
sociedade comercial, que era a pessoa jurídica; foi revogada pelo atual artigo 2.045 do 
CC/02. 
- Parte 2: Do Comércio Marítimo 
- Parte 3: Das Quebras 
- essa parte também foi revogada pelo decreto-lei 7.661/45, que logo foi revogado pela 
lei 11.101/05; 
- Segundo o Código Comercial de 1.850, comerciante era: pessoa física; 
- Segundo o Código Comercial de 1.850, sociedade comercial era: pessoa jurídica que com 
habitualidade, visando lucros, praticasse atos de comércio. Quem regulava esse tema era o 
regulamento 737/1.850, assim se não estivesse regulado no regulamento, não havia ato de comércio, 
não sendo a atividade qualificada como comércio. Era regulado no regulamento, por exemplo: 
compra e venda de bens móveis; câmbio; atividade bancária; transporte de mercadores; etc. Assim, 
segundo o regulamento, uma imobiliária (compra e venda de bens imóveis) não era qualificada como 
sociedade comercial, uma vez que só havia disciplina legal em relação à compra e vende de bens 
móveis; O atual código civil, em seu artigo 2.045 revogou a parte primeira do Código Comercial de 
1.850; 
- Arribada forçada, na parte do comércio marítimo, era a parada, mudando de rota o navio. É 
permitida somente em casa de iminência de ataque inimigo ou de pirata. 
 
- Quadro Atual: 
- o sistema atual passou a adotar a teoria da empresa (vinda da Itália) e é um sistema 
subjetivo; 
- tal sistema trouxe: 
- empresário individual: pessoa física que individualmente, sozinho, realiza uma 
atividade empresarial. O empresário individual tem o CNPJ só para ter o mesmo 
tratamento do que a da pessoa jurídica. Não há desconsideração da personalidade 
jurídica no caso de empresário individual, uma vez que não há personalidade jurídica. 
Quem exerce a atividade é a pessoa do empresário. 
- CONCEITO: empresário é aquele que profissionalmente exerce uma atividade 
econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços (ler 
artigo 966 do CC/02). 
- profissionalmente � busca trazer a idéia de habitualidade, de 
continuidade; 
 
- atividade econômica � traz a idéia de finalidade lucrativa; 
 
- organizada � segundo o professor Fábio Ulhoa Coelho organização é a 
reunião dos quatro fatores de produção: a) mão de obra contratada; 
b) matéria prima; 
c) capital; 
 
 
Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes – Direito Empresarial - Danilo Pereira Meneses – Intensivo II Página 2 
 
d) tecnologia; 
Obs.: Na ausência de um desses fatores, segundo o Professor Fábio 
Ulhoa, não se fala mais em organização; esse contexto também se 
aplica à sociedade empresária. O posicionamento desse professor é o 
que a maioria dos concursos tem adotado. No entanto, há concursos 
que dizem que a organização ocorre quando “a atividade fim não 
depender exclusivamente da pessoa física empreendedora ou do 
sócio da sociedade”. 
 
- segundo o parágrafo único do artigo 966 do CC/02 “Não se considera 
empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, 
literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, 
salvo se o exercício da profissão constitui elemento de empresa”. 
- no Brasil, quem exerce esse tipo de atividade são os profissionais liberais, 
que não são empresários: 
Científica� médico; contador; advogado; 
 
Literária� escritor; jornalista; 
 
Artística � desenhista; artista plástico; cantor; dançarino; 
 
? - Questão de concurso: dois ortopedistas fazem uma sociedade e 
montam uma clínica, essa clínica é uma sociedade empresária? 
Resposta: Não, uma vez que a atividade que exercem está definida no 
código civil como não formadora de sociedade empresária. Ainda que tenha 
na clínica faxineira e enfermeira, a sociedade continuará não sendo 
empresária, uma vez que mesmo com o concurso de auxiliares e 
colaboradores não se configura a sociedade empresária, salvo se o exercício 
da profissão constituir elemento de empresa. 
 
CONCEITO DE EMPRESA: empresa é a atividade econômica organizada para 
produção ou circulação de bens ou de serviços; empresa significa atividade: 
Empresa � atividade 
 
- o que é empresário é a sociedade, e não o sócio. Empresário só é aquele que 
sozinho organiza uma atividade empresarial; 
 
- sociedade empresária: pessoa jurídica, segue basicamente as mesmas regras do 
empresário individual, será mais estudado posteriormente; 
 
- Requisitos para ser empresário individual: 
- empresário individual está disciplinado no artigo 972 do CC/02; 
- o empresário individual deve: 
- estar em pleno gozo da capacidade civil; 
- não ter impedimento legal; 
? – O menor poderá ser empresário individual? 
Resposta: Depende. Caso ele esteja emancipado, ele está em pleno gozo da 
capacidade civil, podendo ser empresário individual. Caso ele não esteja 
emancipado, ele não pode iniciar uma empresa, mas pode continuar uma 
 
 
Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes – Direito Empresarial - Danilo Pereira Meneses – Intensivo II Página 3 
 
empresa (empresa aqui usada tecnicamente, no sentido de atividade) antes 
exercida por seus pais ou por seu autor de herança. Essa não é uma regra de 
proteção ao menor, mas sim uma regra de continuação da empresa. Em caso de 
incapacidade superveniente, pode o incapaz continuar a empresa. Tanto no caso 
da incapacidade superveniente quando no caso do menor, são necessários dois 
requisitos: ele deve ser representado ou assistido + autorização judicial. 
 
? - O empresário individual tem seus bens pessoais e seus bens empresariais, 
seria possível a separação desses bens? 
Resposta: Não, uma vez que o direito brasileiro adotou o princípio da unidade 
patrimonial, sendo o patrimônio único, não havendo como separá-lo. As dívidas 
pessoais recairão sobre os bens empresariais, e as dívidas empresariais recairão 
sobre os bens pessoais. O artigo 974, §2º, diz que não ficam sujeitos ao resultado 
da empresa os bens que o incapaz possuía ao tempo da sucessão ou da 
interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do 
alvará que conceder a autorização para o exercício da empresa. Essa regra do §2º 
protege os bens do incapaz, tratando-se de um patrimônio de afetação. 
 
- quanto aos impedimentos legais, deve-se olhar o material de apoio disponível 
para download no Portal FLG. 
 
- o STJ recentemente entendeu que quem é médico não pode ser sócio de 
farmácia, sendo que para ter uma, deveria pedir desligamento do Conselho de 
Medicina; 
 
- Empresário casado: 
- o empresário individual casado que compra um imóvel destinado à sua atividade empresarial, 
daí, passando por uma crise, resolve vender o imóvel. Ele precisa de autorização do cônjuge ou 
não? Nesse caso, prevalece a regra do artigo 978 do CC/02, que diz que “o empresário casado, 
pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os 
imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real”. 
 
- Obrigações do empresário: 
- registro: prevista no artigo 967 do CC/02, considera obrigatória a inscrição do empresário no 
Registro Público de Empresas Mercantis na respectiva sede, antes do início de sua atividade. O 
Registro Público de Empresas Mercantis está definido na lei 8.934/94, dividindo-se em dois 
órgãos: DNRC (Departamento Nacional de Registro de Comércio) e Junta Comercial. O DNRC é 
um órgão federal normatizador e fiscalizador.Já a Junta Comercial é estadual, uma vez que 
cada Estado possui uma junta comercial, sendo ela um órgão executor. A Junta Comercial é um 
órgão subordinado, tanto no âmbito da técnica (subordinada à DNRC), quanto no âmbito 
administrativo (subordinada ao Estado). O STF, no RE 199.793/RS, firmou competência da 
Justiça Federal para julgar mandado de segurança contra Presidente da Junta Comercial. O 
artigo 971 traz uma exceção à essa regra do registro, tratando-se daquele que tem atividade 
rural. Segundo tal artigo, “o empresário cuja atividade rural constitua a sua principal profissão, 
pode, observada as formalidades [...]” e ainda complemente “[...] caso em que, depois de 
inscrito, ficará equiparado para todos os efeitos, ao empresário sujeito á registro.” Ou seja, só 
se aplica as regras do direito empresarial para aqueles que têm registro na Junta Comercial. 
 
 
Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes – Direito Empresarial - Danilo Pereira Meneses – Intensivo II Página 4 
 
Quanto à natureza jurídica do registro, para o empresário comum, é mera condição de 
regularidade
1. Para o empresário rural, o registro tem natureza constitutiva. 
- conseqüências da ausência do registro: 
- não poderá pedir falência de um terceiro; 
- tratando-se de sociedade, a responsabilidade do sócio será ilimitada; 
- não poderá pedir recuperação judicial; 
- não poderá participar de licitação; 
 
- escrituração dos livros comerciais: os livros comerciais se classificam em obrigatórios 
(exigido por lei) ou facultativo (a lei não exige, mas permite). Os livros obrigatórios se dividem 
em comum (exigido para todo empresário) e especial (é obrigatório, mas somente exigido em 
casos excepcionais, como no caso do livro de registros de duplicatas). Livro obrigatório 
comum, segundo o artigo 1.180 do CC/02 é o livro diário, podendo este livro ser substituído 
por fichas em caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. 
- qual é o princípio que rege a escrituração dos livros? O artigo 1.190 do CC/02 responde 
essa pergunta, tratando-se do princípio da sigilosidade. Livros são sigilosos, ressalvados 
os casos previstos em lei. 
- exceções ao sigilo: 
a) exibição parcial � em qualquer ação judicial pode-se pedir a exibição 
parcial (súmula 260 do STF); 
 
b) exibição total � cai na regra do artigo 1.191 do CC/02, que diz que o 
juiz só poderá autorizar a exibição integral quando necessário para resolver 
questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou 
gestão à conta de outrem, ou em caso de falência. Portanto, os casos são: 
sucessão; sociedade; administração ou gestão à conta de outrem; falência; 
 
c) o artigo 1.193 do CC/02 diz que essa sigilosidade não se aplica às 
autoridades fazendárias, quando do exercício da fiscalização de impostos; 
 
- a escrituração é obrigatória, mas há dispensa no caso do artigo 1.179, §2º, que é o caso 
do “pequeno empresário” (pequeno empresário é o da Lei Complementar 123/06, mais 
precisamente no artigo 68 da lei) 
- no caso de ausência de escrituração, o artigo 178 da lei 11.101/05 (Lei de Falências) 
prevê como crime falimentar o fato de deixar de escriturar. Lembrando que esse fato só 
constituirá crime se a empresa vier à falência. 
- caso o empresário falsifique esse livro, ele terá cometido crime de falsificação de 
documento público (art. 297, §2º do CP); 
 
- realização de demonstrativos contábeis periódicos: o empresário tem a obrigatoriedade de 
fazer dois tipos de balanço: o balanço patrimonial2 (art. 1.188) e o balanço de resultado 
econômico3 (art. 1.189) 
 
 
 
1
 Os enunciados 198 e 199 do Conselho da Justiça Federal na 3ª Jornada de Direito Civil tratam do tema. 
Afirmam ainda que o registro não é requisito para caracterização do empresário ou da sociedade empresária, 
admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O registro é apenas requisito da regularidade. 
2
Apura o ativo e o passivo. 
3
 Apuro as perdas e lucros. 
 
 
Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes – Direito Empresarial - Danilo Pereira Meneses – Intensivo II Página 5 
 
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL 
- de acordo com a doutrina majoritária, também é chamado de Fundo de Comércio, Azienda, Fundo 
Empresarial; 
- tal assunto está previsto nos artigos 1.142 ao 1.149 do CC/02 (artigos de leitura obrigatória); 
 
- Conceito: 
- está no artigo 1.142 do CC/02, diz que “estabelecimento é todo complexo de bens 
organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.” Os 
bens são bens corpóreos (materiais) e incorpóreos (imateriais). São exemplos de bens 
corpóreos ou materiais: móveis; maquinários; mercadoria; equipamentos; imóvel; veículos; 
etc. São exemplos de bens incorpóreos: ponto comercial; nome empresarial; marca; patente; 
etc. Vale lembrar que o estabelecimento não é só um conjunto de bens, mas sim um conjunto 
de bens organizados (cada um na sua função ou finalidade). 
- universalidade de direito ocorre quando os bens são reunidos em decorrência da vontade da 
lei (ex.: massa falida; herança). Universalidade de fato ocorre quando a universalidade se dá 
em razão da vontade do empresário ou da sociedade empresária. Portanto, o estabelecimento 
trata-se de uma universalidade de fato. 
- o estabelecimento não é sujeito de direitos, porque quem exerce a atividade empresária é a 
sociedade empresária ou o empresário. O estabelecimento é objeto unitário de direitos 
(conforme lição do artigo 1.143 do CC/02). Sendo objeto, pode-se vendê-lo, arrendá-lo, dá-lo 
em usufruto, etc. 
- a compra e venda do estabelecimento empresarial deve ser dar por um contrato, contrato 
esse que recebe o nome de trespasse. 
- como exemplo, a padaria KI PÃO LTDA possui dois estabelecimentos: Estabelecimento I e 
Estabelecimento II. Se o estabelecimento II for vendido, deve-se fazer um trespasse. Porém, se 
na verdade, o estabelecimento II não for estabelecimento, e sim um simples imóvel, deverá ser 
vendido por contrato de compra e venda normal. Para ser estabelecimento, os bens devam 
estar diretamente destinados à atividade. Portanto, fica claro que o estabelecimento é 
diferente de patrimônio. O estabelecimento até integra o patrimônio, mas não significa que o 
patrimônio é o estabelecimento. 
- em caso de alienação, segundo o artigo 1.146 do CC/02, o adquirente responde pelas dívidas 
anteriores desde que a dívida esteja regularmente contabilizada. Porém, tal regra não se aplica 
às dívidas trabalhistas (art. 10 e art. 448 da CLT) e dívidas tributárias (art. 133 do CTN). O 
alienante responde de forma solidária pelo prazo de um ano: se a dívida for vencida, conta-se 
um ano da data da publicação do registro contrato de trespasse; se a dívida ainda não for 
vencida, conta-se um ano da data do vencimento. Quando não há venda do estabelecimento, 
e sim transferências de quotas, o alienante responde nos termos do artigo 1.103, parágrafo 
único do CC/02 pelo prazo de 2 anos (esse é o caso da sociedade, onde há cessão de quotas). 
 
- a eficácia do contrato de trespasse depende de uma das duas coisas: 
- autorização de todos os credores; 
- quitação do débito com todos os credores; 
- sem cumprir essas exigências, o art. 94, III, alínea “c” da nova lei de falências (Lei 
11.101/05) diz que o credor pode inclusive pedir a falência se o estabelecimento 
foi transferido sem cumprir os requisitos de eficácia do contrato de trespasse, isso 
se o patrimônio restante não for composto de bens suficientes para arcar com a 
dívida. O credor também pode optar por pedir a ineficácia desse contrato de 
trespasse celebrado; 
 
 
Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes – Direito Empresarial - Danilo Pereira Meneses – Intensivo II Página 6 
 
- o art. 1.147 do CC/02 diz que se o alienante vende um estabelecimentoe o contrato é 
silente a respeito de concorrência, o alienante não pode fazer concorrência ao 
adquirente pelo prazo de 5 anos subseqüente à transferência; 
- segundo o art. 1.148 do CC/02, quando alienado o estabelecimento, haverá uma sub-
rogação dos contratos, assim, o adquirente vai subrogar-se nos contratos celebrados 
anteriormente pelo alienante, visando a continuidade; 
- no caso de aluguel, onde compra-se o estabelecimento e o imóvel onde situa-se 
a empresa não é do alienante, e sim alugado, não há sub-rogação automática do 
contrato de aluguel, uma vez que pela Lei da Locação, o locador precisa autorizar 
a transferência dessa locação; 
 
- Aviamento/Goodwill: 
- segundo doutrina majoritária (Oscar Barreto Filho) aviamento é o potencial de lucratividade 
do estabelecimento; 
- assim, o aviamento é o atributo do estabelecimento, assim ele não pode ser vendido 
separadamente, porque é impossível, uma vez que ele não é elemento integrante, e sim 
atributo do estabelecimento; 
- o autor Oscar Barreto Filho faz algumas comparações: segundo ele, o aviamento está para o 
estabelecimento assim como a saúde está para o corpo; 
- o aviamento está relacionado à clientela, mas o conceito de aviamento não deve ser 
entendido como clientela; clientela também não é elemento do estabelecimento, uma vez que 
a clientela é uma situação de fato; 
 
- Ponto Comercial: 
- ponto comercial é a localização do estabelecimento empresarial; 
- a lei protege o ponto comercial por meio da chamada ação renovatória (prevista na lei 
8.245/91 nos arts. 51 e seguintes); tal ação tem por objetivo a renovação compulsória do 
contrato de locação empresarial, dependendo dos seguintes requisitos cumulativos: 
- contrato escrito e com prazo determinado; 
- o contrato ou a soma ininterrupta dos contratos tem que totalizar prazo contratual 
mínimo de 5 anos; 
- é necessário que o locatário esteja explorando o mesmo ramo de atividade econômica 
nos últimos 3 anos; 
 
- Propriedade Industrial4: 
- regido pela lei 9.279/96; 
- o objetivo dessa lei é o de garantir a exclusividade de uso; 
- a exclusividade serve para: produzir sozinho ou licenciar o uso a terceiros interessados 
(royalties – remuneração decorrente dessa licença de uso); 
- bens da propriedade industrial5 (que são classificados como bens móveis): 
- invenção; 
- modelo de utilidade; 
- desenho industrial; 
-marca; 
- repressão à falsa indicação geográfica; 
 
4
 A propriedade intelectual é um gênero que tem como espécie o direito autoral e a propriedade industrial. 
5
 A frase “I MI DEI MAL” serve para decorar esses 4 bens da propriedade industrial. Vale lembrar que o 
programa de computador não se encaixa na propriedade industrial, e sim no direito autoral. 
 
 
Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes – Direito Empresarial - Danilo Pereira Meneses – Intensivo II Página 7 
 
- repressão à concorrência desleal; 
- a exclusividade de uma invenção ou de um modelo de utilidade se dá por meio 
da patente; 
- a patente tem finalidade de proteção e incentivo ao desenvolvimento 
tecnológico; 
- o desenho industrial e a marca têm registro; 
- tanto a patente quanto o registro é feito no INPI (Instituto Nacional de 
Propriedade Industrial) que é uma autarquia federal com sede no Rio de Janeiro; 
- prazos: 
- invenção � 20 anos do depósito no INPI 
- modelo de utilidade � 15 anos do depósito no INPI 
- desenho industrial � 10 anos do depósito no INPI 
- marca � 10 anos da concessão 
- invenção e modelo são improrrogáveis, ou seja, a patente não 
admite prorrogação, caindo ela em domínio público. 
- o registro, ao contrário, admite prorrogação: o desenho industrial 
pode ser prorrogado por até 3 vezes, sendo cada prorrogação de 5 
anos, caindo em domínio público depois da terceira prorrogação; a 
marca não tem limite de prorrogação, e a prorrogação é sempre por 
igual período (de dez em dez anos). 
 
- a lei não conceitua o que é invenção, mas traz um rol do que não se considera invenção 
(art. 10 da lei): 
- programa de computador; 
- método cirúrgico; 
- regras de jogo; 
- planejamento tributário; 
- obras científicas, literárias ou artísticas; 
- métodos matemáticos; 
 
- Requisitos da Invenção: 
- novidade (art. 11 da lei): aquilo que não está compreendido no estágio atual da 
técnica; 
- atividade inventiva (art. 13 da lei): sempre que, para um técnico no assunto, não 
decorra de maneira óbvia ou evidente do estado da técnica (estágio atual da técnica) – 
deve ser algo engenhoso; 
- aplicação industrial: o invento deve ser industrializável; 
- não impedimento (art. 18 da lei): no artigo 18, a lei prevê a não possibilidade de ser 
objeto de patente: 
- não podem ser patenteadas invenções contrárias à moral, à ordem e à saúde 
pública; 
- tudo que for resultado ou resultante de transformação do núcleo atômico não 
poderá ser patenteado; 
- não pode ser patenteado o todo ou parte dos seres vivos, exceto os 
microorganismos transgênicos; 
 
- Artigo 71 da Lei 9.279/96 – Licença Compulsória: 
 
 
Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes – Direito Empresarial - Danilo Pereira Meneses – Intensivo II Página 8 
 
- em caso de interesse público ou de emergência nacional é possível a licença 
compulsória (é o que os leigos chamam de quebra de patente); 
- a licença compulsória deve ser dada pelo Poder Executivo Federal; 
- tal licença tem caráter temporário e não tem exclusividade; 
- não haverá prejuízo para o titular da patente, que vai receber um percentual relativo à 
produção; 
- a licença compulsória foi trazida pelo decreto 6.108 de 4 de maio de 2007; 
 
- Modelo de Utilidade: 
- a definição de modelo de utilidade está no artigo 9º da lei de propriedade industrial; 
- é o objeto de uso prático ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente 
nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu 
uso ou em sua fabricação. 
- o modelo de utilidade traz uma utilidade maior para uma invenção já realizada; 
- exemplo de modelos de utilidade: 
- cabo anatômico em vassoura; 
- churrasqueira sem fumaça (segundo o STJ); 
- guarda sol para ser colocado em área cimentada; 
- camisinha com sabor; 
 
- Desenho Industrial: 
- o artigo 95 da lei de propriedade industrial traz o conceito de desenho industrial; 
- é a forma plástica de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser 
aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração 
externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial; 
- visual novo; estética bonita; design arrojado; visual arrojado � são expressões 
caracterizadoras do desenho visual; 
- a doutrina chama o desenho industrial de visual fútil, pois não traz nenhum tipo de utilidade, 
se restringindo à estética; 
- exemplos de desenho industrial: aspirador de pó com design moderno; garrafa de água 
mineral com design moderno; garrafa térmica com desenho diferenciado e bonito; camisinha 
colorida; 
 
- Marca: 
- o artigo 122 da lei de propriedade industrial (Lei 9.279/96) traz o conceito de marca; 
- marca é o sinal distintivo, não compreendido nas proibições legais. A marca busca identificar 
um produto ou um serviço; 
- no Brasil, sinal sonoro (som) não pode ser registrado como marca, sendo passível de registro 
somente aquilo que é visualmente perceptível; 
 
- Espécies de Marca (art. 123, Lei 9.279/96): 
- marca de produto ou serviço: é aquela utilizada para distinguir produto ou serviço de 
um outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa; 
- marca de certificação: é aquela usada para atestar a conformidade de um produto ou 
de um serviço com determinadasespecificações técnicas, notadamente quanto à 
qualidade, natureza e material utilizado (ex.: INMETRO; ISO); 
 
 
Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes – Direito Empresarial - Danilo Pereira Meneses – Intensivo II Página 9 
 
- marca coletiva: é aquela usada para identificar produtos ou serviços provindos de 
membros de uma determinada entidade (ex.: Associação Brasileira dos Produtores de 
Café); 
 
- Requisitos da Marca: 
- novidade: essa novidade não é absoluta, e sim relativa, uma vez que ela está 
relacionada à determinada classificação no INPI; 
- não-colidência com marca notória: a marca não pode conflitar, confrontar com uma 
marca notória; marca notória é aquela ostensivamente pública e conhecida, de 
popularidade internacional (ex.: Nike; Visa; Motorola; Sony; Honda; Toyota); marca 
notória não depende de registro no INPI para ter proteção legal (isso porque o Brasil é 
signatário da Convenção da União de Paris); não se deve confundir marca notória de 
marca de alto renome: Casas Bahia não tem reconhecimento internacional, não sendo 
uma marca notória, e sim uma marca de alto renome (o INPI ao reconhecer uma marca 
de alto renome protege a marca em todos os ramos de atividade, não apenas no ramo 
da atividade da marca, assim, não pode haver uma água mineral chamada Casas Bahia 
por exemplo); 
MARCA NOTÓRIA MARCA DE ALTO RENOME 
- não precisa de registro; - precisa de registro; 
- protege apenas no ramo de atividade; - protege em todos os itens de 
classificação; 
- tem proteção internacional - alcança somente o Brasil; 
- não impedimento legal: os casos de não-impedimento estão no artigo 124 da lei de 
propriedade industrial, sendo os mais importantes deles: 
- símbolo oficial e monumentos nacionais ou internacionais não podem ser 
registrados como marca; 
- a marca não pode representar falsa indicação geográfica (ex.: um perfume feito 
em campinas não pode ser chamado de Francês; um charuto feito em São José 
dos Campos não pode se chamar de charuto cubano); 
- designação ou sigla de entidade ou órgão público, quando não requerido o 
registro pela própria entidade ou órgão público não podem ser registrados como 
marca (ex.: não se pode abrir um cursinho jurídico e chamá-lo de MP, STF); 
 
- Formas de Extinção da Propriedade Industrial: 
- expiração do prazo de vigência; 
- renúncia; 
- caducidade (ex.: artigo 143 da lei de propriedade industrial – caducará o registro a 
requerimento de qualquer pessoa com o legítimo interesse, se decorrido 5 anos da sua 
concessão, na data do requerimento: o uso da marca não tiver sido iniciado no Brasil; o uso da 
marca tiver sido interrompido por mais de 5 anos); 
- falta de pagamento da retribuição anual; 
- inobservância do artigo 217 da Lei de Propriedade Industrial: “Art. 217: a pessoa domiciliado 
no exterior deverá constituir e manter procurador devidamente qualificado e domiciliado no 
País, com poderes para representá-la administrativa e judicialmente inclusive para receber 
citações.” 
 
- Aspectos Processuais: 
- Patente: 
 
 
Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes – Direito Empresarial - Danilo Pereira Meneses – Intensivo II Página 10 
 
- pode ser ajuizada uma ação de nulidade de patente tanto no âmbito judicial quanto no 
âmbito administrativo. O prazo no âmbito administrativo é de seis meses contados da 
concessão da patente. No âmbito judicial, pode-se entrar com a ação enquanto a 
patente for vigente. 
 
- Desenho Industrial: 
- no âmbito administrativo, o prazo é de cinco anos contados da concessão; no âmbito 
judicial, o prazo se dá enquanto for vigente o registro; 
 
- Marca: 
- no âmbito administrativo, o prazo é de 180 dias contados da expedição do certificado 
de registro; no âmbito judicial, o prazo é de 5 anos contados da expedição do 
certificado. 
 
- a ação judicial de nulidade de marca ou de patente deve ser ajuizada na justiça federal, e se o 
INPI não for o autor da ação, ele deverá intervir no processo. 
- o prazo de contestação dessas ações no âmbito judicial é de 60 dias (o prazo comum da lei de 
propriedade industrial é de 60 dias, salvo quando definido em contrário); 
 
- Nome Empresarial: 
- é o elemento de identificação do empresário ou da sociedade empresária; 
- Modalidades: 
- Firma: 
- Firma Individual; 
- somente o empresário individual pode ter firma individual; 
- Firma Social (Razão Social é a firma individual); 
- só a sociedade pode ter; 
 
- Denominação: 
- somente a sociedade pode ter; 
 
- Composição: 
- Firma Individual: 
- segundo o artigo 1.156 do CC/02, coloca-se o nome do empresário individual, 
que pode estar completo ou abreviado; 
- exemplo: Rogério Sanches � R. Sanches ou Rogério Sanches 
- na firma individual basta ter o nome, não precisando acrescentar nada 
obrigatoriamente, podendo acrescentar algo no nome se quiser. O que se “pode” 
acrescentar é uma designação mais precisa de sua pessoa ou de sua atividade: 
- Ex.: Rogério Sanches, o Galetinho; Rogério Sanches , Comércio de Laquês. 
 
- Firma Social: 
- a regra geral é o nome(s) do(s) sócio(s); o nome do sócio, igualmente à firma 
individual pode ser completo ou abreviado; 
 
 
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- exemplo: Pedro Taques e André Barros; P. Taques e A. Barros; P. Taques e 
Companhia6; 
- assim como na firma individual, o acréscimo de uma designação mais precisa do 
objeto social é facultativa; 
Ex.: Pedro Taques e André Barros Comércio de Miniaturas; 
 
- Denominação: 
- a regra geral é colocar na composição do nome social um elemento fantasia (ex.: 
Globex; Pingo de Ouro; Pena Branca; Alta Tensão; Primavera); 
- nome de sócio é possível na denominação, mas como medida excepcional: 
- homenagear o sócio (ex.: acionista fundador, sócio que contribuiu para o 
sucesso da sociedade); 
- a designação do objeto social é obrigatória na denominação, ou seja, deve ser 
colocado o ramo de atividade, ex.: Pena Branca Transportes; Globex Comércio de 
Celulares – art. 1.158, §2º do CC/02. 
 
- Quadro Comparativo: 
FIRMA SOCIAL DENOMINAÇÃO 
- nome dos sócios; - elemento fantasia sem o nome dos sócios 
(excepcionalmente admite-se o nome do(s) 
sócio(s)); 
- sociedade com sócio com responsabilidade 
ilimitada (ex.: Sociedade em Nome Coletivo; 
Sociedade em Comandita Simples); 
- exceção: Sociedade Limitada (art. 1.158)¹; 
- sociedade tem sócio com responsabilidade 
limitada (ex.: Sociedade Anônima; Sociedade 
Limitada); 
- é facultativa a designação do objeto social; - é obrigatória a designação do objeto social; 
- a assinatura será a reprodução do nome 
empresarial; 
- a assinatura será a assinatura pessoal do 
representante legal; 
¹Art. 1.158 - Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra 
final “limitada” ou a sua abreviatura. 
 
- Observações típicas de concurso: 
- se o examinador perguntar sobre o que seja “Secos e Molhados LTDA” a resposta é que 
é uma denominação; 
- Sociedade Anônima pode ter firma social? Não, ela só pode ter denominação; 
- Sociedade Limitada foge à regra, e pode ter firma ou denominação. 
- Pedro Taques e André Barros LTDA é firma social porque não tem designação do objeto 
social (atividade); 
 
- Proteção do nome empresarial: 
- a lei 8.934/94, em seu artigo 33, diz que a “proteção ao nome empresarial decorre 
automaticamente do arquivamento dos atos constitutivos de firma individual, de 
sociedades ou de suas alterações”. 
- portanto, a proteção do nome empresarial decorre automaticamente do registro do 
empresário ou da sociedade empresária na junta comercial; 
 
66
 O termo “ e companhia” significaque tem outros sócios na companhia. Porém, se a expressão “companhia” 
estiver no início do nome ou no meio do nome comercial, não tem nada a ver com sócios, mas sim significa que 
aquela sociedade é uma sociedade anônima. Ex.: Companhia Vale do Rio Doce. 
 
 
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- o âmbito de proteção geográfica dessa proteção é estadual, uma vez que a junta 
comercial é órgão estadual (art. 1.166 do CC/02); 
- deve ficar claro que nome empresarial é diferente de marca: o nome empresarial está 
identificando o empresário individual ou a sociedade empresária, já a marca está, em 
regra, identificando um produto ou um serviço. A título de exemplo, podemos ir à Loja 
Reunidas de Calçados LTDA e compra uma chuteira de marca GOL; pode ser que a 
Companhia Cacique de Café Solúvel (denominação de Sociedade Anônima) seja dona da 
marca Café Pelé; Vulcabrás S/A (sociedade anônima) pode possuir várias marcas: 
Olympikus, Reebok, Azaléia; 
- o registro da marca deve ser feio no INPI (órgão federal), já o nome empresarial deve 
ser registrado na junta comercial (órgão estadual); 
- nome empresarial também é diferente de título de estabelecimento: o nome 
empresarial identifica o empresário ou a sociedade empresária, já o título de 
estabelecimento é um apelido comercial dado a um estabelecimento empresarial, 
exemplo: 
- Companhia Brasileira de Distribuição (nome empresarial) � Pão de Açúcar 
(título do estabelecimento7); 
- Globex Utilidades S/A (nome empresarial - denominação) � Ponto Frio (título 
de estabelecimento); 
- Pedro Franco e Renata Braga Produtos Alimentícios LTDA (nome empresarial – 
sorveteria) � Beijo Gelado (título de estabelecimento) � Panegel (nome do 
panetone com sorvete distribuído pela empresa); 
 
- há casos em que usam o mesmo nome para nome empresarial, marca e título do 
estabelecimento, para facilitar a vida do consumidor (ex.: Itaú); 
- título de estabelecimento não é registrado, não tendo proteção legal em regra. A lei só 
diz que o uso indevido do título de estabelecimento pode gerar crime de concorrência 
desleal; 
 
- Princípios: 
- o nome empresarial obedecerá aos princípios da novidade e veracidade (art. 34 da lei 
8.934/94); 
- Princípio da Novidade � não poderão coexistir, na mesma unidade federativa, 
dois nomes empresariais idênticos ou semelhantes, 
prevalecendo aquele já protegido pelo prévio 
arquivamento (art. 1.163 do CC/02). O nome 
empresarial, ao contrário do nome civil, não admite 
homonímia nem semelhança que possa causar 
confusão; 
 
- Princípio da Veracidade � também chamado de princípio da autenticidade, 
impõe que a firma individual ou a firma social seja 
composta a partir do nome do empresário ou dos 
sócios respectivamente. O nome deve ser 
verdadeiro, deve corresponder com a realidade, 
com a atualidade; segundo o artigo 1.165 “[...] o 
nome do sócio que vier a falecer, for excluído ou se 
retirar, não pode ser conservado na firma social.” 
 
7
 O uso de nome fantasia para representar o título de estabelecimento não é indicado. 
 
 
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- Observações: 
- o nome empresarial é um direito da personalidade? O artigo 52 do CC/02 estendeu os 
direitos de personalidade à pessoa jurídica, portanto, o nome empresarial é um direito 
de personalidade, segundo a doutrina majoritária; 
- o nome empresarial é alienável? Quando essa pergunta é feita na primeira fase, 
devemos responder que a regra do artigo 1.164 do CC/02 que diz que “o nome 
empresarial não pode ser objeto de alienação”. Caso essa pergunta seja feita em uma 
segunda fase ou em um exame oral, deve ser feito um comentário: para alguns 
doutrinadores (embora não seja posição majoritária ainda) haverá a possibilidade de 
alienação da denominação e não da firma social; 
- título de estabelecimento pode ser alienado, por isso na prática a discussão acima fica 
meio vazia, uma vez que o interesse maior sempre é pelo título do estabelecimento; 
- a ação que busca anulação do nome empresarial registrado posteriormente na mesma 
unidade federativa e com o mesmo nome tem prazo imprescritível, assim, pode a ação 
de anulação de nome empresarial indevido ser ajuizada a qualquer tempo (art. 1.167 do 
CC/02); 
 
 
DIREITO SOCIETÁRIO 
 
- Quadro Geral das Sociedades: 
- Sociedade Não-personificada: não possui personalidade jurídica; 
- Sociedade em comum: 
- encontrada no artigo 986 do CC/02; 
- se a sociedade não tem registro ela se chama de sociedade em comum, ou seja, 
ela é uma sociedade que não foi levada a registro; 
- para que não se incentive esse tipo de sociedade, deve-se criar um regramento 
que incentive o registro, portanto, nessa sociedade, a responsabilidade do sócio 
será ilimitada; 
- a responsabilidade que o sócio tem perante a sociedade sempre será subsidiária 
(não importando o tipo de sociedade); assim, o sócio tem o famoso benefício de 
ordem (art. 1.024 do CC/02): 
- 1º � devem ser perseguidos os bens da sociedade; 
- 2º � insuficientes os bens da sociedade, deve-se perseguir os bens 
pessoais; 
- a responsabilidade que os sócios tem perante os demais sócios será uma 
responsabilidade solidária; 
- aquele que contratou pela sociedade não pode alegar o benefício de ordem (por 
exemplo, aquele que fez um contrato, um leasing, uma alienação fiduciária, etc); 
- o artigo 988 chama o patrimônio da sociedade comum de patrimônio especial e 
diz que quem vai ser o titular desse patrimônio são os sócios da sociedade, 
portanto, os sócios serão co-titulares do patrimônio especial; 
 
- Sociedade em conta de participação8: 
- encontrada no artigo 991 do CC/02; 
- nesse tipo de sociedade temos duas categorias de sócios: 
 
8
 Esse é disparado o tema do Direito Societário que mais cai em prova. 
 
 
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- sócio ostensivo: é ele quem vai exercer o objeto social (administra, 
explora a atividade, etc.); ele tem responsabilidade exclusiva (ele quem 
responde perante terceiros); age em seu nome individual (sociedade em 
conta de participação, como não tem personalidade jurídica, também não 
terá nome empresarial, portanto, tudo que o sócio ostensivo faz, faz em 
favor da sociedade em nome próprio); 
- sócio participante: só participa dos resultados; também é chamado de 
“sócio-oculto9”; 
- o artigo 993 do CC/02 diz que “[...] o contrato social produz efeito somente entre 
os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não 
confere personalidade jurídica à sociedade.10” 
 
- Sociedade Personificada: possui personalidade jurídica; 
- Quanto ao objeto: 
- Sociedade Empresária; 
- definida no artigo 982 do CC/02; 
- é aquela que tem por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário sujeito a registro; 
- organização empresarial + produção/circulação de bens/serviços; 
- Sociedade Simples; 
- definida por exclusão pelo artigo 982 do CC/02; 
- sociedade simples é a sociedade tida por não-empresária; 
- sociedade simples é aquela que exerce uma atividade não classificada 
como de empresária; 
- exercendo profissão intelectual de natureza: científica, literária ou 
artística � sociedade simples; 
- além dessas sociedades acima citadas, outras podem ser sociedades 
simples. Assim são sociedades simples todas aquelas que não possuem 
organização empresarial; 
 
- Quanto à forma: 
- o artigo 983 do CC/02 diz que “[...] a sociedade empresária deve constituir-se 
segundo um dostipos regulados nos artigos 1.039 a 1.092; a sociedade simples 
pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e não o fazendo, 
subordina-se às normas que lhe são próprias”: 
- o artigo 982, parágrafo único do CC/02 diz que “[...] independentemente de seu 
objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e simples, a cooperativa”; 
- Portanto, segue o resumo das sociedades que podem ser empresárias e das 
sociedades que podem ser simples: 
- Sociedades Empresárias: 
- Sociedade em nome coletivo; 
- Sociedade em comandita simples; 
- Sociedade em comandita por ações; 
- Sociedade Anônima (S/A); 
- Sociedade Limitada (LTDA); 
 
 
9
 Normalmente o contrato não é registrado, então, não se conhece o sócio participante. 
10
 A sociedade em conta de participação é a única que com o registro não adquire personalidade jurídica. 
 
 
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- Sociedades Simples: 
- Sociedade em nome coletivo; 
- Sociedade em comandita simples; 
- Sociedade Limitada (LTDA); 
- Cooperativa; 
- Sociedade Simples Simples11 ou Sociedade Simples Pura; 
 
- a sociedade só ganha personalidade jurídica depois do registro: 
- sociedade empresária � junta comercial; 
- sociedade simples � registro civil de pessoa jurídica (cartório); 
- exceções a essa regra: 
- a sociedade de advogados, apesar de ser uma sociedade 
simples, ele deve ser feito na OAB; 
- em que pese a cooperativa ser uma sociedade simples, ela 
deve ser registrada na junta comercial12; 
 
- Classificação das sociedades personificadas empresariais: 
- Sociedade de pessoa VS Sociedade de capital: 
- Critério: leva em conta o grau de dependência da sociedade em relação às qualidades 
subjetivas dos sócios; 
- Sociedade de Pessoas: as características subjetivas dos sócios são indispensáveis 
ao desenvolvimento da sociedade; 
- Sociedade de Capitais: o mais relevante é o capital investido pelo sócio na 
sociedade; 
 
- Sociedade Contratual VS Sociedade Institucional: 
- Critério: regime de constituição e dissolução do vínculo societário; 
- Sociedade Contratual: o ato constitutivo da pessoa jurídica é o contrato social; 
nessa sociedade, sobre esse contrato incidirá os princípios contratuais; 
- Sociedade Institucional: o ato constitutivo é um estatuto social; sobre o estatuto 
social, não incidirá princípios contratuais, devendo observar a lei 6.404/76 (lei de 
S/A); 
 
- Responsabilidade Ilimitada VS Responsabilidade Limitada VS Responsabilidade Mista: 
- Critério: responsabilidade do sócio pelas obrigações sociais; 
- Responsabilidade Ilimitada: o sócio responderá com seu patrimônio pessoal 
pelas dívidas da sociedade; 
- Responsabilidade Limitada: o patrimônio pessoal do sócio não responde pelas 
dívidas da sociedade; 
- Responsabilidade Mista: quando na mesma pessoa jurídica há sócios com a 
responsabilidade limitada e sócios com a responsabilidade ilimitada (ex.: 
sociedade em comandita simples); 
 
 
 
 
11
 Simples Simples porque ela é simples quanto ao objeto e quanto à forma. 
12
 O artigo 32 da lei 8.934/94 diz que a cooperativa deve ter o registro na junta comercial; 
 
 
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- Sociedade Nacional VS Sociedade Estrangeira: 
- Critério: para ser nacional, deve a sociedade atender a dois requisitos do artigo 1.126 
do Código Civil: tem de ser organizada de acordo com a lei brasileira + a sede da 
administração tem de ser no país; 
- Sociedade Nacional: quando presente os dois requisitos do artigo 1.126 do 
CC/02; 
- Sociedade Estrangeira: quando faltar um dos requisitos do artigo 1.126 do 
CC/02; 
- não importa o tipo de atividade que a sociedade estrangeira exerça, ela 
sempre precisará para se constituir no Brasil de autorização do Poder 
Executivo Federal (art. 1.134 do CC/02); 
 
- Sociedade em nome coletivo: 
- prevista no artigo 1.039 do CC/02; 
- a responsabilidade dos sócios é solidária e ilimitada (sendo também subsidiária); 
- pessoa física (não permite-se sociedade em nome coletivo de pessoa jurídica); 
- nome da sociedade � firma social; 
- aplica-se a ele subsidiariamente as normas da sociedade simples (art. 1.040 do CC/02); 
- é muito raro no Brasil sociedade em nome coletivo; 
 
- Sociedade em comandita simples: 
- prevista no artigo 1.045 do CC/02; 
- há duas categorias de sócios: sócio comanditado + sócio comanditário; 
- sócio comanditado --> responsabilidade solidária e ilimitada; tem de ser pessoa física; 
- sócio comanditário --> responsabilidade limitada; pode ser pessoa física ou jurídica; 
 
- Sociedade limitada (LTDA): 
- Legislação Aplicável: 
- capítulo próprio no Código Civil (começa no art. 1.052); na omissão do capítulo, aplica-
se as regras da sociedade simples de forma subsidiária. Quanto à regência supletiva da 
lei de sociedade anônima, pode-se aplicar a lei de S/A de forma supletiva desde que o 
contrato social permita expressamente tal aplicação; 
- Características: 
- pode ser uma sociedade empresária ou uma sociedade simples; 
- é uma sociedade contratual � o ato constitutivo é um contrato social; 
- nome empresarial � firma social ou denominação; 
- Constituição: 
- é feita por meio de um contrato social, que possui alguns requisitos de validade: 
- agente capaz13; 
- objeto lícito14; 
- forma legal15; 
 
13
 O RE 82.433/SP chegou ao STF para se discutir se o menor pode ser sócio de uma sociedade limitada. 
Segundo o STF, menor pode sim ser sócio, desde que preencha os seguintes requisitos: tem de estar 
devidamente assistido ou representado + não pode exercer a administração + o capital social deve estar 
totalmente integralizado. 
14
 Deve-se observar as peculiaridades de cada região, uma vez que o poder público pode proibir determinadas 
atividades. 
 
 
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- requisitos específicos: 
a) contribuição dos sócios com a formação do capital social (todos os sócios 
devem contribuir com a formação do capital social). O ato de comprometimento 
de integralizar o capital na sociedade na proporção do contrato chama-se 
subscrição. Capital social é o valor destinado para exploração da atividade 
provindo da contribuição dos sócios. O ato de integrar o valor à sociedade chama-
se integralização. 
- formas de integralização: 
- com dinheiro; 
- com bens (carro, imóvel16, computador, etc)17; 
- com créditos; 
- art. 1055, §2º, CC/02 ���� é vedada a contribuição que 
consista em prestação de serviços. 
- obs.: o sócio que não integralizou (total/parcialmente) o capital (as quotas 
sociais) será chamado de “sócio remisso”. O sócio remisso pode ser (art. 
1.004, parágrafo único do CC/02): 
- excluído da sociedade; 
- indenização (cobrar a sociedade o que ele deve); 
- redução da quota; 
 
b) distribuição dos resultados: todos os sócios devem participar dos lucros e das 
perdas da sociedade. O art. 1.008 diz que “é nula a estipulação contratual que 
exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas”. 
 
- pressupostos de existências: 
a) pluralidade de sócios: são necessários dois ou mais sócios, portanto, na 
constituição da sociedade não é possível sociedade unipessoal, mas depois de 
constituída é possível que haja a unipessoalidade temporária. Assim, quando a 
sociedade tiver dois sócios e um sair (exemplo: marido que separa da mulher e 
quer sairda sociedade limitada que têm juntos) pode haver a sociedade 
unipessoal no prazo de 180 dias no máximo, sob pena de desconstituição da 
sociedade (ver artigo 1.033, IV). Quanto à possibilidade de sociedade entre 
cônjuges, o artigo 977 do Código Civil nos responde, dizendo que “[...] facultam 
aos cônjuges contratar sociedade entre si ou com terceiros, desde que não 
tenham casado no regime da comunhão universal de bens ou no regime de 
separação obrigatória.” 
- art. 1.639, §2º – é admissível a alteração do regime de bens, mediante 
autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a 
procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. 
- casamentos em comunhão universal de bens em sociedades constituídas 
antes do CC/02 � o DNRC (Departamento Nacional de Registro de 
 
15
 É possível por instrumento particular ou instrumento público, necessitando em ambos os casos de “visto do 
advogado”, sob pena de nulidade. Micro-empresa e empresa de pequeno porte não necessitam de visto de 
advogado. 
16
 Quem integraliza com bens imóveis o ITBI (art. 156, II da CRFB/88) não é cobrado, portanto, sobre a 
operação não incide ITBI, é um caso de imunidade especial (art. 156, §2º, da CRFB/88). 
17
 Quem integraliza com bens responde pela evicção, ou seja, tem a mesma responsabilidade do que um 
vendedor. O valor não integralizado (ex.: sócio deixa de integralizar; sócio integraliza bem mas com valor 
estipulado acima do que realmente vale) fará com todos os sócios se responsabilizem por essa não-
integralização pelo prazo de cinco anos contados do registro da sociedade (art. 1.055, §1º). 
 
 
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Comércio) é um órgão normatizador e emitiu um parecer (parecer 125/03) 
no sentido de que as sociedades já constituídas devem ser mantidas em 
razão do ato jurídico perfeito e do direito adquirido. 
 
b) Affectio Societatis: é a disposição dos sócios em formar e manter a sociedade 
uns com os outros. Quanto não existe ou desaparece esse ânimo, a sociedade não 
se constitui, ou deve ser dissolvida. 
 
- cláusulas contratuais essenciais18: 
a) art. 997 do CC traz o rol das cláusulas: 
- qualificação dos sócios; 
- nome empresarial; 
- objeto; 
- sede da sociedade; 
- se o prazo é determinado ou indeterminado; 
- valor do capital social; 
- administrador; 
 
- cláusulas contratuais acidentais19: 
a) pro labore: existe diferença entre lucro e pro labore. Lucro é decorrente 
do o investimento inicial. Pro labore é a remuneração decorrente do 
trabalho em favor da sociedade. Assim, todos os sócios têm direito ao lucro, 
mas somente os que trabalham têm direito ao pro labore. 
 
- Responsabilidade dos sócios: 
- segundo o artigo 1.052 do CC/02, na sociedade limitada, a responsabilidade do sócio 
está restrita ao valor de suas quotas, mas todos os sócios respondem de forma solidária 
pelo que falta para a integralização do capital social; 
- como exemplo, uma padaria em que o capital social seja R$100.000,00, onde um 
pontepretano tem 40%, um flamenguista tem 30%, um são-paulino tem 24% e um 
corinthiano tem 6%. Cada um desses sócios é obrigado a integralizar o valor de suas 
quotas, assim, integralizada a quota parte de cada um, acabou-se a responsabilidade dos 
sócios. Essa é a grande diferença da sociedade limitada e da sociedade em comandita 
simples. Na sociedade limitada o sócio não responde com o seu patrimônio, 
respondendo apenas com o patrimônio da sociedade, sendo o seu dever apenas 
integralizar as quotas a que se comprometeu. No caso em que m dos sócios deixe de 
integralizar (ex.: Flamenguista), faltará R$30.000,00 assim, todos os sócios respondem 
por esse valor que faltou, ou seja, quem vai ter de pagar serão todos os sócios, visto que 
eles respondem de forma solidária pelo que falta para a integralização. 
- exceções a regra (serão citadas dívidas que recaem sobre o patrimônio dos 
sócios, exceções à regra da limitação das sociedades limitadas): 
- dívidas trabalhistas; 
- dívidas com o INSS; 
- casos de desconsideração da personalidade jurídica; 
- quando a sociedade não for levada à registro; 
 
18
 Cláusulas essenciais não podem deixar de existir no contrato. 
19
 A presença dessas cláusulas são dispensáveis, mas podem constar no contrato. 
 
 
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- quando a sociedade violar a regra do artigo 977 (sociedade entre 
cônjuges); 
- Obs
1
.: nesses casos acima todos os sócios vão se responsabilizar 
com o patrimônio pessoal e de forma solidária. 
- Obs
2
.: as deliberações infringentes do contrato ou da lei torna 
ilimitada a responsabilidade somente dos sócios que expressamente 
a aprovaram (art. 1.080 do CC/02). 
- Obs
3
.: o CTN, em seu artigo 135, diz que “[...] são pessoalmente 
responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações 
tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes 
ou infração de lei, contrato social ou estatutos.” O inciso III do 
mesmo artigo diz que quem responde nesse caso é o administrador. 
- entendimento do STJ � quando a sociedade deixa de pagar 
o imposto porque não possui recurso suficiente para o 
pagamento, isso vai se chamar inadimplência. Na 
inadimplência, o administrador não responde pela dívida 
tributária. Agora, caso a sociedade deixe de pagar o imposto 
por qualquer outro motivo, isso vai se chamar sonegação. Na 
sonegação o administrador responde com o seu patrimônio 
pessoal. 
 
- Quotas sociais: 
- Natureza Jurídica: 
- segundo Rubens Requião as quotas sociais tem duplo aspecto: é de direito 
patrimonial e de direito pessoal. Direito patrimonial: identificado com um crédito 
consistente em percepção dos lucros durante a existência da sociedade e 
participação no acervo da sociedade em caso de liquidação final. Direito pessoal: 
está revelado como aquele que decorre do status de sócio (ex.: direito de 
participar das decisões, direito de fiscalização, direito de preferência). 
 
- art. 1.055 do CC/02 --> “O capital social divide-se em quotas iguais ou desiguais, 
cabendo uma ou diversas a cada sócio.” 
- as quotas podem ser iguais (exemplo: R$10.000,00 divididas em 10 quotas de 
R$1.000,00); 
- as quotas também podem ser desiguais (exemplo: R$ 10.000,00, dividido em 2 
quotas, uma de R$ 6.000,00 e uma de R$ 4.000,00); 
 
- Transferências das quotas sociais: 
- o contrato social que disciplina a transferência de quotas; 
- acontece, que o contrato social pode ser omisso, seguindo o seguinte 
regramento (art. 1.057 do CC/02): 
- o sócio da sociedade, para transmitir as quotas para outro sócio, não há 
necessidade de autorização; 
- o sócio da sociedade, para transmitir as quotas para um terceiro estranho, 
só é possível ser não houver a oposição de mais de ¼ do capital social; 
 
- Penhora de quotas sociais: 
- a doutrina diz que a sociedade limitada pode ser uma sociedade de capital ou 
uma sociedade de pessoa. No caso de sociedade de capital, a quota seria 
 
 
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penhorada, uma vez que depois de arrematada a quota na execução, qualquer um 
pode ingressar na sociedade, uma vez que ela é de capital. Porém, se a sociedade 
limitada for de pessoa, a doutrina diz que ela é impenhorável, uma vez que em 
processo de execução, a substituição do proprietário poderiacausar a 
desconfiguração da sociedade, uma vez que a pessoa do proprietário é 
importante para a existência da sociedade; 
- o STJ diz que não importa se a sociedade é de pessoas ou de capital, as quotas 
sociais sempre são penhoráveis. Segundo o Egrégio Tribunal, deve ser observado 
o princípio da ordem pública, conforme o artigo 591 do CPC, onde o devedor deve 
responder para o cumprimento de suas obrigações com todos os seus bens, 
presentes e futuros. Ademais, o artigo 649 do CPC enumera os bens 
absolutamente impenhoráveis, e não estão nesse rol as quotas sociais. Porém, 
segundo o STJ, no processo executivo, deve ser dada preferência para os sócios na 
arrematação (em analogia ao art. 1.116 à1.119 do CPC); 
 
- Deveres dos sócios: 
- a) integralização do capital social: 
 
- b) dever de lealdade: segundo Fábio Ulhôa Coelho é o dever do sócio de colaborar com 
o desenvolvimento da sociedade, abstendo-se de praticar atos que possam prejudicar a 
sociedade (ex.: o sócio não pode fazer concorrência com a sociedade); 
 
- Direitos dos sócios: 
a) participação dos lucros e perdas: 
 
b) participação nas deliberações sociais: segundo o artigo 1.072 do Código Civil as 
decisões da LTDA são tomadas em reunião ou são tomadas em assembléia. O CC/02 
traz todas as formalidades da assembléia, mas é permitido que se crie regras mais 
simples para que se possa realizar as reuniões. Quando o contrato social é omisso em 
relação à reunião (artigo 1.079), aplica-se as normas da assembléia20. O §1º do artigo 
1.072 diz que se a sociedade limitada possui mais de 10 sócios21, é obrigatória a 
realização de assembléia. 
- deliberações (art. 1.010) --> tal artigo diz que deve-se respeitar a maioria de 
votos, e que esses votos devem levar em conta o capital social, portanto, 
prevalece a opinião da maioria do capital social. Em caso de empate, o primeiro 
critério de desempate é (§2º) o de número de sócios; o segundo critério de 
desempate é decisão judicial; 
 
c) direito de fiscalização: o sócio pode a qualquer tempo exigir uma prestação de contas 
por parte do administrador. Essa fiscalização é feita pelo conselho fiscal, sendo um 
órgão facultativo na sociedade LTDA (art. 1.066 do CC/02). Esse conselho tem que seguir 
uma composição delimitada no artigo 1.066 do código civil, onde deverá ter três 
membros, sócio ou não sócio, mas deve ser residente no país (ter domicílio no Brasil); 
 
d) direito de retirada ou direito de recesso: é a possibilidade que o sócio tem de sair, de 
retirar-se da sociedade. Esse direito tem que observar a regra prevista no artigo 1.029 
 
20
 Na prática, raramente um contrato social vai estabelecer as regras da reunião. 
21
 Para decorar, deve-se lembrar que se a sociedade limitada for um time de futebol (11 pessoas) ou mais, a 
assembléia é obrigatória. 
 
 
Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes – Direito Empresarial - Danilo Pereira Meneses – Intensivo II Página 21 
 
do CC/02: tem que analisar o contrato (se for o por prazo determinado só pode sair por 
justa causa, devendo provar judicialmente; se for pro prazo indeterminado, não há 
necessidade de justa causa, mas a lei exige que o sócio que for sair notifique o demais 
sócios mediante uma notificação com antecedência de 60 dias, ou seja, ter o mínimo de 
respeito com os demais sócios): 
- o sócio tem direito a sair da sociedade e receber valores de acordo com o 
balanço realizado especialmente para esse fim22 (ver artigo 1.031 do CC/02). A 
quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir da 
liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário. Na prática, há 
empresas que possuem grandes patrimônios mas não possuem capital, assim, 
para que a saída do sócio não cause a “quebra” da empresa, deve haver contrato 
social prevendo o pagamento do sócio em muitas prestações; 
e) direito de preferência: aumento do capital social gera novas quotas sociais que 
devem ser oferecidas preferencialmente aos sócios (art. 1.081 do CC/02), valendo 
lembrar que os sócios têm direito de preferência na proporção de suas quotas; 
 
- Administrador: 
- na sociedade limitada podem ser administrador o sócio ou o não-sócio. Para que o não 
sócio seja administrador, são necessários dois requisitos cumulativos (art. 1.061 do 
CC/02): 
- previsão no contrato social23; 
- aprovação dos sócios, com o seguinte quórum: 
- capital social integralizado -> 2/3 da quotas sociais; 
- capital social não está totalmente integralizado -> unanimidade; 
Obs.: pessoa jurídica não pode ser administradora da sociedade 
LTDA, podendo ser somente a pessoa natural, conforme o artigo 
997, inciso VI. 
 
- nomeação: 
- contrato social -> a nomeação se dá no próprio contrato social; 
- ato separado -> reunião específica para tal (ex.: nomeação dada em 
reunião e feita a ata de assembléia); 
- segundo o artigo 1.013 do Código Civil, na omissão do contrato, todos os sócios vão 
exercer a administração. Os administradores respondem solidariamente perante a 
sociedade e os terceiros prejudicados por culpa no desempenho de suas funções24 (art. 
1.016); 
- a “teoria ultra vires” -> ato ultra vires é aquele praticado pelo administrador além das 
forças a ele atribuídas pelo contrato social, com extrapolação dos limites de seus 
poderes contratuais. Segundo essa teoria, não é imputável à sociedade o ato ultra vires, 
mas sim ao administrador. No nosso atual código civil, a teoria está prevista no artigo 
1.015, parágrafo único, que prevê as hipóteses em que a sociedade pode adotar a 
teoria: 
- se a limitação de poderes estiver escrita ou averbada no registro próprio da 
sociedade; 
 
22
 Para o fim de excluir o sócio. 
23
 Não havendo previsão no contrato social, somente o sócio pode ser administrador. 
24
 Somente em caso de culpa no desempenho de suas funções que o administrador tem responsabilidade 
perante a sociedade e perante terceiros. 
 
 
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- provando-se que era conhecida do terceiro25; 
- tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade26; 
Obs.: a teoria ultra vires é uma teoria inglesa e nem mesmo na Inglaterra 
se usa mais essa teoria, além dela ainda estar contra a orientação do STJ. 
Para este Tribunal Superior, deve ser aplicada a teoria da aparência. 
- Sérgio Campinho traz um conceito muito interessante: segundo ele, a 
teoria ultra vires deve ser aplicada para os fornecedores e instituições 
financeiras de crédito, mas em se tratando de relação de consumo e de 
trabalho deve prevalecer a teoria da aparência. 
 
- Dissolução: 
- dissolução parcial -> ocorre quando um ou mais sócios saem da sociedade, porém a 
sociedade é mantida, é preservada, continua em atividade; 
- dissolução total -> há extinção da sociedade, uma vez que esta fecha as portas, encerra 
suas atividades; 
 
- causas de dissolução parcial: 
- falecimento do sócio; 
- falência do sócio; 
- direito de retirada (possibilidade que o sócio tem de sair da sociedade); 
- exclusão de sócio; 
- o sócio que deixa de integralizar o capital, chama-se sócio remisso. 
Segundo o artigo 1.004 do CC/02 o sócio remisso pode ser excluído; 
- sócio que cometeu falta grave ou teve incapacidade superveniente 
(devendo nesse caso, necessariamente, que a exclusão seja judicial). 
Mesmo que prevista no CC/02, a doutrina diz que essa exclusão por 
incapacidade superveniente não se aplica à sociedade de capital, mas 
somente à sociedade de pessoas; 
- o art. 1.085 trata da exclusão do sócio minoritário quando cumprido os 
seguintes requisitos: 
- praticar ato deinegável gravidade colocando em risco a atividade 
da sociedade; 
- previsão no contrato social de exclusão por justa causa; 
Obs.: essa exclusão é extrajudicial, se dando por uma simples 
alteração do contrato social. Embora seja extrajudicial, o sócio 
excluído deve ter direito à ampla defesa e ao contraditório: 
deve a exclusão se dar em reunião ou assembléia 
especialmente convocada para esse fim, cientificando o 
acusado em tempo hábil para permitir seu comparecimento e 
exercício de defesa (art. 1.085, parágrafo único); 
- liquidação da quota a pedido do credor; 
 
- causas de dissolução total: 
- vontade dos sócios; 
- decurso do prazo; 
 
25
 Caso prove que o terceiro sabia que o administrador não tinha poderes para isso, a sociedade não será 
responsabilizada. 
26
 Exemplo: padaria vendendo televisores de plasma. 
 
 
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- após o término do prazo, se os sócios não providenciarem a liquidação da 
sociedade, haverá sua prorrogação por prazo indeterminado; 
- falência da sociedade (art. 1.044 do CC/02); 
- unipessoalidade por mais de 180 dias; 
- extinção de autorização para funcionamento (art. 1.033, V do CC/02); 
- passado o prazo de 30 dias, quem deve fazer o pedido da liquidação da 
sociedade (se a sociedade ou os sócios não ao fizeram), a partir desse prazo 
o Ministério Público tem o prazo de 15 dias para pedir a dissolução dessa 
sociedade; 
- anulação do ato constitutivo; 
- exaurimento do objeto social27; 
 
- Sociedade Anônima (S/A): 
- Legislação Aplicável: 
- lei 6.404/76; 
 
- Características: 
- a sociedade anônima sempre será uma sociedade empresária, não podendo ser uma 
sociedade simples; 
- é uma sociedade institucional, não possuindo contrato social, mas sim, estatuto social; 
 
- Conceito: 
- é a sociedade cujo capital social está dividido em ações; 
 
- Espécies (previstas no artigo 4º da lei de S/A): 
- companhia aberta -> é aquela em que os valores mobiliários são admitidos à 
negociação no mercado de valores mobiliários; 
- companhia fechada -> é aquela em que seus valores mobiliários não são admitidos à 
negociação no mercado de valores mobiliários; 
Obs.: não existe companhia mista, sendo a companhia ou aberta, ou fechada. 
- o mercado de valores mobiliários se subdivide em: 
- bolsa de valores -> entidades privadas constituídas sobre a forma de associações 
civis ou sociedades anônimas, tendo por membros corretoras de valores 
mobiliários. Conquanto sejam privadas, atuam sobre a supervisão da CVM 
(Comissão de Valores Mobiliários), pois atuam na prestação de serviços públicos, 
devendo fiscalizar seus membros e as operações realizadas pelos mesmos. 
Objetiva aumentar o fluxo de negociação de valores mobiliários, sempre com a 
supervisão de uma entidade autárquica em regime especial vinculada ao 
Ministério da Fazenda (que é a C.V.M.); 
- mercado de balcão -> toda operação realizada fora da bolsa de valores é 
chamada de mercado de balcão. Normalmente se dá quando se adquire os 
valores mobiliários de uma instituição financeira; 
 
- mercado primário -> ocorre quando se adquire os valores mobiliários 
diretamente da companhia, portanto, ocorre entre a companhia emissora e o 
investidor. O mercado de balcão opera no mercado primário, também operando 
no mercado secundário. 
 
27
 Ou seja, fim do objeto social. 
 
 
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- mercado secundário -> adquire-se os valores mobiliários de um acionista, ou 
seja, de alguém que já é titular dos valores mobiliários, não diretamente da 
instituição. A bolsa de valores só opera no mercado secundário. 
 
- Constituição da S/A: 
- requisitos preliminares: 
a) subscrição, pelo menos por duas pessoas, de todas as ações em que se divide o 
capital social fixado no estatuto (pluralidade de sócio)28; 
b) realização, como entrada, de 10 %, no mínimo, do preço de emissão das ações 
subscritas em dinheiro; 
Exceção -> tratando-se de instituição financeira, esse percentual de 10% 
passar para 50%; 
c) depósito no Banco do Brasil ou em outro estabelecimento bancário autorizado 
pela CVM; 
 
- constituição propriamente dita: 
a) na companhia aberta há subscrição pública e sucessiva: 
- registro de emissão na CVM; 
- contratação de uma instituição financeira (se aprovado o registro na fase 
anterior) para intermediar a venda das ações; 
- assembléia de fundação; 
b) na companhia fechada há subscrição particular ou simultânea29: 
- escritura pública ou assembléia de fundação (ficando a escolha a critério 
dos acionistas); 
Obs.: resta ficar clara que não necessita de autorização da CVM no 
caso de companhia fechada; 
 
- Órgãos de uma S/A30: 
*Assembléia Geral: 
- é órgão deliberativo, não sendo órgão de administração. Subdivide-se em: 
- Assembléia Geral Ordinária: deve ser realizada anualmente. O artigo 132 
da lei de S/A define qual é a competência privativa da Assembléia Geral 
Ordinária: tomar as contas dos administradores + destinação dos lucros + 
eleição de administradores e membros do Conselho Fiscal + aprovação da 
correção da expressão monetária do capital social (qualquer competência 
que não seja alguma dessas 4 serão objetos de assembléia geral 
extraordinária – ex.: destituição de administrador; alteração do estatuto). A 
convocação se dará por meio de um edital de convocação, onde serão 
colocadas as principais informações em relação à assembléia. Esse edital de 
 
28
 Isso significa que a S/A tem de ter pelo menos dois ou mais sócios no momento de sua constituição. A 
princípio a S/A não poderia ser unipessoal no momento de sua constituição, mas essa regra comporta duas 
exceções: quando se tratar de empresa pública; subsidiária integral (sociedade do artigo 251 da lei de S/A -> é 
um tipo de sociedade anônima que admite um único acionista que necessariamente será uma sociedade 
nacional, como por exemplo, a TRANSPETRO, onde a única acionista é a Petrobrás). Porém, depois que a 
sociedade anônima já foi constituída, é possível que ela tenha apenas um sócio, na forma do art. 206, I, “d” da 
lei de S/A, sendo o prazo para se ter um só sócio entre uma assembléia geral ordinária e outra (prazo esse que 
normalmente é de um ano). 
29
 Não há sucessão de etapas, sendo uma única etapa. 
30
 Usa-se a regra A+C+D+C (antes de Cristo, depois de Cristo) para decorar. 
 
 
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convocação deve ser publicado três vezes na imprensa oficial e em jornal de 
grande circulação31(entre a data da primeira publicação e a data da 
realização da assembléia deve haver um prazo mínimo de 15 dias, sob pena 
de nulidade da assembléia). A assembléia só se iniciará se presente o 
quórum de instalação da assembléia, que corresponde a ¼ do capital social 
com direito de voto. Não havendo o quórum, deve se fazer uma segunda 
convocação, repetindo o procedimento, porém com prazo diferente, sendo 
que entre a data da primeira publicação e da assembléia deve obedecer o 
prazo mínimo de 8 dias, instalando-se a assembléia na segunda convocação 
com qualquer número de presentes. Esse regra é da companhia aberta. Na 
companhia fechada, os prazos mudam: na primeira vez, o prazo mínimo 
deve ser de 8 dias, e na segunda convocação o prazo mínimo será de 5 dias; 
- Assembléia Geral Extraordinária: 
*Conselho de Administração: 
- todos os órgãos da S/A são obrigatórios, comexceção do conselho de 
administração, que é facultativo. Mas há a exceção da exceção, ou seja, três 
situações em que o Conselho de Administração é obrigatório: 
- quando se tratar de companhia aberta (art. 138 da lei); 
- quando se tratar de sociedade de capital autorizado (art. 168 da lei); 
- sociedade de economia mista (art. 239 da lei); 
- competência (prevista no artigo 142 da lei): 
a) fixar as diretrizes gerais da sociedade anônima; 
b) eleger e destitui os diretores; 
c) supervisionar os atos da diretoria; 
- composição: 
a) mínimo de três membros (que obrigatoriamente devem ser acionistas, 
conforme orientação do artigo 140 da lei de S/A); 
b) devem ser pessoas naturais (não podem ser pessoas jurídicas); 
*Diretoria: 
- composição: 
a) mínimo de dois membros (acionistas ou não, porém, residentes no país); 
- competência (compete a qualquer dos diretores): 
a) representação da companhia; 
b) prática dos atos necessários ao seu funcionamento regular; 
*Conselho Fiscal: 
- é órgão de existência obrigatória, mas de funcionamento facultativo, conforme o 
artigo 161 da lei de S/A; 
- composição: 
a) mínimo de três membros e máximo de 5, com igual número de suplentes 
(acionistas ou não, porém residentes no país); 
 
- Mercado mobiliário: 
- ações: 
- são frações do capital social que confere ao seu titular a função de sócio da 
sociedade anônima; 
- o acionista só responde pelo preço da emissão de suas ações; 
 
31
 Vale lembrar que deve ser publicado no jornal de grande circulação E na imprensa oficial. 
 
 
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- as ações, além de ser pagas por dinheiro, também podem ser pagas com bens ou 
com créditos; 
- tal como na sociedade limitada, não se admite integralização por meio de 
prestação de serviços; 
- valor das ações: 
- o valor nominal das ações é o valor do capital social divido pelo número de 
ações; 
- o valor patrimonial é o patrimônio líquido (ativo menos o passivo) dividido 
pelo número de ações; 
- o preço de emissão é o valor cobrado pela subscrição da ação, isto é, é o 
valor que tem que ser pago pelo acionista em troca das ações (esse preço é 
pago quando se compra as ações diretamente da sociedade anônima); 
- o valor de mercado é o valor pelo qual as ações são negociadas no 
mercado de valores mobiliários32; 
- o valor econômico leva em conta perspectiva da futura rentabilidade da 
sociedade (é necessário a realização de uma perícia técnica para se apurar a 
rentabilidade de uma sociedade anônima); 
- a diluição acionária se dá quando há emissão posterior de ações por 
preço inferior ao seu valor nominal (vedando essa prática, artigo 13 
da lei 6.404); 
- classificação das ações quanto à espécie: 
a) ações ordinárias: são aquelas que conferem direitos comuns aos sócios 
(ex.: direito de participar dos lucros e direito de fiscalização). O artigo 110 
da lei de S/A diz que toda ação ordinária concede direito de voto. Ações 
ordinárias são de emissão obrigatória; 
b) ações preferenciais: são aquelas que trazem certas preferências, 
principalmente no sentido de vantagens econômicas (situações 
expressamente previstas no artigo 17 da lei de S/A). Como exemplo de 
ações preferenciais: prioridade de recebimento – primeiro paga as ações 
preferenciais e depois paga-se as ações ordinárias; recebimento de, no 
mínimo, 10% mais do que aquele que possui uma ação ordinária. A ação 
preferencial não tem voto ou o voto é limitado a determinados assuntos. O 
mecanismo de proteção para o sócio com ações preferenciais é o artigo 111 
da lei de S/A, onde há a regra de que caso a sociedade deixe de pagar os 
lucros para o acionista por prazo não superior a 3 exercícios consecutivos 
(exercício é de 1º de janeiro a 31 de dezembro), o sócio passa a ter direito 
de voto. As ações preferenciais também possuem vantagens políticas. 
Golden share (ação de ouro) é instrumento de defesa dos interesses 
nacionais efetivamente relevantes, possibilitando, desta forma, a retirada 
do estado da atuação direta na atividade econômica: essa ação pode dar o 
poder de veto às deliberações da assembléia geral. O número máximo de 
ações preferenciais sem voto que uma companhia pode emitir é de 50% do 
total de ações. A emissão de ações preferenciais não é obrigatória; 
- acionista controlador é aquela figura do artigo 116 da lei de S/A: aquele 
que tem a maioria de votos33 da sociedade e o poder de eleger a maioria 
dos administradores. O acionista controlador deve usar efetivamente desse 
poder que ele possui para ser caracterizado acionista controlador. Os 
 
32
 As ações de sociedade anônima fechada não tem valor mobiliário, uma vez que elas não podem ser vendidas 
no mercado. 
33
 Tem o maior número de ações com direito de voto. 
 
 
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acionistas podem ser reunir por meio de um contrato entre eles para que 
haja um vínculo obrigacional entre eles (o chamado acordo de acionistas34), 
assim eles unem em um único bloco para fazerem o papel de acionista 
controlador. Exemplo: João (21% das ações com voto), Alfredo (9% das 
ações com voto) e Ana (31% das ações com voto), onde Alfredo e Ana 
fazem um acordo para votar em “A” como presidente (esse acordo deve ser 
arquivado na sede da companhia). Se Alfredo, contrariando o acordo, vota 
em “B”, o voto em contrário ao acordo não vai ser computado (quem 
computa o voto é o Presidente da companhia), sendo possível, segundo o 
§3º do artigo 118, que nas condições previstas no acordo, os acionistas 
podem promover a execução específica das obrigações assumidas. Caso 
quem deveria votar (era parte do acordo de acionistas), não compareça, se 
abstendo de votar, deve-se aplicar o §9º do artigo 118, ocasião na qual 
autoriza-se aos integrantes do acordo que estão presentes a votar em 
nome do acionista que faltou ou deixou de votar; 
c) ações de gozo ou fruição: prevista no artigo 44, §5º. Trata-se de 
amortizamento. No caso de dissolução total da sociedade, os bens são 
liquidados, com o dinheiro paga-se os credores: o valor que sobrar chama-
se acervo. O acervo portanto, é repartido pelos acionistas de acordo com a 
proporção de ações de cada um. Nas ações de gozo ou fruição, faz-se as 
contas se acaso a sociedade feche, venda-se tudo, o dinheiro que sobra é 
convertido em ações de gozo ou fruição. Amortização é a antecipação do 
acervo; 
 
- debêntures: 
- trata-se de contrato de mútuo (de empréstimo) onde o mutuante é o 
debenturista e o mutuário é a S/A; 
- a debênture dá um direito de crédito, assim, se no dia do vencimento a 
companhia não pagar o valor devido, pode ser ajuizada ação de execução, uma 
vez que o artigo 585, I do CPC diz que a debênture é um título executivo 
extrajudicial; 
- a companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus titulares direito 
de crédito contra ela, nas condições constantes da escritura de emissão e, se 
houver, do certificado. A lei não diz, mas a debênture é de médio a longo prazo; 
 
- comercial paper: 
- a instrução normativa 134 da CVM estabelece que em caso de companhia 
aberta, o comercial paper deve ter prazo de reembolso no prazo de 30 a 360 dias, 
e tratando-se de companhia fechada, o prazo seria de 30 a 180 dias. Mas a função 
do comercial paper35 é a mesma da debênture; 
 
- bônus de subscrição: 
- os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares direito de subscrever ações 
do capital social, que será exercido mediante apresentação do título à companhia 
e pagamento do preço de emissão das ações (é um direito de preferência);

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