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Fisiologia Humana - Sistema Respiratório Natália Rodrigues Amorim Med XXV Respiração Pulmonar x Respiração Celular Respiração Pulmonar: é a troca gasosa entre o ar atmosférico e o sangue (hematose) Respiração Celular: reações químicas que ocorrem dentro das mitocôndrias a fim de transformar as substâncias orgânicas ingeridas em energia utilizável pelas células Sistema Respiratório complexo: bomba muscular (musculos respiratórios) + superfície de troca úmida e fina Funções do S. Respiratório: 1. Troca de gases entre o meio externo e o sangue 2. Regulação do PH 3. Proteção contra patógenos e partículas estranhas 4. Vocalização Fluxo Global do Ar: troca de gases entre o meio externo e o espaço aéreo do interior dos pulmões · O fluxo flui de uma alta pressão para uma baixa pressão · O gradiente de pressão é gerado por meio de uma bomba muscular · A resistência é gerada principalmente pelo diâmetro dos tubos Respiração Externa Mecanismos 1. Ventilação: inspiração + expiração 2. Troca de gases entre os alvéolos e o sangue 3. Circulação de O2 e CO2 pelo sangue 4. Troca de gases entre o sangue e as células Estruturas 1. Sistema condutor, vias aéreas 2. Alvéolos (trocas) 3. Ossos e músculos associados Trato respiratório superior: boca, fossas nasais, faringe e laringe Trato respiratório inferior: traquéia, brônquios e suas ramificações Fossas Nasais: Filtração do Ar: vibrissas, cílios e muco; Aquecimento do ar: capilares; Umidificação do ar: muco produzido pelas glândulas. Faringe: Passagem do ar e do bolo alimentar; Laringe Tecido muscular + cartilaginoso Epiglote: impede a entrada do bolo alimentar nas vias aéreas Cordas vocais Traqueia Aneis de cartilagem 16 a 20 em forma de C; Revestida por glândulas e células ciliadas (tecido pseudo-estratificado colunar ciliado). Brônquios e Bronquíolos Bifurcação da traqueia Bronquios possuem cartilagem, bronquíolos NÃO Revestido por muco e musculatura lisa Zona Respiratória Bronquíolos respiratórios, sacos alveolares e ductos alveolares Alvéolos Epitélio pavimentoso simples (ÚNICA camada de epitélio) Duas células epiteliais: pneumócitos tipo I e pneumócitos tipo II Onde ocorre as trocas gasosas Revestido por capilares e fibras elásticas Pneumócitos tipo I: arredondadas e maiores; função de evitar transporte de líquido aos alvéolos Pneumócitos tipo II: menores e achatadas, produzem surfatante, que diminui a tensão superficial entre os alvéolos durante a expiração e facilita a inspiração As paredes finas dos alvéolos não possuem músculo, pois este poderia atrapalhar as trocas gasosas. Então, as fibras elásticas do tecido conjuntivo produzem as contrações necessárias para os alvéolos O que é ventilação Ato mecânico de movimentar o ar para dentro e para fora dos pulmões Caixa torácica: ossos e músculos da cavidade torácica (obs.: costelas e vértebras formam seus lados e seu topo e o diafragma forma sua base) Sacos pleurais: pleura parietal + pleura parietal unidas por um líquido parietal que as mantêm juntas e mantêm os pulmões aderidos à parede torácica A área de secção transversa aumenta conforme se ramificam as vias aéreas O ar é condicionado a 100% de umidade e 37º O muco (que é produzido pelas células caliciformes) é movido à faringe pelo batimento ciliar ascendente Circulação Pulmonar O fluxo da circulação pulmonar é alto (o mesmo fluxo de sangue que passa por todo o organismo em um minuto), mas sua pressão é baixa devido à baixa resistência dos vasos pulmonares Leis dos Gases 1. Pt= P1+P2+P3... A pressão total é a soma da pressão de todos os gases; 2. Os gases se movem de áreas de maior pressão para menor pressão; 3. Pressão e volume são grandezas inversamente proporcionais; P1.V1= P2.V2 (Lei de Boyle) 4. PV= nRT A pressão e o volume são relacionados (diretamente) com o numero de moléculas n e a temperatura T dos gases. >>>Para calcular a pressão parcial de um gás no ar úmido, você deve primeiro subtrair da pressão total a pressão do vapor de água.<<< Ciclo Respiratório Inspiração-> Expiração Espirômetro: mede o volume de ar movido a cada ventilação (respiração) Volumes Pulmonares (Estáticos) 1. Volume corrente 2. Volume de reserva inspiratório 3. Volume de reserva expiratório 4. Volume residual Volume corrente: volume de ar que se move durante uma inspiração OU expiração em uma respiração normal Volume de reserva inspiratório: volume adicional inspirado além do volume corrente em uma inspiração normal Volume de reserva expiratório: volume adicional expirado além do volume corrente em uma expiração normal Volume residual: volume que permanece no trato respiratório mesmo após uma expiração máxima Capacidade pulmonar: soma de dois ou mais volumes pulmonares Capacidade Vital (CV) = VRI + VRE + VC É a quantidade de ar que pode ser movida voluntariamente durante a respiração Capacidade Pulmonar Total (CPT) = VRI + VRE + VC + VR OU CPT= CV + VR Capacidade Inspiratória = VRI + VC Capacidade Residual = VRE + VR O gradiente de pressão gerado para movimentar o ar pelos pulmões é gerado por uma bomba muscular ativamente. Inspiração · Os musculos intercostais externos e o diafragma contraem, expandindo a caixa torácica; · A pressão alveolar diminui; · O ar entra. Obs.: Quando o diafragma contrai, ele desce em direção ao abdome Ao final da inspiração, a pressão alveolar é igual à pressão atmosférica Expiração · processo passivo; retração elástica. Os impulsos dos neurônios somáticos cessam e os músculos relaxam; · o volume da caixa torácica diminui; · a pressão alveolar aumenta; · o ar se move para fora dos pulmões. Obs.: Os músculos abdominais e os intercostais internos contraem durante a expiração forçada, ajudando a diminuir a caixa torácica ainda mais Os pulmões não são capazes de se contrairem ou relaxarem por conta própria, eles se movem em associação com o movimento da caixa torácica graças às pleuras. O líquido intrapleural possui naturalmente (desde o desenvolvimento embrionário) uma pressão intrapleural menor que a pressão atmosférica, o que faz com que os pulmões permaneçam aderidos à caixa torácica. Se algo perfura as pleuras, o ar entra e faz com que os pulmões percam sua aderência à caixa e colabem: pneumotórax. Ventilação Pulmonar Total VPT = FR x VC A ventilação pulmonar total é representada pelo produto entre a frequência respiratória e o volume corrente. Entretanto, a ventilação pulmonar total desconsidera o espaço morto anatômico, que corresponde a um volume de ar contido nas vias aéreas condutores (traqueia)que não circulará entre os alvéolos e, portanto, não realizará trocas gasosas. Portanto, a ventilação alveolar desconsidera o espaço morto anatômico VA = FV x (VC - EMP) Ventilação Voluntária Máxima* 180l- 120l Respirar mais profunda e rapidamente possível PO2=100mmHg PCO2=40mmHg (valores normais para a pressão alveolar desses gases) O diâmetro dos bronquíolos é controlado prioritariamente pela pCO2 AUMENTO na PCO2 gera BRONCODILATAÇÃO DIMINUIÇÃO na PCO2 gera BRONCOCONSTRIÇÃO A circulação nos pulmões responde à ventilação. Os capilares colapsam em regiões subventiladas direcionando a circulação para áreas mais ventiladas. Afinal, o objetivo é oxigenar o sangue. O oposto ocorre na circulação sistêmica, em que quanto menos oxigenado o corpo está, mais sangue é liberado para os tecidos, a fim de aumentar a perfusão. Trocas e Transporte de Gases PO2 no ambiente: 159mmHg PCO2 no ambiente: 0,2 mmHg O oxigênio (O2) é menos solúvel na água que o CO2. Por isso a necessidade de carreadores daquele gás no sangue, como a hemoglobina. O movimento das moléculas de gases do ar para um líquido depende de: 1. o gradiente de pressão 2. a solubilidade do gás 3. a temperatura (que irá ser desconsiderada em mamíferos, já que estes tendem a mantê-la estável) pO2 alveolar= 100mmHg pO2 sanguíneo (sangue venoso)= 40mmHg Ao ocorrer a hematose, alvéolos e o sangue entram em equilíbrio, com uma pO2de 100mmHg. O mesmo ocorre ao nível tecidual. A pCO2 celular é aproximadamente 46mmHg, enquanto a pCO2 no plasma sanguíneo é de 40mmHg. Devido ao gradiente de pressão, ocorre a difusão. Ao final desse processo, atinge-se o equilíbrio. Desse modo, ambas pressões, alveolas e plasmática, atingem 46mmHg. Nos capilares pulmonares, ocorre o inverso. Eles possuem 46mmHg de pCO2, sendo que os alvéolos possuem 40mmHg. Assim, ocorre a difusão. Ao final, a pCO2 alveolar e a pCO2 plasmática atingem 40mmHg. Se ocorrer algum problema na difusão entre os capilares e os alvéolos, pode ser causada uma hipóxia, que, por vezes, está associada a uma hipercapnia. Transporte de Gases no Sangue O oxigênio é transportado de duas maneiras no sangue: dissolvido no plasma e pela hemoglobina (maior parte, 98%). Hb liga-se reversivelmente ao oxigênio A hemoglobina é uma proteína de estrutura quaternária do eritrócito, que possui 4 cadeias globulares de proteínas envoltos ao redor de um grupo heme. Assim, a hemoglobina apresenta 4 grupos hemes em sua estrutura, sendo o ferro central desses grupos o responsável pela ligação com o oxigênio. Essa ligação, entretanto, é fraca. Portanto, uma hemoglobina pode-se ligar a até quatro moléculas de oxigênio. A hemoglobina ligada ao oxigênio é conhecida como oxiemoglobina (HbO2) A ligação da hemoglobina ao oxigênio depende primordialmente da pO2 do plasma ao redor do eritrócito A pO2 do plasma determina a saturação da hemoglobina (quantidade de oxigênio que ela está carregando) saturação = nº de oxigenios nos sítios ativos : total de sítios ativos x 100 Vários fatores afetam a ligação oxigênio-hemoglobina Qualquer fator que mude a conformação da proteína hemoglobina, pode afetar a sua ligação com o oxigênio Causam diminuição na afinidade da hemoglobina pelo oxigênio (deslocam a curva de dissociação para a direita): · diminuição do pH (Efeito Bohr) · aumento da temperatura · aumento da pCO2 Isso causa um efeito maior na parte íngreme da curva (liberação de O2 para os tecidos), causando uma maior liberação de O2. A hemoglobina fetal tem maior afinidade ao O2 para captá-lo da placenta. O dióxido de carbono é transportado de três maneiras 1. no plasma (7%); 2. ligado diretamente à hemoglobina, formando a carbaminoglobina (HbCO2) (23%); 3. através do bicarbonato (HCO3-) formado pelas hemácias por meio da anidrase carbônica (70%). HCO3- 1. Serve como meio de transporte do CO2 para os pulmões; 2. Serve como tampão Como H+ e HCO3 - são removidos do eritrócito: O bicarbonato é removido por uma proteína de antiporte, que troca o íon bicarbonato pelo Cl- O H+ é removido por meio da hemoglobina, que funciona como tampão, e se liga ao protón, tornando-se Hb-H => se há muito H+ liberto e a Hb não consegue tamponar, o meio fica ácido, pois o próton é liberado no plasma. Regulação da Ventilação A expiração é passiva (quando em repouso) e ocorre pela retração elástica dos músculos. Somente na expiração ativa é que são contraídos os músculos intercostais internos e os abdominais, por meio do estimulo dos neurônios expiratórios (somáticos). Quimiorreceptores periféricos: localizados nas artérias carótida e aorta. Respondem a níveis de pCO2 e pO2. Quimiorreceptores centrais: localizados no bulbo. Respondem a níveis de CO2 no líquido cerebroespinal.
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