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Caso Concreto 6 - História do Direito Brasileiro (2018)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA – FIB 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO – CCJ0256 
ALUNO: RUDOLF MATEUS DE JESUS SPECHT 
 
Caso Concreto 6 
 
A questão agrária no Brasil, tão atual e discutida por diversos setores de nossa 
sociedade, remonta um longo processo histórico que assinala o problema da 
concentração de terras em nosso país. Durante o Segundo Reinado, 
destacamos um dos mais importantes marcos desse processo no momento em 
que o poder imperial estabelece a Lei de Terras de 1850. Sendo um fruto de 
seu tempo, essa lei assinalou o predomínio dos grandes proprietários de terra 
no cenário político do século XIX. Essa lei surgiu em uma época de intensas 
transformações sociais e políticas do Império. Naquele mesmo ano, duas 
semanas antes da aprovação da Lei de Terras, o governo imperial criminalizou 
o tráfico negreiro no Brasil por meio da aprovação da Lei Euzébio de Queiroz. 
De fato, essas duas leis estavam intimamente ligadas, pois o fim da importação 
de escravos seria substituído por ações que incentivavam a utilização da mão 
de obra assalariada dos imigrantes europeus. (texto adaptado – disponível em: 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/lei-terras-1850.htm) 
 
Responda as questões abaixo: 
a) O texto acima faz referência à Lei Euzébio de Queiroz. No âmbito do 
processo de Abolição da Escravatura no Brasil, as leis abolicionistas que se 
seguiram à referida Lei podem ser consideradas fruto do amadurecimento 
humanístico de nossas elites? 
 Não. 
 A Lei do Ventre Livre foi aprovada em 1871, 21 anos após a 
promulgação da Lei Eusébio de Queiroz. A Lei do Ventre Livre propunha a 
concessão de alforria às crianças nascidas de mulheres escravizadas, a 
partir da data da sua promulgação. Ela foi recebeu críticas negativas dos 
abolicionistas, porque estabelecia duas possibilidades para as crianças 
que nasciam livres. Poderiam ficar aos cuidados dos senhores de suas 
mães até atingir seus 21 anos de idade ou serem entregues ao governo. O 
primeiro caso foi o mais comum e beneficiaria os senhores que poderiam 
usar a mão-de-obra destes “livres” até os 21 anos de idade. 
O principal argumento dos abolicionistas criticando essa lei era de que 
estes “libertos” tinham que trabalhar para seus “donos” durante a fase 
mais produtiva da vida. Logo, os senhores iriam explorar ao máximo esta 
mão-de-obra até ela ganhar a liberdade. 
 A Lei dos Sexagenários foi promulgada pelo governo brasileiro em 
1885, esta lei dava liberdade aos escravos com mais de 65 anos de idade. 
Esta lei também recebeu muitas críticas, pois dificilmente um escravo 
chegava a esta idade com as péssimas condições de trabalho que tinham 
durante a vida. Vale lembrar que a expectativa de vida de um escravo 
neste período era em torno de 40 anos de idade. Esta lei acabava por 
beneficiar os proprietários de escravos, pois se livravam de trabalhadores 
pouco produtivos, cansados e doentes, economizando assim em 
alimentação e moradia. 
 A Lei Aurea foi promulgada em 1888 pela Princesa Isabel, esta lei 
aboliu definitivamente a escravidão no Brasil. Porém, a liberdade não 
garantiu aos ex-escravos melhorias significativas em suas vidas. Como o 
governo não se preocupou em integrá-los à sociedade, muitos 
enfrentaram diversas dificuldades para conseguir emprego, moradia, 
educação e outras condições fundamentais de vida. Vale lembrar que 
muitos fazendeiros preferiram importar mão-de-obra europeia à contratar 
os ex-escravos como assalariados. 
 Portanto, importa ressaltar, que mecanismos normativos presentes 
nestas duas leis demonstravam que a intenção da elite escravocrata não 
possuía qualquer intenção humanista. Na verdade, os escravocratas, 
percebendo a inevitabilidade da abolição, utilizaram-se, nas referidas leis, 
de vários dispositivos normativos cujo objetivo era adiar ao máximo a 
abolição definitiva da escravatura, estendendo-a o maior tempo possível. 
Por isso, foi necessário um documento autônomo, específico (Lei Áurea 
de 1888) que pusesse fim ao incivilizado e desumano sistema 
escravocrata. 
 
b) Considerando o texto, estabeleça relações entre Lei de Terras, Imigração 
Subvencionada e Abolição da Escravatura. 
 A Lei Eusébio de Queirós previa a proibição intercontinental do 
tráfico negreiro. Nesse contexto, os escravos ficaram escassos e com um 
valor mais alto, por isso, a saída encontrada foi à vinda de imigrantes 
para o Brasil para cobrir a mão de obra. 
A Lei de Terras foi criada justamente para que o imigrante não pudesse 
prosperar, ou seja, a terra a partir de então, seria vendida ou doada pelo 
Estado, o problema é que existia um artificio usado pelos senhores de 
engenho pagavam o transporte e a moradia do trabalhar estrangeiro e em 
troca usava a sua força de trabalho para pagar a divida, por isso, era 
difícil prosperar.

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