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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA – FIB DISCIPLINA: HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO – CCJ0256 ALUNO: RUDOLF MATEUS DE JESUS SPECHT Caso Concreto 6 A questão agrária no Brasil, tão atual e discutida por diversos setores de nossa sociedade, remonta um longo processo histórico que assinala o problema da concentração de terras em nosso país. Durante o Segundo Reinado, destacamos um dos mais importantes marcos desse processo no momento em que o poder imperial estabelece a Lei de Terras de 1850. Sendo um fruto de seu tempo, essa lei assinalou o predomínio dos grandes proprietários de terra no cenário político do século XIX. Essa lei surgiu em uma época de intensas transformações sociais e políticas do Império. Naquele mesmo ano, duas semanas antes da aprovação da Lei de Terras, o governo imperial criminalizou o tráfico negreiro no Brasil por meio da aprovação da Lei Euzébio de Queiroz. De fato, essas duas leis estavam intimamente ligadas, pois o fim da importação de escravos seria substituído por ações que incentivavam a utilização da mão de obra assalariada dos imigrantes europeus. (texto adaptado – disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/lei-terras-1850.htm) Responda as questões abaixo: a) O texto acima faz referência à Lei Euzébio de Queiroz. No âmbito do processo de Abolição da Escravatura no Brasil, as leis abolicionistas que se seguiram à referida Lei podem ser consideradas fruto do amadurecimento humanístico de nossas elites? Não. A Lei do Ventre Livre foi aprovada em 1871, 21 anos após a promulgação da Lei Eusébio de Queiroz. A Lei do Ventre Livre propunha a concessão de alforria às crianças nascidas de mulheres escravizadas, a partir da data da sua promulgação. Ela foi recebeu críticas negativas dos abolicionistas, porque estabelecia duas possibilidades para as crianças que nasciam livres. Poderiam ficar aos cuidados dos senhores de suas mães até atingir seus 21 anos de idade ou serem entregues ao governo. O primeiro caso foi o mais comum e beneficiaria os senhores que poderiam usar a mão-de-obra destes “livres” até os 21 anos de idade. O principal argumento dos abolicionistas criticando essa lei era de que estes “libertos” tinham que trabalhar para seus “donos” durante a fase mais produtiva da vida. Logo, os senhores iriam explorar ao máximo esta mão-de-obra até ela ganhar a liberdade. A Lei dos Sexagenários foi promulgada pelo governo brasileiro em 1885, esta lei dava liberdade aos escravos com mais de 65 anos de idade. Esta lei também recebeu muitas críticas, pois dificilmente um escravo chegava a esta idade com as péssimas condições de trabalho que tinham durante a vida. Vale lembrar que a expectativa de vida de um escravo neste período era em torno de 40 anos de idade. Esta lei acabava por beneficiar os proprietários de escravos, pois se livravam de trabalhadores pouco produtivos, cansados e doentes, economizando assim em alimentação e moradia. A Lei Aurea foi promulgada em 1888 pela Princesa Isabel, esta lei aboliu definitivamente a escravidão no Brasil. Porém, a liberdade não garantiu aos ex-escravos melhorias significativas em suas vidas. Como o governo não se preocupou em integrá-los à sociedade, muitos enfrentaram diversas dificuldades para conseguir emprego, moradia, educação e outras condições fundamentais de vida. Vale lembrar que muitos fazendeiros preferiram importar mão-de-obra europeia à contratar os ex-escravos como assalariados. Portanto, importa ressaltar, que mecanismos normativos presentes nestas duas leis demonstravam que a intenção da elite escravocrata não possuía qualquer intenção humanista. Na verdade, os escravocratas, percebendo a inevitabilidade da abolição, utilizaram-se, nas referidas leis, de vários dispositivos normativos cujo objetivo era adiar ao máximo a abolição definitiva da escravatura, estendendo-a o maior tempo possível. Por isso, foi necessário um documento autônomo, específico (Lei Áurea de 1888) que pusesse fim ao incivilizado e desumano sistema escravocrata. b) Considerando o texto, estabeleça relações entre Lei de Terras, Imigração Subvencionada e Abolição da Escravatura. A Lei Eusébio de Queirós previa a proibição intercontinental do tráfico negreiro. Nesse contexto, os escravos ficaram escassos e com um valor mais alto, por isso, a saída encontrada foi à vinda de imigrantes para o Brasil para cobrir a mão de obra. A Lei de Terras foi criada justamente para que o imigrante não pudesse prosperar, ou seja, a terra a partir de então, seria vendida ou doada pelo Estado, o problema é que existia um artificio usado pelos senhores de engenho pagavam o transporte e a moradia do trabalhar estrangeiro e em troca usava a sua força de trabalho para pagar a divida, por isso, era difícil prosperar.
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