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RESENHA TEMPO DE MATAR

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RESENHA TEMPO DE MATAR
O filme conta a história de uma criança negra de 10 anos que é espancada e cruelmente estuprada por dois homens brancos.O pai da menina Carl Lee Hailey, prevendo a não punição dos dois homens, decide por sua vez fazer justiça com as próprias mãos. Os dois homens foram presos e levados à justiça, justiça essa que determinou o pagamento de fiança para serem soltos, nesse momento o pai da menina chega ao tribunal e diante a essa situação começou a atirar levando os dois a morte e ferindo um policial o qual fazia escolta. Carl Lee Hailey é preso e contrata um advogado JakeTyler Brigance para sua defesa e em razão disso se tornam inimigos de um grupo racista da cidade que não concorda com tal defesa por se tratar de um negro que havia assassinado dois homens brancos.
Nesse julgamento os jurados eram brancos e os eventos aconteciam no Sul dos EUA, onde as pessoas eram tradicionalmente racista, especialmente após a abolição da escravatura no país. Em um julgamento que parecia caminhar para uma decisão imparcial, Jake consegue uma reviravolta e acaba por vencer o caso, libertando Carl Lee.
Neste contexto histórico do filme mostra uma época onde os negros eram marginalizados e o racismo tomava conta nas relações sociais. Grupos como a Klu Klux Klan utilizavam, algumas ideias do pensamento nazista como a da raça ariana e da superioridade dos brancos em relação aos negros e judeus em uma espécie de guerra civil ou apartheid entre brancos e negros. Quando explodiam movimentos negros, a KKK realizava uma série de atentados para tentar conter e acabar com as ideias de igualdade étnica.
Analisando o contexto e os detalhes do filme, podemos perceber os problemas que cercam a busca pela justiça e uma carreira jurídica..
No filme podemos perceber um contexto social bastante relevante para o Direito. Uma época em que a sociedade americana vivia em guerra entre as diferentes classes sociais. O Direito surge como uma necessidades sociais, tendo como função manter a ordem dentro da sociedade em torno de um agrupamento de normas. Normas as quais não são apenas regras a serem seguidas, mas uma das necessidades da sociedade em que nascemos e devemos manter em equilíbrio. No Direito Penal, o princípio da adequação social, não considerada típicas as condutas que se movem por completo dentro do marco de ordem social normal da vida, por serem consideradas socialmente toleráveis, ou seja, só se fazem necessárias leis que tenham alguma relevância social.
No caso do filme, o maior problema está no racismo e na intolerância racial, que destroem princípios e direitos fundamentais, além de causar um mal-estar social. O Direito que assume sua função social não poderá sustentar o racismo, mas indicar soluções para a resolução desse problema. No filme, vê-se de um lado um promotor partidário e imparcial, o qual mostra a possibilidade de um julgamento tendencioso, na qual nem sempre a busca da verdade nem é o caminho a seguir. Já o por outro lado um advogado ousado, personifica a busca por mudanças concretas na sociedade, como no caso do racismo. Até então, a justiça se esquivava dessas questões, como no caso dos estupradores que, certamente, seriam absolvidos, por serem brancos.
Embora a promotoria conseguisse derrubar quase todas argumentações da defesa, conseguindo em partes manter os jurados com a ideia que o acusado seria realmente o culpado. Apesar de que sempre os valores humanos optam pela busca da justiça, aquela sociedade ali representada pelos jurados tinha valores totalmente desconfigurados devido à cultura e intolerância racista que dominava a todos. O último artifício de Jake para vencer o caso foi a retórica a qual pede aos jurados que fechem os olhos enquanto narra o estupro da filha do réu, passo a passo, com riqueza de detalhes. Ao concluir sua fala, ele diz aos jurados que imaginem que a menina violentada é branca e em seguida ordena que abram os olhos. Essa ideia de uma menina branca na mesma situação da filha de Carl Lee, e o pai branco cometendo o crime em vingança pelo ocorrido, faz com que os jurados deixem o racismo de lado e analise o caso por outro aspecto, colocando os valores sentimentais acima de tudo. Esse é o papel do advogado, procurar de todas as formas à justiça, um lado sentimental deixando os argumentos jurídicos e partindo para o princípio da emoção.

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