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SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO

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dos pais entre 2010-2011”. 
 
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 TORRES, Eliane Cargnelutti. Escola de Pais. Portal Municipal. Disponível em: < 
http://www.toledo.pr.gov.br/?q=noticia/palestra-na-ivo-welter-marca-inicio-da-programacao-de-2011-da-escola-
de-pais >. Acesso em: 14 de maio 2011. 
 
 
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3.2 PROJETO SEXUALIDADE NAS ESCOLAS 
 
De acordo com Cimarostti, Linhares, Pastório, Scuzziato ( 2009), as questões que 
envolvem a sexualidade são alvo de tabus e preconceitos por parte da sociedade. Como 
conseqüência, na escola esse preconceito também se manifesta por ser tradicionalmente 
conservadora, verifica-se em seus discursos preconceitos, pudores e temores. 
 Já que estamos inseridos em uma sociedade que mascara o assunto utilizando apenas 
a informação, quando o que se faz necessário é a orientação. Orientar significa mostrar um 
caminho que leve a um determinado objetivo. 
Para Cimarostti, et al. 2009, apesar de a temática sexualidade ser de suma 
importância para a construção do sujeito, este tema passa a ser muitas vezes excluído das 
discussões do cotidiano escolar. Porém, este assunto deve ser tratado em conjunto com as 
disciplinas tradicionalmente conhecidas, já que a escola não pode criar uma disciplina 
especifica para discutir sexualidade. 
Tratar da sexualidade não é uma tarefa fácil, pois a ação pedagógica deve respeitar o 
limite e não invadir a intimidade do aluno. Devem ser fornecidas orientações com o objetivo 
de identificar através do posicionamento do aluno, o seu comportamento e as identidades 
sexuais. 
Dessa forma, a educação sexual fornecida pela escola passa a ser uma ação 
complementar na educação familiar, possibilitando o auxilio na orientação sobre este tema. 
Sexo nas instituições escolares é assunto proibido. Conforme Cimarostti, et al. 2009, as várias 
questões que envolvem a sexualidade: o conhecimento do corpo, a curiosidade sobre gravidez 
precoce, o erotismo, o uso de métodos anticoncepcionais, são reprimidos e silenciados. Para 
responder às suas inquietações os alunos buscam “lugares” reservados para mergulhar no 
campo da sexualidade, de forma que as instituições, tais como, a escola e a família, não 
possam saber o que está sendo discutido pelos mesmos. 
Quando a escola discute sexualidade, muitas vezes é vista como incentivadora do 
sexo ou de pornografias. Ao trabalhar o tema no ambiente escolar a família logo se manifesta 
muitas vezes rejeitando as discussões e a interferência escolar e familiar no desenvolvimento 
sexual das crianças, e esse fato acaba por provocar um sentimento de aversão por parte dos 
educadores e da escola. 
 Como a escola trás pouca ou nenhuma discussão referente à sexualidade, os alunos 
buscam informações sobre o assunto na internet, onde dificilmente encontramos algo que 
oriente as crianças de forma correta. 
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“Considerando que a família é a base na qual os sujeitos recebem as primeiras 
informações sobre a sexualidade é a partir dela homens e mulheres passam a construir 
socialmente as suas identidades sexuais”. (CIMAROSTTI, et al. 2009). 
Na família é que surgem as bases das atitudes sexuais, e que as contradições 
acontecem de forma mais intensa, tornando-se formadora das primeiras experiências 
referentes à sexualidade da criança. Por isso, os discursos promovidos na escola passam a 
incomodar os pais, que em sua maioria, entendem a sexualidade como algo que não deve ser 
discutido, pois a compreendem como um assunto que não deve ser refletido no contexto 
escolar, mas pela própria família. Porém, não é o que acontece, pois a maioria dos núcleos 
familiares não se sente a vontade, não têm conhecimento para conduzir tais assuntos dentro de 
seus lares. 
Portanto, a educação sexual deve ser desenvolvida em um processo educativo 
positivo, de valorização humana, com uma intervenção pedagógica adequada que possibilite à 
criança compreender a sua sexualidade através das mais diversas formas de aprendizagem. 
Este projeto tem como objetivo geral: “Instrumentalizar educadores e pais ou 
responsáveis a respeito do desenvolvimento da sexualidade da criança.” E seus objetivos 
específicos são: 
 
Levar o educador a refletir a respeito de seus conceitos sobre o tema sexualidade; 
Fornecer à instituição escolar subsídios a respeito da orientação sexual para o 
educando; 
Orientar o educador responsável de sua escola para que dissemine tais saberes e 
conhecimentos para todos os profissionais da escola bem como pais, responsáveis e 
comunidade; 
Desenvolver temas que tragam aos professores subsídios sobre sexualidade, 
possibilitando-os desenvolver a oficina; 
Conhecer e compreender as fases de desenvolvimento da criança (fases da 
sexualidade); 
Promover o envolvimento da comunidade escolar, para que todos possam contribuir 
para o desenvolvimento deste projeto; 
Trabalhar conceitos tais como: sexo e sexualidade, gênero, métodos contraceptivos, 
DST, outros. 
Conhecer a anatomia do corpo humano para melhor trabalhar com os educandos; 
Orientar para a prevenção das DSTs/AIDS; 
Trabalhar com o educador sinais e atitudes que possibilitem ao mesmo a percepção 
em relação à criança que esteja sofrendo abuso sexual; 
Orientar a criança a fim de que esta possa proteger-se de relacionamentos sexuais 
coercitivos e exploradores; 
Reconhecer como determinações culturais, as características socialmente atribuídas 
ao masculino e feminino, posicionando-se contra discriminações a eles associadas. 
(CIMAROSTTI, et al. 2009). 
 
A metodologia do projeto compreende a realização de oficinas nas quais são 
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desenvolvidas atividades como: elaboração de materiais didáticos, confecção de materiais, 
leituras e discussões sobre temáticas específicas de sexualidade e suas diferentes realidades. 
O público preferencial para participar são: um educador indicado pela instituição 
escolar – ensino fundamental; um educador indicado pelo CMEI – Educação Infantil; de 
preferência que tenha carga horária de 40 horas. O projeto abrange as escolas públicas 
municipais e CMEIs de Toledo - PR. 
 
3.3 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DA PESQUISA 
 
O ambiente escolhido para realizar a pesquisa e concretizar este TCC, foi a 
SMED/NEPE localizada no município de Toledo – PR. Neste sentido é pertinente fazer uma 
breve contextualização histórica do Município de Toledo, situar dados atuais de 2011 e para 
em seguida falar sobre a SMED – Toledo e o NEPE. 
De acordo com o Plano Municipal de Educação de Toledo
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, (Lei nº 2.004/2009 p. 
23-24), a Fazenda Britânia era uma grande extensão de terra pertencente aos ingleses que 
necessitou ser vendida devido às grandes dificuldades políticas e econômicas geradas pela 
passagem da coluna prestes em 1924. Assim houve a revenda das terras para um grupo de 
pessoas ligadas ao comercio atacadista gaúcho, que introduziu a Indústria Madeireira 
Colonizadora Rio Paraná S/A – MARIPÁ, com o objetivo de transformar o grande latifúndio 
em pequenas propriedades de dez alqueires. Colonizando a região com o objetivo de explorar 
as riquezas naturais ali existentes principalmente a madeira. Foi neste período que a área da 
Fazenda Britânia foi efetivamente povoada. 
 
Os primeiros diretores da colonizadora Maripá foram: Alfredo Paschoal Ruaro, 
diretor-gerente; e os diretores comerciais Egon Werner Bercht, encarregado da 
representação política da empresa e representação comercial para venda de madeiras 
no exterior e Julio Gertum de Azevedo Bastian, engenheiro civil responsável pela 
organização das medições das subdivisões das terras. Impossibilitado de residir em 
Toledo, Alfredo Paschoal Ruaro delegou a tarefa ao seu irmão Zulmiro
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