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Estratégia de processos Esperamos que, ao término desta aula, você seja capaz de: explicitar as etapas do gerenciamento dos processos e o planejamento das evidências físicas no cenário de serviços à luz dos processos mercadológicos explicitados em Hooley; descrever os elementos que compõem a tipologia dos serviços, inclusive o sistema de operações de serviço, segundo os canais físicos e virtuais, como também sua utilidade, complexidade e uso; explicar os impactos produzidos pelas dimensões da qualidade em serviços nas percepções e na satisfação dos clientes. 6 ob je tiv os A U L A Metas da aula Apresentar os principais conceitos e a dinâmica resultante do emprego da inteligência de serviços através da gestão dos processos e das evidências físicas; demonstrar o impacto da evidência física sobre a percepção dos clientes segundo os diferentes cenários de serviços. 1 2 3 8 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 9 A U LA 6 M Ó D U LO 1 INTRODUÇÃO Nesta aula, refletiremos sobre os outros dois elementos do conceito de Marketing expandido: processos e evidências físicas. Veremos como esses elementos são fundamentais no projeto de serviços a clientes e consumidores. Antes de iniciarmos, porém, será importante reforçar o que referimos por serviço a clientes e consumidores. Bem, para um fabricante de geladeiras, os serviços que eles desenvolvem para seus distribuidores (clientes) são geralmente diferentes dos serviços que devem ser prestados aos compradores dos seus produtos, os consumidores. Portanto, como gerente você deve pensar nas duas situações. Não são poucos os desafios a serem vencidos para que serviços de excelência sejam prestados a clientes e consumidores. Vimos parte desses desafios na Aula 5, quando refletimos sobre a importância do desempenho humano. Outro elemento fundamental que tratamos nessa aula foi sobre a cultura de serviços, quando você viu que, sem ela, pouco se pode fazer em termos da impressão de um padrão de Marketing mais sofisticado. Em verdade, nosso primeiro contato com essa realidade aconteceu na Aula 2 de Gestão de Marketing I, quando vimos que as empresas têm orientações de Marketing distintas e que elas agem de maneira diferente em função de aspectos como o tamanho que têm, posição que ocupam na cadeia de suprimento, setor econômico em que operam, nível de competição no setor e posição no ranking, sofisticação do mercado e segmento de mercado atendido, país de origem e nível cultural de donos e gerentes e padrão de regulação do negócio. Nossa reflexão agora se dará em torno da inteligência de serviços — os processos que os constituem — e os aspectos que materializam, aos olhos dos clientes e consumidores, o valor superior alegado: as evidências físicas. Quando introduzimos a definição de Grönroos (2004, p. 36) para serviço na aula anterior, tivemos um primeiro encontro com essa dimensão processual dos serviços: Um serviço é um processo, consistindo em uma série de atividades mais ou menos intangíveis que, normalmente, mas não necessariamente sempre, ocorrem nas interações entre o cliente e os funcionários de serviço e/ou recursos ou bens físicos e/ou sistemas do fornecedor de serviços e que são fornecidas como soluções para problemas do cliente. A partir de agora, oferecemos mais informações sobre os elementos desta definição. Falaremos sobre a natureza dos processos, sobre a série de 8 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 9 A U LA 6 M Ó D U LO 1 atividades, as partes físicas que norteiam o encontro entre os clientes e consumidores e os bens que tanto almejam. Evidentemente, mantemos a perspectiva de contribuir para a diferenciação competitiva das empresas. IMPORTÂNCIA DOS PROCESSOS E EVIDÊNCIAS FÍSICAS EM SERVIÇOS Nosso ponto de partida para o entendimento da importância dos processos e evidências físicas para a excelência em serviços aos clientes e consumidores começa com a visualização de como ocorrem as compras. Como não podemos abordar todas as variedades de compras, iremos escolher a compra de um bem complexo, um produto de especialidade, pois ela oferece mais detalhes sobre a importância dos processos e das evidencias físicas relacionada à venda de bens físicos. Vamos recordar a Aula 1 desta disciplina? • Produtos de conveniência: são aqueles que o consumidor compra com maior freqüência, sem que, para isso, precise despender muito tempo no esforço de compra. São produtos de prateleira, básicos, que são oferecidos em pontos-de-venda de auto-serviço. Geralmente não precisam de um vendedor como intermediário. Por exemplo: sabonetes, cremes dentais, jornais, chocolates, cigarros etc. • Produtos de compra comparada: são produtos que são comparados com outros pelo consumidor, antes de sua compra. Geralmente possuem maior durabilidade e custo que os bens de conveniência e, por isso, requerem mais esforço de compra. Por exemplo: roupas, calçados, móveis, eletrodomésticos básicos etc. • Produtos de especialidade: são bens com características singulares ou marca forte. Os custos são mais altos e requerem um esforço extra por parte dos consumidores, o que envolve uma longa busca por informações a respeito do item antes de adquiri-lo. Por exemplo: carros, casas, barcos etc. • Produtos não procurados: são os que os consumidores não sabem que existem ou não pensam em comprar. Estes requerem muita propaganda e apoio da equipe de vendas para o seu devido escoamento. Por exemplo: jazigos, enciclopédias, seguro de vida etc. !! 10 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 11 A U LA 6 M Ó D U LO 1 Quando compramos um carro, seguimos um extenso processo que vai do momento em que reconhecemos a necessidade de tê-lo até o momento em que avaliamos a experiência de uso dele, como mostra a Figura 6.1, a seguir, relativa ao processo de tomada de decisão de consumo por um indivíduo. Na disciplina Comportamento do Consumidor, você verá isso de maneira mais aprofundada. Fique tranqüilo! !! 1. Reconheci- mento necessidades 2. Busca de informações 3. Avaliação das alternativas 4. Decisão de compra 5. Consumo e avaliação Figura 6.1: Processo de tomada de decisão de consumo. Fonte: Adaptado de CHURCHILL; PETER (2000, p. 146). Obviamente, trata-se de um processo extenso não pela quantidade de estágios, mas pela quantidade de considerações que devemos fazer ao comprar um bem como esse: caro, complexo (não damos conta dele apenas com os olhos) e pelo qual experimentamos diversos e intensos sentimentos. Defi nitivamente, apenas as empresas compram carro desconsiderando os aspectos emocionais e simbólicos da compra. Nós, ao contrário, precisamos tomar cuidado para que estes elementos não interfi ram no resultado do processo. Processo extenso e, às vezes, extenuante, pois ele geralmente demanda bastante tempo, independente ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce 10 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 11 A U LA 6 M Ó D U LO 1 se somos mais ou menos seguros, modernos ou não. O medo de errar nos assola durante todo o processo e, para evitar problemas, tentamos nos precaver de todos os lados. Se todas as empresas tivessem consciência disso, os serviços seriam mais inteligentes, acredite. Podemos dizer que, desses estágios, apenas no primeiro deles — reconhecimento da necessidade — não precisamos,necessariamente, entrar em contato com alguma instância que remonte à concessionária ou ao fabricante. Geralmente isso acontece no dia-a-dia, quando percebemos o estado do veículo atual, aumentamos nossas atividades diárias, a família aumenta, mudamos de posição social etc. Nesses momentos, ao vermos as propagandas dos automóveis ou um exemplar do modelo que queremos passando na rua, estamos praticamente ingressando no segundo estágio: busca de informações. Se uma pessoa de confiança tiver ao nosso lado nesse momento, é natural que perguntemos sobre o carro em questão. Quando começamos esse processo, recorremos à nossa experiência: revistas, relatórios técnicos, internet, outras pessoas e, invariavelmente, concessionária ou fabricante, pelo site, telefone ou pessoalmente, dependendo de nossa disponibilidade ou proximidade delas. De fato, quase ninguém vai à montadora. Nossa expectativa, nesse momento, é que recebamos um verdadeiro “abraço institucional”, ocasião em que seríamos muitíssimos bem tratados pela concessionária ou montadora e tiraríamos todas as dúvidas possíveis sobre o bem desejado, ou seja, a experiência seria muito boa. Certamente faremos a mesma coisa com relação a outras marcas de automóvel, pois temos que tomar a decisão mais acertada, reunir o máximo de informação e avaliar com cautela. No terceiro estágio, estaremos formando nossas atitudes em relação aos carros sobre os quais juntamos informações. Criamos nossas preferências. Por vezes, emerge uma intenção de compra. Nessa fase, estaremos avaliando os atributos que previamente julgamos relevantes para tomar a decisão, ou seja, trabalhamos nos pontos tangíveis e intangíveis que recolhemos sobre o carro para ver se alcançaremos os benefícios esperados. Nessa fase, as crenças que temos sobre a marca, a empresa e os equipamentos estão operantes, influenciando a nossa decisão. Pode ser que entremos em contato de novo com as concessionárias para tirar uma ou outra dúvida. Quando isso não acontece, as empresas, na figura do seu vendedor, perdem excelente chance de lutar pela venda do seu carro, de chamar nossa atenção para elementos-chave do produto. ale Realce ale Realce ale Realce 12 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 13 A U LA 6 M Ó D U LO 1 Quando decidimos pela compra é porque nossas preferências estão estabelecidas, quando queremos passar da intenção para a realização da compra. É porque nenhum outro processo vai interferir (reação negativa de alguém importante para nós, por exemplo). É nesse momento que elementos situacionais podem agir e interferir negativamente na compra. Por exemplo, a pessoa vai à concessionária e não surgem argumentos que diminuam o grau de risco percebido. Ao contrário, as coisas ficaram negativas, tudo sai errado: engarrafamento, dia chuvoso, mal- estar próprio ou do parceiro, banco fora do ar, atendimento precário, instalações desagradáveis ou difíceis de serem encontradas etc. Isso é mais comum do que pensamos. Se fizermos uma compra tranqüila, vem a fase da avaliação da mesma, do nosso comportamento pós-compra. É quando experimentamos níveis de insatisfação ou satisfação, quando nos sentimos felizes ou infelizes com a decisão tomada, em função do desempenho do carro e dos serviços ao consumidor prestado pelo conjunto montadora- concessionária e do preço pago pelo produto. Aqui os profissionais de Marketing deveriam prestar tanta atenção quanto àquela que foi prestada anteriormente, no ato da venda. Quando compramos, temos a chance de sair da concessionária com o carro segurado, emplacado e com som. Depois as coisas não ficam muito boas. Como é um bem complexo, temos garantias a serem observadas; dúvidas que podem emergir, dado que a maioria não tem o hábito de ler o manual de instrução. Enfim, criamos extrema expectativa de que seremos contatados pela empresa, mesmo que seja só para agradecer a escolha que fizemos. Invariavelmente, enquanto estivermos com o carro, vamos entrar em contato com a concessionária. Um dos pontos de maior ocorrência na fissura da relação entre nós e eles é o momento da revisão. Os problemas vão desde o acerto da agenda até o cumprimento da promessa ao preço pago. Até que fazemos a troca do carro por outro da mesma marca, mas não necessariamente na mesma concessionária, ou por outra marca, quando iniciamos todo o processo de produção de expectativas novamente. Então, como vimos, quando compramos qualquer bem, mas principalmente bens de especialidade, estamos iniciando uma fase que implicará contatos com a suposta inteligência de serviços da empresa vendedora – os processos que os constituem – e os aspectos que os materializam a nossos olhos a todo instante. Dada nossa maior exigência ale Realce ale Realce 12 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 13 A U LA 6 M Ó D U LO 1 como consumidor, estes bens não podem mais ser vendidos sem um bom conjunto de serviços para dar suporte. A situação é mais ou menos como ilustrada na Figura 6.2 adiante. Por processo, entende-se o método particular de operações de uma empresa ou a série de eventos que, geralmente, envolve várias etapas que são necessárias numa seqüência determinada. Desta maneira, temos o processo de compra do automóvel, processo de marcação da revisão, processo de revisão, processo de pesquisa da satisfação dos compradores, processo de entrega do veículo, processo de test-drive etc. Tudo isso deveria estar previsto dentro de um projeto de operações do serviço. Suporte físico Contato pessoal Serviço A Serviço B Cliente A Cliente B Centro técnico Frontstage – visível para o clienteBackstage – invisível para o cliente Interações diretas Interações indiretas Figura 6.2: Sistema de operações de serviço. Fonte: Adaptado de SEABRA (2007). Quando os consumidores entram em contato com uma empresa vendedora de bens tangíveis, estão, em verdade, convivendo com um sistema de operações, previamente pensado para fornecer à operação em questão os objetivos de desempenho que dela se esperam. ale Realce 14 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 15 A U LA 6 M Ó D U LO 1 Ver objetivos de desempenho na disciplina Administração da Produção I. !! Geralmente os objetivos de desempenho respondem aos esforços de Marketing, buscando a satisfação de desejos e necessidades de um grupo de consumidores previamente identifi cado. Respondem, principalmente, aos apelos da comunicação que despertaram nos clientes o interesse pela oferta. De acordo com Seabra (2007), os componentes visíveis das operações de um serviço podem ser divididos em dois grupos: aqueles relacionados ao trabalho dos atendentes (funcionários) e os que estão ligados ao local de prestação do serviço, onde tudo está ocorrendo. O que acontece no backstage, diz a autora, tem pouco interesse para o cliente, dado que, desde o início, ele está interessado mesmo em resolver seu problema. O consumidor apenas avaliará a produção dos elementos com os quais tem contato e os benefícios percebidos. Pode acontecer de o cliente fi car curioso com o que ocorre lá, mas geralmente sua percepção é afetada pelos acontecimentos perceptíveis apenas ao olhar. Contudo, é evidente que, se o pessoal e operações do backstage falham a ponto de afetar a qualidade do serviços, o cliente vai notar. Apenas para dramatizar a situação, volte ao exemplo que demos na aula anterior. ale Realce ale Realce aleRealce 14 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 15 A U LA 6 M Ó D U LO 1 Imagine, no dia do casamento, uma noiva sendo atendida pelo cabeleireiro mais inseguro e mal preparado do salão e, também, o mais insatisfeito com suas condições de trabalho. As chances de tudo dar errado para ela são altíssimas, e justamente num dos dias mais importantes de sua vida! Se o corte e o penteado não agradarem, ela não voltará mais àquele salão e tentará estimular os mais próximos a também fazê-lo. Prejudicar aqueles provedores de serviço que lhes prejudicam vira causa pessoal de muitas pessoas. Por quê? Porque pouquíssimas empresas e profi ssionais de serviço reconhecem seus erros e procuram repará-los (quando isso ainda é possível). E porque ainda é incipiente (complicado pela difi culdade de acesso) a prática de recorrer ao Código de Defesa do Consumidor; resta-nos falar mal dos que nos atendem mal. É apenas parte da nossa constante luta de manter intacta nossa dignidade de cidadão-consumidor. !! No caso de um salão de beleza, a entrada, o cabeleireiro, o salão, os banheiros, os aparelhos e todas as pessoas representam o frontstage, aquilo que você vê. O que se sucede lá atrás – backstage – onde tudo ocorre para que o frontstage aconteça você não tem por que saber. Mas, ao entrar lá, você estará em contato com o que Seabra chama de três subsistemas do sistema de operação: operações do serviço, entrega do serviço e marketing do serviço. Embora Seabra tenha usado o exemplo de uma empresa de serviço na Figura 6.2, é importante que você visualize que a suposta montadora, do exemplo lá do início, depende de uma estrutura de serviço para venda e outra para pós-venda, algo que certamente será comum para todas as empresas que comercializem bens de especialidade. Algo que, inclusive, deverá tornar-se comum para empresas que vendem bens de compra comparada, devido ao fato de que a obtenção de vantagem competitiva nesta faixa do mercado caminha seguramente para a oferta de serviços diferenciados, uma vez que preço e tecnologia estão virando algo comum a todos os concorrentes. É neste sentido que propomos, já nesta disciplina, o aprendizado dos elementos do composto de Marketing expandido: processos e evidências físicas. Você iria aprendê-los em Marketing de serviço, voltados à realidade das empresas do setor de serviço e, possivelmente, ale Realce 16 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 17 A U LA 6 M Ó D U LO 1 não os veria com esta abordagem que privilegia um Marketing mais consistente, para empresas de bens de compra comparada e de bens de especialidade. O que, em termos de Marketing, serve para uma empresa de bens de conveniência, dificilmente geraria conforto para um gerente lidando com bens mais complexos. Vamos refletir sobre isso? Fórum Primeiro, enumere as atividades de Marketing (recorra ao tópico “processos mercadológicos” que consta da Aula 3, de Gestão de Marketing I) que você escolheria para desenvolver o mercado de uma empresa de refrigerantes, visando conquistar a lealdade no consumidor. Só para lembrar: os processos mercadológicos de Hooley correspondem aos três momentos: a definição do valor a ser ofertado ao consumidor, o desenvolvimento do valor ao consumidor e o oferecimento do valor ao consumidor. Na seqüência explicativa das seis etapas da Figura 3.6 (dessa mesma Aula 3), você tem instrumentos adequados para elaborar suas idéias. Então, como você planejaria e organizaria as atividades dessa empresa para cumprir esses três momentos? Agora, analise e compare se essas atividades são suficientes para alcançar o mesmo resultado num fabricante de máquinas fotográficas digitais. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ Resposta Comentada Você não deverá ter maiores dificuldades para fazer este exercício. Basta você ir, passo a passo, relendo a Aula 3 e identificando e marcando as palavras-chave que servirão de base para explicar a natureza das ações a serem desenvolvidas em cada momento ou fase do processo de construção de valor. Por exemplo: na fase 1 – quando a empresa define o valor a ser ofertado ao consumidor – uma questão importante será decidir qual o segmento de consumo a empresa atenderá e, por conta disso, você deverá definir os potenciais compradores e as características predominantes que os tornam grupo, Atividade 1 16 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 17 A U LA 6 M Ó D U LO 1 como poder aquisitivo, nível de escolaridade ou estado civil. Siga a leitura, encontre as próximas palavras-chave e construa suas respostas. Pela riqueza de dados que podem ser extraídos, vale a pena trocar idéias com os colegas e com o tutor presencial no Fórum existente DIFERENTES AÇÕES DE SERVIÇO EM FUNÇÃO DO TIPO DE SERVIÇO Voltemos ao assunto ilustrado pela Figura 6.2. A quantidade de operações de serviço, visível para o cliente ou consumidores, varia de acordo com o nível de contato do cliente com a operação. Há os serviços de alto contato, como restaurantes e cabeleireiros; os de baixo contato, como venda pelo site; e os que ficam no meio-termo, como o atendimento numa concessionária. A Tabela 6.1 mostra os tipos de serviço em função da natureza dos serviços. Tabela 6.1: Diferentes ações de serviço em função do tipo de serviço Natureza dos serviços Aplicação do serviço Pessoas (participando na produção de serviço) Bens Ações tangíveis Serviço dirigido ao corpo das pessoas (ex: restaurantes, cabeleireiros, centros de fitness etc.) Serviço dirigido à posse física (reparação e manutenção, lavanderia etc.) Ações intangíveis Serviços dirigido à mente das pessoas (entretenimento, artes, educação etc.) Serviço dirigido a ativos intangíveis (seguros, serviços públicos, investigação etc.) Fonte: Adaptado de SEABRA (2007). O sistema de entrega do serviço envolve não só os elementos visíveis da operação de entrega do serviços (espaço físico, equipamento e pessoal), como também os não-visíveis ou virtuais. Algumas empresas de serviço têm interações diretas com os seus clientes, dado que produção e consumo ocorrem simultaneamente. Outras têm os contatos de pré-venda, venda e pós-venda influenciados pelos detalhes do contrato. Um carro, por exemplo, tem garantias, quando normalmente o consumidor vai à concessionária para que o carro seja revisado. Uma máquina de lavar envolve a visita de um ale Realce 18 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 19 A U LA 6 M Ó D U LO 1 A seguir, oferecemos uma descrição mais ampliada dos serviços, para que você comece a visualizar o desafi o de produzir serviços a clientes e consumidores: • Serviços dirigidos ao corpo das pessoas: Para receber esse tipo de serviço, as pessoas precisam se envolver fi sicamente no sistema do serviço. Como são parte integral do processo, não podem obter os benefícios que desejam sem um envolvimento profundo. Precisam tercontato com o espaço físico em que o serviço é produzido e entregue. Por vezes, o prestador do serviço pode ir até o cliente. Por exemplo: personal trainee. Para receber os benefícios desse tipo de serviço, o cliente necessita gastar algum tempo cooperando ativamente na operação de serviço. O tempo gasto pode ser maior ou menor dependendo do tipo de serviço. técnico quando da ocorrência de um problema, ou sua remoção à ofi cina, quando necessário. Veja que o sistema de entrega de serviços se aproxima muito daquela descrição que demos sobre processo mercadológico de oferecimento de valor: Processos que capacitam o oferecimento do valor para os consumidores, incluindo serviços de entrega, gerenciamento do relacionamento com clientes e consumidores, gerenciamento da logística, estratégias de comunicação, melhorias de produto e serviço, serviço de apoio aos clientes e ação da força de vendas (HOOLEY et al., 2001, p. 5.). Este é o ponto- chave! Para bens de compra comparada e de especialidade, a estratégia de Marketing que visa criar valor superior depende cada vez mais dos serviços ao consumidor. !! ale Realce ale Realce ale Realce 18 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 19 A U LA 6 M Ó D U LO 1 • Serviços dirigidos à posse física: Os clientes são menos envolvidos fisicamente com este tipo de processo. Na maioria desses serviços, o envolvimento deles é limitado à entrega do objeto que necessita do serviço. Se o objeto é de difícil transporte, o serviço terá que ir até o cliente. Por exemplo: serviço de lavanderia. • Serviços dirigidos à mente das pessoas: qualquer tipo de atividade que tenha alguma influência sobre a mente das pessoas tem o poder de alterar atitudes e influenciar comportamentos. Por isso, quando os clientes estão em posição de dependência ou existe potencial de manipulação, devem existir regras éticas rígidas e cuidados especiais. Receber esses serviços exige, por parte do cliente, investimento em termos de tempo. Contudo, os clientes não necessitam estar fisicamente presentes no local de produção do serviço. Na medida em que o conteúdo do core dos serviços desta categoria é baseado em informação, pode ser facilmente transformado em material virtual ou físico que pode ser comercializado e entregue ao cliente facilmente. Por exemplo: cursos de línguas, de pós-graduação etc. • Serviços dirigidos a bens intangíveis: a informação é a forma mais intan- gível de um output de um serviço, mas pode ter formas mais tangíveis (por exemplo: conserto de CD). O envolvimento do cliente nesse tipo de serviço (tal como no anterior) depende da forma mais ou menos tradicional que o cliente deseja na recepção do serviço. É o caso da contratação de seguro de vida, por exemplo. O sistema de Marketing de serviço envolve os elementos que podem contribuir para influenciar a visão geral do consumidor relativamente ao serviço. Por exemplo: publicidade, departamento de vendas, cartas, chamadas telefônicas, boatos, participação em estudos de mercado. De acordo com Seabra (2007), estes elementos, em conjunto com o subsistema de distribuição, compõem o sistema de Marketing. O pessoal de Marketing precisa atuar próximo ao pessoal de operações para desenhar facilidades que satisfaçam aos clientes e às operações de serviços. Esse sistema engloba todas as diferentes formas sob as quais o cliente contata a organização. Se é um serviço de self-service, por exemplo, de caixa eletrônico, é preciso que cada um dos processos que daí são decorrentes – estacionar, efetuar os procedimentos bancários etc. – possam ser de uso fácil e rápido, de maneira a contribuir para a natureza e a qualidade do serviço. Inconsistência nestes elementos pode ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce 20 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 21 A U LA 6 M Ó D U LO 1 Sistema de operações dos serviços Sistema de entrega dos serviços Instalações exteriores e interiores Centro técnico Equipamento Recursos humanos Ponto-de- venda Consumidor Outros consumidores Outros consumidores Ações de comuni- cação estimulam o consumidor, que vai ao ponto-de- venda saber mais sobre o produto e condições de venda. Backtstage invisível Frontstage visível Figura 6.3: Descrição do composto expandido para canais físicos. Fonte: Adaptado de SEABRA (2007). originar um enfraquecimento da credibilidade do serviço aos olhos do cliente, diz a autora. Seabra considera o envolvimento de três subsistemas para a geração dos serviços: as operações do serviço, a entrega do serviço e o Marketing dos serviços. Para um melhor entendimento sobre a importância desta atividade gerencial, nós preferimos colocar as principais decisões na perspectiva dos processos mercadológicos. Assim, em cada tópico, você vai tendo acesso ao complexo de decisões relativas ao chamado composto de Marketing, que, no caso dos serviços, vai além dos famosos 4 Ps, incorporando os níveis de processo e de evidências físicas, mencionados anteriormente nesta aula. Veja como isso funciona. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DE PROCESSOS NUMA PERSPECTIVA EXPANDIDA DE MARKETING Para que você possa visualizar a importância dos processos na perspectiva de que serviços a clientes e consumidores fazem parte do composto de Marketing para empresas de bens mais complexos, vamos utilizar dois exemplos, conforme as Figuras 6.3 e 6.4 a seguir. A partir deles, já geramos abertura para o próximo item, o das evidências físicas. 12 ale Realce ale Realce 20 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 21 A U LA 6 M Ó D U LO 1 Ao responder aos primeiros esforços de Marketing de uma montadora, por exemplo, o consumidor vai ao ponto-de-venda saber mais sobre a oferta e as condições de venda. A comunicação e as informações relativas ao preço e ao produto deram os primeiros estímulos para que o consumidor perceba o valor superior da oferta. O ponto-de-venda, conforme falamos na Aula 3 desta disciplina, refere-se aos locais em que os produtos estarão disponíveis. No caso do automóvel, temos um sistema vertical de Marketing contratual do tipo franquia, em que todo o sistema é dedicado aos produtos dos fabricantes, em que se pode aumentar o efeito das ações de Marketing. É ali que o consumidor deveria receber aquela espécie de “abraço institucional” de que falamos no início. O atendimento, as instalações e os equipamentos devem reproduzir, no máximo possível, algumas das sensações despertadas pelos primeiros esforços de Marketing. O que sinalizava a promoção para o consumidor? O produto é único? Especial? Queremos saber mais de você? É isso que deve chegar ao cliente. A maneira como será feito dependerá de como os processos são pensados no sistema de operações de serviços. Como o produto está exposto? Qual o grau de acesso ao produto? Que bateria de informações sobre o produto e a negociação há e em qual intensidade serão passadas? Uma vez que a compra for realizada, qual vai ser a ação da empresa? Como gerenciar o relacionamento pós-venda (destacado na Figura 6.3 como o nº 2 no círculo)? Ligações serão feitas com qual freqüência? Serão mandados e-mails ou malas diretas? Serão efetuados agendamentos através do site? Haverá a disponibilidade do carro reserva, táxi para pegar e levar o cliente? O importante é lembrar que, para bens de especialidade,a experiência de consumo não acaba com a venda. Ela vai até o momento em que o consumidor decide repor o bem. No caso de sistemas verticais de Marketing contratuais, o fabricante tem total espaço para pensar nos serviços a clientes que possam aumentar sua percepção positiva do valor superior ofertado. Para empresas que operam seus produtos em canais de Marketing que não formam sistemas verticais de Marketing, isto fica mais difícil, como, por exemplo, os fabricantes de geladeira, que não desenvolvem relacionamento muito próximo com os varejistas. A possibilidade de o consumidor receber um “abraço institucional” que envolva a sua marca é bem menor, a não ser que haja parceria com o distribuidor. Em verdade, ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce 22 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 23 A U LA 6 M Ó D U LO 1 Sistema de operações dos serviços Sistema de entrega dos serviços Instalações exteriores e interiores Centro técnico Equipamento Recursos humanos Ponto-de- venda virtual: telefone? internet? tv digital? Consumidor Outros consumidores Outros consumidores Ações de comuni- cação estimulam o consumidor que entra em contato para saber mais sobre o produto e condições de venda. Quase tudo é invisível Figura 6.4: Descrição do composto expandido para canais virtuais. Fonte: Adaptado de SEABRA (2007). é o varejista quem deverá, se for do seu interesse, primeiro fornecer o seu “abraço institucional”. Isto para o momento nº1, destacado na bolinha da Figura 6.3. No que diz respeito ao momento nº 2 – o pós-venda –, será responsabilidade total do fabricante promover a manutenção deste “abraço institucional”. É quando ele pode trabalhar aquelas dimensões simbólicas que a promoção desperta (O produto é único? Especial? Queremos saber mais de você?). É a fase do relacionamento pós-venda. Como gerenciá-la? Ligações serão feitas com qual freqüência? Serão mandados e-mails ou malas diretas? Serão feitos agendamentos através de site? Quanto estará a organização disponível para atender aos anseios deste consumidor? Como foi montada a rede de assistência técnica? Tem previsão de atendimento (promessa)? Quem vai à casa do consumidor? Como deve ser a apresentação? Como ele deve estar trajado? Etc. ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce 22 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 23 A U LA 6 M Ó D U LO 1 Compare as Figuras 6.3 e 6.4. Uma descreve o composto expandido para canais físicos; outra, para canais virtuais. Comparando uma figura com outra, escreva em que ponto do esquema fica o “abraço institucional” do composto expandido para canais virtuais? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Resposta Comentada Comparando a Figura 6.3. à 6.4, vê-se, facilmente, que a única diferença perceptível está na presença do ponto-de-venda, no caso do composto expandido para canais físicos. Conforme os argumentos que se seguem, a qualidade do “abraço institucional” que se pode construir envolve inúmeras ações, tanto imediatas quanto mediatas, seja o foco na venda ou na pós-venda. Acompanhe as idéias que seguem e penetre nas ações que podem se empreendidas. Examine, particularmente o papel dos números 1 e 2, nos círculos. Não estão ali à toa. Faça o exame detalhado da situação seguinte: do composto expandido para canais virtuais e tire suas conclusões. É assim que se aprende, dialogando com o texto e descobrindo novas formas de dizer o já dito. Atividade 2 Para bens comprados virtualmente em canais diretos, situação em que os consumidores, respondendo aos estímulos de Marketing, entram em contato com a empresa, os processos dos sistemas de operação e entrega de serviços devem ser muito bem pensados e planejados para potencializar a proposta de valor superior. Tem-se um contexto em que as partes que materializarão esse relacionamento serão muito exigidas na avaliação do consumidor: entrega do produto e serviço pós-venda. Nesse contexto, os elementos que você verá no próximo item assumem importância vital, principalmente o serviço logístico, seja para a entrega, seja para uma eventual troca do produto. 24 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 25 A U LA 6 M Ó D U LO 1 SATISFAÇÃO DE CLIENTES E FUNCIONÁRIOS: GARANTIA DE LUCROS Na aula passada, você começou a ver a importância dos funcionários para as empresas de serviços e a importância deles para a prestação de serviços a clientes. Você viu que: • Eles “são” o serviço: em muitos casos não há nada além deles: consultores, por exemplo. • Eles constituem a organização, aos olhos do cliente: os funcionários estão executando funções de Marketing ao representar a empresa. O seu desempenho infl uencia positivamente a percepção dos clientes. • Eles são profi ssionais de mercado: devem ser bem treinados. Você viu também que há uma forte relação entre satisfação de funcionários, de clientes e garantia de lucros, conforme demonstrou a pesquisa de Benjamin Schneider e David Bowen, citados por Zeithaml e Bitner (2003, p. 260): (...) tanto uma atmosfera de serviços, quanto uma atmosfera de bem- estar de funcionários de serviços estão altamente relacionadas com as percepções gerais sobre a quantidade de serviços por parte dos clientes. Ou seja: a atmosfera de serviços e as experiências de administração de recursos humanos que os funcionários têm dentro da organização refl etem o modo como os clientes vivenciam o serviço. As cinco dimensões de qualidade em serviços representam o modo como os clientes organizam em sua mente a informação sobre a qualidade dos serviços. !! 24 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 25 A U LA 6 M Ó D U LO 1 Na ocasião, você também leu sobre como as dimensões da qualidade em serviços são infl uenciadas pelos comportamentos dos funcionários e viu que os clientes não percebem a qualidade como um conceito unidimensional, segundo Zeithaml e Bitner (2003, p. 93). Assim, as cinco dimensões de qualidade em serviços que podem ser infl uenciadas diretamente pelos funcionários são: Confi abilidade: a habilidade para executar o serviço prometido de modo seguro e preciso. Responsabilidade: a vontade de ajudar os clientes e de prestar serviços sem demora. Segurança: o conhecimento dos funcionários aliado à simpatia e à sua habilidade para inspirar credibilidade e confi ança. Empatia: cuidado, atenção individualizada dedicada aos clientes. Tangibilidade: aparência das instalações físicas, equipamento, pessoal e materiais impressos. A partir de agora, com o objetivo de complementar a importância da gestão dos processos, você irá aprofundar o estudo sobre a impor- tância dos funcionários e das dimensões da qualidade. A pesquisa, que demonstra a importância da atmosfera de serviços e de bem-estar vivida pelos funcionáriospara as percepções positivas sobre a qualidade de serviços por parte dos clientes, ilustra bem a importância que os gerentes de Marketing devem dar para os funcionários, dada a relação destes com a satisfação dos clientes. Se o gerente não for perspicaz, ele fi cará preso na armadilha dos 4 Ps, isto é, fi cará acreditando que apenas boas ações relacionadas a produto, preço, praça e promoção resolvem tudo. Repetindo: esta é uma realidade para as empresas de serviço, como um banco, e também para empresas que precisam de serviços para diferenciar seus produtos. À frente, você verá com mais detalhamento como a qualidade dos serviços infl uencia os comportamentos dos funcionários. No momento, preste muita atenção na Figura 6.5, que traz o conceito de cadeia de lucro em serviços, extraída de Zeithaml e Bitner. !! 26 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 27 A U LA 6 M Ó D U LO 1 Como vê, a maneira como a organização se relaciona com seus funcionários tem reflexo direto sobre o resultado lá na frente, isto é, a qualidade do relacionamento interno é o início para um circulo virtuoso. Como pontuam Zeithaml e Bitner (2003), no Marketing de serviços, pessoas são todos os agentes que desempenham um papel no processo de execução de um serviço e, nesse sentido, influenciam as percepções do comprador: nominalmente, os funcionários da empresa, o cliente e outros clientes no ambiente de serviços. Não precisamos de muita experiência ou leitura para visualizar a importância dos funcionários em nossas decisões de consumo, sejam estas em serviços, sejam em bens tangíveis. Certamente, várias foram as vezes em que fomos incentivados ou desestimulados a uma compra por parte de quem nos atendia. Algo estava muito bom ou muito ruim no ambiente de consumo. Tecnicamente falando, se consumimos é porque havia uma atmosfera de serviço e de bem-estar de funcionários apropriada. As pesquisas em Marketing de serviços indicam que as duas atmosferas estão altamente relacionadas com as percepções gerais de qualidade de serviços. Figura 6.5: Conceito de cadeia de lucros em serviço. Fonte: Adaptado de ZEITHAML; BITNER (2003). Qualidade de serviços internos Satisfação de fun- cionários Retenção de fun- cionário Produ- tividade de fun- cionários Valor do serviço externo Satisfação de clientes Lealdade de clientes Cresci- mento das receitas Lucrativi- dade ale Realce 26 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 27 A U LA 6 M Ó D U LO 1 A atmosfera de serviço é aquela onde a produção do consumo ocorre quando o pedido está sendo processado, e a atmosfera de bem-estar de funcionários é aquela que diz respeito à relação entre empresa e funcionários. Se estes têm ou não clima e recursos apropriados para trabalhar, os resultados são visivelmente sentidos no momento em que os clientes são atendidos, principalmente para os funcionários da linha de frente. O estudo da cadeia de lucro em serviços é uma importante maneira que você terá para visualizar a importância dos funcionários na satisfação dos consumidores. Ela sugere que existem ligações cruciais entre a qualidade dos serviços internos, a satisfação e a produtividade dos funcionários, o valor dos serviços prestados aos clientes e, em última instância, entre satisfação e retenção destes com os lucros da empresa. Zeithaml e Bitner (2003) sugerem que há uma conexão entre níveis de tensão dos funcionários, redução da qualidade em serviços e reações negativas de consumidores. Estas questões fi cam ainda mais complexas quando se percebe que muitas empresas estão terceirizando a entrega ou a montagem dos bens que vendem. Não bastassem os riscos existentes no encontro entre a cultura de uma organização (empresa vendedora) e a visão de mundo e as expectativas do consumidor, ainda por cima inserem, na relação, a cultura de outra organização? A situação fi ca extremamente complexa. No exemplo a seguir, tentaremos ilustrar essa questão. O exemplo é forte, mas, infelizmente, corriqueiro. Após exaustiva procura e esforços de comparação entre ofertas e condições de venda, um casal escolhe a loja em que vai comprar o mobiliário do bebê, que está para chegar. Foram momentos em que elementos de racionalidade (preço, condições de pagamento, variedade, atmosfera de compra etc.) combinaram-se com elementos da emoção (produção de imagens visualizando o quarto decorado com aqueles móveis) para criar um estado de segurança de que estavam tomando a decisão mais correta. Quando o negócio é fechado, fi ca contratado que os produtos serão entregues na residência do casal em até quatro dias e no horário combinado. Durante os quatro dias, a entrega não é feita, e o casal fi ca impaciente, pois alguém teve que sacrifi car horário de trabalho ou de outra atividade para acompanhar a montagem. Durante as ligações, descobre-se que a empresa da entrega é uma contratada do fabricante do móvel ou da loja, dependendo do sistema vertical de Marketing em questão. ale Realce ale Realce 28 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 29 A U LA 6 M Ó D U LO 1 O pessoal da loja já está fora do contexto; aquelas pessoas com quem o casal interagiu durante dias saem do circuito por não assumirem responsabilidades sobre o pós-venda. Isso já é algo extremamente desagradável e digno de um processo legal, ainda que o casal não tenha lido as letrinhas miúdas no contrato de compra. Após exaustivas ligações para a empresa terceirizada, fica marcado um novo dia para entrega e, mais uma vez, sacrifica-se um tempo destinado a outras atividades. Quando a entrega está sendo feita, apenas a esposa está em casa e ela recebe em sua casa três pessoas que nunca viu na sua frente, provavelmente três homens. Se estes não forem de boa aparência, educados e focados no serviço, esta senhora enfrentará momentos muito desconfortantes, de extrema insegurança, transformando em angústia aquela seqüência prazerosa de imagens que a compra houvera despertado. Ela provavelmente quererá que aquilo acabe logo. Imagine então como se sentiria o marido ao chegar a casa e perceber que os homens do serviço não despertavam confiança e foram flagrados por ele espiando a esposa? Sim, é um exemplo pesado, mas bem corriqueiro. Além de chamar atenção para os riscos da terceirização dos serviços ao cliente, o exemplo anterior também alerta para um conceito muito importante na venda de bens complexos: as dimensões da qualidade em serviços. No livro de Zeithaml e Bitner, mais informações podem ser encontradas sobre esse tema – confiabilidade, responsividade, segurança, empatia e tangibilidade. Para visualizar a relação entre o desempenho dos funcionários e a qualidade dos serviços, é importante entender quais são os elementos que compõem a qualidade em serviços. Na hora de planejar os serviços aos clientes de suas empresas, os gerentes de Marketing devem estar atentos a essas dimensões. Elas são simples e devem estar consideradas desde o projeto. A seguir, damos alguns destaques. A dimensão confiabilidade diz respeito à execução do serviço prometido. Logicamente, trata-se de algo que, na maioria das vezes, está plenamente dentro do controle dos funcionários (ZEITHAML e BITNER, 2003). Pode acontecer que existam problemas com o maquinário, ou alguma eventualidade, como falta de energia ou problemas de trânsito, que prejudique ou impeça a produção do serviço, como na ocasião em que você compraum guarda-roupa e espera a montagem do mesmo. Porém, dizem os autores, mesmo no caso de serviços automatizados (como ocorre com ale Realce 28 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 29 A U LA 6 M Ó D U LO 1 caixas eletrônicos, máquinas de emissão automática de bilhetes ou bombas de gasolina de auto-serviço), os funcionários de bastidores são cruciais para assegurar que todos os sistemas estejam funcionando corretamente. Quando os serviços falham ou ocorrem erros, os funcionários são fundamentais para corrigi-los, utilizando sua capacidade de julgamento para determinar qual a melhor ação na recuperação do serviço. Por exemplo, se a montagem do guarda-roupa for prejudicada por alguma eventualidade, o funcionário em questão deveria informar à empresa sobre o problema e eles deveriam entrar em contato com você colocando-o a par da situação e propondo-lhe uma solução para a questão. Os funcionários influenciam diretamente a percepção dos consumidores acerca da responsividade, por meio de sua vontade pessoal em auxiliar e sua presteza para servi-los. Zeithaml e Bitner (2003) lembram-nos da gama de respostas que podemos receber de atendentes em diferentes lojas de varejo, quando precisamos de ajuda para encontrar um item específi co de uma linha de artigos de confecção. Um funcionário poderá ignorar sua presença, enquanto outro pode oferecer auxílio na procura e entrar em contato com outras lojas para localizar o produto. Um funcionário pode auxiliá-lo imediata e efi cazmente, enquanto outro pode reagir lentamente, mesmo que seja para atender a uma solicitação muito simples, dizem os autores. Imaginemos, então, quantas questões os funcionários de uma concessionária poderiam nos esclarecer a respeito de um bem complexo como um automóvel? Mais: Imaginemos os desafi os que os funcionários de uma loja revendedora de automóveis usados têm, já que os produtos que eles negociam são bem rodados? Neste sentido, a R E S P O N S I V I D A D E do funcionário pode fazer a diferença. A dimensão de segurança da qualidade em serviços depende em alto grau da habilidade dos funcionários em comunicar sua credibilidade e inspirar confi ança. Zeithaml e Bitner (2003) lembram que a reputação da organização ajudará, mas, em última instância, os funcionários com quem o cliente interage confi rmam e constroem a confi ança na organização ou reduzem sua reputação, destruindo, por fi m, a confi ança. Para organizações que estão começando, ou que são relativamente desconhecidas, a credibilidade e a confi ança serão associadas diretamente às ações dos seus funcionários. Eles é que vão construir estes componentes imprescindíveis em uma marca forte. RESPONSIV IDADE É um neologismo. Neologismo é uma palavra ou termo de formação nova, construído a partir de elementos gramaticais da própria língua ou de língua estrangeira. Em latim, responsivo é um adjetivo que envolve resposta. Considerando o uso do neologismo, responsividade é a qualidade do indivíduo que tem a predisposição a ser uma pessoa cooperativa. ale Realce ale Realce ale Realce 30 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 31 A U LA 6 M Ó D U LO 1 É difícil imaginar como uma organização forneceria “atenção cuidadosa e individualizada” aos clientes independentemente de seus funcionários. A empatia implica que os funcionários vão prestar atenção, ouvir, adaptar-se e ser flexíveis no fornecimento daquilo que é a necessidade dos clientes individualmente. Ou seja, eles estarão, durante a prestação do serviço, agindo como se estivessem no lugar dos consumidores. De acordo com Zeithaml e Bitner (2003), organizações que deixam essa medida da qualidade à deriva provavelmente encontrarão uma grande variação dessa dimensão ao compararem as experiências de funcionários e consumidores. Os bens mais complexos, que demandam um alto envolvimento do consumidor na sua compra e uma extenuante jornada em busca de segurança para realizá-la, exigem que os funcionários sejam empáticos, pois a troca de informação entre comprador e vendedor é freqüente. Além disso, eventualmente, o comprador pode ter problemas para cumprir suas obrigações na negociação, ficando numa situação desconfortável, à espera da intervenção do vendedor. Imagine a seguinte situação: você compra uma bomba d’água para a sua casa numa loja de produtos agropecuários. A negociação envolve montagem e manutenção da mesma a cada cinqüenta dias. No dia da montagem, por alguma razão, ninguém pode ficar em casa para receber a equipe da loja. Se estes funcionários não forem empáticos, você levará uma péssima impressão, ainda que o problema tenha sido seu. Por fim, existem as questões de tangibilidade, aquilo que se pode tocar com as mãos mas que os olhos alcançam sempre primeiro. A aparência dos funcionários e o modo como se vestem são aspectos importantes das dimensões tangíveis da qualidade, juntamente com muitos outros fatores que são independentes dos funcionários de serviços (por exemplo, as instalações dos serviços, as condições dos carros e maquinários, a decoração, os impressos e a sinalização). Nesta aula, como dissemos, procuramos dar atenção às pessoas, aos funcionários, dada a centralidade que eles exercem na percepção da qualidade dos serviços. Nosso foco, como explicamos, é a prestação de serviços aos clientes, pois eles (funcionários) também afetam esta dimensão da estratégia de Marketing de uma empresa de bens tangíveis. Também alertamos que o conteúdo mais aprofundado sobre o tema será visto na disciplina Marketing de Serviço. ale Realce ale Realce 30 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 31 A U LA 6 M Ó D U LO 1 Entretanto, já podemos extrair algumas considerações importantes sobre esta realidade e apresentar alguns conceitos que você verá em outras disciplinas, mas que estão ligados à perspectiva de oferta de serviço ao consumidor de qualidade. Para tanto, vamos nos reportar àquele tema que destacamos na aula passada: Cultura Organizacional. A relação que queremos destacar é a seguinte, conforme Figura 6.6: Figura 6.6: Relação entre cultura organizacional, desempenho dos funcionários e satisfação dos consumidores. Antes de atingir os objetivos que você tanto almeja como gerente de Marketing, esteja consciente de que eles não dependem apenas da sua competência. A cultura da empresa (CULTURA CORPORAT IVA) em que você trabalha terá papel fundamental neste processo. Ela apresenta os valores e crenças que subjazem ao comportamento das pessoas, do maior ao menor escalão. Fundamentalmente, apreendemos dessa realidade que toda estratégia de sucesso está enraizada não apenas na experiência do estrategista, mas também na cultura em que ele se apóia. De acordo com Grönroos (2004), a cultura existente em uma empresa: • É um resultado de seu passado organizacional e fornece estabilidade, signifi cado e previsibilidade na organização. • É um fenômeno importante para estudar e entender por que é considerada uma base potencial para a vantagem competitiva. Portanto, gerenciar a cultura da empresa é sempre importante em qualquer tipo de negócio. Como demonstra a Figura 6.6, a cultura organizacional infl uenciará a atmosfera interna, os projetos de serviço e os programas de treinamento, que, por sua vez, se refl etirão sobre o desempenho dos funcionários e, por fi m, sobre a satisfação do consumidor. CU L T U R A C O R P O R A T I V A Modelo devalores e crenças compartilhados que dá signifi cado aos membros de uma organização e lhes fornece as regras para o comportamento na organização. Cultura organizacional Projeto de serviço Atmosfera interna Programa de treinamento Desempenho dos funcionários Satisfação dos consumidores ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce ale Realce 32 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 33 A U LA 6 M Ó D U LO 1 A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO ORIENTADO PARA SERVIÇOS Faremos agora uma importante consideração sobre a relação entre programas de treinamento e Marketing de bens e de serviços, e reforçaremos nosso argumento de que este fator tem relação com a oferta de serviço aos consumidores. Para alguns autores, um programa de treinamento orientado para serviços provavelmente não teria, por si só, impacto muito signifi cativo sobre o pensamento e o comportamento dos funcionários de uma empresa manufatureira na qual se dá muita importância às normas industriais orientadas para bens ou sobre os funcionários de uma empresa de serviços nas quais vendas e operações, efi cientes em custo, são as únicas prioridades visíveis da gerência. Fala-se, indiretamente, da não existência de uma cultura de serviço em função da orientação de Marketing adotada pela empresa. Retorne à Aula 2 de Gestão de Marketing I. Você relembrará as atitudes e decisões que acompanham uma orientação de Marketing. !! Porém, é fato que as pessoas envolvidas na fabricação de algum produto estão muito distantes do contato com o consumidor fi nal. Mas o pessoal de desenvolvimento de produtos e da prestação de serviço ao consumidor está muito mais próximo desse consumidor. Entretanto, seria muito importante sensibilizar o pessoal do chão de fábrica sobre essa realidade enfrentada pelos seus colegas de trabalho e pelo consumidor. Torne-os empáticos aos consumidores, capazes de se colocar no lugar desse consumidor, pois eles também são consumidores, no seu dia-a-dia. ale Realce 32 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 33 A U LA 6 M Ó D U LO 1 De acordo com Grönroos (2004), a existência de uma cultura forte, aquela que habilita as pessoas a agirem de certa maneira e a responderem a várias ações de um modo consistente, é fundamental para o sucesso de uma estratégia de Marketing. Sabe por quê? Porque os valores culturais claros parecem particularmente importantes para orientar o comportamento do funcionário, especialmente em organizações de serviços. Isso porque implementar uma estratégia de serviço requer o suporte de todos os funcionários da organização. Dessa maneira, a cultura corporativa precisa ser rotulada como cultura de serviço (ZEITHAML; BITNER, 2003), e para isso ela precisa ser uma cultura na qual exista uma valorização do bom serviço e na qual prestar bons serviços para clientes internos, bem como para clientes finais externos, seja considerado por todos um modo de vida natural e um dos valores mais importantes. Neste contexto em que a cultura de serviço e o desempenho dos funcionários são fundamentais para que sejam validados os imperativos da era do imperativo dos serviços, a mudança de paradigma gerencial sobre o desenvolvimento humano nas organizações emerge como fator estratégico. PAPEL DO ENDOMARKETING EM SERVIÇOS Como esta não é uma aula de Recursos Humanos, vamos destacar apenas um elemento estratégico associado à importância do fator humano nas organizações: o endomarketing. Para muito, Marketing interno, e que parte do conceito de que os funcionários são o primeiro mercado para a organização. No caso, o conceito vem da área de Marketing de serviços. A abordagem, bem conhecida por nós, é a de que, sem bons relacionamentos internos, os relacionamentos externos com clientes não se desenvolverão com êxito. Para Grönroos (2004), no endomarketing o foco é dirigido aos bons relacionamentos internos entre as pessoas em todos os níveis da organização, de modo a criar nos funcionários de contato com o cliente – funcionários de suporte nos processos de serviços internos, chefes de equipe, supervisores e gerentes – um estado de espírito orientado para o serviço e orientado para o cliente. Para isso, são necessárias habilidades adequadas (como interagir e comunicar-se com clientes) e um sistema de suporte também é exigido. ale Realce ale Realce 34 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 35 A U LA 6 M Ó D U LO 1 Quando voltamos nossa atenção para as dimensões da qualidade em serviço, vemos que aspectos centrais do planejamento e gestão do endomarketing participam da gestão da atitude e da comunicação. Neste sentido, destaca Grönroos (2004): • Gerenciamento de atitude: é o gerenciamento das atitudes dos funcionários e sua motivação para a consciência quanto ao cliente e à mentalidade de serviços. • Gerenciamento de comunicação: os gerentes, os supervisores, o pessoal de contato e o pessoal de suporte precisam de informações para poder executar suas tarefas como prestadores de serviços a clientes internos e externos. Também comunicar aos seus supervisores sobre suas necessidades e seus requisitos e suas visões sobre como melhorar o desempenho e aquilo que os clientes querem. Dessa maneira, o objetivo do endomarketing pode ser assim definido: Criar, manter e promover relacionamentos internos entre as pessoas da organização, independente de sua posição como profissionais de contato com clientes, pessoal de suporte, chefes de equipe, supervisores ou gerentes, de modo que eles primeiro sintam-se motivados a prestar serviços para clientes internos bem como para clientes externos de uma maneira orientada para o cliente e com a mentalidade de serviço, e, segundo, tenham as habilidades e conhecimentos requeridos, bem como o suporte necessário de gerentes e supervisores, prestadores internos de serviço, sistemas e tecnologia, para poder desempenhar seus serviços de tal maneira (GRÖNROOS, 2004, p. 278). O autor, finalmente, destaca que a gestão de recursos humanos e o endomarketing não são a mesma coisa, embora tenham muito em comum. Gestão de recursos humanos oferece ferramentas que podem ser usadas no endomarketing, tais como: treinamento, contratação e planejamento de carreira. O endomarketing oferece diretrizes sobre como essas e outras ferramentas devem ser usadas, dado que esta atuação está relacionada com a estratégia de marketing. Neste sentido, fica claro que a implementação bem-sucedida do endomarketing requer que as áreas de Marketing e gestão de recursos humanos trabalhem juntas. ale Realce ale Realce 34 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos C E D E R J 35 A U LA 6 M Ó D U LO 1 Discorra sobre as cinco dimensões de qualidade em serviços relacionando-as à cultura corporativa e às ações de endomarketing. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Resposta Comentada A primeira dica é saber quais são as cinco dimensões de qualidade em serviços: confiabilidade, responsabilidade, segurança, empatia e tangibilidade. Relacione cada uma delas aos modos de ser e valorar de uma organização – cultura corporativa – e encaminhe as ações de endomarketing que possam ser importantes neste processo. É só ler com cuidado e ir anotando. Bom trabalho! Atividade Final Processos e pessoas têm muita importância para o sucesso da estratégia de Marketing de empresas de serviços e para aquelas que dependem dos serviços a clientes para a venda dos seus produtos. Nas disciplinas sobre qualidade e serviços, você aprenderá mais sobre estes itens. Nosso ponto de partida foi a visualização de como ocorrem as compras, aprendendo um pouco mais sobre o comportamento do consumidor ou comprador, figuras centrais para o sucesso das estratégias de Marketing. Vimos que, quando compramos qualquer bem, mas principalmente bens de especialidade, estamos iniciando uma fase que implicará contatos com a suposta inteligência de serviços das empresas: os processos que os constituem e os aspectos que os materializam a nossos olhos a todo instante. Na aula passada, aprendemos sobre as evidências físicas. R E S U M O 36 C E D E R J Gestão de Marketing II | Estratégia de processos Desta maneira, refletimos nas últimas duas aulas sobre o papel estratégico que a excelência em serviços desempenha nas estratégias de Marketing das empresas que vendem bens tangíveis. Fundamentalmente, tratamos sobre os serviços aos clientes e consumidores e o papel que eles desempenham na diferenciação competitiva dessas empresas, sobre o desenho dos processos e sobre a gestão das dimensões da qualidade do serviço e do desempenho dos funcionários. Gostaríamos de reforçar que muitos dos conceitos vistos aqui serão, eventualmente, retomados na disciplina de Marketing de Serviços e mesmo de Recursos Humanos.
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