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Exercícios de Ética e Estatuto OAB

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da OAB e 
Código de Ética 
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Conteúdo Programático: 
 
 
Atividade de Advocacia 
Direitos do Advogado 
Desagravo público 
Inscrição 
Cancelamento da inscrição 
Licenciamento 
Sociedade de Advogados 
Advogado Empregado 
Honorários Advocatícios 
Incompatibilidades 
Impedimentos 
Ética do Advogado 
Infrações e Sanções Disciplinares 
Ordem dos Advogados do Brasil 
A organização e suas finalidades 
Eleições e mandatos 
Processo na OAB 
Disposições Gerais 
Processo Disciplinar 
Código de Ética e Disciplina da OAB 
Ética do Advogado 
Processo disciplinar 
Bibliográficas 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE DE ADVOCACIA 
O Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, nos 
moldes atuais, foi instituído por meio da Lei n.º 8.906, de 4 de julho 
de 1994. 
O exercício da atividade de advocacia é privativo para os 
integrantes dos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil. O 
concluinte do curso de direito (ou ciências jurídicas) adquire apenas 
a condição de bacharel. Com a aprovação no exame da Ordem dos 
Advogados do Brasil e subsequente inscrição nos respectivos 
quadros, o bacharel adquire então a condição de advogado. 
Considera-se efetivo exercício da atividade da advocacia a 
participação anual em ao menos 5 (cinco) atos privativos de 
advogado (previstos no artigo 1º do Estatuto da Advocacia e da 
OAB), em causas ou questões distintas. E a comprovação do 
efetivo exercício faz-se mediante: 
a) certidão expedida por cartórios ou secretarias judiciais; 
b) cópia autenticada de atos privativos; 
c) certidão expedida pelo órgão público no qual o advogado exerça 
função privativa do seu ofício, indicando os atos praticados. 
Conforme prevê o artigo 1º do Estatuto da Advocacia e da Ordem 
dos Advogados do Brasil, são atividades privativas de advocacia: 
a) a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados 
especiais; e 
b) as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. 
Quanto a primeira hipótese, a expressão “qualquer” foi julgada 
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal por meio da ação 
declaratória de inconstitucionalidade n.º 1.127-8. 
A postulação mediante os Juizados Especiais, a Justiça do 
Trabalho e a Justiça de Paz não é privativa do advogado, segundo 
decisão proferida na mencionada ação declaratória de 
inconstitucionalidade. 
Sobre a consultoria jurídica como atividade privativa do advogado, 
veja-se e analise-se a ementa de uma decisão proferida pelo 
Tribunal de Ética da OAB-SP: 485ª Sessão, de 16 de fevereiro de 
2006. 
EXERCÍCIO DA PROFISSÃO – CONSULTORIA JURÍDICA 
PRESTADA POR BACHAREL EM DIREITO – IMPOSSIBILIDADE. 
Não basta cursar a faculdade de direito, obter aprovação e ter 
expedido seu diploma ou certificado de conclusão do curso, para 
ser advogado. Para ser advogado é preciso estar inscrito na Ordem 
dos Advogados do Brasil. São atividades privativas de advocacia a 
postulação em juízo e as atividades de consultoria, assessoria e 
direção jurídica. São nulos os atos privativos de advogado 
praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das 
sanções civis, penais e administrativas (artigos 1º e 4º do EOAB). O 
bacharel em direito não pode sob qualquer hipótese prestar 
consultoria jurídica, que é atividade privativa da advocacia, sob 
pena de cometer crime de exercício ilegal da profissão 
(Regulamento Geral – artigo 4º). (Sem grifos no original). 
(Proc. 3.279/2005 – v.u., em 16/02/2006, do parecer e ementa do 
Rel. Dr. LUIZ ANTÔNIO GAMBELLI – Rev. Dr. FÁBIO KALIL 
VILELA LEITE – Presidente Dr. JOÃO TEIXEIRA GRANDE). 
É importante frisar que, uma vez praticado ato privativo de 
advogado por pessoa não inscrita na Ordem dos Advogados do 
Brasil, estes serão considerados nulos. 
Já a postulação administrativa por quem não seja inscrito na OAB 
nada tem de ilícito, sendo perfeitamente possível. Nesse sentido, 
veja-se recente julgado do Tribunal de Ética da OAB de São Paulo: 
524ª sessão de 20 de agosto de 2009 
EXERCÍCIO PROFISSIONAL – ADVOCACIA ADMINISTRATIVA E 
EXTRAJUDICIAL – POSTULAÇÃO DE BENEFÍCIOS 
PREVIDENCIÁRIOS – ATOS PRIVATIVOS DA PROFISSÃO – 
LIMITAÇÕES ÉTICAS. 
A postulação de benefícios perante o INSS, inclusive os recursos 
administrativos, não são atos privativos da advocacia e podem ser 
feitos pelo próprio segurado ou por intermédio de procurador 
devidamente capacitado. Trata-se daquilo que costumamos 
denominar de advocacia administrativa ou extrajudicial. A atividade 
tem amparo no preceito constitucional do livre exercício de qualquer 
trabalho, ofício ou profissão, nos termos do art. 5, XIII da Lei Maior, 
não maculando o Estatuto da OAB. A defesa de funcionário público 
em processo administrativo disciplinar, para surpresa, retrocedeu 
em nosso direito positivo após a edição da Súmula Vinculante n. 5, 
do Colendo Supremo Tribunal Federal, segundo a qual “A falta de 
defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar 
não ofende a Constituição.” A postulação administrativa é o primeiro 
passo para a busca ao Judiciário em ações de revisão ou de 
obtenção de benefícios previdenciários, tornando a advocacia 
previdenciária uma especialidade, onde a convivência de 
advogados com “consultores leigos” vem criando um nicho de 
mercado bastante atraente, potencial de perigosas “parcerias” e já 
existentes situações de captação de causas e clientes, propaganda 
e publicidade imoderada. (Sem grifos no original). 
 (Proc. E-3.792/2009 – v.u., em 18/08/2009, do parecer e ementa do 
Rel. Dr. LUIZ ANTONIO GAMBELLI – Rev. Dr. FABIO KALIL 
VILELA LEITE – Presidente Dr. CARLOS ROBERTO FORNES 
MATEUCCI). 
Portanto, segundo redação da Súmula Vinculante n.º 5 do Supremo 
Tribunal Federal, também no processo administrativo disciplinar não 
se considera indispensável a feitura da defesa técnica por um 
advogado. 
Também não se inclui na atividade privativa do advogado a 
impetração do habeas corpus em qualquer instância ou tribunal, a 
teor da disposição contida no parágrafo primeiro do artigo 1º do 
Estatuto da Advocacia e da OAB. 
Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de 
nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos 
competentes, quando visados por advogados (art. 1º, §2º da Lei n.º 
8.906/94). Portanto, o visto de um advogado em atos constitutivos 
de pessoas jurídicas, são condicionantes ao registro e 
arquivamento dos mesmos perante os órgãos competentes. Antes 
de proferir o visto, no entanto, é dever do advogado examinar todos 
os instrumentos que lhe foram submetidos, só devendo proferi-lo 
após a constatação do preenchimento de todas as exigências legais 
pertinentes. Sobre o tema, é importante analisar a seguinte 
manifestação do Tribunal de Ética da OAB de São Paulo: 
Sessão de 20 de outubro de 1994 
VISTO DO ADVOGADO EM ATOS E CONTRATOS 
CONSTITUTIVOS DE PESSOAS JURÍDICAS 
A obrigatoriedade do visto do advogado nos atos e contratos 
constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, como 
condição da admissibilidade do registro (artigo 1º §2º do Estatuto), 
se estende às hipóteses de emendas e reformas de atos 
constitutivos ou estatutos de sociedades civis e comerciais, quando 
impliquem alterações substanciais na estrutura da sociedade. 
Entendimento da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo, 
contido no Comunicado 20/81, e Provimento 09/81. Incoerência 
legal exigir-se o visto exclusivamente nosatos e contratos 
constitutivos das pessoas jurídicas, considerada a frequente 
complexidade técnico-jurídica de emendas e reformas introduzidas. 
O visto, por conveniência ético-disciplinar, (artigo 34, inciso V do 
Estatuto) deve ser aposto como resultado da autoria ou colaboração 
do advogado na elaboração dos respectivos instrumentos. 
Exigência pré-existente no Estatuto revogado e reiterado no atual, 
destinada a promover, a exemplo do regime de outras profissões, a 
elevação do rigor técnico-jurídico na constituição das pessoas 
jurídicas e prevenir dissidências societárias, danosas ao progresso 
da economia do país, à ordem legal e à paz social. 
Provimento no. 49, de 13/7/1981 do Conselho Federal da OAB. 
(Sem grifos no original). 
(Proc. E-1.180 - V.U. Relator Dr. Elias Farah - Revisor Dr. Joviano 
Mendes da Silva - Presidente Modesto Carvalhosa). 
A função de diretoria e gerência jurídicas em qualquer empresa 
pública, privada ou paraestatal, inclusive em instituições financeiras, 
é privativa de advogado, não podendo ser exercido por quem não 
se encontre inscrito regularmente na Ordem dos Advogados do 
Brasil (art. 7º do Regulamento Geral da OAB). 
É importante frisar que é vedada a divulgação de advocacia em 
conjunto com outra atividade. 
Dispõe o artigo 2º do Estatuto da Advocacia e da OAB que o 
advogado é indispensável à administração da justiça, e que no seu 
ministério privado, ele presta serviço público e exerce função social. 
No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de 
decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do 
julgador, e seus atos constituem múnus público (art. 2º, §2º da Lei 
n.º 8.906/94). 
O advogado, no exercício da profissão, goza de inviolabilidade por 
seus atos e manifestações, nos limites estabelecidos pelo Estatuto 
da Advocacia e da OAB. 
Prevê o artigo 3º do Estatuto em estudo, que o exercício da 
atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de 
advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do 
Brasil (OAB). 
E consideram-se também exercentes da atividade de advocacia, de 
modo a estarem sujeitos ao regime do Estatuto da Advocacia e da 
OAB, além do regime próprio a que se subordinem, os integrantes 
da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda 
Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias 
Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das 
respectivas entidades de administração indireta e fundacional. 
Esses profissionais, para o exercício de suas atividades, estão 
obrigados, portanto, à inscrição na OAB. Os integrantes da 
advocacia pública são elegíveis e podem integrar qualquer órgão da 
OAB, conforme dispõe o parágrafo único do artigo 9º do 
Regulamento Geral da OAB. 
O estagiário de advocacia que estiver regularmente inscrito, pode 
praticar os atos privativos de advogado (descritos no artigo 1º do 
Estatuto da Advocacia e da OAB), na forma do regimento geral, 
desde que em conjunto com advogado e sob responsabilidade 
deste. 
Prevê o artigo 4º do Estatuto da Advocacia e da OAB que são nulos 
os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita 
na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas. 
Ademais, constitui exercício ilegal da profissão a prática de atos 
privativos de advocacia, por profissionais e sociedades não inscritos 
na OAB. 
Também são nulos os atos praticados por advogado impedido - no 
âmbito do impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a 
exercer atividade incompatível com a advocacia. 
O advogado pode postular tanto em juízo como fora dele, devendo 
fazer prova do mandato (art. 5º, caput, da Lei n.º 8.906/94). 
Entretanto, em caso de urgência, pode o advogado atuar sem 
procuração, obrigando-se, nesse caso, a apresentá-la no prazo de 
15 (quinze) dias, prorrogável por igual período. Sobre esse assunto 
há recente manifestação do Tribunal de Ética da OAB de São 
Paulo: 
512ª sessão de 17 de julho de 2008 
EXERCÍCIO PROFISSIONAL – DIREITO DE EXAME DE AUTOS 
PELO ADVOGADO – PRERROGATIVA INCONTESTE, NOS 
TERMOS DO ART. 7º, INCISO XIII, DO ESTATUTO, CUJO 
LEGÍTIMO DESDOBRAMENTO AUTORIZA A BREVE RETIRADA 
DE AUTOS, INDEPENDENTEMENTE DE PROCURAÇÃO, PARA 
EXTRAÇÃO DE CÓPIAS. 
A possibilidade de exame, em qualquer órgão dos Poderes 
Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, de 
autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem 
procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, constitui 
prerrogativa legal do advogado, em face da sua indispensabilidade 
à administração da Justiça e do exercício dos direitos de ação e de 
defesa (EAOAB, art. 7º, XIII, CF, art. 5º, XXXV e LV e 133). 
Justifica-se ante situação de urgência, ou mesmo para que o 
Advogado possa decidir pelo patrocínio da causa, assegurando-se-
lhe, ainda que desprovido de procuração, como legítimo 
desdobramento do direito de exame dos autos, a fazer carga destes 
por breve período, para extração de cópias. Encaminhamento à 
Comissão de Direitos e Prerrogativas e Vice-Presidência da 
Seccional. 
(Proc. E-3.617/2008 – v.u., em 17/07/2008, do parecer e ementa do 
Rel. Dr. LUIZ FRANCISCO TORQUATO AVOLIO – Rev. Dr. 
BENEDITO ÉDISON TRAMA – Presidente Dr. CARLOS ROBERTO 
F. MATEUCCI). 
A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar 
todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que 
exijam poderes especiais, os quais devem ser expressamente 
conferidos. 
Quando o advogado renunciar ao mandato, ele tem o dever de 
continuar, durante os 10 (dez) dias seguintes à notificação da 
renúncia, representando o mandante, salvo se for substituído antes 
do término desse prazo (art. 5º, §3º da Lei n.º 8.906/94). A 
notificação da renúncia ao cliente deve ser feita, preferencialmente, 
mediante carta com aviso de recepção, com posterior comunicação 
ao Juízo. O Tribunal de Ética da OAB de São Paulo já teve 
oportunidade de se manifestar sobre o assunto em análise em 
interessante situação, conforme se verifica a seguir: 
464ª sessão de 18 de março de 2004 
MANDATO - REVOGAÇÃO TÁCITA - HIPÓTESE DE RENÚNCIA - 
IMPOSIÇÃO ÉTICA DIANTE DA FALTA DE CONFIANÇA 
MANIFESTADA PELO CLIENTE - REPRESENTAÇÃO PELO 
DECÊNDIO LEGAL - FALTA DE ORIENTAÇÃO DO CLIENTE - 
IRRELEVÂNCIA - OBSERVÂNCIA DA CONSCIÊNCIA DO 
PROFISSIONAL 
O patrocínio pressupõe os elementos da confiança e da 
consciência. A confiança deve ser recíproca, como se infere do art. 
16 do CED; a consciência funda-se na orientação ética, técnica e 
jurídica do profissional da advocacia, ainda que exercendo a 
assessoria jurídica privada (CED, 4º, § único). Caracteriza quebra 
da confiança desautorização verbal do cliente quanto à defesa de 
seus interesses, que impõe declinar do patrocínio. À falta de 
indicação de advogado para substabelecimento, deve o constituído 
promover desde logo a renúncia dos mandatos, nos autos judiciais, 
ratificada por correspondência dirigida ao cliente (carta “AR” ou 
telegrama com recibo de entrega). O renunciante deve permanecer 
na representação do cliente pelo decêndio legal, a fim de evitar-lhe 
prejuízos e seguir a orientação dada para preservação de seus 
interesses (art. 45 do CPC e 5º, § 3º, do Estatuto da Advocacia). 
Não havendo qualquer orientação específica, deve o advogado 
guiar-se, exclusivamente, pela sua consciência profissional. (Sem 
grifos no original). 
(Proc. E-2.898/2004 – v.u., em 18/03/04, do parecer e ementa do 
Rel. Dr. LUIZ FRANCISCO TORQUATO AVÓLIO – Rev. Dr. LUIZ 
ANTÔNIO GAMBELLI – Presidente Dr. JOÃO TEIXEIRA GRANDE). 
É, ainda, importante frisar, que é defeso ao advogadofuncionar no 
mesmo processo, simultaneamente, como patrono e preposto do 
empregador ou cliente. Sobre o assunto, já se manifestou o Tribunal 
de Ética da OAB de São Paulo: 
521ª sessão de 21 de maio de 2009 
ADVOGADO – PREPOSTO – ADVOGADO NÃO PODE 
PATROCINAR AÇÃO JUDICIAL EM QUE TENHA FIGURADO OU 
POSSA FIGURAR COMO PREPOSTO. 
É defeso ao advogado empregado representar a sua empregadora 
na Justiça do Trabalho e exercer a função de advogado ao mesmo 
tempo. Nada impede que o preposto seja advogado exercendo 
somente a representação processual e não atuando como 
advogado e preposto, ao mesmo tempo. Quer dizer, o advogado 
não pode a um só tempo patrocinar ações 
judiciais e figurar como preposto em um mesmo processo – pode 
abdicar de sua qualidade de advogado para representar seu 
empregador, na condição de preposto, em audiência. Saliente-se 
que por comprometimento do padrão ético dos profissionais do 
direito, como preposto, o advogado não terá independência, 
devendo responder a todas as perguntas, conforme orientação do 
reclamado, enquanto que, como advogado, não estará obrigado a 
depor, mas, ao contrário, estará impedido de fazê-lo, por dever do 
sigilo profissional. (Sem grifos no original). 
Proc. E-3.735/2009 – v.u., em 21/05/2009, do parecer e ementa do 
Rel. Dr. ARMANDO LUIZ ROVAI – Rev. Dr. FABIO KALIL VILELA 
LEITE – Presidente Dr. CARLOS ROBERTO FORNES MATEUCCI. 
Ainda sobre o mesmo assunto, outra decisão exarada pelo Tribunal 
de Ética e Disciplina da OAB de São Paulo bem esclarece a 
proibição de exercício simultâneo das condições de preposto e 
patrono do empregador ou cliente: 
485ª sessão de 16 de fevereiro de 2006 
ADVOGADO EMPREGADO PREPOSTO NA JUSTIÇA DO 
TRABALHO – IMPOSSIBILIDADE DE EXERCÍCIO 
CONCOMITANTE – DIREITO DO ADVOGADO EM SER 
SOMENTE PREPOSTO DE SUA EMPREGADORA. 
É defeso ao advogado empregado representar a sua empregadora 
na Justiça do Trabalho e exercer a função de advogado ao mesmo 
tempo, impossibilitando a retratação confessional por ocasião do 
depoimento pessoal do reclamante da ação na fase da instrução, 
oportunidade em que o empregador (representado pelo advogado) 
teria que deixar a sala de audiência para não ouvir o depoimento do 
reclamante, impedindo-o sequencialmente de formular perguntas ao 
reclamante, que seja de interesse processual. Nada impede que o 
preposto seja advogado exercendo somente a representação 
processual e não atuando como advogado e preposto, ao mesmo 
tempo. 
(Proc. 3.268/2005 – v.u., em 16/02/2006, do parecer e ementa do 
Rel. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF – Rev. Dr. BENEDITO ÉDISON 
TRAMA – Presidente Dr. JOÃO TEIXEIRA GRANDE). 
 
Direitos do Advogado 
O artigo 6º do Estatuto da Advocacia e da OAB é claro ao dispor 
que não há hierarquia nem subordinação entre advogados, 
magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-
se em consideração e respeito recíprocos. 
Ademais, é dever das autoridades, servidores públicos e 
serventuários da justiça, dispensar ao advogado, no exercício da 
profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia e 
condições adequadas ao seu desempenho. 
Prevê o artigo 7º da Lei n.º 8.906/94 que são direitos do advogado: 
I) exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional; 
II) a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como 
de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, 
eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício 
da advocacia; 
III) comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, 
mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos 
ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que 
considerados incomunicáveis; 
IV) ter a presença de representante da OAB, quando preso em 
flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para 
lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais 
casos, a comunicação expressa à seccional da OAB; 
V) não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em 
julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e 
comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua 
falta, em prisão domiciliar (a expressão “assim reconhecidas pela 
OAB” foi julgada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, 
por meio da ADIN n.º 1.127-8); 
VI) ingressar livremente: 
a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos 
que separam a parte reservada aos magistrados; 
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, 
ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de 
delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e 
independentemente da presença de seus titulares; 
c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição 
judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato 
ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade 
profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, 
desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado; 
d) em qualquer assembléia ou reunião de que participe ou possa 
participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, 
desde que munido de poderes especiais; 
VII) permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais 
indicados no inciso anterior, independentemente de licença; 
VIII) dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes 
de trabalho, independentemente de horário previamente marcado 
ou outra condição, observando-se a ordem de chegada; 
IX) o inciso IX do artigo em estudo, que conferia ao advogado o 
direito de “sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou 
processo, nas sessões de julgamento, após o voto do relator, em 
instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze minutos, 
salvo se prazo maior for concedido” foi julgado inconstitucional pelo 
Supremo Tribunal Federal, por meio da ADIN n.º 1.127-8; 
X) usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, 
mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida 
surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam 
no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que 
lhe forem feitas; 
XI) reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, 
tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, 
regulamento ou regimento; 
XII) falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de 
deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder 
Legislativo; 
XIII) examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e 
Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de 
processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, 
quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de 
cópias, podendo tomar apontamentos; 
XIV) examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem 
procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em 
andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar 
peças e tomar apontamentos; 
XV) ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer 
natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los 
pelos prazos legais; 
XVI) retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, 
pelo prazo de dez dias; 
XVII) ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício 
da profissão ou em razão dela; 
XVIII) usar os símbolos privativos da profissão de advogado; 
XIX) recusar-se a depor como testemunha em processo no qual 
funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa 
de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou 
solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua 
sigilo profissional;XX) retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para 
ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual 
ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, 
mediante comunicação protocolizada em juízo. 
No entanto, há que se estar atento às ressalvas previstas no 
parágrafo primeiro do artigo 7º do Estatuto da Advocacia e da OAB, 
que dispõe que não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI: 
a) aos processos sob regime de segredo de justiça; 
b) quando existirem nos autos documentos originais de difícil 
restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a 
permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, 
reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de 
ofício, mediante representação ou a requerimento da parte 
interessada; 
c) até o encerramento do processo, ao advogado que houver 
deixado de devolver os respectivos autos no prazo legal, e só o fizer 
depois de intimado. 
É importante recordar que o advogado também goza de imunidade 
profissional, não constituindo injúria ou difamação qualquer 
manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo 
ou fora dele, pelos excessos que eventualmente cometer. Acerca 
do tema, é importante conhecer a redação legal do dispositivo, que 
sofreu alteração após o julgamento da ADIN n.º 1.127-8: 
§ 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo 
injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de 
sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem 
prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos 
que cometer. 
O Supremo Tribunal Federal, por meio da mencionada ação 
declaratória de inconstitucionalidade, julgou inconstitucional a 
expressão “ou desacato”, o que deve ser estudado com atenção 
pelo candidato. Portanto, se o advogado cometer desacato, ainda 
que no exercício do sua atividade, não estará acobertado por sua 
imunidade profissional, que somente abrange a injúria e a 
difamação. Note-se, ademais, que também a calúnia não está 
incluída entre as condutas acobertadas por tal imunidade, logo, uma 
vez praticada, gerará ao advogado a pertinente responsabilidade. 
O parágrafo terceiro do artigo 7º, embora questionado na ADIN n.º 
1.127-8, foi julgado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal. 
§ 3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por 
motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, 
observado o disposto no inciso IV deste artigo. 
O mencionado inciso IV a que faz referência o citado dispositivo tem 
a seguinte redação: “ter a presença de representante da OAB, 
quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da 
advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade 
e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da 
OAB”. 
E o parágrafo quarto do artigo em estudo também sofreu arguição 
de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. Veja-
se sua redação: 
§ 4º O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em 
todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e 
presídios, salas especiais permanentes para os advogados, com 
uso e controle assegurados à OAB. 
A expressão “e controle” foi julgada inconstitucional pela Corte 
Constitucional pátria, por meio da ADIN n.º 1.127-8. Portanto, o uso 
de salas especiais destinadas a advogados deve ser assegurado à 
OAB, mas não o controle delas, que permanece com a 
administração do respectivo órgão do Poder Judiciário ou 
Executivo. 
Por fim, conforme prevê o parágrafo sexto do artigo 7º do Estatuto 
da Advocacia e da OAB, presentes indícios de autoria e 
materialidade da prática de crime por parte de advogado, a 
autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da 
inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de 
seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, 
eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício 
da advocacia, em decisão motivada, expedindo mandado de busca 
e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na 
presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, 
vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos 
pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos 
demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre 
clientes. Essa ressalva, no entanto, não se estende a clientes do 
advogado averiguado que estejam sendo formalmente investigados 
como seus partícipes ou co-autores pela prática do mesmo crime 
que deu causa à quebra da inviolabilidade. 
 
Desagravo público 
 
Quando algum inscrito na OAB estiver no exercício de sua 
profissão, cargo ou função perante algum órgão da OAB e for 
ofendido, incumbe ao conselho competente a promoção do 
desagravo público do ofendido, sem prejuízo da responsabilidade 
criminal em que incorrer o infrator. O desagravo, portanto, é 
procedimento de natureza pública adotado pela OAB quando algum 
inscrito sofrer ofensa no exercício de suas atividades ou em razão 
dela. 
O desagravo público pode ser promovido de ofício pelo Conselho 
competente, a pedido do ofendido ou de qualquer outra pessoa. 
Apresentado o pedido, o relator pode propor o arquivamento do 
mesmo caso a ofensa seja pessoal e não esteja relacionada com o 
exercício profissional ou com as prerrogativas gerais do advogado, 
ou, ainda, caso configure crítica de caráter doutrinário, político ou 
religioso. 
Se não for o caso de arquivamento, compete ao relator, caso se 
convença da existência de prova ou indício de ofensa relacionada 
ao exercício da profissão ou de cargo da OAB, propor ao Presidente 
que solicite informações da pessoa ou autoridade ofensora, no 
prazo de 15 (quinze) dias, salvo em caso de urgência e notoriedade 
do fato (art. 18, §1º do Regulamento Geral da OAB). 
Sejam ou não prestadas as informação pela pessoa ou autoridade 
ofensora, se o relator convencer-se da procedência da ofensa, deve 
emitir parecer e submetê-lo ao Conselho. Caso esse parecer seja 
acolhido, deve ser designada sessão de desagravo, a qual deve 
receber ampla divulgação. 
Na sessão de desagravo o Presidente deve ler a nota a ser 
publicada na imprensa, encaminhada ao ofensor e às autoridades e 
registrada nos assentamentos do inscrito. 
Se a ofensa tiver ocorrido no território da Subseção a que se vincule 
o inscrito, a sessão de desagravo pode ser promovida pela diretoria 
ou conselho da Subseção, com representação do Conselho 
Seccional (art. 18, §6º do Regulamento Geral da OAB). 
É importante frisar, a teor da disposição contida no parágrafo sétimo 
do artigo 18 do Regulamento Geral da OAB, que o desagravo 
público é instrumento de defesa dos direitos e prerrogativas da 
advocacia e, em razão disso, não depende de concordância do 
ofendido, que não pode dispensá-lo, devendo ser promovido a 
critério do Conselho. 
Como se vê, o desagravo público é instrumento de defesa da 
advocacia, e deve ser utilizado apenas em situações excepcionais. 
Nesse sentido, veja-se pertinente decisão do Tribunal de Ética da 
OAB de São Paulo: 
431ª sessão de 15 de março de 2001 
INFRAÇÕES ÉTICO-DISCIPLINARES - HABITUALIDADE - 
SUSPENSÃO PREVENTIVA ESTABELECIDA NO EAOAB - 
APLICAÇÃO 
A falta ou inexistência, no CED, de definição ou orientação sobre 
questão de ética profissional, que seja relevante para o exercício da 
advocacia ou dele advenha, enseja consulta e manifestação do 
Tribunal de Ética e Disciplina. Embora inexista dispositivo 
quantificando o número de representações ético-disciplinares contra 
o mesmo profissional, conhecido como o "campeãodas 
representações", e determinando seja aplicado o disposto no art. 
70, § 3º, do Estatuto (suspensão preventiva), em princípio, existe 
repercussão prejudicial à dignidade da advocacia, podendo ser 
utilizado o preceito do art. 48 do CED. Tanto quanto o instituto do 
desagravo público, a suspensão preventiva deve incidir em casos 
excepcionais. Apesar de pouco utilizado, é instrumento eficaz à 
disposição de todos para proteger não apenas a própria sociedade 
mas a advocacia. Sua incidência independe da quantidade de 
representações mas da gravidade das mesmas. Pela sua 
importância, está a merecer efetivo posicionamento a respeito por 
parte dos TEDs, Conselhos Estadual e Federal, para onde devem 
ser remetidas sugestões. (Sem grifos no original). 
(Proc. E-2.294/01 - v.u. em 15/03/01 do parecer e ementa do Rel. 
Dr. FÁBIO KALIL VILELA LEITE - Rev. 
Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Presidente Dr. ROBISON 
BARONI). 
Por fim, no caso de ofensa proferida contra Conselheiro Federal ou 
Presidente de Conselho Seccional, quando ofendidos no exercício 
das atribuições de seus cargos e também quando a ofensa a 
advogado se revestir de relevância e grave violação às 
prerrogativas profissionais, com repercussão nacional, o desagravo 
público compete ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil, a teor do que determina o caput do artigo 19 do 
Regulamento Geral da OAB. 
Inscrição 
 
Conforme prevê o artigo 8º do Estatuto da Advocacia e da OAB, 
para inscrição como advogado é necessário: 
a) capacidade civil; 
b) diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em 
instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada; 
c) título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; 
d) aprovação em Exame de Ordem; 
e) não exercer atividade incompatível com a advocacia; 
f) idoneidade moral; 
g) prestar compromisso perante o conselho. 
Questão interessante atine a perda temporária da capacidade. 
Sobre o assunto, veja-se o conteúdo da esclarecedora decisão 
proferida pelo Tribunal de Ética da OAB de São Paulo: 
491ª sessão de 17 de agosto de 2006 
ADVOCACIA – ADVOGADO INTERDITADO TEMPORARIAMENTE 
POR SENTENÇA QUE O DECLARA ABSOLUTAMENTE INCAPAZ 
POR DOIS ANOS – REFLEXO PROFISSIONAL – LICENCIADO – 
INAPLICABILIDADE DO CANCELAMENTO – EFEITOS DOS 
ATOS. 
A capacidade civil, predicado da pessoa natural, pode colocar-se 
para efeitos de análise em duas perspectivas: a que decorre 
exclusivamente do decurso do tempo do inciso I dos arts. 3º e 4º do 
C.C. e a que decorre 
- absoluta ou relativa 
- dos demais incisos daquelas mesmas normas. Se a incapacidade 
resultante de idade opera pelo simples fato temporal, as demais 
situações que podem induzir a vedação da prática dos atos de vida 
civil 
– seja absoluta seja relativamente 
– assumem natureza de medida judicial a remeter para a área dos 
interditos (C.C. 1.767) na área da tutela ou curatela. Se, ao 
ingressar na OAB, o candidato comprova estar no exercício pleno 
da capacidade jurídica e, cumprindo os mais requisitos, vem a ser 
inscrito como advogado, mas, posteriormente, se vê interditado, 
temporariamente, não decorrerá disso, por certo, extinção ou 
término de seus status profissional, com cancelamento da inscrição, 
atento a tratar-se de uma situação transitória, a termo certo, 
reversível, retornável à plena capacidade. O advogado interdito fica 
impedido de exercer o mandato e, portanto, no plano profissional, 
numa situação de proibição, suspensivamente, do exercício, 
enquanto não advenha o termo da interdição. Não advindo a 
interdição, por outro lado, por causas ou motivos de ordem 
profissional, entende-se que apenas deva o seu nomeado curador 
pedir o licenciamento do interdito na OAB, pelo tempo da interdição 
(EAOAB, 12, I). Anote-se que eventuais atos praticados pelo 
interdito, durante a interdição, estão feridos pela nulidade absoluta 
do art. 166, I, do C.C. induzindo, ademais, responsabilidade 
disciplinar pela infração capitulada no EAOAB (art. 34, I). 
(Proc. E-3.339/2006 – v.u., em 17/08/2006, do parecer e ementa do 
Rel. Dr. ERNESTO LOPES RAMOS – Rev. Dr. LUIZ ANTONIO 
GAMBELLI – Presidente Dr. JOÃO TEIXEIRA GRANDE). 
Já sobre a graduação no curso de Direito, é inadmissível que um 
advogado preste serviços de elaboração de monografias (ou 
trabalhos de conclusão de curso) aos estudantes. O assunto já foi 
objeto de manifestação do Tribunal de Ética da OAB de São Paulo, 
conforme se vê abaixo: 
515ª sessão de 16 de outubro de 2008 
EXERCÍCIO PROFISSIONAL – ADVOCACIA E MAGISTÉRIO 
PRIVADO – REDAÇÃO DE MONOGRAFIA PARA ACADÊMICOS 
DE DIREITO – VEDAÇÃO ABSOLUTA – INSUPERÁVEIS ÓBICES 
ÉTICOS E ESTATUTÁRIOS – OFENSA AO DIREITO POSITIVO. 
Ainda que possível o exercício de múltiplas atividades profissionais 
concomitantemente, entre estas a Advocacia, remetendo-se à 
observância do exposto no Parecer e Ementa de nº 3.587/2008, de 
27/03/08, deste mesmo Relator, Fabio Kalil Vilela Leite, é 
absolutamente vedada à professora/advogada redigir trabalhos 
acadêmicos para estudantes de direito, sem que os mesmos 
tenham tido efetiva participação, quaisquer que sejam as razões 
apresentadas. Além de afrontar os preceitos éticos constantes dos 
artigos 1º e 2º, § único, VIII, “c” do CED e caracterizar as infrações 
expressas no artigo 34, incisos XVII, XXV e XXVII do Estatuto, 
estaria cometendo ilícito penal. Afinal, o que se esperar de um 
estudante ou bacharel que nem ao menos se deu ao trabalho de 
cumprir as etapas imprescindíveis à sua formação?! Mesmo que 
venha a ser aprovado no Exame de Ordem e vier a ser habilitado 
como advogado, ele será o que sempre foi, qual seja, uma fraude. 
Sua carreira profissional estará fadada ao insucesso, pois, em 
pouco tempo perceberão ele e os seus clientes que “pode-se 
enganar alguns por algum tempo, mas não todos por todo o tempo”. 
Proc. E-3.675/2008 – v.u., em 16/10/2008, do parecer e ementa do 
Rel. Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE – Rev.ª Dr.ª BEATRIZ 
MESQUITA DE ARRUDA CAMARGO KESTENER – Presidente em 
exercício Dr. FÁBIO DE SOUZA RAMACCIOTTI. 
A regulamentação do Exame da Ordem é feita mediante provimento 
do Conselho Federal da OAB, conforme salienta o parágrafo 
primeiro do artigo 8º do Estatuto da Advocacia e da OAB. 
A conduta incompatível com a advocacia, desde que 
comprovadamente imputável ao requerente, impede a inscrição no 
quadro de advogados. É incompatível, por exemplo, acumular as 
funções de advogado e de despachante policial. Sobre o assunto, 
veja-se a manifestação do Tribunal de Ética da OAB de São Paulo: 
Sessão de 18 de agosto de 1994 
ADVOGADO E DESPACHANTE POLICIAL - EXERCÍCIO 
SIMULTÂNEO DE AMBAS AS PROFISSÕES - VEDAÇÃO POR 
INCOMPATIBILIDADE LEGAL 
Não bastasse o impedimento ético "Stricto Sensu", em 
conformidade com reiterada e iterativa jurisprudência deste 
Sodalício, o Inciso V do Artigo 28 do Novo Estatuto da OAB, define 
como incompatível com a Advocacia o exercício de cargos ou 
funções vinculados direta ou indiretamente a atividade Policial de 
qualquer natureza. Caso do Despachante Policial. Em havendo 
opção pelo exercício da profissão de Despachante Policial, o 
Consulente deverá providenciar o cancelamento de sua inscrição 
junto à Seccional sob pena de incorrer em infração disciplinar 
elencada no Artigo 34 da Lei no. 8.906/94. (Sem grifos no original). 
(Proc. E-1161 V.U. Relator Dr. Robison Baroni - Revisor Dr. Milton 
Basaglia - Presidente Dr. Modesto Carvalhosa). 
O efetivo exercício de atividade incompatível com a advocacia gera 
ao infrator sanções de natureza disciplinar, sem prejuízo das 
sanções penal, cível e administrativaque a conduta possa ter dado 
causa. 
O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no 
Brasil, deve fazer prova do título de graduação, obtido em 
instituição estrangeira, devidamente revalidado, além de atender 
aos demais requisitos previstos no artigo 8º do Estatuto da 
Advocacia e da OAB. 
O requerente à inscrição no quadro de advogados, na falta de 
diploma regularmente registrado, deve apresentar certidão de 
graduação em direito, acompanhada de cópia autenticada do 
respectivo histórico escolar (art. 23 do Regulamento Geral da OAB). 
A inidoneidade moral, que pode ser suscitada por qualquer pessoa, 
deve ser declarada mediante decisão que obtenha ao menos 2/3 
(dois terços) dos votos de todos os membros do conselho 
competente, em procedimento que observe os termos do processo 
disciplinar (art. 8º, §3º, da Lei n.º 8.906/94). 
E conforme expressa disposição legal, não atenta ao requisito de 
idoneidade moral a condenação por crime infamante, desde que já 
obtida a reabilitação judicial. 
A inscrição do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em 
cujo território pretende estabelecer o seu domicílio profissional, na 
forma do regulamento geral (art. 10, caput, da Lei n.º 8.906/94). 
Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade de 
advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da pessoa física do 
advogado. 
Consoante previsão do artigo 20 do Regulamento Geral da OAB, o 
requerente à inscrição principal no quadro de advogados presta o 
seguinte compromisso perante o Conselho Seccional, a Diretoria ou 
o Conselho ad Subseção: 
“Prometo exercer a advocacia com dignidade e independência, 
observar a ética, os deveres e prerrogativas profissionais e 
defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático, 
os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis, a 
rápida administração da justiça e o aperfeiçoamento da cultura e 
das instituições jurídicas.” 
O compromisso que deve ser prestado pelo requerente à inscrição 
principal é indelegável, uma vez que sua natureza é solene e 
personalíssima (art. 20, §1º do Regulamento Geral da OAB). 
Além da inscrição principal, o advogado tem o dever de promover a 
inscrição suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos 
territórios passar a exercer habitualmente a profissão. Considera-se 
habitual a intervenção judicial que exceda a 5 (cinco) causas por 
ano, nos termos do parágrafo segundo do artigo 10 do Estatuto da 
Advocacia e da OAB. Nesse contexto, veja-se decisão proferida 
pelo Tribunal de Ética da OAB de São Paulo: 
Sessão de 15 de agosto de 1996 
ADVOCACIA - EXERCÍCIO - INSCRIÇÃO SUPLEMENTAR NA 
OAB - ARTIGO 10, § 2º, DO ESTATUTO - EXEGESE 
A intervenção em seis ou mais ações judiciais, qualquer que seja 
sua espécie ou ramo do direito, dentro do mesmo ano civil, 
abrangidas as novas e as remanescentes de exercícios anteriores e 
na mesma circunscrição territorial do Conselho Seccional diverso 
daquele de sua inscrição principal, caracteriza a habitualidade 
esculpida no § 2º, do artigo 10, do Estatuto da Ordem, ensejando 
ao advogado a promover sua inscrição suplementar. Regulamento 
Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, art. 26. (Sem grifo no 
original) 
(Proc. E - 1.354 - Rel. Dr. PAULO AFONSO LUCAS - Rev. Dr. 
MILTON BASAGLIA - Presidente. Dr. ROBISON BARONI). 
No caso de mudança efetiva do domicílio profissional para outra 
unidade federativa, é dever do advogado requerer a transferência 
de sua inscrição para o Conselho Seccional correspondente. 
A liberdade de exercer a advocacia em qualquer comarca só é 
admitida no âmbito de uma mesma seccional. Nesse sentido, veja-
se a seguinte manifestação do Tribunal de Ética da OAB de São 
Paulo: 
433ª Sessão de 17 de maio de 2001 
EXERCÍCIO DA ADVOCACIA – INSCRIÇÃO SUPLEMENTAR OU 
TRANSFERÊNCIA DE SECCIONAL 
Caracteriza habitualidade no exercício da advocacia a intervenção 
judicial do advogado que exceder de cinco causas por ano, caso em 
que deve promover a inscrição suplementar no respectivo Conselho 
Seccional (art. 10, § 2º, do EAOAB). Se fixar seu domicílio em outra 
unidade federativa, deve o advogado requerer a transferência de 
sua inscrição para a Seccional correspondente (§ 3º). A liberdade 
de advogar em qualquer comarca só é permitida no âmbito de uma 
mesma Seccional. 
(Proc. E-2.362/01 – v.u. em 17/05/01 do parecer e ementa do Rel. 
Dr. CARLOS AURÉLIO MOTA DE SOUZA – Rev.ª Dr.ª ROSELI 
PRÍNCIPE THOMÉ – Presidente Dr. ROBISON BARONI). 
É dever do Conselho Seccional suspender o pedido de 
transferência ou de inscrição suplementar sempre que verificar a 
existência de vício ou ilegalidade na inscrição principal, contra ela 
representando ao Conselho Federal (art. 10, §4º, da Lei n.º 
8.906/94). 
Já no caso do estagiário, são requisitos para sua inscrição perante 
a Ordem dos Advogados do Brasil: 
a) capacidade civil; 
b) título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; 
c) não exercer atividade incompatível com a advocacia; 
d) idoneidade moral; 
e) prestar compromisso perante o conselho. 
f) ter sido admitido em estágio profissional de advocacia. 
A duração do estágio profissional de advocacia é de 2 (dois) anos, e 
pode ser realizado nos últimos anos do curso jurídico, devendo ser 
mantido pelas respectivas instituições de ensino superior, pelos 
Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de 
advocacia credenciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo do 
Estatuto da Advocacia e da OAB e do Código de Ética e Disciplina. 
O estagiário somente pode praticar atos em conjunto e sob 
responsabilidade de um advogado. Nesse sentido, veja-se 
interessante julgado do Tribunal de Ética da OAB de São Paulo: 
487ª sessão de 27 de abril de 2006 
ESTAGIÁRIO – ATOS PRATICADOS EM CONJUNTO E SOB 
RESPONSABILIDADE DE ADVOGADO – BACHAREL EM 
DIREITO – RECEBIMENTO DE PODERES “AD JUDICIA”. 
O estagiário de direito, regularmente inscrito, pode praticar os atos 
privativos de advogado, na forma do Regulamento Geral do 
Estatuto da Advocacia, em conjunto com o advogado e sob a 
responsabilidade desse. Exegese do parágrafo 2º do artigo 3º do 
EOAB. O estagiário só pratica atos quando está a mando, sob 
orientação e sob a responsabilidade do advogado vinculado à 
causa. O bacharel em direito não é estagiário e não é advogado. 
Não pode receber outorga de poderes “ad judicia” em conjunto com 
advogado regularmente inscrito e nem praticar atos privativos da 
profissão. Comete ilícito penal o bacharel em direito que figura em 
mandato com poderes “ad judicia” usando número de inscrição de 
estagiário que não mais possui. Comete infração ética o advogado 
que permite figurar em sua procuração bacharel em direito usando 
número de inscrição de estagiário que não mais possui e que 
pratique isoladamente o ato para o qual foi contratado. (Sem grifo 
no original). 
(Proc. E-3.307/2006 – v.u., em 27/04/2006, do parecer e ementa do 
Rel. Dr. LUIZ ANTONIO GAMBELLI – Rev. Dr. JAIRO HABER – 
Presidente Dr. JOÃO TEIXEIRA GRANDE). 
Art. 9º, inc. I, 
Lei n.º 8.906/94 
Art. 9º, inc. II, Lei n.º 8.906/94 
E o estagiário inscrito na OAB pode praticar isoladamente os 
seguintes atos, sob a responsabilidade do advogado (art. 29, §1º do 
Regulamento Geral da OAB): 
a) retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva 
carga; 
b) obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de 
peças ou autos de processos em curso ou findos; e 
c) assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais 
ou administrativos. 
E para prática de atos extrajudiciais, admite-se que o estagiáriocompareça sozinho, desde que mediante autorização ou 
substabelecimento do advogado. 
Há que se expor, ainda, que o bacharel em Direito que queira se 
inscrever na Ordem pode cumprir o estágio profissional. No entanto, 
ele deve estar regularmente inscrito como estagiário, lhe sendo 
vedado cancelar sua inscrição e manter a utilização do seu número 
identificador de estagiário na posterior condição de bacharel. 
Dispõe o parágrafo segundo do artigo 9º do Estatuto da Advocacia 
e da OAB que a inscrição do estagiário deve ser feita no Conselho 
Seccional em cujo território se localize seu curso jurídico. 
Se o aluno de curso jurídico exercer atividade incompatível com a 
advocacia, ele pode freqüentar o estágio ministrado pela respectiva 
instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem. Nesse 
caso, no entanto, é vedada a inscrição na OAB (art. 9º, §3º, da Lei 
n.º 8.906/94). 
Conforme prevê o artigo 13 do Estatuto da Advocacia e da OAB, o 
documento de identidade profissional, na forma prevista no 
regulamento geral, é de uso obrigatório no exercício da atividade de 
advogado ou de estagiário e constitui prova de identidade civil para 
todos os fins legais. 
Todos os documentos assinados pelo advogado, no exercício de 
sua atividade, devem, obrigatoriamente, conter a indicação do nome 
e o número de inscrição respectivo. 
Por derradeiro, a teor da disposição do parágrafo único do artigo 14 
do Estatuto da Advocacia e da OAB, é vedado anunciar ou divulgar 
qualquer atividade relacionado com o exercício da advocacia ou o 
uso da expressão escritório de advocacia, sem indicação expressa 
do nome e do número de inscrição dos advogados que o integrem 
ou o número de registro da sociedade de advogados na OAB. 
Nesse contexto, veja-se pertinente manifestação do Tribunal de 
Ética da OAB de São Paulo: 
479ª sessão de 21 de julho de 2005 
PUBLICIDADE – VEICULAÇÃO EM JORNAL DE CIRCULAÇÃO E 
ATRAVÉS DA INTERNET – IMPOSSIBILIDADE, NA HIPÓTESE 
DOS AUTOS. 
O advogado ou a sociedade de advogados pode anunciar seus 
serviços profissionais individual ou coletivamente, com discrição e 
moderação, para finalidade exclusivamente informativa, vedada a 
divulgação em conjunto com outra atividade. Obrigatória a menção, 
nos anúncios de publicidade de 
serviços jurídicos, do nome do advogado ou da sociedade de 
advogados e respectivo número de inscrição ou de registro. 
Sugestão de remessa de ofício ao advogado responsável pela 
publicidade, nos termos do artigo 48 do CED, para que suspensa 
imediatamente a veiculação irregular. Entendimento dos artigos 28, 
30, 31 do CED e da Resolução nº. 02/2.000 do TED-I e do 
Provimento nº. 94/2.000 do CFOAB. (Sem grifos no original). 
(Proc. E-3.170/05 – v.u., em 21/07/2005, do parecer e ementa do 
Rel. Dr. RICARDO GARRIDO JÚNIOR – Rev. Dr. LUIZ 
FRANCISCO TORQUATO AVÓLIO – Presidente “ad hoc” Dr. 
FÁBIO KALIL VILELA LEITE). 
 
 
Cancelamento da inscrição 
 
Conforme prevê o artigo 11 do Estatuto da Advocacia e da OAB, 
cancela-se a inscrição do profissional que: 
a) assim o requerer; 
b) sofrer penalidade de exclusão; 
c) falecer; 
d) passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível 
com a advocacia; ou 
e) perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição. 
No caso de penalidade de exclusão, falecimento ou exercício, em 
caráter definitivo, de atividade incompatível com a advocacia, o 
cancelamento deve ser promovido de ofício, pelo conselho 
competente ou em virtude de comunicação por qualquer pessoa. 
Quando houver novo pedido de inscrição do profissional que a teve 
cancelada, deve-se restaurar o número de inscrição anterior, 
hipótese em que o interessado deve fazer prova dos seguintes 
requisitos necessários à inscrição: 
a) capacidade civil; 
b) não exercer atividade incompatível com a advocacia; 
c) idoneidade moral; 
d) prestar compromisso perante o conselho; 
e) provas de reabilitação (requisito necessário exclusivamente para 
o caso de cancelamento da inscrição em razão da aplicação da 
penalidade de exclusão). 
Por derradeiro, veja-se interessante julgado do Tribunal de Ética da 
OAB de São Paulo sobre o cancelamento de uma inscrição 
decorrente do exercício de atividade incompatível com a advocacia: 
494ª sessão de 16 de novembro de 2006 
INCOMPATIBILIDADE – INSCRIÇÃO CANCELADA – AUDITOR 
FISCAL DE TRIBUTOS – NOMEAÇÃO E POSSE – PEDIDO DE 
LICENÇA, SEM REMUNERAÇÃO, DEFERIDO – 
IMPOSSIBILIDADE DE INCREVER-SE NA OAB – EXEGESE DOS 
ARTIGOS 11, INCISO IV, 28, VII, E 33 E SEU PARÁGRAFO 
ÚNICO, DA LEI Nº 8.906/94. 
Para inscrever-se na Ordem dos Advogados do Brasil, o bacharel, 
entre outros requisitos, não poderá estar a exercer atividade 
incompatível com a advocacia (inciso V do art. 8º da Lei nº 
8.906/94). Inscrito, se vier a exercer, em caráter definitivo, atividade 
incompatível com a advocacia, haverá o seu cancelamento (art. 11, 
IV, da Lei nº 8.906/94). Para os ocupantes de cargos ou funções 
que tenham competência de lançamento, arrecadação ou 
fiscalização de tributos e contribuições fiscais, há expressa vedação 
de advogar (inciso VII do art. 28 da Lei nº 8.906/94). A 
incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou 
função deixe de exercê-lo temporariamente. A incompatibilidade 
projeta-se no tempo, porque não é o cargo ou a função exercida 
que definirá a incidência da norma, mas a natureza da atividade. O 
desligamento definitivo é o ato que desfaz o impedimento. Para 
interpretar-se a norma deve-se sentir, conjuntamente, a 
normatividade subjetiva (moral), a intersubjetividade (ética em 
sentido estrito) e a objetiva (direito). (Sem grifos no original). 
(Proc. E-3.401/2006 – v.u., em 16/11/06, do parecer e ementa do 
Rel. Dr. JOSÉ ROBERTO BOTTINO – Rev. Dr. LUIZ ANTÔNIO 
GAMBELLI – Presidente Dr. JOÃO TEIXEIRA GRANDE). 
 
Licenciamento 
É importante diferenciar as hipóteses de suspensão, cancelamento 
e licenciamento da inscrição perante a Ordem dos Advogados do 
Brasil. 
Conforme prevê o artigo 12 do Estatuto da Advocacia e da OAB, 
licencia-se o profissional que: 
a) assim o requerer, por motivo justificado; 
b) passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível 
com o exercício da advocacia; 
c) sofrer doença mental considerada curável. 
No caso do profissional licenciado, assim como no caso de 
cancelamento da inscrição perante a OAB, o profissional deixa de 
ter o dever de pagar a anuidade referente ao exercício profissional, 
diferentemente do profissional que teve sua inscrição apenas 
suspensa. 
Sobre o assunto, veja-se pertinente manifestação do Tribunal de 
Ética da OAB de São Paulo: 
455ª sessão de 22 de maio de 2003 
SUSPENSÃO DISCIPLINAR – ANUIDADE – PRETENSÃO DE 
NÃO- PAGAMENTO ENQUANTO PERDURAR A INTERDIÇÃO AO 
EXERCÍCIO PROFISSIONAL – IMPOSSIBILIDADE 
O advogado suspenso, mesmo proibido de exercer seu mister em 
todo o território nacional, em face do caráter temporário da mesma 
e da possibilidade de reversibilidade, continua vinculado à Ordem, 
sujeitando-se ao regramento ético/estatutário vigente, tanto aos 
deveres, quanto aos direitos, estes últimos com as restrições 
decorrentes da pena. Uma de suas obrigações é o pagamento da 
anuidade. Hipótese diversa situa-se no caso do cancelamento de 
inscrição, quando desvincula-se da Ordem, e do licenciamento, 
quando é desobrigado do pagamento, enquanto aquele perdurar. 
Ao Conselho Seccional é vedado a anistia, sendo possível 
entretanto autorizar parcelamento de débitos, conforme orientação 
jurisprudencial do Conselho Federal da OAB. Inteligência dos arts. 
2º, 47 e 49 do CED, 11,12, 34, XXIII,35, II, 37, 42, 58, I e 74 do 
EAOAB, 134 do R.I. da Seccional e 55 do RGCFOAB. 
(Proc. E-2.753/03 – v.u. em 22/05/03 do parecer e ementa do Rel. 
Dr. FÁBIO KALIL VILELA LEITE – Rev. Dr. CLÁUDIO FELIPPE 
ZALAF – Presidente Dr. ROBISON BARONI). 
Por derradeiro, deve-se frisar que o profissional, uma vez 
licenciado, deve se abster de praticar quaisquer atos relacionados a 
advocacia, uma vez que o licenciamento é indicativo do exercício de 
alguma atividade que com ela é incompatível. Dessa forma, veja-se 
esclarecedora manifestação do Tribunal de Ética da OAB de São 
Paulo: 
518ª sessão de 12 de fevereiro de 2009 
EXERCÍCIO PROVISÓRIO DE ATIVIDADES INCOMPATÍVEIS 
COM A ADVOCACIA – PROIBIÇÃO TOTAL DE ADVOGAR – 
LICENCIAMENTO DA INSCRIÇÃO PERANTE A OAB – 
LICENCIADO INTEGRANTE DE SOCIEDADE OU ESCRITÓRIO 
DE ADVOGADOS – PROIBIÇÃO DE DIVULGAÇÃO OU 
PUBLICIDADE – CAPTAÇÃO DE CLIENTES OU CAUSAS 
VEDADA – INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 8º, V, 12, II, 16, §2º, 27 
E 28 DO ESTATUTO DA ADVOCACIA E OAB. 
Para que possa exercer em caráter provisório qualquer das 
atividades de que trata o artigo 28 do Estatuto, o advogado deve 
requerer o licenciamento de sua inscrição perante a Ordem dos 
Advogados do Brasil (artigo 12, inciso II, do Estatuto), eis que se 
trata de atividades incompatíveis com a advocacia (artigo 28 do 
Estatuto), levando, portanto, à proibição total do exercício desta 
(artigo 27 do Estatuto). Profissional nessas condições não pode se 
tornar integrante, como sócio, advogado-empregado ou advogado 
sem vínculo empregatício, de sociedade ou escritório de advocacia, 
exatamente por lhe faltar o requisito indispensável de inscrição 
válida perante a Ordem dos Advogados do Brasil (artigo 8º, inciso 
V, do Estatuto). Não há mandamento legal ou regulamentar, 
contudo, que obrigue o profissional, que já é integrante de 
sociedade ou escritório de advocacia e que venha a se licenciar 
perante a Ordem dos Advogados por conta do exercício provisório 
de qualquer das atividades previstas no artigo 28 do Estatuto, a 
desvincular-se societária, laboral ou contratualmente da sociedade 
ou escritório, conforme o caso, desde que o profissional cesse por 
completo de advogar, permaneça totalmente alheio às relações 
costumeiras com os clientes da sociedade ou escritório, e ausente-
se de toda e qualquer forma de publicidade ou divulgação da 
sociedade ou escritório, o que inclui placas e cartões de visita. É 
vedada a utilização indevida do nome do profissional licenciado 
para captação de clientes ou causas, por passar a errônea idéia de 
que esse profissional continuaria exercendo a advocacia. No caso 
específico do sócio licenciado, sua condição de sócio permanece 
inalterada, conforme disposto no artigo 16, §2º, do Estatuto, de 
modo que é de se admitir que o nome do sócio licenciado seja 
mantido apenas em material da sociedade que não configure 
publicidade na forma definida no Provimento nº 94/2000 do 
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Precedente 
(por analogia): Proc. E-3.395/2006 – v.m., em 19/10/06, do parecer 
e ementa do Rel. Dr. FÁBIO DE SOUZA RAMACCIOTTI – Rev. Dr. 
LUIZ ANTONIO GAMBELLI – Presidente Dr. JOÃO TEIXEIRA 
GRANDE. (Sem grifo no original). 
(Proc. E-3.721/2009 – v.u., em 12/02/2009, do parecer e ementa do 
Rel. Dr. GILBERTO GIUSTI – Rev. Dr. DIÓGENES MADEU – 
Presidente em exercício Dr. GUILHERME FLORINDO 
FIGUEIREDO). 
 
Sociedade de Advogados 
É lícito aos advogados reunirem-se em sociedade civil de prestação 
de serviço de advocacia, na forma disciplinada pelo Estatuto da 
Advocacia e da OAB e pelo Regulamento Geral. 
A sociedade de advogados adquire personalidade jurídica mediante 
o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho 
Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede (art. 15, §1º da 
Lei n.º 8.906/94). 
No caso de constituição de filial, o respectivo ato de constituição 
deve ser averbado no registro da sociedade e arquivado junto ao 
Conselho Seccional onde se instalar, ficando os sócios obrigados à 
inscrição suplementar. 
No que pertinente, aplica-se à sociedade de advogados o Código 
de Ética e Disciplina. 
Quanto as procurações, elas devem ser outorgadas individualmente 
aos advogados, bem como indicar a sociedade de que façam parte 
(art. 15, §3º da Lei n.º 8.906/94). 
Conforme prevê o parágrafo quarto do artigo 15 do Estatuto da 
Advocacia e da OAB, nenhum advogado pode integrar mais de uma 
sociedade de advogados, com sede ou filial na mesma área 
territorial do respectivo Conselho Seccional. 
A sociedade de advogados pode associar-se com advogados, sem 
vínculo de emprego, apenas para participação nos resultados (art. 
39, caput, do Regulamento Geral da OAB). Nesse caso, os 
contratos celebrados devem ser averbados no registro da 
sociedade de advogados. 
É importante frisar que os advogados sócios de uma mesma 
sociedade profissional não podem representar em juízo clientes de 
interesses opostos. 
O caput do artigo 16 do Estatuto da Advocacia e da OAB dispõe 
que não são admitidas a registro, nem podem funcionar, as 
sociedades de advogados: 
a) que apresentem forma ou características mercantis; 
b) que adotem denominação de fantasia; 
c) que realizem atividades estranhas à advocacia; ou 
d) que incluam sócio não inscrito como advogado ou totalmente 
proibido de advogar. 
A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome (completo ou 
abreviado) de, pelo menos, um advogado responsável pela 
sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que 
prevista tal possibilidade no ato constitutivo ou na alteração 
contratual (art. 16, §1º da Lei n.º 8.906/94 e art. 38 do Regulamento 
Geral da OAB). 
No caso de licenciamento de algum sócio para exercício, em caráter 
temporário, de atividade incompatível com a advocacia, deve se 
proceder à respectiva averbação no registro da sociedade, o que 
não altera sua constituição. 
Conforme lição do parágrafo terceiro do artigo 16 do Estatuto da 
Advocacia e da OAB, é proibido o registro, nos cartórios de registro 
civil de pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que 
inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia. 
Além da sociedade, o sócio responde subsidiária e ilimitadamente 
pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no 
exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade 
disciplinar em que possa incorrer (art. 17 da Lei n.º 8.906/94). 
Admite-se que a sociedade de advogados adotem qualquer forma 
de administração social, permitida a existência de sócios gerentes, 
com indicação dos poderes atribuídos (art. 41 do Regulamento 
Geral da OAB). 
5. ADVOGADO EMPREGADO 
A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a 
isenção técnica nem reduz a independência profissional inerentes à 
advocacia. Prevê o parágrafo único do artigo 18 do Estatuto da 
Advocacia e da OAB que o advogado empregado não está obrigado 
à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos 
empregadores, fora da relação de emprego. 
Via de regra, o salário mínimo profissional do advogado deve ser 
fixado em sentença normativa, exceto se ajustado em acordo ou 
convenção coletiva de trabalho. 
Compete ao sindicato de advogados e, na sua falta, a federação ou 
confederação de advogados, a representação destes nas 
convenções coletivas celebradas com as entidades sindicais 
representativas dos empregadores, nos acordos coletivos 
celebrados com a empresa empregadora e nos dissídios coletivos 
perante a Justiça do Trabalho, aplicáveis às relações de trabalho 
(art. 11 do Regulamento Geral da OAB). 
Prevê o artigo 20 do Estatuto da Advocaciae da OAB que a jornada 
de trabalho do advogado empregado, no exercício da profissão, não 
poderá exceder a duração diária de quatro horas contínuas e a de 
vinte horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em 
caso de dedicação exclusiva. 
Considera-se dedicação exclusiva o regime de trabalho que for 
expressamente previsto em contrato individual de trabalho, e, nesse 
caso, devem ser remuneradas como extraordinárias as horas 
trabalhadas que excederem a jornada normal de 8 (oito) horas 
diárias. 
Considera-se como período de trabalho o tempo em que o 
advogado estiver à disposição do empregador, aguardando ou 
executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas, 
devendo-lhe ser reembolsadas as despesas feitas com transporte, 
hospedagem e alimentação (art. 20, §1º da Lei n.º 8.906/94). 
Quando o advogado exceder a jornada normal de trabalho, as horas 
trabalhadas excedentes devem ser remuneradas por um adicional 
não inferior a 100% (cem por cento) sobre o valor da hora normal, 
mesmo havendo contrato escrito. 
As horas trabalhadas no período das 20 (vinte) horas de um dia até 
as 5 (cinco) horas do dia seguinte devem ser remuneradas como 
noturnas, acrescidas do adicional de 25% (vinte e cinco por cento). 
Conforme expressa previsão do caput do artigo 21 do Estatuto da 
Advocacia e da OAB, nas causas em que for parte o empregador, 
ou pessoa por este representada, os honorários de sucumbência 
são devidos aos advogados empregados. No caso dos honorários 
de sucumbência, percebidos por advogado empregado de 
sociedade de advogados, estes devem ser partilhados entre ele e a 
empregadora, na forma estabelecida em acordo. 
Sobre os honorários de sucumbência nos casos da advocacia 
pública, veja-se interessante manifestação do Tribunal de Ética da 
OAB de São Paulo: 
512ª sessão de 17 de julho de 2008 
HONORÁRIOS – SUCUMBÊNCIA – PARTILHA – 
PROCURADORIA MUNICIPAL. 
Inteligência do artigo 21 do EOAB. Os honorários de sucumbência 
devem ser pagos aos advogados. Se por acaso, a Municipalidade 
tiver em seu quadro mais de um advogado, deverá ser constituído, 
através de ato próprio do Executivo, um fundo comum, que 
pertença a todos os advogados da Municipalidade, cabendo-lhes 
decidir sua destinação. Do ponto de vista ético-estatutário, a 
distribuição, partilha ou rateio de honorários sucumbenciais devem 
dar-se por todos os ocupantes da carreira jurídica pública, 
isonomicamente, posto que atuam de forma cooperativa e 
colaborativa entre si, na defesa de interesse e de direito público; 
neste âmbito, não se pode falar na existência de um trabalho 
individual do advogado público, mas sim de atuação do órgão ao 
qual eles representam, com vínculo estatutário, sob risco de 
estabelecimento de indesejado privilégio a determinadas e 
específicas atribuições e desestímulo ao desenvolvimento de 
atividades não contenciosas, de consultoria e prevenção, inerentes 
e indispensáveis à atividade pública. Com atribuições diversas e 
destinadas ora à atuação contenciosa, ora à atuação consultiva, os 
ocupantes da advocacia pública compõem um mesmo órgão de 
assessoramento e de defesa de interesse e de direito de uma 
mesma natureza, de mesma índole, de mesma qualidade, vale 
dizer, público. A diversidade do veículo de defesa – judicial, 
extrajudicial ou consultiva – não resulta em diversidade interna e de 
categoria do ocupante de cargo de advogado público a justificar 
privilegiada partilha de honorários de sucumbência a apenas 
alguns. (Sem grifos no original). 
(Proc. E-3.629/2008 – v.u., em 17/07/2008, do parecer e ementa do 
Rel. Dr. JAIRO HABER, com declaração de voto convergente do 
julgador Dr. BENEDITO ÉDISON TRAMA – Revª. Drª. BEATRIZ M. 
A. CAMARGO KESTENER – Presidente em exercício Dr. FABIO 
KALIL VILELA LEITE). 
Os honorários de sucumbência, por decorrerem precipuamente da 
advocacia e só acidentalmente da relação de emprego, não 
integram o salário ou a remuneração, não podendo, dessa forma, 
ser considerados para efeitos trabalhistas ou previdenciários, 
conforme estipula o caput do artigo 14 do Regulamento Geral da 
OAB. 
 
Honorários Advocatícios 
 
A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o 
direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento 
judicial e aos de sucumbência. Para esclarecer: 
a) honorários convencionados são aqueles pactuados entre o 
advogado e o cliente por meio de um contrato de prestação de 
serviços advocatícios; 
b) honorários fixados por arbitramento judicial são aqueles 
determinados pelo juiz da causa, diante da inexistência de um 
contrato entre o advogado e o cliente. Também ocorre o 
arbitramento dos honorários quando, embora existente um contrato 
verbal, este seja controverso. Prevê o parágrafo segundo do artigo 
22 do Estatuto da Advocacia e da OAB que, na falta de estipulação 
ou de acordo, os honorários devem ser fixados por arbitramento 
judicial, em remuneração compatível com o trabalho e o valor 
econômico da questão, não podendo ser inferiores aos 
estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da 
OAB; 
c) honorários de sucumbência são aqueles devidos pelo vencido ao 
vencedor da relação jurídico-processual. 
Sobre os honorários de sucumbência, é importante conhecer a 
redação do artigo 20 do Código de Processo Civil: 
Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as 
despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Esta verba 
honorária será devida, também, nos casos em que o advogado 
funcionar em causa própria. 
§1º O juiz, ao decidir qualquer incidente ou recurso, condenará nas 
despesas o vencido. 
§2º As despesas abrangem não só as custas dos atos do processo, 
como também a indenização de viagem, diária de testemunha e 
remuneração do assistente técnico. 
§3º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez por cento 
(10%) e o máximo de vinte por cento (20%) sobre o valor da 
condenação, atendidos: 
a) o grau de zelo do profissional; 
b) o lugar de prestação do serviço; 
c) a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo 
advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
§4º Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, 
naquelas em que não houver condenação ou for vencida a Fazenda 
Pública, e nas execuções, embargadas ou não, os honorários serão 
fixados consoante apreciação equitativa do juiz, atendidas as 
normas das alíneas a, b e c do parágrafo anterior. 
§5º Nas ações de indenização por ato ilícito contra pessoa, o valor 
da condenação será a soma das prestações vencidas com o capital 
necessário a produzir a renda correspondente às prestações 
vincendas (art. 602), podendo estas ser pagas, também 
mensalmente, na forma do § 2o do referido art. 602, inclusive em 
consignação na folha de pagamentos do devedor. 
Quando se tratar de decisão julgada parcialmente procedente, em 
que ambas as partes suportarem parcela da sucumbência, os 
honorários e as despesas devem ser recíproca e proporcionalmente 
distribuídos entre elas, consoante prevê o caput do artigo 21 do 
Código de Processo Civil. Contudo, se um litigante decair de parte 
mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e 
honorários (art. 21, parágrafo único do CPC). 
O advogado, uma vez indicado para patrocinar causa de 
juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da 
Defensoria Pública no local da prestação de serviço, tem direito aos 
honorários fixados pelo juiz, segundo tabela organizada pelo 
Conselho Seccional da OAB, caso em que serão pagos pelo Estado 
(art. 22, §1º do Estatuto da Advocacia e da OAB). 
Via de regra, 1/3 (umterço) dos honorários é devido no início da 
prestação do serviço, outro terço até a decisão de primeira instância 
e o restante no final. Entretanto, nada impede que advogado e 
cliente pactuem de modo diverso. 
Consoante previsão do parágrafo quarto do artigo 22 do Estatuto da 
Advocacia e da OAB, se o advogado fizer juntar aos autos o seu 
contrato de honorários antes de expedir-se o mandado de 
levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam 
pagos diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo 
constituinte, salvo no caso deste provar que já os pagou. 
As disposições sobre honorários, do artigo 22 do Estatuto da 
Advocacia e da OAB, não se aplicam quando se tratar de mandato 
outorgado por advogado para defesa em processo oriundo de ato 
ou omissão praticada no exercício da profissão. 
Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou 
sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo 
para executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o 
precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor (art. 23 
do Estatuto da Advocacia e da OAB). 
É importante memorizar o conteúdo do artigo 24 do Estatuto da 
Advocacia e da OAB, segundo o qual, a decisão judicial que fixar ou 
arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular são títulos 
executivos e constituem crédito privilegiado na falência, concordata, 
concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial. 
A execução dos honorários pode ser promovida nos mesmos autos 
da ação em que tenha atuado o advogado, se assim lhe convier 
(art. 24, §1º do Estatuto da Advocacia e da OAB). 
Caso ocorra o falecimento ou sobrevenha a incapacidade civil do 
advogado, os honorários de sucumbência, proporcionais ao 
trabalho realizado, poderão ser recebidos por seus sucessores ou 
representantes legais. 
O Supremo Tribunal Federal, por meio da ação declaratória de 
inconstitucionalidade n.º 1.194-4, julgou inconstitucional o parágrafo 
terceiro do artigo 24 do Estatuto da Advocacia e da OAB, que 
dispunha: 
Art. 24 - […] 
§3º - É nula qualquer disposição, cláusula, regulamento ou 
convenção individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao 
recebimento dos honorários de sucumbência. 
Por decorrerem essencialmente do exercício da advocacia e 
apenas acidentalmente da relação de emprego, os honorário de 
sucumbência não integram o salário ou a remuneração, e, portanto, 
não podem ser considerados para efeitos trabalhistas ou 
previdenciários. 
Segundo o parágrafo único do artigo 14 do Regulamento Geral da 
OAB, os honorários de sucumbência dos advogados empregados 
constituem fundo comum, cuja destinação deve ser decidida pelos 
profissionais integrantes do serviço jurídico da empresa ou por seus 
representantes. 
E consoante explicita o parágrafo quarto do artigo 24 do Estatuto da 
Advocacia e da OAB, o acordo feito pelo cliente do advogado e a 
parte contrária, salvo aquiescência do profissional, não lhe prejudica 
os honorários, quer os convencionados, quer os concedidos por 
sentença. 
A ação de cobrança dos honorários de advogado prescreve em 5 
(cinco) anos, contado o prazo: 
a) do vencimento do contrato, se houver; 
b) do trânsito em julgado da decisão que os fixar; 
c) da ultimação do serviço extrajudicial; 
d) da desistência ou transação; ou 
e) da renúncia ou revogação do mandato. 
Prescreve também em 5 (cinco) anos a ação de prestação de 
contas pelas quantias recebidas pelo advogado de seu cliente, ou 
de terceiros por conta dele (art. 34, XXI, do Estatuto da Advocacia e 
da OAB). 
Por fim, há que se mencionar que o advogado substabelecido, com 
reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção 
daquele que lhe conferiu o substabelecimento (art. 26 do Estatuto 
da Advocacia e da OAB). 
 
INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS 
 
Incompatibilidades 
A incompatibilidade determina a proibição total do exercício da 
advocacia, consoante dispõe o artigo 27 do Estatuto da Advocacia e 
da OAB. 
As hipóteses de incompatibilidade do exercício da advocacia são 
dadas pelo artigo 28 do Estatuto em estudo. Segundo aludido 
dispositivo, a advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, 
com as seguintes atividades: 
a) chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder 
Legislativo e seus substitutos legais. Nesse sentido, veja-se a 
manifestação do Tribunal de Ética da OAB de São Paulo: 
532ª sessão de 17 de junho de 2010 
INCOMPATIBILIDADE – VICE-PREFEITO NOMEADO 
SECRETÁRIO DE ASSUNTOS JURIDICOS DE MUNICÍPIO – 
EXERCÍCIO DA ADVOCACIA –CUMULAÇÃO DE CARGOS – 
PROIBIÇÃO TOTAL PARA O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA – 
POSSIBILIDADE DESDE QUE HAJA RENÚNCIA AO CARGO DE 
VICE-PREFEITO. 
A incompatibilidade do vice-prefeito nos expressos termos do art. 
28, I, do EAOAB, é para o exercício da advocacia enquanto estiver 
ocupando o cargo, na medida em que é o substituto legal do chefe 
do Poder Executivo Municipal. Referida incompatibilidade se traduz 
na proibição total de advogar. Inteligência dos arts. 27 e 28, I, do 
EAOAB. O Secretário de Assuntos Jurídicos, nos termos do art. 1º. 
II, do EAOAB, tem cargo de direção jurídica e como tal exerce a 
advocacia; nessa condição está impedido de receber instrumento 
de procuração, de atuar em processos judiciais ou extrajudiciais, 
bem como de assinar peças ou arrazoados jurídicos. No caso de 
pretender ser secretário de assuntos jurídicos, deverá renunciar ao 
cargo de vice-prefeito - PRECEDENTES – 
PROCESSOS E-2085/2000 – 3.120/2005 e 3.195/2005. (Sem grifos 
no original). 
(Proc. E-3.894/2010 – v.u., em 17/06/2010, do parecer e ementa do 
Rel. Dr. JOÃO LUIZ LOPES – Rev. Dr. ZANON DE PAULA 
BARROS – Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA). 
b) membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, 
dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da 
justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que 
exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva 
da administração pública direta e indireta (em relação a este 
dispositivo, o Supremo Tribunal Federal, por meio da ação 
declaratória de inconstitucionalidade n.º 1127-8, excluiu da sua 
incidência os juízes eleitorais e seus suplentes). 
Ademais, essa incompatibilidade não se aplica aos advogados que 
participam dos órgãos nele referidos, na qualidade de titulares ou 
suplentes, como representantes dos advogados. No entanto, eles 
ficam impedidos quanto ao exercício da advocacia perante os 
órgãos em que atuam, enquanto durar a investidura. Para ilustrar, 
vejam-se as seguintes manifestações do Tribunal de Ética da OAB 
de São Paulo: 
Sessão de 16 de abril de 1998 
EXERCÍCIO DA ADVOCACIA EM CONCOMITÂNCIA COM A 
ATIVIDADE DE JUIZ DE CASAMENTO – INEXISTÊNCIA DE 
INCOMPATIBILIDADE ENQUANTO FALTAR REGULAMENTAÇÃO 
NO ESTADO DE SÃO PAULO 
O exercício simultâneo da advocacia com a função de juiz de 
casamento, ao menos no Estado de São Paulo, enquanto não for 
regulamentada a atividade de Juiz de Paz, preconizada na CF /88 
pelo art. 98, II (Da Organização dos Poderes) e art. 30 (A.D.C.T.), 
prevalecendo as disposições do Decreto-Lei Estadual n. 17.375/47, 
que introduziu os cargos específicos daquele juizado, com função 
única de realização de matrimônio e sem remuneração, não se 
enquadra na incompatibilidade do art. 28, II, do EAOAB. É exigência 
ético-profissional, contudo, que o exercício da outra profissão, 
considerada concomitante, não constitua, por qualquer forma, 
cerceamento à intocável liberdade e dignidade da advocacia; não 
sejam exercidas dentro do mesmo espaço físico do escritório ou do 
local de trabalho

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