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Organização Morfofuncional Sistema Nervoso

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
1 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL (OMF) – SISTEMA NERVOSO 
 
 
Arlindo Ugulino Netto 
Tainá Rolim Machado Cornélio 
Rebeca Isabel Rodrigues Abrantes Nassim Chattah 
 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
2 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
 
O Sistema Nervoso pode ser considerado um dos mais importantes sistemas orgânicos – se não “o mais 
importante”! Tal afirmação se baseia no fato de que ele, juntamente com o sistema endócrino, controla as funções do 
corpo praticamente sozinho. Além das funções comportamentais e motoras, o sistema nervoso recebe milhões de 
estímulos a partir dos diferentes órgãos sensoriais e, então, integra, todos eles, para determinar respostas a serem 
dadas pelo corpo, permitindo ao indivíduo a percepção e interação com o mundo externo e com o próprio organismo. 
Talvez por esta razão, o estudo do Sistema Nervoso é tido como complexo por vários estudantes de Medicina. 
Isso, de fato, condiz com a verdade! Contudo, você verá que, quanto mais você se aprofunda no conhecimento do 
sistema nervoso, mais você quer aprender sobre ele... Você vai querer saber, por exemplo, porque que o neurônio é 
considerada uma célula tão singular; porquê nos emocionamos ao ouvir uma música ou sentir um cheiro agradável da 
infância; porquê um acidente vascular cerebral (AVC) em uma determinada região do cérebro pode causar sinais e 
sintomas neurológicos do outro lado do corpo... 
Para isso, este Módulo inicia uma visão anatômica, histológica e fisiológica em relação ao sistema nervoso. Aqui, 
abordaremos os seguintes assuntos: 
 Embriologia: Embriologia do sistema nervoso; 
 Bioquímica: Catecolaminas; 
 Histologia: Tecido Nervoso e órgãos dos sentidos; 
 Anatomia: Sistema Nervoso, ossos do crânio e coluna, medula espinal, tronco encefálico, diencéfalo, 
telencéfalo, nervos espinais; 
 Fisiologia: Somestesia e dor, propriocepção, gânglios da base, sistema neurovegetativo, óptica da visão, a 
audição. 
 
BONS ESTUDOS!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arlindo Ugulino Netto; Tainá Rolim Machado Cornélio; Rebeca Isabel Rodrigues Abrantes Nassim Chattah. 
MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL – NERVOSO 
 
2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
3 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
EMBRIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO 
 
O sistema nervoso origina-
se do ectoderma embrionário e se 
localiza na região dorsal. Durante o 
desenvolvimento embrionário, o 
ectoderma sofre uma invaginação, 
dando origem à goteira neural, 
que se fecha posteriormente, 
formando o tubo neural. Este 
possui uma cavidade interna cheia 
de líquido, o canal neural. 
Em sua região anterior (ou 
superior), o tubo neural sofre 
dilatação, dando origem ao 
encéfalo primitivo. Em sua região 
posterior (ou inferior), o tubo neural 
dá origem à medula espinhal. O 
canal neural persiste nos adultos, 
correspondendo aos ventrículos 
cerebrais, no interior do encéfalo, 
e ao canal central da medula, no 
interior da medula. Quando o tubo neural se forma, há a zona ventricular que irá conter as células neuroepiteliais, 
essas células vão dar origem as células primitivas da medula e também vão contribuir pra formar as células primitivas 
do próprio encéfalo que são os neuroblastos(neurônios primitivos) e mioblastos(células da glia primitivas). 
Durante o desenvolvimento embrionário, verifica-se que, a partir da vesícula única que constitui o encéfalo 
primitivo, são formadas três outras vesículas: (1) prosencéfalo (encéfalo anterior); (2) mesencéfalo (encéfalo médio); 
(3) rombencéfalo (encéfalo posterior). 
O prosencéfalo e o rombencéfalo sofrem estrangulamento, dando origem, cada um deles, a duas outras 
vesículas. O mesencéfalo não se divide. Desse modo, o encéfalo do embrião é constituído por cinco vesículas em linha 
reta. O prosencéfalo divide-se em telencéfalo (hemisférios cerebrais) e diencéfalo (tálamo e hipotálamo); o 
mesencéfalo não sofre divisão e o rombencéfalo divide-se em metencéfalo (ponte e cerebelo) e mielencéfalo (bulbo). 
Todas as divisões do SNC se definem já na 6ª semana de vida fetal. 
 O SNP é formado a partir das células da crista neural, problemas na formação dessas células ou o déficit em sua 
migração podem ser responsáveis por uma série de danos em diversas partes do corpo, pois essas células migram 
diretamente para regiões que formam a cabeça, o pescoço e o aparelho faríngeo. 
 Com relação às anomalias da medula, normalmente, as anomalias acontecem devido ao não fechamento do 
neuroporo caudal. Para exemplificar, temos a espinha bífida, que inicialmente é uma alteração esquelética que 
posteriormente gera um dano nervoso. A característica básica de todos os tipos de espinha bífida é o não fechamento 
dos arcos vertebrais, que deveriam se fundir, abraçando a medula, protegendo-a. A espinha bífida oculta é o caso mais 
simples, em que apenas um arco não se fecha, do ponto de vista neurológico e motor não ocorre nenhuma alteração. Já 
na espinha bífida meningocele, o arco não se fecha e a meninge e o LCR se herniam através da abertura causada pelo 
não fechamento do arco. Na mielomeningocele ocorre a herniação da meninge do LCR e da medula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arlindo Ugulino Netto; Tainá Rolim Machado Cornélio. 
MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL – NERVOSO 
 
2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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BIOQUÍMICA DAS CATECOLAMINAS 
 
Catecolaminas são compostos químicos derivados do aminoácido tirosina, o qual é sintetizado a partir da 
fenilalanina pela ação da fenilalanina hidroxilase (presente no fígado). A deficiência dessa enzima gera o acúmulo de 
fenilalanina, causando a doença conhecida como fenilcetonúria. (Ver OBS
1
) 
A tirosina, por sua vez, transforma-se em substâncias importantes para o funcionamento cerebral chamadas de 
neurotransmissores, como a dopamina e a adrenalina. 
Como podemos observar na imagem a seguir, a 
tirosina sofre a ação da enzima tirosina hidroxilase, dando 
origem à DOPA, que atravessa a barreira hematoencefálica, 
transformando-se em dopamina a partir da enzima DOPA 
descarboxilase. 
A dopamina é um importante neurotransmissor e é 
responsável por importantes funções do nosso sistema 
nervoso, como memória e cognição, além disso, aumenta o 
fluxo sanguíneo renal e participa dos movimentos voluntários 
do corpo. A deficiência nesse neurotransmissor causa uma 
doença chamada de Parkinson. 
 A enzima dopamina hidroxilase aumenta o número de 
hidroxilas na dopamina, transformando-a em noradrenalina 
(adrenalina sem metil), que possui grande importância para o 
sistema cardiovascular, pois provoca vasoconstricção. Outra 
enzima, a n-metil transferase (feniletanolamina n-metil 
transferase), transfere um metil do aminoácido metionina para 
a noradrenalina, produzindo adrenalina (epinefrina). 
 A adrenalina (amina produzida próxima aos rins) prepara 
o corpo para situações de “luta ou fuga”, aumentando a 
lipólise e a glicogenólise e gerando dois efeitos no coração, o 
ionotrópico (aumenta a força dos batimentos cardíacos) e o 
cronotrópico (aumenta a frequência cardíaca). 
 A adrenalina e a noradrenalina agem durante alguns 
minutos e depois são degradadas pelas enzimas MAO 
(monoaminaoxidase) e COMPT (catecol o-metil-transferase). 
Essas enzimas estão presentes, principalmente, no fígado, 
onde ocorre a degradação dessas substâncias em maior 
escala. Essas substâncias são transformadas em ácido 
vanilmandélico, que é excretado na urina. (Ver OBS
3
) 
 
OBS
1
: Na fenilcetonúria, o excesso de fenilalanina é 
metabolizado em fenilacetato, fenilactato e fenilpiruvato, que 
são eliminados na urina e no suor, fazendo com que as 
pessoas acometidas pela doença possuam um odor 
característico. 
 
OBS2
: O excesso de fenilalanina também inibe a enzima 
tirosinase, que degrada a tirosina em melanina, então, 
indivíduos portadores de fenicetonúria, possuem uma 
quantidade menor de melanina no organismo. 
 
OBS
3
: A taxa de ácido vanilmandélico na urina é utilizada 
para o diagnóstico de Feocromocitoma, tumores presentes 
em células próximas as adrenais, que aumentam a produção 
de catecolaminas e, consequentemente, aumentam a sua 
degradação, aumentando assim, a taxa de ácido 
vanilmandélico na urina. 
 
Arlindo Ugulino Netto; Tainá Rolim Machado Cornélio. 
MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL – NERVOSO 
 
2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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Outro neurotransmissor importante é a serotonina, que é produzida a partir do aminoácido triptofano. A serotonina é 
uma substância importante que evita depressão, insônia, obesidade, enxaqueca e outra série de distúrbios 
 
 
 
OBS
4
: O excesso de fenilalanina também é responsável pela inibição da enzima 5-OH- Triptofano Descarboxilase, 
diminuindo o nível de serotonina, deixando os fenilcetonúricos mais apáticos e propensos aos distúrbios citados acima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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HISTOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO 
 
O tecido nervoso forma um complexo 
sistema de comunicações neuronais do corpo. Este 
tecido é constituído por talvez até um trilhão de 
neurônios com um número imenso de interconexões. 
Alguns neurônios têm receptores, terminações 
complexas especializadas para a recepção de 
diferentes tipos de estímulo (mecânicos, químicos, 
térmicos) e transdução em impulsos nervosos 
capazes de serem conduzidos para centros nervoso 
superiores. A seguir, estes impulsos são transferidos 
para outros neurônios nos quais são processados e 
transmitidos para centros mais altos em que ocorre a 
percepção de sensações ou é dado início a 
respostas motoras. 
 Em geral, o tecido nervoso tem como função: 
 Detectar, transmitir, analisar e utilizar as 
informações geradas pelos estímulos 
sensoriais; 
 Organizar e coordenar, direta ou 
indiretamente, o funcionamento de quase 
todas as funções do organismo. 
 
 A fim de realizar estas funções, o sistema nervoso está anatomicamente organizado em sistema nervoso 
central (SNC), que compreende encéfalo e medula espinhal, e no sistema nervoso periférico (SNP), localizado fora do 
SNC (nervos cranianos, que nascem no encéfalo; nervos espinhais, que nascem na medula; gânglios associados a 
eles). 
 Funcionalmente, o SNP está dividido em um componente sensitivo (aferente), que recebe e transmite 
impulsos para o SNC, onde são processados, e um componente motor (eferente), que se origina no SNC e transmite 
impulsos para órgãos efetores espalhados pelo corpo. O componente motor está, por sua vez, subdividido em: 
 Sistema nervoso somático: impulsos gerados no SNC são transmitidos para os músculos esqueléticos por 
meio de um único neurônio. 
 Sistema nervoso autônomo: os impulsos do SNC são primeiro transmitidos para um gânglio autônomo por 
meio de um neurônio pré-ganglionar; um segundo neurônio, originário do gânglio autônomo, chamado de 
pós-ganglionar, transmite impulsos para músculos lisos, músculo cardíaco ou glândulas. 
 
 
DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA NERVOSO 
1. Sistema Nervoso Central 
1.1. Encéfalo 
1.1.1. Cérebro 
1.1.1.1. Telencéfalo: dividido em dois hemisférios responsável pelo centro de controle do SN, seja ele a 
realização de estímulos motores ou a interpretação de estímulos sensitivos. 
1.1.1.2. Diencéfalo: dividido em tálamo (recebe todas as fibras aferentes que ascendem na medula) e 
hipotálamo (responsável pela manutenção da homeostase do corpo). 
1.1.2. Tronco Encefálico 
1.1.2.1. Mesencéfalo 
1.1.2.2. Ponte 
1.1.2.3. Bulbo 
1.1.3. Cerebelo 
1.2. Medula Espinhal: dividida em quatro regiões de acordo com as vértebras que se relaciona: cervical, 
torácica, lombar e sacral. 
 
2. Sistema Nervoso Periférico 
2.1. Nervos: cranianos (que fazem contato com o encéfalo) e espinhais (que fazem contato com a medula). São 
formados pelo conjunto de axônios de neurônios. 
2.2. Gânglios: constituídos pelo conjunto de corpos de neurônios. 
Arlindo Ugulino Netto; Rebeca Isabel Rodrigues Abrantes Nassim Chattah. 
MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL – NERVOSO 
 
2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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OBS
1
: O sistema nervoso periférico é dividido, funcionalmente, em: SN somático e SN 
autônomo. Este, por sua vez, é divido em SNA simpático e SNA parassimpático, de 
modo que os dois apresentem certas diferenças: 
 O SN simpático entra em ação quando o corpo necessita de uma resposta 
rápida a momentos de estresse, como luta e fuga. Sua fibra pré-ganglionar é 
mais curta que a fibra pós-ganglionar. 
 O SN parassimpático entra em ação em situações geralmente antagonistas ao 
primeiro, de modo que prepara o corpo para momentos de descanso e 
digestão. Sua fibra pré-ganglionar é mais longa que a fibra pós-ganglionar. 
 
 
 
DIVISÃO SOMÁTICA DO SISTEMA NERVOSO 
 Componente sensitivo: transportam o estímulo nervoso (seja ele externo ao corpo ou internamente, 
relacionado com os órgãos) até o SNC. 
 Componentes motores: presentes tanto no SN somático quanto no autônomo, são responsáveis por 
transportar impulsos do SNC até os músculos (estriado esquelético, liso ou cardíaco). 
 
 
CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO 
 As células do sistema nervoso são classificadas em duas categorias: neurônios (responsáveis pelas funções de 
recepção, integração e motoras do sistema nervoso) e células da neuroglia, responsáveis pela sustentação e proteção 
dos neurônios. As células da neuroglia, localizadas exclusivamente no SNC, incluem astrócitos, oilodentrócitos, micróglia 
(células microgliais) e células ependimárias. As células de Schwannm apesar de estarem localizadas no SNP, hoje em 
dia também são consideradas com células da neuroglia. 
 
NEURÔNIOS 
 Os neurônios são células altamente diferenciadas, dotadas de propriedades como irritabilidade e 
condutibilidade, sendo constituídos por três partes distintas: o corpo celular (pericário ou soma), dendritos 
múltiplos e um axônio. 
 Corpo celular: o corpo celular de um neurônio é a 
porção central da célula onde ficam o núcleo e o 
citoplasma perinuclear. Em geral, os neurônios do SNC 
são poligonais, com superfícies côncavas entre os muitos 
prolongamentos celulares, enquanto os neurônios do 
gânglio da raiz dorsal (gânglio sensitivo do SNP) tem um 
corpo celular redondo do qual sai somente um 
prolongamento. Eles ficam localizados na substância 
cinzenta, nos gânglios nervosos e determinados núcleos. 
 Dendritos: pequenos filamentos nervosos que se 
projetam do corpo celular, sendo eles prolongamentos 
especializados para a recepção de estímulos vindos de 
células sensitivas, axônios e de outros neurônios. 
 Axônios: geralmente único, é um prolongamento de diâmetro variável e com até 1 metro de comprimento que, 
em geral, apresenta dilatações denominadas de terminações do axônio, em sua extremidade, ou perto dela. As 
terminações axonais, também chamadas de bulbos terminais (botões terminais), são regiões nas quais os 
impulsos podem ser transmitidos de uma célula para outra. 
 
 Os neurônios podem ser classificados de acordo com a sua forma e 
disposição de seus prolongamentos. 
 Neurônios Multipolares: possuem vários arranjos para seus dendritos 
múltiplos, que saem do soma, e um único axônio. Eles estão presentes 
em todo o sistema nervoso e, em sua maioria, são neurônios motores. 
Alguns neurônios multipolares recebem nomes de acordo com sua 
morfologia (por exemplo, células piramidais), ou recebem o nome do 
cientista que primeiro os descreveu (por exemplo, células de Purkinje do 
cerebelo). 
 Neurônios Bipolares: possuem dois prolongamentos que se originam 
do soma, um menorque forma os dendritos e um axônio. Os neurônios 
bipolares localizam-se nos gânglios vestibulares e cocleares e no 
epitélio olfativo da cavidade nasal. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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 Neurônios Unipolares (antes denominados de neurônios pseudo-unipolares): possuem somente um 
prolongamento que sai do corpo celular, mas este prolongamento se ramifica mais tarde, dando um ramo 
periférico e um ramo central. O ramo central penetra no SNC, e o ramo periférico vai para o seu destino no 
corpo. Os neurônios unipolares estão presentes nos gânglios da raiz dorsal e em alguns dos gânglios dos nervos 
cranianos. 
 
 Os neurônios também são classificados em três grupos gerais, de acordo com sua função: 
 Neurônios sensitivos (aferentes): recebem informações sensitivas em suas terminações dendríticas e 
conduzem impulsos para o SNC, onde estes são processados. 
 Neurônios motores (eferentes): originam-se no SNC e conduzem impulsos para os músculos, glândulas e 
outros neurônios. 
 Interneurônios: localizados totalmente dentro do SNC, funcionam interligando e integrando os demais 
neurônios, estabelecendo redes de circuitos neuronais entre os neurônios sensitivos e motores e outros 
interneurônios. 
 
CORPO CELULAR DO NEURÔNIO (SOMA OU PERICÁRIO) 
 O corpo celular é a região mais distinta do neurônio, embora que a maior parte do volume do citoplasma do 
neuronios está localizada nos prolongamentos, que se originam do corpo celular. O núcleo é grande, em geral de 
formato esférico a ovoide, e de localização central. 
 O citoplasma do corpo celular tem um retículo 
endoplasmático granular (REG) abundante com muitas cisternas 
dispostas em conjuntos paralelos, uma característica 
especialmente saliente nos grandes neurônios motores. 
Polirribossomos também estão dispersos por todo o citoplasma. 
Quando estas cisternas empilhadas do REG e os polirribossomos 
são corados com corantes básicos, eles aparecem como grumos 
de material basófilo denominados corpúsculos de Nissl (cisternas 
+ ribossomos), com função de armazenamento de 
neurotransmissores produzidos pelo neurônio. O REG está 
ausente no cone de implantação, a região do corpo celular da 
qual parte o axônio. Apresentam também um abundante retículo 
endoplasmático agranular disperso por todo o corpo celular e 
que, quando se estende para os dendritos e para o axônio, formam 
as cisternas hipolemais (sequestram cálcio e contém proteínas). 
Além da presença do complexo de Golgi justanuclear 
proeminente, há numerosas mitocôndrias dispersas por todo o citoplasma do soma, dendritos e axonios. Neurofibrilas, 
microtúbulos, neurofilamentos e microfilamentos são componentes do citoesqueleto responsáveis não só por dar 
formato e sustentação à célula, mas também no processo de transporte de moléculas e vesículas contendo 
neurotransmissores. 
 Além de organelas, há no soma do neurônios inclusões citoplasmática localizadas nos corpos celulares dos 
neurônios que incluem substancias não vivas, como a melanina e os pigmentos de lipofucsina, assim como gotículas de 
gordura. Entre as inclusões, temos: 
 Grânulos de Melanina: relacionado com o armazenamento de DOPA (diidroxifenilalanina), o precursor da 
melanina, bem como de neurotransmissores como dopamina e noradrenalina. Está presente por exemplo na 
substancia negra do mesencéfalo e no locus ceruleus da ponte. 
 Lipofucsina: remanescente da atividade enzimática de lisossomos. Esses grânulos aumentam com a idade (a 
partir do depósito de fosfolipídios e gorduras) e podem mesmo deslocar as organelas e o núcleo de um lado da 
célula, possivelmente afetando as funções celulares. 
 Ferro: pigmentos contendo ferro também podem ser observados em alguns neurônios do SNC e podem se 
acumular com a idade. 
 Gotículas de lipídios: resultado de um metabolismo defeituoso, ou de reservas de energia. 
 Grânulos de secreção: presentes nas células neurossecretoras; muitos deles contendo moléculas 
sinalizadoras. 
 
DENDRITOS 
 Os dendritos, partes complexas da membrana plasmática receptora do neurônio, recebem estímulos de outras 
células nervosas. A maioria dos neurônios possui dendritos múltiplos, cada um dos quais parte do corpo celular, 
geralmente como um tronco único curto que se ramifica várias vezes em ramos cada vez menores, afilando-se nas suas 
extremidades como os ramos de uma árvore. 
 A base do dendrito parte do corpo celular e contém o complemento usual de organelas, exceto o complexo de 
Golgi. Afastando-se da base, avançando em direção da extremidade distal do dendrito, na região denominada de 
gêmula ou espinhas (localizadas na superfície de alguns dendritos permitem-lhes formar sinapses com outros 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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neurônios), muitas das organelas tornam-se escassas ou ausentes. Entretanto, as mitocôndrias são abundantes nos 
dendritos. 
 
OBS
2
: Um dendrito das Células de Purkinje, presente no cerebelo, pode apresentar conexões com 200 terminações 
axônicas. 
 
AXÔNIO 
 O axônio origina-se do corpo celular no cone de implantação como um prolongamento único, delgado, que se 
estende pelo corpo celular por distâncias maiores do que as dos dendritos. Alguns axônios possuem ramos colaterais 
que saem em ângulo reto do tronco do axônio. No fim, o axônio pode dividir-se formando muitos pequenos ramos 
(arborização terminal). 
 O cone de implantação (região piramidal do soma que não possui ribossomos) em geral, está localizado no lado 
oposto dos dendritos. A porção do axônio que vai de seu começo até o início da bainha de mielina é denominada de 
segmento inicial. É no segmento inicial, também denominado de zona de disparo do pico, que os impulsos de 
excitação e inibição se somam para determinar se ocorrerá a propagação de um potencial de ação. A sua porção final é 
denominada de telodendro. 
 O plasmalema de certas células da neuroglia (oligodendrócitos no SNC e células de Schwann no SNP) forma 
uma bainha de mielina em torno de alguns axônios, tanto do SNC como do SNP, que são denominados axônios 
mielínicos. A presença de ou ausência de mielina permite subdividir o SNC em substancia branca e substancia 
cinzenta. 
 
OBS
3
: Impulso nervoso. Quando a célula nervosa está em repouso, ou seja, polarizada, apresenta concentrações 
maiores Na+ no meio extracelular e uma maior de K+ no meio intracelular. Ao receber um estímulo, há o início de uma 
inversão nessa concentração, com a entrada de Na+ e saída de K+, fazendo com que o interior se torne positivo, 
caracterizando a fase de despolarização. Ao fim da transmissão do impulso, há um estágio de repolarização, com as 
concentrações retornando aos gradientes normais. 
OBS
4
: Além da condução de impulsos, uma função importante do axônio é o transporte axonal de materiais entre o 
soma e as terminações do axônio. O transporte axonal é tão crucial para as relações tróficas dentro do axônio quanto 
entre neurônios e músculos e glândulas. São de dois tipos: 
 Transporte anterógrado: direção do movimento é do corpo celular para a terminação do axônio e a proteína 
envolvida no processo é a quinesina. É usado no transporte de organelas, vesículas, macromoléculas (actina, 
miosina, e clatrina) e enzimas necessárias a síntese dos neurotransmissores. 
 Transporte retógrado: direção é da terminação do axônio para o corpo celular e a proteína envolvida é a 
dineína (é um processo geralmente associado a processos patológicos). Os elementos que retornam ao corpo 
pelo axônio, por meio do transporte retógrado, incluem blocos para construção de proteínas, blocos de 
neurofilamentos, subunidades de microtúbulos, enzimas solúveis e materiais captados por endocitose (p. ex., 
vírus e toxinas). 
 
OBS
5
: Sinapses nervosas são os pontos onde as extremidades de neurônios vizinhos se encontram e o estímulo passa 
de um neurônio para o seguinte por meio de mediadores químicos, os neurotransmissores. Assinapses ocorrem no 
"contato" das terminações nervosas (axônios) com os dendritos. Em outras palavras, é o contato entre um terminal pré-
sinaptico e um terminal pós-sinaptico (outro neurônio, célula muscular ou célula glandular), estando eles dividos pela 
fenda sinaptica. O contato físico não existe realmente, pois as estruturas estão próximas, mas há um espaço entre elas 
(fenda sináptica). Dos axônios são liberadas substâncias (neurotransmissores), que atravessam a fenda e estimulam 
receptores nos dendritos e assim transmitem o impulso nervoso de um neurónio para o outro. Alguns tipos 
neurotransmissores e neuromoduladores: 
 Pequenas moléculas transmissoras: acetilcolina, aminoácidos (glutamato, aspartato, glicina e GABA), aminas 
biogênicas (serotonina, dopamina, noradrenalina e adrenalina) 
 Neuropeptídios: peptídios opioides (encefalinas e endorfinas), peptídios gastrointestinais (substância P, 
neurotensina e peptídio intestinal vasoativo - VIP), hormônios hipotalâmicos liberados (hormônio liberador de 
tirotrofina e somatostatina), hormônios liberados e armazenados pela neuro-hipófise (ADH e oxitocina). 
 Gases: NO e CO. 
OBS
6
: Tipos de sinapses. Axodendrítica, Axossomática, Axoaxônica, Dendrodendrítica e Células Efetoras. 
OBS
7
: Sinapses químicas: acontece quando o potencial de ação, ou seja, o impulso é transmitido através de um 
mecanismo químico: o neurotransmissor. Neste tipo de sinapse, encontramos todos os componentes que comumente 
são citados, como: membrana pré-sináptica, fenda sináptica e membrana pós-sináptica. Apresenta como características: 
são mais lentas que as elétricas; o impulso é transmitido em uma única direção, podendo ser bloqueada; apresenta 
efeitos pós-sinápticos prolongados. 
OBS
8
: Sinapses elétricas: são menos comuns que as químicas. Neste tipo, as células apresentem um íntimo contato 
através de junções abertas do tipo GAP que permite o livre transito de íons de uma membrana a outra. Desta maneira, o 
potencial se propaga de forma bem mais rápida. Apresenta ainda como características: maior velocidade de 
transmissão; é biderecional; com efeito excitatório; apresente curta duração. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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ASTRÓCITO 
 Os astrócitos são as maiores células da neuroglia e apresentam dois 
tipos distintos: (1) astrócitos protoplasmáticos da substancia cinzenta do SNC 
e (2) astrócitos fibrosos presentes principalmente na substancia branca do 
SNC. 
 Os astrócitos protoplasmáticos são células estreladas dotadas de 
citoplasma abundante, um núcleo grande e muitos prolongamentos curtos e 
ramificados. As extremidades de alguns prolongamentos formam os pés 
vasculares, que entram em contato com vasos sanguíneos. Alguns astrócitos 
estabelecem contato com a pia-máter, formando a membrana pia-glial. 
Apresentam prolongamentos pequenos em tamanho mas bastante numerosos. 
 Os astrócitos fibrosos possuem citoplasma eucromático contendo somente algumas organelas, ribossomos livres 
e glicogênio. Apresentam prolongamentos longos e não ramificados. Estes prolongamentos estão intimamente 
associados à pia-mater e a vasos sanguíneos, mas estão separados destas estruturas por suas próprias lâminas basais. 
Apresentam prolongamentos escassos mas de grande tamanho. 
 Os astrócitos agem capturando íons e restos do metabolismo dos neurônios, tais como potássio, glutamato e 
GABA, que se acumulam no microambiente dos neurônios. Estas células também contribuem para o metabolismo 
energético do córtex cerebral liberando glicose do glicogênio armazenado. Os astrócitos localizados na periferia do SNC 
formam uma camada contínua sobre os vasos sanguíneos e podem auxiliar a manutenção da barreia 
hematoencefálica (impede o contato de substancias tóxicas, antígenos, imunoglobulinas – com exceção do IgG – com 
o SN). Os astrócitos também são atraídos para áreas lesadas do SNC, onde formam tecido cicatricial celular. 
 
MICRÓGLIA 
 Espalhadas por todo o SNC, as células microgliais são pequenas, escutas, assemelhando-
se levemente aos oligodendrócitos. Funcionam como fagócitos removendo fragmentos e estruturas 
lesadas do SNC. Quando ativadas, elas agem como células apresentadoras de antígeno e 
secretam citocinas. 
 
CÉLULAS EPENDIMÁRIAS 
 As células ependimárias são células epiteliais de colunares baixas a cuboides, que 
revestem os ventrículos encefálicos e o canal da medula espinhal. Em algumas regiões, 
estas células são ciliadas, uma característica que facilita a movimentação do líquido 
cefalorraquidiano (LCR). 
 Nos locais em que o tecido neural é delgado, as células ependimárias formam uma 
membrana limitante interna, revestindo o ventrículo, e uma membrana limitante externa, 
abaixo da pia-máter. Algumas células ependimárias modificadas dos ventrículos do 
encéfalo participam da formação do plexo coroide, que é responsável pela secreção e 
manutenção da composição química do LCR. 
 Os tanicitos, células ependimárias especializadas, lançam prolongamentos para o hipotálamo, onde terminam 
perto de vasos sanguíneos e de células neurossecretoras. 
 
OLIGODENDRÓCITOS 
 Os oligodendrócitos são semelhantes aos astrócitos, mas são menores e contém 
menor número de prolongamentos com escassas ramificações. Estão localizados tanto na 
substancia branca como na cinzenta do SNC. 
 Os oligodendrócitos interfasciculares, localizados em fileiras ao lado de feixes de 
axônios, são responsáveis pela produção e manutenção da mielina em torno dos axônios 
do SNC, servindo para isolá-los. Ao produzir mielina, os oligodendócitos funcionam de modo 
semelhante às células de Schwann do SNP, exceto que um único oligodendrócito pode 
envolver vários axônios com segmentos de mielina, enquanto que uma célula de Schwann 
envolve com mielina somente um único axônio. 
 Os oligodendrócitos satélites estão intimamente aderidos aos corpos celulares de grandes neurônios. 
 
CÉLULAS DE SCHWANN 
 Ao contrário de outras células da neuroglia, as células de Schwann estão localizadas 
no SNP, onde envolvem axônios. Elas podem formar dois tipos de cobertura sobre estes 
axônios, mielínicas e amielínicas. 
 A mielina formada pelas células de Schwann organiza-se de modo a formar uma 
bainha enrolada várias vezes em torno do axônio. Ao longo do comprimento do axônio, 
ocorrem interrupções na bainha de mielina, expondo-a a intervalos regulares; estas 
interrupções são denominadas nódulo de Ranvier. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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 Quando a membrana forma uma espiral em torno do axônio, ela produz uma série de linhas largas, densas, 
alternadas com linhas menos densas, mais estreitas, que ocorrem em intervalos regulares de 12nm. A linha mais larga é 
denominada de linha densa principal e representa as superfícies citoplasmáticas fundidas da membrana plasmática da 
célula de Schwann. A linha intraperiódica, mais estreita, representa a aposição dos folhetos externos da membrana 
plasmática da célula de Schwann. 
 
OBS
9
: O processo de mielinização, processo pelo qual a célula de Schwann ou 
o oligodendrócito envolve concentricamente sua membrana em torno do axônio 
formando a bainha de mielina, começa quando a célula mielinizadora envolve 
o axônio e de alguma maneira enrola sua membrana em torno dele. Durante 
este processo, o citoplasma é comprimido retornando para o corpo da célula, 
realizando um espiral na bainha. Uma célula de Shcwann pode mielinizar 
somente um internódulo de um único axônio (e somente no SNP), enquanto que 
os oligodendrócitos podem mielinizar um internódulo de vários axônios (e 
somente no SNC). A partir daí, a fibra pode ser classificada em amielínica 
(célula produtora da bainha dá uma única volta no axônio ou sem formar uma 
bainha propriamente dita) ou mielínica (há formação da bainha de mielina e a 
célula reveste o axônio várias vezes). 
 
 
NERVOS PERIFÉRICOS 
 Os nervos periféricos são feixes de fibras nervosas (axonios)envolvidas por várias bainhas de tecido conjuntivo. 
Estes feixes (fascículos) podem ser observados a olho nu; os nervos mielínicos aparecem brancos por causa da 
presença da mielina. 
 
ENVOLTÓRIO DE TECIDO CONJUNTIVO 
 Os envoltóros de tecido conjuntivo dos nervos periféricos incluem o 
epineuro, perineuro e endoneuro. 
 Epineuro: camada mais externa dos três envoltórios de tecido conjuntivo 
cobrindo os nervos. O epineuro é composto por tecido conjuntivo 
colagenoso denso não modelado contendo fibras elásticas grossas que 
embainham totalmente o nervo. As fibras de colageno desta bainha estão 
alinhadas e orientadas de modo a impedir danos por distenção excessiva 
no feixe fibroso. O epineuro é mais espesso no local em que é continuo 
com a dura-mater, que recobre o SNC. 
 Perineuro: camada média das bainhas de tecido conjuntivo que cobre 
individualmente cada feixe de fibras nervosas dentro do nervo. O 
perineuro é composto por tecido conjuntivo denso, mas é mais delgado 
que o epineuro. Sua superfície interna é revestida por várias camadas de 
células epiletilioides unidas por zônulas de oclusão 
 Endoneuro: camada mais interna dos tres envoltórios de tecido conjuntivo de um nervo, envolvendo fibras 
nervosas individuais (axonios). O endoneuro, tecido conjuntivo frouxo composto por uma delgada camada de 
células reticulares (produzidas pelas células de Schwann subjacentes), fibroblastos dispersos, macrófagos fixos, 
capilares e mastócitos perivasculares. Está em contato direto com a lâmina basal das células de Schwann, 
separados delas por esta lâmina. 
 
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DOS NERVOS 
 Funcionalmente, as fibras nervosas são classificadas em sensitivas (aferentes) e motoras (eferentes). As fibras 
nervosas sensitivas levam informações sensitivas das áreas cutâneas do corpo e das vísceras para o SNC. Já as fibras 
nervosas motoras têm origem no SNC e levam impulsos motores para os órgãos efetores. As raízes sensitivas e as 
raízes motoras da medula espinhal unem-se formando os nervos periféricos mistos, os nervos espinhais, que contêm 
fibras nervosas sensitivas e motoras. 
 
VELOCIDADE DE CONDUÇÃO 
 A velocidade de condução das fibras nervosas periféricas depede de seu grau de mielinização (bem como de 
seu calibre). Nos nervos mielínicos, é somente nos nódulos de Ranvier que os íons conseguem cruzar a membrana 
plasmática do axônio, dando início à despolarização, por dois motivos: os canais de Na+ sensíves à voltagem do 
plasmalema do axônio agrupam-se principalmente nos nódulos de Ranvier; a bainha de mielina que cobre os 
internódulos impede o movimento para fora do excesso de Na+. Por esse motivo, o potencial “salta” de nódulo para o 
nódulo seguinte, um processo denominado condução saltatória. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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 As fibras amielínicas não possuem uma bainha de mielina espessa e nódulos de Ranvier. Por isso, a 
propagação do impulso nas fibras amielínicas ocorre por condução continua, que é mais lenta e exige mais energia do 
que a condução saltatória das fibras mielínicas. 
 
 
GÂNGLIOS 
 Os ganglios são agregações de corpos celulares de 
neuronios localizados fora do SNC. Há dois tipos de ganglios: 
sensitivos e autônomos. 
 Ganglios sensitivos: abrigam corpos celulares de 
neuronios sensitivos. Eles estão associados aos nervos 
cranianos V, VII, IX e X e a cada um dos nervos 
espinhais que saem da medula. Um ganglio sensitivo de 
um nervo craniano aparece como uma intumescência do 
nervo dentro da caixa craniana ou em sua saída desta. 
Os ganglios sensitivos dos nervos espinhais são 
denominados ganglios da raiz dorsal. Os ganglios 
sensitivos abrigam corpos celulares unipolares 
(pseudounipolares) dos nervos sensitivos envoltor por 
células capsulares cuboide. Essas células capsulares 
são, então, circundadas por uma cápsula de tecido 
conjuntivo composto por células satélites e colágeno. 
 Ganglios autônomos: alojam corpos celulares de nervos autônomos pós-ganglionares. Os copos das células 
nervosas desses ganglios causam contração do musculo liso ou cardíaco, ou secreção glandular. No sistema 
simpático, as fibras simpáticas pré-ganglionares estabelecem sinapases com os corpos celulares simpáticos 
pós-ganglionares dos ganglios simpáticos localizados nos ganglios da cadeia simpática, adjacente à medula 
espinhal, ou nos ganglios colaterais, situados ao longo da aorta abdominal. No sistema parassimpático, as fibras 
parassimpáticas pré-ganglionares originam-se em um de dois lugares: de alguns nervos cranianos, ou de alguns 
segmentos da coluna espinhal sacra. 
 
 
 
SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 O sistema nervoso central, encéfalo e medula espinhal, é constituido pela substancia branca e pela substancia 
cinzenta sem a interposição de elementos do tecido conjuntivo; por isso, o SNC tem a consistência de um gel semi-
sólido. 
 A substância branca é constituida principalmente por fibras nervosas mielínicas, algumas fibras amielinicas e 
células da neuróglia. Sua cor branca resulta da abundância da mielina que envolve os axonios. Já a substancia 
cinzenta é constituída por agregações de corpos celulares de neuronios, dendritos e partes amielínicas de axônios, 
assim como células da neuróglia. A ausencia de mielina é responsável pela cor cinzenta destas regiões de tecido vivo. 
 Está situada na periferia (cortex) do cerebro e do cerebelo e também forma os ganglios basais profundos, 
enquanto a substância branca está colocada abaixo do córtex e envolve e os ganglios basais. O inverso é verdadeiro na 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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medula espinhal; a substancia branca está situada ne periferia da medula espinhal, enquanto a substancia cinzenta está 
situada mais profundamente, onde aparece sob a forma de um H, em secção transversal. Um pequeno canal central, 
revestido por células do epêndima e representando a luz do tubo neural original, fica no centro do H. 
 Podemos destacar o seguinte conteúdo de cada uma dessas substâncias: 
 Substância cinzenta: Dendritos, corpos de neurônios, porção inicial não mielinizada dos axônios e células da 
Glia. 
 Substância branca: Não possui corpos de neurônios. Apresenta axônios mielinizados, oligodendrócitos e outras 
células da Glia. 
 
CÓRTEX CEREBRAL 
 A substancia cinzenta da periferia dos hemisférios cerebrais está dobrada em giros e sulcos denominados córtex 
cerebral. O córtex cerebral é responsável pelo aprendizado, memória, integração sensorial, análise da informação e 
início das repostas motoras. 
 O córtex cerebral está dividido em seis camadas compostas por neuronios, cuja morfologia é tipica para cada 
camada. A camada mais superficial fica logo abaixo da pia-máter, a sexta camada, a mais profunda, faz fronteira com a 
substância branca do cérebro. As seis camadas e seus componentes são as seguintes: 
 Camada Molecular: constituída principalmente por terminações nervosas, originárias de outras áreas do 
encéfalo, pelas células horizontais e neuroglia. 
 Camada Granulosa Externa: contém principalmente células granulosas (estreladas) e células da neuroglia. 
 Camada Piramidal Externa: contém células da neuroglia e grandes células piramidais, que se tornam maiores 
da borda externa para a interna desta camada. 
 Camada Granulosa Interna: é uma camada delgada caracterizada por pequenas células granulosas 
(estreladas), dispostas de modo compacto, e neuróglia. Esta camada tem a maior densidade celular do córtex 
cerebral. 
 Camada Piramidal Interna: contem as maiores células piramidais e neuroglia. Esta camada tem a menor 
densidade celular do córtex cerebral. 
 Camada Multiforme: é constituída por células de várias formas (células de Martinotii) e neuroglia. 
 
 
 
CÓRTEX CEREBELAR 
 A camada de substancia cinzenta localizada na periferia do cerebelo é denominada de córtex cerebelar. O córtex 
cerebelar é responsável pela harmonia dos movimentos, equilíbrio,tônus muscular e coordenação motora. 
Histologicamente, o córtex cerebelar é dividido em três camadas: 
 Camada Molecular: diretamente abaixo da pia-máter e contem células estreladas de localização superficial, 
dendritos das células de Purkinje, células em cesto e axônios amielínicos da camada granulosa. 
 Camada de Células de Purkinje: contém as grandes células de Purkinje, em forma de frasco, existentes 
somente no cerebelo. Seus dendritos arborizados projetam-se na camada molecular e seus axônios mielínicos 
projetam-se na substancia branca. Cada célula de Purkinje recebe centenas de milhares de sinpases, 
excitatórias e inibitórias que elva deve integrar para formar a resposta adequada. 
 Camada Granulosa: a camada granulosa (mais profunda) é constituída por pequenas células granulosas e 
glomérulos (ilhotas cerebelares). Os glomérulos são regiões d córtex cerebelar nas quais ocorrem as sinapses 
entre os axônios que chegam ao cerebelo e as células granulosas. Há a presença constante de micróglias 
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MEDULA ESPINHAL 
 A medula espinhal, tubo compacto de tecido nervoso em que, diferentemente do encéfalo, a substância branca 
situa-se perifericamente enquanto que a substancia cinzenta está situada no meio com a forma de um H (em secção 
transversal). 
 Um pequeno canal central (remanescente da luz do tubo neural original) fica no centro da barra transversal do 
H. As barras verticais superiores ao H representam os cornos dorsais da medula espinhal, que recebe da medula 
espinhal, que recebem os prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos cujos corpos celulares estão situados no 
gânglio da raiz dorsal. Os corpos celulares de interneurônios (internunciais) originam-se no SNC e estão totalmente 
confinados nele, onde formam redes de comunicação para a integração entre neurônios sensitivos e motores. Os 
interneuronios constituem vasta maioria dos neurônios do corpo. As barras verticais inferiores do H representam os 
cornos ventrais da medula espinhal, que contêm os corpos de neurônios motores multipolares cujos axônios saem da 
medula através das raízes ventrais. 
 
 
 
 
MENINGES 
 
DURA-MÁTER 
 A dura-mater, que recobre o encéfalo, é um tecido conjuntivo colagenoso denso (fibras de colágeno tipo I) 
constituído por duas camadas intimamente apostas no adulto. 
 A dura-máter perióstea, a camada mais externa, é constituída por células osteoprogenitoras, fibroblastos e 
feixes organizados de fibras colágenas presas de um modo frouxo á superfície interna do crânio, exceto nas 
suturas e na base do crânio, locais em que estão presas de um modo firme. É uma camada bem vascularizada. 
 A camada interna da dura, a dura-máter meníngea é constituída por fibroblastos com citoplasma fortemente 
corado, prolongamentos longos, núcleos ovoides e camadas em lâminas de fibras de colágeno. Esta camada 
também contém pequenos vasos sanguíneos. 
 
 Uma camada de células interna à dura-máter meníngea, denominada camada de células da borda, é 
constituída por fibroblastos achatados dotados de longos prolongamentos que, ocasionalmente, prendem-se uns aos 
outros por desmossomos e junções comunicantes. 
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 A dura-máter da coluna vertebral não está aderida às paredes da coluna vertebral, mas ela forma um tubo 
continuo do forame magno ao segundo segmento do sacro e é perfurada pelos nervos espinhais. O espaço epidural, o 
espaço entre a dura e as paredes ósseas do canal vertebral, está cheio de gordura epidural e um por plexo venoso. 
 
ARACNOIDE 
 A camada aracnoide das meninges é avascular, apesar e vasos sanguíneos passarem por ela. Esta camada 
intermediária das meninges é constituída por fibroblastos, fibras colágenas e algumas fibras elásticas. Os fibroblastos 
formam junções comunicantes e desmossomos uns com os outros. 
 A aracnoide é composta por duas camadas: (1) a primeira é uma membrana achatada semelhante a uma lamina 
em contato com a dura; (2) a segunda, região mais profunda, semelhante a uma teia composta pelas células 
trabeculares da aracnoide (fibroblastos modificados) 
dispostas frouxamente, juntamente com fibras de 
colágeno. Estas trabéculas da arcanoide ocupam o 
espaço subaracnoide, isto é, o espaço entre a parte 
semelhante a uma lamina da aracnoide e a pia. A interface 
entre a dura e a aracnoide, o espaço subdural, é 
considerado um espaço potencial, pois somente aparece 
após lesão que cause hemorragia subdural quando, então, 
o sangue força a separação dessas duas camadas. 
 
PIA-MÁTER 
 A pia-máter, a camada mais interna das 
meninges, está intimamente associada ao tecido 
encefálico, acompanhando todos os seus contornos. 
Entretanto, a pia-máter não chega a entrar em contato 
com o tecido nervoso, pois sempre há uma delgada 
camada de prolongamentos neurogliais interposta entre 
eles. 
 A pia-máter é constituída por uma delgada camada de fibroblastos modificados, achatados (Tec. conjuntivo 
frouxo), que se assemelham às células trabeculares da aracnoide. Os vasos sanguíneos abundantes nesta camada, 
estão envolvidos por células da pia entremeadas com macrófago, mastócito e linfócito. Entre a pia e o tecido nervoso, há 
delicadas fibras colágenas e elásticas. 
 
 
PLEXO COROIDE 
 O plexo coroide, constituído por dobras de pia-máter dentro dos ventrículos encefálicos, produz o LCR. As 
dobras da pia-máter, que contem um grande numero de capilares intercalados por tecido conjuntivo frouxo vascularizado 
e são envolvidas por um epitélio cuboide simples (ependimário) que as reveste, estendem-se pelos ventrículos 
encefálicos, terceiro, quarto e laterais, formando o plexo coroide. 
 O plexo coroide produz o LCR, que enche os ventrículos encefálicos e o canal central da medula espinhal. O 
LCR banha o SNC ao circular pelo espaço subaracnoideo. 
 O LCR circula pelos ventrículos encefálicos, espaço subaracnoideo, espaço perivascular e canal central da 
medula. Apresenta baixo teor de proteínas, mas é rico em íons sódio, potássio e cloreto. É constituído em cerca de 90% 
de água e íons, contendo algumas células descamadas e linfócitos ocasionais. Realiza as seguintes funções: 
 Proteção do SNC contra traumatismo (coxim); 
 Via de eliminação de produtos do metabolismo do SNC; 
 Defesa contra agentes infecciosos; 
 Usado para diagnósticos de Infecções, Hemorragias, Doenças Degenerativas e Doenças Neoplásicas. 
 
 
REGENERAÇÃO DOS NERVOS 
 Os neurônios destruídos por um traumatismo não são substituídos, pois os neurônios não proliferam. Por isso 
que uma lesão ao SNC é permanente. Entretanto, quando uma fibra nervosa periférica é lesada ou seccionada, o 
neurônio tenta reparar o dano, regenerando o prolongamento e restaurando a função através de uma série de eventos 
estruturais e metabólicos, coletivamente denominados de reação axonal. 
 As reações ao trauma localizam-se, de um modo característico, em três regiões do neurônio: (1) no local do 
dano (mudanças locais); (2) distais ao local do dano (mudanças anterógradas); e (3) proximais ao local do dano 
(mudanças retrógradas). 
 
REAÇÃO LOCAL 
 A reação local à lesão envolve reparação e remoção de detritos por células da neuroglia. As extremidades 
seccionadas expandem-se por causa do acúmulo de material trazido pelo axoplasma. Macrófagos e fibroblastos infiltram 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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a área lesada, secretam citocinas e fatores de crescimento, e supra-regulam a expressão destes receptoes. Macrófagos 
invadem a lâmina basal e, ajudados de um modo limitado pelas células de Schwann, fagocitam os detritos. 
 
REAÇÃO ANTERÓGRADA 
 A porção do axônio distal à lesão degenera e é fagocitada. O axônio sofre mudanças anterógradas da seguinte 
maneira: 
1. A terminação do axônio se hipertrofia e degenera dentro de uma semana; consequentemente, acabao 
contato com a membrana pós-sináptica. Células de Schwann proliferam e fagocitam restos da terminação do 
axônio, e as células de Schwann recém-formadas ocupam o espaço sináptico. 
2. A porção distal do axônio sofre degeneração walleriana (degeneração ortógrada), na qual o axônio e a 
mielina distais à lesão desintegram, células de Schwann se desdiferenciam e a síntese de mielina é 
interrompida. Além disso, macrófagos e, em cerca extensão, células de Schwann fagocitam os restos 
desintegrados. 
3. Células de Schwann proliferam formando uma coluna de células de Schwann (tubos de Schwann) contidos 
dentro da lamina basal original do endoneuro. 
 
REAÇÃO RETRÓGRADA E REGENERAÇÃO 
 A porção proximal do axônio lesado degenera e, a seguir, ocorre o brotamento de um novo axônio cujo 
crescimento é orientado pelas células de Schwann. A parte do axônio proximal à lesão passa pelas seguintes 
transformações: 
1. O pericário do neurônio lesado se hipertrofia (com o acúmulo de neurotransmissores), seus corpos de Nissl 
se dispersam e seu núcleo fica deslocado. Estes eventos, denominados cromatólise, podem durar vários 
meses. Enquanto isso, o soma produz ativamente ribossomos livres e sintetiza proteínas e várias 
macromoléculas, incluindo RNA. Durante este período, o coto proximal do axônio e a mielina que o envolve 
degeneram até o axônio colateral mais próximo. 
2. Vários brotos do axônio emergem do coto proximal do axônio, penetram no endoneuro, e são dirigidos pelas 
células de Schwann para sua célula alvo. Para que a regeneração ocorra, devem estar presentes células de 
Schwann, macrófagos e fibroblastos, assim como a lâmina basal. Estas células produzem fatores de 
crescimento e citocinas e supra-regulam a expressão dos receptores destas moléculas sinalizadoras. 
3. O broto é dirigido pelas células de Schwann que se rediferenciam e começam a produzir mielina em torno do 
axônio em crescimento, ou, nos axônios amielínicos, formam uma bainha de células de Schwann. O broto 
que alcança primeiro as células alvo forma uma sinapse, enquanto os outros brotos degeneram. O processo 
de regeneração progride de 3 a 4 mm/dia. 
 
CORRELAÇÕES CLÍNICAS 
 Meningite: é uma inflamação das meninges, incluindo a pia-máter e a membrana-aracnoide, e do líquido 
cefalorraquideano (LCR). Apesar de a causa mais comum ser infecciosa (através de bactérias, vírus ou mesmo 
fungos), alguns agentes químicos e mesmo células tumorais poderão provocar meningite. A meningite 
bacteriana é uma doença grave, que deve ser tratada como uma emergência clínica. Pacientes que recebem o 
diagnóstico e o tratamento adequado têm um bom prognóstico (cerca de 90% de chance de cura). As bactérias 
são sem dúvida os agentes etiológicos mais importantes na meningite. Diversas espécies bacterianas têm 
capacidade de invadir a barreira hemato-encefálica, sendo que as mais importantes são: Estreptococos beta-
hemolíticos (cocos Gram positivos); Haemophilus influenzae (bacilo Gram negativo); Streptococcus pneumoniae. 
A princípio os sintomas resultam da infecção e a seguir do aumento na pressão intracraniana: dor de cabeça 
alta; febre alta e vômitos; Cefaleia, irritabilidade, confusão, delírio e convulsões; Rigidez da nuca, ombro ou das 
costas; Aparecimento de petéquias (geralmente nas pernas), podendo evoluir até grandes lesões equimóticas ou 
purpúricas; Resistência à flexão do pescoço. 
Para uma maior eficiência, o tratamento deve ser específico para o agente etiológico envolvido. No caso de 
meningites virais não há tratamento específico, mas essas tendem a ser infecções menos graves e auto-
limitadas. Para as infecções bacterianas o tratamento deve ser o mais rápido possível por meio de antibióticos. 
 
 Doença de Parkinson: doença incapacitante relacionada à ausência de dopamina em algumas regiões do 
encéfalo. Caracteriza-se por rigidez muscular, tremor constante, bradicinesia (movimentos lentos) e, finalmente, 
uma face semelhante a uma máscara e dificuldade de realizar movimentos voluntários. Como a dopamina é 
incapaz de atravessar a barreira hematoencefálica, a terapia é feita com L-dopa, que alivia o problema, apesar 
de os neurônios da área afetada continuarem a morrer. Os esforços para transplantar tecido de adrenal fetal em 
pessoas com esta doença somente trouxeram alívio temporário. 
 
 Coreia de Huntington (CH): condição geneticamente hereditária, que se inicia em torno da terceira ou quarta 
década de vida. Ela começa por movimentos involuntários e desordenados das articulações que progridem para 
distorções graves, demência e disfunção motora. Acredita-se que esta condição esteja relacionada à perda de 
células produtoras de GABA, um neurotransmissor inibitório. Sem o GABA, os movimentos são descontrolados. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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Acredita-se que a demência associada a esta doença esteja relacionada à perda subsequente de células 
secretoras de acetilcolina. 
 
 Doença de Alzheimer (mal de Alzheimer): é uma doença degenerativa do cérebro caracterizada por uma 
perda das faculdades cognitivas superiores, manifestando-se inicialmente por alterações da memória episódica. 
Estes défices amnésicos agravam-se com a progressão da doença, e são posteriormente acompanhados por 
déficites visuo-espaciais e de linguagem. A base histopatológica da doença foi descrita pela primeira vez pelo 
neuropatologista alemão Alois Alzheimer em 1909, que verificou a existência juntamente com placas senis (hoje 
identificadas como agregados de proteína beta-amiloide), de emaranhados neurofibrilares (hoje associados a 
mutação da proteína tau, no interior dos neurotúbulos). Caracteriza-se clinicamente pela perda progressiva da 
memória. O cérebro de um paciente com a doença de Alzheimer, quando visto em necrópsia, apresenta uma 
atrofia generalizada, com perda neuronal específica em certas áreas do hipocampo mas também em regiões 
parieto-occipitais e frontais. 
 
 Esclerose múltipla: doença relativamente comum que afeta a mielina, sendo mais comum em mulheres que em 
homens. Usualmente, ela ocorre entre os 15 e os 45 anos de idade e sua principal característica patológica é a 
dismielinização do SNC (nervo óptico, cerebelo e substancia branca do cérebro, da medula espinhal e dos 
nervos cranianos e espinhais). Esta doença caracteriza-se por apresentar episódios de inflamação multifocal ao 
acaso, edema e desmielinização subsequente de axônios do SNC, seguidos por períodos de remissão. Como se 
acredita que esta desmielinização resulte de um processo autoimune (como consequência de um agente 
infeccioso), a terapia mais comum para esclerose múltipla é a imunossupressão com corticoesteroides, apesar 
de se acreditar que a atividade anti-inflamatória da terapia seja a que cause os maiores benefícios. 
 
 
 
SENTIDOS ESPECIAIS 
Do ponto de vista biológico e de ciências cognitivas, os sentidos representam o meio pelo qual os seres vivos 
percebem e reconhecem outros organismos, além das características do meio ambiente em que se encontram, 
garantindo a melhor adaptação ao mesmo e facilitando a sobrevivência da espécie. 
As terminações nervosas periféricas auxiliam no processo de codificação sensorial, podendo ser de dois tipos: 
 Axonais; que transmitem impulsos do SNC para os músculos esqueléticos ou para glândulas 
(terminações motoras ou secretoras) 
 Dendríticas; Recebem diversos estímulos e emitem para o SNC (sensitivas ou receptores) 
 
Os receptores sensoriais podem ser: 
 Exteroceptores: situados na superfície do corpo, são especializados para recepção de estímulos do 
ambiente externo. 
 Proprioceptores: Transmitem informações sensitivas para o SNC e estão localizados nas cápsulas de 
articulações, tendões e fibras intrafusais. 
 Interoceptores: Recebem estímulos sensitivos originários de dentro de alguns órgãos do corpo. 
 
RECEPTORES PERIFÉRICOS ESPECIALIZADOS 
As terminações dendríticas de alguns receptores sensitivos são especializadasna recepção de determinados 
estímulos, ajudando o dendrito a responder. Por isso, esses receptores são classificados: 
 Mecanorreceptores: Respondem ao tato; 
 Termorreceptores: Respondem ao frio e ao calor; 
 Nociceptores: Respondem à dor. 
 
MECANORRECEPTORES 
Os mecanorreceptores respondem a estímulos mecânicos capazes de deformar o receptor ou os tecidos que o 
envolvem. 
 Não-encapsulados: são mecanorreceptores simples e amielínicos. 
 Terminações nervosas peritriquiais: São a forma mais simples dos mecarreceptores, estão localizadas 
na epiderme da pele – especialmente em regiões muito sensíveis. Funcionam na percepção do tato 
relacionado à deformação dos pelos. 
 Discos de Merkel: São mais complexos e especializados no tato discriminatório. Estão localizados nas 
regiões mais sensíveis do tato. 
 
 Encapsulados: são mecanorreceptores mielinizados com estruturas características e que estão presentes em 
locais específicos. 
 Corpúsculos de Meissner: Especializados na discriminação tátil e encontrados na porção sem pelos dos 
dedos e das palmas das mãos, pálpebras, lábios, língua. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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 Corpúsculos de Pacini: Situados na derme dos dedos das mãos e nas mamas, são especializados na 
recepção de pressão, tato e vibrações. 
 Corpúsculos de Krause: Situados na região papilar da derme, têm função desconhecida. 
 
OBS
10
: Os fusos musculares e os órgãos tendinosos de Golgi são mecanorreceptores encapsulados que participam da 
propriocepção. Informam as mudanças de comprimento do músculo durante a contração e monitoram a tensão e a 
velocidade durante o movimento, respectivamente. 
 
TERMORRECEPTORES 
Os termorreceptores são receptores para calor e frio e, portanto, são nociceptores sensíveis à temperatura. 
 
NOCICEPTORES 
Os nociceptores são responsáveis pela percepção da dor e são terminações nuas de fibras nervosas mielínicas 
que se dividem em 3 grupos: os que respondem à tensão mecânica, os que respondem a extremos de calor ou frio e os 
respondem a compostos químicos. 
 
 
OLHO 
Os olhos estão situados dentro de órbitas ósseas ocas. São órgãos fotossensíveis do corpo; a luz que entra 
atinge o globo ocular, que é composto por três túnicas: fibrosa, vascular e nervosa, formando a informação visual que é 
transmitida pelo nervo óptico para o cérebro. 
 
 
 
O globo ocular é composto por três túnicas: 
- Túnica fibrosa: formada por esclera e córnea; 
- Túnica vascular: formada por coroide, corpo ciliar e íris; 
- Túnica nervosa: formada pela retina. 
 
TÚNICA FIBROSA 
É a camada mais externa do olho, formada, na parte posterior, pela esclera – branca e opaca- e, na parte 
anterior, pela córnea – transparente e incolor. 
A esclera é constituída por uma camada de tecido conjuntivo denso não-modelado e é, praticamente, avascular. 
Está ligada a uma delgada camada de tecido conjuntivo frouxo, a episclera. É também constituída por feixes 
entrelaçados de colágeno tipo I, que dá forma ao olho, isso é mantido pela pressão intraocular dada pelo humor aquoso 
e corpo vítreo. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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A córnea é a porção transparente avascular e altamente inervada da túnica fibrosa. É a mais espessa e 
constituída por cinco camadas: 
● Epitélio corneano: Tecido epitelial pavimentoso estratificado não-queratinizado. Suas células possuem 
microvilosidades, zona de oclusão, interdigitações e desmossomos. É um epitélio ricamente inervado. 
● Membrana de Bowman: Possui fibras de colágeno tipo I de forma aleatória atravessada por fibras nervosas 
que inervam o epitélio corneano. 
● Estroma: É a camada mais espessa da córnea, transparente, com tecido conjuntivo de fibras colágenas tipo I 
dispostas em lamelas, apresenta espaços que formam a rede trabecular que conduz ao canal de Schlemm. 
● Membrana de Descemet: Espessa membrana basal. 
● Endotélio corneano: Epitélio simples pavimentoso responsável pela síntese de proteínas necessárias à 
secreção e manutenção da membrana de Descemet. A qualidade refrativa da córnea é mantida graças ao 
transporte de sódio, cloro e água; assim, o excesso de líquido no estroma é reabsorvido, 
 
TÚNICA VASCULAR 
É a túnica média do olho constituída por coroide, corpo ciliar e íris. 
 Coroide é a camada pigmentada da túnica vascular, localizada na porção posterior do globo ocular, 
vascularizada e constituída por tecido conjuntivo frouxo contendo numerosos fibroblastos e outras células do 
tecido conjuntivo, sendo ricamente suprida por vasos sanguíneos, que nutrem a retina. 
 Corpo ciliar é a extensão do coroide, ocupando o espaço entre a retina e a íris. É constituído por tecido 
conjuntivo frouxo contendo numerosas fibras elásticas, vasos sanguíneos e melanócitos. Sua superfície medial 
se projeta em direção ao cristalino, formando os processos ciliares, cujas células transportam um filtrado do 
plasma para a câmara posterior do olho, formando, assim, o humor aquoso, que fornece oxigênio e nutrientes 
para o cristalino e córnea. 
 Íris é a extensão mais anterior da coroide, controla a abertura pupilar e é colorida por conta dos melanócitos no 
epitélio e estroma, dando cor aos olhos. Sua parte anterior é constituída por uma camada de células 
pigmentadas e de fibroblastos; logo abaixo, há o estroma de tecido conjuntivo, pouco vascularizado, contendo 
numerosos fibroblastos e melanócitos. Já sua superfície posterior, é lisa e está coberta pela continuação de duas 
camadas do epitélio da retina que cobrem o corpo ciliar. As células epiteliais voltadas para o estroma da íris têm 
extensões que formam o músculo dilatador da pupila que, juntamente com a contração do músculo esfíncter da 
pupila, modifica o diâmetro da pupila, que muda inversamente à quantidade de luz que nela penetra. 
 Cristalino é um disco transparente e biconvexo, flexível, constituído por células epiteliais e seus produtos de 
secreção e por três partes: 
 Cápsula do cristalino: Lâmina basal contendo colágeno tipo IV e glicoproteína; 
 Epitélio subescapular: Revestido por uma camada de células cuboides, que se comunicam por junções 
comunicantes; 
 Fibras do cristalino. 
 
 Corpo vítreo é um gel transparente que preenche a cavidade vítrea situada atrás do cristalino, constituído por 
água, fibras de colágeno e ácido hialurônico. 
 
TÚNICA NERVOSA 
A retina faz parte da túnica mais interna do olho que contém as células fotorreceptoras: cones e bastonetes. O 
disco óptico é o local de saída do nervo óptico e, por não conter células fotorreceptoras, é considerado o ponto cego da 
retina. Localizada mais lateralmente, está a mácula lútea e, centralmente, a fóvea central. 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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A retina é constituída por dez camadas: 
 Epitélio pigmentar: constituído por células cuboides a colunares, cujos núcleos situam-se basalmente. Eesta 
camada absorve a luz após o estímulo dos fotorreceptores, evitando a reflexão pelas demais túnicas e fagocitam 
discos membranosos descartados pelos bastonetes. 
 Camada de cones e bastonetes: a base dessas células faz sinapses com as células bipolares subjacentes. 
o Cones: Quando ativados pela luz intensa, produzem uma grande asciduidade visual. São longos e 
estreitos na fóvea central. 
o Bastonetes: Células alongadas que são ativadas pela luz fraca, incapazes de perceber cores. 
Respondem mais lentamente que os cones. 
 Membrana Limitante Externa: É uma zona de adesão das células de Müller, que são células da neuroglias 
modificadas que dão sustentação para as células da retina nervosa. 
 Camada Nuclear Externa: Núcleos dos cones e bastonete 
 Camada Plexiforme Externa: Realizam sinapses axodendríticas entre células fotorreceptoras e os dendritos 
das células bipolares e horizontais subjacentes 
 Camada Nuclear Interna: 
o Neurônios bipolares: interpostosentre as células receptoras e as células ganglionares. 
o Células horizontais: estabelecem sinapses com as junções sinápticas entre as células 
fotorreceptoras e as células bipolares. 
o Células amácrinas: seus dendritos terminam em complexos sinápticos entre as células 
fotorreceptoras e ascélulas bipolares e estabelecem sinapses com células interplexiformes. 
o Células de Müller: células da neuróglia modificadas, se estendendo do corpo vítreo até os 
segmentos internos dos cones e dando sustentação para as células da retina nervos. 
 Camada Plexiforme Interna: os prolongamentos das células amácrinas, das bipolares e das ganglionares se 
misturam na camada plexiforme interna e as sinapses axodendríticas entre os axônios das células bipolares e os 
dendritos das células ganglionares e das células amácrinas também estão situadas nessa camada 
 Camada de Células Ganglionares: corpos celulares de grandes neurônios multipolares das células 
ganglionares da retina estão situados nessa camada. 
 Camada de Fibras Do Nervo Óptico: axônios amielínicos das células ganglionares 
 Membrana Limitante Interna: lâmina basal das células de Müller 
 
ESTRUTURAS ACESSÓRIAS DOS OLHOS 
As estruturas acessórias do olho incluem a conjuntiva, a pálpebra e o aparelho lacrimal. 
 Conjuntiva é uma membrana mucosa transparente que reveste a superfície interna das pálpebras e cobre a 
esclera da parte anterior do olho, é constituída por epitélio colunar estratificado contendo células caliciformes e 
que se assenta sobre uma lâmina basal e uma lâmina própria composta por tecido conjuntivo frouxo. A secreção 
das células caliciformes faz parte da película lacrimal, que ajuda a lubrificar e proteger o epitélio do aspecto 
anterior do olho. 
 As pálpebras formam uma barreira protetora para a superfície anterior do olho, sendo constituída por epitélio 
pavimentoso estratificado. Glândulas sudoríparas, pelos e glândulas sebáceas estão localizados na pele das 
pálpebras. As glândulas de Meibomian, glândulas sebáceas modificadas, abrem-se na borda livre das pálpebras 
e secretam uma substância oleosa que é incorporada na película lacrimal e acaba por impedir a evaporação das 
lágrimas. 
 O aparelho lacrimal é constituído pela glândula lacrimal, que secreta o fluido lacrimal; pelos canalículos 
lacrimais, que removem o fluido lacrimal da superfície do olho; pelo saco lacrimal, que é uma porção dilatada do 
sistema de dutos e pelo ducto nasolacrimal, que leva o fluido lacrimal para a cavidade nasal. 
 
 
ORELHA 
O funcionamento da orelha interna 
objetiva a interpretação de sons e, para isso, 
baseia-se na dinâmica dos fluidos contidos em 
dois labirintos: ósseo e membranoso. 
 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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A energia sonora, depois de conduzida ao longo da orelha externa, estimula o movimento dos ossículos da 
orelha média, fazendo com que o estribo estimule a propagação sonora pela perilinfa, a partir da janela oval. Como a 
janela oval se abre na rampa vestibular, este é o primeiro espaço a receber as vibrações da base do estribo. A rampa 
média (representada pelo próprio ducto coclear) está entre a rampa vestibular e a rampa timpânica e está preenchida 
por endolinfa, como vimos anteriormente. Esta rampa tem duas fronteiras: membrana de Reissner e a membrana basilar. 
A membrana de Reissner (vestibular) separa a rampa vestibular da rampa média. Atendendo à sua espessura (por ser 
muito fina), não oferece obstáculo à passagem das ondas sonoras. Deste modo, a compressão e propagação do som ao 
longo da perilinfa é facilmente propagada à endolinfa dentro do ducto coclear, onde está contido o órgão de Corti. 
O órgão de Corti consiste em: membrana basilar; membrana tectorial; e células ciliadas entre as duas 
membranas, apresentando ainda células de suporte. As células ciliadas são as receptoras do sinal vibratório, capazes 
de transformar a energia sonora propagada pela endolinfa em impulso nervoso. Este impulso será propagado através do 
componente coclear do N. vestíbulo-coclear, percorrendo a via auditiva, até o córtex auditivo, onde acontecerá a 
interpretação do som. 
 
ORELHA EXTERNA 
Constituído pelo pavilhão da orelha (composto por uma placa de cartilagem elástica), meato auditivo 
externo(revestido por pele, contendo folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas modificadas denominadas 
glândulas ceruminosas, que produzem cerume, que, juntamente com os pelos, impedem a penetração profunda de 
objetos no meato) e membrana timpânica, cuja superfície externa é coberta por uma epiderme delgada e interna, por 
epitélio simples pavimentoso ou cuboide. 
 
ORELHA MÉDIA 
Espaço cheio de ar revestido por epitélio pavimentoso simples que contém os ossículos: martelo, bigorna e 
estribo, que cobrem a distância entre a membrana timpânica e a membrana da janela oval. A cavidade timpânica é 
revestida por epitélio simples pavimentoso, entretanto, mais profundamente, aproximando-se da tuba auditiva, o osso da 
cavidade timpânica é substituído por cartilagem e seu revestimento epitelial torna-se um epitélio colunar 
pseudoestratificado ciliado. 
 
OBS
11
: Ao deglutir, assoar o nariz ou bocejar, o orifício da tuba auditiva abre-se permitindo uma equalização da pressão 
do ar, aliviando a pressão do ouvido durante o voo ou em lugares com elevadas altitudes. 
 
O martelo, a bigorna e o estribo estão articulados em série por meio de articulações sinoviais revestidas por 
epitélio pavimentoso simples. O martelo está preso à membrana timpânica, a bigorna está entre ele e o estribo e este, 
por sua vez, está ligado à janela oval, que junto com a janela redonda, une a cavidade do ouvido médio com o ouvido 
interno. 
O músculo tensor do tímpano e o estapédio auxiliam os movimentos da membrana timpânica e dos ossículos. Ao 
vibrar, a membrana timpânica movimenta os ossículos, dessa forma, as oscilações são ampliadas, fazendo vibrar a 
membrana da janela oval, colocando em movimento o líquido dentro da cóclea. 
 
ORELHA INTERNA 
A orelha interna é constituída pelo labirinto ósseo, uma cavidade irregular, situada na porção petrosa do 
temporal, e pelo labirinto membranoso. 
O labirinto ósseo é revestido por endósteo e está separado do labirinto membranoso pelo espaço perilinfático, 
que é preenchido por um líquido claro denominado perilinfa. 
O vestíbulo é a parte central do labirinto ósseo situada entrea a cóclea, que ocupa uma posição anterior, e os 
canais semicirculares, que ocupam uma posição posterior. Sua de parede lateral contém a janela oval e janela redonda. 
Contendo também regiões especializadas do labirinto membranoso: utrículo e sáculo. 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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LABIRINTO MEMBRANOSO 
O labirinto membranoso está preenchido pela endolinfa, possui o sáculo e o utrículo, os dutos semicirculares e o 
duto coclear. 
 
SÁCULO E UTRÍCULO 
O sáculo e o utrículo estão ligados entre si por meio do duto utriculossacular. São constituídos por uma delgada 
camada vascular externa de tecido conjuntivo e uma camada interna de epitélio simples pavimentoso ou cuboide. Suas 
regiões especializadas percebem a orientação da cabeça em relação à gravidade(sáculo) e aceleração(utrículo),agindo 
como receptores, que são denominados mácula do sáculo e mácula do utrículo. 
As máculas são constituídas por dois tipos de células neuroepiteliais: células pilosas tipo I e tipo II, cada célula 
pilosa possui um único quinocíclio (cílio móvel) e vários estereocílios e por células de sustentação, que se assentam 
sobre uma lâmina basal. 
 
OBS
12
: A inervação das células pilosas é derivada da divisão vestibular do nervo Vestibulococlear. 
 
DUTOS SEMICIRCULARES 
O duto semicircular é uma continuação do labirinto membranoso que parte do utrículo, são em três e a 
extremidade deles é dilatada, essa região expandida é denominada ampola, que contém as cristasampolares, áreas de 
receptores especializados. 
A cúpula é uma massa glicoproteica gelatinosa com função de cobrir as cristas ampulares. 
 
DUCTO COCLEAR E ÓRGÃO DE CORTI 
O duto coclear – também chamado de escala média- é uma porção do labirinto membranoso. É um órgão 
receptor, cuneiforme, contido na cóclea óssea e envolvido por perilinfa, separado por duas membranas: membrana 
vestibular (de Reissner) e membrana basilar. 
 
LABIRINTO ÓSSEO 
O sistema ou aparelho vestibular é o conjunto de órgãos do ouvido interno dos vertebrados responsáveis pela 
manutenção do equilíbrio. No homem, é formado pelos três canais semicirculares (que abrigam os ductos semiciculares) 
e o vestíbulo (que contém o sáculo e o utrículo). Ao vestíbulo, encontra-se igualmente ligada a cóclea que é a sede do 
sentido da audição. Ao conjunto destas estruturas, dá-se o nome labirinto ósseo (canais semicirculares, vestíbulo e 
cóclea), devido à complexidade da sua forma tubular e constituição calcificada (e dentro do labirinto ósseo, está presente 
o labirinto membranoso, representado pelos ductos semicirculares, sáculo, utrículo e ducto coclear). 
 O compartimento, cheio de perilinfa, situado acima da membrana vestibular é denominado escala vestibular e o 
situado abaixo da membrana basilar, chamado escala timpânica. Esses compartimentos comunicam-se através do 
helicotrema, que se localiza no ápice da cóclea. A membrana vestibular é constituída por duas camadas de epitélio 
pavimentoso, que são separadas uma da outra por uma lâmina basal. A membrana basilar, que se estende da lâmina 
espiral no modíolo até a parede lateral, sustenta o órgão de Corti e é constituída por duas zonas: a zona arqueada e a 
zona pectinada. A zona arqueada, mais delgada e mais mediai, sustenta o órgão de Corti e a zona pectinada é 
semelhante a uma malha fibrosa contendo alguns fibroblastos. 
 
 
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CÓCLEA 
A cóclea funciona na percepção do som. As ondas sonoras colhidas pelo ouvido externo vão para o meato 
auditivo externo e são recebidas pela membrana timpânica, que é posta em movimento. A membrana timpânica converte 
ondas sonoras em energia mecânica. 
As vibrações da membrana timpânica movimentam o martelo e, conseqüentemente, os dois ossículos restantes. 
Por causa de uma vantagem mecânica conferida pelas articulações dos três ossículos, a energia mecânica é ampliada 
cerca de 20 vezes ao chegar à base do estribo, onde movimenta a membrana da janela oval. Os movimentos da janela 
oval dão início a ondas de pressão na perilinfa contida na escala vestibular. Como os líquidos (neste caso a perilinfa) são 
incompressíveis, a onda é transmitida pela escala vestibular, através do helicotrema, para a escala timpânica. A onda de 
pressão da perilinfa da escala timpânica causa a vibração da membrana basilar. 
O órgão de Corti está firmemente aderido à membrana basilar, por isso um movimento oscilatório desta 
membrana é traduzido em um movimento de cisalhamento sobre os estereocílios das células pilosas, que estão imersas 
na membrana tectorial rígida que os cobre. Quando a força de cisalhamento produz uma deflexão dos estereocílios em 
direção dos estereocílios mais altos, a célula torna-se despolarizada gerando, assim, um impulso que é transmitido 
através de fibras nervosas aferentes. 
 
 
 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO 
 
 O sistema nervoso consiste no conjunto de órgãos constituídos pelo tecido nervoso, responsáveis por controlar 
as reações do animal no ambiente externo, e também pelo controle visceral. Na espécie humana, ainda acumula as 
funções de cognição, aprendizado, memória, e personalidade. 
 
IMPORTÂNCIA FUNCIONAL E CLÍNICA 
Sua relevante capacidade funcional, associada a grande variedade de patologias que podem comprometê-lo, faz 
com que o sólido conhecimento de sua morfologia e respectivas correlações funcionais podem influenciar decisivamente 
para um diagnóstico precoce, tratamento e, consequentemente, prognóstico favorável para o paciente. 
O sistema nervoso pode estar relacionado, por exemplo, com as seguintes especialidades da área de saúde: 
 Neuroanatomia 
 Neurologia 
 Neurocirurgia 
 Psiquiatria 
 Psicologia 
 Fisioterapia 
 Enfermagem 
 Fonoaudiologia 
 Pedagogia 
 
Um exemplo prático se faz nos casos de fratura da base do crânio, mais especificamente na fossa anterior: pode 
ocorrer comprometimento do osso etmoide, cursando com lesão menígea e rinorreia (extravasamento de líquido pelo 
nariz – neste caso, líquor ou líquido cérebro-espinhal), podendo o paciente evoluir com meningite. 
Outro exemplo diz respeito à importância do chamado diagnóstico topográfico em neurologia: lesões em 
locais específicos do sistema nervoso periférico e/ou central podem causar síndromes motoras ou sensitivas específicas 
que, somente através da análise clínica do paciente, se torna possível presumir a região acometida com grande precisão 
(como é nos casos de hemissecção medular ou síndrome de Brown-Serquard, poliomielite, lesões mediais do bulbo ou 
síndrome de Dejerine, lesões da base do pedúnculo cerebral do mesencéfalo ou síndrome de Weber, etc.). 
 
TECIDO NERVOSO 
 O tecido nervoso é constituído, basicamente, por neurônios (e suas fibras ou axônios) e células da Glia. 
 Neurônios: são células (cerca de 100 bilhões) altamente especializadas e sem poder de regeneração (ou com 
pouco poder). Os corpos dos neurônios estão localizados na chamada substância cinzenta e seus axônios (ou 
fibras) estão localizados na substância branca. As principais funções ou propriedades dos neurônios são: 
o Excitabilidade: utilizada na percepção das mais sutis modificações ocorridas nos ambientes externo e 
interno. Como resposta ao estímulo o neurônio desencadeia um impulso nervoso. 
o Condutibilidade: capacidade de transmitir os impulsos nervosos. 
 
 Células da Glia: com uma população celular 10 vezes maior que a do neurônio, tem funções coordenadas para 
auxiliar à tarefa dos neurônios. Possuem maior potencial de regeneração. As principais células são: 
o Astrócitos: barreira Hematoencefálica 
o Oligodendrócitos: bainha de Mielina no SNC. 
o Micróglia: função fagocítica. 
o Células ependimárias: Plexos Corioides 
o Células de Schwann: Bainha de Mielina no SNP. 
 
DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO 
 Do ponto de vista anatômico, podemos dividir o sistema nervoso em duas grandes partes: o sistema nervoso 
central (S.N.C.) e o sistema nervoso periférico (S.N.P.). O primeiro reúne as estruturas situadas dentro do crânio 
(encéfalo) e da coluna vertebral (medula espinal), enquanto o segundo reúne as estruturas distribuídas pelo organismo 
(nervos, plexos e gânglios periféricos). 
 Já do ponto de vista funcional, o sistema nervoso deve ser dividido em sistema nervoso somático (S.N.S.) e 
sistema nervoso autonômico (S.N.A.), de modo que o primeiro está relacionado com funções submetidas a comandos 
conscientes (sejam motores ou sensitivos, estando relacionado com receptores sensitivos e com músculos estriados 
esqueléticos) e o segundo, por sua vez, está relacionado com a inervação inconsciente de glândulas, músculo cardíaco 
e músculo liso. 
Arlindo Ugulino Netto; Rebeca Isabel Rodrigues Abrantes Nassim Chattah. 
MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL – NERVOSO 
 
2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA NERVOSO 
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DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA NERVOSO 
 Do ponto de vista anatômico, o 
sistema nervoso pode ser dividido em sistema 
nervoso central (SNC) e sistema nervoso 
periférico (SNP). 
 Por definição didática, temos: 
 SNC: conjunto de órgãos do sistema 
nervoso que se encontra protegido 
pelos ossos do esqueleto axial da 
cabeça e coluna (formando o chamado 
neuroeixo). Ele Recebe os estímulos, 
avalia e desencadeia respostas. 
Basicamente, é constituído

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