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Noções de Direito Penal para provas das Polícias Civil e Militar

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Noções de Direito Penal para provas das Polícias Civil e Militar
Aplicação da lei penal, legalidade, anterioridade, territorialidade, extraterritorialidade da lei penal, analogia e diversos outros temas são cobrados em provas da PC dos Estados. Confira detalhes sobre estes e outros temas de Direito Penal.
Publicado em 08/08/2016 - 10h48 • Atualizado em 03/04/2017 - 09h20
Concursos das Polícias Civil e Militar dos Estados geralmente cobram noções essenciais de Direito Penal em suas provas. Exemplo claro são os recentes concursos da Polícia Civil do Goiás e o concurso para Soldado em Minas Gerais. Confira as principais temáticas abordadas nas provas de Direito Penal.
Apostila TJ SP - Escrevente Técnico Judiciário 2017
Aplicação da lei penal.
1.1 Princípios da legalidade e da anterioridade.
De acordo com o princípio da legalidade, para que algo seja considerado um crime é necessário que exista uma lei que defina este ato como sendo criminoso. Dessa forma, ninguém pode ser punido por uma ação a não ser que a lei determine que essa ação é um crime. Esse princípio visa limitar o poder punitivo estatal.
O princípio da anterioridade diz que para que para que algo seja considerado como crime é necessário que exista uma lei anterior que o defina como crime. Não é permitido julgar retrogradamente atos cometidos. Esse princípio garante que o cidadão tenha o direito de conhecer com antecedência quais os atos que são considerados como criminosos.
1.2 Lei penal no tempo e no espaço.
Quanto ao tempo, o Código Penal dita que ninguém pode ser punido por um fato que a lei posterior definiu como não sendo crime. Dessa forma, se uma lei determina que um ato não é mais criminoso cessam-se os efeitos penais da sentença condenatória. A única exceção corresponde à lei excepcional ou temporária. Essas, mesmo cessadas a sua duração, podem ser aplicadas a atos ilegais praticados durante a sua vigência.
Quanto ao espaço, em todos os crimes praticados dentro do território nacional se aplica a lei brasileira.
1.3 Tempo e lugar do crime.
Considera-se como tempo do crime o momento da ação ou omissão, mesmo que o resultado do crime advinha em outro momento. O lugar do crime corresponde ao local onde ocorreu a ação ou omissão, totalmente ou em parte e também onde se produziu ou onde deveria produzir-se o resultado.
1.4 Lei penal excepcional, especial e temporária.
A Lei penal temporária corresponde a uma lei que seja válida por um período finito e pré-determinado de tempo. A Lei excepcional ou lei temporária em sentido amplo corresponde a normas que visam atender necessidades estatais temporárias, como, por exemplo, guerras ou calamidades. Ela perdura por todo o período considerado excepcional. A Lei especial é mais específica, regendo um ou mais fatos sociais de modo particular, excepcional ou supletivo. Havendo conflito entre uma lei ordinária e a especial a especial prevalecerá.
1.5 Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal.
Para crimes efetuados no território nacional deve-se aplicar a lei brasileira, desde que ela respeite convenções, tratados e regras de direito internacional.
Embarcações e aeronaves brasileiras que sejam de natureza pública ou que estejam a serviço do governo brasileiro são consideradas como extensões do solo brasileiro, onde quer que elas se encontrem. O mesmo vale para embarcações brasileiras mercantes ou de propriedade privada que se encontre no espaço aéreo ou alto mar pertencentes ao território brasileiro. Naves estrangeiras de propriedade privada também estão sujeitas à lei brasileira se elas se encontrarem em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente ou em pouso no território nacional. O mesmo vale para embarcações estrangeiras que estejam em porto ou mar territorial do Brasil.
1.6 Contagem de prazo.
Quando prazos precisam ser levados em conta o dia do começo se inclui na contagem. Os dias, meses e anos são contados pelo calendário comum.
1.7 Interpretação da lei penal.
Visa determinar o alcance da norma penal e o seu real significado. As leis podem ser interpretadas de acordo com:
            - Quem as elabora: A lei autêntica ou legislativa é a feita pelo órgão responsável pela elaboração do texto. A doutrinaria é feita por estudiosos, professores e autores de obras de Direito em seus livros, artigos, conferências, etc. A lei judicial é feita pelos tribunais e juízes durante um julgamento.
            - O modo da lei: Ao fazer uma interpretação gramatical se leva em conta o sentido literal das palavras. Nas interpretações teleológicas se busca descobrir o significado através de uma análise dos fins desta lei. Nas históricas se avalia os debates que levaram à apresentação daquele projeto de lei. Na interpretação sistemática se busca o significado de uma norma a partir da sua integração com outros dispositivos presentes na mesma lei à qual ela pertence e com o sistema jurídico como um todo.
            - O resultado: Em uma interpretação declarativa se conclui que o texto da lei corresponde exatamente ao que o legislador desejava dizer. Na interpretação restritiva se conclui que o texto da lei acabou abrangendo mais do que o legislador desejava, portanto de interpreta a lei restringindo a sua atuação. Na interpretação extensiva se conclui que o texto abrangeu menos que o legislador desejava e, portanto, a interpretação amplia a sua aplicação.
Se, após se usar todas as formas interpretativas, ainda persistir alguma dúvida, a questão será resolvida do modo mais favorável ao réu. Isso é chamado de Princípio do “in dubio pro reo”.
Além dessas formas interpretativas ainda há a possibilidade de uma interpretação analógica (“intra legem”). Nela é necessário extrair o seu sentido a partir dos elementos presentes no próprio texto. Esse tipo de interpretação deve ser usado quando o texto apresenta uma sequência causal seguida por uma fórmula genérica.
1.8 Analogia.
É a aplicação de uma hipótese não prevista em lei usando uma lei que tenha sido redigida para um caso semelhante. Por exemplo, suponha que um certo fato X precise ser julgado, mas que 
não haja uma lei adequada para julgar esse fato. Mas há um fato Y que é regulado por uma lei e há semelhanças entre X e Y. Então é possível usar a analogia para aplicar a legislação que rege Y no fato X.
Note que essa é uma forma de integrar a lei penal e não uma forma de interpretá-la. A analogia é diferente da interpretação analógica.
1.9 Irretroatividade da lei penal.
Quando uma lei passa a vigorar ela não pode ser usada para punir atos que foram cometidos antes da sua vigência. Mas uma retroatividade benéfica pode acontecer. Por exemplo, se de acordo com uma nova lei um fato deixar de ser criminoso, os que cumprem pena por esse fato serão beneficiados por ela.
2. Tráfico ilícito e uso de substâncias entorpecentes. (Lei nº 11.343/2006).
Essa lei determina que o uso de drogas no território nacional fica proibido. Também é vedado plantar, colher, cultivar e explorar os vegetais e substratos dos quais as drogas possam ser produzidas ou extraídas. Como exceção a essa proibição encontra-se o uso desses vegetais para fins medicinais ou científicos.
É a Lei nº 11.343/2006 que instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad). Esse sistema é o responsável por atividades que estejam relacionadas com a prevenção ao uso indevido de drogas e a repressão da produção não autorizada e o tráfico ilícito de drogas.
Quanto à prevenção é necessário que as ações dos serviços públicos comunitários e privados adotem conceitos objetivos e com fundamentação científica. Esses serviços devem evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e serviços que atendem. Eles também devem buscar fortalecer a autonomia e a responsabilidade de cada indivíduo em relação ao uso ilícito de drogas. As parcelas mais vulneráveis da população devem ser tratadas de modo especial, recebendo mais atenção e tendo suas necessidades específicas consideradas.
Do ponto de vista criminal, aquelesque adquirirem, transportarem, mantiverem em depósito ou carregarem consigo para consumo pessoal drogas ilícitas receberão como pena: advertência sobre os efeitos das drogas; prestação de serviços à comunidade; medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Aqueles que semeiam, cultivam ou colhem plantas destinadas à produção de drogas em pequena quantidade, apenas para uso pessoal, também são sujeitos a essas mesmas penas. 
Para determinar se uma droga apreendida com uma pessoa se destinava, ou não, ao seu consumo pessoal, o juiz avaliará a natureza da substância, à quantidade presente, o local e as condições em que se desenvolveu a ação. Ele também avaliará circunstâncias sociais e pessoais, bem como antecedentes e conduta do agente.
Já a importação, exportação, venda, transporte, etc, de drogas leva a uma reclusão de cinco a quinze anos e pagamento de 500 a 1500 dias-multa. Induzir, instigar ou auxiliar alguém a usar drogas ilícitas leva a uma pena de um a três anos de detenção e multa de 100 a 300 dias-multa. Oferecer drogas a outros sem objetivo de lucro pode levar a uma detenção por 6 meses a um ano e pagamento de 700 a 1500 dias-multa.
A fabricação, aquisição, uso ou transporte de drogas sem autorização ou em desacordo com a lei leva a uma reclusão de 3 a 10 anos e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa. Financiar ou custear a prática de qualquer desses crimes é, também, uma ação criminosa e pode levar a uma pena de reclusão de 8 a 20 anos, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa.  Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas ilícitas sem que o paciente necessite delas, ou usando doses excessivas leva a uma pena de 6 meses a 2 anos de detenção, e pagamento de 50 a 200 dias-multa. Além disso o juiz comunica a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.
As penas de todos esses crimes podem ser aumentadas de um sexto a dois terços, se:
I – O delito for transnacional.
II – Se o agente que praticar o crime fizer uso de privilégios associados com uma função pública ou com o desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância.
III – Se a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;
IV – Se o crime tiver envolvido o uso de violência, ameaça grave, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação.
V - Se for verificado que houve um tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
VI – Se a prática envolver ou visar crianças ou adolescentes ou aqueles que possuam, por qualquer motivo, uma capacidade de entendimento e determinação diminuída ou suprimida.
VII – Se o agente financiar ou custear a prática do crime.
3. Identificação criminal (Lei nº12.037/2009). 
A identificação criminal inclui o processo datiloscópico e fotográfico, o quais são juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante ou do inquérito policial ou outra forma de investigação. Ela não é necessária caso o identificado apresente carteira de identidade, carteira de trabalho, carteira profissional, passaporte, carteira de identificação funcional ou outro documento público que permita a identificação do indiciado. Caso ela seja, de fato, necessária, a autoridade encarregada deve tomar todas as providências necessárias para evitar que ocorra constrangimento do identificado.
4. Interceptação Telefônica (Lei nº 9.296/1996).
A interceptação de comunicações telefônicas pode ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento de uma autoridade policial (na investigação criminal) ou de um representante do Ministério Público (na investigação criminal e na instrução processual penal). Ela pode ser efetuada apenas se houver indícios razoáveis de que haja autoria ou participação em uma infração penal, se essa for a única forma de obter uma prova, ou se o fato investigado estiver associado com uma infração penal punida com pena além da detenção. Em qualquer uma 
dessas situações o objeto da investigação deve ser descrito com clareza e a interceptação deve ser devidamente justificada.
5. Crime organizado (Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013 – nova lei do crime organizado).
Uma organização criminosa consiste em uma associação criminosa de 4 ou mais pessoas, com uma estrutura ordenada onde há divisão de tarefas, ainda que informalmente. Essa associação é considerada criminosa se tem objetivo de obter vantagens de qualquer natureza, direta ou indiretamente, através da prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 anos, ou que sejam de caráter transnacional.
As provas contra esse tipo de organização podem ser obtidas em qualquer fase da persecução penal e podem envolver as seguintes formas de obtenção:
I - Colaboração premiada
Consiste na colaboração entre um indivíduo parte da organização criminosa e a polícia. Pode envolver: identificar os demais coautores e participantes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas; revelar qual a estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; prevenir infrações penais que decorreriam das atividades da organização criminosa; recuperar total ou parcialmente o produto ou os ganhos que haviam sido obtidos pelas infrações penais praticadas pela organização criminosa; localizar eventual vítima, encontrada com a sua integridade física preservada.
II - Captação de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos do ambiente;
III - Ação controlada.
Retardar uma intervenção policial ou administrativa relativa à ação de uma organização criminosa. Isso pode ser feito desde que a organização seja mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações.
IV - Acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais.
Independentemente de haver autorização judicial, o delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso apenas aos dados cadastrais do investigado. Esses dados são os que informam exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito.
V - Interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da legislação específica.
VI - Afastamento de sigilo financeiro, bancário e fiscal, nos termos da legislação específica.
VII - Infiltração, por policiais, em atividade de investigação.
Agentes de polícia podem infiltrar-se em tarefas de investigação. Para isso é necessário que haja uma solicitação feita pelo delegado ou requerida pelo Ministério Público. Nela é necessário motivar essa operação e estabelecer os seus limites. Uma infiltração policial somente será aprovada se houver indícios de infração penal e se se demonstrar que não é possível produzir a prova por outros meios disponíveis.
A infiltração policial pode ser autorizada por até 6 meses, podendo ser renovada se necessário. 
Ao final do período de 6 meses deve-se apresentar a um juiz competente um relatório circunstanciado. Durante o inquérito policial o delegado de polícia poderá solicitar um relatório de atividade de infiltração aos seus agentes. O Ministério Publico também poderá requisitá-lo em qualquer momento.
Para garantir uma maior segurança ao policial infiltrado, e uma efetividade da operação como um todo, o pedido de infiltração é distribuído de modo sigiloso, sem informações que possam indicar a operação que será efetivada ou identificaro agente que será infiltrado.
VIII - Cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação ou da instrução criminal.
Além disso, quando houver necessidade justificada de sigilo sobre a investigação é permitido que se busque serviços técnicos especializados ou que se adquira ou alugue equipamentos destinados à polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de provas, sem a necessidade de uma licitação.
Dicas de Direito Processual Penal para provas da PM e PC
Para a realização da prova de conhecimentos é preciso saber algumas noções de Direito Processual Penal. Confira dicas sobre a matéria.
Concursos da Polícia Militar e Polícia Civil dos Estados geralmente cobram noções essenciais de Direito Processual Penal. A avaliação dos candidatos a esses concursos envolve a aplicação de provas de conhecimentos básicos e específicos sobre matérias legislativas e também uma redação. 
Confira alguns "conceitos-chave" sobre esta matéria:
Inquérito policial
O inquérito policial tem como objetivo investigar as infrações penais cometidas, apurando os fatos. É um conjunto de diligências feitas pela polícia, em que há uma investigação apenas, sem dar nomes aos réus, acusados ou “culpados”.
Notitias criminis
Mesmo que seja um termo em latim, já sabemos o seu conceito! Notitias criminis é a notícia que ocorreu um crime; é a comunicação feita pela polícia de um crime que realmente aconteceu.
Ação penal
A ação penal é o ato de provocar o poder judiciário a interferir e fazer com que a investigação tome outro caminho, na Justiça. O objetivo é fazer com que o poder judiciário decida o que irá acontecer com o réu por ter exercido uma prática criminal.
Jurisdição
A jurisdição pode ser denominada como uma terceira pessoa que tentará resolver o problema ou conflito do caso criminal. A partir do momento que o poder judiciário entra em jogo, a ação se torna ação judicial, não mais ação penal.
Prisão em flagrante
A prisão em flagrante ocorre quando o policial percebe que o agente está executando, fugindo ou dentro de uma situação em que há arma de fogo ou objetos cortantes que são, de certa forma, suspeitos. A prisão em flagrante é a certeza de que alguém cometeu algum crime na mesma hora que o policial avistou. Pode ocorrer de três formas:
Flagrante próprio: quando o agente ainda está executando o crime e o policial flagra.
Flagrante impróprio: quando o agente foge após executar o crime, fazendo com que o policial o persiga.
Flagrante presumido: quando o agente é visto e localizado após realizar o crime ainda tendo em mãos objetos suspeitos.
Prisão preventiva
É vista como sendo uma prisão cautelar em que há provas e materialidades suficiente de que o réu cometeu o crime. Mesmo que o julgamento esteja em trânsito, o juiz pode solicitar essa prisão.
Prisão temporária (Lei n° 17.960/89)
Também é parecida com a prisão cautelar, entretanto, só pode ser realizada a prisão temporária conforme alguns aspectos:
Caso o indiciado não tiver residência fixa;
Quando há dúvidas da identidade;
Quando houver provas sobre o crime e a participação do indiciado;
Lei 9.099/95
Essa lei diz respeito a um procedimento criminal penal diminuído que tem como foco desafogar os inquéritos e processos da justiça criminal. Logo, o objetivo é conciliar ou fazer uma transação, reparando os danos feitos à vítima e também à aplicação de liberdade não-privativa, por assim dizer. Essa lei só pode ser usada a crimes de menor potencial ofensivo.
Processos dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos
Quando algum funcionário público comete um crime utilizando de seu cargo, ele é processado pelo crime de responsabilidade dos funcionários públicos. Só que há uma fase prévia em que um juiz pode conceder ou não a continuação do inquérito policial, por exemplo. Entretanto, se o crime não faz parte do seu emprego, foi feito sem nenhuma ligação com o cargo, ele será processado em outras instâncias.
Habeas Corpus
O habeas corpus geralmente é utilizado para a liberação temporário do indiciado devido à coação de locomoção e de liberdade, ou talvez um tipo de violência que o indiciado possa ter cometido enquanto estava preso. O habeas corpus também indica o abuso de poder de juízes ou policiais. São os advogados que podem entrar com pedidos de habeas corpus.
Dicas sobre Direito Penal Militar para a provas da PM
Confira uma síntese didática com noções fundamentais sobre a matéria de Direito Penal Militar.
Concursos da Polícia Militar dos Estados geralmente cobram noções essenciais de Direito Penal Militar. Exemplo disso é o recente concurso da PM do Pará (PMPA), que oferece vagas para o curso de formação de policiais soldados. A avaliação dos candidatos acontecerá em quatro etapas, sendo a primeira delas a prova de conhecimentos básicos e específicos e também uma redação.
Neste segundo artigo sobre matérias de concursos da PM (leia o primeiro artigo aqui), listamos algumas noções fundamentais sobre a matéria de Direito Penal Militar, entre elas as diferenças entre crimes militares e a aplicabilidade das leis. Confira nosso resumo!
Apostila PM MG - Curso de Formação de Oficiais
Extinção da punibilidade
A extinção da punibilidade é a impossibilidade de indiciar alguém pelo crime que o mesmo cometeu.
Imputabilidade penal
É quando o indiciado ou agente do crime sabe determinar a sua culpa em relação ao ato cometido. Para ajudar a memorizar esse conceito, lembre-se de que o verbo ‘imputar’ significa atribuir uma responsabilidade a alguém.
Crimes contra a segurança externa do país
Os crimes que conferem essa denominação são aqueles em que há hostilidade contra país estrangeiro, provocando uma indisposição contra o país ou até expor o Brasil à consequência de guerra, por exemplo. Isso pode levar a eliminação de relações diplomáticas.
Crimes contra a autoridade ou disciplina militar
Consiste em reunião de militares para a realização de motins ou revoltas que tem como objetivo desobedecer ou ir contra as ordens da autoridade militar. A apologia de fato criminoso também está incluída tal como a violência contra serviço militar (e contra inferior). Assumir o controle indevido, usar indevidamente o uniforme, abuso de requisição militar e de autoridade, fuga de preso, são outros tipos de crimes.
Crimes contra o serviço militar e o dever militar
Faltar sem aviso prévio, dormir em serviço, embriaguez no cargo, descumprimento de missão, dar auxílio ao desertor, são alguns exemplos do que seriam os crimes contra o serviço militar e o dever militar.
Crimes contra a pessoa
Já os crimes contra a pessoa é mais conhecido como crimes contra a vida, envolvendo então, o crime de homicídio, que consiste em eliminar um indivíduo pelas mãos de outra pessoa. Há diversos tipos de homicídio:
Homicídio simples: é o ato em que o indivíduo morre, sem premeditação.
Homicídio privilegiado: é quando acontece o homicídio devido à provocação da vítima.
Homicídio qualificado: é quando o culpado pensa em como executar o crime, seja por motivos fúteis ou por traição, por exemplo.
Homicídio culposo: é quando o indiciado comete o homicídio pela imprudência.
Crimes contra o patrimônio
Os crimes contra patrimônio são aqueles que invadem a propriedade privada, quando há assalto, furto ou estelionato.
Crimes contra a incolumidade pública
Quando se fala em crimes contra a incolumidade pública, estamos falando de algo de ordem coletiva e é causado pelas pessoas que podem gerar perigo para a população. Dentro desse grupo, há crimes que envolvem a segurança dos meios de comunicação e do transporte público, por exemplo. Além disso, nos serviços de saúde pública também podem ocorrer tais tipos de crime.
Crimes contra a administração militar
Os crimes contra a administração militar dizem respeito à lavagem ou ao desvio de dinheiro em razão ao cargo militar que se exerce.
Agora, é só estudar e revisar as provas já feitas!
LEI Nº 12.737,DE 30 DE NOVEMBRO DE 2012.
	Vigência
	Dispõe sobre a tipificação criminal de delitos informáticos; altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; e dá outras providências.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o  Esta Lei dispõe sobre a tipificação criminal de delitos informáticos e dá outras providências.  
Art. 2o  O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, fica acrescido dos seguintes arts. 154-A e 154-B:  
“Invasão de dispositivo informático  
Art. 154-A.  Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:  
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.  
§ 1o  Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.  
§ 2o  Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico.  
§ 3o  Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido:  
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.  
§ 4o  Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos.  
§ 5o  Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra:  
I - Presidente da República, governadores e prefeitos;  
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;  
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou  
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.”  
“Ação penal  
Art. 154-B.  Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.”  
Art. 3o  Os arts. 266 e 298 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:  
“Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de informação de utilidade pública 
Art. 266.  ........................................................................ 
§ 1º  Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de informação de utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimento.  
§ 2o  Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de calamidade pública.” (NR)  
“Falsificação de documento particular 
Art. 298.  ........................................................................ 
Falsificação de cartão  
Parágrafo único.  Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.” (NR)  
Art. 4o  Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias de sua publicação oficial. 
Brasília, 30 de novembro de 2012; 191o da Independência e 124o da República. 
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.12.2012
A Lei Carolina Dieckmann é como ficou conhecida[1] a Lei Brasileira 12.737/2012, sancionada em 30 de novembro de 2012 pela ex presidente Dilma Rousseff,[2] que promoveu alterações no Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei 2.848 de 7 de dezembro de 1940), tipificando os chamados delitos ou crimes informáticos. A legislação é oriunda do Projeto de Lei 2793/2011, apresentado em 29 de novembro de 2011, pelo Deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que tramitou em regime de urgência e em tempo recorde no Congresso Nacional, em comparação com outros projetos sobre delitos informáticos que as casas de leis apreciavam (como, por exemplo, o PL 84/1999, a "Lei Azeredo", também transformado em lei ordinária 12.735/2012 em 3 de dezembro de 2012).
O Projeto de Lei que resultou na "Lei Carolina Dieckmann" foi proposto em referência e diante de situação específica experimentada pela atriz, em maio de 2012, que supostamente teve copiadas de seu computador pessoal, 36 (trinta e seis) fotos em situação íntima e conversas, que acabaram divulgadas na Internet sem autorização.
Índice
Crimes[editar | editar código-fonte]
Os delitos previstos na Lei Carolina Dieckmann são:
1) Art. 154-A - Invasão de dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
2) Art. 266 - Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de informação de utilidade pública - Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
3) Art. 298 - Falsificação de documento particular/cartão - Pena - reclusão, de um a cinco anos e multa.
4) Art.154-B
A "Lei Carolina Dieckmann" entrou em vigor no dia 02 de abril de 2013.
Críticas[editar | editar código-fonte]
A Lei vem merecendo críticas de juristas, peritos, especialistas e profissionais de segurança da informação, pois seus dispositivos são amplos, confusos e podem gerar dupla interpretação, ou mesmo interpretação subjetiva, o que pode ser utilizado para enquadramento criminal de condutas triviais ou mesmo para a defesa e respaldo de infratores cibernéticos, o que tornaria a lei injusta e ineficaz. Para outra corrente, ainda, as penas são pouco inibidoras, sendo muitas situações enquadráveis nos procedimentos dos Juizados Especiais, o que poderia contribuir para a não eficiência no combate ao crime cibernético no Brasil.

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