Buscar

Contabilidade Tributária - Livro Texto Unidade II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

77
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
Unidade II
Nesta unidade, estudaremos os impostos incidentes sobre a prestação de serviços de qualquer 
natureza o ISSQN e PIS e Cofins, que são tributos que recaem sobre o faturamento como um todo e não 
sobre cada operação.
5 ISS (ISSQN)
5.1 Conceito
O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza é um tributo de competência dos municípios e 
incide sobre os serviços prestados pelas empresas – pessoas jurídicas, ou pelos profissionais autônomos, 
desde que o fato gerador do serviço já não seja de competência tributária do Estado ou da União.
Figura 18 – ISS incide sobre profissionais autônomos
Por exemplo, os serviços de telecomunicações, geração e fornecimento de energia elétrica, transportes, 
etc., que não são tributados pelo ISS devido ao fato de já serem tributados pelo Estado ou pela União. 
Em outras palavras, o fato gerador desses serviços não é de competência dos municípios e ficam fora 
do campo da incidência do ISS.
É importante mencionar que alguns elementos são essenciais para ocorrer o fato gerador do ISS, de 
forma que a inexistência de qualquer deles torne impossível a incidência tributária. São eles, a efetividade 
e habitualidade do serviço prestado, autonomia do serviço prestado, assim entendido o serviço realizado 
em nome próprio e a finalidade da atividade prestada.
O ISS, mesmo sendo de competência dos municípios, é tratado na Lei Complementar 116/03 que 
limita a uma lista os serviços que podem ser objeto de tributação. Esta Lei Complementar veio dirimir as 
78
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
controvérsias em relação de onde seria devido o imposto, inclusive para controlar uma prática de muitas 
empresas que haviam se mudado para cidades vizinhas às grandes metrópoles, onde a alíquota do ISS 
era muito mais baixa.
A Lei Complementar 116/03 estabelece que o local da prestação de serviço, para onde o imposto 
deverá ser recolhido, é o do estabelecimento prestador dos serviços, ou na sua falta, o local do domicilio 
do prestador.
Porém, para alguns tipos de serviços, a lei determina que o imposto deva ser pago a favor do 
município no qual o serviço foi prestado, ou no qual está localizado o tomador.
5.2 Base legal para incidência do ISS
O assunto é tratado no artigo 156, Inciso III da Constituição Federal e regulamentado, em suas normas 
básicas, pelo Decreto‑lei 406/68. Assim, o ISS incide sobre os serviços relacionados na legislação básica e 
com modificações efetuadas pelas Leis Complementares 56/87 e 116/23. A Lei Complementar 116, no seu 
artigo 3º, diz que “o imposto é devido no local do estabelecimento ou do domicílio do prestador”, ou seja, 
onde está a sede da empresa que prestou os serviços. As exceções são as expressamente mencionadas 
nos incisos II a XXII do mesmo artigo.
A lista dos serviços anexa ao Decreto‑lei 406, de 31 de dezembro de 1968, com redação determinada 
pelo Decreto‑lei 834, de 08 de setembro de 1969, acompanha as Leis Complementares 56/87 e 116/03, 
que mencionam, no seu artigo 1º, o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos 
municípios e DF, tem como fato gerador a prestação de serviços constante na lista anexa, ainda que 
estes serviços não sejam constituídos como atividade preponderante do prestador.
Os serviços na lista são genéricos. Sendo assim, para enquadrar a atividade do contribuinte na 
lista de serviços, podem surgir dificuldades quando a atividade abrange mais de um serviço. Dessa 
forma, na hipótese dos serviços prestados serem diferentes e haver possibilidade de separação, cada 
um desses serviços será enquadrado no item correspondente da lista e será tributado pela alíquota 
individualmente para cada atividade. Tratando‑se de serviços inseparáveis, os serviços predominantes 
deverão ser enquadrados na lista de serviços para fins de incidência tributária.
5.3 Prestadores de serviços
Considera‑se estabelecimento prestador de serviços o local onde são exercidas, de modo permanente 
ou temporário, as atividades de prestação de serviços, sendo irrelevantes para sua caracterização as 
denominações de sede, filial, agência sucursal, escritório de representação ou contato, ou quaisquer 
outras que venham a ser utilizadas.
Os contribuintes considerados prestadores de serviços ou tomadores de serviços têm como 
responsabilidade tributária o ISS. O cálculo do ISS é o valor do serviço prestado multiplicado pelo 
percentual de alíquota aplicada para tal contribuinte.
79
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
Responsável tributário é o responsável pelo pagamento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer 
Natureza – ISSQN, também conhecido como ISS. É considerado o prestador ou tomador, dependendo 
do tipo de serviço executado.
O tomador de serviço é a pessoa jurídica que contrata o serviço permanentemente em suas 
dependências, ou seja, o serviço é contratado para ser prestado diariamente, todos os dias do mês, uma 
terceirização da atividade junto contratante, neste caso o ISS é devido no local da prestação do serviço.
Veremos as situações de responsabilidade pelo pagamento do ISS no caso de retenção do imposto. 
Vale lembrar que a Lei que rege a competência e responsabilidade pelo pagamento do imposto é a Lei 
Complementar 116/2003. Porém, é importante ressaltar que o executor do serviço prestado deverá 
observar a legislação do seu município para averiguar os procedimentos daquela região.
5.4 Fato gerador
Corresponde à prestação de serviços constante da lista – ou relação – anexa a Lei Complementar 
116/03, mesmo que tais serviços envolvam o fornecimento de mercadorias.
Em se tratando de retenção do ISSQN, o fato gerador que ocasiona a retenção é a emissão da nota 
fiscal /documento fiscal diante dos serviços prestados constantes na lista de serviços.
5.5 Contribuintes e responsáveis
Os contribuintes desses impostos são os prestadores de serviços, pessoas jurídicas ou naturais, com 
ou sem estabelecimento fixo, dos serviços especificados na lista citada acima.
Não são considerados contribuintes:
• Quem presta serviços com vínculo empregatício;
• Os trabalhadores avulsos;
• Os diretores e membros dos conselhos consultivo e fiscal.
A figura do responsável, sujeito indireto obrigado a cumprir o pagamento do tributo em nome do 
contribuinte, também existe no ISS porque a legislação municipal pode eleger a pessoa responsável pelo 
pagamento do imposto.
5.6 Base de cálculo
A Base de cálculo é o preço do serviço. Considera‑se preço do serviço a receita bruta a ele 
correspondente, sem nenhuma dedução, com exceção os descontos e abatimentos concedidos 
incondicionais, ou seja, independente de qualquer condição.
80
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
No caso de obras civis, alguns municípios admitem deduzir do preço o valor:
• dos materiais adquiridos de terceiros e aplicados na obra;
• das faturas de subempreitadas, já tributadas anteriormente pelo ISS.
5.7 Alíquotas
O cálculo do imposto é o valor do serviço prestado multiplicado pela alíquota do imposto, conforme 
previsto na lei de cada município. Porém, a alíquota máxima permitida é de 5% (cinco por cento).
A alíquota do ISS dependerá do município onde a empresa estiver estabelecida, respeitados os limitesconstitucionais de no mínimo 2%, conforme estabelecido na Emenda Constitucional 37/2002, em seu 
artigo 3º e no máximo 5% conforme artigo 8, II, da Lei Complementar 116/2003.
5.8 Retenção do ISS
A retenção do ISS está prevista na Lei Complementar 116/03, artigos 3º e 6º e abrangerá 
os serviços diversos especificados nos incisos de I a XXII do referido artigo. Será realizada nos 
serviços prestados sempre que o imposto seja devido no local de prestação do serviço. Isto ocorre 
quando os serviços forem prestados em local diferente (outro município) do estabelecimento 
prestador (sede, filial, escritório).
Porém, para a retenção, o tomador de serviços – que é o contratante dos serviços para serem 
executados nas dependências de forma contínua – deve ter relação constante para se caracterizar a 
retenção na fonte.
Artigo 6º Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir 
de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira 
pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a 
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo‑a a este em caráter supletivo 
do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se 
refere à multa e aos acréscimos legais.
§ 1º Os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados ao 
recolhimento integral do imposto devido, multa e acréscimos legais, 
independentemente de ter sido efetuada sua retenção na fonte.
§ 2º. Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1º deste artigo, são 
responsáveis:
I – o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou 
cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País;
81
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária 
dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 
7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista anexa (BRASIL, 
2003a).
Figura 19 – A retenção do ISS é realizada no local da prestação de serviço
5.9 Retenção no Simples
Com a vigência de parte tributária da lei do Super Simples, a partir de 01 de julho de 2007, surgiu 
uma nova modalidade de retenção do ISS, conforme § 6º do artigo 18 da Lei Complementar 123/06 aqui 
transcrito:
§ 6º No caso dos serviços previstos no § 2º do artigo 6º da Lei Complementar 
116, de 31 de julho de 2003, prestados pelas microempresas e pelas 
empresas de pequeno porte, o tomador do serviço deverá reter o montante 
correspondente na forma da legislação do município onde estiver localizado, 
observado o disposto no § 4º do artigo 21 desta Lei Complementar (BRASIL, 
2006a).
O ISS devido pelas ME e EPP optantes pelo Simples Nacional deve ser recolhido juntamente com os 
demais impostos, por meio do documento único de arrecadação (DAS), após a aplicação das alíquotas e 
normas previstas na Lei Complementar 123/06.
Lembrando que, no caso dos serviços prestados pelas ME e EPP, o tomador do serviço deverá reter o 
valor do ISS de acordo com a legislação do município onde estiver localizado, sendo que este valor será 
deduzido do montante a ser recolhido na parcela do Simples Nacional correspondente.
 Observação
Atenção: o assunto “Simples Nacional” será tratado na disciplina 
Planejamento Contábil Tributário.
82
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
6 CONtABIlIzAçãO dO ISS SOBRe veNdAS de SeRvIçOS
Para contabilização do ISS – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, deverá seguir o mesmo 
procedimento adotado no registro do ICMS sobre vendas.
A escrituração do ISS poderá ser feita individualmente, nota fiscal por nota fiscal, no final 
do dia, pela totalização das notas fiscais ou, mensalmente, com base na escrituração do livro 
próprio.
6.1 Contabilização do ISS sobre vendas de serviços sendo o prestador 
responsável pelo recolhimento do imposto
A empresa “PC Consertos”, que tem como objetivo a manutenção de computadores e periféricos, 
prestou serviços de manutenção nos equipamentos da empresa “Gold Silver”. Ambas estão localizadas 
no mesmo município. A “PC Consertos” emitiu uma nota fiscal contra a “Gold Silver” pela prestação de 
serviços no valor de R$ 10.000,00, sendo o ISS devido de 5%.
O tipo de serviço prestado não prevê a retenção pelo tomador. Portanto, quem deverá recolher o 
imposto é o prestador do serviço, neste caso a “PC Consertos”.
Tabela 24 – Pelo recolhimento da receita
Débito
Duplicatas a receber/clientes (Ativo) R$ 10.000,00
Crédito
Receita de serviços prestados (Resultado) R$ 10.000,00
Tabela 25 – Pelo reconhecimento do imposto
Débito
ISS sobre serviços (Resultado) R$ 500,00
Crédito
ISS a pagar (Passivo) R$ 500,00
Se a empresa optar pela escrituração resumida, ou seja, quando efetuar os lançamentos em partidas 
mensais, o registro contábil poderá ser efetuado com base no livro fiscal destinado a apuração do 
referido tributo.
Na demonstração do resultado do exercício, a conta de “ISS s/ venda de serviços” será considerada 
como item redutor da receita bruta de vendas de serviços, obtendo‑se, assim, a receita líquida de venda 
de serviços.
83
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
Tabela 26 – D.R.E.
Receitas de serviços R$ 10.000,00
(‑) ISSS s/serviços (R$ 500,00)
Receita líquida do período R$ 9.500,00
6.2 Contabilização do ISS sobre vendas de serviços sendo o tomador 
responsável pelo recolhimento do imposto
Por exemplo: quando o tomador do serviço estiver obrigado a recolher o imposto, assumindo 
a característica de responsável pelo tributo, o exemplo de contabilização do gasto é o seguinte 
(considerando os mesmos valores do exemplo anterior):
A empresa “Clean Up”, que tem como objetivo a conservação e limpeza, prestou serviço de limpeza 
e conservação na “Andinos Place”. Estão localizadas em municípios diferentes. A “Clean Up” emitiu uma 
nota fiscal contra a “Andinos Place” pela prestação de serviços no valor de R$ 10.000,00, sendo o ISS 
devido de 2%, com vencimento à vista.
O tipo de serviço prestado prevê a retenção pelo tomador; portanto, quem deverá reter e recolher 
o imposto é “Andinos Place”.
a) Contabilização pelo tomador pelo reconhecimento da despesa:
Tabela 27 – Pelo reconhecimento da despesa e pagamento do serviço e retenção do imposto
Débito
Despesas com serviços de terceiros (Resultado) R$ 10.000,00
Crédito
Caixa (Ativo) R$ 9.800,00
ISS a recolher (Passivo) R$ 200,00
b) Contabilização pelo prestador dos serviços pelo reconhecimento da receita e recebimento do 
valor:
Tabela 28 – Pelo reconhecimento da receita e recebimento do valor
Débito
Caixa ou bancos (Ativo) R$ 9.800,00
ISS sobre serviços (Resultado) R$ 200,00
Crédito
Receita de serviços prestados R$ 10.000,00
84
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
6.3 estudo específico ao exercício da atividade de conserto
Exemplo de aplicação
Vamos ver, agora, um estudo específico aos exercícios da atividade de conserto apresentado por 
Humberto Bonavides Borges (2009, p. 161‑164), que abrange diversas questões:
Fato objeto do estudo
Empresa “A”, domiciliada no município de São Paulo, realiza operações gratuitas e onerosas de 
consertos de produtos defeituosos.
As operações gratuitas de consertos se processamem virtude de garantia dada pela empresa “A” aos 
respectivos produtos de sua linha de industrialização.
Por outro lado, as operações onerosas de consertos se realizam por encomenda direta dos próprios 
usuários. O tempo de uso dos produtos avariados já os exclui do prazo de garantia dado pela empresa 
“A”.
Questão fiscal oriunda do fato descrito
Em face do exposto, pretende‑se com este trabalho obter resposta à seguinte questão:
– Qual procedimento tributário adequado às referidas operações de consertos gratuitas (em virtude 
de garantia) e onerosas, nas órbitas do IPI, ICMS e ISS?
Estudo dos aspectos jurídico‑fiscais relacionados com a questão decorrente do fato descrito
IPI
A atual legislação do Imposto Sobre Produtos Industrializados estabelece as seguintes hipóteses em 
que o exercício da atividade de conserto fica excluído do campo da incidência deste imposto:
I – conserto de produtos usados, pertencentes à própria empresa que efetua esta operação ou a 
terceiros não estabelecidos com o comércio de tais produtos;
II – conserto gratuito de produtos com defeito de fabricação, em virtude de garantia dada pela 
fabricante.
Quando houver, na operação descrita no item I, além da prestação de serviço, o emprego de partes 
ou peças, faz‑se necessários a observância das seguintes regras:
a) O preparo, pelo consertador, de partes e/ou peças para emprego exclusivo e específico na operação 
de conserto, não caracteriza o primeiro ângulo da materialidade da hipótese de incidência deste imposto 
85
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
(IPI). Assim, o emprego de tais partes e/ou peças na operação descrita no item I fica excluído da órbita 
da incidência deste imposto (IPI).
A aplicação da regra contida na letra a) pressupõe o não aproveitamento do crédito do IPI destacado 
nas notas fiscais de aquisição de matérias‑primas e produtos intermediários utilizados no preparo de 
tais partes e/ou peças.
b) O preparo, pelo consertador, de partes e/ou peças para emprego simultâneo nas operações de 
conserto e industrialização concretiza o primeiro ângulo da materialidade da hipótese de incidência 
deste imposto (IPI). O emprego destas partes e/ou peças na operação descrita no item I está inserido na 
área de incidência deste imposto (IPI).
Por outro lado, o preparo pelo consertador de partes e/ou peças para emprego na operação de 
conserto aludida no item II, não concretiza o primeiro ângulo do aspecto material da hipótese de 
incidência deste imposto (IPI).
Igualmente, a descaracterização do primeiro ângulo do referido elemento material implica 
a impossibilidade do aproveitamento do crédito do IPI lançado nas notas fiscais de aquisição de 
matérias‑primas e produtos intermediários utilizados no preparo das partes e/ou peças.
ICMS
Entende o fisco estadual que o emprego de partes e/ou peças no conserto gratuito ou oneroso de 
qualquer objeto é operação relevante para fins do ICMS. Ocorre, assim, a incidência deste imposto no 
momento da saída do objeto em retorno ao encomendante do conserto. A base para o cálculo do ICMS, 
na hipótese de conserto gratuito, será o preço efetivamente cobrado pelo estabelecimento consertador, 
na venda mais recente das partes e peças aplicadas no conserto gratuito. Por outro lado, a base para o 
cálculo do ICMS, na hipótese de conserto oneroso, será o preço cobrado pelo fornecimento das partes 
e/ou peças.
É importante salientar, entretanto, que existem trabalhos doutrinários adotando o entendimento 
de que o emprego de partes e/ou peças no conserto gratuito de bens e objetos, em virtude de garantia 
dada pelo vendedor, é operação irrelevante para fins do ICMS. Argumentam os referidos trabalhos 
doutrinários que o valor do serviço gratuito (em virtude de garantia) integrou a composição do preço 
de venda do bem ou objeto. Por conseguinte, o referido valor já foi gravado pelo ICMS, no momento da 
saída do bem objeto, em decorrência da anterior comercialização.
ISS
Entende o fisco municipal que há incidência do ISS no exercício da atividade de conserto gratuito 
ou oneroso de bens ou objetos.
A composição da base de cálculo do ISS incidente na operação de conserto deve observar as seguintes 
diretrizes:
86
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
a) na operação de conserto gratuito, a base de cálculo do ISS será o preço cobrado pela mão de obra 
em idêntica operação a título oneroso;
b) na operação de conserto oneroso, a base de cálculo será o preço cobrado pelo serviço (mão de obra).
Vale mencionar, contudo, que há manifestações jurisprudenciais e doutrinárias adotando o entendimento 
de que o conserto gratuito em virtude de garantia é uma operação excluída do campo da incidência do ISS. 
As aludidas manifestações esclarecem que inexiste para essa operação o elemento base de cálculo.
Conclusão
Em face dessas considerações, respondemos à questão formulada:
Procedimentos tributários específicos às operações gratuitas de conserto nas órbitas do IPI, 
ICMS e ISS.
A. IPI
Nesta operação não se concretiza a hipótese de incidência desse imposto. Por outro lado, o preparo 
pelo consertador de partes e/ou peças para emprego nesta operação não se patenteia o primeiro ângulo 
da materialidade da hipótese de incidência desse imposto. Em decorrência, não incide o IPI no emprego 
de tais partes e/ou peças na operação em exame.
Isto posto, torna‑se necessário proceder ao estorno do crédito original do IPI lançado nas notas 
fiscais de aquisição de matérias‑primas e produtos intermediários utilizados na fabricação das referidas 
partes e/ou peças.
B. ICMS
Na posição do fisco estadual, ocorre a incidência do ICMS sobre as partes e peças aplicadas na 
operação de conserto.
Todavia, há trabalhos doutrinários manifestando o entendimento de que não ocorre, nesta operação, 
a incidência do ICMS. O emprego de partes e/ou peças, no conserto gratuito em virtude de garantia, é 
irrelevante para fins do ICMS.
Contudo, cumpre‑nos mencionar que se faz necessário proceder ao estorno do crédito original do 
ICMS destacado nas notas fiscais de aquisição de matérias‑primas e produtos intermediários utilizados 
na industrialização de tais partes e/ou peças.
C. ISS
No entendimento do fisco municipal, há a incidência do ISS sobre a atividade de conserto, em 
virtude de garantia.
87
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
Contudo, existem manifestações jurisprudenciais e doutrinárias adotando o entendimento de que 
não se viabiliza a incidência deste imposto (ISS) nesta operação.
Procedimentos tributários específicos às operações onerosas de consertos de produtos, 
realizadas por encomenda direta dos próprios usuários.
A. IPI
Não se caracteriza a hipótese de incidência do IPI nesta operação.
O preparo pela empresa “A” de partes e/ou peças para emprego exclusivo e específico nesta operação 
é irrelevante para o IPI. Nesta situação, não cabe o aproveitamento do crédito original do IPI lançado 
nas notas fiscais de aquisição de matérias‑primas e produtos intermediários utilizados no processo fabril 
das partes e/ou peças.
Por outro lado, o preparo de partes e/ou peças para emprego simultâneo nesta operação e em 
processos industriais é relevante pra este imposto. Assim, incide o IPI sobre o valor cobrado por estas 
peças e/ou peças aplicadas na operação de conserto em estudo.
B. ICMS
A utilização de partes e/ou no conserto de bens ouobjetos é operação relevante para fins de ICMS. 
Assim, concretiza‑se a incidência deste imposto no momento da saída dos bens ou objetos em retorno 
ao encomendante do conserto.
A base de cálculo do ICMS será o preço cobrado pelo fornecimento das partes e/ou peças.
C. ISS
Há incidência do ISS nesta operação. A base de cálculo consiste no preço cobrado pela mão de obra.
Como podemos observar neste estudo apresentado pelo autor, não há como somente se 
preocupar com uma parte da operação. Ora, se é um conserto, em princípio, podemos deduzir 
que incide ISS sobre a operação. Porém, outros aspectos devem ser observados: será conserto com 
utilização somente de mão de obra? Haverá utilização de materiais? Estes materiais são tributados? 
Houve creditamento dos impostos no momento da aquisição? Se houve, a operação será tributada? 
Enfim, toda operação tributária envolve diversas áreas, por este motivo que voltamos a alertar que 
o profissional envolvido nesta área precisa estar atento a todas as modificações legais e tributárias 
que ocorrem no dia a dia para poupar a empresa que desempenha função de possíveis autuações 
por parte da fiscalização.
88
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
7 PIS e COFINS
PIS é a sigla para Programa de Integração Social enquanto Cofins significa Contribuição para o 
Financiamento da Seguridade Social. O PIS e a Cofins são contribuições sociais com funções fiscais. 
Incidem sobre o faturamento das empresas, tendo o PIS o objetivo de financiar o pagamento do 
seguro‑desemprego e do abono (anual do PIS) para os trabalhadores. Quando foi instituído, tinha a 
finalidade de promover a integração social do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas 
com intuito de melhorar a distribuição de renda.
A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins é destinada às despesas com 
atividades‑fim das áreas da saúde, previdência e assistência social.
7.1 Contribuintes
Os contribuintes do PIS e da Cofins são as pessoas jurídicas de direito privado, inclusive aquelas a 
elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, inclusive as sociedades de economia mista e suas 
subsidiárias.
7.2 Competências
A competência do PIS e da Cofins é da União, conforme fundamentação legal na Constituição 
Federal de 1988, no seu artigo 195:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma 
direta ou indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos da União, dos Estados e do Distrito Federal, e dos municípios e 
das seguintes contribuições sociais:
I – Do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da 
lei, incidentes sobre:
a) A folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, 
a qualquer título, à pessoa física, que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo 
empregatício.
b) A receita ou o faturamento
c) O lucro (...). (BRASIL, 1988).
7.3 PIS e Cofins Sobre a Receita Bruta
7.3.1 Fato gerador
1) O PIS tem os seguintes fatos geradores:
89
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
• o auferimento de receita pelas pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas 
pela legislação do Imposto de Renda;
• a folha de salários das entidades relacionadas no artigo 13 da Medida Provisória 2.158–35, de 2001, 
e das cooperativas que excluírem da receita quaisquer dos itens enumerados em seu artigo 15;
• as receitas correntes arrecadadas e as transferências correntes e de capital recebidas pela pessoa 
jurídica de direito público interno.
2) A Cofins tem o seguinte fato gerador:
• o auferimento de receita pela pessoa jurídica de direito privado, inclusive aquelas a ela equiparadas 
pela legislação do Imposto de Renda.
7.3.2 Base de cálculo
A legislação prevê basicamente duas modalidades de cálculo mensal do PIS e da Cofins, incidentes 
sobre o faturamento.
1) Aplica‑se sobre a receita bruta das pessoas jurídicas em geral.
2) Destina‑se exclusivamente às pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, sujeitas à 
sistemática da não cumulatividade de que tratam as Leis 10.637/02 e 10.833/03, com as alterações da 
Lei 10.865/04.
A base de cálculo pode ser assim resumida, com relação às contribuições PIS/Cofins:
• faturamento/receita bruta – regime cumulativo;
• faturamento/receita bruta – regime não cumulativo;
• regimes especiais, compreendendo:
– base de cálculo e alíquotas diferenciadas para instituições financeiras, entidades sem fins 
lucrativos e pessoas jurídicas de direito público interno;
– base de cálculo diferenciada;
– substituição tributária (cigarros, veículos) etc.;
– alíquotas diferenciadas:
– alíquotas concentradas (combustíveis, querosene de avião, biodiesel);
90
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
– alíquotas reduzidas (nafta petroquímica, papel imune destinado à impressão de periódicos, 
produtos hortícolas e frutas).
7.3.3 Alíquotas
Quanto à aplicação de alíquotas para o PIS e a Cofins, trataremos inicialmente do item (1) da base 
de cálculo.
• Faturamento bruto/receita bruta – regime cumulativo
O regime cumulativo é utilizado nas empresas tributadas pelo lucro presumido ou arbitrado, neste 
caso não é permitida a recuperação dos impostos.
 Observação
Este assunto, lucro presumido, é objeto da disciplina Planejamento 
Contábil Tributário.
As empresas tributadas pelo lucro presumido ou com seu lucro arbitrado devem calcular PIS e Cofins 
com base nas regras cumulativas, utilizando, respectivamente, as alíquotas de 0,65% e 3% sobre o total 
de receitas menos as exclusões permitidas. A base será detalhada a seguir.
• Total de receitas
O cálculo da Cofins e do PIS tem como base inicial a totalidade das receitas da empresa. Basta 
considerar no balancete o grupo receitas e informar seu total.
Contudo, existem algumas receitas não tributadas pela contribuição para o PIS e a Cofins e que são 
apresentadas a seguir:
• receita com vendas de mercadorias para o exterior, seja o recebimento em moeda conversível ou 
não;
• renda de prestação de serviços ao exterior, cujo valor recebido represente entrada de divisas;
• receita de vendas para empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação, tendo, esta 
empresa, que comprovar o embarque das mercadorias para o exterior no prazo máximo de 180 dias;
• reversões de provisões operacionais, como as reversões de PDD, de provisões para perdas em 
processos cíveis, trabalhistas, fiscais, entre outras;
• recuperação de créditos já baixados como perda (registrados inicialmente em conta de receita e 
lançado em despesa posteriormente, quando considerado incobrável), até o valor desta;
91
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
• resultado positivo da avaliação de investimentos em controladas e coligadas pelo método de 
equivalência patrimonial obtido no país;
• receitas com lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição;
• receitas em venda de bens pertencentes ao ativo permanente;
• receitas com revenda de produtos com tributação monofásica, como gasolina, óleo diesel, 
perfumes, cosméticos, cervejas, refrigerantes, pneus e outros;
• IPI e ICMS cobrados como substituição tributária, quando registrados emreceita.
• Com relação à tributação do PIS e Cofins, a partir de 28 de maio de 2009, as empresas tributadas 
pelo regime cumulativo poderão não tributar as receitas decorrentes de atividades alheias ao 
objeto social da pessoa jurídica, tais como receitas financeiras, receitas de aluguéis (quando não 
for o objetivo da empresa) entre outras.
Assim, o responsável pelo cálculo do PIS e Cofins deve ficar atento, pois o conjunto de receitas 
não tributadas é bastante extenso. Um supermercado de médio porte, por exemplo, deve ter um bom 
sistema de informações, que facilite o registro e o controle contábil, pois existem diversos produtos para 
revenda com tributação monofásica e produtos tributados normalmente. Então, a revenda de suco de 
frutas integrará a base das contribuições, enquanto a venda de água mineral não integrará, pois este 
produto foi objeto de tributação monofásica por parte da proprietária da fonte.
Já em relação ao IPI, o entendimento é que este não representa receita efetiva para o industrial, que 
cobra o imposto do comerciante ou da pessoa física no momento da venda do produto. O mesmo se 
aplica ao ICMS Substituição Tributária.
— Deduções da base de cálculo
Após considerar todas as receitas tributadas pelo PIS e Cofins, a empresa poderá deduzir da base 
algumas despesas, especialmente aquelas apresentadas como deduções da receita bruta na demonstração 
do resultado. São elas:
• vendas canceladas;
• devolução de vendas;
• descontos incondicionais concedidos, incluindo bonificações.
— Base de cálculo, alíquotas e despesas
A base de cálculo do PIS e da Cofins para todas as empresas tributadas pelo lucro presumido ou com 
seu lucro arbitrado é obtida por meio da seguinte fórmula:
92
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Quadro 3 – Base de cálculo
(+) total de receitas, exceto as não tributadas
(‑) deduções permitidas em lei
(=) base de cálculo de PIS e Cofins.
Após encontrar a base de cálculo, são aplicadas as alíquotas:
PIS = 0,65%
Cofins = 3%
— Exemplo numérico com deduções
Suponha que a “Cia. Caiçara” seja uma empresa comercial tributada pelo lucro presumido e que 
apresentou, em janeiro de 2010, as seguintes contas de resultado:
• receita com revenda de mercadorias: R$ 500.000;
• devolução de vendas: R$ 10.000;
• descontos incondicionais concedidos: R$ 25.000;
• descontos financeiros concedidos: R$ 5.000;
• receitas financeiras: R$ 4.000;
• receita com aluguel de espaço: R$ 1.000;
• ganho na venda de bens do imobilizado: R$ 6.000.
Observe que 20% das revendas são de produtos com tributação monofásica. As devoluções e os 
descontos são de produtos tributados normalmente.
Veja no quadro a seguir o cálculo do PIS e da Cofins da “Cia. Caiçara”:
Quadro 4 – Cálculo do PIS e da Cofins
Total de receitas (tributadas) R$ 400.000
 Revendas 400.000 (80% da revenda de mercadorias)
(‑) devolução de vendas (R$ 10.000)
(‑) descontos incondicionais concedidos (R$ 25.000)
Base de cálculo de PIS e Cofins R$ 365.000
93
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
Total de receitas (tributadas) R$ 400.000
PIS – 0,65% R$ 2.372,50
Cofins – 3% R$ 10.950
 lembrete
Descontos financeiros concedidos R$ 5.000; receitas financeiras R$ 
4.000, receita de aluguel R$ 1.000 e ganho na venda de bens do imobilizado 
de R$ 6.000, não são considerados no cálculo.
• Faturamento bruto / receita bruta – regime não cumulativo
O regime não cumulativo é utilizado nas empresas tributadas pelo lucro real. A empresa tributada 
pelo lucro real será obrigada a utilizar o método não cumulativo, com um cálculo bem mais complexo 
em relação às empresas tributadas pelo lucro presumido ou que tenham seu lucro arbitrado.
As empresas obrigadas ao cálculo do PIS e Cofins pelo método não cumulativo pagam as contribuições 
com alíquotas de 1,65% e 7,6%, respectivamente. Mas essas empresas podem deduzir os créditos 
permitidos expressamente em lei.
O sistema de registro de créditos do PIS, inicialmente, parecia guardar similaridade com o modelo 
adotado para o ICMS e IPI. Entretanto, não foi o que aconteceu na regulamentação feita por meio das 
leis que instituíram o método não cumulativo para PIS e Cofins.
O legislador citou expressamente os itens que permitem crédito de PIS (e, posteriormente, confirmou 
isso na Cofins), definindo claramente, em alguns casos, os itens que não permitem crédito, como os 
gastos com mão de obra.
A seguir, serão apresentadas as regras de tributação de PIS e Cofins das empresas tributadas pelo 
lucro real, lembrando que existem empresas que, mesmo no lucro real, devem efetuar o cálculo das 
contribuições de outra forma, por exemplo:
• as empresas submetidas ao modelo de tributação monofásica, por exemplo, as refinarias e as 
indústrias de bebidas;
• as instituições financeiras e empresas equiparadas;
• as empresas com previsão de tributação de parte de suas receitas pelo método não cumulativo, 
como o setor de telecomunicações;
• imunes aos impostos;
94
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
• órgãos públicos, autarquias e fundações públicas federais, estaduais e municipais e fundações 
referidas no artigo 61 do ADCT da Constituição Federal;
• Cooperativas, exceto as de produção agropecuária e as de consumo.
— Princípios constitucionais
A não cumulatividade está prevista na Lei nº 10.637/02 para o PIS e na Lei nº 10.833/03 para a Cofins.
Portanto, se a empresa contribuinte do PIS e da Cofins adquire mercadorias que sofreram a incidência 
destes tributos e que, ao serem vendidas, também sofrerão estas incidências, poderá compensar os 
valores pagos destes tributos nas operações seguintes no sistema de débito e crédito.
— Total de receitas
O cálculo da Cofins e do PIS nas empresas tributadas pelo lucro real tem a base inicial igual ao 
cálculo pelo lucro presumido: a totalidade das receitas da empresa. Basta considerar no balancete o 
grupo receitas e informar seu total.
Contudo, existem algumas receitas que não são tributadas pelas contribuições para o PIS e a Cofins. 
Basicamente, as exclusões permitidas no lucro real são as mesmas permitidas no lucro presumido e que 
foram apresentadas no item anterior.
Todavia, o Decreto 5.164/04 diz que as receitas financeiras são excluídas das bases de PIS e 
Cofins nas empresas que utilizam o método não cumulativo, a partir de agosto de 2004. A exclusão é 
permitida mesmo quando a empresa utiliza o método não cumulativo apenas para parte das receitas. 
Uma companhia aérea, por exemplo, que tributa as receitas com prestação de serviços de transportes 
de cargas pelo método não cumulativo, tem o direito de excluir as receitas financeiras das bases das 
contribuições, pois parte de suas receitas foi submetida ao método não cumulativo.
São consideradas receitas financeiras:
• juros ativos, descontos obtidos e renda com aplicações financeiras (artigo 373 do Decreto 
3.000/99);
• variação cambial ativa (Lei 9.718/98);
• juros sobre contrato de mútuo (IN SRF 7/99);
• operações de cobertura – hedge (IN SRF 123/99);
• juros sobre capital próprio (artigo 30 da IN SRF 11/96).
95
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
O Decreto 5.442, de 9 de maio de 2005, revogou o Decreto 5.164/04 paraincluir entre as receitas 
financeiras excluídas aquelas decorrentes de operações realizadas para fins de hedge, inicialmente 
proibidas no Decreto 5.164/04.
O normativo define claramente que o valor recebido a título de juros sobre capital próprio integra a 
base de PIS e Cofins, qualquer que seja o método adotado.
— Deduções da base de cálculo
Após considerar todas as receitas tributadas por PIS e Cofins, a empresa poderá deduzir da 
base algumas despesas, especificamente aquelas apresentadas como deduções da receita bruta na 
demonstração do resultado. São elas:
• vendas canceladas;
• devolução de vendas;
• descontos incondicionais concedidos, incluindo bonificações.
As devoluções de vendas tributadas pelo método cumulativo não podem ser excluídas da base das 
contribuições no método não cumulativo, gerando crédito, no caso, pelas alíquotas antigas, em doze 
parcelas iguais e sucessivas (IN SRF 404/04, artigo 4º, parágrafo 6º).
Os valores relativos às bonificações concedidas em mercadorias serão excluídos da base de PIS e 
Cofins somente nos casos em que se caracterizarem como descontos incondicionais concedidos.
Além das deduções tradicionais, que ocorrem na maior parte das empresas, existem outros itens que 
são excluídos das bases de PIS e Cofins, sendo que a maioria desses itens ocorre em empresas tributadas 
pelo lucro real. Algumas são apresentadas a seguir:
• os recursos recebidos a título de repasse, oriundos do orçamento geral da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista;
• receitas com o fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações 
e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível;
• receitas obtidas com o transporte internacional de cargas ou passageiros;
• receitas auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação, 
modernização, conversão e reparo de embarcações pré‑registradas ou registradas no Registro 
Especial Brasileiro – REB –, instituído pela Lei 9.432, de 8 de janeiro de 1997;
• receitas com frete de mercadorias transportadas entre o país e o exterior pelas embarcações 
registradas no REB, de que trata o artigo 11 da Lei 9.432, de 1997;
96
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
• vendas realizadas pelo produtor‑vendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do 
Decreto‑lei 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao 
fim específico de exportação para o exterior;
• a receita auferida pelas instituições privadas de ensino superior, com fins lucrativos ou sem fins 
lucrativos, não beneficente, que aderir ao Prouni, decorrentes de atividades de ensino superior, 
proveniente de cursos de graduação ou cursos sequenciais de formação específica;
• as receitas auferidas pela Itaipu Binacional, com a venda de energia elétrica.
• O IPI destacado nas notas fiscais de venda (quando incluso na receita bruta) e o ICMS cobrado 
pelo vendedor na condição de substituto tributário.
• As reversões de provisões e as recuperações de créditos baixados como perda que não representem 
ingresso de novas receitas.
• Os resultados positivos de participações societárias. Tais resultados correspondem a dividendos, 
lucros e registro de equivalência patrimonial credora, recebidos em decorrência de ações, quotas 
ou participações que a pessoa jurídica detiver.
• A receita decorrente da venda de bens do ativo permanente. Como exemplo, a venda de um 
terreno que está no imobilizado da pessoa jurídica, não será computado na base de cálculo do PIS 
e Cofins.
• As receitas de exportação de mercadorias para o exterior e as receitas dos serviços prestados a 
pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior, cujo pagamento represente 
ingresso de divisas. É importante ressaltar que não basta que a receita seja auferida sobre uma 
pessoa que reside no exterior (por exemplo, um estrangeiro que esteja em visita ao Brasil). Para se 
considerar parcela excluível, deve haver um pagamento que represente um ingresso de divisas no 
Brasil.
 Observação
Nos termos da Medida Provisória 315/2006, artigo 10, a não incidência 
do PIS e da Cofins, relativamente aos recebimentos de exportações de 
serviços para o exterior, no caso de a pessoa jurídica manter recursos 
em instituição financeira no exterior (observados os limites fixados pelo 
Conselho Monetário Nacional), independe do efetivo ingresso de divisas 
no País.
• As receitas do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em 
embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda 
conversível.
97
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
• As receitas de vendas, com o fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras, 
registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
• A parcela das receitas financeiras decorrentes da variação monetária dos direitos de créditos e das 
obrigações do contribuinte, em função das taxas de câmbio, submetida à tributação, segundo o regime 
de competência, relativa a períodos compreendidos no ano‑calendário de 1999, excedente ao valor da 
variação monetária efetivamente realizada, ainda que a operação correspondente já tenha sido liquidada.
A partir de 26 de julho de 2004, excluem‑se da base de cálculo do PIS e Cofins das agências de 
publicidade e propaganda as importâncias pagas diretamente ou repassadas por esta a empresas de 
rádio, televisão, jornais e revistas, sendo vedado o aproveitamento do crédito em relação às parcelas 
excluídas (artigo 13 da Lei 10.925/2004).
— Base de cálculo, alíquotas e despesas
A base de cálculo das empresas tributadas pelo lucro real, regra geral, será apurada por meio do 
somatório das receitas menos as deduções permitidas pelo legislador. Sobre esta base são aplicadas 
alíquotas de 7,6% para a Cofins, e de 1,65% para o PIS/Pasep.
Mas as empresas não precisarão pagar exatamente o valor apurado pela aplicação das alíquotas 
mais elevadas criadas para o método não cumulativo. O legislador define nos normativos um conjunto 
de itens que estas empresas podem utilizar como crédito para diminuir o valor das contribuições a 
pagar. Para fins de simplificação, veja a explicação:
Receitas totais da empresa, exceto as 
não tributadas, menos as deduções 
permitidas
(X)
Cofins = 7,6%
PIS = 1,65%
(X) Despesa PIS e Cofins
(‑) menos
Créditos permitidos em lei (X)
Cofins = 7,6%
PIS = 1,65%
(X) PIS e Cofins a recuperar
(=)igual
PIS e Cofins devidos pela 
empresa
Figura 21 – Esquema de cálculo de crédito
— Créditos permitidos no método não cumulativo
Os créditos representam a essência de um método não cumulativo. No Brasil, o ICMS e o IPI têm essa 
característica de que o imposto pago na etapa anterior e destacado no documento fiscal é creditado 
98
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
pela empresa que compra um produto para revenda ou para transformação em outro produto que será 
vendido.
Contudo, o modelo utilizado para o PIS e a Cofins é algo diferente, pois a legislação separou as empresas 
em dois tipos, conforme a forma de tributação. Com isso, o crédito de uma empresa compradora de um 
determinado bem não representa, necessariamente, o valor pago na empresaque vendeu este bem.
Portanto, os créditos de PIS e Cofins serão obtidos por meio da aplicação das alíquotas de 1,65% e 
7,6% sobre valores expressamente determinados em lei, sem considerar a forma de tributação da empresa 
vendedora. O crédito será presumido, sendo considerado como liberalidade concedida pelo legislador.
Na forma da Lei, dão direito a crédito os seguintes itens:
I – bens adquiridos para revenda, exceto aqueles em relação às mercadorias e aos produtos submetidos 
ao regime de substituição tributária;
II – bens e serviços utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação 
de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes;
III – energia elétrica consumida no estabelecimento da pessoa jurídica;
IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos pagos às pessoas jurídicas, utilizados nas 
atividades da empresa;
V – o valor da contraprestação de arrendamento mercantil de pessoas jurídicas;
VI – máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos para 
utilização na produção de bens destinados a venda ou na prestação de serviços;
VII – edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da 
empresa;
VIII – bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado o faturamento do mês ou 
meses anteriores;
IX – encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados e dos imóveis próprios ou de 
terceiros incorridos no mês;
X – Simples (final de 2007).
Não dão direito a crédito:
I – mão de obra paga a pessoa física;
99
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
II – despesas pagas a não residentes.
7.4 PIS/Pasep – Folha de pagamento
Quem contribui para o PIS / Pasep sobre a folha de pagamento são as entidades previstas no artigo 
13 da Medida Provisória 2.158‑35, de 2001:
I – templos de qualquer culto;
II – partidos políticos;
III – instituições de educação e de assistência social que preencham as 
condições e requisitos do artigo 12 da Lei 9.532, de 1997;
IV – instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as 
associações que preencham as condições e requisitos do artigo 15 da Lei 
9.532, de 1997;
V – sindicatos, federações e confederações;
VI – serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;
VII – conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;
VIII – fundações de direito privado e fundações públicas instituídas ou 
mantidas pelo Poder Público;
IX – condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais;
X – Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e Organizações 
Estaduais de Cooperativas previstas no artigo 105 e seu § 1º da Lei 5.764, 
de 1971;
XI – as cooperativas que fizerem uso das exclusões previstas no artigo 15 da 
Medida Provisória 2.158‑35, de 2001 (BRASIL, 2001b).
Estas entidades são isentas da Cofins (Medida Provisória 2.158‑35, de 24 de agosto de 2001, artigo 
14, X).
7.4.1 Alíquota
Estas entidades recolhem o PIS a alíquota de 1%.
100
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
7.4.2 Base de Cálculo
A base de cálculo é o valor total da folha de pagamento mensal de salários de seus empregados.
A folha de pagamento mensal compreende os valores dos rendimentos do trabalho assalariado de 
qualquer natureza, tais como salários, gratificações, comissões, adicional de função, ajuda de custo, 
aviso prévio trabalhado, adicional de férias, quinquênios, adicional noturno, horas extras, 13º salário, 
repouso semanal remunerado e diárias superiores a cinquenta por cento do salário.
 Observação
Não integram a base de cálculo os valores relativos: ao salário‑família, 
tíquete‑alimentação, vale‑transporte, aviso prévio indenizado, férias e 
licença‑prêmio indenizadas, incentivo pago em decorrência de adesão a Plano 
de Demissão Voluntária – PDV, ao FGTS pago diretamente ao empregado 
decorrente de rescisão contratual e outras indenizações por dispensa, desde 
que dentro dos limites legais (IN SRF 247, de 2002, artigo 51).
7.5 PIS e Cofins – Instituições financeiras e equiparadas
Instituições financeiras, apesar de serem obrigadas a tributação pelo lucro real, são excluídas do 
recolhimento de PIS e Cofins pela não cumulatividade e tem alíquotas especiais.
Figura 21 – Instituições financeiras têm alíquotas especiais
7.5.1 Alíquotas
PIS = 0,65%.
Cofins = 4% (quatro por cento) – incidente sobre as receitas aferidas, a partir de 1º de setembro de 
2003, pelos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, 
101
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades 
corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil e 
cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros 
privados (corretoras de seguro) e de crédito e entidades de previdência privada, abertas e fechadas, e 
pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos imobiliários ou financeiros.
7.5.2 Base de cálculo
A base de cálculo que compreende:
I – receita bruta, considerada nas operações realizadas em mercados futuros como o resultado 
positivo dos ajustes diários ocorridos no mês;
II – receita bruta, considerada nas operações de câmbio na diferença positiva entre o preço de venda 
e o preço de compra da moeda estrangeira;
III – as variações monetárias ativas dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função 
da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual.
 Saiba mais
 Verifique, na legislação, todas as exclusões permitidas da base de 
cálculo. É vedada a dedução de qualquer despesa administrativa.
7.6 PIS e Cofins – monofásico
7.6.1 Base de cálculo
Figura 22 – Medicamentos tem regime monofásico do PIS e da Cofins
102
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
O regime monofásico do PIS e da Cofins é um mecanismo semelhante à substituição tributária 
porque atribui a um determinado contribuinte a responsabilidade pelo tributo devido em toda cadeia. 
Portanto, com a edição da Lei 10.147/00, o Governo Federal criou o regime monofásico para os produtos 
de higiene pessoal, medicamentos e cosméticos, que também tornou os importadores e industriais desses 
produtos responsáveis pelo recolhimento do PIS e da Cofins incidentes sobre a cadeia de produção e 
consumo mediante a aplicação de uma alíquota global de 12,50% e reduziu a zero a alíquota do PIS e 
da Cofins para revendedores e varejistas. Ou seja, é na primeira operação que o imposto será recolhido, 
ficando as operações subsequentes reduzidas a zero. Portanto, distribuidores, atacadistas e comerciantes 
varejistas que revendem produtos farmacêuticos de perfumaria, toucador e cosméticos, estão isentos do 
pagamento da PIS e da Cofins.
Serão aplicadas alíquotas de 2,20% para o PIS e 10,30% para a Cofins sobre as receitas com venda, 
pelo industrial ou importador, de produtos classificados na TIPI nas posições 33.03 a 33.07 e nos códigos 
3401.11.90, 3401.20.10 e 9603.21.00. São exemplos de produtos incluídos na lista:
–Perfumes e águas‑de‑colônia;
– Produtos de maquilagem para os lábios e olhos;
– Cremes de beleza;
– Xampus;
– Cremes de barbear;
– Desodorante;
– Fio dental.
Na industrialização ou importação de produtos farmacêuticos classificados nas posições 30.01, 
30.03, exceto no código 3003.90.56, 30.04, exceto no código 3004.90.46, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 
3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2 e nos códigos 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99, 
3005.10.10, 3006.60.00, as alíquotas aplicadas serão 2,10% para o PIS e 9,90% para a Cofins. 
Porém, foi concedido regime especial de utilização de crédito presumido da contribuição para PIS e 
Cofins às pessoas jurídicas que procedam à industrialização ou à importação dos produtos classificados 
na posição 30.03, exceto no código 3003.90.56, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 
3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2 e nos códigos 3001.20.90, 3001.90.10, 3001.90.90. 3002.90.20, 
3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10 e 3006.60.00 e na posição 30.04, exceto no código 3004.90.46, 
todos da TIPI, pelas alíquotas utilizadas no regime monofásico. Na prática, os produtos farmacêuticos 
listados neste parágrafo não pagam PIS e Cofins.
As distribuidoras de remédios e as farmácias, quando revendem os medicamentos com tributação 
monofásica, não pagam PIS e Cofins. No entanto, devem recolher as duas contribuições calculadas 
103
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
sobre as demais receitas não tributadas no modelo monofásico, aplicando as alíquotas de 0,65% e 
3% (se estiver no lucro presumido) ou 1,65% e 7,6% (se estiver no lucro real), para o PIS e Cofins, 
respectivamente.
A Lei 10.865/04 disciplinou que, nas importações de alguns produtos farmacêuticos, sejam aplicadas 
alíquotas de 2,10% para o PIS e 9,90% para a Cofins. Nas importações de produtos de perfumaria, de 
toucador ou de higiene pessoal, as alíquotas são de 2,2% e 10,30%.
Em relação à dedução de créditos, a Instrução Normativa SRF 594, de 26 de dezembro de 2005, 
esclarece o assunto no artigo 26, permitindo às empresas com tributação monofásica a dedução de 
créditos nos mesmos moldes permitidos para as demais empresas tributadas pelo lucro real e submetidas 
ao método não cumulativo.
7.7 tratamento do PIS e Cofins em operações de venda para empresas da 
zFM e AlC
De acordo com o artigo 2º da Lei 10.996/04, as vendas destinadas à Zona Franca de Manaus e a Área 
de Livre Comércio – ALC, a seguir:
Artigo 2º Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da Contribuição para o 
PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – 
Cofins incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas ao 
consumo ou à industrialização na Zona Franca de Manaus – ZFM, por pessoa 
jurídica estabelecida fora da ZFM.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, entendem‑se como vendas de mercadorias 
de consumo na Zona Franca de Manaus – ZFM as que tenham como 
destinatárias pessoas jurídicas que as venham utilizar diretamente ou para 
comercialização por atacado ou a varejo.
§ 2º Aplicam‑se às operações de que trata o caput deste artigo as disposições 
do inciso II do § 2º do artigo 3º da Lei 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 
do inciso II do § 2º do artigo 3º da Lei 10.833, de 29 de dezembro de 2003.
§ 3º As disposições deste artigo aplicam‑se às vendas de mercadorias 
destinadas ao consumo ou à industrialização nas Áreas de Livre Comércio 
de que tratam as Leis nos 7.965, de 22 de dezembro de 1989, 8.210, de 19 
de julho de 1991, e 8.256, de 25 de novembro de 1991, o artigo 11 da Lei 
8.387, de 30 de dezembro de 1991, e a Lei 8.857, de 8 de março de 1994, por 
pessoa jurídica estabelecida fora dessas áreas (Redação dada pela Lei 11.945, 
de 4 de junho de 2009).
§ 4º Não se aplica o disposto neste artigo às vendas de mercadorias que 
tenham como destinatárias pessoas jurídicas atacadistas e varejistas, 
104
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
sujeitas ao regime de apuração não cumulativa da Contribuição para o PIS/
Pasep e da Cofins, estabelecidas nas Áreas de Livre Comércio referidas no § 
3º (Incluído pela Lei 12.350, de 20 de dezembro de 2010).
§ 5º Nas notas fiscais relativas à venda de que trata o caput deste artigo, 
deverá constar a expressão “Venda de mercadoria efetuada com alíquota 
zero da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins”, com a especificação 
do dispositivo legal correspondente (Incluído pela Lei 12.350, de 20 de 
dezembro de 2010) (BRASIL, 2010b).
Podemos observar que somente estão reduzidas a zero as alíquotas do PIS e Cofins quando o 
adquirente for tributado pelo sistema cumulativo, não abrangendo as demais empresas conforme 
estipulado na Lei 12.350 de dezembro de 2010.
8 exeMPlOS de CONtABIlIzAçãO de OPeRAçõeS COM MeRCAdORIAS e 
SeRvIçOS COM tRIButAçãO
Vamos, aqui, apresentar alguns exemplos de operações para melhor entendimento.
8.1 Compra de mercadorias com incidência de ICMS / PIS / Cofins 
recuperáveis
Vamos considerar uma compra de mercadorias por R$ 100.000, com incidência de ICMS à alíquota 
de 17% e, considerando as alíquotas do PIS a 1,65% e Cofins a 7,6%, deveremos fazer a contabilização 
da seguinte forma:
Quadro 5 – Nota fiscal de compra de mercadorias
Mercadorias – “X” unidades 100.000
ICMS (17% X 100.000) = 17.000 100.000
Quadro 6 – Memória de cálculo
1) Valor da compra
2) ICMS sobre operação (17%) – incluso no preço
3) PIS sobre a operação (1,65%) – incluso no preço
4) Cofins sobre a operação (7,6%) – inclusa no preço
Valor líquido de mercadoria = 1 – (2 + 3 + 4)
R$
100.000
17.000
1.650
7.600
73.750
Ao adquirir as mercadorias por R$ 100.000, R$ 17.000 se referem ao ICMS, R$ 1.650 ao PIS, e R$ 
7.600 à Cofins.
105
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
Para o comprador, esses tributos, em virtude do princípio da não cumulatividade, representam um 
adiantamento do que será devido quando da venda deste estoque de mercadorias.
Logo, esses valores pagos na compra de mercadorias representam um direito da empresa contra o Estado 
(ICMS) e a União (PIS/Cofins), devendo ser reconhecidos na escrituração contábil por meio de contas próprias, 
que podem ser chamadas de contas correntes — C/C ICMS (ou ICMS a recuperar), C/C PIS (ou PIS a recuperar), 
e C/C Cofins (ou Cofins a recuperar). Todas essas contas são contas de ativo, pois significam direitos.
Tais contas têm o seguinte funcionamento.
Quando da compra das mercadorias, são debitadas pelo valor embutido (incluído) no preço. Quando 
do encerramento do período de apuração do imposto, são creditadas para a transferência de seu saldo 
para as contas do passivo, ICMS a recolher, PIS a recolher e Cofins a recolher.
A operação poder ser contabilizada a seguir:
Tabela 29 – Considerando compra à vista
Débito
Mercadorias (Ativo) R$ 73.750,00
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 17.000,00
PIS a recuperar (Ativo) R$ 1.650,00
Cofins a recuperar (Ativo) R$ 7.600,00
Crédito
Caixa (Ativo) R$ 100.000,00
Tabela 30 – Considerando compra a prazo
Débito
Mercadorias (Ativo) R$ 73.750,00
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 17.000,00
PIS a recuperar (Ativo) R$ 1.650,00
Cofins a recuperar (Ativo) R$ 7.600,00
Crédito
Fornecedores (Passivo) R$ 100.000,00
Observamos que muitas empresas utilizam uma única conta para substituir as contas a recuperar e 
a recolher. Essa conta é denominadade conta corrente (C/C ICMS; C/C Cofins).
Quando a empresa compra mercadorias, a conta corrente é debitada pelos impostos e contribuições 
incidentes sobre a operação de compra. Por outro lado, quando a empresa vende mercadorias, a conta 
corrente é creditada pelo valor dos impostos e contribuições incidentes sobre a operação de venda. Assim 
sendo, no final do período da operação, a conta corrente poderá apresentar saldo devedor ou saldo credor.
106
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
O saldo devedor da conta corrente indica que a empresa tem um direito contra a Fazenda Pública, 
sendo, portanto, um ativo.
O saldo credor da conta corrente indica que a empresa tem uma obrigação junto à Fazenda Pública, 
sendo, portanto, um passivo.
8.2 Compra de mercadorias com incidência de IPI / ICMS / PIS / Cofins 
recuperáveis
A diferença do IPI em relação ao ICMS / PIS e Cofins é que seu valor não está incluído no preço 
dos produtos. Se o comprador dos produtos sobre os quais incidiu o IPI é contribuinte do IPI (empresa 
industrial ou equiparada à industrial) e os produtos adquiridos são utilizados em seu processo de 
industrialização, o IPI incidente na operação de compra poderá ser recuperado quando da venda dos 
bens industrializados pela empresa (princípio da não cumulatividade).
Por exemplo: considerando uma compra de matéria‑prima por R$ 100.000, com incidência de ICMS à 
alíquota de 17%, do PIS a 1,65% e Cofins a 7,6%, bem como o IPI com alíquota de 30%, a contabilização 
será feita da seguinte forma:
Quadro 7 – Nota fiscal de compra de matéria-prima
Matéria‑prima – “x” unidades
IPI – 30% sobre 100.000
ICMS (17% sobre 100.000)
Valor total da nota fiscal
100.000
30.000
17.000
130.000
Quadro 8 – Memória de cálculo
1) Valor da compra
2) IPI sobre compra (30%) – não incluso no preço da matéria‑prima
3) Valor da nota fiscal
4) ICMS sobre a compra (17%) – incluso no preço da matéria‑prima
5) PIS sobre a operação (1,65%) – incluso no preço da matéria‑prima
6) Cofins sobre a operação (7,6%) – inclusa no preço da matéria‑prima
7) IPI sobre a compra (30%) – recuperável (neste exemplo)
8) Valor líquido da matéria‑prima = (3 – (4 + 5 + 6 + 7))
R$
100.000
30.000
130.000
17.000
1.650
7.600
30.000
73.750
Como o IPI é recuperável neste exemplo, seu valor não entra na base de cálculo do ICMS (artigo 
155, parágrafo 2º, inciso XI da Constituição Federal), do PIS (artigo 66, parágrafo 3º da Instrução 
Normativa 247/02) e da Cofins (artigo 8º, parágrafo 3º, inciso I da Instrução Normativa SRF 404 de 
12/03/2004).
107
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
A contabilização, considerando a compra à vista, será:
Tabela 31 – Contabilização
Débito
Mercadorias (Ativo) R$ 73.750,00
IPI a recuperar (Ativo) R$ 30.000,00
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 17.000,00
PIS a recuperar (Ativo) R$ 1.650,00
Cofins a recuperar (Ativo) R$ 7.600,00
Crédito
Caixa (Ativo) R$ 130.000,00
8.3 Compra de produtos para revenda por empresa comercial – IPI não 
recuperável e ICMS / PIS / Cofins recuperáveis
Neste caso, a empresa compradora não é contribuinte do IPI, pois é uma empresa comercial, ou, 
mesmo sendo contribuinte, não utiliza o produto comprado em seu processo de fabricação. O IPI 
incidente na operação de compra não será recuperado e, portanto, integrará o custo de aquisição.
Por exemplo: a empresa “Comercial Ltda.” adquire, a prazo, produtos industrializados para revenda 
por R$ 250.000, com IPI à alíquota de 20%, ICMS à alíquota de 17%, PIS à alíquota de 1,65%, e a Cofins 
à alíquota de 7,6%.
Como a empresa compradora não é contribuinte do IPI, este não será recuperável, devendo integrar 
o custo de aquisição.
Quadro 9 – Nota fiscal de compra do produto
Produto – “X” unidades
IPI – 20% sobre 250.000
ICMS (17% sobre 250.000) 42.500
250.000
50.000
300.000
Quadro 10 – Memória de cálculo
1) Valor da compra
2) IPI sobre compra (20%) – cobrado destacadamente
3) Valor da nota fiscal
4) ICMS sobre compra (17%) – incluso no preço (17% x 250.000)
5) PIS sobre compra (1,65%) – incluso no preço (1,65% x 300.000)
6) Cofins sobre compra (7,6%) – inclusa no preço 7,6% x 300.000)
7) Valor líquido do produto (3 – (4 + 5 + 6))
R$
250.000
50.000
300.000
42.500
4.950
22.800
229.750
108
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Como o IPI não é recuperável, porém o produto é destinado à comercialização, seu valor (do IPI) 
não entra na base de cálculo do ICMS (artigo 155, parágrafo 2º, inciso XI da Constituição Federal). 
Entretanto, o valor do IPI integra a base de cálculo do PIS e da Cofins, por interpretação do disposto 
nos artigos 66, parágrafo 3º, da Instrução Normativa 247/02, e 8º, parágrafo 3º, inciso I da Instrução 
Normativa 404, de 12/03/04.
A contabilização, considerando a compra a prazo, será:
Tabela 32 – Contabilização
Débito
Mercadorias (Ativo) R$ 229.750,00
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 42.500,00
PIS a recuperar (Ativo) R$ 4.950,00
Cofins a recuperar (Ativo) R$ 22.800,00
Crédito
Fornecedores (Passivo) R$ 300.000,00
8.4 Compra de bens para uso da empresa quando o IPI não é recuperável e 
ICMS / PIS / Cofins são recuperáveis
Por exemplo: uma empresa comercial adquire uma máquina para seu ativo permanente imobilizado 
diretamente da indústria por R$ 50.000, com alíquota de IPI de 20%, de ICMS de 17%, de PIS de 1,65% 
e da Cofins de 7,6%, à vista. Como se trata de uma aquisição para uso e não para revenda, o IPI não será 
recuperável, devendo integrar o custo de aquisição.
Quadro 11 – Nota fiscal de compra da máquina
Máquina
IPI – 20% sobre 50.000
ICMS (17% sobre 60.000) R$ 10.200
50.000
10.000
60.000
Quadro 12 – Memória de cálculo
1) Valor da compra
2) IPI sobre compra (20%) – cobrado destacadamente
3) Valor da nota fiscal
4) ICMS sobre compra (17%) – incluso no preço
5) PIS sobre compra (1,65%) – incluso no preço
6) Cofins sobre compra (7,6%) – inclusa no preço
7) Valor líquido da máquina – (3 – (4 + 5 + 6))
R$
50.000
10.000
60.000
10.200
990
4.560
44.250
109
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
A contabilização, considerando a compra à vista:
Tabela 33 – Contabilização
Débito
Máquinas (Ativo) R$ 44.250,00
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 10.200,00
PIS a recuperar (Ativo) R$ 990,00
Cofins a recuperar (Ativo) R$ 4.560,00
Crédito
Caixa (Ativo) R$ 60.000,00
8.5 Outros gastos nas compras: imposto de importação, fretes e seguros
1) Quanto ao imposto de importação, não existe a possibilidade de sua recuperação pelo importador. 
Portanto, o mesmo deverá acrescer o custo de aquisição das mercadorias importadas.
2) Quanto aos fretes e seguros que o comprador é obrigado a pagar, seus valores devem integrar o 
custo de aquisição das mercadorias compradas.
8.6 Contabilização das operações de vendas
Para o registro das operações de vendas de mercadorias, são efetuados débitos de uma conta que 
representa a disponibilidade (caixa ou bancos) no caso de venda à vista, ou de uma conta representativa 
de um direito (clientes ou duplicatas a receber), no caso de venda a prazo. Como contrapartida, tem‑se 
um crédito em umaconta de receita (vendas ou receita bruta de vendas).
8.6.1 Impostos e contribuições incidentes sobre vendas
Considerando‑se as diversas legislações (federal, estadual), quando uma empresa vende uma mercadoria 
ou um produto, no preço desses bens estão embutidos impostos e contribuições sobre o valor das vendas, 
tais como ICMS, PIS, Cofins, entre outros, que deverão ser recolhidos aos cofres públicos.
Observamos que o IPI não integra a receita bruta, apesar de compor o preço final da nota fiscal 
(Decreto 3.000/99, artigo 279, parágrafo único).
Revenda de mercadorias sem incidência do IPI
Exemplo: operação a prazo pelo valor de R$ 100.000,00.
a)
D ‑ clientes ‑ 100.000
C ‑ vendas brutas ‑ 100.000
Pelo reconhecimento da 
receita
110
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
b)
D ‑ tributos sobre vendas 26.250
C ‑ ICMS a recolher 17.000
C ‑ PIS a recolher 1.650
C ‑ Cofins a recolher 7.600
Revenda de 
mercadorias sem 
incidência de IPI
Figura 23 – Esquema de revenda de mercadoria sem incidência do IPI
A conta tributos sobre vendas foi debitada, pois irá reduzir as vendas brutas. A contrapartida foi 
efetuada em contas que representam obrigações da empresa junto às fazendas públicas.
Dos 100.000 cobrados, somente R$ 73.750 pertencem à empresa. O restante, R$ 26.250, pertence 
aos cofres públicos.
Venda de produto fabricado pela empresa com alíquota de IPI de 10%
Exemplo: operação a prazo pelo valor de R$ 100.000,00.
Nesta operação, o valor do IPI é de R$ 10.000, sendo a contabilização feita da seguinte forma:
a)
D ‑ clientes 110.000
C ‑ receita bruta 110.000
b)
D ‑ IPI faturado 10.000
C ‑ IPI a recolher 10.000
c)
D ‑ tributos sobre vendas 26.250
C ‑ ICMS a recolher 17.000
C ‑ PIS a recolher 1.650
C ‑ Cofins a recolher 7.600
Pelo reconhecimento 
dos impostos e 
contribuições sobre 
venda
Pelo reconhecimento 
do IPI
Pelo reconhecimento 
de vendas com IPI
Figura 24 – Esquema de venda de produto com alíquota de IPI de 10%
Quadro 13 – Memória de cálculo
Vendas brutas
IPI faturado
= Receita bruta de vendas
ICMS sobre vendas
PIS sobre vendas
Cofins sobre vendas
= Receita líquida de vendas
R$
110.000
(10.000)
100.000
(17.000)
(1.650)
(7.600)
73.750
111
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
Observamos que substituímos na memória de cálculo a conta tributos sobre vendas por outras três 
contas: ICMS sobre vendas, PIS sobre vendas e Cofins sobre vendas.
8.6.2 Contabilização dos fatos que alteram as compras e as vendas
Devoluções de compras
Exemplo:
Compra de 100 unidades de mercadoria “y” para revenda pela empresa “X” por R$ 10.000, à vista, 
mais IPI de 10%, com ICMS de 17%, PIS de 1,65% e Cofins de 7,6%. Quando do recebimento das 
mercadorias, foram verificados defeitos em cinco unidades e, por esse motivo, a empresa compradora 
resolve devolvê‑las. Assim teremos:
A – Compra das mercadorias
Quadro 14 – Nota fiscal de compra
100 mercadorias “y” x R$ 100,00
IPI – 10% sobre 10.000
ICMS (17% sobre 10.000) = 1.700
Total da Nota Fiscal
10.000
1.000
11.000
Quadro 15 – Memória de cálculo
Valor da compra
IPI sobre compra – cobrado separadamente
Valor total da nota
ICMS sobre compra – incluso no preço
PIS sobre compra – incluso no preço
Cofins sobre compra – inclusa no preço
Valor líquido da mercadoria
R$
10.000
1.000
11.000
1.700
181,50
836
8.282,50
Como o IPI não é recuperável, porém o produto é destinado à comercialização, seu valor não entra 
na base de cálculo do ICMS, mas integra a base de cálculo do PIS e da Cofins.
Assim teremos a contabilização pela compra:
112
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Tabela 34 – Contabilização
Débito
Mecadorias (Ativo) R$ 8.282,50
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 1.700,00
PIS a recuperar (Ativo) R$ 181,50
Cofins a recuperar (Ativo) R$ 836,00
Crédito
Caixa (Ativo) R$ 11.000,00
B–Devolução da compra da mercadoria
Quadro 16 – Nota fiscal de devolução
05 mercadorias “y” x 100
IPI – 10% sobre 500
ICMS (17% sobre 500) 85
Total da Nota Fiscal
500
50
 550
Quadro 17 – Memória de cálculo
Valor da devolução
IPI sobre devolução – cobrado destacadamente
Valor total da nota
ICMS sobre devolução (17% s/ 500) – incluso no preço
PIS sobre devolução (1,65% s/ 550) – incluso no preço
Cofins sobre devolução (7,6% s/ 550) – inclusa no preço
Valor líquido da mercadoria devolvida
R$
500
50
550
85
9,08
41,80
414,12
Assim, teremos a contabilização da devolução de compra de mercadorias:
Tabela 35 – Contabilização
Débito
Caixa (Ativo) R$ 550,00
Crédito
Mecadorias (Ativo) R$ 414,12
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 85,00
PIS a recuperar (Ativo) R$ 9,08
Cofins a recuperar (Ativo) R$ 41,80
113
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Contabilidade tributária
Devoluções de vendas
Usaremos o mesmo exemplo de anterior e registraremos as operações sob o ponto de vista do 
vendedor.
A – Vendas das mercadorias
Quadro 18 – Nota fiscal da venda
100 mercadorias “y” x 100,00
IPI – 10% sobre 10.000
ICMS (17% sobre 10.000) = 1.700
Total da nota de devolução
10.000
1.000
11.000
Quadro 19 – Memória de cálculo
Valor da venda
IPI sobre venda 10% – cobrado destacadamente
Valor da nota
ICMS sobre venda (17%) – incluso no preço
PIS sobre venda (1,65%) – incluso no preço
Cofins sobre venda (7,6%) – inclusa no preço
R$
10.000
1.000
11.000
1.700
165
760
Como a empresa vendedora é contribuinte do IPI, a contabilização da venda é a seguinte:
a) D – caixa R$ 11.000
 C – faturamento bruto R$ 11.000
b) D – IPI faturado R$ 1.000
 C – IPI a pagar R$ 1.000
c) D – ICMS s/faturamento R$ 1.700
 C – ICMS a pagar R$ 1.700 
d) D – PIS s/faturamento R$ 165
 C – PIS a pagar R$ 165
 
e) D – Cofins s/faturamento R$ 760
 C – Cofins a pagar R$ 760
114
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 d
o 
Es
pí
rit
o 
Sa
nt
o 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 2
3/
02
/1
2
Da devolução
a) D – caixa R$ 550
 C – Devoluções de vendas R$ 550
b) D – IPI a recolher R$ 50
 D – ICMS a recolher R$ 85
 D – PIS a recolher R$ 8,25
 D – Cofins a recolher R$ 38 
 
 C – IPI faturado R$ 50
 C – ICMS sobre venda R$ 85
 C – PIS sobre venda R$ 8,25
 C – Cofins sobre venda R$ 38
Observamos que as devoluções de vendas constarão da DRE como parcela redutora das vendas brutas.
8.6.3 Abatimentos sobre compras
Nas operações mercantis podem ocorrer situações entre a saída da mercadoria do estabelecimento 
vendedor e o ingresso no estabelecimento comprador. O comprador adquire mercadoria de 1ª qualidade 
e recebe mercadoria de 2ª qualidade, por exemplo. Neste e em outros exemplos, para evitar a devolução 
da mercadoria, pode ser negociado entre as partes, comprador e vendedor, um abatimento no preço da 
mercadoria.
Assim, por exemplo, a empresa “Comércio de Equipamentos Ltda.” compra 20 computadores 
para revenda por R$ 20.000, à vista, com as seguintes alíquotas: ICMS 17%, PIS 1,65% e 
Cofins 7,6%. Ao receber a mercadoria,

Outros materiais