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O dano ambiental segundo a sua dimensão 
 
 
O dano ambiental, segundo a sua dimensão, pode ser tanto coletivo quanto individual. 
 
Dano ambiental coletivo: É aquele que é causado ao meio ambiente de forma 
globalmente considerada, que afeta diretamente a coletividade, uma vez que é um 
"bem de uso comum do povo", conforme estabelecido no art. 225, caput da Constituição 
Federal, sendo ainda de natureza difusa, atingindo um número indeterminado de 
pessoas. 
Aqui, os direitos decorrentes dessas agressões, no aspecto subjetivo, se caracterizam 
pela inexistência de uma relação jurídica base, e, no aspecto objetivo, pela 
indivisibilidade do bem jurídico tutelado. 
A reparação do dano ambiental coletivo é pleiteada via Ação Civil Pública ou Ação 
Popular. Eventual indenização é destinada a um fundo (artigo 13, Lei n. 7.347/85), 
cujos recursos serão alocados à reconstituição dos bens lesados. 
 
Lei n. 7.347, art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo 
dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por 
Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério 
Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à 
reconstituição dos bens lesados. 
 
Dano ambiental individual: Também é conhecido como dano ricochete ou reflexo. É 
aquele que pode ocorrer na esfera individual cuja pessoa, de forma individualmente 
afetada, pleiteia uma reparação por agressão cometida ao meio ambiente. O dano 
ambiental individual atinge pessoas determinadas, por meio da sua integridade moral ou 
de seu patrimônio particular. Nesse caso, quando este ocorre, autoriza o indivíduo a 
exigir a reparação do dano (ajuizar ação individual), seja ela patrimonial ou moral 
(extrapatrimonial), para recompor o prejuízo individual sofrido. 
 
 
Milaré esclarece que esse dano, “ao afetar desfavoravelmente a qualidade do meio, 
repercute de forma reflexa sobre a esfera de interesses patrimoniais ou 
extrapatrimoniais de outrem”. O dano individual encontra-se dentro do gênero dano 
ambiental, pois leva-se em consideração a lesão patrimonial ou extrapatrimonial que 
alguém sofreu em seus bens (esfera patrimonial) ou a aquisição de alguma doença fruto 
da lesão ambiental ocorrida. 
 
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), em seu artigo 14, §1°, consagra que “sem 
obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, 
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao 
meio ambiente e a terceiros”. 
 
PNMA, art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, 
estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação 
ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade 
ambiental sujeitará os transgressores: 
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o 
poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar 
ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por 
sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade 
para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados 
ao meio ambiente. 
 
A norma claramente reconhece as modalidades de dano ambiental individual e coletivo. 
José Rubens Morato Leite e Patryck de Araújo Ayala afirmam que o dano ambiental tem 
um conceito ambivalente, pois designa a lesão que ocorre sobre o bem ambiental, mas 
também a interesses pessoais, legitimando os lesados a uma reparação pelos prejuízos 
patrimoniais ou extrapatrimoniais causados. 
 
Milaré afirma que “isso significa dizer que o dano ambiental, embora sempre recaia 
diretamente sobre o ambiente e os recursos e elementos que o compõem, em prejuízo 
da coletividade, pode, em certos casos, refletir-se, material ou moralmente, sobre o 
patrimônio, os interesses ou a saúde de uma certa pessoa ou de um grupo de pessoas 
determinadas ou determináveis.

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