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COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA CITOLOGIA CLÍNICA PROFA.ANA KARINA BARROS DE SOUZA COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Ana Karina Barros de Souza Profa. de Citologia Clínica - UFBA Presidente da Sociedade Brasileira de Citologia Clínica Regional Bahia e Sergipe por cinco anos. Coordenadora de Curso de Especialização em Citologia Clínica Atualiza / SBCC e Atualiza/ UNG por 10 anos. Especialista em Citologia Clínica pela UFRJ Especialista em Saúde Pública pela UEFS / Escola Nacional de Saúde Pública Especialista em Administração Hospitalar pela UFBA/SENAC Responsável pela Citologia Clínica do Hospital do Exército de Salvador pelo período de quatro anos GEORGE PAPANICOLAOU COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA G. Papanicolaou (1943) - aplicação da citologia à patologia na clínica humana. Papanicolaou e Traut (1943) - monografia “ Diagnóstico do câncer uterino pelo esfregaço vaginal “ COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I 1957 - Academia Internacional de Citologia - Acta Cytologica 1961 Leopold G. Koss - “ Diagnostic Cytology and Histopathology Bases” COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Mérito de Papanicolaou Sistematizou uma técnica: Método de coleta Coloração de Papanicolaou Critérios de avaliação COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Citopatologia Ginecológica Objetivos do exame ginecológico preventivo Determinar a presença de células pré-malignas e malignas. Estabelecer a presença de neoplasia maligna primária ou metastática. AK SLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Citopatologia Ginecológica Objetivos Auxiliar no diagnóstico de infecções genitais por Herpes vírus, Papiloma vírus, Cândida sp, trichomonas vaginalis, Gardnerella vaginalis, Actinomyces sp e bactérias inespecíficas Auxiliar na avaliação da função hormonal AKSLEAL O câncer do colo uterino pode ser prevenido mediante identificação de células pré-malignas nos esfregaços cérvico - vaginais e tratamento adequado das lesões pré – cancerosas. COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I A não realização do exame de Papanicolaou é a principal causa para a não detecção do câncer cervical nos estágios mais precoces da doença. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Avaliação citológica anual a partir do início da atividade sexual Custo - benefício Historia natural do câncer cervical Taxa real de exames falso- negativos AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I A incidência de câncer cervical em mulheres que não realizam o exame de preventivo é 2,7 a 4 vezes maior quando comparada `aquela relativa `as mulheres que participam pelo menos uma vez dos programas de screening. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Analisando o perfil das mulheres com câncer cervical, verifica-se que um elevado percentual tem mais de 60 anos de idade que reflete a baixa adesão das mulheres em idade mais avançada aos programas de screening. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I “ American Cancer Society” em 1980 propôs , que o exame citológico cervical fosse realizado a cada três anos em pacientes de baixo risco Sexualmente ativas com um único parceiro, entre 18 e 65 anos, com dois exames prévios negativos. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Estudos demonstram que a citologia praticada a cada três anos, reduz a taxa de câncer invasivo em 91,4%, enquanto que a citologia anual reduz a sua frequência em 93,3%. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Exame de Papanicolaou Técnicas de colheita: Convencional Citologia líquida Fixação Coloração AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I MATERIAL DE COLHEITA Lâminas de vidro com extremidade fosca ; Clips de metal; Lápis preto Frasco de vidro ou plástico contendo etanol a 95%; fixador em spray ou carbovax Algodão; luvas Espátula de Ayre Espéculo Pinça Citobrush, Cervix-brush, swabs AKSLEAL Coleta ginecológica Amostra convencional Citologia líquida É o aprimoramento do chamado exame de Papanicolaou. Proporciona uma amostragem mais limpa, sem interferentes,como sangue, células inflamatórias e muco, permitindo a avaliação da morfologia celular de forma mais precisa. Além disso, as propriedades moleculares das células são mantidas, prestando-se a exames especiais (pesquisa de vírus ou outros elementos). Exige tecnologia e treinamento diferenciado, por conseguinte, é mais oneroso. A amostra é coletada do colo uterino por uma escova citológica própria e rapidamente colocada em contato com um líquido conservante especial. Citologia líquida COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Recomendações da colheita Não fazer o exame durante a menstruação Não realizar lavagens, nem utilizar drogas intravaginais ( cremes , óvulos), nas 48 horas que antecedem o exame Abstinência sexual nas 48 horas que antecedem o exame. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Colheita vaginal Em pacientes peri e pós menopausadas,a amostra do fundo de saco posterior da vagina, assume maior importância Neste local é mais comum encontro de células malignas de tumores de outros locais como endométrio, ovário e trompas, mais frequentes nessa fase da vida AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Fundo de saco vaginal COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Colheita da ectocérvice Remover gentilmente com algodão, o excesso de muco, secreção ou sangue do orifício externo do colo uterino Utilizar a espátula de Ayre com rotação (360 o.) em torno da cérvice uterina, na junção escamo-colunar (JEC) Espalhar o material na lâmina Fixação imediata AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Mucosa endocervical Ectocérvice e vagina Espátula de Ayre COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Colheita da endocérvice Com a escovinha raspar o canal endocervical, com movimento rotatório, gentilmente, evitando sangramento Espalhar o material na lâmina, com movimento rotatório daescova Fixar imediatamente em álcool à 95%, antes que ocorra qualquer traço de dessecamento AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Mucosa endocervical Ectocérvice e vagina Escova endocervical COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Situações especiais na colheita das amostras Para avaliação da função hormonal Fazer a colheita do terço superior da parede vaginal lateral, evitando-se a contaminação da amostra com material vulvar ou cervical, o que comprometeria a quantificação dos índices hormonais. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Fundo de saco lateral da vagina Espátula de Ayre AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Se a paciente é histerectomizada Fazer raspado das paredes vaginais Em pacientes virgens Fazer a colheita do fluido vaginal , com cotonete, swab, escovinhas ou pipetas. Não recomenda-se o uso de pipetas de vidro. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Fixação das amostras citológicas ginecológicas se refere à etapa do processamento técnico posterior ao preparo dos esfregaços. Objetivos Preservar as características citomorfológicas e reter certos elementos citoquímicos, que são essenciais na etapa de coloração. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Os fixadores citológicos de eleição devem apresentar as seguintes características penetrar rapidamente nas células minimizar a retração e a distorção da célula, substituindo a água celular preservar a morfologia celular inativar enzimas autolíticas. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I tornar as membranas celulares permeáveis aos corantes ter afinidades específicas para as diversas estruturas celulares facilitar adesão celular `a lâmina de vidro ser bactericida ser reprodutível permitir registro celular permanente AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Tipos de Fixação Úmida Cobertura Mista A seco AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Fixação úmida Etanol a 95% aceito universalmente eficiente, baixo custo ausência de toxicidade desnatura as proteínas e os ácidos nucléicos, tornando-os insolúveis e estáveis agente desidratante AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Álcool-éter Atualmente, em desuso devido ao risco de manuseio AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Fixadores de cobertura Dupla função : fixam as células e quando secam promovem o aparecimento de um fino filme protetor sobre o esfregaço Grande vantagem no transporte É imprescindível que os fixadores sejam removidos antes da coloração AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Carbowax 4000 fixador de cobertura etanol a 95% e uma película , polietileno glicol o álcool atua como fixador e o polietileno glicol como um filtro protetor permite que os esfregaços sejam armazenados sem distorções celulares por uma semana AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Spray Álcool isopropílico e o glicol do polietileno glicol (carbowax) pode ocorrer retração celular exagerada resultando em condensação da cromatina e perda dos detalhes nucleares. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Fixação Mista Fixação úmida com subsequente exposição ao ar Técnica Fixação imediata do esfregaço em fixador líquido ,preferivelmente etanol a 95% Após um certo tempo (no mínimo 15 minutos), remover a lâmina do recipiente e deixar secar ao ar ambiente A seguir, colocar a lâmina em recipiente para o transporte . AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Colorações Coloração de Shorr Confere contrastes mais marcantes nas tonalidades citoplasmáticas das células escamosas,tendo sido preconizada para a citologia hormonal. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Coloração de Shorr Água - lavar Etanol absoluto - 1 minuto Hematoxilina - 3´ Etanol absoluto - 1 minuto Água dest. - 5´ Xilol - 1 minuto Shorr - 2´ Xilol - 1 minuto Água dest. - 30 segundos Montagem Mordente - 1 1/2 minutos Água - 30 segundos Verde rápido - 2 1/2 minutos Etanol a 95% - 2 passagens AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Coloração de Shorr Resultados Citoplasma das células superficiais cora em laranja-avermelhado Citoplasma das células intermediárias e parabasais coram em verde-azul, sendo que estas últimas coram mais intensamente Núcleo cora em vermelho. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Coloração de Papanicolaou Universalmente utilizada A hematoxilina por oxidação (óxido de mercúrio) se transforma em hemateína, corando o núcleo em azul O EA ( eosina,verde luz ou verde brilhante e pardo de Bismarck) e o Orange G6 são corantes citoplasmáticos. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Características do Corante: O verde brilhante é um corante ácido, que cora em verde-azul as células metabolicamente ativas A eosina, também corante ácido, cora o citoplasma em rosa O orange G cora as hemácias, os grânulos dos eosinófilos e a ceratina, de laranja brilhante. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Coloração de Papanicolaou Método Progressivo O núcleo é corado progressivamente até a intensidade desejada, o que elimina a necessidade de descoloração posterior com ácido hidroclorídrico e banho em água corrente. Mais utilizado em citopatologia não ginecológica.AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Coloração de Papanicolaou Método Regressivo Ocorre coloração excessiva deliberada com hematoxilina não acidificada , e o excesso não desejado é a seguir removido com ácido clorídrico diluído. A hematoxilina de Harris é utilizada habitualmente neste método. AKSLEAL coloração de papanicolaou método regressivo ÁLCOOL 95 ÁLCOOL 70 ÁGUA HEMATOXILINA (2 A 5’) HCL 0,25% ÁGUA ÁLCOOL 70 ÁLCOOL95 ÁLCOOL ABSOLUTO ORANGE G ÁLCOOL 95 ÁLCOOL ABS. EA 36 ÁLCOOL A 95% ÁLCOOL A 95% ÁLCOOL ABS. XILOL XILOL coloração de papanicolaou método progressivo 1. Álcool a 95% 2. Água 3. Hematoxilina (1 - 2´) 4. Água 5.Álcool Absoluto (20”) 6. Orange G (2-4´) 7. Álcool absoluto ( 20”) 8. Álcool absoluto ( 20”) 9. EA -36 (5-7´) 10. Álcool absoluto ( 20”) 11. Álcool absoluto ( 20”) 12. Xilol (2´) 13. Xilol (2´) 14. Montagem (lamínula e Bálsamo do Canadá) AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Problemas com a coloração pela Hematoxilina Núcleo cora fracamente ( pálido ) Tempo insuficiente na hematoxilina Espécime dessecado Contaminação da hematoxilina com fixadores de cobertura Tempo incorreto da descoloração do HCL Tempo excessivo na água Água com pH ácido ( excesso de cloro) Corante muito antigo AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Problemas com a coloração pela Hematoxilina Núcleo cora fortemente Tempo de coloração ultrapassado Corante preparado recentemente ou muito concentrado Esfregaços fixados em álcool com concentração elevada Concentração do ácido muito baixa Depósitos de hematoxilina no esfregaço Quando não é adequadamente filtrada AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Clareamento Passo final da coloração Determina a transparência celular Etapa entre a desidratação e a montagem Clareadores: xilol e neoclear A KSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Clareamento Xilol solvente orgânico não é corado quimicamente não reativo índice de refração 1.494 1o. Banho - remover o álcool 2o. Banho - aumento da transparência AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Problemas com a coloração citoplasmática Não há coloração diferencial do citoplasma Todas as células coradas em rosa pouco tempo no EA dessecamento antes da fixação tempo muito curto nos últimos banhos de etanol a 100% contaminação do álcool com água AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Problemas com a coloração citoplasmática Aparência geral da amostra de cor esverdeada e perda da cor rosa das células epiteliais Deve-se a tempo prolongado nos últimos banhos com etanol absoluto,antes do clareamento. Ou tempo prolongado no EA AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Problemas com a coloração das hemácias Hemácias apresentando cor verde ou azul Deve-se a prolongado tempo no banho com etanol que se segue à aplicação do Orange. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Montagem Permitir a ligação entre a lâmina e a lamínula, através do meio de montagem Proteger o material celular da dessecação e retração Agir como um efetivo selador contra oxigênio, prevenindo o desbotamento do corante Bálsamo do Canadá e Entellan ( Merck) Aumenta o índice de refração do esfregaço (1,5) EAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Montagem Artefatos técnicos Excesso de Bálsamo interfere nos detalhes celulares Se o processo for lento aparecem pigmentos marrons, devido à evaporação do xilol e pelo aprisionamento de ar. AKSLEAL COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA I Sistemática de estudo Objetivas ler em ( 10x) ; (40x) para maior detalhes Substância de fundo ( background) Quantidade ,disposição celular Forma das células Detalhes das estruturas celulares Sinalização de campos AKSLEAL
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