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Ação civil pública

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE CAICÓ DO ESTADO DO CEARÁ.
 
ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES UNIDOS DE CAICÓ, Organização Não Governamental legalmente constituída sob a forma de Associação Civil, por seu representante legal e Presidente (cf. Estatuto Social anexo), aqui representada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ, através do Promotor em exercício junto a ____ Promotoria de Justiça, situada na Rua __________, nº _______, Bairro _________, vem perante Vossa Excelência, com base na Lei Federal nº 7.347/85, propor: 
	AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE LIMINAR, em face de:
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAICÓ, pessoa jurídica de direito público interno, representado por seu Prefeito ou Procurador (art. 12, II do C.P.C.), instalado Na Rua ______ nº _______, Bairro ___________, Caicó-CE.
GUARARAPES, inscrita no CNPJ/MF sob _______________, sediada e estabelecida em Caicó/CE, na rua __________, nº ____, bairro _________, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
DA LEGITIMIDADE
Dentre as funções institucionais do Ministério Público, o texto vigente consigna a promoção de Inquérito Civil e Ação Civil Pública, visando proteger o patrimônio público e social, o meio ambiente e outros interesses difusos e coletivos, conforme previsão constitucional, art. 129, III.
Art. 129 – São funções instituições do Ministério Público: III – Promover o inquérito civil e ação civil pública para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos(grifo nosso).
Outros dispositivos infraconstitucionais dão ao Parquet legitimidade para ajuizar Ação Civil , encontrando respaldo legal no art. 5º da Lei 7347/85 que disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao patrimônio público e quaisquer outros interesses difusos e coletivos, como é o caso da organização urbanística dos Municípios.
	
Portanto, o legislador ao conceder legitimidade para o Ministério Público ajuizar Ação Civil Pública, reconhece sua capacidade postulatória. E a lei, ao conferir legitimidade para agir ao Ministério Público, está atribuindo a cada um de seus membros a possibilidade de ajuizar Ação Civil Pública. Assim, do ponto de vista processual, desde que ajuizada por qualquer membro do Parquet, instituição una e indivisível, encontra-se preenchida a condição da ação consistente em legitimidade ativa da parte
Destarte, na forma dos mandamentos legais mencionados, é incontestável a legitimidade ad causam do Ministério Público para a propositura da presente ação.
DOS FATOS
 Caicó é uma cidade pequena e muito pouca desenvolvida do ponto de vista urbanístico, porém possui ruínas mais famosa como “Colosseu”, que é da época da colonização portuguesa, as quais fazem parte do patrimônio histórico e cultural da cidade, e é um importante ponto turístico de intensa visitação no município; que é administrada pela empresa privada GUARARAPES, requerida na presente ação.
Ocorre que nos últimos meses, mas precisamente desde setembro de 2017, a empresa tem deixado de lado a manutenção do local, o qual está gravemente deteriorado precisando de sério reparos, os quais a empresa Requerida promete que vai realizar, porém não faz.
Foi enviado à Prefeitura Municipal de Caicó, responsável pela contratação da empresa Gararapes, solicitando informaçãoes e providências, no dia 10/01/2018 a Prefeitura informou que há havia deligenciado junto à empresa as providências cabíveis, mais que também ainda não tinha obtido retorno.
Foi informado também pelo prefeito que o responsável da empresa em reunião, deu prazo para a resolução do problema, porém que o mesmo não habia cumprido.
DO DIREITO
A nossa Constituição Federal dispõe acerca do patrimônio cultural brasileiro: Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver; I
II - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; 
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; 
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. Parágrafo 1° - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. (grifos nossos).
Vê-se que apesar das determinações de ordem cogente no sentido de que o Poder Público e os particulares devem zelar pela integridade de nosso patrimônio cultural, no caso sob análise os réus não atenderam aos comandos legais, havendo necessidade da intervenção do Poder Judiciário a fim de se alcançar a efetividade protetiva das normas impositivas acima transcritas.
DO PEDIDO LIMINAR
Pelos elementos acima relatados, resta muito evidente estar presente, in casu, o fumus boni iuris, caracterizado pela farta citação de normas, doutrina e jurisprudência que evidenciam à saciedade a responsabilidade constitucional e legal dos Réus em promoverem a conservação do aludido imóvel para as gerações vindouras, o que importa na responsabilidade objetiva e solidária em relação aos mesmos de realizar a restauração daquele, uma vez que a omissão por eles praticada é danosa ao patrimônio cultural constitucionalmente assegurado à população brasileira, como direito transindividual.
Da mesma forma, está bem demonstrado o periculum in mora, consubstanciado na urgência de se conservar as características do aludido imóvel sob pena de se perder, de forma irreversível, os atributos necessários à compreensão cênica do mesmo, referência cultural da sociedade cearense.
De tal sorte, requer o autor, nos termos do art. 12 da Lei nº 7.347/1985, a concessão de medida acautelatória, ex limine , para determinar aos Réus, no prazo de vinte dias, que realizem as medidas emergenciais necessárias à conservação das Ruínas.
DOS PEDIDOS
 Face ao exposto, conclui-se que além dos interesses difusos tutelados na Ação Civil Pública (lesão ao patrimônio público), existem ainda, os interesses coletivos (moradores vizinhos). Tais interesses são por legitimidade defendidos pelo Ministério Público como parte ativa, através da Ação Civil Pública, por força do dispositivo constitucional (arts. 129, III e 225), sendo que a defesa dos interesses de tais direitos, uma de suas funções institucionais.
O Ministério Público requer:
I – a citação dos réus, nas pessoas de seus representantes legais, para vir, responder a presente ação;
 II – a procedência in totum dos pedidos contidos nesta inicial que se materializam na condenação dos réus na seguinte forma: obrigação de fazer – manutenção nas ruínas. 
III- Deferimento da Liminar ante o perigo do dano causado.
IV- Notificação do Ministério Público na forma do art. 50, §10 da Lei 7.342/85.
V-  isenção de custas conforme o art. 18 da Lei 7.342/85.
 Dá-se à causa o valor de R$ 5.000,00 (Cinco Mil Reais), para efeitos fiscais em atendimento à lei.
 Nestes Termos; com os documentos;
PEDE DEFERIMENTO.
Cuiabá, MT, 4 de maio de 2018.
NOME DO ADVOGADOOAB ______

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