Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Atmosfera Calor retido Raios solares Calor devolvido ao espaço Curso Técnico em Meio Ambiente Educação Ambiental Márcia Aparecida de Oliveira Seco Elizabete Satsuki Sekine 2ª edição 2010 Cuiabá-MT Educação Ambiental Márcia Aparecida de Oliveira Seco Elizabete Satsuki Sekine Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância Comissão Editorial Designer Educacional Diagramação T. F. Oliveira/UFMT Elizabeth Kock Carvalho Netto Ilustrador: Marcelo Velasco Revisão Germano Aleixo Filho Projeto Gráfico e-Tec/MEC Profª Drª Maria Lucia Cavalli Neder - UFMT Profª Drª Ana Arlinda de Oliveira - UFMT Profª Drª Lucia Helena Vendrusculo Possari - UFMT Profª Drª Gleyva Maria Simões de Oliveira - UFMT Prof. M. Sc. Oreste Preti - UAB/UFMT Oreste Preti © Universidade Tecnológica Federal do Paraná Este caderno foi elaborado em parceria entre a UTFPR e a Universidade Federal de Mato Grosso para o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – e-Tec Brasil. Ficha Catalográfica S445e Oliveira-Seco, M. A. Educação Ambiental./ Márcia Aparecida de Oliveira Seco; Elizabete Satsuki Sekine. - 2ed.- Cuiabá: EduUFMT, 2010. 58p. : il. ; color. ISBN 1.Educação Ambiental. 2.Política Nacional de Educação Ambiental. 3.Lei nº.9.795/99. I.Sekine, Elizabete Satsuki. II.Título. CDU 504 : 37 e-Tec Brasil Apresentação e-Tec Brasil 5 Caro estudante: Os avanços tecnológicos na área de informática e comunicação, associados a modelos pedagógicos apoiados no uso de tecnologia, deram origem à modalidade de ensino chamada Ensino a Distância (EaD). A característica desse modelo é a separação física entre aluno e professor. Para suprir a distância, a interação entre o aluno e o professor é mediada tanto por recursos tecnológicos quanto pelo material impresso. Nessa modalidade de ensino, o material impresso, juntamente com recursos de vídeo, videoconferência e um Ambiente Virtual de Aprendizagem são as bases tecnológicas, às quais você terá acesso durante sua formação. Todos esses recursos são meios de comunicação entre professor e aluno. Cada recurso possui característica própria e necessita de canal específico de comunicação. Para assistir aos vídeos, participar de videoconferência ou realizar as atividades do Ambiente Virtual de Aprendizagem você precisará ter acesso a computadores e a Internet. Porém, tais recursos tecnológicos nem sempre estão disponíveis em tempo integral, por isso, a importância do material impresso, que permitirá a você ter acesso ao conhecimento independente de possuir a sua disposição as tecnologias de informática e de comunicação. Aliado às atividades presenciais e às atividades a distância, o material impresso irá também apoiá-lo na realização das atividades de estudos, estimulando-o a participar de forma mais ativa no seu processo de ensino-aprendizagem, construindo, progressivamente, conhecimento de maneira interativa. Assim, o professor deixa de ser a única fonte de informação. O distanciamento físico não será impedimento para o processo de cooperação e interação entre você e o professor da sua instituição, responsável pela oferta da disciplina no curso. Esse professor criará oportunidades para que você participe de forma ativa durante seu processo de aprendizagem. O material foi elaborado visando a formação de Técnicos em Meio Ambiente, segundo os parâmetros do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. O profissional formado deverá ter qualificação para atender à demanda regional em consonância com as tendências tecnológicas. Deverá ser capaz de coletar, armazenar e interpretar informações, dados e documentações ambientais, colaborar na elaboração de laudos, relatórios e estudos ambientais, auxiliar na elaboração, acompanhamento e execução de sistemas de gestão ambiental, atuar na organização de programas de educação ambiental, de conservação e preservação de recursos naturais, de redução, reuso e reciclagem, bem como identificar as intervenções ambientais, analisar suas conseqüências e Curso técnico em meio ambiente e-Tec Brasil7Educação AmbientalEducação Ambiental Curso técnico em meio ambiente e-Tec Brasil 8 operacionalizar a execução de ações para preservação, conservação, otimização, minimização e remediação dos seus efeitos. Além disso, deve estar ancorado em uma base de relacionamento interpessoal e comunicação oral. Deve também ter pensamento crítico e racional, capacidade para resolver problemas de ordem técnica, capacidade criativa e inovadora, capacidade de gestão e visão estratégica. Essa base o tornará competitivo no mercado de trabalho. Mas, isso somente não é suficiente, você também deve demonstrar: honestidade, responsabilidade, adaptabilidade, capacidade de planejamento, ser ágil e ter capacidade de decisão. Além de ser possuidor de um espírito crítico, uma formação tecnológica generalista e uma cultura geral sólida e consistente. Foi pensando nessa formação que equipes de professores da rede pública federal de educação elaboraram seu material. Professores que atuam no ensino médio e no ensino superior. Todos profissionais conceituados em suas respectivas áreas de atuação. O objetivo desses profissionais é auxiliar você na sua formação profissional. Os recursos didáticos pedagógicos e os profissionais envolvidos fazem parte do projeto Escola Técnica Aberta do Brasil, e-TecBrasil. Um projeto que estabelece parceria entre Instituições de Ensino Público Federal, no papel de formadores, e município, ou estado, que disponibilizam os pólos que receberão os cursos oferecidos na modalidade de EaD. Mas, lembre-se, simplesmente ter acesso aos recursos didáticos e tecnológicos, além de ter a disposição uma equipe especializada de profissionais não é suficiente. É necessário que esse material seja utilizado intensamente, de forma a tornar-se fonte de conhecimento que o auxiliará em todos os momentos de sua formação. Cientes de que esse também é o seu desejo, a equipe do e-TecBrasil deseja a todos um ótimo processo de aprendizagem. Atenciosamente, Equipe de formadores da Escola Técnica Aberta do Brasil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Educação Ambiental A-Z Indicações do ícones Ícones - elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual. ! ATENÇÃO: indica pontos de maior relevância no texto. SAIBA MAIS: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema GLOSSÁRIO: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. MÍDIAS INTEGRADAS: remete o tema para outras fontes: livros, filmes, músicas, sites, programas de TV. ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado. e-Tec Brasil9Educação Ambiental Sumário Palavra das professoras- autoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Aula 1 – Educação Ambiental no Contexto Evolutivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Um pouco da história da Educação Ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Conhecendo conceitos e definições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Aula 2 – Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental – Lei nº. 9.795/99 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Aula 3 – Estratégias de Educação Ambiental e Elaboração de Projetos . . . . . . . 39 Trabalhando com Educação Ambiental . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Retomando a conversa inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Bibliografia consultada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Anexo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 10 e-Tec Brasil13Educação Ambiental-Márcia Aparecida de Oliveira Seco e Elizabeth Satsuki Sekine Palavra das professoras-autoras Caro estudante: Você está matriculado no curso técnico em Meio Ambiente. Talvez, esteja esperando que esta disciplina lhe dê subsídios para trabalhar com a Educação Ambiental em sua vida profissional. Em primeiro lugar, é preciso pensar na Educação Ambiental (que a partir de agora a denominaremos simplesmente EA) como algo que se possa fazer no dia a dia, incorporando o conhecimento e a preocupação que você tem, acerca das questões ambientais. A EA é um caminho para alcançar uma cultura ambiental, que se constrói e se fortalece por meio de ações que disseminem, na coletividade, o conhecimento dos benefícios da vivência pacífica com o ambiente que nos cerca. O artigo 225 da Constituição Federal de 1988 estabelece que o “meio ambiente ecologicamente equilibrado” é direito de todos e “bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”. É responsabilidade do Poder Público e da coletividade defendê-lo e protegê-lo para as gerações presentes e futuras. Foi pensando nisto que elaboramos este caderno com assuntos e informações que julgamos importantes na formação de profissionais da área ambiental. Este material não traz idéias inéditas. A maior parte do conteúdo aqui desenvolvido é fruto de revisão bibliográfica que realizamos sobre assuntos relacionados com a Educação Ambiental. Apresentamos a EA em sua trajetória no mundo e no Brasil. A partir daí, falamos das estratégias na prática da EA e da elaboração de projetos. Assim, para facilitar seu estudo, organizamos o material em três aulas: I) Educação Ambiental no contexto evolutivo II) Aspectos ambientais para a Política Nacional de Educação Ambiental III) Estratégias de Educação Ambiental e elaboração de projetos Na aula I, você conhecerá o histórico da EA no mundo e no Brasil, por meio da apresentação dos eventos que marcaram o desenvolvimento das ideias da EA. Ainda serão descortinados os conceitos correlatos e sua aplicação. Na aula II, exibiremos os princípios que norteiam a EA no Brasil por meio do estudo da Política Nacional de Educação Ambiental. Finalmente, na última aula, você terá contato com algumas estratégias para 10 Educação Ambiental- Márcia Aparecida de Oliveira Seco e Elizabete Satsuki Sekine Na Aula III, tratamos da análise e produção de textos de caráter técnico-científico. Abordamos modalidades textuais diversas: relatório técnico- científico, correspondência técnica e currículo. Entendemos que não esgotamos as possibilidades de produção textual, no entanto sabemos serem essas modalidades recorrentes, tanto na vida profissional quanto na vida acadêmica.Os conteúdos acima elencados fornecem certa base de conhecimentos no que se refere ao emprego da linguagem técnica em situações de uso profissional e acadêmico, bem como traçam algumas noções sobre a comunicação oral. Acreditamos, todavia, que se não houver trabalho efetivo de leitura (ler gêneros textuais diversificados), de escrita e de reescrita dos textos, o objetivo a que nos propusemos, ao escrever este fascículo, será apenas atingido em parte. Isso se deve ao fato de entendermos que a melhora na escrita e na expressão oral não é alcançada apenas com exercícios pontuais sobre o conteúdo; faz-se necessária atividade frequente, paralela ao material, que envolva leitura e escrita. Trata-se de processo de construção e aprimoramento: não basta sabermos apenas os conceitos. Devemos colocá-los em prática, pois é nela que a apropriação dos conteúdos se fará de fato.Por isso, o objetivo geral desta disciplina é que você, ao final da leitura desse fascículo, seja capaz de: Para que esse objetivo se efetive, propomos, ao longo do texto, diversas atividades que serão realizadas por você e discutidas com o seu tutor e(ou) com o professor responsável pela disciplina. Outras formas de avaliação, como provas presenciais e trabalhos escritos, também poderão ser solicitados pelo professor da disciplina.Independentemente do formato da avaliação, o que importa é que você sempre que receber seu texto corrigido pelo avaliador, realize o processo de reestruturação textual (quando assim for sugerido pelo avaliador), pois o ato de refazer o texto, corrigindo-o, podando as arestas, ajudará muito o processo de construção e aprimoramento da linguagem. Esperamos que você tenha um bom estudo, que possa refletir com interesse sobre a prática da comunicação e, acima de tudo, acrescentar novas formas de expressão àquelas que, com certeza, você já possui. O poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade lança um desafio a você que diariamente lida com as palavras para poder se comunicar:Palavra, palavra(digo exasperado),Se me desafias,Aceito o combate.Vamos agora à leitura do fascículo?Bom estudo! Interagir com outros níveis de leitura e escrita, apropriando-se deles em sua vida profissional ou acadêmica.10 Comunicação e Linguagem Técnica Maurício Cesar Menon - A palavra do professor-autor Palavra das professoras-autoras trabalhar a EA na prática. Conhecerá os principais componentes que devem ser observados antes de fazer um planejamento para desenvolver um projeto de EA. Nosso objetivo é que você, ao final do estudo desta disciplina, saiba: ? conceituar Educação Ambiental ? identificar os principais eventos históricos da Educação Ambiental; ? compreender a relação entre população, meio ambiente e desenvolvimento; ?conhecer a Política Nacional de Educação Ambiental; ?Utilizar estratégias de Educação Ambiental. Esperamos que esse trabalho promova expectativas, contribuindo para que tenhamos a Educação Ambiental atuante, crítica e consciente! Vamos então dar início à nossa jornada. A você, muito sucesso nesta nova etapa!! e-Tec Brasil 14 AULA 1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DEFINIÇÕES E EVOLUÇÃO HISTÓRICA e-Tec Brasil15Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica Objetivos - Conhecer os principais marcos históricos internacionais da Educação Ambiental - Entender os princípios e algumas definições de Educação Ambiental Nesta aula você estudará algumas definições de Educação Ambiental e os principais marcos históricos na evolução do estudo e da luta pelo meio ambiente e da Educação Ambiental. No decorrer da história da humanidade, não são poucas as demonstrações de apreço, admiração e respeito à natureza. Porém, é a partir da década de 1950 que as consequências do progresso desordenado e dos avanços tecnológicos sobre o meio ambiente começam a ser percebidos com maior clareza. Com base no conhecimento dos principais eventos históricos mundiais que ocorreram a partir da década de 1970, será possível perceber como os princípios norteadores da EA foram se desenvolvendo e se modificando ao longo do tempo. Esperamos que, ao final do estudo desta primeira aula, você consiga atingir os seguintes objetivos: - Conhecer os principais marcos históricos internacionais da Educação Ambiental - Entender os princípios e algumas definições de Educação Ambiental Lembre-se: Para trabalhar em Educação Ambiental, é importante que tenhamos noções de como ocorreu o desenrolar histórico das preocupações ambientais e de quando e como a Educação Ambiental passou a ser parte essencial de discussões nacionais e internacionais. É igualmente relevante que você tenha conhecimento sobre os princípios e as leis que regem a EA no Brasil e no mundo. Porém, o mais significativode tudo é que: Tenha disposição para o trabalho e acredite que pequenas ações locais podem levar a grandes transformações e que suas atitudes são capazes de fazer com que um mundo melhor seja o legado às futuras gerações. UM POUCO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Considerando os limites deste texto, centraremos nossa apresentação histórica da Educação Ambiental nos principais eventos que marcaram o tema no Brasil e no mundo, a partir da década de 1970, quando se intensificaram as discussões acerca do tema. Inicialmente, os sistemas educacionais incorporavam conteúdo relativo ao meio ambiente, limitando-se aos aspectos do ambiente natural, sem a incorporação das ciências sociais (como História, Sociologia, Economia, Filosofia) na compreensão e melhoria do meio humano. Agregavam conhecimentos sobre os ecossistemas sem a preocupação com o desenvolvimento de comportamentos e valores nos sujeitos da educação, que pudessem orientá-los na construção de uma sociedade em harmonia com a natureza, observando os conceitos do Desenvolvimento Sustentável. e-Tec Brasil17Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica Desenvolvimento Sustentável é o desenvolvimento que atende às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras em atender às suas próprias necessidades. O primeiro passo que instigou a preocupação com a Educação Ambiental não foi resultante de algum estudo científico, antes foi provocado por um livro de caráter literário chamado “Primavera Silenciosa” de Rachel Carson. Alertava sobre os efeitos danosos de inúmeras ações humanas relativas ao ambiente, como o uso de pesticidas. A autora teve uma percepção aguçada do contexto econômico e social da época e o retratou em seu livro. Antes de iniciarmos o estudo sobre a trajetória da EA, faça como a autora de “Primavera Silenciosa”. Descreva quais podem ser, a seu ver, os principais problemas ambientais na atualidade. Para resgatar a história dos movimentos sociais, é necessário voltar ao século XIX, quando a primeira ação organizada de ambientalistas americanos culminou com a criação do primeiro parque nacional do mundo, o parque de Yellowstone, nos Estados Unidos, em 1872. Nessa época se instituiu que a responsabilidade em garantir a integridade do meio natural cabia ao governo. No entanto, pode-se dizer que os movimentos ambientalistas começaram a se intensificar e a envolver a sociedade a partir da década de 1960. Países como a França, Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra modificaram suas leis e suas instituições, alarmados com os problemas ambientais. O objetivo era a conservação e a recuperação do meio ambiente e dos recursos hídricos. Ainda na mesma década, percebeu-se, nos países do hemisfério norte, a necessidade de articulação internacional diante da crise ambiental. Você sabe quando, aqui no Brasil, se iniciaram os primeiros movimentos ambientalistas? e-Tec Brasil 18 Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica Pois bem, vamos identificar, por meio da linha do tempo, os marcos referenciais da Educação Ambiental: Trace aqui uma linha histórica da educação ambiental, evidenciando os principais marcos. O primeiro registro representativo foi o Clube de Roma, que surgiu em 1968 na academia de Lincei em Roma. Composto por cientistas de vários países, tinha o objetivo de discutir e propor soluções a problemas complexos que surgiram com o crescimento da população mundial. Dessas reuniões, resultou um relatório redigido por Dennis Meadows “The limits of Grouth” – Limites do Crescimento, em 1971. Então, foi apresentado um modelo matemático que embasava o estudo sobre o crescimento e mostrava que efeitos catastróficos ocorreriam em longo prazo, decorrência do crescimento demográfico. Esses efeitos desastrosos seriam doença, fome, poluição, falta de recursos renováveis que levariam à grande mortandade e, consequentemente, à diminuição da população. No relatório, foi apresentada também a proposta de adoção da política “crescimento zero”, que previa o controle do crescimento população. Porém, tal política foi pouco aceita por países subdesenvolvidos, pois estes acreditavam que era uma estratégia dos países ricos para frear seu desenvolvimento. e-Tec Brasil19Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica O Clube de Roma O Clube existe até hoje. Continua a ser uma organização não governamental formada por cientistas, economistas, empresários, altos servidores públicos e ex- chefes de Estado. Possui 24 sedes no mundo. Adota como premissa o fato de que se possa intervir no futuro da humanidade, pois o futuro não está predeterminado. O Clube de Roma tem como Presidente Internacional o príncipe jordaniano O Hassan Bin Talal. Continua atuando no entendimento das complexidades que se expressam pelos dilemas políticos, sociais, econômicos, tecnológicos, ambientais, psicológicos e culturais que as sociedades no mundo todo enfrentam. Para saber mais sobre o Clube de Roma acesse: www.clubofrome.org Foi alicerçado no relatório redigido por Dennis Meadows que se iniciou a preparação para a conferência de Estocolmo, Suécia. Reuniram-se 113 países na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano. - Conhecida como Conferência de Estocolmo, ocorreu de 5 a 16 de junho de 1972. Destacava os problemas da natureza, tendo elaborado metas ambientais e sociais cuja atenção centrava nos países em via de desenvolvimento. O eixo principal da Conferencia foi Meio Ambiente versus Desenvolvimento. A conferência gerou a Declaração sobre o Ambiente Humano, que estabelece princípios que serviriam de inspiração e orientação para a preservação e melhoria do ambiente humano. Este documento, entre outros princípios, recomenda que seja estabelecido um programa internacional de Educação Ambiental. Em seu princípio 19, estabelece: É indispensável o trabalho de educação em questões ambientais, dirigida tanto às gerações jovens como aos adultos, e que tenha a devida atenção com a população menos privilegiada, para erigir as bases de uma opinião pública bem informada e uma conduta dos indivíduos, das empresas e das coletividades inspirada no sentido de sua responsabilidade com a proteção e melhoria do meio em toda a sua dimensão humana. É também essencial que os meios de comunicação de massas evitem contribuir com a deterioração do meio ambiente humano e difundam informações de caráter educativo sobre a necessidade de protegê-lo e melhorá-lo, a fim de que o homem possa desenvolver-se em todos os aspectos. Entre as recomendações do Plano de Ação aprovado em Estocolmo, é importante destacar a Recomendação n. 96 dirigida à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que reconhece o desenvolvimento da Educação Ambiental como elemento crítico para o combate à crise ambiental do mundo e recomenda o estabelecimento do Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA). e-Tec Brasil 20 Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica Que melhorias você proporia em relação ao meio ambiente e ao desenvolvimento? Você sabe o que é o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA)? Já leu algum texto que trata deste programa? É um programa de enfoque interdisciplinar, com caráter escolar e extraescolar, para envolvimento de todos os níveis de ensino, dirigido ao público em geral, jovem e adulto indistintamente, com vista a ensinar-lhes as medidas simples que, dentro de suas possibilidades, possam tomar para ordenar e controlar seu meio. A Conferência de Estocolmo é considerada um marco histórico internacional, decisivo no despontar de políticas de gerenciamento ambiental, chamando a atenção do mundo para os problemas ambientais. A partir dela foi instituído o Dia Internacional do Meio Ambiente (5 dejunho). Alguns resultados da Conferência de Estocolmo ? PNUMA: primeira agência ambiental global do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, cuja sede fica em Nairobi. Tem o objetivo de potencializar atividades de proteção ambiental dentro do sistema das nações unidas. ?Fundo Voluntário para o Meio ambiente – gerido pelo PNUMA. Entre 1973 e 1975, a UNESCO e o PNUMA promoveram vários encontros em diversos países, que culminaram num Encontro Internacional de Educação Ambiental. Para acompanhar o desenvolvimento das ações propostas pela Conferência no Brasil, acesse o sítio: http://www.brasilpnuma.org.br Em 1975, se deu o Encontro Internacional de Educação Ambiental de Belgrado realizado nesta cidade, antiga Iugoslávia, em 1975. Nesse encontro foram formulados os princípios e orientações para o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA). e-Tec Brasil21Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica Igualmente aí, foi elaborada a Carta de Belgrado, que veio a ser um dos mais importantes documentos sobre a questão ambiental na época, devido à lucidez de seu conteúdo. Essa carta trata da necessidade de uma nova ética global, capaz de promover a erradicação da pobreza, da fome, do analfabetismo, da poluição, da exploração e da dominação humana. Também censura o desenvolvimento de uma nação à custa de outra e acentua a vantagem de formas de desenvolvimento que beneficiem toda a humanidade. - O marco seguinte foi em 1977, com a Conferência de Tbilisi, considerada a Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental organizada pela UNESCO, em cooperação com o PNUMA. Foi realizada em Tbilisi, capital da Geórgia, ex-União Soviética, em outubro de 1977. Até hoje, é considerada referência internacional para o desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental. Entre os pontos discutidos destacamos: - principais problemas ambientais da sociedade contemporânea, - pressupostos da educação como forma de contribuir para a resolução de problemas ambientais, - implementação de atividades para o desenvolvimento da Educação Ambiental A conferencia estabelece que a Educação Ambiental deve ser tratada como processo com as seguintes características: - Dinâmico e integrativo: um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem o conhecimento, os valores, as habilidades, as experiências e a determinação que os torna aptos a agir – individual e coletivamente – e a resolver problemas ambientais. - Transformador: possibilitando a aquisição de conhecimentos e habilidades capazes de induzir mudanças de atitudes. A consolidação de novos valores, conhecimentos, competências, habilidades e atitudes refletirá na implantação de uma nova ordem ambientalmente sustentável. - Participativo: atuando na sensibilização e conscientização do cidadão, estimulando a participação do indivíduo nos processos coletivos. - Abrangente : extrapola as atividades da escola tradicional, devendo ser oferecida em todas as fases do ensino formal, envolvendo a família e a coletividade. - Globalizador: considerando o ambiente em seus múltiplos aspectos e atuando com uma visão ampla de alcance local, regional e global. - Permanente: considerando que a compreensão das questões ambientais é um processo contínuo e crescente. Por isso, nesta conferência, foram traçados os objetivos e as estratégias a serem adotados por todos os países, considerando a Educação Ambiental elemento essencial para a redução dos problemas ambientais. e-Tec Brasil 22 Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica Como consequência, a Conferência de Tbilisi recomenda aos Estados-Membros que incluam, em suas políticas de educação, conteúdo, orientações e atividades ambientais baseadas nos objetivos e características definidos para a Educação Ambiental. São as ações propostas e decididas nestas conferencias que permeiam os programas que existem hoje em vários segmentos governamentais, sejam eles em nível federal, estadual ou municipal. - Em agosto de 1987, no Congresso Internacional de Moscou, com suas fundamentações em Educação e Formação Ambientais (conhecido como Congresso de Moscou), reuniu trezentos especialistas de cem países. O objetivo do congresso foi discutir as dificuldades encontradas e os progressos alcançados pelos países com relação à Educação Ambiental. Neste congresso, foi discutido que a Educação Ambiental deveria se voltar para modificações comportamentais nos campos cognitivos e afetivos (DIAS, 2004). O documento final, denominado Estratégia internacional de ação em matéria de educação e formação ambiental para o decênio de 90, ressalta a necessidade de fortalecer as orientações de Tbilisi e enfatiza a necessidade da formação de recursos humanos em EA e na inclusão da dimensão ambiental nos currículos em todos os níveis de ensino. - Enfim, chegamos a um grande marco no histórico da Educação Ambiental. A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), realizada no Rio de Janeiro, em 1992, estabelece uma proposta de ação para os próximos anos, denominada Agenda 21. O documento procura assegurar o acesso universal ao ensino básico. Com relação à Educação Ambiental, a Agenda 21, assim chamada por ser um programa de estratégias para alcançarmos o desenvolvimento sustentável no século XXI, reconhece a necessidade de considerar as questões educacionais fundamentais para a preservação dos recursos naturais e de criar nova ética ambiental. No capítulo 36, seção IV, da Agenda 21, a Rio-92 enfatiza as recomendações feitas em Tbilisi: A necessidade do enfoque interdisciplinar e a priorização da reorientação do ensino para o desenvolvimento sustentável, do aumento da consciência pública, da promoção de treinamento. Considera-se que o ensino, a consciência pública e o treinamento devem ser reconhecidos como um processo pelo qual os seres humanos e as sociedades podem desenvolver plenamente suas potencialidades, tendo uma importância fundamental na promoção do desenvolvimento sustentável. Para ler o documento completo acesse o sítio do Ministério do Meio Ambiente: www.mma.gov.br e-Tec Brasil23Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica A Educação Ambiental também está presente em vários outros capítulos do documento, estabelecendo uma proposta de ação para os anos seguintes. Sobreleva a importância de promover programas que incentivem a educação permanente sobre meio ambiente e desenvolvimento, centrando-se nos problemas locais. A Educação Ambiental deve ser feita com a colaboração de vários setores da sociedade, como as organizações não governamentais, organizações de mulheres e de populações indígenas. Os países participantes da Rio-92 firmaram um programa de ações com o objetivo de promover novo estilo de desenvolvimento, em escala mundial – o desenvolvimento sustentável –, que visa a um estilo de desenvolvimento que garanta a conservação e a preservação dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida da população. A Agenda 21 é uma espécie de guia para os governos e sociedades tendentes ao estabelecimento deste novo modelo de desenvolvimento. Apesar de, ainda, ser pouco conhecido pelo público, nos últimos anos se percebe uma preocupação maior de elaboração de Agendas 21, nacionais e locais. - Cinco anos após a conferência Rio-92, foi realizada a primeira reunião internacional não oficial para verificar os avanços alcançados (que ficou conhecida como Rio + 5). Paralelamente, foi realizada uma reunião oficial das Nações Unidas em Nova Iorque. Nas duas reuniões foram avaliados os progressos alcançados com relação à Agenda 21. A conclusão foi que os avanços se revelaram insuficientes, sendo necessários esforços maiores, tantodos governos como da sociedade, para a implementação efetiva do Desenvolvimento Sustentável. Paralelo à Rio-92, foi realizado também um Fórum Global, organizado pelas Organizações não governamentais (ONGs). Durante as discussões do Fórum, foi elaborado e aprovado o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, uma orientação das ações da sociedade civil organizada nos anos posteriores. Conferência Internacional de Thessaloniki em 1997, denominada Conferência Internacional sobre Ambiente e Sociedade: Educação e Conscientização Pública para a Sustentabilidade. Foi realizada em dezembro de 1997, em Tessalônica, Grécia. Contou com representantes de 83 países. Nesta conferência, fez-se um balanço do que foi alcançado nos 20 anos que se passaram desde Tbilisi. Uma das observações da conferência foi a de que: “As recomendações e planos de ação da Conferência de Belgrado em Educação Ambiental (1975) e Tbilisi (1977), Moscou (1987) e Toronto (1992) são todavia válidas e ainda não totalmente exploradas”. Declara-se, em Tessalônica, que a Educação Ambiental e a conscientização pública “devem ser consideradas os pilares da sustentabilidade, juntamente com a legislação, economia e tecnologia”. e-Tec Brasil 24 Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica Todas as áreas do conhecimento precisam dirigir seus interesses para o desenvolvimento sustentável e o ambiente, sendo necessária uma abordagem holística e interdisciplinar, com diferentes disciplinas e instituições. Em Tessalônica, além de observações e reafirmações, foram feitas algumas recomendações. Algumas delas estão reproduzidas a seguir: Governos e líderes em todo o mundo participem dos encontros realizados durante as conferências da ONU e ofereçam condições educacionais necessárias para alcançar, futuramente, a sustentabilidade. [...] A educação deve ser parte integrante das iniciativas das Agendas 21 locais. Os governos e as instituições financeiras internacionais, nacionais, regionais, bem como o setor produtivo, devem ser estimulados a mobilizar recursos adicionais e aumentar os investimentos em educação e consciência pública. O estabelecimento de um fundo especial para a educação para o desenvolvimento sustentável deve ser considerado um meio específico para aumentar o apoio e promover a sua evidência. A comunidade científica desempenhe um papel importante, assegurando que o conteúdo da educação e dos programas de consciência pública seja baseado em informações acuradas e atualizadas. A mídia seja sensibilizada e convidada a mobilizar seus recursos e conhecimentos para difundir as mensagens-chaves, ajudando a traduzir a complexidade das questões ambientais de uma forma compreensível para o público. Todo o potencial dos novos sistemas de informação deverá ser utilizado para esse propósito. As escolas devem ser estimuladas e apoiadas a ajustar seus currículos visando atender às necessidades para um futuro sustentável. Você percebeu mudança na concepção de Educação Ambiental, ao longo destes anos, nos documentos das Conferências que mencionamos? Pois bem, de início as discussões se centravam na preservação dos recursos naturais, levando-se em consideração somente os conceitos de natureza e ecologia. Gradativamente, estes conceitos se ampliam, incluindo as relações entre as sociedades humanas e a natureza, incorporando, a partir de 1992 (Rio-92), o conceito de desenvolvimento sustentável. A EA, após a incorporação de Desenvolvimento sustentável, aponta para a necessidade de uma educação que leve a uma mudança de valores e de comportamentos para a modificação da postura dos seres humanos com relação ao meio onde vivem, mediante uma educação interdisciplinar, continuada e responsável. e-Tec Brasil25Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica ! Atividade de aprendizagem Elabore um quadro, em que estejam na primeira coluna as conferências e, na segunda, ao menos três características principais de cada uma delas. CONHECENDO CONCEITOS E DEFINIÇÕES DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL “Os homens se educam entre si, intermediados pelo mundo.” Paulo Freire Antes de iniciar a leitura deste tópico, gostaríamos que você escrevesse seu entendimento sobre o que é Educação Ambiental: A evolução do conceito de EA está intimamente ligada à evolução do conceito de meio ambiente. Existem várias definições de Educação Ambiental. Iremos apresentar apenas algumas para que você possa compreender a complexidade da expressão. Na Conferência de Tbilisi, a Educação Ambiental foi definida como uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da educação, orientada para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente através de um enfoque interdisciplinar e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade Na Agenda 21, a Educação Ambiental é definida como um processo que busca: [...]) desenvolver uma população que seja consciente e preocupada com o meio ambiente e com os problemas que lhe são associados. Uma população que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar, individual e coletivamente, na busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos [...] (Capítulo 36 da Agenda 21). Na Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), a Educação Ambiental foi apresentada da seguinte maneira: A educação ambiental se caracteriza por incorporar as dimensões socioeconômica, política, cultural e histórica, não podendo se basear em pautas rígidas e de aplicação universal, devendo considerar as condições e estágio de cada país, região e comunidade, sob uma perspectiva histórica. Assim sendo, a Educação Ambiental deve permitir e-Tec Brasil 26 Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica a compreensão da natureza complexa do meio ambiente e interpretar a interdependência entre os diversos elementos que conformam o ambiente, com vista a utilizar racionalmente os recursos no presente e no futuro (DIAS, 1994). Ou ainda, de acordo com a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.795/99), em seu artigo 1º: Entendem-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. De acordo com as definições acima, ao trabalhar com Educação Ambiental, não basta que nos preocupemos apenas com o aspecto ecológico de uma questão. A Educação Ambiental também incorpora dimensões sociais, políticas, econômicas, culturais, ecológicas e éticas, para a compreensão dos mecanismos de inter-relação natureza-homem. Pode-se trabalhar com Educação Ambiental em três grandes áreas: 1. EDUCAÇÃO FORMAL Desenvolvida nas escolas, em todos os níveis, não como disciplina específica, mas em todas as disciplinas, como elo que as interliga. 2. EDUCAÇÃO NÃO FORMAL Direcionada à comunidade, como a visitantes de uma área de proteção ambiental, a uma empresa com seus funcionários, à educação ambiental feita nos bairros, entre tantas outras propostas possíveis. São desenvolvidas por associações de bairros, comerciais, industriais, organizações não governamentais ou por instituições de ensino, a exemplo dos cursos de extensão universitária. 3. EDUCAÇÃO INFORMAL Transmitida, o próprio nome já o diz, de maneira informal, como as informações que são veiculadas pelos jornais, rádio, TV, filmes, peças teatrais, out-doors, traseiras de ônibus, em meio a outros. Embora a EA possa ser feita da maneira formal, nas escolas, em todos os níveis de ensino, deve ser estendida, como educação não formal, ao público em geral. Podeser feita também em diversos segmentos da população, como organizações de bairros, empresas, associações, etc. De acordo com a Conferência de Tbilisi, os princípios básicos da EA são os seguintes: a) a EA deve considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos naturais e criados pelo homem, tecnológicos, sociais, econômicos, políticos, histórico-culturais, morais e estéticos; e-Tec Brasil27Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica b) a EA deve ser um processo contínuo e permanente, começado pelo pré-escolar e continuando através de todas as fases do ensino formal e não formal; c) a EA deve aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada disciplina, de modo que se adquira uma visão global; d) a EA deve examinar as principais questões ambientais, do ponto de vista local, regional, nacional e internacional; e) a EA deve ajudar a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais; f) a EA deve destacar a complexidade dos problemas ambientais e, em consequência, a necessidade de desenvolver o senso crítico e as habilidades necessárias para resolver tais problemas; g) a EA deve utilizar diversos ambientes educativos e métodos para comunicar e adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente, dando ênfase às atividades práticas e às experiências pessoais. De acordo com os princípios acima citados, a Educação Ambiental deve ser aplicada em todas as esferas da sociedade, com responsabilidades definidas em setores diferentes, sempre com o empenho de todos os cidadãos. Dessa forma, a EA atende ao principal objetivo que é mostrar que as pessoas são parte do meio ambiente e precisam adotar a prática de ações que contribuam para o equilíbrio ecológico. Ao longo desta aula, pudemos conhecer a origem das discussões acerca da Educação Ambiental. Foram elas impulsionadas principalmente pela polêmica causada pelo livro “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carlson. Estudamos as principais conferências que discutiram a EA e ativaram a realização de estudos e planejamentos internacionais sobre o tema. Por fim, pudemos conhecer as diversas formas e definições da EA, bem como os princípios que a regem de acordo com a Agenda 21, embasando todo o plano de ação governamental. 1- Pesquise e faça uma síntese sobre os principais avanços alcançados, no que se refere à Educação Ambiental, desde os primeiros encontros, na década de 1970, até os dias de hoje. 2- a) Se, em sua cidade, existir a organização de uma Agenda 21 local, faça uma listagem de atividades relacionadas com a Agenda que são realizadas. b) Caso não exista, liste as atividades que poderiam ser realizadas e de que maneira isto poderia ser implementado. Atividade ! e-Tec Brasil 28 Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica e-Tec Brasil29Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental AULA 2 Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental – LEI nº. 9.795/99 Objetivos: - Identificar quais são os principais problemas ambientais e suas causas. - Conhecer os princípios que norteiam a Política Nacional de Educação Ambiental. Nesta aula, você conhecerá a evolução dos problemas ambientais, do o que é imprescindível para sua compreensão da EA, e o embasamento teórico aplicado para a compreensão da Política Nacional de Educação Ambiental. Começaremos com a definição dos principais problemas ambientais. A seguir, conheceremos os princípios da EA que fundamentam a Política Nacional do Meio Ambiente. Assim, esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de: - Identificar quais são os principais problemas ambientais e suas causas. - Conhecer os princípios que norteiam a Política Nacional de Educação Ambiental. Ao fazermos uma análise histórica do processo de desenvolvimento social e da problemática ambiental, ao analisarmos o desenrolar do processo de urbanização e industrialização, veremos: - Início da extinção das espécies - Exaustão de recursos naturais - Poluição urbana - Transformação do ambiente -Explosão demográfica, a consolidação de um modelo industrial- consumista - Desenvolvimento tecnológico - Padrões de consumo das cidades - pressão sobre os ecossistemas. A globalização da dimensão ecológica pode ser caracterizada por duas faces: a) Origem dos problemas ambientais, caracterizados principalmente pela poluição. b) Processos políticos e culturais caracterizados pelas organizações, leis, tratados e convenções. Do decorrer da história da Educação Ambiental, caminhamos aos dias atuais, período em que a atual abordagem prima por “educar para o meio”. Significa ver a natureza com um olhar novo, aniquilando a visão de exploração adquirida ao longo da Revolução Industrial e do Capitalismo. Revolução Industrial: com início na Inglaterra (séc. XVIII) consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas que causaram impacto e aumento no processo produtivo em nível econômico e social. Teve grande expansão pelo mundo a partir do século XIX. Capitalismo: sistema econômico e social baseado na propriedade privada dos meios de produção, na organização da produção visando ao lucro e empregando trabalho assalariado, e no funcionamento do sistema de preços. e-Tec Brasil31Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental Fruto de todo este avanço, teve-se o desenfreado acúmulo de problemas ambientais. Estes, por sua vez, são muitos e afetam a sociedade de um modo geral. Entre os principais problemas ambientais, merece salientar: - Acúmulo de resíduos; - Mudanças climáticas; - Redução na camada de ozônio; - Extinção das espécies vivas (animais e plantas); - Desmatamento; Atividade de aprendizagem Descreva, abaixo, sobre qual dessas situações você tem conhecimento, mencionando a fonte, se na televisão, em jornal, ou em conversa com amigos. Você já ouviu falar, ou leu algo sobre algum destes problemas? POLUIÇÃO Afinal, o que é poluição? É a alteração das características do meio ambiente por quaisquer ações ou interferências, sejam elas naturais, sejam provocadas pelo homem. Podem produzir impactos estéticos, fisiológicos ou ecológicos. A poluição acontece em escala global e escala local. ! e-Tec Brasil 32 Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental ESCALA GLOBAL DE POLUIÇÃO Chuva Ácida Ozônio Efeito Estufa Efeitos Locais da Poluição O homem e o meio ambiente são afetados. - Efeitos sobre o homem: - problemas de saúde, principalmente doenças respiratórias; - plantas e animais dos quais o homem depende, são afetados. - Efeitos sobre o meio ambiente: - fauna → atinge os animais da mesma forma que atinge o homem; - flora → a absorção de poluentes pode resultar em desfolhamento e morte; - materiais → problemas estruturais ou estéticos em edificações, monumentos culturais e automóveis; - atmosfera → diminuição da visibilidade. ACÚMULO DE RESÍDUOS O elevado crescimento da população levou a uma alta produção de bens de consumo e alimentos. Isto, automaticamente, provocou elevada geração de resíduos, ou, como comumente conhecemos, “lixo”. Durante muito tempo, não houve efetiva preocupação com o destino a tais resíduos, no entanto o lento processo de decomposição da maioria dos resíduos tem gerado um acúmulo excessivo. Isso se converte na necessidade de um local adequado para a deposição, registrando, ainda, que existe a produção de gases, associada à contaminação do solo e da água. Há várias formas de minimizar este problema. A principal é a medida governamental que viabiliza a criação de aterros sanitários. Outra é a reciclagem por meio da coleta seletiva. MUDANÇAS CLIMÁTICAS Mudanças climáticas,nada mais é que outro nome para o aquecimento global. Ocorrem quando são lançados mais gases de efeito estufa (GEEs) do que as florestas e os oceanos são capazes de absorver. e-Tec Brasil33Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental e-Tec Brasil 34 Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental Efeito estufa: principal consequência das mudanças climáticas, é um fenômeno natural para manter o planeta aquecido. Dessa forma, é possível a vida na Terra. O problema é que, ao lançar muitos gases de efeito estufa na atmosfera, o planeta se torna quente cada vez mais, podendo levar à extinção da vida na Terra. REDUÇÃO NA CAMADA DE OZÔNIO É uma camada que envolve a Terra, cuja finalidade é absorver a maior parte da radiação ultravioleta, evitando que esta radiação, emitida pelo Sol, chegue até à terra. Os principais males causados pelos raios ultravioleta são as queimaduras e o câncer de pele. A diminuição na camada de ozônio é causada pela emissão do gás CFC (clorofluorcarbono) que é usado em aerossóis e sistemas de condicionador de ar. Como os CFCs destroem a camada de ozônio? Depois de liberados no ar, os CFCs (usados como propelentes em aerossóis, como isolantes em equipamentos de refrigeração e para produzir material plástico) levam cerca de oito anos para chegar à estratosfera, onde, atingidos pela radiação ultravioleta, se desintegram e liberam cloro. Por sua vez, o cloro reage com o ozônio que, consequentemente, é transformado em oxigênio (O2). O problema é que o oxigênio não é capaz de proteger o planeta dos raios ultravioleta. Uma única molécula de CFC pode destruir 100 mil moléculas de ozônio. A quebra dos gases CFCs é danosa ao processo natural de formação do ozônio. A-A radiação solar atravessa a atmosfera. A maior parte da radiação é absorvida pela superfície terrestre e aquece-a. A B C B-Alguma da radiação solar é refletida pela atmosfera de volta ao espaço. C-Parte da radiação infravermelha (calor) é refletida pela superfície da terra, mas não regressa ao espaço, pois é refletida de novo e absorvida pela camada de gases de estufa que envolve o planeta. O efeito é o aquecimento da superfície terrestre e da atmosfera. Atmosfera AtmosferaCalor retidoRaios solares Calor devolvido ao espaço EFEITO DE ESTUFA Quando um desses gases (CFCl3) se fragmenta, um átomo de cloro é liberado e reage com o ozônio. O resultado é a formação de uma molécula de oxigênio e de uma molécula de monóxido de cloro. Mais tarde, depois de uma série de reações, um outro átomo de cloro será liberado e voltará a novamente desencadear a destruição do ozônio. Fonte: http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ambientais/camada_ozonio/ Veja os principais dados sobre este problema: - Extinção da flora e da fauna; - 5 a 10 milhões de espécies (1,7 milhões identificadas); - 74% a 86% vivem em florestas tropicais úmidas; - 20% a 50% podem ser extintas em um século; - Ameaças à reprodução natural. EXTINÇÃO DAS ESPÉCIES VIVAS (animais e plantas) Caracterizada principalmente pela perda da biodiversidade. DESMATAMENTO Sabemos da importância da vegetação, no equilíbrio do meio ambiente. Ela contribui para prevenção de erosão, moderação do clima, alimenta todos animais e, ainda, é a causa de uma diversidade de espécies. O desmatamento é causado, principalmente, para a ocupação dos espaços, com vista à prática da agricultura, acentuado por atos indiscriminados, geralmente ilegais, de corte e queimadas. A perda da vegetação contribui para o aquecimento global, processo erosivo, ocasionando desmoronamentos, morte de animais e perda da diversidade vegetal e animal. Agora você já pode ver quais são os principais problemas ambientais. Algumas pequenas ações que sejam adotadas em sua rotina, podem contribuir para amenizar estes problemas. - Evitar desperdício de água; - Evitar desperdício de energia; - Descartar o lixo adequadamente; - Respeitar a flora e a fauna. Biodiversidade: descreve a riqueza e a variedade do mundo natural. e-Tec Brasil35Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental Das ações citadas, escreva abaixo quais você pratica. Se você pratica ao menos duas delas, é sinal que está implantando a EA em sua prática diária. PRINCÍPIOS QUE FUNDAMENTAM A EDUCAÇÃO AMBIENTAL Após 1960, conforme vimos na aula I, alguns grupos, entidades e políticas governamentais começaram a se preocupar com a EA, de modo que já, em 1968, a UNESCO registrou um total de 79 países que inseriram a EA na grade curricular, e recomendavam a inclusão dos aspectos sociais, culturais e econômicos ao estudo físico e biológico do meio ambiente (MOURAD et al., 2002). Hoje no Brasil, a EA faz parte da grade curricular tanto nas redes pública e particular de ensino quanto nas empresas e nas ONG's e entidades. Nos dias atuais, a EA se define principalmente pelo modo que é exercida. Sorrentino 91995), citado por Mourad et. al.(2002), divide as formas de execução da EA em quatro conjuntos de temas ou objetivos. 1. Biológico: aborda a conservação e a preservação ambiental em todo o planeta. 2. Espiritual / cultural: busca a interiorização, o autoconhecimento e o conhecimento do universo, levando à formação ética. 3. Político: criação de ações governamentais que desenvolvam democracia, cidadania, etc. 4. Econômico: autogestão, com argumentos para empregos em atividades não exploradoras. Os conjuntos citados são baseados nos princípios da Agenda 21 e buscam a integração entre homem-natureza-sociedade, para que as próximas gerações sejam formadas em harmonia. POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL “A maior pobreza é a poluição” Indira Gandhi A Política Nacional de Educação Ambiental ( Lei n. 9.795/99) foi aprovada pelo Congresso Nacional no ano de 1999, depois de ser submetida à análise de vários setores (órgãos governamentais como MEC, IBAMA, MMA, organizações não governamentais, universidades, entre outros). A Educação Ambiental é um processo em que se busca despertar a preocupação individual e coletiva, garantindo o acesso à informação, contribuindo para o e-Tec Brasil 36 Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental desenvolvimento de uma consciência crítica, estimulando as questões ambientais e sociais, assumindo uma ação transformadora como questão ética e política (Art. 1° da Lei n. 9.795/99). A seguir, comentaremos os principais artigos da lei. De acordo com a Lei (art. 1º), o homem é visto como um agente transformador, responsável pela qualidade e sustentabilidade da vida no planeta, deixando de ser mero espectador. A inclusão da EA como componente da educação nacional (art. 2º) garante um espaço de ação na educação forma e não formal. Instituir a Política Nacional de Educação Ambiental (art. 6º) significa dizer que a Educação Ambiental passa a ser elemento determinante das políticas públicas, pautada em princípios e objetivos claramente definidos. A Lei define as linhas de atuação (art. 8º), mostrando preocupação com sua aplicabilidade, através da capacitação de profissionais, do incentivo à pesquisa e à produção de material educativo. Define também a participação dos meios de comunicação tendente a difundir valores e divulgar temas ambientais para a sensibilização da comunidade, levando informações sobre os problemas ambientais e divulgando possíveis soluções. Destaca o papel das empresas públicas e privadas na busca de alternativas tecnológicas, com as universidades e outros setores da sociedade. Cabe esclarecer, igualmente, que o artigo vetado nesta lei dizia respeito à disponibilização de recursos para sua execução. É importante que você conheça a leina integra. Ela está no anexo, no final deste caderno. Nesta aula, você estudou os principais problemas ambientais e suas causas, e pôde refletir sobre a influência que estes exercem no meio ambiente e em sua vida. Conheceu também algumas ações que contribuem para a minimização dos problemas ambientais. Teve acesso à Lei n. 9.795/99 e aos comentários sobre ela. É importante ter conhecimento da legislação e procurar lê-la sempre que tiver dúvidas. Atividade de aprendizagem Discuta (para responder, você precisará ler a lei): 1. Qual a importância de ter uma lei específica que regulamente a Educação Ambiental? 2. De acordo com a lei, como pode ser diferenciada a educação formal e a não formal? 3. Como deve ser feita a Educação Ambiental no ensino formal e na educação não formal, de acordo com o que foi estabelecido na lei? ! e-Tec Brasil37Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental Aula 3 Estratégias de Educação Ambiental e Elaboração de Projetos e-Tec Brasil39Estratégias de Educação Ambiental e Elaboração de projetos Nesta aula, teceremos alguns comentários sobre como trabalhar com projetos de Educação Ambiental, considerando as informações e os pontos básicos que devem ser contemplados em relação ao tema. Iniciaremos com algumas discussões e sugestões de atividades. Finalizaremos com as orientações básicas de como elaborar um projeto de Educação Ambiental. Esperamos que você possa, por meio do estudo desta aula, - conhecer algumas estratégias de Educação Ambiental; - adquirir noções básicas de como elaborar um projeto de EA. TRABALHANDO COM EDUCAÇÃO AMBIENTAL Em primeiro lugar, pergunte a si mesmo por que é importante conservar o meio ambiente. Existem muitas respostas a esta pergunta. Se você sair perguntando por aí, normalmente elas serão: porque o homem precisa do meio para sobreviver, porque Deus fez o meio ambiente para que o usássemos com respeito, e por aí vai. Portanto, alguns dos objetivos da Educação Ambiental são: - incentivar o amor que as pessoas têm, desde pequenas, pela natureza; - mostrar, de maneira racional e convincente, por que devemos nos preocupar e agir em prol da conservação e melhoria do ambiente. O que fazer para propor um projeto de Educação Ambiental? Antes de tudo, procure conhecer o local em que você irá atuar, para que possa escolher as melhores estratégias de ação. Procure saber o que pensa seu público a respeito do assunto que você irá abordar. Este primeiro contato com o público-alvo é também importante para uma futura comparação, a fim de sabermos quais foram os resultados obtidos ao final do trabalho. Os principais instrumentos para a coleta e medição de dados podem ser a observação, a entrevista, o questionário e a análise documental. Mas atenção: se você for utilizar os dados de entrevistas levantados em um trabalho e-Tec Brasil41Estratégias de Educação Ambiental e Elaboração de projetos de pesquisa que será em outro momento publicado, verifique a necessidade do encaminhamento prévio das entrevistas e questionários a um comitê de ética. Observação: envolve uma parte descritiva e uma parte mais reflexiva. A parte descritiva compreende um registro detalhado do que ocorre no campo de sua pesquisa Entrevista: Permite a captação imediata da informação desejada. Igualmente, o aprofundamento do que foi levantado por outras técnicas de coleta, a exemplo do questionário. Questionário: com questões mais diretas, oferece a possibilidade de abranger grande número de pessoas. Análise documental: baseada em documentos escritos que possam ser usados como fonte de informação sobre o comportamento do grupo de interesse. Algumas dicas de elaboração de entrevistas e questionários, à luz de Mergulhão e Vasaki, 1998): 1. Tome cuidado para não fazer perguntas desnecessárias a fim de que não se torne cansativo. Preste atenção também para não fazer questões que induzam a determinada resposta. Quando possível, coloque as alternativas mais prováveis de respostas para serem assinaladas pela pessoa. Isto facilita a análise posterior dos dados. 2. Procure saber a faixa etária de seu público. Se você for atuar em alguma escola, procure saber os assuntos que são tratados na série em que estuda ou em séries imediatamente anteriores. 3. Teste a pesquisa com amigos antes de aplicá-la a seu público, verificando o tempo de duração e grau de dificuldade das perguntas. 4. No caso de entrevistas, procure preparar os entrevistadores para não emitirem sua própria opinião a fim de que não induzam o entrevistado a determinada resposta. Ao elaborar um projeto de EA, lembre-se de que, quando lidamos com experiências diretas, a aprendizagem é mais eficaz. Segundo Piletti (1991 citado por DIAS, 2004), aprendemos através de nossos sentidos: 83% pela visão, 11%, pela audição, 3,5% pela olfação, 1,5% pelo tato e 1% pela gustação. E que retemos somente 10% do que lemos; 20% do que ouvimos; 30% do que vemos; 50% do que vemos e executamos; 70% do que ouvimos e logo discutimos e 90% do que ouvimos e logo realizamos. Portanto, é importante que nos utilizemos de estratégias diferenciadas, capazes de envolver o estímulo dos vários sentidos humanos. Além disso, de acordo com a Política Nacional de EA, vista acima, em seu artigo 4º, um dos princípios básicos da EA é a perspectiva inter, multi e transdisciplinar, conjugada com a pluralidade de ideias. Portanto, lembre-se de utilizar todos os sentidos humanos e a multiplicidade de conhecimentos. Se você trabalha em um grupo de pessoas de diversas áreas, é importante que se faça a abordagem de um assunto sob enfoques diferentes, em colaboração com as diversas áreas de conhecimento. e-Tec Brasil 42 Estratégia da Educação Ambiental e Elaboração de projetos Tome muito cuidado também para não alimentar nas pessoas o pessimismo diante dos problemas ambientais. Muitas vezes, ter a noção do que está acontecendo ao ambiente nos deixa com uma sensação de impotência diante da imensidão de problemas. Portanto, é preciso discutir sobre as alternativas de uso dos recursos e demonstrar o papel individual e coletivo de todos os cidadãos para a manutenção da qualidade de vida. É indispensável que acreditemos que nossas ações são importantes para a melhoria do ambiente. DICAS DE ATIVIDADES EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL A seguir, serão relacionadas algumas propostas de atividades que podem ser aplicadas a diferentes faixas etárias e a diferentes grupos, retiradas das literaturas que serão referenciadas ao final da aula. Estudo de ecossistemas naturais Leve seu grupo para uma excursão em uma área natural em sua cidade. Pode ser um parque urbano, um sítio, uma reserva nos arredores da cidade. Em primeiro lugar, deixe que o grupo explore e sinta o ambiente, usando todos os sentidos. Você pode levar um roteiro para facilitar as observações, como no exemplo a seguir: Observação de uma área verde natural 1. Procure observar como é a vegetação do local. Repare na altura das árvores, em sua concentração, no aspecto geral da vegetação, etc. 22. Delimite com barbante e estacas uma área de aproximadamente 4m . observe dentro desse espaço e responda: a) quantas espécies de plantas há dentro da área? Diferencie pelo tipo de folha, flores, caule que possuem. b) Quantas espécies de animais você encontrou em seu quadrado? Procure vestígios deles (excrementos, tocas, pegadas, troncos roídos, etc.). c) Observe bem as características das plantas. Como é: - folha - caule - raiz - flores e frutos d) Escolha uma planta. Meça o comprimento da parte aérea: ______ cm. Meça o comprimento da raiz ______ cm. e) Colete um pouco do solo e coloque em um vidro. Como ele é (textura, cor, umidade e quantidade de húmus)? f)Com um higrômetro e um termômetro descubra qual é a umidade e qual é a temperatura do ambiente que está observando. - temperatura: _______ °C. - umidade: _______ %. g) Após responder às perguntas, faça um desenho da vegetação que você observou. Fonte: Mergulhão e Vasaki (1998) e-Tec Brasil43Estratégias de Educação Ambiental e Elaboração de projetos Trilhas Uma das atividades preferidas das pessoas, quando se fala em EA, são as trilhas, ou caminhadas em qualquer área natural. Existem algumas dicas básicas para se trabalhar em trilhas: - A caminhada deve, preferencialmente, ser feita em pequenos grupos, se possível, com no máximo doze pessoas por monitor, para evitar o ruído excessivo de passos e vozes. Em um primeiro momento, peça somente que as pessoas sintam o local: olhem, toquem, cheirem e ouçam. - Deve-se dar um intervalo de pelo menos cinco minutos entre um grupo e outro para que não se acumulem na trilha. Não se esqueçam de levar alguma atividade para os grupos que sairão por último. - Lembre seu grupo de que é importante manter o silêncio para que haja o mínimo possível de interferência no local. Isto é importante, por exemplo, para não afugentar os animais que podem estar próximos às trilhas. Fale só o necessário e com o tom de voz bem baixo. - Sempre deixe um monitor à frente do grupo, e uma pessoa responsável atrás do grupo, no final da fila. - Faça a caminhada em ritmo lento. Lembre-se de que o importante não é a chegada, e sim a observação que se faz pelo caminho. - Escolha um local da trilha para pedir ao grupo que faça silêncio, de olhos fechados, e preste atenção aos sons, aos cheiros e à movimentação do ar. - Ao longo do caminho, o guia deve chamar a atenção para aspectos importantes do ambiente, procurando sempre estimular o raciocínio, com perguntas de por quê, como ou para quê. Você pode organizar algumas atividades nas trilhas, que desenvolvam a capacidade de observação e de trabalho em equipe. Uma destas atividades é a procura de itens que constam em uma relação que você irá fornecer aos participantes. - Divida os participantes em dois ou mais grupos. - Entregue a cada equipe uma lista de coisas que devem encontrar na mata e um saco de papel para guardá-las. Oriente para que as pessoas recolham os itens com cuidado, sem danificar o ambiente. Procure não colocar na lista coisas que possam causar alguma alteração no ambiente, como animais ou flores. - Depois que tiverem encontrado tudo, os grupos devem retornar ao ponto de origem (se achar necessário, estabeleça um limite de tempo). - Cada grupo irá mostrar todos os seus achados. - Um exemplo de lista: um pedaço de pau podre; algo camuflado; uma folha retorcida; algo bonito; uma pena, etc. Use a criatividade! - Peça para que os grupos comentem o que foi mais fácil e o que foi mais difícil encontrar. Discuta por quê. Educação Ambiental em áreas urbanas Dias (2004) afirma que a Educação Ambiental, por ser interdisciplinar, pode ser o agente otimizador de novos processos educativos, e propõe uma série de atividades experimentais que podem ser feitas em ecossistemas urbanos. e-Tec Brasil 44 Estratégia da Educação Ambiental e Elaboração de projetos Apresentaremos, a seguir, algumas destas atividades, que foram retiradas, algumas com pequenas alterações, de Dias (1994; 2004) 1. A fauna urbana a) Fazer uma listagem da fauna urbana, incluindo todos os animais encontrados na cidade, dos menores aos maiores. b) Escolher um animal da lista para preparar um redação, incluindo: onde vive, o que come, quais seus inimigos naturais, como é sua reprodução, qual o tempo médio de vida. c) Fazer um desenho do animal escolhido. d) Dos animais estudados, compare: qual vive mais? Qual o que vive há mais tempo na Terra? 2. Energia elétrica a) Trazer de casa uma conta de luz recente, b) Anotar na lousa o consumo mensal (dado quilowatt-hora) de todos os alunos. c) Calcular a média de consumo mensal. d) Fazer uma listagem de atitudes para economizar energia elétrica na escola e em casa. Sugira um desafio: durante um mês, peça aos alunos que economizem luz elétrica em casa e compare a conta de luz após este mês. Compare também quanto foi economizado nas casas de cada aluno, e quanto foi economizado pela sala toda. Você pode fazer cálculos, fazendo estimativas de quanto uma cidade inteira poderia economizar em um mês, etc. Discuta com alunos de onde vem esta energia e todas as consequências decorrentes da geração de energia. 3. A água que bebemos a) Identificar no mapa da cidade, de onde vem a água que abastece a cidade. b) Informar-se se as áreas onde a água é captada para a represa são protegidas contra a poluição. c) Em casa, deixar uma torneira pingando por uma hora, em uma vasilha, e, em seguida, medir o volume coletado. Utilize um vasilhame com marcas em mililitro (ml), como o copo do liquidificado. d) Trazer o resultado no dia seguinte. e) Multiplicar o resultado por 24 para saber quando de água seria desperdiçada em um dia. f) Fazer cálculos para saber quanto a sala toda desperdiçaria em um dia, em um ano, quanto a escola toda desperiçaria, etc. Educação Ambiental em áreas rurais As áreas rurais têm uma vantagem, porque dispõem de ambiente extraclasse vasto, sem mencionar que as pessoas, em geral, já tem contato direto com temas relacionados com a natureza e já tem considerável conhecimento sobre fauna e flora. e-Tec Brasil45Estratégias de Educação Ambiental e Elaboração de projetos Mergulhão e Vasaki (1998) sugeriram as seguintes atividades no meio rural: 1. Jogos Com crianças, faça jogos relativos a assuntos que você pretende ensinar, usando materiais simples e personagens do próprio local. a) Em primeiro lugar, defina o jogo – quebra-cabeças, dominó, jogo da memória, por exemplo; defina o assunto a ser abordado (mamíferos, aves, plantas, cadeia alimentar, etc); e também o material que será utilizado (sucata, papel, madeira, etc). b) Peça às crianças que citem animais ou plantas da região que se encaixem no assunto escolhido e anote as sugestões. c) Peça que desenhem ou recortem, de revistas, os animais e plantas escolhidos. d) Cole-os em papelão ou cartolina, ou madeira para aumentar a durabilidade. 2. Estudando as árvores Escolha algumas árvores na área da escola ou em um local próximo. Deixe cada grupo responsável por um tipo de árvore para observar e pesquisar os seguintes itens: a) Diâmetro da árvore e estimativa da altura. b) Desenhar a forma da árvore, suas folhas, flores, frutos ou sementes, bem como outras características que achar interessantes. c) Observe os animais que visitam a árvore (insetos, aves, etc.) e desenhe- os também. Procure saber o que eles fazem e por que visitam a árvore. d) Pesquise o nome da árvore (comum e científico) e se é utilizada pelo ser humano. e) Faça uma tabela com os dados sobre quando a árvore produz flores e frutos, como as flores são polinizadas e como as sementes são dispersadas. f) Promova uma apresentação para a discussão dos resultados. g) Observe a árvore ao longo do ano para registrar as mudanças e anote as observações. 3. Brincando de repórter Esta atividade fornece subsídios para discussão mediante o conhecimento da realidade local e valoriza o conhecimento popular. Peça aos alunos que entrevistem uma ou mais pessoas mais velhas. Elabore uma lista de perguntas obrigatórias e deixe que as crianças pensem em outras. Por exemplo: - Como eram os rios da região antigamente? - Quais os principais peixes que existiam? Pescava-se mais do que hoje? - Quais animais existiam nas matas? Hoje tem mais ou menos animais? Por quê? e-Tec Brasil 46 Estratégia da Educação Ambiental e Elaboração de projetos - O que se plantava há dez anos?- A terra hoje é tão boa (fértil) como antigamente? Peça a cada aluno que conte as respostas que obteve, anotando os resultados no quadro e comentando-os. 4. As atividades de trilhas ou de ambientes naturais, descritas acima, também podem ser adaptadas para ambientes rurais. Muitas atividades podem ser feitas para aumentar a compreensão relativa a questões ambientais, tanto no meio urbano quanto no meio rural. Não se esqueça, no entanto, de que se recomenda que as atividades de EA tenham continuidade. Se você pretende realizar uma atividade de EA, procure voltar ao local mais vezes para a realização de palestras, jogos e outras atividades e verificar o desenvolvimento dos programas implantados. Atividade Apresente, pelo menos, mais duas atividades práticas que podem ser aplicadas em projetos de Educação Ambiental. Agora que você já conhece algumas atividades de EA, vamos entender como pô-las em prática! Orientações básicas para a elaboração de projetos O objetivo básico de um projeto é procurar uma solução para um dado problema. Portanto, o primeiro passo a tomar quando se pensa em elaborar um projeto é definir claramente o problema. A partir daí, levantar as possíveis soluções ao problema e decidir por uma delas, estabelecendo metas e objetivos a serem alcançados. O terceiro passo é definir um caminho para alcançar os objetivos desejados, as ações a serem realizadas, os recursos necessários. Antes de iniciar um projeto, faça a você mesmo algumas perguntas básicas: - Por que o problema é importante? - O que você quer fazer? - Quais os resultados esperados? - De que forma você vai avaliar os resultados? - O que já foi feito na área? - Quanto tempo durará o projeto? Dependendo da instituição à qual você vai propor o projeto, os itens que um projeto deve conter podem variar, e algumas possuem formulários próprios. Porém, de e-Tec Brasil47Estratégias de Educação Ambiental e Elaboração de projetos maneira geral, um projeto abarcar os seguintes itens: 1. Resumo: dá uma idéia geral do projeto, de forma sucinta. Deve conter a identificação do problema, a importância do projeto, o objetivo principal e os resultados esperados. 2. Introdução: dever trazer uma visão geral do problema, da localidade, do público-alvo, da instituição proponente, e deve conter breve revisão de trabalhos anteriores. 3. Objetivo geral: refere-se ao ponto aonde você quer chegar através da execução do projeto. Você deve estabelecer apenas um objetivo geral. 4. Objetivos específicos: referem-se às etapas ou aos diferentes tipos de público e estratégias. Normalmente se propõe mais de um. Os objetivos específicos, assim como o objetivo geral, devem começar sempre com um verbo no infinitivo. 5. Justificativa: qual é a importância do projeto? Pense que você precisa fazer com que o leitor compreenda e se convença da importância do seu projeto. 6. Metodologia: deve estar intimamente ligada aos objetivos propostos e aos resultados esperados. Deve-se sempre definir bem as estratégias que serão empregadas; definir as etapas. Sugere-se fazer um quadro relacionando as atividades com os objetivos específicos. 7. Cronograma: é preciso determinar quanto tempo será necessário para a realização de cada atividade e quando serão realizadas. Pode-se montar um quadro de atividades com os meses ou semanas de um lado, e as atividades de outro. 8. Recursos: definição dos recursos materiais (infraestrutura, material de consumo, transporte, etc.) e humanos que serão necessários em cada etapa do projeto. 9. Avaliação: como você irá verificar se os resultados esperados estão sendo alcançados? Esta etapa exige o monitoramento das atividades e ações, com vistas a acompanhar suas consequências e resultados, para a identificação e a formulação de medidas corretivas ou preventivas. Nesta aula, você pode estudar algumas atividades de Educação Ambiental, sua aplicação e como elas integram o conhecimento de modo divertido. Bem assim como proceder para realizar um projeto de EA. Estas orientações serão importantes para o planejamento de suas atividades. Atividade Planeje, de acordo com as orientações, duas atividades de Educação Ambiental. Escolha um local para aplicá-las e relate os resultados obtidos. ! e-Tec Brasil 48 Estratégia da Educação Ambiental e Elaboração de projetos Caro estudante: Os problemas ambientais que assolam o planeta são muitos. Têm causas diversas e podem acabar com o planeta. Agora, você conhece um pouco sobre EA e pode fazer uso desta ferramenta, intentando contribuir para a melhoria de sua vida, da vida das pessoas que o cercam e da sociedade. Faça a sua parte! O mundo está em nossas mãos! Caro estudante: Os problemas ambientais que assolam o planeta são muitos. Têm causas diversas e podem acabar com o planeta. Agora, você conhece um pouco sobre EA e pode fazer uso desta ferramenta, intentando contribuir para a melhoria de sua vida, da vida das pessoas que o cercam e da sociedade. Faça a sua parte! O mundo está em nossas mãos! Retomando a conversa inicial e-Tec Brasil13Educação Ambiental-Márcia Aparecida de Oliveira Seco e Elizabeth Satsuki Sekine BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto – Coordenação de Educação Ambiental. A implantação da Educação Ambiental no Brasil. Brasília, 1998. 166p. BRASIL: Ministério do Meio Ambiente. Educação Ambiental: curso básico a distância: documentos e legislação da educação ambiental. Ana Lúcia Tostes de Aquino Leite e Nana Mininni-Medina (Coord). Brasília: MMA, 2001, 253p. DIAS, G.F. Atividades interdisciplinares de educação ambiental: manual do professor. São Paulo: Global, 1994. 127p. DIAS, G.F. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9 ed. São Paulo: Gaia, 2004. 551p. LEÃO, A.L.C.; FALCÃO, C.A.C. Fazendo educação e vivendo a gestão ambiental. Recife: CPRH, 2002. 28p. MARCATTO, C. Educação Ambiental: conceitos e princípios. Belo Horizonte: FEAM, 2002. 64p. Disponível em: http://www.coopttec.coop.br/. Data de captura: 21 de agosto de 2008. MEDINA, N.M. Breve histórico da Educação Ambiental. In: PADUA, S.M.; TABANEZ, M.F. (Org). Educação Ambiental: caminhos trilados no Brasil. Brasília: Instituto de Pesquisas Ecológicas, 1997. 283p. (p. 257-269). MERGULHÃO, M.C.; VASAKI, B.N.G. Educando para a conservação da natureza: sugestões de atividades em educação ambiental. São Paulo: EDUC – Editora da PUC-SP, 1998. 140p. OLIVEIRA, E.M. Educação Ambiental: uma possível abordagem. 2 ed. Brasília: Ed. IBAMA, 2000. 150p. Revista Brasileira de Educação Ambiental (http://www.ufmt.br/remtea/revbea) WWF – Brasil (http://www.wwf.org.br) Fundação O Boticário de Proteção à Natureza (http://www.fbpn.org.br) Ministério do Meio Ambiente (http://www.mma.gov.br) Programa educar – USP-São Carlos (http://educar.sc.usp.br) Sites Recomendados Bibliografia consultada e-Tec Brasil51Educação Ambiental-Márcia Aparecida de Oliveira Seco e Elizabeth Satsuki Sekine POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – LEI n. 9.795/99 – 27 de abril de 1999 Dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Capítulo I – Da Educação Ambiental oArt. 1 Entendem-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. oArt. 2 A Educação Ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo,
Compartilhar