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Educacao Ambiental

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Prévia do material em texto

Atmosfera
Calor retido
Raios
solares
Calor devolvido
ao espaço
Curso Técnico em Meio Ambiente
Educação Ambiental
Márcia Aparecida de Oliveira Seco
Elizabete Satsuki Sekine
2ª edição
2010
Cuiabá-MT
Educação Ambiental
Márcia Aparecida de Oliveira Seco
Elizabete Satsuki Sekine
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
Comissão Editorial
Designer Educacional
Diagramação
T. F. Oliveira/UFMT
Elizabeth Kock Carvalho Netto
Ilustrador: 
Marcelo Velasco
Revisão
Germano Aleixo Filho
Projeto Gráfico
e-Tec/MEC
Profª Drª Maria Lucia Cavalli Neder - UFMT
Profª Drª Ana Arlinda de Oliveira - UFMT
Profª Drª Lucia Helena Vendrusculo Possari - UFMT
Profª Drª Gleyva Maria Simões de Oliveira - UFMT
Prof. M. Sc. Oreste Preti - UAB/UFMT
Oreste Preti
© Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Este caderno foi elaborado em parceria entre a UTFPR e a 
Universidade Federal de Mato Grosso para o Sistema Escola Técnica Aberta do 
Brasil – e-Tec Brasil.
Ficha Catalográfica
S445e Oliveira-Seco, M. A.
Educação Ambiental./ Márcia Aparecida de Oliveira 
Seco; Elizabete Satsuki Sekine. - 2ed.- Cuiabá: EduUFMT, 
2010.
58p. : il. ; color.
ISBN 
1.Educação Ambiental. 2.Política Nacional de Educação 
Ambiental. 3.Lei nº.9.795/99. I.Sekine, Elizabete Satsuki. 
II.Título.
CDU 504 : 37
e-Tec Brasil
Apresentação e-Tec Brasil
5
Caro estudante:
Os avanços tecnológicos na área de informática e comunicação, associados a 
modelos pedagógicos apoiados no uso de tecnologia, deram origem à 
modalidade de ensino chamada Ensino a Distância (EaD). A característica desse 
modelo é a separação física entre aluno e professor. Para suprir a distância, a 
interação entre o aluno e o professor é mediada tanto por recursos tecnológicos 
quanto pelo material impresso. Nessa modalidade de ensino, o material impresso, 
juntamente com recursos de vídeo, videoconferência e um Ambiente Virtual de 
Aprendizagem são as bases tecnológicas, às quais você terá acesso durante sua 
formação.
Todos esses recursos são meios de comunicação entre professor e aluno. Cada 
recurso possui característica própria e necessita de canal específico de 
comunicação. Para assistir aos vídeos, participar de videoconferência ou realizar 
as atividades do Ambiente Virtual de Aprendizagem você precisará ter acesso a 
computadores e a Internet. Porém, tais recursos tecnológicos nem sempre estão 
disponíveis em tempo integral, por isso, a importância do material impresso, que 
permitirá a você ter acesso ao conhecimento independente de possuir a sua 
disposição as tecnologias de informática e de comunicação.
Aliado às atividades presenciais e às atividades a distância, o material impresso irá 
também apoiá-lo na realização das atividades de estudos, estimulando-o a 
participar de forma mais ativa no seu processo de ensino-aprendizagem, 
construindo, progressivamente, conhecimento de maneira interativa. Assim, o 
professor deixa de ser a única fonte de informação. O distanciamento físico não 
será impedimento para o processo de cooperação e interação entre você e o 
professor da sua instituição, responsável pela oferta da disciplina no curso. Esse 
professor criará oportunidades para que você participe de forma ativa durante seu 
processo de aprendizagem. 
O material foi elaborado visando a formação de Técnicos em Meio Ambiente, 
segundo os parâmetros do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. O profissional 
formado deverá ter qualificação para atender à demanda regional em 
consonância com as tendências tecnológicas. Deverá ser capaz de coletar, 
armazenar e interpretar informações, dados e documentações ambientais, 
colaborar na elaboração de laudos, relatórios e estudos ambientais, auxiliar na 
elaboração, acompanhamento e execução de sistemas de gestão ambiental, 
atuar na organização de programas de educação ambiental, de conservação e 
preservação de recursos naturais, de redução, reuso e reciclagem, bem como 
identificar as intervenções ambientais, analisar suas conseqüências e 
Curso técnico em meio ambiente
e-Tec Brasil7Educação AmbientalEducação Ambiental
Curso técnico em meio ambiente
e-Tec Brasil 8
operacionalizar a execução de ações para preservação, conservação, otimização, 
minimização e remediação dos seus efeitos.
Além disso, deve estar ancorado em uma base de relacionamento interpessoal e 
comunicação oral. Deve também ter pensamento crítico e racional, capacidade 
para resolver problemas de ordem técnica, capacidade criativa e inovadora, 
capacidade de gestão e visão estratégica. Essa base o tornará competitivo no 
mercado de trabalho. Mas, isso somente não é suficiente, você também deve 
demonstrar: honestidade, responsabilidade, adaptabilidade, capacidade de 
planejamento, ser ágil e ter capacidade de decisão. Além de ser possuidor de um 
espírito crítico, uma formação tecnológica generalista e uma cultura geral sólida e 
consistente.
Foi pensando nessa formação que equipes de professores da rede pública federal 
de educação elaboraram seu material. Professores que atuam no ensino médio e 
no ensino superior. Todos profissionais conceituados em suas respectivas áreas de 
atuação. O objetivo desses profissionais é auxiliar você na sua formação 
profissional.
Os recursos didáticos pedagógicos e os profissionais envolvidos fazem parte do 
projeto Escola Técnica Aberta do Brasil, e-TecBrasil. Um projeto que estabelece 
parceria entre Instituições de Ensino Público Federal, no papel de formadores, e 
município, ou estado, que disponibilizam os pólos que receberão os cursos 
oferecidos na modalidade de EaD.
Mas, lembre-se, simplesmente ter acesso aos recursos didáticos e tecnológicos, 
além de ter a disposição uma equipe especializada de profissionais não é 
suficiente. É necessário que esse material seja utilizado intensamente, de forma a 
tornar-se fonte de conhecimento que o auxiliará em todos os momentos de sua 
formação.
Cientes de que esse também é o seu desejo, a equipe do e-TecBrasil deseja a todos 
um ótimo processo de aprendizagem.
Atenciosamente,
Equipe de formadores da Escola Técnica Aberta do Brasil
da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. 
Educação Ambiental
A-Z
Indicações do ícones
Ícones - elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem 
e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
! ATENÇÃO: indica pontos de maior relevância no texto.
SAIBA MAIS: oferece novas informações que enriquecem o 
assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao 
tema
GLOSSÁRIO: indica a definição de um termo, palavra ou 
expressão utilizada no texto.
MÍDIAS INTEGRADAS: remete o tema para outras fontes: livros, 
filmes, músicas, sites, programas de TV.
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM: apresenta atividades em 
diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa 
realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado.
e-Tec Brasil9Educação Ambiental
Sumário
Palavra das professoras- autoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Aula 1 – Educação Ambiental no Contexto Evolutivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Um pouco da história da Educação Ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Conhecendo conceitos e definições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Aula 2 – Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de 
Educação Ambiental – Lei nº. 9.795/99 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Aula 3 – Estratégias de Educação Ambiental e Elaboração de Projetos . . . . . . . 39
Trabalhando com Educação Ambiental . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Retomando a conversa inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Bibliografia consultada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Anexo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
10
e-Tec Brasil13Educação Ambiental-Márcia Aparecida de Oliveira Seco e Elizabeth Satsuki Sekine
Palavra das professoras-autoras
Caro estudante:
Você está matriculado no curso técnico em Meio Ambiente. Talvez, esteja 
esperando que esta disciplina lhe dê subsídios para trabalhar com a Educação 
Ambiental em sua vida profissional. 
Em primeiro lugar, é preciso pensar na Educação Ambiental (que a partir de agora 
a denominaremos simplesmente EA) como algo que se possa fazer no dia a dia, 
incorporando o conhecimento e a preocupação que você tem, acerca das 
questões ambientais. 
A EA é um caminho para alcançar uma cultura ambiental, que se constrói e se 
fortalece por meio de ações que disseminem, na coletividade, o conhecimento 
dos benefícios da vivência pacífica com o ambiente que nos cerca.
O artigo 225 da Constituição Federal de 1988 estabelece que o “meio ambiente 
ecologicamente equilibrado” é direito de todos e “bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida”. É responsabilidade do Poder Público e da 
coletividade defendê-lo e protegê-lo para as gerações presentes e futuras.
Foi pensando nisto que elaboramos este caderno com assuntos e informações 
que julgamos importantes na formação de profissionais da área ambiental. Este 
material não traz idéias inéditas. A maior parte do conteúdo aqui desenvolvido é 
fruto de revisão bibliográfica que realizamos sobre assuntos relacionados com a 
Educação Ambiental. Apresentamos a EA em sua trajetória no mundo e no Brasil. 
A partir daí, falamos das estratégias na prática da EA e da elaboração de 
projetos.
Assim, para facilitar seu estudo, organizamos o material em três aulas:
I) Educação Ambiental no contexto evolutivo
II) Aspectos ambientais para a Política Nacional de Educação Ambiental
III) Estratégias de Educação Ambiental e elaboração de projetos
Na aula I, você conhecerá o histórico da EA no mundo e no Brasil, por meio da 
apresentação dos eventos que marcaram o desenvolvimento das ideias da EA. 
Ainda serão descortinados os conceitos correlatos e sua aplicação.
Na aula II, exibiremos os princípios que norteiam a EA no Brasil por meio do estudo 
da Política Nacional de Educação Ambiental. 
Finalmente, na última aula, você terá contato com algumas estratégias para 
 
10 Educação Ambiental- Márcia Aparecida de Oliveira Seco e Elizabete Satsuki Sekine Na Aula III, tratamos da análise e produção de textos de caráter técnico-científico. Abordamos modalidades textuais diversas: relatório técnico- científico, correspondência técnica e currículo. Entendemos que não esgotamos as possibilidades de produção textual, no entanto sabemos serem essas modalidades recorrentes, tanto na vida profissional quanto na vida acadêmica.Os conteúdos acima elencados fornecem certa base de conhecimentos no que se refere ao emprego da linguagem técnica em situações de uso profissional e acadêmico, bem como traçam algumas noções sobre a comunicação oral. Acreditamos, todavia, que se não houver trabalho efetivo de leitura (ler gêneros textuais diversificados), de escrita e de reescrita dos textos, o objetivo a que nos propusemos, ao escrever este fascículo, será apenas atingido em parte. Isso se deve ao fato de entendermos que a melhora na escrita e na expressão oral não é alcançada apenas com exercícios pontuais sobre o conteúdo; faz-se necessária atividade frequente, paralela ao material, que envolva leitura e escrita. Trata-se de processo de construção e aprimoramento: não basta sabermos apenas os conceitos. Devemos colocá-los em prática, pois é nela que a apropriação dos conteúdos se fará de fato.Por isso, o objetivo geral desta disciplina é que você, ao final da leitura desse fascículo, seja capaz de: Para que esse objetivo se efetive, propomos, ao longo do texto, diversas atividades que serão realizadas por você e discutidas com o seu tutor e(ou) com o professor responsável pela disciplina. Outras formas de avaliação, como provas presenciais e trabalhos escritos, também poderão ser solicitados pelo professor da disciplina.Independentemente do formato da avaliação, o que importa é que você sempre que receber seu texto corrigido pelo avaliador, realize o processo de reestruturação textual (quando assim for sugerido pelo avaliador), pois o ato de refazer o texto, corrigindo-o, podando as arestas, ajudará muito o processo de construção e aprimoramento da linguagem. Esperamos que você tenha um bom estudo, que possa refletir com interesse sobre a prática da comunicação e, acima de tudo, acrescentar novas formas de expressão àquelas que, com certeza, você já possui. O poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade lança um desafio a você que diariamente lida com as palavras para poder se comunicar:Palavra, palavra(digo exasperado),Se me desafias,Aceito o combate.Vamos agora à leitura do fascículo?Bom estudo! Interagir com outros níveis de leitura e escrita, apropriando-se deles em sua vida profissional ou acadêmica.10 Comunicação e Linguagem Técnica Maurício Cesar Menon - A palavra do professor-autor
Palavra das professoras-autoras
trabalhar a EA na prática. Conhecerá os principais componentes que devem ser 
observados antes de fazer um planejamento para desenvolver um projeto de EA.
Nosso objetivo é que você, ao final do estudo desta disciplina, saiba:
? conceituar Educação Ambiental
? identificar os principais eventos históricos da Educação Ambiental;
? compreender a relação entre população, meio ambiente e desenvolvimento;
?conhecer a Política Nacional de Educação Ambiental;
?Utilizar estratégias de Educação Ambiental.
Esperamos que esse trabalho promova expectativas, contribuindo para que 
tenhamos a Educação Ambiental atuante, crítica e consciente!
Vamos então dar início à nossa jornada. A você, muito sucesso nesta nova etapa!!
e-Tec Brasil 14
AULA 1
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: 
DEFINIÇÕES E 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
e-Tec Brasil15Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica
Objetivos
- Conhecer os principais marcos históricos 
internacionais da Educação Ambiental
- Entender os princípios e algumas definições de 
Educação Ambiental
Nesta aula você estudará algumas definições de Educação Ambiental e os 
principais marcos históricos na evolução do estudo e da luta pelo meio ambiente e 
da Educação Ambiental. 
No decorrer da história da humanidade, não são poucas as demonstrações de 
apreço, admiração e respeito à natureza. 
Porém, é a partir da década de 1950 que as consequências do progresso 
desordenado e dos avanços tecnológicos sobre o meio ambiente começam a ser 
percebidos com maior clareza. 
Com base no conhecimento dos principais eventos históricos mundiais que 
ocorreram a partir da década de 1970, será possível perceber como os princípios 
norteadores da EA foram se desenvolvendo e se modificando ao longo do tempo.
Esperamos que, ao final do estudo desta primeira aula, você consiga atingir os 
seguintes objetivos: 
- Conhecer os principais marcos históricos internacionais da Educação 
Ambiental
- Entender os princípios e algumas definições de Educação Ambiental
Lembre-se:
Para trabalhar em Educação Ambiental, é importante que tenhamos noções de 
como ocorreu o desenrolar histórico das preocupações ambientais e de quando e 
como a Educação Ambiental passou a ser parte essencial de discussões nacionais e 
internacionais. É igualmente relevante que você tenha conhecimento sobre os 
princípios e as leis que regem a EA no Brasil e no mundo. Porém, o mais significativode 
tudo é que:
Tenha disposição para o trabalho e acredite que pequenas ações locais 
podem levar a grandes transformações e que suas atitudes são capazes de 
fazer com que um mundo melhor seja o legado às futuras gerações.
UM POUCO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Considerando os limites deste texto, centraremos nossa apresentação histórica da 
Educação Ambiental nos principais eventos que marcaram o tema no Brasil e no 
mundo, a partir da década de 1970, quando se intensificaram as discussões acerca 
do tema. 
Inicialmente, os sistemas educacionais incorporavam conteúdo relativo ao meio 
ambiente, limitando-se aos aspectos do ambiente natural, sem a incorporação das 
ciências sociais (como História, Sociologia, Economia, Filosofia) na compreensão e 
melhoria do meio humano. Agregavam conhecimentos sobre os ecossistemas sem a 
preocupação com o desenvolvimento de comportamentos e valores nos sujeitos da 
educação, que pudessem orientá-los na construção de uma sociedade em 
harmonia com a natureza, observando os conceitos do Desenvolvimento 
Sustentável. 
e-Tec Brasil17Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica
Desenvolvimento Sustentável é o desenvolvimento que atende às 
necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações 
futuras em atender às suas próprias necessidades. 
O primeiro passo que instigou a preocupação com a Educação Ambiental não foi 
resultante de algum estudo científico, antes foi provocado por um livro de caráter 
literário chamado “Primavera Silenciosa” de Rachel Carson. Alertava sobre os 
efeitos danosos de inúmeras ações humanas relativas ao ambiente, como o uso de 
pesticidas. A autora teve uma percepção aguçada do contexto econômico e 
social da época e o retratou em seu livro.
Antes de iniciarmos o estudo sobre a trajetória da EA, faça como a autora de 
“Primavera Silenciosa”. Descreva quais podem ser, a seu ver, os principais problemas 
ambientais na atualidade.
 
Para resgatar a história dos movimentos sociais, é necessário voltar ao século XIX, 
quando a primeira ação organizada de ambientalistas americanos culminou com a 
criação do primeiro parque nacional do mundo, o parque de Yellowstone, nos 
Estados Unidos, em 1872. Nessa época se instituiu que a responsabilidade em garantir 
a integridade do meio natural cabia ao governo. 
No entanto, pode-se dizer que os movimentos ambientalistas começaram a se 
intensificar e a envolver a sociedade a partir da década de 1960. Países como a 
França, Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra modificaram suas leis e suas 
instituições, alarmados com os problemas ambientais. O objetivo era a conservação 
e a recuperação do meio ambiente e dos recursos hídricos. 
Ainda na mesma década, percebeu-se, nos países do hemisfério norte, a 
necessidade de articulação internacional diante da crise ambiental. 
Você sabe quando, aqui no Brasil, se iniciaram os primeiros movimentos 
ambientalistas?
e-Tec Brasil 18 Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica
Pois bem, vamos identificar, por meio da linha do tempo, os marcos referenciais da 
Educação Ambiental:
Trace aqui uma linha histórica da educação ambiental, evidenciando os principais 
marcos.
O primeiro registro representativo foi o Clube de Roma, que surgiu em 1968 na 
academia de Lincei em Roma. Composto por cientistas de vários países, tinha o 
objetivo de discutir e propor soluções a problemas complexos que surgiram com o 
crescimento da população mundial.
Dessas reuniões, resultou um relatório redigido por Dennis Meadows “The limits of 
Grouth” – Limites do Crescimento, em 1971. Então, foi apresentado um modelo 
matemático que embasava o estudo sobre o crescimento e mostrava que efeitos 
catastróficos ocorreriam em longo prazo, decorrência do crescimento demográfico.
Esses efeitos desastrosos seriam doença, fome, poluição, falta de recursos renováveis 
que levariam à grande mortandade e, consequentemente, à diminuição da 
população.
No relatório, foi apresentada também a proposta de adoção da política 
“crescimento zero”, que previa o controle do crescimento população. Porém, tal 
política foi pouco aceita por países subdesenvolvidos, pois estes acreditavam que 
era uma estratégia dos países ricos para frear seu desenvolvimento.
e-Tec Brasil19Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica
O Clube de Roma
O Clube existe até hoje. Continua a ser uma organização não governamental 
formada por cientistas, economistas, empresários, altos servidores públicos e ex-
chefes de Estado. Possui 24 sedes no mundo. Adota como premissa o fato de que 
se possa intervir no futuro da humanidade, pois o futuro não está 
predeterminado.
O Clube de Roma tem como Presidente Internacional o príncipe jordaniano O 
Hassan Bin Talal. Continua atuando no entendimento das complexidades que se 
expressam pelos dilemas políticos, sociais, econômicos, tecnológicos, 
ambientais, psicológicos e culturais que as sociedades no mundo todo 
enfrentam.
Para saber mais sobre o Clube de Roma acesse: www.clubofrome.org
Foi alicerçado no relatório redigido por Dennis Meadows que se iniciou a preparação 
para a conferência de Estocolmo, Suécia. Reuniram-se 113 países na Conferência das 
Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano. 
- Conhecida como Conferência de Estocolmo, ocorreu de 5 a 16 de 
junho de 1972. Destacava os problemas da natureza, tendo elaborado 
metas ambientais e sociais cuja atenção centrava nos países em via de 
desenvolvimento. O eixo principal da Conferencia foi Meio Ambiente 
versus Desenvolvimento.
A conferência gerou a Declaração sobre o Ambiente Humano, que estabelece 
princípios que serviriam de inspiração e orientação para a preservação e melhoria 
do ambiente humano. Este documento, entre outros princípios, recomenda que seja 
estabelecido um programa internacional de Educação Ambiental.
 Em seu princípio 19, estabelece: 
É indispensável o trabalho de educação em questões ambientais, 
dirigida tanto às gerações jovens como aos adultos, e que tenha a 
devida atenção com a população menos privilegiada, para erigir as 
bases de uma opinião pública bem informada e uma conduta dos 
indivíduos, das empresas e das coletividades inspirada no sentido de sua 
responsabilidade com a proteção e melhoria do meio em toda a sua 
dimensão humana. É também essencial que os meios de comunicação 
de massas evitem contribuir com a deterioração do meio ambiente 
humano e difundam informações de caráter educativo sobre a 
necessidade de protegê-lo e melhorá-lo, a fim de que o homem possa 
desenvolver-se em todos os aspectos.
Entre as recomendações do Plano de Ação aprovado em Estocolmo, é importante 
destacar a Recomendação n. 96 dirigida à Organização das Nações Unidas para a 
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que reconhece o desenvolvimento da 
Educação Ambiental como elemento crítico para o combate à crise ambiental do 
mundo e recomenda o estabelecimento do Programa Internacional de Educação 
Ambiental (PIEA).
e-Tec Brasil 20 Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica
Que melhorias você proporia em relação ao meio ambiente e ao 
desenvolvimento?
Você sabe o que é o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA)? Já leu 
algum texto que trata deste programa?
É um programa de enfoque interdisciplinar, com caráter escolar e extraescolar, 
para envolvimento de todos os níveis de ensino, dirigido ao público em geral, 
jovem e adulto indistintamente, com vista a ensinar-lhes as medidas simples que, 
dentro de suas possibilidades, possam tomar para ordenar e controlar seu meio.
A Conferência de Estocolmo é considerada um marco histórico internacional, 
decisivo no despontar de políticas de gerenciamento ambiental, chamando a 
atenção do mundo para os problemas ambientais. A partir dela foi instituído o Dia 
Internacional do Meio Ambiente (5 dejunho).
Alguns resultados da Conferência de Estocolmo
? PNUMA: primeira agência ambiental global do Programa das Nações Unidas 
para o Meio Ambiente, cuja sede fica em Nairobi. Tem o objetivo de 
potencializar atividades de proteção ambiental dentro do sistema das nações 
unidas. 
?Fundo Voluntário para o Meio ambiente – gerido pelo PNUMA.
Entre 1973 e 1975, a UNESCO e o PNUMA promoveram vários encontros em 
diversos países, que culminaram num Encontro Internacional de Educação 
Ambiental.
Para acompanhar o desenvolvimento das ações propostas pela Conferência no 
Brasil, acesse o sítio: http://www.brasilpnuma.org.br
Em 1975, se deu o Encontro Internacional de Educação Ambiental de Belgrado 
realizado nesta cidade, antiga Iugoslávia, em 1975. Nesse encontro foram 
formulados os princípios e orientações para o Programa Internacional de Educação 
Ambiental (PIEA).
e-Tec Brasil21Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica
Igualmente aí, foi elaborada a Carta de Belgrado, que veio a ser um dos mais 
importantes documentos sobre a questão ambiental na época, devido à lucidez de 
seu conteúdo. 
Essa carta trata da necessidade de uma nova ética global, capaz de promover a 
erradicação da pobreza, da fome, do analfabetismo, da poluição, da exploração e 
da dominação humana. Também censura o desenvolvimento de uma nação à 
custa de outra e acentua a vantagem de formas de desenvolvimento que 
beneficiem toda a humanidade. 
- O marco seguinte foi em 1977, com a Conferência de Tbilisi, 
considerada a Primeira Conferência Intergovernamental sobre 
Educação Ambiental organizada pela UNESCO, em cooperação com 
o PNUMA. Foi realizada em Tbilisi, capital da Geórgia, ex-União 
Soviética, em outubro de 1977. 
Até hoje, é considerada referência internacional para o desenvolvimento de 
atividades de Educação Ambiental. Entre os pontos discutidos destacamos: 
- principais problemas ambientais da sociedade contemporânea,
- pressupostos da educação como forma de contribuir para a 
resolução de problemas ambientais,
- implementação de atividades para o desenvolvimento da 
Educação Ambiental
A conferencia estabelece que a Educação Ambiental deve ser tratada como 
processo com as seguintes características:
- Dinâmico e integrativo: um processo permanente no qual os indivíduos 
e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e 
adquirem o conhecimento, os valores, as habilidades, as experiências e 
a determinação que os torna aptos a agir – individual e coletivamente – 
e a resolver problemas ambientais. 
- Transformador: possibilitando a aquisição de conhecimentos e 
habilidades capazes de induzir mudanças de atitudes. A consolidação 
de novos valores, conhecimentos, competências, habilidades e 
atitudes refletirá na implantação de uma nova ordem ambientalmente 
sustentável.
- Participativo: atuando na sensibilização e conscientização do cidadão, 
estimulando a participação do indivíduo nos processos coletivos.
- Abrangente : extrapola as atividades da escola tradicional, devendo 
ser oferecida em todas as fases do ensino formal, envolvendo a família e 
a coletividade. 
- Globalizador: considerando o ambiente em seus múltiplos aspectos e 
atuando com uma visão ampla de alcance local, regional e global.
- Permanente: considerando que a compreensão das questões 
ambientais é um processo contínuo e crescente.
Por isso, nesta conferência, foram traçados os objetivos e as estratégias a serem 
adotados por todos os países, considerando a Educação Ambiental elemento 
essencial para a redução dos problemas ambientais. 
e-Tec Brasil 22 Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica
Como consequência, a Conferência de Tbilisi recomenda aos Estados-Membros que 
incluam, em suas políticas de educação, conteúdo, orientações e atividades 
ambientais baseadas nos objetivos e características definidos para a Educação 
Ambiental. 
São as ações propostas e decididas nestas conferencias que permeiam os 
programas que existem hoje em vários segmentos governamentais, sejam eles em 
nível federal, estadual ou municipal.
- Em agosto de 1987, no Congresso Internacional de Moscou, com suas 
fundamentações em Educação e Formação Ambientais (conhecido 
como Congresso de Moscou), reuniu trezentos especialistas de cem 
países. O objetivo do congresso foi discutir as dificuldades encontradas 
e os progressos alcançados pelos países com relação à Educação 
Ambiental.
Neste congresso, foi discutido que a Educação Ambiental deveria se voltar para 
modificações comportamentais nos campos cognitivos e afetivos (DIAS, 2004).
O documento final, denominado Estratégia internacional de ação em matéria de 
educação e formação ambiental para o decênio de 90, ressalta a necessidade de 
fortalecer as orientações de Tbilisi e enfatiza a necessidade da formação de recursos 
humanos em EA e na inclusão da dimensão ambiental nos currículos em todos os 
níveis de ensino.
- Enfim, chegamos a um grande marco no histórico da Educação 
Ambiental. A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (Rio-92), realizada no Rio de Janeiro, em 1992, 
estabelece uma proposta de ação para os próximos anos, 
denominada Agenda 21. 
O documento procura assegurar o acesso universal ao ensino básico. Com relação à 
Educação Ambiental, a Agenda 21, assim chamada por ser um programa de 
estratégias para alcançarmos o desenvolvimento sustentável no século XXI, 
reconhece a necessidade de considerar as questões educacionais fundamentais 
para a preservação dos recursos naturais e de criar nova ética ambiental.
No capítulo 36, seção IV, da Agenda 21, a Rio-92 enfatiza as recomendações feitas 
em Tbilisi: A necessidade do enfoque interdisciplinar e a priorização da reorientação 
do ensino para o desenvolvimento sustentável, do aumento da consciência pública, 
da promoção de treinamento.
Considera-se que o ensino, a consciência pública e o treinamento devem ser 
reconhecidos como um processo pelo qual os seres humanos e as sociedades 
podem desenvolver plenamente suas potencialidades, tendo uma 
importância fundamental na promoção do desenvolvimento sustentável.
Para ler o documento 
completo acesse o 
sítio do Ministério do 
Meio Ambiente:
www.mma.gov.br
e-Tec Brasil23Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica
A Educação Ambiental também está presente em vários outros capítulos do 
documento, estabelecendo uma proposta de ação para os anos seguintes. 
Sobreleva a importância de promover programas que incentivem a educação 
permanente sobre meio ambiente e desenvolvimento, centrando-se nos problemas 
locais. A Educação Ambiental deve ser feita com a colaboração de vários setores da 
sociedade, como as organizações não governamentais, organizações de mulheres 
e de populações indígenas. 
Os países participantes da Rio-92 firmaram um programa de ações com o objetivo de 
promover novo estilo de desenvolvimento, em escala mundial – o desenvolvimento 
sustentável –, que visa a um estilo de desenvolvimento que garanta a conservação e 
a preservação dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida da 
população. 
A Agenda 21 é uma espécie de guia para os governos e sociedades tendentes ao 
estabelecimento deste novo modelo de desenvolvimento.
Apesar de, ainda, ser pouco conhecido pelo público, nos últimos anos se percebe 
uma preocupação maior de elaboração de Agendas 21, nacionais e locais. 
- Cinco anos após a conferência Rio-92, foi realizada a primeira reunião 
internacional não oficial para verificar os avanços alcançados (que 
ficou conhecida como Rio + 5). Paralelamente, foi realizada uma 
reunião oficial das Nações Unidas em Nova Iorque. 
Nas duas reuniões foram avaliados os progressos alcançados com relação à Agenda 
21. A conclusão foi que os avanços se revelaram insuficientes, sendo necessários 
esforços maiores, tantodos governos como da sociedade, para a implementação 
efetiva do Desenvolvimento Sustentável.
Paralelo à Rio-92, foi realizado também um Fórum Global, organizado pelas 
Organizações não governamentais (ONGs).
Durante as discussões do Fórum, foi elaborado e aprovado o Tratado de Educação 
Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, uma 
orientação das ações da sociedade civil organizada nos anos posteriores. 
Conferência Internacional de Thessaloniki em 1997, denominada Conferência 
Internacional sobre Ambiente e Sociedade: Educação e Conscientização Pública 
para a Sustentabilidade. Foi realizada em dezembro de 1997, em Tessalônica, 
Grécia. Contou com representantes de 83 países. 
Nesta conferência, fez-se um balanço do que foi alcançado nos 20 anos que se 
passaram desde Tbilisi. Uma das observações da conferência foi a de que: “As 
recomendações e planos de ação da Conferência de Belgrado em Educação 
Ambiental (1975) e Tbilisi (1977), Moscou (1987) e Toronto (1992) são todavia válidas e 
ainda não totalmente exploradas”.
Declara-se, em Tessalônica, que a Educação Ambiental e a conscientização 
pública “devem ser consideradas os pilares da sustentabilidade, juntamente 
com a legislação, economia e tecnologia”.
e-Tec Brasil 24 Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica
Todas as áreas do conhecimento precisam dirigir seus interesses para o 
desenvolvimento sustentável e o ambiente, sendo necessária uma abordagem 
holística e interdisciplinar, com diferentes disciplinas e instituições. 
Em Tessalônica, além de observações e reafirmações, foram feitas algumas 
recomendações. Algumas delas estão reproduzidas a seguir: 
Governos e líderes em todo o mundo participem dos encontros 
realizados durante as conferências da ONU e ofereçam condições 
educacionais necessárias para alcançar, futuramente, a 
sustentabilidade.
[...] A educação deve ser parte integrante das iniciativas das Agendas 21 
locais. 
Os governos e as instituições financeiras internacionais, nacionais, 
regionais, bem como o setor produtivo, devem ser estimulados a 
mobilizar recursos adicionais e aumentar os investimentos em educação 
e consciência pública. O estabelecimento de um fundo especial para a 
educação para o desenvolvimento sustentável deve ser considerado 
um meio específico para aumentar o apoio e promover a sua evidência. 
A comunidade científica desempenhe um papel importante, 
assegurando que o conteúdo da educação e dos programas de 
consciência pública seja baseado em informações acuradas e 
atualizadas. 
A mídia seja sensibilizada e convidada a mobilizar seus recursos e 
conhecimentos para difundir as mensagens-chaves, ajudando a traduzir 
a complexidade das questões ambientais de uma forma compreensível 
para o público. Todo o potencial dos novos sistemas de informação 
deverá ser utilizado para esse propósito. 
As escolas devem ser estimuladas e apoiadas a ajustar seus currículos 
visando atender às necessidades para um futuro sustentável.
Você percebeu mudança na concepção de Educação Ambiental, ao longo 
destes anos, nos documentos das Conferências que mencionamos?
Pois bem, de início as discussões se centravam na preservação dos recursos naturais, 
levando-se em consideração somente os conceitos de natureza e ecologia. 
Gradativamente, estes conceitos se ampliam, incluindo as relações entre as 
sociedades humanas e a natureza, incorporando, a partir de 1992 (Rio-92), o 
conceito de desenvolvimento sustentável.
A EA, após a incorporação de Desenvolvimento sustentável, aponta para a 
necessidade de uma educação que leve a uma mudança de valores e de 
comportamentos para a modificação da postura dos seres humanos com 
relação ao meio onde vivem, mediante uma educação interdisciplinar, 
continuada e responsável. 
e-Tec Brasil25Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica
!
Atividade de aprendizagem
Elabore um quadro, em que estejam na primeira coluna as conferências e, na 
segunda, ao menos três características principais de cada uma delas.
CONHECENDO CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
“Os homens se educam entre si, intermediados pelo mundo.”
Paulo Freire
Antes de iniciar a leitura deste tópico, gostaríamos que você escrevesse seu 
entendimento sobre o que é Educação Ambiental:
A evolução do conceito de EA está intimamente ligada à evolução do conceito de 
meio ambiente. Existem várias definições de Educação Ambiental. Iremos 
apresentar apenas algumas para que você possa compreender a complexidade da 
expressão.
Na Conferência de Tbilisi, a Educação Ambiental foi definida como uma dimensão 
dada ao conteúdo e à prática da educação, orientada para a resolução dos 
problemas concretos do meio ambiente através de um enfoque interdisciplinar e de 
uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade
Na Agenda 21, a Educação Ambiental é definida como um processo que busca:
[...]) desenvolver uma população que seja consciente e preocupada 
com o meio ambiente e com os problemas que lhe são associados. Uma 
população que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, 
motivações e compromissos para trabalhar, individual e coletivamente, 
na busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção 
dos novos [...] (Capítulo 36 da Agenda 21).
Na Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (Rio-92), a Educação Ambiental foi apresentada da seguinte 
maneira:
A educação ambiental se caracteriza por incorporar as dimensões 
socioeconômica, política, cultural e histórica, não podendo se basear 
em pautas rígidas e de aplicação universal, devendo considerar as 
condições e estágio de cada país, região e comunidade, sob uma 
perspectiva histórica. Assim sendo, a Educação Ambiental deve permitir 
e-Tec Brasil 26 Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica
a compreensão da natureza complexa do meio ambiente e interpretar a 
interdependência entre os diversos elementos que conformam o 
ambiente, com vista a utilizar racionalmente os recursos no presente e no 
futuro (DIAS, 1994).
Ou ainda, de acordo com a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei
 nº 9.795/99), em seu artigo 1º:
Entendem-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o 
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, 
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do 
meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia 
qualidade de vida e sua sustentabilidade.
De acordo com as definições acima, ao trabalhar com Educação Ambiental, não 
basta que nos preocupemos apenas com o aspecto ecológico de uma questão. A 
Educação Ambiental também incorpora dimensões sociais, políticas, econômicas, 
culturais, ecológicas e éticas, para a compreensão dos mecanismos de inter-relação 
natureza-homem.
Pode-se trabalhar com Educação Ambiental em três grandes áreas:
1. EDUCAÇÃO FORMAL
Desenvolvida nas escolas, em todos os níveis, não como disciplina específica, mas 
em todas as disciplinas, como elo que as interliga. 
2. EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
Direcionada à comunidade, como a visitantes de uma área de proteção ambiental, 
a uma empresa com seus funcionários, à educação ambiental feita nos bairros, entre 
tantas outras propostas possíveis. São desenvolvidas por associações de bairros, 
comerciais, industriais, organizações não governamentais ou por instituições de 
ensino, a exemplo dos cursos de extensão universitária.
3. EDUCAÇÃO INFORMAL
Transmitida, o próprio nome já o diz, de maneira informal, como as informações que 
são veiculadas pelos jornais, rádio, TV, filmes, peças teatrais, out-doors, traseiras de 
ônibus, em meio a outros.
Embora a EA possa ser feita da maneira formal, nas escolas, em todos os níveis de 
ensino, deve ser estendida, como educação não formal, ao público em geral. Podeser feita também em diversos segmentos da população, como organizações de 
bairros, empresas, associações, etc. 
De acordo com a Conferência de Tbilisi, os princípios básicos da EA são os seguintes: 
a) a EA deve considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, em 
seus aspectos naturais e criados pelo homem, tecnológicos, sociais, 
econômicos, políticos, histórico-culturais, morais e estéticos; 
e-Tec Brasil27Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica
b) a EA deve ser um processo contínuo e permanente, começado pelo 
pré-escolar e continuando através de todas as fases do ensino formal 
e não formal;
c) a EA deve aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o 
conteúdo específico de cada disciplina, de modo que se adquira 
uma visão global;
d) a EA deve examinar as principais questões ambientais, do ponto de 
vista local, regional, nacional e internacional;
e) a EA deve ajudar a descobrir os sintomas e as causas reais dos 
problemas ambientais;
f) a EA deve destacar a complexidade dos problemas ambientais e, em 
consequência, a necessidade de desenvolver o senso crítico e as 
habilidades necessárias para resolver tais problemas;
g) a EA deve utilizar diversos ambientes educativos e métodos para 
comunicar e adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente, dando 
ênfase às atividades práticas e às experiências pessoais. 
De acordo com os princípios acima citados, a Educação Ambiental deve ser 
aplicada em todas as esferas da sociedade, com responsabilidades definidas em 
setores diferentes, sempre com o empenho de todos os cidadãos. Dessa forma, a EA 
atende ao principal objetivo que é mostrar que as pessoas são parte do meio 
ambiente e precisam adotar a prática de ações que contribuam para o equilíbrio 
ecológico.
Ao longo desta aula, pudemos conhecer a origem das discussões acerca da 
Educação Ambiental. Foram elas impulsionadas principalmente pela polêmica 
causada pelo livro “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carlson.
Estudamos as principais conferências que discutiram a EA e ativaram a realização 
de estudos e planejamentos internacionais sobre o tema.
Por fim, pudemos conhecer as diversas formas e definições da EA, bem como os 
princípios que a regem de acordo com a Agenda 21, embasando todo o plano 
de ação governamental.
1- Pesquise e faça uma síntese sobre os principais avanços alcançados, no que se 
refere à Educação Ambiental, desde os primeiros encontros, na década de 
1970, até os dias de hoje. 
2- a) Se, em sua cidade, existir a organização de uma Agenda 21 local, faça uma 
listagem de atividades relacionadas com a Agenda que são realizadas.
b) Caso não exista, liste as atividades que poderiam ser realizadas e de que 
maneira isto poderia ser implementado.
Atividade
!
e-Tec Brasil 28 Educação Ambiental: Definições e Evolução Histórica
e-Tec Brasil29Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental
AULA 2
Aspectos da 
Educação Ambiental 
no Brasil e a Política 
Nacional de 
Educação Ambiental –
LEI nº. 9.795/99
Objetivos:
 - Identificar quais são os principais problemas ambientais e suas causas.
- Conhecer os princípios que norteiam a Política Nacional de Educação Ambiental.
Nesta aula, você conhecerá a evolução dos problemas ambientais, do o que é 
imprescindível para sua compreensão da EA, e o embasamento teórico aplicado 
para a compreensão da Política Nacional de Educação Ambiental.
Começaremos com a definição dos principais problemas ambientais.
A seguir, conheceremos os princípios da EA que fundamentam a Política Nacional do 
Meio Ambiente.
Assim, esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
- Identificar quais são os principais problemas ambientais e suas causas.
- Conhecer os princípios que norteiam a Política Nacional de Educação 
Ambiental.
Ao fazermos uma análise histórica do processo de desenvolvimento social e da 
problemática ambiental, ao analisarmos o desenrolar do processo de urbanização e 
industrialização, veremos:
- Início da extinção das espécies
- Exaustão de recursos naturais
- Poluição urbana
- Transformação do ambiente
 -Explosão demográfica, a consolidação de um modelo industrial-
consumista
- Desenvolvimento tecnológico
- Padrões de consumo das cidades - pressão sobre os ecossistemas.
A globalização da dimensão ecológica pode ser caracterizada por duas faces:
a) Origem dos problemas ambientais, caracterizados principalmente 
pela poluição.
b) Processos políticos e culturais caracterizados pelas organizações, leis, 
tratados e convenções.
Do decorrer da história da Educação Ambiental, caminhamos aos dias atuais, 
período em que a atual abordagem prima por “educar para o meio”. Significa ver a 
natureza com um olhar novo, aniquilando a visão de exploração adquirida ao longo 
da Revolução Industrial e do Capitalismo.
Revolução Industrial: com início na Inglaterra (séc. XVIII) consistiu em um 
conjunto de mudanças tecnológicas que causaram impacto e aumento no 
processo produtivo em nível econômico e social. Teve grande expansão 
pelo mundo a partir do século XIX.
Capitalismo: sistema econômico e social baseado na propriedade privada 
dos meios de produção, na organização da produção visando ao lucro e 
empregando trabalho assalariado, e no funcionamento do sistema de preços.
e-Tec Brasil31Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental
Fruto de todo este avanço, teve-se o desenfreado acúmulo de problemas 
ambientais. Estes, por sua vez, são muitos e afetam a sociedade de um modo geral.
Entre os principais problemas ambientais, merece salientar:
- Acúmulo de resíduos;
- Mudanças climáticas;
- Redução na camada de ozônio;
- Extinção das espécies vivas (animais e plantas);
- Desmatamento;
Atividade de aprendizagem
Descreva, abaixo, sobre qual dessas situações você tem conhecimento, 
mencionando a fonte, se na televisão, em jornal, ou em conversa com amigos.
Você já ouviu falar, ou leu algo sobre algum destes problemas?
POLUIÇÃO 
Afinal, o que é poluição?
É a alteração das características do meio ambiente por quaisquer ações ou 
interferências, sejam elas naturais, sejam provocadas pelo homem. Podem produzir 
impactos estéticos, fisiológicos ou ecológicos.
A poluição acontece em escala global e escala local.
!
e-Tec Brasil 32 Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental
ESCALA GLOBAL DE POLUIÇÃO
Chuva Ácida Ozônio Efeito Estufa
Efeitos Locais da Poluição
O homem e o meio ambiente são afetados.
- Efeitos sobre o homem: 
- problemas de saúde, principalmente doenças respiratórias; 
- plantas e animais dos quais o homem depende, são afetados.
- Efeitos sobre o meio ambiente:
- fauna → atinge os animais da mesma forma que atinge o homem;
- flora → a absorção de poluentes pode resultar em desfolhamento 
e morte;
- materiais → problemas estruturais ou estéticos em edificações, 
monumentos culturais e automóveis;
- atmosfera → diminuição da visibilidade.
ACÚMULO DE RESÍDUOS
O elevado crescimento da população levou a uma alta produção de bens de 
consumo e alimentos. Isto, automaticamente, provocou elevada geração de 
resíduos, ou, como comumente conhecemos, “lixo”.
Durante muito tempo, não houve efetiva preocupação com o destino a tais resíduos, 
no entanto o lento processo de decomposição da maioria dos resíduos tem gerado 
um acúmulo excessivo. Isso se converte na necessidade de um local adequado para 
a deposição, registrando, ainda, que existe a produção de gases, associada à 
contaminação do solo e da água.
Há várias formas de minimizar este problema. A principal é a medida governamental 
que viabiliza a criação de aterros sanitários. Outra é a reciclagem por meio da coleta 
seletiva.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Mudanças climáticas,nada mais é que outro nome para o aquecimento global. 
Ocorrem quando são lançados mais gases de efeito estufa (GEEs) do que as florestas 
e os oceanos são capazes de absorver.
e-Tec Brasil33Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental
e-Tec Brasil 34 Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental
Efeito estufa: principal consequência das mudanças climáticas, é um fenômeno 
natural para manter o planeta aquecido. Dessa forma, é possível a vida na Terra. O 
problema é que, ao lançar muitos gases de efeito estufa na atmosfera, o planeta se 
torna quente cada vez mais, podendo levar à extinção da vida na Terra.
REDUÇÃO NA CAMADA DE OZÔNIO
É uma camada que envolve a Terra, cuja finalidade é absorver a maior parte da 
radiação ultravioleta, evitando que esta radiação, emitida pelo Sol, chegue até 
à terra.
Os principais males causados pelos raios ultravioleta são as queimaduras e o câncer 
de pele. A diminuição na camada de ozônio é causada pela emissão do gás CFC 
(clorofluorcarbono) que é usado em aerossóis e sistemas de condicionador de ar.
Como os CFCs destroem a camada de ozônio?
Depois de liberados no ar, os CFCs (usados como propelentes em aerossóis, como 
isolantes em equipamentos de refrigeração e para produzir material plástico) 
levam cerca de oito anos para chegar à estratosfera, onde, atingidos pela 
radiação ultravioleta, se desintegram e liberam cloro. Por sua vez, o cloro reage 
com o ozônio que, consequentemente, é transformado em oxigênio (O2). O 
problema é que o oxigênio não é capaz de proteger o planeta dos raios 
ultravioleta. Uma única molécula de CFC pode destruir 100 mil moléculas de 
ozônio.
A quebra dos gases CFCs é danosa ao processo natural de formação do ozônio. 
A-A radiação solar atravessa a 
atmosfera. A maior parte da 
radiação é absorvida pela 
superfície terrestre e aquece-a.
A B C
B-Alguma da radiação solar é refletida pela atmosfera de volta ao espaço.
C-Parte da radiação infravermelha (calor) é refletida pela superfície da terra, mas não 
regressa ao espaço, pois é refletida de novo e absorvida pela camada de gases de estufa 
que envolve o planeta. O efeito é o aquecimento da superfície terrestre e da atmosfera.
Atmosfera
AtmosferaCalor retidoRaios
solares
Calor devolvido
ao espaço
EFEITO DE ESTUFA
Quando um desses gases (CFCl3) se fragmenta, um átomo de cloro é liberado e 
reage com o ozônio. O resultado é a formação de uma molécula de oxigênio e 
de uma molécula de monóxido de cloro. Mais tarde, depois de uma série de 
reações, um outro átomo de cloro será liberado e voltará a novamente 
desencadear a destruição do ozônio.
Fonte: http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ambientais/camada_ozonio/
Veja os principais dados sobre este 
problema:
- Extinção da flora e da fauna;
- 5 a 10 milhões de espécies (1,7 
milhões identificadas);
- 74% a 86% vivem em florestas 
tropicais úmidas;
- 20% a 50% podem ser extintas 
em um século;
- Ameaças à reprodução natural.
EXTINÇÃO DAS ESPÉCIES VIVAS (animais e plantas)
Caracterizada principalmente pela perda da biodiversidade.
DESMATAMENTO
Sabemos da importância da vegetação, no equilíbrio do meio ambiente. Ela 
contribui para prevenção de erosão, moderação do clima, alimenta todos animais 
e, ainda, é a causa de uma diversidade de espécies.
O desmatamento é causado, principalmente, para a ocupação dos espaços, com 
vista à prática da agricultura, acentuado por atos indiscriminados, geralmente 
ilegais, de corte e queimadas.
A perda da vegetação contribui para o aquecimento global, processo erosivo, 
ocasionando desmoronamentos, morte de animais e perda da diversidade vegetal 
e animal.
Agora você já pode ver quais são os principais problemas ambientais.
Algumas pequenas ações que sejam adotadas em sua rotina, podem 
contribuir para amenizar estes problemas.
- Evitar desperdício de água;
- Evitar desperdício de energia;
- Descartar o lixo adequadamente;
- Respeitar a flora e a fauna.
Biodiversidade: 
descreve a 
riqueza e a 
variedade do 
mundo natural.
e-Tec Brasil35Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental
Das ações citadas, escreva abaixo quais você pratica.
Se você pratica ao menos duas delas, é sinal que está implantando a EA em sua 
prática diária.
PRINCÍPIOS QUE FUNDAMENTAM A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Após 1960, conforme vimos na aula I, alguns grupos, entidades e políticas 
governamentais começaram a se preocupar com a EA, de modo que já, em 1968, a 
UNESCO registrou um total de 79 países que inseriram a EA na grade curricular, e 
recomendavam a inclusão dos aspectos sociais, culturais e econômicos ao estudo 
físico e biológico do meio ambiente (MOURAD et al., 2002).
Hoje no Brasil, a EA faz parte da grade curricular tanto nas redes pública e particular 
de ensino quanto nas empresas e nas ONG's e entidades. Nos dias atuais, a EA se 
define principalmente pelo modo que é exercida. Sorrentino 91995), citado por 
Mourad et. al.(2002), divide as formas de execução da EA em quatro conjuntos de 
temas ou objetivos.
1. Biológico: aborda a conservação e a preservação ambiental em todo 
o planeta.
2. Espiritual / cultural: busca a interiorização, o autoconhecimento e o 
conhecimento do universo, levando à formação ética.
3. Político: criação de ações governamentais que desenvolvam 
democracia, cidadania, etc.
4. Econômico: autogestão, com argumentos para empregos em 
atividades não exploradoras.
Os conjuntos citados são baseados nos princípios da Agenda 21 e buscam a 
integração entre homem-natureza-sociedade, para que as próximas gerações 
sejam formadas em harmonia.
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
“A maior pobreza é a poluição”
Indira Gandhi
A Política Nacional de Educação Ambiental ( Lei n. 9.795/99) foi aprovada pelo 
Congresso Nacional no ano de 1999, depois de ser submetida à análise de vários 
setores (órgãos governamentais como MEC, IBAMA, MMA, organizações não 
governamentais, universidades, entre outros). 
A Educação Ambiental é um processo em que se busca despertar a preocupação 
individual e coletiva, garantindo o acesso à informação, contribuindo para o 
e-Tec Brasil 36 Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental
desenvolvimento de uma consciência crítica, estimulando as questões ambientais e 
sociais, assumindo uma ação transformadora como questão ética e política (Art. 1° 
da Lei n. 9.795/99).
A seguir, comentaremos os principais artigos da lei. 
De acordo com a Lei (art. 1º), o homem é visto como um agente 
transformador, responsável pela qualidade e sustentabilidade da 
vida no planeta, deixando de ser mero espectador. 
A inclusão da EA como componente da educação nacional (art. 2º) garante um 
espaço de ação na educação forma e não formal.
Instituir a Política Nacional de Educação Ambiental (art. 6º) significa dizer que a 
Educação Ambiental passa a ser elemento determinante das políticas públicas, 
pautada em princípios e objetivos claramente definidos.
A Lei define as linhas de atuação (art. 8º), mostrando preocupação com sua 
aplicabilidade, através da capacitação de profissionais, do incentivo à pesquisa e à 
produção de material educativo.
Define também a participação dos meios de comunicação tendente a difundir 
valores e divulgar temas ambientais para a sensibilização da comunidade, levando 
informações sobre os problemas ambientais e divulgando possíveis soluções.
Destaca o papel das empresas públicas e privadas na busca de alternativas 
tecnológicas, com as universidades e outros setores da sociedade. 
Cabe esclarecer, igualmente, que o artigo vetado nesta lei dizia respeito à 
disponibilização de recursos para sua execução. 
É importante que você 
conheça a leina integra. 
Ela está no anexo, no final 
deste caderno. 
Nesta aula, você estudou os principais problemas ambientais e suas causas, e 
pôde refletir sobre a influência que estes exercem no meio ambiente e em sua 
vida. Conheceu também algumas ações que contribuem para a minimização 
dos problemas ambientais.
Teve acesso à Lei n. 9.795/99 e aos comentários sobre ela. É importante ter 
conhecimento da legislação e procurar lê-la sempre que tiver dúvidas.
Atividade de aprendizagem
Discuta (para responder, você precisará ler a lei):
1. Qual a importância de ter uma lei específica que regulamente a Educação 
Ambiental?
2. De acordo com a lei, como pode ser diferenciada a educação formal e a 
não formal?
3. Como deve ser feita a Educação Ambiental no ensino formal e na 
educação não formal, de acordo com o que foi estabelecido na lei?
!
e-Tec Brasil37Aspectos da Educação Ambiental no Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental
Aula 3
Estratégias de 
Educação 
Ambiental e 
Elaboração de 
Projetos
e-Tec Brasil39Estratégias de Educação Ambiental e Elaboração de projetos
Nesta aula, teceremos alguns comentários sobre como trabalhar com projetos de 
Educação Ambiental, considerando as informações e os pontos básicos que devem 
ser contemplados em relação ao tema. 
Iniciaremos com algumas discussões e sugestões de atividades. Finalizaremos com as 
orientações básicas de como elaborar um projeto de Educação Ambiental.
Esperamos que você possa, por meio do estudo desta aula,
- conhecer algumas estratégias de Educação Ambiental;
- adquirir noções básicas de como elaborar um projeto de EA.
TRABALHANDO COM EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
Em primeiro lugar, pergunte a si mesmo por que é importante
 conservar o meio ambiente.
Existem muitas respostas a esta pergunta. Se você sair perguntando por aí, 
normalmente elas serão: porque o homem precisa do meio para sobreviver, porque 
Deus fez o meio ambiente para que o usássemos com respeito, e por aí vai. 
Portanto, alguns dos objetivos da Educação Ambiental são: 
- incentivar o amor que as pessoas têm, desde pequenas, pela natureza;
- mostrar, de maneira racional e convincente, por que devemos nos 
preocupar e agir em prol da conservação e melhoria do ambiente. 
O que fazer para propor um projeto de Educação Ambiental?
Antes de tudo, procure conhecer o local em que você irá atuar, para que possa 
escolher as melhores estratégias de ação. 
Procure saber o que pensa seu público a respeito do assunto que você irá abordar. 
Este primeiro contato com o público-alvo é também importante para uma futura 
comparação, a fim de sabermos quais foram os resultados obtidos ao final do 
trabalho.
Os principais instrumentos para a coleta e medição de dados podem ser a 
observação, a entrevista, o questionário e a análise documental. 
Mas atenção: se você for utilizar os dados de entrevistas levantados em um trabalho 
e-Tec Brasil41Estratégias de Educação Ambiental e Elaboração de projetos
de pesquisa que será em outro momento publicado, verifique a necessidade do 
encaminhamento prévio das entrevistas e questionários a um comitê de ética. 
Observação: envolve uma parte descritiva e uma parte mais reflexiva. A parte 
descritiva compreende um registro detalhado do que ocorre no campo de sua 
pesquisa
Entrevista: Permite a captação imediata da informação desejada. Igualmente, o 
aprofundamento do que foi levantado por outras técnicas de coleta, a exemplo do 
questionário. 
Questionário: com questões mais diretas, oferece a possibilidade de abranger 
grande número de pessoas. 
Análise documental: baseada em documentos escritos que possam ser usados 
como fonte de informação sobre o comportamento do grupo de interesse. 
Algumas dicas de elaboração de entrevistas e questionários, à luz de Mergulhão e 
Vasaki, 1998):
1. Tome cuidado para não fazer perguntas desnecessárias a fim de que 
não se torne cansativo. Preste atenção também para não fazer 
questões que induzam a determinada resposta. Quando possível, 
coloque as alternativas mais prováveis de respostas para serem 
assinaladas pela pessoa. Isto facilita a análise posterior dos dados. 
2. Procure saber a faixa etária de seu público. Se você for atuar em 
alguma escola, procure saber os assuntos que são tratados na série em 
que estuda ou em séries imediatamente anteriores. 
3. Teste a pesquisa com amigos antes de aplicá-la a seu público, 
verificando o tempo de duração e grau de dificuldade das perguntas.
4. No caso de entrevistas, procure preparar os entrevistadores para não 
emitirem sua própria opinião a fim de que não induzam o entrevistado 
a determinada resposta. 
Ao elaborar um projeto de EA, lembre-se de que, quando lidamos com experiências 
diretas, a aprendizagem é mais eficaz. Segundo Piletti (1991 citado por DIAS, 2004), 
aprendemos através de nossos sentidos: 83% pela visão, 11%, pela audição, 3,5% pela 
olfação, 1,5% pelo tato e 1% pela gustação. E que retemos somente 10% do que 
lemos; 20% do que ouvimos; 30% do que vemos; 50% do que vemos e executamos; 
70% do que ouvimos e logo discutimos e 90% do que ouvimos e logo realizamos.
Portanto, é importante que nos utilizemos de estratégias diferenciadas, capazes de 
envolver o estímulo dos vários sentidos humanos. 
Além disso, de acordo com a Política Nacional de EA, vista acima, em seu artigo 4º, 
um dos princípios básicos da EA é a perspectiva inter, multi e transdisciplinar, 
conjugada com a pluralidade de ideias.
Portanto, lembre-se de utilizar todos os sentidos humanos e a multiplicidade de 
conhecimentos. Se você trabalha em um grupo de pessoas de diversas áreas, é 
importante que se faça a abordagem de um assunto sob enfoques diferentes, em 
colaboração com as diversas áreas de conhecimento.
e-Tec Brasil 42 Estratégia da Educação Ambiental e Elaboração de projetos
Tome muito cuidado também para não alimentar nas pessoas o pessimismo diante 
dos problemas ambientais. Muitas vezes, ter a noção do que está acontecendo ao 
ambiente nos deixa com uma sensação de impotência diante da imensidão de 
problemas. Portanto, é preciso discutir sobre as alternativas de uso dos recursos e 
demonstrar o papel individual e coletivo de todos os cidadãos para a manutenção 
da qualidade de vida. É indispensável que acreditemos que nossas ações são 
importantes para a melhoria do ambiente.
DICAS DE ATIVIDADES EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
A seguir, serão relacionadas algumas propostas de atividades que podem ser 
aplicadas a diferentes faixas etárias e a diferentes grupos, retiradas das literaturas 
que serão referenciadas ao final da aula. 
Estudo de ecossistemas naturais
Leve seu grupo para uma excursão em uma área natural em sua cidade. Pode ser um 
parque urbano, um sítio, uma reserva nos arredores da cidade. 
Em primeiro lugar, deixe que o grupo explore e sinta o ambiente, usando todos os 
sentidos. Você pode levar um roteiro para facilitar as observações, como no exemplo 
a seguir:
Observação de uma área verde natural
1. Procure observar como é a vegetação do local. Repare na altura das 
árvores, em sua concentração, no aspecto geral da vegetação, etc.
22. Delimite com barbante e estacas uma área de aproximadamente 4m . 
observe dentro desse espaço e responda:
a) quantas espécies de plantas há dentro da área? Diferencie pelo tipo 
de folha, flores, caule que possuem.
b) Quantas espécies de animais você encontrou em seu quadrado? 
Procure vestígios deles (excrementos, tocas, pegadas, troncos roídos, 
etc.).
c) Observe bem as características das plantas. Como é:
- folha 
- caule 
- raiz 
- flores e frutos 
d) Escolha uma planta. Meça o comprimento da parte aérea: ______ cm. 
Meça o comprimento da raiz ______ cm.
e) Colete um pouco do solo e coloque em um vidro. Como ele é 
(textura, cor, umidade e quantidade de húmus)?
f)Com um higrômetro e um termômetro descubra qual é a umidade e 
qual é a temperatura do ambiente que está observando.
- temperatura: _______ °C.
- umidade: _______ %.
g) Após responder às perguntas, faça um desenho da vegetação que 
você observou.
Fonte: Mergulhão e Vasaki (1998)
e-Tec Brasil43Estratégias de Educação Ambiental e Elaboração de projetos
Trilhas
Uma das atividades preferidas das pessoas, quando se fala em EA, são as trilhas, ou 
caminhadas em qualquer área natural. Existem algumas dicas básicas para se 
trabalhar em trilhas:
- A caminhada deve, preferencialmente, ser feita em pequenos grupos, 
se possível, com no máximo doze pessoas por monitor, para evitar o 
ruído excessivo de passos e vozes. Em um primeiro momento, peça 
somente que as pessoas sintam o local: olhem, toquem, cheirem e 
ouçam.
- Deve-se dar um intervalo de pelo menos cinco minutos entre um grupo e 
outro para que não se acumulem na trilha. Não se esqueçam de levar 
alguma atividade para os grupos que sairão por último.
- Lembre seu grupo de que é importante manter o silêncio para que haja 
o mínimo possível de interferência no local. Isto é importante, por 
exemplo, para não afugentar os animais que podem estar próximos às 
trilhas. Fale só o necessário e com o tom de voz bem baixo. 
- Sempre deixe um monitor à frente do grupo, e uma pessoa responsável 
atrás do grupo, no final da fila.
- Faça a caminhada em ritmo lento. Lembre-se de que o importante não 
é a chegada, e sim a observação que se faz pelo caminho.
- Escolha um local da trilha para pedir ao grupo que faça silêncio, de 
olhos fechados, e preste atenção aos sons, aos cheiros e à 
movimentação do ar.
- Ao longo do caminho, o guia deve chamar a atenção para aspectos 
importantes do ambiente, procurando sempre estimular o raciocínio, 
com perguntas de por quê, como ou para quê.
Você pode organizar algumas atividades nas trilhas, que desenvolvam a 
capacidade de observação e de trabalho em equipe. Uma destas atividades é a 
procura de itens que constam em uma relação que você irá fornecer aos 
participantes.
- Divida os participantes em dois ou mais grupos.
- Entregue a cada equipe uma lista de coisas que devem encontrar na 
mata e um saco de papel para guardá-las. Oriente para que as pessoas 
recolham os itens com cuidado, sem danificar o ambiente. Procure não 
colocar na lista coisas que possam causar alguma alteração no 
ambiente, como animais ou flores.
- Depois que tiverem encontrado tudo, os grupos devem retornar ao 
ponto de origem (se achar necessário, estabeleça um limite de tempo).
- Cada grupo irá mostrar todos os seus achados.
- Um exemplo de lista: um pedaço de pau podre; algo camuflado; uma 
folha retorcida; algo bonito; uma pena, etc. Use a criatividade!
- Peça para que os grupos comentem o que foi mais fácil e o que foi mais 
difícil encontrar. Discuta por quê. 
Educação Ambiental em áreas urbanas
Dias (2004) afirma que a Educação Ambiental, por ser interdisciplinar, pode ser o 
agente otimizador de novos processos educativos, e propõe uma série de atividades 
experimentais que podem ser feitas em ecossistemas urbanos. 
e-Tec Brasil 44 Estratégia da Educação Ambiental e Elaboração de projetos
Apresentaremos, a seguir, algumas destas atividades, que foram retiradas, algumas 
com pequenas alterações, de Dias (1994; 2004) 
1. A fauna urbana
a) Fazer uma listagem da fauna urbana, incluindo todos os animais 
encontrados na cidade, dos menores aos maiores.
b) Escolher um animal da lista para preparar um redação, incluindo: 
onde vive, o que come, quais seus inimigos naturais, como é sua 
reprodução, qual o tempo médio de vida.
c) Fazer um desenho do animal escolhido.
d) Dos animais estudados, compare: qual vive mais? Qual o que vive há 
mais tempo na Terra?
2. Energia elétrica
a) Trazer de casa uma conta de luz recente,
b) Anotar na lousa o consumo mensal (dado quilowatt-hora) de todos os 
alunos.
c) Calcular a média de consumo mensal.
d) Fazer uma listagem de atitudes para economizar energia elétrica na 
escola e em casa. 
Sugira um desafio: durante um mês, peça aos alunos que economizem luz elétrica em 
casa e compare a conta de luz após este mês. Compare também quanto foi 
economizado nas casas de cada aluno, e quanto foi economizado pela sala toda. 
Você pode fazer cálculos, fazendo estimativas de quanto uma cidade inteira 
poderia economizar em um mês, etc. 
Discuta com alunos de onde vem esta energia e todas as consequências 
decorrentes da geração de energia.
3. A água que bebemos
a) Identificar no mapa da cidade, de onde vem a água que abastece a 
cidade.
b) Informar-se se as áreas onde a água é captada para a represa são 
protegidas contra a poluição.
c) Em casa, deixar uma torneira pingando por uma hora, em uma vasilha, 
e, em seguida, medir o volume coletado. Utilize um vasilhame com 
marcas em mililitro (ml), como o copo do liquidificado.
d) Trazer o resultado no dia seguinte.
e) Multiplicar o resultado por 24 para saber quando de água seria 
desperdiçada em um dia.
f) Fazer cálculos para saber quanto a sala toda desperdiçaria em um 
dia, em um ano, quanto a escola toda desperiçaria, etc. 
Educação Ambiental em áreas rurais
As áreas rurais têm uma vantagem, porque dispõem de ambiente extraclasse 
vasto, sem mencionar que as pessoas, em geral, já tem contato direto com temas 
relacionados com a natureza e já tem considerável conhecimento sobre fauna e 
flora. 
e-Tec Brasil45Estratégias de Educação Ambiental e Elaboração de projetos
Mergulhão e Vasaki (1998) sugeriram as seguintes atividades no meio rural: 
1. Jogos
Com crianças, faça jogos relativos a assuntos que você pretende ensinar, usando 
materiais simples e personagens do próprio local.
a) Em primeiro lugar, defina o jogo – quebra-cabeças, dominó, jogo da 
memória, por exemplo; defina o assunto a ser abordado (mamíferos, 
aves, plantas, cadeia alimentar, etc); e também o material que será 
utilizado (sucata, papel, madeira, etc).
b) Peça às crianças que citem animais ou plantas da região que se 
encaixem no assunto escolhido e anote as sugestões.
c) Peça que desenhem ou recortem, de revistas, os animais e plantas 
escolhidos.
d) Cole-os em papelão ou cartolina, ou madeira para aumentar a 
durabilidade.
2. Estudando as árvores
Escolha algumas árvores na área da escola ou em um local próximo. Deixe cada 
grupo responsável por um tipo de árvore para observar e pesquisar os seguintes 
itens: 
a) Diâmetro da árvore e estimativa da altura.
b) Desenhar a forma da árvore, suas folhas, flores, frutos ou sementes, 
bem como outras características que achar interessantes.
c) Observe os animais que visitam a árvore (insetos, aves, etc.) e desenhe-
os também. Procure saber o que eles fazem e por que visitam a árvore.
d) Pesquise o nome da árvore (comum e científico) e se é utilizada pelo 
ser humano.
e) Faça uma tabela com os dados sobre quando a árvore produz flores e 
frutos, como as flores são polinizadas e como as sementes são 
dispersadas.
f) Promova uma apresentação para a discussão dos resultados.
g) Observe a árvore ao longo do ano para registrar as mudanças e anote 
as observações. 
3. Brincando de repórter
Esta atividade fornece subsídios para discussão mediante o conhecimento da 
realidade local e valoriza o conhecimento popular. 
Peça aos alunos que entrevistem uma ou mais pessoas mais velhas. Elabore uma lista 
de perguntas obrigatórias e deixe que as crianças pensem em outras. 
Por exemplo: 
- Como eram os rios da região antigamente? 
- Quais os principais peixes que existiam? Pescava-se mais do que hoje?
- Quais animais existiam nas matas? Hoje tem mais ou menos animais? Por 
quê?
e-Tec Brasil 46 Estratégia da Educação Ambiental e Elaboração de projetos
- O que se plantava há dez anos?- A terra hoje é tão boa (fértil) como antigamente?
Peça a cada aluno que conte as respostas que obteve, anotando os resultados no 
quadro e comentando-os. 
4. As atividades de trilhas ou de ambientes naturais, descritas acima, 
também podem ser adaptadas para ambientes rurais.
Muitas atividades podem ser feitas para aumentar a compreensão relativa a 
questões ambientais, tanto no meio urbano quanto no meio rural. Não se esqueça, 
no entanto, de que se recomenda que as atividades de EA tenham continuidade. Se 
você pretende realizar uma atividade de EA, procure voltar ao local mais vezes para 
a realização de palestras, jogos e outras atividades e verificar o desenvolvimento dos 
programas implantados.
Atividade
Apresente, pelo menos, mais duas atividades práticas que podem ser aplicadas em 
projetos de Educação Ambiental. 
Agora que você já conhece algumas atividades de EA, vamos entender como pô-las 
em prática!
Orientações básicas para a elaboração de projetos
 
O objetivo básico de um projeto é procurar uma solução para um dado problema. 
Portanto, o primeiro passo a tomar quando se pensa em elaborar um projeto é definir 
claramente o problema. A partir daí, levantar as possíveis soluções ao problema e 
decidir por uma delas, estabelecendo metas e objetivos a serem alcançados. O 
terceiro passo é definir um caminho para alcançar os objetivos desejados, as ações a 
serem realizadas, os recursos necessários. 
Antes de iniciar um projeto, faça a você mesmo algumas perguntas básicas:
- Por que o problema é importante?
- O que você quer fazer?
- Quais os resultados esperados?
- De que forma você vai avaliar os resultados?
- O que já foi feito na área?
- Quanto tempo durará o projeto?
Dependendo da instituição à qual você vai propor o projeto, os itens que um projeto 
deve conter podem variar, e algumas possuem formulários próprios. Porém, de 
e-Tec Brasil47Estratégias de Educação Ambiental e Elaboração de projetos
maneira geral, um projeto abarcar os seguintes itens:
1. Resumo: dá uma idéia geral do projeto, de forma sucinta. Deve conter 
a identificação do problema, a importância do projeto, o objetivo 
principal e os resultados esperados.
2. Introdução: dever trazer uma visão geral do problema, da localidade, 
do público-alvo, da instituição proponente, e deve conter breve 
revisão de trabalhos anteriores.
3. Objetivo geral: refere-se ao ponto aonde você quer chegar através da 
execução do projeto. Você deve estabelecer apenas um objetivo 
geral.
4. Objetivos específicos: referem-se às etapas ou aos diferentes tipos de 
público e estratégias. Normalmente se propõe mais de um. Os 
objetivos específicos, assim como o objetivo geral, devem começar 
sempre com um verbo no infinitivo.
5. Justificativa: qual é a importância do projeto? Pense que você precisa 
fazer com que o leitor compreenda e se convença da importância do 
seu projeto.
6. Metodologia: deve estar intimamente ligada aos objetivos propostos e 
aos resultados esperados. Deve-se sempre definir bem as estratégias 
que serão empregadas; definir as etapas. Sugere-se fazer um quadro 
relacionando as atividades com os objetivos específicos.
7. Cronograma: é preciso determinar quanto tempo será necessário para 
a realização de cada atividade e quando serão realizadas. Pode-se 
montar um quadro de atividades com os meses ou semanas de um 
lado, e as atividades de outro.
8. Recursos: definição dos recursos materiais (infraestrutura, material de 
consumo, transporte, etc.) e humanos que serão necessários em cada 
etapa do projeto.
9. Avaliação: como você irá verificar se os resultados esperados estão 
sendo alcançados? Esta etapa exige o monitoramento das atividades 
e ações, com vistas a acompanhar suas consequências e resultados, 
para a identificação e a formulação de medidas corretivas ou 
preventivas. 
Nesta aula, você pode estudar algumas atividades de Educação Ambiental, 
sua aplicação e como elas integram o conhecimento de modo divertido. Bem 
assim como proceder para realizar um projeto de EA. Estas orientações serão 
importantes para o planejamento de suas atividades.
Atividade
Planeje, de acordo com as orientações, duas atividades de Educação Ambiental. 
Escolha um local para aplicá-las e relate os resultados obtidos.
!
e-Tec Brasil 48 Estratégia da Educação Ambiental e Elaboração de projetos
Caro estudante:
Os problemas ambientais que assolam o planeta são muitos. Têm causas 
diversas e podem acabar com o planeta.
Agora, você conhece um pouco sobre EA e pode fazer uso desta ferramenta, 
intentando contribuir para a melhoria de sua vida, da vida das pessoas que o 
cercam e da sociedade. 
Faça a sua parte!
O mundo está em nossas mãos!
Caro estudante:
Os problemas ambientais que assolam o planeta são muitos. Têm causas 
diversas e podem acabar com o planeta.
Agora, você conhece um pouco sobre EA e pode fazer uso desta ferramenta, 
intentando contribuir para a melhoria de sua vida, da vida das pessoas que o 
cercam e da sociedade. 
Faça a sua parte!
O mundo está em nossas mãos!
Retomando a conversa inicial
e-Tec Brasil13Educação Ambiental-Márcia Aparecida de Oliveira Seco e Elizabeth Satsuki Sekine
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto – Coordenação de Educação 
Ambiental. A implantação da Educação Ambiental no Brasil. Brasília, 1998. 166p. 
BRASIL: Ministério do Meio Ambiente. Educação Ambiental: curso básico a 
distância: documentos e legislação da educação ambiental. Ana Lúcia Tostes de 
Aquino Leite e Nana Mininni-Medina (Coord). Brasília: MMA, 2001, 253p.
DIAS, G.F. Atividades interdisciplinares de educação ambiental: manual do 
professor. São Paulo: Global, 1994. 127p.
DIAS, G.F. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9 ed. São Paulo: Gaia, 2004. 
551p.
LEÃO, A.L.C.; FALCÃO, C.A.C. Fazendo educação e vivendo a gestão ambiental. 
Recife: CPRH, 2002. 28p.
MARCATTO, C. Educação Ambiental: conceitos e princípios. Belo Horizonte: FEAM, 
2002. 64p. Disponível em: http://www.coopttec.coop.br/. Data de captura: 21 de 
agosto de 2008.
MEDINA, N.M. Breve histórico da Educação Ambiental. In: PADUA, S.M.; TABANEZ, 
M.F. (Org). Educação Ambiental: caminhos trilados no Brasil. Brasília: Instituto de 
Pesquisas Ecológicas, 1997. 283p. (p. 257-269).
MERGULHÃO, M.C.; VASAKI, B.N.G. Educando para a conservação da natureza: 
sugestões de atividades em educação ambiental. São Paulo: EDUC – Editora da 
PUC-SP, 1998. 140p.
OLIVEIRA, E.M. Educação Ambiental: uma possível abordagem. 2 ed. Brasília: Ed. 
IBAMA, 2000. 150p.
Revista Brasileira de Educação Ambiental (http://www.ufmt.br/remtea/revbea)
WWF – Brasil (http://www.wwf.org.br)
Fundação O Boticário de Proteção à Natureza (http://www.fbpn.org.br)
Ministério do Meio Ambiente (http://www.mma.gov.br) 
Programa educar – USP-São Carlos (http://educar.sc.usp.br)
Sites Recomendados 
Bibliografia consultada
e-Tec Brasil51Educação Ambiental-Márcia Aparecida de Oliveira Seco e Elizabeth Satsuki Sekine
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – LEI n. 9.795/99 – 27 de 
abril de 1999
Dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política Nacional de Educação 
Ambiental e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Capítulo I – Da Educação Ambiental
oArt. 1 Entendem-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o 
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, 
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do 
meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia 
qualidade de vida e sua sustentabilidade.
oArt. 2 A Educação Ambiental é um componente essencial e permanente da 
educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em 
todos os níveis e modalidades do processo educativo,

Outros materiais