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CARACTERIZAÇÃO DO MUNICIPIO DE CIDADE GAÚCHA PARTE DO 009

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�AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA
	
CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CIDADE GAÚCHA
 ANTECEDENTES HISTÓRICOS.
O município de Cidade Gaúcha, no noroeste do Estado do Paraná, surgiu devido ao ciclo da cafeicultura que, com a crise no Brasil, acabou sendo substituído pelas atividades agrícola e pecuária (PARANÁ CIDADE, 2004).
Segundo FERREIRA (1999), a área que hoje pertencente ao Município de Cidade Gaúcha, pertencia inicialmente ao Município de Peabiru e posteriormente foi elevado a Distrito Administrativo do Município de Rondon. De acordo com historiadores, a primeira derrubada da floresta nesta região data de fevereiro de 1951, liderada por Lauro Ranulfo Muller. 
Em 1952, a Imobiliária Ypiranga de Boralli & Held planejou e executou a colonização do local, que com o intuito de atrair famílias da região Sul do Brasil, denominou o município de Cidade Gaúcha.
Com Lei Municipal nº 12, de 25 de abril de 1955, criou-se o Distrito Administrativo de Cidade Gaúcha no município de Rondon. Na seqüência, com a Lei Estadual nº 4.245, de 25 de julho de 1960, foi criado o Município de Cidade Gaúcha – data em que é comemorado o dia do aniversário da cidade – cujo território foi desmembrado dos municípios de Rondon e Cruzeiro do Oeste, tendo sua instalação em 15 de novembro de 1961(FERREIRA, 1999).
A primeira eleição municipal realizou-se em outubro de 1961, elegendo para prefeito o Sr. Lauro Ranulfo Muller (1961/65), depois assumiram: Mário Ribeiro Borges (1966/68); Gentil Geraldi (1968/69); Moacir Motta (1970/72); novamente Gentil Geraldi (1973/76); Nelson Enumo (1977/82); Gilberto Pedro Aita (1983/88); Antonio Milton de Oliveira Lucena (1989/92); Ideval Santos Ferrarini (1993/96); Gilberto Pedro Aita (1997/2000); Antonio Milton de Oliveira Lucena (2001/2003), que com seu falecimento assumiu o seu vice, Ideval Santos Ferrarini (2003/2004). Para a gestão de 2005/2008 foi eleito Vitor Leitão, o qual deverá assumir o cargo em 1( de janeiro de 2005.
 O MUNICÍPIO NO ESPAÇO REGIONAL
	A mesorregião Noroeste do Paraná localiza-se no Terceiro Planalto, fazendo divisa com os estados de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, totalizando 12,4% do território do estado. 
Figura 01: Localização da Mesorregião Noroeste do Paraná
Fonte: SEDU – PARANÁ CIDADE
A colonização da região Noroeste do Paraná caracterizou-se pela implantação das cidades nos divisores de água ou ao longo de eixos rodoviários, muitas vezes sem planos diretores ou planos de desenvolvimento municipal.
O município de Cidade Gaúcha possui área total de 403,866 Km² sendo apenas 0,94% área urbana (3,808 Km²) e o restante, área rural (IBGE, 2004). O município é um dos 61 municípios que compõem a Mesorregião Noroeste do estado do Paraná (figura 01), estando localizado à 586km da capital Curitiba. É membro da Associação dos Municípios da Região de Entre Rios – AMERIOS – fundada em 1970.
De acordo com classificação do IPARDES (2003), o Município de Cidade Gaúcha está classificado como Município com Médio-Alto Grau de Desenvolvimento (Tabela 06), os indicadores médios deste grupo sugerem que os municípios começam a se configurar como municípios com características mais urbanas do que rurais; são mais ricos (a receita municipal per capita é de R$ 621,21, no grupo, contra R$ 583,37 na média total dos municípios, podendo chegar ao valor máximo de R$ 2.315,22); a perda da população rural é maior e a média geral (-4,32% no grupo contra -3,21% na média geral dos municípios); há alta taxa de urbanização (80,23%); baixa densidade demográfica (46,12% contra 57,16%, em que a distribuição é heterogênea e varia de 10,35 a 331,26 pessoas por km²); e a proporção de estabelecimentos com menos de 10 hectares é a menor em relação a todos os grupos e à média geral (24,37% contra 35,26%). Os Municípios têm suas economias voltadas para a agricultura, tendo os trabalhadores a possibilidade de manter atividades agrícolas e/ou urbanas. Como confirmação podemos verificar que o indicador proporção de pessoas ocupadas na agricultura com domicílios urbanos (41,28%); ainda, do total dos ocupados, 40,48% estão na agricultura (há municípios, no Estado, com até 66,79%).
Os fatores que mais contribuíram para a formação de um grupo e conseqüente inclusão do Município de Cidade Gaúcha no mesmo estão elencados na tabela 01.
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Tabela 01 - Principais indicadores com contribuição positiva do grupo de municípios paranaenses com médio-alto grau de desenvolvimento – 1991/2000
	BLOCO
	INDICADORES COM CONTRIBUIÇÃO POSITIVA
	MÉDIO-ALTO GRAU DE DESENVOLVIMENTO
(valores médios)
(100 municípios)
	VALORES MÉDIOS POR MUNICÍPIO
(399 municípios)
	Economia
	X6 - Receita municipal per capita (R$)
	621,21
	583,37
	Renda
	X11 - `% responsáveis pelo Município com menos de 1 SM e s/ rendimento
	30,30
	37,21
	Agricultura
	X17 - % de estabelecimentos com conservação de solos
	70,59
	54,63
	População
	X26 – Razão dependência urbana
X27 – Razão dependência rural
	53,73
54,84
	56,79
56,66
	Mercado de Trabalho
	X30- % de empreg. na agricult. c/ carteira de trabalho
X32 -% de mão de obra feminina ocupada na agricultura
	14,96
25,13
	9,18
30,02
	Educação e Infância
	X43 - % respons. Pelo domícilio c/ até 3 anos de estudo e sem instrução
	39,01
	42,75
	Moradia e Ambiente
	X46- % domicicílios com abastecimento de água
	84,35
	68,59
Fonte: Ipardes (2003)
	Quanto aos aspectos ambientais regionais, o município não possui áreas de mananciais e nem áreas de preservação expressivas. De acordo com a MINEROPAR (2001), a região noroeste do Paraná e o município de Cidade Gaúcha especificamente, fazem parte do Grupo Bauru, que foi formado no final do Cretáceo, sendo constituído pelas rochas sedimentares da Formação Caiuá, que é constituída por depósitos de ambientes eólico e fluvial, representados por arenitos finos a médios, arroxeados, apresenta estratificação cruzada de grande porte. O arenito Caiuá é caracterizado pela suscetibilidade de causar erosão no solo, tendo sido, portanto, um dos responsáveis pelo declínio do desenvolvimento da agricultura na região. Quanto ao relevo, este se apresenta suavemente ondulado em cerca de 60% da área. Com relação a hidrografia, a região está inserida na bacia dos rios Paraná, Ivaí, Piquiri e Paranapanema.O município é banhado principalmente pelos Rios Ivaí, Tapiracuí, Rio Itaoca ou Pacu, Córrego da Travessa Grande, Córrego do Congo, Córrego do Tucurum, Córrego Ipiranga, Córrego Palmital, entre outros. Faz parte da bacia do Rio Ivaí e das Sub Bacias do Rio Tapiracuí e do Rio Itaóca. 
A Região Noroeste do Estado do Paraná, em que se insere o município de Cidade Gaúcha, apresenta, segundo o PDU (2003), um grau de urbanização de 75%, um lento crescimento da população urbana (média de 1,3% aa) e um acentuado declínio da população rural, com taxa de aproximadamente –6% ao ano. Outra característica relevante é que de 1970 a 1996 a região perdeu aproximadamente 77% de sua população, ou seja, cerca de 550.000 habitantes.
	
Segundo o relatório do PDU o município de Cidade Gaúcha faz parte de uma região que possui um dos maiores fluxos migratórios inter-regionais (IBGE-2000/IPARDES-2002 - PERIODO 1986/1991), conforme é demonstrado na figura 02. Entretanto, Cidade Gaúcha não registra índice de migração compatível com a região a qual está inserida, como se vê na figura 03.
Figura 02: Fluxos Migratórios do Paraná
Fonte: SEDU – PARANÁ CIDADE
Figura 03: Esvaziamento e Concentração da População
Fonte: SEDU – PARANÁ CIDADE
	De acordo com o Plano de Desenvolvimento Urbano e Regional do Paraná (PDU 2003) e o IPARDES (2004), a Região Noroeste do Paraná tem como principais centros urbanos os municípios de Paranavaí (com 92,8% de grau de urbanização) seguido do município de Umuarama(com cerca de 91,10% de grau de urbanização). Possui a população de 628.840 habitantes (6,98% da população do Estado), com uma densidade demográfica de 25,56 habitantes por km². O município de Cidade Gaúcha possui população municipal de 9.531 habitantes e densidade média de 20,17 habitantes por km² (IBGE, 2000). Comparando os dados populacionais com os da mesorregião Noroeste, verifica-se que o município de Cidade Gaúcha possui taxa populacional média em relação aos municípios da região, tais como Tuneiras do Oeste, Cruzeiro do Oeste e Tapejara, entre outros.
Quanto à polarização, o município de Cidade Gaúcha é polarizado principalmente com o município de Cianorte e Rondon, para onde a população dirige-se em busca de bens, comércio e serviços. 
O indicador do bloco de economia, de acordo com a classificação do IPARDES (2003) representado pela receita municipal per capita revela, por si só, o quanto o Município está bem posicionado. A proporção de responsáveis pelo domicílio com menos de um salário mínimo e sem rendimento apresenta valor médio, abaixo da média total do Estado (tabela 02). 
Tabela 02 – Principais indicadores com contribuição negativa do grupo de municípios paranaenses com médio-alto grau de desenvolvimento – 1991/2000
	BLOCO
	INDICADORES COM CONTRIBUIÇÃO NEGATIVA
	MÉDIO-ALTO GRAU DE DESENVOLVIMENTO
(valores médios)
(100 municípios)
	VALORES MÉDIOS POR MUNICÍPIO
(399 municípios)
	Economia
	X2 – taxa de crescimento do valor adicionado a indústria
X3 – taxa de crescimento do valor adicionado a serviços
X6 – taxa de crescimento do PIB municipal
X7 – taxa de crescimento do PIB municipal per capita
	4,50
1,97
3,39
2,27
	5,51
2,75
4,43
3,60
	Renda
	X13 – partic. % municípios no total de remuneração do setor formal do Estado
	0,11
	0,25
	Inserção Urbana
	X39 - % pessoas c/ menos de 30h/semana trabalhadas na agropecuária e posição na ocpação autônomo
	1,54
	2,03
Fonte: Ipardes (2003)
Os indicadores de economia apresentam-se com valores abaixo da média total dos municípios (tabela 02), com uma distribuição dos dados bastante heterogênea e com valores 40 mínimos negativos, ou seja, são municípios com crescimento negativo no período considerado (1996 a 1999). Essas três características reforçam a posição desses indicadores como contribuintes negativos para o grupo.
No bloco de renda, o indicador participação percentual dos municípios no total de remunerações do setor formal do Estado mostra os dados bastante dispersos em relação à média do grupo, sendo que o valor máximo de 1,01 representa quatro vezes o valor da média total dos municípios (neste caso o indicador poderia ser considerado positivo). A proporção de pessoas com menos de 30 horas por semana trabalhadas na agricultura e, simultaneamente, com ocupação de autônomo ou empregador (1,54% no grupo contra 2,03% da média total dos municípios), do bloco de inserção urbana, soma-se aos principais indicadores com contribuição negativa para o grupo, por também se apresentar muito dispersa em relação à média do grupo e abaixo da média total dos municípios. Ressalte-se que todos esses indicadores que apresentam contribuição negativa para o grupo são os mais baixos quando comparados com os demais grupos (tabela 02).
A principal fonte de renda da região é a pecuária dos rebanhos para corte e leite, seguido da agricultura principalmente do café, da mandioca, da cana-de-açúcar, da laranja e da soja. As atividades agropecuárias empregam mais de 50% da população da região. Quanto às indústrias, os principais tipos são têxtil, confecções, química e sucro-alcooleiro. O município de Cidade Gaúcha possui a base da economia voltada para a agropecuária, onde destaca-se a criação de bovinos, suínos, eqüinos, asininos, muares, ovinos, galinhas entre outros e o cultivo de abacate, café, laranja, maracujá, palmito, abacaxi, algodão, amendoim, arroz, cana-de-açúcar, feijão, mandioca, soja, entre outros. Quanto ao setor industrial, o município não possui grande representatividade em relação à região, merecendo destaque, a usina de álcool e açúcar, indústria de fécula de mandioca, indústria beneficiadora de amendoim, indústria de artefatos em couro, entre outros.
O governo do Estado do Paraná, através da SEDU – Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano, desenvolveu o PDU, onde foram diagnosticadas e classificadas as várias regiões do Estado. Segundo essa classificação, o município de Cidade Gaúcha encontra-se na “Região Deprimida do Estado”. Para estas regiões o plano prevê como ação à implantação do “Programa de Promoção Acelerada de Regiões Deprimidas do Estado do Paraná”, a serem desenvolvidas a partir de um Plano de Desenvolvimento Regional.
	Este Programa refere-se às regiões do estado que não têm um nível de desenvolvimento compatível com a dinâmica das grandes aglomerações. Tais áreas vêm apresentando elevada evasão populacional, carência de infra-estrutura e serviços, que resultam nos mais baixos índices de desenvolvimento humano municipal do estado paranaense (IDH-M). Quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), no Brasil o índice é de 0,764, enquanto que o índice no Paraná é de 0,786 e no município de Cidade Gaúcha é de 0,749 (IPARDES, 2000).
	De acordo com o PDU (2003), a microrregião possui baixíssima escolaridade, ou seja, aproximadamente 3,9 anos de estudo em média. Quanto ao atendimento da saúde, o mesmo é classificado como satisfatório. De acordo com dados da Prefeitura Municipal (2004), o município de Cidade Gaúcha possui 14,63% de analfabetos e 46 registros de evasão escolar. Quanto à saúde, o município possui três Postos de Saúde, um Centro Social e de Convivência de Idosos, que atende a demanda municipal.
Com relação aos aspectos de infra-estrutura, aproximadamente 90% dos domicílios são atendidos por rede de água, cerca de 14% são atendidos por rede de esgoto sanitário e aproximadamente 79% são atendidos por rede de coleta de lixo. No que tange a infra-estrutura viária, a região é acessada pela BR-376 (no sentido leste-oeste ao norte da região, por Paranavaí), pela PR-323 (no sentido leste-oeste ao sul da região, por Umuarama e Cianorte) e pela PR-492 e PR-082 que fazem a ligação entre as duas primeiras. O município pode ser acessado pelas rodovias PR 480 e PR-082, sendo que a última corta o quadro urbano e o município, gerando conflitos entre o tráfego pesado e a tráfego urbano.
De acordo com o levantamento realizado pela EMATER (1995) foi constatado que cerca de 70% da área rural ocupada no município destina-se a pastagens, dedicadas à bovinocultura de corte e leite, que é responsável por 19,40% do Pib municipal (www.paranacidade.gov.br). As propriedades rurais possuem características de latifúndios, pois estão são grandes áreas e poucos proprietários (EMATER, 2004). Quanto às atividades agrícolas no município destacam-se o cultivo de café, cana-de-açúcar, milho, mandioca, soja, feijão e laranja. 
Segundo estudos realizados pelos técnicos da EMATER (1995) vários são os problemas e as limitações quanto aos aspectos rurais no município. Entre eles, destacam-se o solo suscetível à erosão, burocracia nas linhas de crédito, poucas máquinas agrícolas, falta de organização dos produtores, falta de agroindustriais para processar a produção, entre outros. Um dos motivos que justificam as poucas linhas de financiamento na área rural é o fato da população do município estar concentrada basicamente na área urbana. Diante dessas deficiências, foi elaborado um Plano de Desenvolvimento Agrícola em 1995, pela EMATER (2004), que previa recomposição de áreas degradadas do município, patrulha mecanizada, conservação do solo, melhorias na acessibilidade, composição de conselhos rurais, entre outras ações que objetivavam a melhoria do uso do solo agrícola. Além do Plano de Desenvolvimento Agrícola, anualmente são elaborados os Planos de Ação Municipal, para direcionar os trabalhos a serem desenvolvidos,sendo que as ações envolvem várias entidades ligadas ao setor agropecuário.
Algumas dessas ações foram cumpridas gerando resultados positivos, outras ações estão em andamento, enquanto outros itens não foram atendidos. 
 INFORMAÇÕES GEOPOLÍTICAS
	Localização
	Noroeste do Estado do Paraná
	Coordenadas Geográficas
	Latitude 23º 22’ 30” SUL
Longitude 52º 56’ 00”W – GR 
Fonte: www.paranacidade.org.br (Base Pública do Estado do Paraná (1994) e tem como fonte de informação o IBGE e o IAP) – acessado em 25 de outubro de 2004. 
	Área
	403,866 km( - Município
3,808 km( - Perímetro Urbano
Fonte: www. ibge.gov.br – acessado em 25 de outubro de 2004.
	Altitude da sede
	550 m
Fonte: www.pr.gov.br (SEMA, IBGE) - acessado em 25 de outubro de 2004.
	Limites
	Norte: Rio Ivaí e municípios de Planaltina do Paraná e Amaporã
Oeste: Rio Tapiracuí e os municípios de Tapira e Nova Olímpia
Sul: Córrego Tucuruvi e os municípios de Rondon e Tapejara
Leste: Rio Itaoca e os municípios de Rondon e Guaporema
	Comarca
	
Cidade Gaúcha
	População
	 
9.531 hab. (IBGE, 2000)
10.074 hab. (IBGE estimativa 2004)
Urbana: 7681 hab. (IBGE, 2000)
Rural: 1.850 hab. (IBGE, 2000)
	Eleitores
	7397 eleitores (T.R.E., 2004)
	Distância à Capital do Estado
	586 km
	Feriados
	25 de julho – Aniversário da Cidade
01 de maio - Padroeira da Cidade
06 de março – Instalação da Comarca 
(Fonte: Código de Posturas do Município – Lei nº 1373/1998 e alterações)
SISTEMA NATURAL
3.1 Meio Físico
3.1.1 Clima e Ventos
	O clima da região em que está situado o município de Cidade Gaúcha é classificado como Sub-Tropical Úmido Mesotérmico (Cfb) (FERREIRA 1999), com verões quentes, geadas pouco freqüentes, sem estação seca e com chuvas com tendência de concentração nos meses de verão. (MAACK, 1968).
	As temperaturas médias registradas nos meses mais quentes do ano no município são entre 27ºC e 29ºC (figura 04), e as dos meses mais frios entre 14ºC e 16ºC (figura 05) (SIMEPAR, 2004). 
Figura 04: Temperaturas Máximas
Fonte: www.simepar.br
Figura 05: Temperaturas Mínimas
Fonte: www.simepar.br
Os ventos dominantes na região de Cianorte, segundo dados do IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná) são no sentido Leste/Oeste (figura 06). De acordo com dados da EMATER (1998) na véspera da ocorrência de geadas, a direção dos ventos dominantes muda para Sudoeste e Sul.
Figura 06: Direção Predominante dos Ventos
Fonte: www.iapar.br
3.1.2 Água 
	
	O sistema natural de drenagem deve considerar o conjunto de rios, córregos e as depressões topográficas que formam a macro e microdrenagem. Todos esses conjuntos de elementos naturais são considerados como área crítica, uma vez que as várzeas estão sujeitas a inundações e caso sejam ocupadas podem causar deslizamentos ou erosões (KLÜPPEL, 1992).
Através do Mapa de Hidrografia do Município de Cidade Gaúcha (mapa 01) é possível observar os principais cursos d’água, corpos d’água e as bacias que banham o município. Estes elementos são determinantes para o planejamento urbano de um município, uma vez que delimitam áreas com restrições a ocupações.
	Segundo o Mapa de Bacias Hidrográficas do Município de Cidade Gaúcha, é possível observar que o município está localizado na Bacia do Rio Ivaí e nas sub-bacias do Rio Tapiracuí e do Rio Itaóca (mapa 02). A sede do município (perímetro urbano), inserida na sub-bacia do Rio Itaóca, está localizada entre os córregos Ipiranga e Palmital, afluentes do Ribeirão Itaóca. De acordo com o mapa de Hidrografia Urbano, é possível observar que a área da sede do município é atingida por quatro cursos d´água, que não tem suas faixas de preservação preservadas (mapa 03). A Vila Rural está localizada na sub-bacia do Rio Itaóca e é atingida por dois cursos d´água que cortam a área. A área de preservação permanente desse córrego já foi isolada, sendo a próxima etapa a recomposição da vegetação ( EMATER, 2004) (mapa 04).
	Segundo PUPPI (1981), áreas muito próximas aos cursos d’água podem estar sujeitas a transbordamentos, inundações naturais e erosão. Além disso, devem ser preservadas para que não ocorra poluição. Ainda segundo o autor, estes fatores aliados às características do relevo, como os vales e as áreas com forma de bacias, podem criar regiões pantanosas, ocasionar inundações nas depressões, e junto às altas declividades, atrapalhar a radiação solar e represar o ar.
Segundo a Lei 4771/1965 que instituiu o Código Florestal, para áreas ao longo dos rios ou de quaisquer cursos d’água, deve existir uma faixa de preservação permanente entre 30 e 500 metros de cada lado dos cursos d’água, que são definidas de acordo com a largura dos mesmos. De acordo com a mesma lei, ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais, nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados “olhos d’água”, deve-se preservar uma faixa de 50 metros ao redor dos mesmos. Essas faixas detectam áreas impróprias a ocupação, garantindo assim, a proteção dos fundos de vales.
Desta forma, observa-se no mapa de hidrografia municipal (mapa 01) e urbano (mapa 03), de acordo com o Código Florestal, as seguintes faixas de preservação permanente:
- Rio Ivaí: 100 metros;
- Rio Tapiracuí: 50 metros;
- Rio Itaoca ou Pacu, Córrego da Travessa Grande, Córrego do Congo, Córrego do Tucurum, Córrego Três Figueiras, Córrego São Bento, Córrego da União, Córrego Apoeira, Córrego do Gaúcho, Córrego Ipiranga, Córrego Palmital, Córrego Minuano, Córrego Tapiracu, Córrego Água Nova União, Ribeirão Talagoan: 30 metros.
3.1.3 Solo e Subsolo
	A Região Noroeste do Paraná encontra-se no Terceiro Planalto Paranaense – Planalto de Guarapuava ou de Trapp, cujos solos possuem baixo teor de argila, baixa ocorrência de metais pesados e com textura arenosa e regiões planas, cujas altitudes estão compreendidas entre as menores do estado (IPARDES, 2004).
O município de Cidade Gaúcha, assim como cerca de 60% do Estado do Paraná pertence à Bacia do Paraná, que compreende o Segundo e o Terceiro Planalto Paranaense do Estado, na direção oeste. De acordo com a MINEROPAR (2001), Cidade Gaúcha encontra-se no conjunto litológico Mesozóico “que é constituído por rochas sedimentares de origem continental, de idade triássica, e por rochas ígneas extrusivas de composição predominantemente básica de idade jurássica-cretácea, responsáveis pelas características do Terceiro Planalto Paranaense. Os últimos eventos de grande expressão na coluna estratigráfica no final do Cretáceo são os depósitos sedimentares de ambiente continental árido representado pelos sedimentos arenosos do noroeste do Estado”.
De acordo com a MINEROPAR (2001), a região noroeste do Paraná e o município de Cidade Gaúcha especificamente, fazem parte do Grupo Bauru, que foi formado no final do Cretáceo, sendo constituído pelas rochas sedimentares da Formação Caiuá, que é constituída por depósitos de ambientes eólico e fluvial, representados por arenitos finos a médios, arroxeados, apresenta estratificação cruzada de grande porte.
O uso racional dos ambientes sujeitos ao Arenito Caiuá pode garantir a sustentabilidade ambiental e sócio-econômica, principalmente devido às características naturais dos solos (suscetibilidade à erosão através da perda de solo e água e redução dos níveis de matéria orgânica) e de algumas características do clima (índice de erosividade da chuva, freqüência de veranicos e concentração de chuvas na primavera e verão) (EMATER, 1998).
	De acordo com NÓBREGA e SANTOS (1992) a erosão é decorrente do rompimento do equilíbrio água-solo-declividade do terreno. Nesse processo, quando ocorre a chuva, as águas superficiais adquirem velocidade, transportando assim as partículas em suspensão. Com a intervenção do homem através do desmatamento, o que impede a retenção natural das chuvas e, com a excessiva impermeabilização dosolo, o que dificulta a absorção da água, as águas passam a concentrar-se como enxurradas, descendo em alta velocidade.
	No município de Cidade Gaúcha, vários são os exemplos de erosão profunda (sulcos e voçorocas) que são provocadas pelo fluxo intenso das águas superficiais, que formam vales inicialmente em forma de “v”, que com o tempo tendem a sofrer alargamentos e atingir o nível do lençol freático. Com financiamentos e o apoio da extinta SUCEAM (Superintendência do Controle da Erosão e Saneamento Ambiental), nos anos 80, o município estabilizou uma voçoroca de aproximadamente 20 metros de largura por 8 metros de profundidade, através da construção de barragens de assoreamento. Essas barragens utilizaram taludes, aterros, execução de drenos e canaletas, colocação de terra fértil sobre os taludes e plantação de gramíneas e de arbustos e espécies florestais (NÓBREGA 1992; SANTOS 1992).
3.1.3.1 Mapa de Hipsometria
	Através do mapa de hipsometria é possível identificar as variações de altitude no município de acordo com as classes hipsométricas que consideraram as curvas de nível com eqüidistância de 20m em 20m, resultando em 14 classes, que variam de 240 a 500 metros de altitude.
De acordo com o mapa 05, na região sul do município encontra-se o único ponto do município com a classe hipsométrica mais alta, ou seja, 500 metros, coincidindo com o divisor de águas principal. Ao norte do município verifica-se a presença da classe hipsométrica mais baixa, ou seja, 240 metros de altitude, localizada na várzea do Rio Ivaí. À leste da área urbana verifica-se a presença da classe hipsométrica de 260 metros que coincide com o Rio Itaóca ou Pacu. Na região da Vila Rural são observadas três classes hipsométricas (380m, 360m e 340m). A área da sede do município possui altitudes intermediárias, com a presença de apenas três classes hipsométricas (420m, 400m e 380m), favorecendo a ocupação devido à uniformidade na topografia (mapa 05). Estas regiões são mais propícias à urbanização, por não apresentarem restrições à implantação da infra-estrutura urbana. Há maiores inconvenientes na urbanização de regiões extremas, como aquelas de altitude muito elevada e aquelas de altitude muito baixa, esta última pela possibilidade de apresentar áreas suscetíveis a alagamentos e problemas com o escoamento natural das águas. As áreas com maiores altitudes, apesar de encarecerem e dificultarem a implantação de infra-estrutura urbana, podem ser utilizadas para a localização de reservatórios do sistema de abastecimento d’água, servir como obstáculo natural para o isolamento de áreas insalubres, ou ainda para fins turísticos (PUPPI, 1991).
3.1.3.2 Mapa de Declividades
	A partir da elaboração do mapa de declividades é possível observar áreas com maior ou menor declives dentro do município e conseqüentemente áreas mais ou menos aptas à ocupação. No mapa de declividades do município, foram classificadas 4 classes de inclinações do terreno que variam de 0% a maior que 30%.
	As regiões representadas no mapa 06 anexo através da cor marrom significam declividades acima de 30%, ou seja, o distanciamento entre as curvas é inferior a 66,66m, dificultando, dessa forma a implantação de infra-estrutura urbana relacionada ao saneamento (abastecimento de água, sistema de esgoto, drenagem urbana) e sistema viário, entre outros. No município são pouquíssimas as áreas nessa classe de declividade, normalmente próximas aos cursos d’água. As regiões representadas pela cor vermelha significam declividades entre 20% e 30%, ou seja, a distância entre as curvas varia de 100 metros a 66,66 metros. No município é possível detectar a presença de poucas áreas com declividades entre 20% e igual ou superior a 30%, áreas essas localizadas próxima ao Rio Itaóca e ao Rio Tapiracú. 
	De acordo com a Lei 6766 de 19 de dezembro de 1979, contida na Coletânea de Legislação Ambiental Federal – “O parcelamento do solo para fins urbanos não será permitidos em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas as exigências específicas das autoridades competentes”.
	Nas regiões em que prevalecem as cores laranja e amarela, foram identificadas as declividades que variam de 10% a 20 % e de 10% a 0%, respectivamente. A cor laranja determina que as curvas estão entre si, de 100 e 200 metros de distância e a cor amarela determina que as curvas estão a mais de 200 metros de distância.
	De acordo com o Mapa de Declividades, é possível diagnosticar que a maior parte do município, a Vila Rural e o quadro urbano possuem baixa declividade (entre 0% e 10%), significando que a região é plana, com relevo uniforme, favorecendo, dessa forma a ocupação urbana.
3.1.3.3 - Mapa de Exposição de Vertentes
	Com base na carta de exposição de vertentes, é possível observar as regiões que apresentam as vertentes com diferentes exposições, ou seja, norte, sul, leste e oeste. Dentre elas, a que apresenta mais restrições quanto à ocupação urbana é a vertente Sul, que de acordo com o mapa 07, concentram-se próximas ao Córrego Tapiracuí, Ribeirão Talagoan e Rio Itaóca e mais ao sul do município. As vertentes sul aliadas às altas declividades, constituem locais insalubres e/ou com pouca insolação.
	De acordo com o mapa de vertentes, é possível diagnosticar que a área urbana do município, em sua grande porção, possui orientação norte e leste, vertentes estas que não apresentam restrições à ocupação urbana, uma vez que, segundo PUPPI (1981), aliadas às pequenas declividades, oferecem maior incidência de raios solares, principalmente no inverno, e estão expostas a ventos mais brandos e secos. Na área da Vila Rural há maior incidência da exposição da vertente leste, ou seja, sem restrições à ocupação.
3.1.3.4 Mapa de Pedologia
	O mapa de pedologia do município foi elaborado com base nos dados obtidos no mapa de solos da EMBRAPA/ MINEROPAR de 1981. De acordo com o mapa 08, o município de Cidade Gaúcha possui seis tipos de solos, entre eles, Latossolo Vermelho Aluminoférrico, Latossolo Vermelho Eutroférrico, Latossolo Vermelho Distroférrico, Neossolos Flúvicos Tb Distróficos típicos, Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico, Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico. 
	De uma maneira geral os solos originados a partir do Arenito Caiuá apresentam mais suscetibilidade à erosão, baixa retenção de água e deficiências de fertilidade (EMATER, 1998).
	Observando o mapa elaborado, é possível perceber que a maior porção do município encontra-se no solo do tipo Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico, solo formado predominantemente a partir de materiais provenientes da decomposição do arenito Caiuá, do Grupo São Bento, do Cretáceo e, em pequena proporção, do arenito Botucatu. Esse tipo de solo é de baixa fertilidade natural e muito suscetível à erosão, o que acarreta adubações e práticas conservacionistas intensivas. De acordo com a EMBRAPA (1981), um bom uso para esse tipo de solo devido à erosão, é a pastagem ou as culturas de ciclo longo (EMATER, 1998).
	Ao longo do principal divisor de águas do município encontra-se o solo do tipo Latossolo Vermelho Distroférrico, que são de baixa fertilidade natural e suscetíveis à erosão e quando expostos a alguns anos mais secos podem apresentar problemas relacionados com a falta de água (EMBRAPA, 1981). Também ao longo do principal divisor de águas, ao norte do município, percebe-se a existência do solo do tipo Latossolo Vermelho Eutroférrico, que possui boas condições físicas, elevada capacidade de retenção de água e boa permeabilidade, porém, com baixa fertilidade natural, a qual não constitui entrave para o uso do solo com sistemas tecnificados de agricultura. Os Latossolos de uma maneira geral possuem aptidão regular para lavouras com práticas agrícolas condicionadas pelo trabalho braçal e à tração animal ou para práticas com alto nível de mecanização (EMATER, 1998). 
	Ao longo do Rio Tapiracuí e do Rio Itaóca percebe-se a presença do solodo tipo Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico que possui baixa fertilidade natural e grande suscetibilidade à erosão. Ao longo do rio Ivaí percebe-se a presença do solo do tipo Neossolo Flúvico Tb Distrófico típico que apresenta baixa fertilidade natural e limitação quanto ao uso agrícola, por apresentarem textura arenosa e suscetibilidade à erosão.
	A área urbana do município e parte da Vila Rural estão implantadas predominantemente sobre o Latossolo Vermelho Aluminoférrico, solo este formado basicamente por resíduos intemperizados do arenito Caiuá, da Série São Bento, do Cretáceo. O solo é de baixa fertilidade natural, com alumínio em níveis tóxicos e suscetível a erosão, o que acarreta além de adubações para elevar e manter um bom nível de fertilidade, práticas conservacionistas para viabilizar o seu uso.
 
 3.2 MEIO BIOLÓGICO
3.2.1 Flora
	No mapa de vegetação ou do uso do solo municipal, é possível identificar as áreas mais propícias à ocupação urbana e as áreas que apresentam restrições ou importância para preservação. 
De acordo com as informações constantes no mapa, não há muita diversidade de espécies ou cultivos no município. Foram identificadas áreas de cultivo de café, cana-de-açúcar, cultura temporária com extração e beneficiamento, áreas de reflorestamento e pastagem, que atualmente correspondem a cerca de 70% do uso do solo rural (EMATER, 2004). De acordo com o Mapa do Ministério do Exército (1995), a maior parte do município possui áreas de cultura temporária (mapa 09). Nas áreas próximas das várzeas, predomina a pastagem e o cultivo do arroz (EMATER, 2004).
As áreas de mata nativa estão sendo preservadas. As áreas de mata ciliar isolada, o produtor rural tem optado pela regeneração natural. Percebe-se um crescimento nas áreas reservadas ao plantio de eucalipto visando a produção de lenha e para a indústria moveleira (EMATER, 2004).
Na área urbana do município, de acordo com o mapa 10, elaborado a partir de PAULESKI E HOPPE (2001) observam-se vários conjuntos de árvores distribuídos dentro do perímetro urbano. È possível perceber também, dentro do perímetro urbano, a presença de várias áreas de plantação e poucas áreas utilizadas para a prática de cultura.
Foto 01: Arborização pública
Ainda na região da sede do município, através do mapa 10, é possível identificar que a grande maioria das ruas possui arborização pública, prevalecendo a espécie Sibipiruna (Caelsalpinia peltophoroldes). De acordo com LORENZI (1992) esta espécie é uma das mais indicadas para a arborização urbana, por formar copa ornamental e ter de médio a rápido crescimento, independente do tipo de clima ou região. As demais ruas, de acordo com seguida das espécies Ipê Roxo, Cacau Selvagem, Grevilha, Flamboyam, Estremosa, Angico Vermelho, Coqueiro Amargosa e Flor de Maio. Algumas ruas estão substituindo árvores mais antigas ou condenadas pelas espécies Mangabeira e Oiti. De acordo com LORENZI (1992), a Mangabeira pode ser utilizada para arborização urbana principalmente de ruas estreitas, devido ao seu porte e forma da copa. Quanto a espécie Oiti, segundo o autor, é recomendada para praças, jardins, ruas e avenidas, principalmente em regiões quentes devido a ótima sombra que fornece.
O município não possui normas que regulamentem a poda ou corte de árvores.
3.2.2 Turismo
Quanto ao turismo no município, de acordo com o Grupo de Agentes de Desenvolvimento Sustentável pelo Turismo (GAT), os pontos no município que possuem potencial turístico são: Capela Nossa Senhora Aparecida, Capela Santa Mônica, Pesque e Pague Canaã, Pesque e Pague Miquelin, Cachoeira do Miquelin (em projeto), Vila Rural, Lagoa dos Patos (propriedade particular) viveiro de mudas da UEM, USACIGA, Igreja Matriz, Praças, Casa da Cultura, Sítio Arqueológico José Vieira, Cultivo de Uvas - Freire, Fruticultura (uva, laranja, côco) – Ferrarini e Valdir. Dentre os eventos com potencial turístico merecem destaque: festas religiosas, feira de ciências, oficinas de artesanato, clinivida, ETDS, Oktoberfest, entre outros. 
3.2.3 Defesa Civil
Os dados da Defesa Civil (2004) referem-se a dados históricos de desastres no município, tais como desastres naturais relacionados com o incremento das precipitações hídricas, enchentes ou inundações graduais, enxurradas ou inundações bruscas, desastres naturais relacionados com a geomorfologia, o intemperismo, a erosão e a acomodação do solo, escorregamento ou deslizamento, desastres humanos, entre outros. Segundo dados da Defesa Civil (2004), quanto a alagamento não há riscos em Cidade Gaúcha, por não haver cursos d’água que propiciem tal fato. Quanto a Incêndios, a única ocorrência registrada em 2004 foi o da Loja Cristal Móveis, onde não houve vítimas. Quanto à ocorrência de chuvas de granizo, as últimas registradas ocorreram em agosto de 1996 e em 1997, que acompanhadas de ventos fortes, destelharam algumas casas, atingindo principalmente a região da Vila Rica, Conjunto Ipê, entre outros.
3.3 MAPA SÍNTESE
	No mapa síntese (mapa 11) foram reunidas informações do meio natural relativas às declividades, vertentes, drenagem natural e vegetação, e do meio antrópico relativas à mancha urbana e ao sistema viário. A sobreposição destas informações permite diagnosticar áreas que apresentam maiores o menores restrições à ocupação, tendo como finalidade a realização de uma carta de aptidões definindo áreas mais propícias ao uso ou à conservação.
	Quanto à drenagem superficial, foram locados os cursos d’água e corpos d’água, além do principal divisor que define o limite entre as duas principais bacias: a do Rio Tapiracuí e a do Rio Itaóca. Atualmente existem áreas ocupadas junto aos cursos d’água e corpos d’água, e com o aumento da ocupação pode ocorrer a ampliação destes conflitos, uma vez que estas áreas são suscetíveis a transbordamentos, inundações naturais e erosão, além da possibilidade de poluição dos rios e o conseqüente comprometimento da qualidade da água. 
Quanto às declividades, foram reunidas todas as classes, desde as mais favoráveis até as mais restritivas (maiores que 30%), afim de identificar as áreas mais problemáticas para a ocupação urbana e implantação de infra-estrutura.
Foram locadas as vertentes com orientação sul, mais problemáticas quanto à insolação e não recomendáveis à ocupação urbana. 
Com relação à vegetação, foram locados todos os tipos de uso do solo, como cana-de-açúcar, café, cultura temporária com extração para beneficiamento, reflorestamento e floresta estacional semidecidual aluvial, que aliadas às diferentes declividades, constituem-se em áreas com maiores ou menores restrições à ocupação.
Além destas informações, foi locada a mancha urbana, identificando a área já ocupada com o sistema viário municipal, que permite a visualização da acessibilidade e das condições das vias com relação às declividades e outros aspectos citados anteriormente.
Quanto às declividades, vertentes e sistema viário tem-se que com o aumento da população, se não houver um controle, pode ocorrer um aumento da ocupação de regiões impróprias, com maiores declividades, que oneram e trazem complicações para os serviços públicos, dificultam o sistema viário e, quando aliadas às vertentes com orientação para o Sul, não possuem boa insolação. 
Também as áreas com declividades muito baixas podem apresentar problemas, se não houver um controle e direcionamento do aumento da sua ocupação, podem ocorrer maiores conflitos com relação ao retardamento do escoamento das águas, favorecendo alagamentos e dificultando o sistema de esgotos. 
	
3.4 CARTA DE APTIDÕES
	Baseado nas informações contidas no mapa síntese, o mapa de aptidões (mapa 12) apresenta regiões mais propícias à ocupação e as que apresentam restrições. Os critérios utilizados para elaboração da carta de aptidões decorrem dos aspectos naturais mais restritivos à urbanização, relacionados às vertentes sul, que apresentam deficiências quantoà insolação causando áreas insalubres; altas declividades que trazem complicações para os serviços públicos, dificultando o sistema viário e, aliadas às vertentes com orientação para o Sul, não possuem boa insolação; drenagem superficial, onde áreas muito próximas a cursos d’água podem estar sujeitas a inundações naturais e erosão; e vegetação, nas áreas com cobertura vegetal de significativa importância que devem ser preservadas. 
	Todos estes critérios foram relacionados à ocupação urbana, definindo um diagnóstico das áreas mais propícias e mais restritivas, e possibilitando uma projeção da situação atual, onde um provável aumento da ocupação de forma desordenada e contrária à estas aptidões pode ampliar conflitos existentes e gerar maiores problemas relacionados aos fatores anteriormente relacionados. 
	As áreas diagnosticadas como aptas ao uso ou a conservação, foram divididas em: área apta ao uso intensivo, área apta ao uso extensivo, área apta à conservação intensiva, área apta à conservação extensiva. A classificação das áreas apresenta-se na tabela (tabela 03) a seguir:
Tabela 03 – Classificação das áreas
	
	DECLIVIDADES
	
	0 a 10%
	10% a 20%
	20% a 30%
	Superior a 30%
	Vertente Sul
	U-
	U-
	C-
	C+
	Floresta Estacional Semidecidual Aluvial/ Reflorestamento/ Floresta ou Bosque
	C+
	C+
	C+
	C+
	Cana-de-açúcar, café, cultura temporária
	U-
	U-
	C-
	C+
	Fundo de Vale
	C+
	C+
	C+
	C+
	Áreas Urbanizadas
	U+
	U+
	U-
	C-
	Os índices foram assim determinados:
U+ - Define áreas aptas à ocupação intensiva, ou seja, aquelas que por suas características naturais, encontram-se mais aptas à urbanização. Estão inclusas nestas regiões as áreas já urbanizadas com baixa e média declividades, que não apresentam problemas quanto à insolação, preservação da cobertura vegetal e altas declividades, que dificultam a implantação da infra estrutura urbana. A área urbana, de acordo com o mapa de aptidões, é a única área classificada como apta à ocupação intensiva. O aumento da ocupação nas áreas determinadas de aptas ao uso intensivo não tende a causar conflitos, desde que para isso sejam determinados parâmetros adequados. 
U- - Define as áreas aptas a ocupação extensiva, ou seja, aquelas que possuem algumas restrições quanto à sua urbanização. Fazem parte destas áreas as regiões de baixa e média declividades, que apresentem cobertura vegetal do tipo cana-de-açúcar, café ou cultura temporária, que não necessitam tanto de preservação, ou ainda possuam vertente com orientação sul, prejudicando a insolação. Grande parte do município, de acordo com o mapa de aptidões, está classificada como apta ao uso extensivo. Em muitos casos, o aumento da ocupação nas áreas aptas ao uso extensivo pode causar alguns conflitos relacionados às declividades e à insalubridade da vertente sul. 
C- - Define as áreas de conservação extensiva, ou seja, aquelas onde as condições naturais devem ser mantidas pelo fato de não apresentarem restrições à urbanização no que se refere às dificuldades que apresentam e à própria necessidade de sua conservação. Fazem parte destas regiões as áreas já urbanizadas que apresentam altas declividades, uma vez que a infra estrutura urbana já foi instalada; as áreas com média declividades com cana-de-açúcar ou café ou cultura temporária ou vertente sul e ainda as áreas de florestas que se localizam em baixas declividades, definindo parâmetros mais rígidos no caso de ocupações. As áreas de altas declividades agravam a insalubridade de locais que possuem vertente com orientação sul. De acordo com o mapa de aptidões para o município de Cidade Gaúcha, áreas de conservação extensiva são encontradas em maior quantidade ao longo dos rios Ivaí e Tapiracuí e, em menor quantidade ao longo do rio Itaóca e Ribeirão Talagoan. O aumento da ocupação nas áreas de conservação extensiva pode gerar conflitos com relação às declividades, insalubridade das vertentes sul e comprometimento da recuperação de áreas de verdes. 
C+ - Define áreas de conservação intensiva, onde as condições do meio natural devem ser conservadas pelas dificuldades impostas à urbanização. Fazem parte destas regiões todas as áreas próximas aos fundos de vale, respeitando as faixas de preservação junto aos cursos e corpos d’água, as áreas de florestas com declividades acima de 30% (exceto as já urbanizadas, consideradas aptas à conservação extensiva), devido às restrições da Lei 6766/1979 e relativas às dificuldades de implantação de infra estrutura urbana. Existem áreas de conservação intensiva ao longo de todos os cursos d’água, porém principalmente ao longo do Ribeirão Talagoan. A ocupação indiscriminada e sem parâmetros adequados das áreas de conservação intensiva tende a causar sérios conflitos com relação à preservação dos fundos de vale, das áreas de florestas e com declividades acima de 30%, pelo fato da necessidade de conservação das condições do meio natural e das dificuldades impostas à urbanização e implantação de infra-estrutura.
Diante destas condições, deve-se planejar uma ocupação urbana levando em consideração as características naturais, principalmente com relação a uma orientação favorável à insolação, evitando a incidência dos ventos dominantes.
ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS
4.1 ASPECTOS TERRITORIAIS
4.1.1 População e evolução da ocupação
	A população urbana de Cidade Gaúcha, segundo dados do IBGE (2000), é de aproximadamente 7681 habitantes, enquanto que a rural, é de aproximadamente 1.850 habitantes, totalizando 9.531 habitantes em todo o município.
	A Área Urbana do Município está dividida em quatro Setores. O Setor 01 abrange a área localizada ao sul do quadro urbano, delimitada pela Avenida Piratinin, pela Rua Vasconcelos Jardim e pela Avenida Antonio Tormena. O Setor 02 é definido pelo polígono definido pela Avenida Piratinin, pela Avenida Antonio Tormena, pela Rua Vasconcelos Jardim e pelo limite do Bosque do Leão. O Setor 03 é definido pela Avenida Piratinin, pela Avenida Comendador Gentil e pela Rua Vasconcelos Jardim, fazendo divisa com o Setor 01. E o Setor 04 é delimitado pelas Avenidas Piratinin e Comendador Gentil e pela Rua Vasconcelos Jardim, fazendo divisa com o Setor 02.
De acordo com o mapa de evolução da ocupação (mapa 13), é possível perceber que a primeira fase da ocupação da cidade, data de 1959, tendo ocorrido linearmente e basicamente ao longo da Av. Comendador Gentil, no trecho entre a Praça Hartwig Huth e a Igreja Matriz. A segunda fase da ocupação, data de 1979, ocorreu também ao longo da avenida principal, porém estendendo-se até as quadras paralelas à avenida principal. A terceira fase da ocupação, datada de 1996, ocorreu basicamente em toda a área central do quadro urbano, restando, para a ocupação atual, as áreas periféricas. De uma maneira geral a ocupação da população, ocorreu em uma área propícia, sob ponto de vista das questões ambientais, ou seja, com base em um relevo suavemente ondulado, baixas declividades, áreas não sujeitas a inundações. 
4.1.2 Uso e Ocupação do Solo
	
	O mapa de uso e ocupação do solo atual (mapa 14) foi feito de acordo com vistoria “in loco”, classificando os usos em residencial, comercial, equipamento e serviços públicos, cemitério, igrejas, banco, áreas verdes ou de proteção, além dos vazios urbanos.
	Para o planejamento da cidade, as informações contidas na carta de uso do solo permitem conhecer a situação atual, caracterizando-se em uma das fontes utilizadas para a criação de um zoneamento de uso do solo, bem como tendências de ocupação e parâmetros urbanísticos. Segundo PUPPI (1981) estes critérios têm como finalidade a regulamentação urbanística, assegurando o destino adequado a cada parcela do solo, a funcionalidade, a homogeneidade a regularização do tráfego, a organização e a salubridade ambiental.
	De acordo com o mapa, é possível observar que o uso predominante na cidade é o residencial, seguido do comercial e dos equipamentos e serviçospúblicos. Atualmente, as edificações ocupam cerca de 70% da superfície urbana, ou seja, a região não encontra-se saturada, sendo possível realizar um planejamento para a organização do espaço e ocupação de áreas próximas, visando uma expansão de acordo com as condições disponíveis.
As áreas de uso comercial concentram-se ao longo da Av. Comendador Gentil, próximo à região central, onde existe um fluxo maior de pessoas, ocasionado também pelos estabelecimentos de serviço ali disponíveis. Os estabelecimentos comerciais são constituídos em sua maioria por mercearias e armazéns, havendo ainda bares, mercado, farmácias, lojas, banco entre outros. Já nas áreas residenciais mais afastadas, predominam os bares, mercearias e armazéns, atendendo a algumas necessidades básicas dos moradores, e ocasionando o seu deslocamento quando ocorrem necessidades maiores. Nestas regiões os estabelecimentos comerciais são mais escassos e servem ainda como pontos de referência, identificando áreas distintas da cidade (mapa 14).
	Dentro do quadro urbano existem poucas edificações de uso industrial. Esta é uma das queixas mais constantes da população local, motivada pela questão do desemprego. Para a implantação de uma indústria, devem ser observados vários aspectos, principalmente os ambientais, critérios esses que variam principalmente de acordo com o porte e o tipo de atividade. Observa-se que dentro do quadro urbano não há indústrias de porte e grau de periculosidade ou incômodas que ocasionem problemas para a região, uma vez que as atividades econômicas de grande porte estão instaladas na área rural (mapa 09).
Segundo o mapa do uso do solo atual urbano (mapa 14), é possível perceber que as edificações para fins de serviço e equipamentos públicos estão próximas às áreas residenciais, constituídas principalmente por creches, escolas, postos de saúde, entre outros. Isto é um aspecto positivo, pois essas atividades visam atender à população local e devem ser implantados nos locais mais acessíveis das áreas residenciais, onde for verificada a demanda.
De acordo com o cadastro da Prefeitura Municipal, em 2004, existem 3.668 lotes ocupados e 1.000 lotes vagos.
	As atividades implantadas no município, de uma maneira geral, estão de acordo com a Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano vigente (mapa 16 e 17), que estabelece o uso predominantemente comercial e de serviços ao longo da Avenida Comendador Gentil e à medida que se afasta da referida avenida o uso passa a ser o residencial. Na extremidade sul da Área Urbana existe a zona industrial e a oeste do centro da cidade a zona de interesse social. 
A maioria das edificações não respeita os recuos mínimos, constantes na lei de uso e ocupação do solo, pois mais de 90% das obras do Município são construídas ilegalmente, ou seja, sem Alvará de Construção. 
	O zoneamento, em termos legislativos, é um instrumento do planejamento territorial, que deve ser aprovado pela Câmara de Vereadores Municipais. A importância do zoneamento também nas áreas rurais, pode ser evidenciada, como por exemplo, na determinação de áreas mais propícias para lavoura ou reflorestamento ou recreações ou outros usos. É o zoneamento que determina, através de um estudo detalhado, as formas de circulação, principais vias, terminais de transporte, locais com demanda para equipamentos sócias (creches, escolas, postos de saúde, praças, parques, entre outros). Através do instrumento do zoneamento, são determinados para cada zona, as taxas e os índices de ocupação, recuos e afastamentos das edificações em relação aos lotes ocupados, além dos tipos de vias em que determinadas atividades possam instalar-se.
4.1.2.1 Habitação
	Observando-se o mapa de tipologias habitacionais (mapa 15) as habitações populares estão localizadas principalmente nas áreas mais periféricas do quadro urbano próximas a Av. Piratinin. O mapa demonstra também áreas destinadas a outros conjuntos de casas populares. Esses imóveis não são do município e deverão ser desapropriados para implantação do programa de habitação popular. 
De acordo com dados do IPARDES (2000), no município não há registros de ocupações irregulares ou áreas de invasão. De acordo com a Prefeitura Municipal (2004) ocorre na cidade, a permanência de alguns trabalhadores volantes que vem à cidade no período de safra para trabalhar e acabam não voltando à sua cidade de origem. Esse número é da ordem de aproximadamente 30 trabalhadores por safra. Essas pessoas acabam instalando-se nas áreas mais carentes o que demanda aumentos nos serviços sociais.
Foto 02: Casas populares – Projeto Cohapar
 	Quanto aos Programas de Habitação no município, verifica-se a presença de uma Vila Rural. O Programa Vilas Rurais, criado em 1995, do Componente de Combate à Pobreza Rural, faz parte do Projeto Paraná 12 Meses, implementado com recursos do acordo de empréstimo firmado entre o Governo do Paraná e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), objetivando manter os trabalhadores rurais volantes (bóias-frias) e seus familiares no meio rural, oferecendo-lhes boas condições de vida, diminuindo assim o êxodo rural e conseqüentemente as áreas com baixas condições de habitabilidade nos grandes centros urbanos. Fazem parte da parceria, além das Prefeituras Municipais, a Cohapar, Secretaria de Agricultura, Copel, IAP, Sanepar, Emater, Codapar e secretarias da Criança, Saúde, Trabalho e Segurança, que juntos contribuem nas várias etapas de implantação das Vilas Rurais (FERREIRA, 1999).
 
Foto 03: Casa padrão da Vila Rural
 
Os projetos das Vilas Rurais são baseados em parcerias de empresas privadas ou instituição pública que viabilizem a geração de renda aos trabalhadores o ano todo. As atividades podem ser agrícolas ou não agrícolas, não necessariamente dependendo de horário fixo ou força física para sua execução, com metas definidas, e devem estar inseridas nos processos de mercado, qualidade e competitividade, de modo que cada membro da família envolvida possa agregar um salário mínimo mensal à renda familiar. 
Em termos sociais seus objetivos compreendem a geração de trabalho e renda, habitação, saneamento básico, segurança alimentar e agricultura familiar. A estratégia do programa consiste em: firmar contratos de sociedade ou parceria entre uma Vila Rural e uma empresa da iniciativa privada ou instituição pública; desenvolver ações de organizações dos vileiros facilitadoras do relacionamento com os parceiros; aproveitando a distribuição espacial das Vilas Rurais em relação ao anel de integração. (POUBEL, 2002).
É através dos Conselhos Municipais que as Vilas Rurais são articuladas e coordenadas para que cumpram seus objetivos. No Estado, estão implantadas 396 Vilas Rurais, beneficiando mais de 15.200 famílias (tabela 04). Cada Vila Rural possui, em média, 40 lotes, entretanto o número de unidades familiares (lotes) depende do tamanho da área adquirida. A primeira Vila Rural inaugurada foi a Nova Ucrânia, em Apucarana (www.pr.gov.br).
Tabela 04 – Vilas Rurais
	VILAS RURAIS
	PROGRAMA
	CONCLUÍDAS
	EM OBRAS
	TOTAIS
	VILAS RURAIS
	396
	9
	405
	FAMÍLIAS BENEFICIADAS
	15.275
	373
	15.648
Fonte: COHAPAR - 21/05/2002 - www.pr.gov.br
As unidades são financiadas por aproximadamente 25 anos, tendo 30 meses de carência. No período de carência os moradores pagam mensalmente taxas simbólicas e, após este período as prestações correspondem mais ou menos a 20% do salário mínimo mensal (FERREIRA, 1999).
As Vilas Rurais são preferencialmente implantadas em áreas férteis, junto aos distritos ou estradas vicinais buscando facilitar o acesso à escola, à saúde e ao consumo de bens e serviços, além de minimizar os custos com a infra-estrutura básica (água encanada, luz elétrica, telefone, sistema sanitário etc.) que cada Vila Rural dispõe. 
Cada família recebe em média uma área de aproximadamente 5.000 metros quadrados que são destinadas à construção de uma residênciaem alvenaria e ao plantio de alimentos para subsistência como: arroz, feijão, milho, batata, aipim, frutas e criação de pequenos animais: galinha, coelho e porcos. Em muitas destas áreas os moradores conseguem obter produções agrícolas que lhes permite vender o excedente da produção, possibilitando o aumento da renda familiar. Em muitos casos, as atividades agrícolas nas vilas são desempenhadas pelos familiares, permitindo ao trabalhador rural realizar outras atividades nas propriedades da região. 
As residências com 44,56m2, dispõem de água, energia elétrica e instalações sanitárias, tendo sido construídas pelo sistema de autogestão, ou seja, onde os vileiros se associam para comprar o material e contratar a mão-de-obra, possibilitando, dessa forma, economia na execução (www.diariodonoroeste.com.br).
De acordo com o Programa, para instalar-se na Vila Rural, o trabalhador deve ter experiência comprovada na agropecuária, além de ser trabalhador rural volante (bóia-fria), idade máxima de 55 anos, ser morador do município há 2 anos, não possuir imóvel próprio, exercer atividade remunerada em caráter temporário em áreas rurais, possuir renda familiar de até 3 salários mínimos por mês, ter filhos e estar morando em sub-habitação (www.pr.gov.br).
A maior Vila Rural do Estado do Paraná, denominada de Fiorênço Barea, com 210 lotes e ocupando uma área de 157 hectares, encontra-se no município de Cidade Gaúcha, tendo sido executada em três fases, conforme mostra o mapa 04 (EMATER, 2004). A primeira fase iniciou-se em 1998 com a construção de 73 unidades. Na segunda fase em 2000 foram construídas mais 68 unidades e na terceira fase, em 2001, concluíram-se a construção de mais 69 unidades (www.cidadesdobrasil.com.br). Em 2002 os moradores da Vila Rural de Cidade Gaúcha criaram uma cooperativa para prestar serviços a indústrias de vestuários da região, empregando somente mão de obra própria da Vila Rural. Com o apoio da Prefeitura Municipal, quanto a execução e com investimentos da Cohapar, foi construído um barracão com 300,00m2 para abrigar os trabalhadores e as máquinas de costura plana, overloque e trespontadeira (www.diariodonoroeste.com.br). 
 
Foto 04: Vista Vila Rural			 Foto 05:Barracão comunitário
	De acordo com dados da EMATER (2004) o número médio de pessoas por casa na Vila Rural é de 3,9 pessoas, o que acarreta uma população de 819 pessoas aproximadamente, com renda familiar média é de R$ 450,00 por mês. Os principais produtos cultivados são a mandioca, milho, feijão, fruticultura, além da criação de suínos e frangos. O atendimento de água tratada é feito através de rede própria, abastecida através de um poço, responsável por atender todas as famílias (SANEPAR, 2004). A rede de energia elétrica da Vila Rural está interligada com a Copel, atendendo todas as famílias (COPEL, 2004). Quanto a iluminação pública, de acordo com dados fornecidos pela EMATER (2004) somente as ruas da primeira e segunda fase são atendidas por esse serviço.
4.1.3 Densidade Demográfica
	Observando-se o mapa dos setores censitários é possível identificar a densidade da ocupação em diferentes regiões. Os perímetros das áreas para cálculo da densidade demográfica foram baseados nos perímetros dos setores censitários (IBGE, 2000).
	Na área urbana (mapa 18), podemos verificar que a densidade por setor varia de 16,20 habitantes por hectare a 36,95 habitantes por hectare. A densidade média da área urbana é de 20,17 habitantes por hectare.
De acordo com a análise do mapa dos setores censitários urbanos (mapa 18), observa-se que as menores densidades ocorrem no setor localizado mais ao norte do município, onde existem diversas quadras não ocupadas. Verifica-se que a cidade possui uma ocupação homogênea, com exceção dos setores 07 (localizado ao sudoeste do Município, junto à saída para a Rodovia PR082 – sentido Nova Olímpia) e 04 (localizado à sudeste do Município próximo do acesso a Vila Rural).
Na região leste do Município ocorrem (mapa 19) as menores densidades populacionais, Setor 13 e Setor 14, com respectivamente, 0,023 e 0,033 habitantes por hectare. Após análise do mapeamento dos dados censitários, verifica-se que toda a área rural do Município possui baixíssima densidade, confirmando a vocação do Município para atividades agrícolas.
De acordo com PUPPI (1981) o valor mínimo de 25 habitantes por hectare é recomendado devido as seguintes razões: Proporção de condições favoráveis à vida associativa e definição de característica urbana; Prevenção contra a dilatação do perímetro urbano sem necessidade aumentando a demanda por infra-estrutura e assim onerando a prefeitura com custos desnecessários. 
PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO
	De acordo com o IPARDES a projeção da população municipal para o ano de 2010 é de 10.413 habitantes e a população atual (2004) é de 10.074 habitantes. Em 2000, de acordo com Censo do IBGE a população municipal era de 9.531 habitantes, a população urbana era de 7681 habitantes e a população rural era de 1.850. Projetando-se a população proporcionalmente para as áreas urbanas e rurais, constatou-se os seguintes dados (tabela 05):
Tabela 05 – Projeção da população
	Ano base
	Pop_total
	Pop_urbana
	Pop_rural
	tx crescimento
	1991
	8472
	6522
	1950
	
	1996
	9171
	7720
	1451
	
	2000
	9531
	7681
	1850
	0,98800
	2004
	10074
	8118
	1956
	1,42500
	2010
	10413
	8391
	2022
	0,56100
Fonte: IBGE (1991,1996, 2000, 2004); IPARDES (2010)
CÁLCULO DA ÁREA DE EXPANSÃO URBANA
Cálculo 1 – a partir da densidade máxima de um setor
Densidade máxima atual = 36,95 hab/ha
População urbana prevista para o ano 2010 = 8391 habitantes
População urbana a mais em relação a 2004 = 273 habitantes
	Considerando a densidade máxima urbana atual em relação à projeção da população urbana para o ano 2010:
273 habitantes/36,95 habitantes por quadra = 8 quadras
	O cálculo foi feito baseado na densidade máxima dos setores censitários, considerando toda a área urbana. Se levarmos em consideração a paisagem urbana atual, haverá a necessidade de apenas 8 quadras para abrigar a população urbana em 2010, com isso não haverá a necessidade da expansão do perímetro urbano, tendo em vista atualmente existirem no Município 30 quadras vagas passíveis de ocupação, sem considerar os lotes vagos dentro de outras quadras urbanas.
Cálculo 2 – a partir da densidade média dos setores
Densidade média atual = 20,17 hab/ha
Número médio de moradores por hectare (hoje) = 20,17 habitantes
População urbana prevista para o ano 2010 = 8391 habitantes
População urbana a mais em relação a 2004 = 273 habitantes
	Considerando a densidade média urbana atual em relação à projeção da população para o ano 2010:
273 habitantes/20,17 habitantes por quadra = 14 quadras
	O cálculo foi feito baseado na densidade média dos setores censitários, considerando toda a área urbana. Ao ponderar a paisagem urbana atual, verificou-se a necessidade de apenas 14 quadras para abrigar a população em 2010, com base nestes cálculos também não haverá a necessidade da expansão do perímetro urbano, tendo em vista atualmente existirem no Município 30 quadras vagas passíveis de ocupação, sem considerar os lotes vagos dentro de outras quadras urbanas.
4.2 ASPECTOS SOCIAIS
	De acordo com dados do IPARDES (2000), o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Cidade Gaúcha é de 0,749. O índice no município está abaixo da média estadual (0,786) e da média brasileira (0,764), o que permite concluir que é baixa a condição de desenvolvimento do município.
O IDH-M é composto pelos dados da educação (alfabetização e taxa de freqüência escolar), longevidade e renda da população. Esse índice aponta o desempenho da melhoria das condições de vida da população. A Tabela 06, demonstra o IDH do município e seus componentes. 
Tabela 06 – Índice de Desenvolvimento Humano e Componentes
	Esperança de Vida aoNascer ( anos de vida)
	67,7
	Taxa de Alfabetização de Adultos (população alfabetizada de 15 anos e/ou mais dessa faixa etária)
	84,95
	Taxa Bruta de Freqüência Escolar (população que freqüenta a escola – entre 7 e 22 anos)
	87,41
	Renda Municipal Per Capita (todo tipo de renda expressa em R$)
	224,45
	Índice de Esperança de Vida
	0,712
	Índice de Educação
	0,858
	Índice de PIB
	0,676
	Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
	0,749
Fonte: Ipardes, 2000
	De acordo com dados da Secretaria de Trabalho de Curitiba, o índice de desemprego do município de Cidade Gaúcha é de 10,50%.
4.2.1 Equipamentos Sociais e Comunitários
Os equipamentos sociais e comunitários possuem dois portes, aqueles com área de abrangência local e aqueles com área de abrangência regional. Os Equipamentos Sociais e Comunitários com Área de Abrangência Local são aqueles cujas dimensões e/ou atividades e/ou características não extrapolam aos níveis do cotidiano com ligações direta funcional ou espacial com uso residencial e sua demanda de atendimento é apenas a comunidade do entorno em que estão localizados. É o caso das creches, escolas, postos de saúde, praças. Os Equipamentos Comunitários com Área de Abrangência Regional, como é o caso, por exemplo, dos cemitérios, parques, rodoviárias, hospitais, universidades, são aqueles que por suas dimensões e/ou atividades e/ou características implicam em maior concentração de pessoas ou veículos, níveis altos de ruído. A abrangência regional pode ir além dos limites da Região Administrativa, podendo, inclusive, englobar mais de uma cidade.
A localização dos equipamentos sociais e comunitários constitui-se num importante fator dentro da composição urbanística, uma vez que devem prestar atendimento a toda área definida pelo seu raio de abrangência. 
As informações a respeito dos equipamentos urbanos foram obtidas através de pesquisa de campo e dados fornecidos pela Prefeitura Municipal.
Os equipamentos sociais e comunitários estão representados em mapa. De acordo com a Divisão de Administração da Rede Física do Instituto de Desenvolvimento Educacional do Paraná a área de abrangência de equipamentos de abrangência local deve ser de 1,5 km (de raio). Tendo em vista a área do quadro urbano ser classificada de pequeno porte, onde todo seu perímetro está inserido dentro deste raio de 1,5 km, optou-se por analisar a abrangência dos equipamentos por setores.
4.2.1.1 Equipamentos Sociais e Comunitários – Escolas e Creches
De acordo com as informações da Prefeitura Municipal, atualmente dentro do quadro urbano existem seis Escolas, sendo três Escolas Municipais, uma Estadual, um Centro de Educação Infantil e um Ensino Supletivo (mapa 20). Ao todo, segundo dados do Departamento de Educação, são atendidas 2.804 crianças e jovens, destes atendimentos pode-se destacar 240 crianças atendidas na educação infantil, 1834 crianças atendidas no ensino fundamental, 403 crianças/jovens atendidos no ensino médio, 91 crianças e adolescentes atendidos no ensino especial e 236 crianças atendidas no contra turno escolar. Não existem escolas localizadas na Área Rural, porém existe o transporte escolar que transporta as crianças da Área Rural para as escolas da Área Urbana. 
O município possui, de acordo com dados do IBGE (2000), 1395 analfabetos, ou seja, 14,86% da população. A prefeitura vem tentando reduzir esse número implantando programas como Paraná Alfabetizando e Brasil Alfabetizando. Segundo a Prefeitura Municipal (2004) não existem crianças em idade escolar fora das escolas. Os analfabetos relacionados no censo são na grande maioria adultos.
Destes equipamentos pode-se verificar que as Escolas de Ensino Fundamental Municipal estão localizadas duas delas no Setor 01 e outra no Setor 04. O Setor 02, apesar de não possuir Escola Fundamental Municipal localizada dentro de seu perímetro, possui uma Escola de Ensino Fundamental Particular e está próxima do Colégio Estadual Marechal Costa e Silva, o qual está localizado na divisa do Setor 01 e 02. O Setor 04 é atendido pela Escola Fundamental Municipal Dom Bosco. O Setor 03 está desprovido de escolas de Ensino Fundamental, apesar de contar com Escolas de Ensino Infantil. 
De acordo com dados da Prefeitura Municipal, no município existia uma escola profissionalizante, mantida com recursos da Central do Dízimo de São Paulo, que hoje encontra-se desativada. Hoje, através de recursos do Ministério da Assistência Social são ministrados cursos temporários de crochê, bordado, culinária, entre outros, que auxiliam na geração de renda das famílias.
 
Foto 06: Escola Estadual Marechal Costa e Silva Foto 07: Pré- Escola Municipal Pequeno Príncipe 	 
O Município ainda dispõe de ensino superior através da UEM (Universidade Estadual de Maringá), o Campus do Arenito de Cidade Gaúcha foi criado 22/06/1988 e é composto de um Centro Experimental de Agronomia e Zootecnia. A UEM se faz presente atuando, ministrando palestras, seminários, cursos de curta duração e simultaneamente os Departamentos de Zootecnia, Agronomia e Geografia realizando suas pesquisas. O Campus está localizado na Área Rural do Município, na PR 182 (saída para Tapira) (mapa 09).
	De acordo com SANTOS (1988) as creches devem estar localizadas próximas as edificações residenciais, perto de praças e parques, em ruas classificadas como locais além de estarem protegidas de fontes de poluição. O Município dispõe de quatro creches municipais, distribuídas em toda Área Urbana (mapa 20), observa-se que as mesmas estão localizadas no Setor 02, Setor 03 e Setor 04, atendendo as áreas com densidades mais elevadas e com maior necessidade do equipamento, como é o caso das áreas habitacionais. O Setor 01 é o local onde existe necessidade de implantação de creche municipal, tendo em vista a inexistência deste equipamento e levando em consideração a grande quantidade de áreas habitacionais implantadas no setor. De acordo com o Departamento de Educação, as Creches atendem a demanda de crianças, abrangendo somente a Área Urbana do Município. A Área Rural (incluindo a Vila Rural) do Município não dispõem de unidades de Creches Municipais, não havendo atendimento disponível nesta área.
Foto 08: Creche 
Não há informações das porcentagens de crianças residentes dentro do perímetro urbano que não freqüentem a escola, porém existem dados de evasão escolar que para o ano de 2003 foi de 152 estudantes, com relação ao ano de 2004 (até o mês de setembro), foram verificados 46 casos de evasão escolar. 
Apesar de alguns setores estares desprovidos de Equipamentos de Educação dentro de seu perímetro, vale lembrar que o raio de abrangência considerado pela Secretaria Estadual de Educação, é de 1,5 km.
De acordo com questionário feito à população 28,95% da população sentem a necessidade de mais creches no Município, 5,26% verificou a necessidade de mais escolas, 2,63% verificou a necessidade de mais pré-escolas e 15,79% solicitou a implantação de escolas profissionalizantes.
4.2.1.2 Equipamentos Sociais e Comunitários – Saúde e Assistência Social
O Município dispõe de dois Hospitais, três Postos de Saúde, um Centro Social e de Convivência de Idosos (mapa 21). Cidade Gaúcha também dispõe de uma Associação de Recuperação de Alcoólatras. Os equipamentos de saúde estão distribuídos na Área Urbana, da seguinte forma: os Setores 01,02 e 03 dispõem cada um de um Posto de Saúde, no Setor 04 estão localizados os dois Hospitais, o Municipal e o Osvaldo Cruz. Observando a espacialização dos dados pesquisados podemos verificar que todos os Setores são atendidos por Equipamento de Saúde, devendo-se apenas ser observado as especialidades disponíveis em cada um deles. Os Equipamentos de Saúde disponíveis no Município atendem a demanda municipal, disponibilizando a população, além dos serviços disponíveis nos postos de saúde, a Farmácia Básica, Vigilância Sanitária, Psicologia, Odontologia, Programa Saúdeda Família. O Município dispõe também de três laboratórios, sendo um deles localizado junto ao Posto de Saúde e os outros dois junto aos hospitais. Os dois hospitais dispõem, também, de maternidade, de pronto socorro.
O Departamento de Saúde realiza o agendamento de especialidades não disponíveis no Município em cidades como: Umuarama, Cianorte e Maringá. Pacientes que se encontram em tratamento são transportados pela Prefeitura até o local de atendimento.
De acordo com questionário feito à população 13,16% da população solicitou a implantação de postos de saúde.
4.2.1.3 Equipamento Social e Comunitário – Cultura, Esporte e Lazer
	O Município de Cidade Gaúcha é atendido por diversos Equipamentos de Cultura, dentre eles podemos citar: a Casa Comunitária, a Rádio Comunitária de Cidade Gaúcha, Casa da Cultura (mapa 22). Na Casa da Cultura funciona um pequeno museu, a biblioteca pública e é o local onde são ministrados cursos de pintura, corte e costura e artesanato. A Rádio é comunitária e conta com a contribuição de diversos voluntários para o seu funcionamento.
Foto 10: Vista da Rádio Comunitária e da Associação de Recuperação de Alcoólatras
	
Quanto aos equipamentos de esporte e lazer o Município conta com: Ginásio de Esportes Municipal, campo de futebol da vila, play ground municipal, Clube Recreativo 25 de Julho, Estádio Municipal Ruberval Ebling, Praça João XXIII, Associação Atlética do Banco do Brasil, Horto Municipal, Bosque do Leão, Lions Clube, Gaúcha Country Club, Associação dos Funcionários Municipais de Cidade Gaúcha, Clube de Lazer dos Funcionários da Justiça. Ainda podemos relacionar três outros equipamentos localizados fora do quadro urbano: a Adeciga (Associação dos Funcionários da Usina de Cidade Gaúcha), o CTG e um Pesque-pague (mapa 23).
 
Foto 11: Horto Municipal Foto 12: Centro de Apoio ao Trabalhador 						 Rural Volante
Foto 13: Vista Estádio Municipal
	De acordo com questionário feito à população 2,63% da população solicitou a implantação de Biblioteca Pública (localizada junto do Centro Cultural). O município já dispõe desse equipamento. O que pode ter sido solicitado é o aumento do acervo dessa biblioteca. Nesta mesma pesquisa 31,58% das pessoas entrevistadas relataram que reside a menos de 800 metros de equipamentos como praça, parque ou ao centro de convivência para idosos.
4.2.1.4 Equipamento Social e Comunitário – Igreja
Existem no Município as seguintes igrejas e templos: Igreja Evangélica Luterana do Brasil, Igreja Católica, Igreja Doutrina dos Apóstolos, Igreja Pentecostal, Igreja Testemunha de Jeová, Assembléia de Deus, Igreja Adventista, Congregação Cristã do Brasil, Igreja Evangélica Luterana no Brasil, Igreja Unissista, Igreja Batista e a Igreja Só Senhor é Deus (mapa 24).
	
	Foto 14: Vista da Igreja Matriz
4.2.1.5 Equipamentos de Serviços
	Cidade Gaúcha dispõe de diversos equipamentos de serviços como: Correios, escritório da Telepar, escritório da Sanepar, escritório da Copel, Delegacia de Polícia, Conselho Tutelar, Ciretram, Fórum, Cartório Distribuidor, Cartório Civil, Tabelionato/Cartório de Protesto, Cartório de Registro de Imóveis, Cartório de Registro Civil de Títulos e Documentos. Conta ainda com dois hotéis, a Associação Comercial e Industrial de Cidade Gaúcha, Sindicato do Trabalhadores Rurais, Sindicato Patronal, escritório da Federação da Agricultura do Estado do Paraná, o Centro de Trabalhadores Rurais e Volantes de Cidade Gaúcha e a escritório da Emater. Ainda relacionados como equipamentos de serviços pode-se citar O Departamento de Obras, de Agricultura, de Educação, o Cemitério, a Rodoviária e o Matadouro Municipal, que se encontra dentro do perímetro urbano, a menos de 1000 metros de núcleos habitacionais, ou seja, em desacordo com o Código de Posturas Municipal (Lei nº 1373/1998 e alterações) (mapa 25).
 
Foto 15: Delegacia de Polícia Foto 16: Vista do Matadouro Municipal
	Quanto à localização do Cemitério Municipal, observa-se que este se encontra dentro do quadro urbano, em uma área de densidade baixa, média altitude e dentro da bacia de abastecimento municipal. De acordo com PUPPI, um cemitério deve localizar-se em terreno alto, bem drenado e fora das bacias de abastecimento. Sabe-se que as águas pluviais são coletadas por canaletas que são levadas a uma caixa de contenção em uma propriedade rural vizinha. Deve-se fazer uma análise da água que sai do cemitério municipal para verificar se a mesma não está contaminando o lençol freático. Com relação à ocupação do cemitério, não existem dados disponíveis. Existe Serviço funerário disponível no Município.
Foto 17: Cemitério Municipal
	De acordo com pesquisa 7,89% da população solicitam a implantação de uma capela mortuária municipal, pois não existe nenhuma no Município.
	A rodoviária está localizada na esquina das Ruas Fredolino Stapenhorst e Mário Ribeiro Borges, o edifício é de propriedade do Município de Cidade Gaúcha e suas instalações encontram-se em má conservação, necessitando de reformas e manutenção.
A Câmara Municipal está localizada no segundo pavimento, no mesmo prédio da Rodoviária e suas instalações estão nas mesmas condições de conservação da mesma.
4.2.2 Infra-Estrutura e Serviços Urbanos
Quanto à rede do sistema de abastecimento d’água, verificou-se que a toda a área habitada do Município possui acesso ao abastecimento de água.
A área urbana é totalmente atendida pela coleta de resíduos sólidos, a iluminação pública é bem distribuída por toda a área urbana, além de grande parte da cidade ser atendida por rede de tratamento de esgoto e rede de drenagem urbana.
	Observa-se no quadro urbano, regiões de densidade muito baixa. Para um planejamento urbano eficiente, segundo PUPPI (1981), a urbanização de áreas remotas e pouco ocupadas geram gastos excessivos com a extensão da infra-estrutura urbana (rede viária, saneamento, iluminação pública entre outros).
Assim, para a determinação da necessidade de áreas de expansão, deverão ser utilizadas primeiramente as regiões com baixas densidades já existentes, buscando uma ocupação mais homogênea e a otimização da infra-estrutura urbana.
4.2.2.1 Circulação
Sistema Viário
 	A PR-082 que corta o Município constitui-se em um importante eixo de ligação entre vários municípios, gerando conflitos entre o tráfego pesado e a tráfego urbano.
Foto 18: Vista PR-082
Observa-se que, quanto à acessibilidade, atualmente a grande maioria das localidades (mapa 26) estão sendo atendidas. As deficiências estão relacionadas à qualidade das vias e sua manutenção, nas áreas rurais, onde há grande circulação de veículos canavieiros (mapa 27). A maioria das estradas rurais de leito natural está em bom estado de conservação, permitindo o tráfego a qualquer época do ano, sendo que cerca de 20 Km ainda necessitam de readequação e cascalhamento (EMATER, 2004). Outra deficiência detectada é a falta de sinalização urbana, que indiquem os principais pontos do Município, bem como os principais acessos.
Muitas vias urbanas não possuem passeios, porém grande parte das mesmas possui arborização pública. De acordo com entrevistas feitas com a população, aproximadamente 40% da população solicitaram a construção de passeios, porém de acordo com o Código de Obras Municipal, a execução da calçada é de responsabilidade do proprietário. 
Quanto ao planejamento das vias, verificamos a hierarquização das vias de acordo com a Lei atual que classifica o sistema viário (mapa 27). De acordo com a classificação do Sistema Viário, na área urbana do município existem vias principais, vias arteriais, vias coletoras e vias locais. 
Conforme classificação de hierarquia do sistema viário, as vias públicas estão divididas em: vias arteriais (com caixa da rua entre 25,00 e 30,00 metros), vias coletoras (com caixa da rua entre

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