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Crimes contra a liberdade pessoal[1874]

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DISCIPLINA: Direito Penal III (turmas: 2005, 3001, 3003) 
PROFESSORA: Luciana Correa (email: lucianacsouza.adv@gmail.com) 
 
 
CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL – 
PARTE I 
Constrangimento ilegal – Art. 146 
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver 
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, 
ou a fazer o que ela não manda: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
1. Aspectos Introdutórios 
Trata-se de crime subsidiário, já que é utilizado como elementar, qualificadora ou meio de 
execução para crimes mais graves. 
2. Sujeitos do crime: Crime comum 
OBS: Não se exige qualidade específica do sujeito ativo (crime comum). Se, no entanto, for 
funcionário público, no exercício da sua função, havendo o constrangimento ilegal, estaremos 
diante do delito previsto no art. 350 do CP ou de abuso de autoridade (Lei 4.898/65). 
3. Tipo objetivo 
Núcleo do tipo: O verbo nuclear é constranger 
O delito possui três meios de execução: violência, grave ameaça e outros meios capazes de reduzir 
a resistência da vítima. 
4. Elemento subjetivo: Dolo 
É o dolo, consistente na vontade consciente de coagir a vítima, visando obrigá-la a fazer o que a 
lei proíbe ou deixar de fazer o que a lei não manda, sendo irrelevante o motivo que animou o 
crime. 
Não há forma culposa. 
E se a vítima é constrangida a praticar crime? 
E se o constrangimento exercido é para satisfazer uma pretensão legítima? Responde pelo 
exercício arbitrário das próprias razões (art. 345 do Código Penal) 
5. Consumação e tentativa 
Consumação: Consuma-se o crime no momento em que a vítima, constrangida, faz ou deixa de 
fazer algo (ainda que parcialmente) contrário à sua vontade, obedecendo, assim, o que imposto 
pelo agente. 
Tentativa: Admite-se a modalidade tentada (crime plurissubsistente). Ex: A vítima que, compelida 
violentamente a fazer algo, não cede à vontade do agente. 
6. Majorante de pena e o cúmulo material 
Aumento de pena 
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se 
reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.  
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.  Prevalece o 
entendimento que há concurso material de crimes (Art. 69, CP). OBS: Greco: Embora a regra a 
ser aplicada, conforme a determinação legal, seja a do cúmulo material, tecnicamente, estaremos 
diante do chamado concurso formal impróprio ou imperfeito, previsto na segunda parte do art. 70 
do Código Penal. 
7. Exclusão do crime 
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: 
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante 
legal, se justificada por iminente perigo de vida; 
II - a coação exercida para impedir suicídio. 
Discute-se na doutrina sobre a natureza jurídica da norma permissiva em comento: 
a) Para Bitencourt e Damásio de Jesus trata-se de causa excludente da tipicidade; 
b) para a segunda, e majoritária, defendida por Hungria, Mirabete, o parágrafo tem a natureza de 
causa especial de exclusão da ilicitude. 
 Independentemente da discussão, o agente pratica o constrangimento, sem, todavia, cometer 
crime. 
8. Ação penal  Ação penal pública incondicionada. 
Ameaça – 
Art.147 
 
 
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, 
de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. 
 
 
1. Aspectos introdutórios 
A ameaça é a manifestação idônea da intenção de causar a alguém qualquer mal injusto e grave 
(não necessariamente um crime). 
2. Sujeitos do crime 
Ativo: qualquer pessoa 
Passivo: apenas a pessoa física, certa e determinada, capaz, de fato, de entender o mal 
prometido. Desse modo é condição obrigatória que o sujeito passivo apresente condições de 
tomar consciência do mal, excluídos, portanto, os menores, os loucos, os ébrios (a não ser que 
a ameaça se reflita sobre outras pessoas, capazes de adverti-los), as pessoas jurídicas (a não 
ser que recaia sobre os componentes) e as pessoas indeterminadas (a lei diz: ameaçar alguém). 
OBS: Se o crime, entretanto, for praticado por funcionário público, no exercício de suas funções, 
poderá ser aplicado o art. 3º da Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, que define os crimes de 
abuso de autoridade. 
3. Tipo objetivo 
Núcleo do tipo: O verbo contido no tipo ameaçar significa intimidar, anunciar um mal injusto e 
grave 
De forma livre: a ameaça pode ser: 1) explícita: clara e induvidosa; 2) implícita: de forma velada; 
3) direta: o mal prometido atinge a própria vítima da ameaça; 4) indireta: o mal prometido será 
causado em terceira pessoa; 5) incondicional: não depende, para efetivar-se, de acontecimento 
futuro; 6) condicional: depende, para efetivar-se, de um acontecimento futuro. 
OBS: O mal deve ser injusto e grave, não será injusto o exercício de um direito. Ex: pedido de 
instauração de inquérito policial 
4. Tipo subjetivo: Dolo. Não há modalidade culposa. 
Elemento subjetivo: É o dolo, caracterizado pela vontade consciente do agente de amedrontar a 
vítima, manifestando idônea intenção maléfica. 
ATENÇÃO: Não se exige que exista no espírito do sujeito ativo a intenção de 
cumprir o mal anunciado. OBS: O animus jocandi exclui o dolo. 
5. Consumação e tentativa 
Consumação: Por ser delito formal, consuma-se no momento em que a vítima toma conhecimento 
do mal prometido, independentemente da real intimidação, bastando capacidade para tanto 
Tentativa: É doutrinariamente admitida, exemplo tentativa de ameaça realizada na forma escrita 
(carta ameaçadora interceptada). Entretanto, para Hungria, nesse exemplo seria mero ato 
preparatório para o crime, sendo, portanto, um indiferente penal. 
Greco: Pode-se visualizar a hipótese em que a vítima ameaçada seja um adolescente com 16 anos 
de idade. A ameaça, embora não tendo chegado ao seu conhecimento, foi descoberta por seu 
representante legal, no caso, o seu próprio pai, que, querendo a punição do agente, confecciona 
sua representação, permitindo o início da persecutio criminis in judicio. 
6. Ação penal  Depende de representação da vítima ou seu representante legal (ação penal pública 
condicionada). 
Sequestro e cárcere privado – Art.148 
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: 
(Vide Lei nº 10.446, de 2002) Pena - reclusão, de um a três anos. 
1. Aspectos Introdutórios 
Sequestro e cárcere privado são formas de privar alguém da sua liberdade de locomoção, isto é, 
do livre arbítrio, da livre escolha que cada pessoa faz sobre o local em que deseja ficar ou o 
momento de locomover-se para outro diverso daquele em que se acha. Desse modo, o bem 
jurídico tutelado é a liberdade de ir, vir e ficar (liberdade pessoal de movimento) 
Sequestro x cárcere privado: Majoritariamente, entende-se que sequestro e cárcere privado 
significam a mesma coisa. De acordo com o Greco: quando se cuida de sequestro, existe maior 
liberdade ambulatorial; ao contrário, quando a liberdade ambulatorial é menor, ou seja, o espaço 
para que a vítima possa se locomover é pequeno, reduzido, trata-se de cárcere privado. 
2. Sujeitos do crime: Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo ou passivo (crime comum). 
ATENÇÃO  Forma qualificada: O § 1 °, nos incisos I e IV, traz qualificadora para os casos em 
que a vítima é descendente, ascendente, cônjuge ou companheiro do agente, maior de sessenta ou 
menor de dezoito anos. 
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: 
I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 
(sessenta)anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) 
IV - se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 
2005) 
OBS: Sendo o crime for praticado por funcionário público no exercício de suas funções, aplica-se a 
alínea a do art. 3º da Lei nº 4.898/1965 (abuso de autoridade)  Princípio da especialidade 
OBS: É bem disponível (liberdade de locomoção), o consentimento da vítima exclui o crime, 
desde que consciente e válido (se, durante a privação consentida, o ofendido, mudando de ideia, 
dissentir, deve ser colocado imediatamente em liberdade, sob pena de se configurar o delito em 
tela). 
3. Tipo objetivo: 
Por ser crime de execução livre, a privação da liberdade pode ser antecedida de violência, grave 
ameaça ou mesmo fraude (induzir a vítima em erro). Pode ser praticado por: 
• Ação  afastar a vítima do lugar em que vive para outro  detenção 
• Omissão  médico que não concede alta para paciente já curado  retenção 
4. Tipo subjetivo: Dolo (Direto ou Eventual). Não há modalidade culposa. 
5. Consumação/tentativa 
O crime do artigo 148 é de natureza permanente, portanto, somente com a devolução da 
liberdade da vítima cessa a sua perpetração. 
E quanto ao tempo de duração? Temos duas correntes: a) a primeira ensina ser irrelevante o 
tempo de privação, configurando-se o delito a partir do momento em que a vítima teve subtraído 
seu direito de locomoção, pouco importando se por tempo mais ou menos longo; b ) a segunda 
exige que o tempo seja juridicamente relevante, sendo a privação momentânea mera tentativa (ou 
um constrangimento ilegal - art. 146 do CP) . 
Por ser delito plurissubsistente, admite-se a tentativa quando praticado por ação. 
6. Formas qualificadas 
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: 
I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 
(sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) 
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; 
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. 
IV - se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005) 
V - se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005) 
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, 
grave sofrimento físico ou moral: Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
7. Ação penal 
Em todas as suas modalidades – simples ou qualificadas –, a ação penal no crime de sequestro e 
cárcere privado é de iniciativa pública incondicionada. 
8. Sequestro e roubo com pena especialmente agravada pela restrição da liberdade da vítima 
Se durante a prática de um crime de roubo a vítima for privada de sua liberdade por um período 
relativamente curto, teremos tão somente o crime de roubo com a pena especialmente aumentada 
em razão da aplicação do inc. V do § 2º do art. 157 do Código Penal. 
No entanto, se for por um período longo de privação de liberdade, de acordo com o Greco 
teremos hipótese de concurso material entre o delito de roubo e o de sequestro ou cárcere privado, 
afastando-se, nesse caso, a causa especial de aumento de pena prevista no inc. V do § 2º do art. 
157 do Código Penal, pois, caso contrário, estaríamos aplicando o tão repudiado bis in idem. 
	Ameaça – Art.147
	1. Aspectos introdutórios
	2. Sujeitos do crime
	3. Tipo objetivo
	5. Consumação e tentativa
	Sequestro e cárcere privado – Art.148
	1. Aspectos Introdutórios
	3. Tipo objetivo:
	5. Consumação/tentativa
	6. Formas qualificadas
	7. Ação penal
	8. Sequestro e roubo com pena especialmente agravada pela restrição da liberdade da vítima

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