Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo. Biotecnologia Industrial vol 2, Capítulo 6, cinética de Processos Fermentativos. Andre L. Freitas, José P. de Castro Junior, Jonas C. da Silva, e Luís E. de Oliveira Teixeira. e Millena Freitas O estudo da cinética de processos fermentativos tem base na análise de evolução dos valores de um ou mais componentes do sistema, como biomassa, microorganismo, produtos do metabolismo, metabólitos, substratos, em função do tempo. A partir da cinética é possível comparar quantitativamente as diferentes condições de parâmetros para a transformação, alterando valores de pH, e temperatura, por exemplo, podendo classificá-los e escolher o melhor método de acordo com o objetivo a ser alcançado, sendo os métodos mais comumente utilizados para medir a concentração celular a turbidimetria e espectrometria. O agente ativo promove a transformação por atividade de enzimas produzidas, apesar da fácil compreensão desse mecanismo, é difícil identificar quais medidas são realmente representativas na transformação, por conta de sistemas homogêneos, culturas mistas, sólidos em suspensão, processos biológicos de tratamento de resíduos e outros interferentes que afetam na medida adequada de biomassa. Dentre os parâmetros de transformação, temos as velocidades instantâneas de crescimento, que são definidas ora pelo consumo de substrato por um certo período de tempo ora pela produção de produto durante um certo intervalo de tempo, essas definições podem ser traduzidas pelos valores das inclinações das tangentes às respectivas curvas, são também conhecidas como velocidades volumétricas de transformação. Além disso, existe uma definição especial dessas velocidades quando relacionadas aos processos fermentativos, sendo a primeira definição de produtividade de biomassa, a qual avalia o crescimento microbiano durante o tempo total da fermentação, seguindo o mesmo raciocínio, existe a produtividade do produto, a qual averigua a quantidade de produto formado durante o tempo de fermentação. Em relação ao processo descontínuo, a concentração microbiológica aumenta de acordo com a concentração do complexo enzimático, isso influencia diretamente na velocidade da transformação do substrato em produto, portanto, é necessário avaliar a velocidade da reação de acordo com a biomassa existente no momento, essa categoria é nomeada como velocidade específica de transformação, esse termo depende de fatores de conversão, como relação biomassa/produto, biomassa/substrato e produto/substrato. Entretanto, vale lembrar que nem sempre o substrato esgota completamente quando a biomassa apresenta o crescimento máximo, devido aos produtos gerados pelo metabolismo secundário que inibem a proliferação celular e que dificulta a atividade enzimática. Em relação a fermentação industrial, esses fatores de conversão não são constantes, pois dependem de diversas condições intrínsecas ao microrganismo utilizado, como a interação a um determinado substrato, aos componentes do meio e as condições do meio, como agitação e oxigenação, assim como, é válido mencionar que a energia necessária para célula não está totalmente voltada apenas para o crescimento celular, como também está relacionada a manutenção das funções vitais do microrganismo. Portanto, algumas conclusões feitas em relação a um determinado cultivo dependem de vários dados experimentais do sistema. Pelas definições de velocidade apresentadas, é evidente que as velocidades necessitam de curvas a partir de pontos experimentais, podendo ser realizados manualmente. Para exemplificar o cálculo utiliza-se equações de velocidades, podendo determinar as formas das diversas funções da cinética enzimática. A fase lag acontece logo após a inoculação dos microrganismos. Não ocorre divisão celular, pois os mesmos estão na fase de adaptação do meio. A fase de transição é quando começam a se reproduzir e o tempo depende de cada microrganismo. A terceira fase é a logarítmica, onde a velocidade específica de divisão celular é constante e máxima. Na fase linear a velocidade é constante, mas a velocidade específica não é constante devido a presença de certos interferentes como limitação de nutrientes. Quando ocorre o esgotamento de componentes do meio disponíveis para as células crescerem, a taxa de divisão celular é diminui devido ao acúmulo de metabólitos inibidores e ambas as velocidades diminuem. Na sexta fase, a estacionária, ocorre o balanço entre a velocidade de crescimento e a velocidade de morte celular. Assim, ocorre o declínio ou lise, pois a taxa de reprodução celular é menor que a taxa de morte. Seguindo os comportamentos relativos das funções μ =μ (t), é possível se ter uma base para uma importante classificação dos processos fermentativos. No primeiro caso, nota-se uma configuração que representa o caso em que o produto formado (o metabólito primário) está diretamente ligado às reações do catabolismo ou decomposição do substrato (os açúcares). Já no segundo caso, a formação do produto está parcialmente associada ao crescimento; sua formação não está diretamente ligada ao caminho metabólico produtor de energia. Enquanto que no terceiro caso está relacionada às fermentações complexas, nesse grupo não há uma associação clara entre as referidas velocidades que permita estabelecer alguma relação cinética definida e o produto formado é denominado como metabólito secundário. Contudo, se tem outra classificação, baseada nas associações entre formação do produto com microrganismos em reprodução ou não que três grupos característicos de processos em que a formação de produto está associada: (1) apenas à atividade de células em reprodução; (2) à atividade de todas as células, em reprodução ou não; (3) apenas à atividade das células que não se reproduzem. A equação de MONOD explica a relação da concentração S de substrato limitante no meio, com a velocidade específica μS de reprodução do microorganismo. μ = μm . S μm = máxima velocidade específica de crescimento/ reprodução Ks + S Ks = Cte de saturação. Corresponde a [S] na qual μm /2 . A expressão de MONOD é formalmente igual à equação de Michaeli-Menten. No início do cultivo onde S é alto, o microrganismo apresenta uma velocidade específica próximo à máxima. Quanto menor for Ks mais amplo será o “patamar” mais horizontal da curva que se encontrará mais próximo do valor de μm e implica também numa maior duração da fase exponencial. A equação de MONOD não leva em consideração a inibição do substrato ou mesmo do produto, existem outras equações propostas que também desconsideram a inibição. Porém a inibição é algo comum, principalmente no cultivo descontínuo. A preocupação é que o substrato venha a inibir a reação. Com o objetivo de explicar a redução da velocidade específica do crescimento provocada por altos valores do [S], foi proposta uma modificação da expressão de MONOD. μX = μm. S . KI,S . KI,s É a constante de inibição pelo substrato Ks + S KI,S + S Se KI,S >> S, então S/ KI,S≈0, ou seja, considerando um valor relativamente alto da KI,S requer igualmente valores altos de S para que o efeito inibidor apareça. Inversamente, valores muito baixos representam um substrato muito inibidor perante uma dada espécie de microrganismo. Um equacionamento foi realizado para inibição por produto. μX = μm. S . K1,p . Ks + S K1,p + P Palavras chaves: fermentação, MONOD, células, atividade celular,
Compartilhar