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Plano de Aula: LEI n. 9455/1997. LEI DE TORTURA DIREITO PENAL IV - CCJ0034 Título LEI n. 9455/1997. LEI DE TORTURA Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 10 Tema Lei de Tortura, Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanas ou degradantes, adotada pela Assembléia Geral das Nações Unidas Objetivos O aluno deverá ser capaz de: Conhecer o plano de aula. Identificar as figuras típicas de tortura e sua necessária interpretação constitucional. Diferenciar o delito de tortura de outras figuras típicas previstas no Código Penal e na Legislação Penal Especial. Estrutura do Conteúdo Antes da aula, não esqueça de ler: Os artigos 1º a 4º, todos da Lei n. 9455/1997. Parte I, art. 1º da Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (1984) Estrutura de Conteúdo A Lei n. 9455/97. 1.Bem jurídico-penal tutelado - art. 5°, III e XLIX, XLIII da Constituição da República de 1988. 2. A Lei n. 9455/1997 e o art. 4°, da Convenção das Nações Unidas contra a Tortura. 3. Conceito de Tortura: alcance da expressão sofrimento físico e mental. 4. A incidência dos institutos repressores previstos na Lei n. 8072/1990. 5. Figuras típicas: controle de constitucionalidade 5.1. Figura Equiparada - art. 1°, §1°. 5.2. A responsabilidade do omitente prevista no art. 1°, §2° - confronto com os art.13, §2º e 29, ambos do Código Penal. 6. Confronto com as figuras típicas da Lei n. 4898/1965 - Lei de Abuso de Autoridade. 7. Confronto entre a figura típica prevista no art. 1°, II, da Lei n. 9455/1997 e o art. 136, do Código Penal. 8. A figura qualificada e o confronto com a figura prevista no art. 121, §2°, III, do Código Penal. 9. Consectários Penais e Processuais. 9.1. Alterações legislativas e o Direito Intertemporal. 9.2. Causas de aumento de pena. 9.3.Questões controvertidas: direito material e processual - entendimento dos Tribunais Superiores. UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS. Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. A lei de tortura, ainda que tenha por fonte normativa a definição constante no art.1º, da Convenção da ONU de 1984, em muitos aspectos desvencilhou-se desta para fins de tipificação das condutas de tortura. Antes do advento da lei de tortura, a mesma só era tipificada expressamente pelo Estatuto da Criança e Adolescente (lei n.8069/1990, art.233). A lei n.9455/1997, por questões de política criminal, não restringiu a tipificação da prática da tortura a qualquer condição pessoal do agente, sendo, portanto, um delito comum e tem por objetivo imediato a proteção da dignidade humana. Crime equiparado a hediondo e, portanto, sujeito aos institutos repressores da lei n.8072/1990 apresenta como figuras típicas: tortura prova, tortura meio e tortura discriminatória, estas com especial fim de agir ou motivação. As demais figuras, previstas no art.1º, II e §1º do art.1º, aplicam-se aos agentes que exercem sobre as vítimas sob sua guarda, poder ou autoridade. Cabe salientar que a conduta prevista no §2º do art.1º, não é equiparada a delito hediondo e configura-se como delito omissivo próprio. Por fim, insta salientar a existência da figura qualificada pela lesão corporal de natureza grave ou gravíssima ou morte, prevista no §3º, do art.1º e as causas de aumento previstas no §4º, do mesmo artigo. Indicação Bibliográfica. CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 10.ed São Paulo: Saraiva.v.4,2015 Capítulo. ISBN: 9788502620506. Ainda, indica-se a leitura das seguintes decisões proferidas pelos Tribunais Superiores e Estaduais: - Sobre a caracterização do dolo do delito de tortura. TJRJ, Apelação n.0046722-46.2012.8.19.0203, Quarta Câmara Criminal, Rel. Des. Gizelda Leitão Teixeira, julgado em 23.06.2015. - Sobre a distinção entre os delitos de tortura e maus-tratos. TJRJ, Apelação n 0198664-18.2013.8.19.0001, Terceira Câmara Criminal, Rel. Des. Paulo Rangel, julgado em 23.06.2015. - Sobre o regime inicial de cumprimento de pena no delito de tortura. STF, Informativo de Jurisprudência n.789; HC 123316/SE, rel. Min. Marco Aurélio, 9.6.2015. STJ, Informativo de Jurisprudência n.540; HC 286.925-RR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 13.5.2014. TJDF, Recurso de Agravo n. 20150020099422, Primeira Turma Criminal, Rel. Romão C. Oliveira, julgado em 09.07.2015. - Sobre os efeitos automáticos da condenação pelo delito de tortura. STJ, Informativo de Jurisprudência n.549; REsp 1.044.866-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 2.10.2014. Aplicação Prática Teórica APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA CASO CONCRETO No que concerne às condutas previstas na lei n.9455/1997 e seu confronto com condutas previstas no Código Penal, analise as seguintes situações hipotéticas e responda, de forma objetiva e fundamentada, se a tipificação apresentada está correta: Situação 1: Agente que submete seu filho, de 2 anos de idade, por diversas vezes a queimaduras com o fim de causar intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal, pois ficava incomodado com o choro do bebê pratica a conduta de maus tratos prevista no art.136, do Código Penal. Situação 2: Delegado de Polícia ao perceber que na sala ao lado, agente policial lotado em sua Delegacia, submete indivíduo preso em flagrante a sofrimento físico mediante violência, como forma de aplicar-lhe castigo pessoal e nada faz para impedir tal conduta será responsabilizado como partícipe da conduta de tortura perpetrada pelo policial. Situação 3: Um agente que se encontra detido em uma delegacia da polícia civil por ter ameaçado a vida de um terceiro lá apresentou comportamento violento e incontido: agrediu outros detentos e dirigiu ofensas contra os policiais. Após ter sido separado de outros detentos e algemado provocou, ofendeu e cuspiu no rosto do policial que o algemou. O policial, ato contínuo, adentrou a cela e lhe desferiu vários golpes de cassetete, causando graves lesões, cessando sua conduta somente após a intervenção de outro policial. Neste caso a conduta do policial configura o delito de lesões corporais graves. . QUESTÃO OBJETIVA Assinale a opção correta, à luz do disposto nas leis que definem os crimes de tortura. a. Considere que um policial civil, após infligir sofrimento mental mediante privação do sono, exija que o acusado de roubo reconheça determinado homem como sendo seu comp arsa. Nessa situação, o referido policial não cometeu o delito de tortura, mas de constrangimento ilegal em concurso material com cárcere privado. b. Por se tratar de crime próprio, o crime de tortura é caracterizado pelo fato de o agente que o pratica ser funcionário público. c. Aquele que se omite em face de conduta tipificada como crime de tortura, quando tinha o dever de evitá-la ou apurá-la, será punido com as mesmas penas do autor do crime de tortura. d. Os bens jurídicos protegidos pela tortura discriminatória são a dignidade da pessoa humana, a igualdade e a liberdade de crença. e. O crime de tortura é cometido por quem constrange outrem, por meio de violência física, com o fim de obter informação ou confissão da vítima ou de terceira pessoa, desde que do empre go da violência resulte lesão corporal.
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