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Apostila Aulas Práticas BVE212-2016 (Autoras: Professoras do Departamento)

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CADERNO DE AULAS PRÁTICAS
2016
BVE 212 - ANATOMIA E BIOLOGIA DAS PLANTAS VASCULARES
E
BVE 213 - PLANTAS VASCULARES: CÉLULAS E TECIDOS
BVE 214 - PLANTAS VASCULARES: BIOLOGIA E ANATOMIA
Renata Maria Strozi Alves Meira
Aristéa Alves Azevedo
Luzimar Campos da Silva
ÍNDICE
	PÁGINA
	1. TÉCNICAS EM ANATOMIA VEGETAL
	2
	2. CÉLULA VEGETAL
	10
	3. MERISTEMAS APICAIS E DESENVOLVIMENTO DO EMBRIÃO
	16
	4. EPIDERME 
	19
	5. TECIDOS FUNDAMENTAIS: PARÊNQUIMA, COLÊNQUIMA E ESCLERÊNQUIMA
	23
	6. XILEMA E FLOEMA PRIMÁRIOS
	27
	7. MERISTEMAS LATERAIS E O CORPO SECUNDÁRIO DA PLANTA
	35
	8. PERIDERME
	36
	9. XILEMA SECUNDÁRIO (LENHO)
	37
	10. ESTRUTURAS SECRETORAS EM PLANTAS
	41
	11. ESTELO, FEIXES VASCULARES, MICRÓFILOS E MEGÁFILOS
	43
	12. PLANTAS VASCULARES: LICÓFITAS E EUFILÓFITAS
	47
	13. licófitas - filo lycopodiophyta
	49
	14. MONILÓFITAS – filo monilophyta 
	54
	15. MONILÓFITA: Psilotopsida
	59
	16. MONILÓFITAS: eQUISETOPSIDA
	61
	17. CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
	64
	18. GIMNOSPERMAS
	66
	19. ANGIOSPERMAS 
	72
	20. RAIZ: ESTRUTURA PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA
	77
	21. CAULE: ESTRUTURA PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA
	81
	22. ESTRUTURA GERAL DA FOLHA
	84
	23. VARIAÇÃO NA ESTRUTURA DA FOLHA: C4
	89
	24. VARIAÇÃO NA ESTRUTURA DA FOLHA: CARACTERES
 XEROMÓRFICOS, HIDROMÓRFICOS E ADAPTAÇÕES ESTRUTURAIS
	
90
	25. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	92
�
1. TÉCNICAS EM ANATOMIA VEGETAL
	Para estudos anatômicos, normalmente, utiliza-se material vegetal fresco, entretanto, material seco provindo de herbário também pode ser utilizado. Para preservar o material, procede-se à fixação logo após a coleta, pois as células se alteram rapidamente em resposta às modificações do meio.
FIXADORES ( são reagentes químicos que bloqueiam instantaneamente o metabolismo das células, de modo a conservá-las, o mais próximo possível, do seu estado “in vivo”. Numa preparação histológica, a fixação é a etapa inicial e dela dependem todas as etapas posteriores. Lâminas de boa qualidade só podem ser obtidas a partir de amostras bem fixadas. Ao escolher o fixador devem-se considerar as características do material (dureza, resistência, delicadeza, entre outras) e o objetivo do trabalho pretendido.
Dentre os fixadores usuais em Anatomia Vegetal destacam-se:
1. FAA ( é o fixador mais utilizado para realizar estudos morfológicos e anatômicos quando o material vai ser cortado à mão livre ou com micrótomo. 
Composição
formalina (formol 40%) ( 5 ml
etanol 70% ( 90 ml
ácido acético glacial ( 5 ml
2. CRAF III ( usado para tecidos meristemáticos e materiais delicados. Serve também como meio de estocagem (a amostra pode permanecer nele por muito tempo).
Composição
ácido crômico ( 1g
ácido acético glacial ( 7 ml SOLUÇÃO A *
água destilada ( 92 ml
formaldeído 37% ( 30 ml 
 SOLUÇÃO B *
água destilada ( 70 ml
* Misturar as soluções na proporção 1:1 na hora de usar.
3. GLUTARALDEÍDO ( este é um dos melhores fixadores para inclusão em historresina, pois há uma melhor preservação dos tecidos, não inibe a atividade enzimática, facilitando o estudo histoquímico. Normalmente, utiliza-se soluções tamponadas e as concentrações podem variar nos diferentes protocolos.
Composição
glutaraldeído. (25%) ( 4 ml
tampão fosfato (0,1 M) ( 96 ml
PREPARO DO MATERIAL BOTÂNICO
	Para observar uma amostra em microscopia de luz, este deve ser suficientemente delgado para que a luz possa atravessá-lo. Assim, podem-se observar cortes histológicos, dissociação celular (maceração) ou ainda diafanização.
A MACERAÇÃO é o processo pelo qual há dissolução da substância intercelular que garante adesão entre as células (lamela média), separando-se, assim, as células que compõem o tecido. Há vários métodos para dissociação, empregando-se diferentes substâncias como: ácidos nítrico e crômico, ácido clorídrico e sulfato cúprico, peróxido de hidrogênio, ácido acético, dentre outras.
	A DIAFANIZAÇÃO consiste em tratar amostras biológicas de modo a torná-las translúcidas. É muito utilizada no estudo de venação, descrição de epiderme, estruturas reprodutoras, etc. Para tanto, podem ser usados: água sanitária (hipoclorito de sódio), hidróxido de sódio, cloral hidratado, peróxido de hidrogênio, ácido acético.
Para serem observadas ao microscópio de luz as amostras podem ser preparadas em lâminas permanentes, semi-permanentes ou temporárias.
	Nas lâminas TEMPORÁRIAS as amostras (cortes, macerados, diafanizados) são montadas sobre a lâmina e recobertas pela lamínula, utilizando-se como meio o seu próprio líquido de preparação, que pode ser água, glicerina, etanol 70%, etc.
	Nas lâminas SEMI-PERMANENTE e PERMANENTE, o meio de montagem garante que as amostras permaneçam em condições de observação por um tempo maior que as temporárias. Pode-se utilizar gelatina na montagem das preparações semi-permanentes e resinas (permount, bálsamo do Canadá, entelan) para as permanentes.
	 
Corantes E Seus Empregos
Muitas vezes é aconselhável a coloração dos materiais, cuja finalidade é acentuar os contrastes entre os vários tipos de células e tecidos da planta. Em anatomia vegetal os corantes mais empregados são: safranina, fast green (verde-firme), azul de astra, fucsina básica, hematoxilina, cristal violeta, verde-iodo, verde malaquita, vermelho-congo e orange G e Azul de Toluidina em pH ácido (metacromasia).
	Nos estudos anatômicos de plantas são empregados diferentes corantes. Deve-se ter em mente que um corante pode apresentar uma resposta diferente, dependendo se foi utilizado isoladamente ou em combinações. Em Anatomia Vegetal é comum se utilizar colorações duplas sendo um corante específico para paredes celulósicas e outro para paredes lignificadas.
Principais usos dos corantes mais comuns:
( Paredes celulares celulósicas ( azul de anilina, hematoxilina, marrom de bismarck, fast green, azul de astra, orange G. 
( Paredes celulares lignificadas ( Cristal violeta, safranina, fucsina básica. 
( Paredes celulares cutinizadas ( Cristal de violeta, eritrosina e safranina. 
( Lamela média ( Hematoxilina férrica e vermelho de rutênio. 
( Paredes suberificadas e cutinizadas ( Sudam III e IV (específico para lipídios), safranina, fucsina básica, eritrosina, violeta cristal.
Obs.: quando o corante é empregado isoladamente pode corar várias estruturas, como por exemplo, a safranina pode corar paredes celulósicas e lignificadas.
PREPARO DE LÂMINAS PERMANENTES
	Para obtenção de cortes finos o suficiente para serem observados ao microscópio, o material biológico deve ser submetido ao seccionamento em micrótomo. Para tanto, as amostras necessitam ser incluídas, isto é, envolvidas e preenchidas internamente por uma matriz. Essa matriz pode ser: parafina, paraplast, polietileno-glicol, resinas sintéticas do tipo metacrilato.
	Cabe ressaltar que outros tipos de preparações como diafanização, maceração, dissociação também podem ser montadas em preparações permanentes, desde que as amostras tenham sido adequadamente fixadas.
A) Inclusão em Parafina: pequenas amostras para confecção de cortes finos, seriados ou não.
Etapas
1) Fixação
2) Desidratação: (série etílica) + xilol ou série butílica
3) Infiltração em parafina
4) Inclusão em parafina mais cera (8%)
5) Montagem dos blocos no suporte do micrótomo
6) Cortes em micrótomo 
7) Distensão e colagem dos cortes em lâminas
8) Desparafinização: série alcoólica decrescente de xilol até álcool 50 ou água (dependendo do corante a ser usado)
9) Coloração
10) Desidratação: série alcoólica crescente de álcool 50 até xilol 
11) Montagem em bálsamo
B) Inclusão em Historresina(metacrilato): pequenas amostras para confecção de cortes semi-finos
Etapas
1) Fixação 
2) Desidratação: até álcool 95 ou 100
3) Inclusão em resina
4) Emblocamento
5) Microtomia
6) Coloração e montagem em bálsamo
( desidratação é feita com calor e não com álcool
C) Maceração: o tamanho da amostra depende do estudo proposto. Em geral, são utilizados pequenos fragmentos retirados de material a fresco ou fixado.
Etapas
1) Estocagem do material em ácido nítrico 10% e ácido crômico 10% ( tempo variável dependendo da natureza do tecido.
2) Lavagem em água destilada
3) Coloração por 1 hora
4) Lavagem em álcool 50
5) Desidratação em álcool 70, 95, álcool absoluto (2x), xilol:álcool 1:1, xilol puro – 5 min. em cada.
6) Separação do material em lâminas de vidro e montagem em bálsamo
D) Diafanização: amostras pequenas podem ser diafanizadas inteiras enquanto as maiores devem ser divididas em pequenos fragmentos.
Etapas
1) Clarificação em NaOH 5-10%
2) Lavagem em água destilada
3) Cloral Hidratado ou hipoclorito de sódio
4) Lavagem em água destilada
5) Desidratação alcoólica até álcool 100
6) Coloração (safranina)
7) Desidratação em álcool e xilol
8) Montagem em bálsamo
Obs.: Pode-se usar outros corantes, caso seja um corante dissolvido em água, ou álcool 50, a coloração deverá ser realizada após a lavagem em água destilada.
PREPARO DE LÂMINAS TEMPORÁRIAS
	Uma lâmina de boa qualidade, que possibilita uma boa observação, deve apresentar as seguintes características:
não ter bolhas de ar, pois estas se apresentam escuras ao microscópio;
não conter excesso de material, o que dificulta a focalização;
a lamínula não deve estar flutuando (o excesso de líquido deve ser retirado com papel absorvente);
ter o líquido usado para a montagem bem distribuído em toda a extensão, entre lâmina e lamínula;
nunca deve haver líquido sob a lâmina pois se a platina ficar molhada os movimentos de avanço do “charriot” são dificultados, danificando o microscópio.
Para confecção de uma preparação temporária as seguintes etapas devem ser observadas:
a) colocar, com um conta-gotas, uma gota de água ou de reagente sobre a lâmina de vidro;
b) transferir para a lâmina com o auxílio de um pincel ou estilete, o corte (ou material) a ser examinado;
c) cobrir com lamínula: encoste um dos lados da lamínula no bordo da gota do líquido de inclusão e espere que este se espalhe, ao longo da lamínula, e então a desça lentamente para evitar formação de bolhas de ar;
d) retirar o excesso de líquido de inclusão com papel filtro.
Obtenção de cortes à mão livre
Regras básicas
a superfície do objeto a ser cortado deverá ser igualada com a lâmina de barbear antes de se proceder ao corte;
somente devem ser utilizadas lâminas de barbear novas;
os cortes deverão ser feitos com uma orientação determinada pelo conhecimento prévio da morfologia e anatomia do órgão em estudo;
durante o corte, a lâmina de barbear deve deslizar suavemente sobre a superfície do material, com pouca pressão e sem aprofundar, para que se obtenham cortes bem delgados
deve-se fazer um grande número de cortes, para posterior seleção dos mais delgados (são transparentes e se dobram quando suspensos por um estilete);
utilizar suportes especiais (como cortiça; medula de embaúba , sabugueiro ou girassol; isopor; pedaços de cenoura) para cortar materiais pequenos ou que não possam ser mantidos com firmeza entre os dedos da mão.
Técnica geral
secionar longitudinalmente um pedaço de pecíolo de embaúba (ou outro suporte);
introduzir o material a ser cortado entre as seções do suporte, segurar o conjunto com os dedos polegar e indicador. No caso de caules e raízes grossos dispensa-se o uso de suporte;
colocar uma gota de água sobre o material e proceder ao corte , segurando a lâmina de barbear entre os dedos polegar e indicador;
transferir os cortes obtidos, com o auxílio de um pincel ou estilete para uma placa de Petri contendo água
colocar a placa sobre um fundo que permita melhor visualização dos cortes e selecionar os mais finos para montagem
TIPOS DE CORTE
	Estruturas vegetais, quando seccionadas para estudos anatômicos possuem espessuras muito pequenas para permitir que a luz do microscópio seja transmitida através delas. Geralmente em cortes feitos a mão livre, ou com micrótomo de mesa, a espessura varia entre 20 e 50µm, dependendo da habilidade do executor. Desta maneira, torna-se difícil interpretar estruturas tridimensionais pelo estudo de cortes com essas espessuras, que podem fornecer uma falsa impressão da arquitetura de um órgão. É essencial, portanto, se fazer cortes em vários locais do órgão e em diferentes planos, ou ainda observações em cortes seriados. 
	Para ilustrar esse fato, observe as diferentes figuras geométricas possíveis em cortes de um ovo. Note que as diferenças na sua forma e estrutura se devem aos diferentes planos de corte. 
�
 Cortes feitos em diferentes planos de um ovo 
	Os tipos de corte utilizados em estudos anatômicos são:
Quando a estrutura ou órgão apresenta formato laminar, achatado, o corte pode ser:
( paradérmico: aquele que é paralelo à superfície plana e ao maior eixo da estrutura ou órgão. Este tipo de corte é utilizado principalmente em estudos de superfície foliar. Para obter um corte paradérmico, deve-se fazer uma pequena incisão na epiderme e “puxar” o tecido com uma pinça, até retirar uma boa porção. 
( longitudinal: aquele que é paralelo ao maior eixo da estrutura ou órgão; 
( transversal: aquele que é perpendicular ao maior eixo da estrutura ou órgão.
			 					 TRANSVERSAL
PARADÉRMICO
LONGITUDINAL
�
Em órgãos cilíndricos pode-se obter os seguintes tipos de corte: 
FIGURA A - longitudinal tangencial: aquele que é paralelo ao maior eixo da estrutura ou órgão, e que não passa pelo centro do mesmo
figura B - longitudinal radial: aquele que é paralelo ao maior eixo da estrutura ou órgão, passando pelo centro do mesmo 
FIGURA C - transversal: aquele que é perpendicular ao maior eixo da estrutura ou órgão 
ESQUEMATIZAÇÃO
	Um esquema é uma ótima maneira de interpretar uma observação conscienciosa e por isso o desenho pode ser valioso na documentação científica.
	Um esquema deve ser simples, sem sombreados e feito com lápis preto, nunca em cores porque o traço de cor dificilmente pode ser corrigido com perfeição.
	É praticamente impossível reproduzir-se fielmente uma lâmina inteira; por esse motivo deve-se escolher num corte, um pequeno trecho bem representativo e esquematizá-lo minuciosamente. Todo cuidado deve ser tomado no sentido de se manter as proporções e de se identificar todas as estruturas, isto é, colocar legendas nos esquemas. Além disso, deve-se tomar notas claras e precisas sobre detalhes que não possam ser evidenciados no esquema.
	Nas aulas práticas, sua capacidade de observação será avaliada através de esquemas feitos no laboratório de aula prática. Portanto; não copie do quadro esquemas feitos pelo professor, eles servem apenas para orientar a observação. Além disso, seu relatório de prática será fonte básica de consulta para o estudo da parte prática da disciplina. Portanto, seja caprichoso (a) e não desperdice seu tempo durante a aula. Um relatório bem feito beneficiará exclusivamente você.
CERTO 	 ERRADO
UNIDADES E MEDIDAS USADAS EM ANATOMIA VEGETAL	
	De um modo geral, as estruturas das plantas apresentam dimensões diminutas e é necessário medi-las em frações de milímetro. Assim, as seguintes medidas podem ser usadas:
1 centímetro	 = 10 milímetros
1 milímetro	 = 1.000 micrômetros (µm)
1 micrômetro 	 = 1.000 nanômetros (nm)
1 nanômetro 	 = 10 Angstroms (Å)
PROCEDIMENTO
I - Discuta em grupo as questõesabaixo:
1) Que tipos de corte são utilizados nos estudos anatômicos?
2) Cortes feitos à mão livre são colocados, em geral, em solução de hipoclorito de sódio antes de colorir e montar. Qual a finalidade desse procedimento?
3) Por que é mais conveniente usar material a fresco, e não de herbário, para estudos microscópicos detalhados? 
4) Por que logo após a coleta, devemos fazer a fixação de um material que se destina a estudos anatômicos?
5) Ao fixar o material coletado devemos subdividi-lo em pequenos fragmentos. Justifique este procedimento.
6) O FAA é um dos fixadores mais amplamente usado em Anatomia Vegetal. Que substâncias o compõem?
7) Em que situações é preferível usar o fixador Craf ao invés de FAA?
8) Podemos usar o mesmo líquido fixador por várias vezes ou devemos descartá-lo após o uso? Justifique.
9) Em que consiste o processo de desidratação e com que finalidade ele é empregado?
10) Para preparações permanentes utilizamos a inclusão do material em parafina. Qual o objetivo deste procedimento e que etapas o precedem?
11) Após a microtomia, os cortes obtidos são montados sobre a lâmina e distendidos sobre uma placa quente a 38ºC. Por que não utilizamos temperaturas mais elevadas?
12) Em que consiste o processo de desparafinização?
13) Quais as combinações de corantes mais utilizados em Anatomia Vegetal?
14) Em que se baseia a técnica de maceração e quando devemos utilizá-la.
15) Em que consiste a técnica de diafanização? Com que objetivo normalmente empregamos esta técnica.
II - Utilizando o texto e a orientação do professor, faça cortes transversais do pecíolo de Coleus sp.
( Selecione um ou mais cortes, monte-os em água e observe.
1 - Quantos tipos celulares você pode diferenciar?
2 - Esquematize cada tipo celular.
3 - Que parâmetros você utilizou para identificar os diferentes tipos de células?
III - Observe lâmina permanente, com corte transversal, da lâmina foliar de Ligustrum sp.
1 - Esquematize a estrutura geral da folha
2 - Que características deve ter um bom esquema científico?
IV - Faça cortes paradérmicos nas duas faces da folha de Allamanda sp. 
1 - Compare a epiderme adaxial com a abaxial e dê as principais diferenças.
2 - Esquematize uma porção da lâmina foliar de Allamanda sp., mostrando os diferentes tipos de células.
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2. CÉLULA VEGETAL
	A unidade básica dos organismos é a célula. A presença de parede celular e algumas organelas como plastídios e vacúolos são as principais características que diferenciam a célula vegetal da animal. As células são, em geral, pequenas e invisíveis a vista desarmada. Entretanto, o tamanho das células é muito variável, desde 0,5 (m, como uma bactéria, até 20 ou mais centímetros de comprimento como nas fibras de rami (Bohemeria nivea). 
	Devido ao seu tamanho diminuto, o número de células em um organismo é astronômico. Calcula-se que em uma folha madura de uma planta exista cerca de 50 milhões de células e que o número total de células nas raízes, caule, ramos, folhas e frutos de uma planta adulta ultrapassa 15 trilhões.
A forma das células vegetais é extremamente variada dependendo da localização e função que desempenham. A maioria das células, quando recém formadas, nas partes jovens da planta apresenta um formato mais ou menos esférico; entretanto, com a expansão, o número de faces vai aumentando chegando a ser, quando as células estão completamente maduras, quatorze a dezesseis (ou mais), nas células parenquimáticas.
PAREDE CELULAR
A parede celular é a principal característica que distingue a célula vegetal da célula animal. Sua constituição faz com que a célula suporte grandes pressões internas causada pela entrada de água. As características da parede conferem diferenças entre os diversos tipos de células que constituem o organismo.
Componentes da parede
A celulose é o componente mais característico da parede celular. As moléculas de celulose se associam para formar as microfibrilas, que em certas células, formam as macrofibrilas. As microfibrilas estão permeadas por uma matriz constituída por polissacarídeos não celulósicos, como hemicelulose e substâncias pécticas. Outro componente importante da parede de certas células é a lignina, que depois da celulose, é o composto mais abundante encontrado nas plantas. A lignina é um polímero ácido e hidrofóbico que confere rigidez e adiciona resistência à parede das células de condução e de suporte mecânico. A cutina, suberina e ceras são substâncias graxas encontradas nas paredes de tecidos de revestimento.
Camadas da parede
A parede celular é constituída pela lamela média, parede primária e parede secundária.
Lamela média: camada que une duas células contíguas, compostas basicamente de pectatos de cálcio e magnésio. Nas células que se tornam lignificadas, esse processo inicia-se na lamela média.
Parede primária: formada antes e durante o crescimento celular. A parede primária, além da celulose, hemicelulose e substâncias pécticas, apresenta também enzimas e glicoproteínas. Todas as células que se dividem intensamente e as que desempenham funções vitais, como a fotossíntese e respiração, possuem somente parede primária. As paredes primárias, geralmente, não têm espessura uniforme, possuindo regiões mais delgadas, denominadas campos primários de pontoação, por onde passam os plasmodesmos, interconexões citoplasmáticas entre as células.
Parede secundária: é formada interiormente à parede primária, após a célula ter cessado o crescimento. Essa camada é importante nas células que desempenham a função de sustentação e condução de água. Normalmente observamos três camadas na parede secundária: S1, S2, S3, que ocorrem do exterior para o interior da célula, respectivamente. A parede secundária apresenta poros, denominados de pontoações, cuja localização pode, ou não, corresponder a um campo primário de pontoação. Uma pontoação consiste de uma membrana, formada pela lamela média e parede primária, e de uma cavidade ou câmara da pontoação, que é o espaço presente entre a membrana de pontoação e o interior da célula. As pontoações podem ser simples ou areoladas.
	A parede começa a se formar na telófase, quando um complexo constituído por microtúbulos e retículo endoplasmático (fragmoplasto) se forma entre os dois núcleos filhos. Nessa região se forma a placa celular que se forma graças à fusão das vesículas do Complexo de Golgi repletas de pectatos. A placa celular se expande do centro para a periferia originando, assim, a lamela média. Posteriormente as células filhas depositam a nova parede primária. A síntese de celulose é feita por um complexo enzimático presente na membrana plasmática (celulose sintetase), geralmente denominados de roseta. A orientação das microfibrilas na parede celular é controlada pelos microtúbulos. A parede celular cresce tanto em superfície quanto em espessura.
	Dependendo da função que a célula exercer no corpo da planta, a parede celular pode sofrer modificações em conseqüência da deposição de várias substâncias tais, como lignina, suberina, cutina, sílica, ceras, etc.
 
VACÚOLO
A célula vegetal adulta se caracteriza por possuir um vacúolo proeminente que pode ocupar até 90% do seu volume. Em células recém formadas os vacúolos são numerosos e pequenos, mas, com o desenvolvimento das células eles se fundem e aumentam de tamanho.
Os vacúolos desempenham papel importante na manutenção da turgescência da célula e são delimitadas por uma membrana denominada de tonoplasto, que é muito semelhante à membrana plasmática. O conteúdo dos vacúolos, um fluido aquoso denominado suco vacuolar, é variável e, dependendo da função da célula pode ser constituído por sais, açúcares, ácidos orgânicos, proteínas etc., além da água. Freqüentemente, podem ocorrer pigmentos hidrossolúveis (antocianinas) e cristais de diferentes formas no suco vacuolar.
Em alguns tiposde sementes oleaginosas e de cereais, ocorre o acúmulo de proteínas de reserva formando-se os grãos de aleurona, que são de origem vacuolar. Em Ricinus sp. as proteínas se depositam nos vacúolos pequenos e numerosos, das células do tecido de reserva, e, com a posterior desidratação da semente os compostos vacuolares se precipitam, conforme sua solubilidade: em primeiro lugar a fitina (sais de cálcio e magnésio do ácido inositol fosfórico), que forma o globóide; em seguida as proteínas menos solúveis que constituem o cristalóide e por último a albumina que se solidifica, em torno do globóide e do cristalóide, formando a massa fundamental.
Nas células vegetais, é comum observarmos no vacúolo a formação de cristais, principalmente de oxalato de cálcio. Os diferentes tipos de cristais encontrados são:
( monocristais - cristais prismáticos isolados;
( drusas - agregados mais ou menos esféricos de cristais prismáticos cujas pontas se projetam da superfície;
( ráfides - cristais aciculares (em forma de agulha), com as extremidades afiladas;
( estilóides - cristais prismáticos longos com a extremidade rombuda; e
( areia cristalina - diminutos cristais prismáticos que aparecem como granulações.
Além dos cristais de oxalato de cálcio podemos encontrar, em algumas espécies, deposições de carbonato de cálcio - os cistólitos - que estão situadas em células especiais denominadas litocistos.
PLASTÍDIOS
Os plastídios são organelas, típicas das células vegetais, que apresentam dupla membrana, um fluido interno (estroma), ribossomos e DNA circular não associado a histonas. Podem ser divididos em dois tipos principais: os pigmentados e os não pigmentados.
Os plastídios pigmentados ocorrem principalmente nas partes aéreas das plantas, pois sua diferenciação depende da luz. Nesta classe estão incluídos os cloroplastos e os cromoplastos. Os cloroplastos possuem coloração verde por que contém as clorofilas a e b como pigmento predominante, estando relacionados com a função fotossintética. Os cromoplastos apresentam coloração amarela, alaranjada ou vermelha, pois neles predominam os pigmentos carotenóides, sendo responsáveis pela colorido de muitas flores e frutos e relacionados com eventos ecológicos de polinização e dispersão.
Os plastídios não pigmentados - os leucoplastos- estão associados com a função de reserva e dependendo da substância armazenada são denominados de amiloplastos (amido), elaioplastos (lipídeos) ou proteinoplastos (proteínas), ocorrem em qualquer parte da planta e em especial nos órgãos subterrâneos, de reserva.
A substância de reserva mais abundante nas plantas é o amido, um polissacarídeo, formado por amilose e amilopectina, resultante da polimerização de inúmeras moléculas de glicose. O amido é formado nos cloroplastos, como um produto temporário da fotossíntese (amido primário), sendo posteriormente hidrolisado e transportado, como açúcares simples, para as outras partes da planta onde ocorre a síntese do amido de reserva (secundário), nos amiloplastos.
A síntese do amido de reserva inicia-se a partir de uma região - o hilo- em torno da qual vão sendo polimerizadas camadas sucessivas de amido, o que resulta na formação de um grão de amido, visível ao microscópio de luz. Pode haver a formação de mais de um hilo dentro de um amiloplasto formando-se, neste caso, um grão de amido composto. A forma, a dimensão, a posição do hilo e presença, ou não, de camadas concêntricas no grão de amido são, muitas vezes, característicos da espécie vegetal. Assim, a morfologia dos grãos de amido se reveste de importância na identificação de determinadas espécies vegetais.
Os diferentes tipos de plastídios se originam dos proplastídios, que são organelas diminutas e de dupla membrana, presentes nas células meristemáticas. Dependendo de fatores endógenos e ambientais pode ocorrer interconversão entre os tipos de plastídios. Por exemplo: no amadurecimento de frutos verdes, os cloroplastos se transformam em cromoplastos, que conferem a coloração vermelha ao fruto maduro.
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PROCEDIMENTO
I – Caule de gerânio (Pelargonium sp.). Observe um corte que foi submetido à mistura de floroglucina e ácido sulfúrico (reagente para lignina).
1) Qual a composição das paredes que mudaram de coloração com a floroglucina?
2) Compare a espessura das paredes que reagiram com floroglucina com as que permaneceram sem coloração. Qual é a mais espessa?
3) Tente localizar pontoações e classifique-as. Esquematize.
II – Observe o corte transversal da folha de espada-de-são-jorge (Sansevieria sp) que foi submetido ao reagente Sudam. 
1) A coloração observada nas paredes das células de revestimento se deve a impregnação de que composto químico? Note que somente as paredes externas foram evidenciadas pela reação.
2) Qual é o significado biológico da presença deste composto nos tecidos de revestimento considerando evolução das plantas de vida terrestre?
III - Observe lâminas permanentes de macerado da madeira de Pinus. Observe as células longas, de paredes espessas.
1) Qual o tipo de pontoação? Esquematize uma pontoação mostrando as suas partes. 
IV - Faça um corte paradérmico da face abaxial e adaxial da folha de Setcreasia sp. 
( Monte em água e observe.
1) A que se deve a coloração observada em algumas células? Por que nem todas as células apresentam essa coloração?
2) Você observa algum tipo de plastídio nessa preparação? Em caso afirmativo, qual?
V - Observe cortes transversais do pecíolo de Begonia sp. e das folhas de Cordyline sp. e de Tibouchina sp.
(Identifique os tipos de cristais que ocorrem no vacúolo das células, em cada uma das espécies e complete o quadro.
	Material
	Tipo de inclusão
	Forma
	Composição química
	Begonia sp.
	
	
	
	Cordyline sp
	
	
	
	Tibouchina sp.
	
	
	
	Ficus sp.
	
	
	
VI - Observe um corte transversal da folha de Ficus sp., montado em água
( Localize e esquematize um cistólito.
( Sem deixar de olhar pela ocular, pingue uma gota de ácido clorídrico diluído junto a um dos bordos da lamínula e, ao mesmo tempo, encoste um pedaço de papel de filtro no bordo oposto.
1) Que reação ocorreu? Com base no resultado da reação, qual a composição química da inclusão observada?
2) Qual o nome da célula que contém o cistólito?
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VII- Observe um corte transversal do tubérculo de Solanum tuberosum montado em água.
( Localize os grãos de amido e esquematize.
( Levante a lamínula, coloque uma gota de lugol e observe novamente.
1) O reagente de lugol permitiu identificar que componente químico?
2) Quais as principais características do grão de amido observado?
VIII - Observe corte transversal da raiz de Ipomoea batatas montado em água 
( Esquematize uma célula contendo grãos de amido.
1) Em relação aos grãos de amido observados anteriormente, que diferença principal você pode assinalar?
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3. MERISTEMAS APICAIS E DESENVOLVIMENTO DO EMBRIÃO
	Um dos aspectos mais interessantes do desenvolvimento das plantas superiores é a presença de certas regiões, denominadas de meristemas, que permanecem com características embrionárias por toda a vida da planta. Nestas regiões, divisões celulares constantes formam o corpo da planta produzindo as células que irão se tornar os diferentes órgãos (Figura 01). 
Figura 1. Origem dos meristemas apicais em um plântula de feijão (Phaseolus sp)
Os meristemas contêm células conhecidas como iniciais que continuarão a se dividir indefinidamente sem nunca diferenciar. A atividade meristemática é controlada ou regulada por sinais ou estímulos fisiológicos e do meio ambiente. Assim, os meristemas podem estar menos ativos em determinadas épocas do ano, dependendo do clima, mas eles retêm seu potencial para o crescimento. 
O padrão em que as células se dividem dentro do meristema, determinará o posicionamento das folhas (filotaxia) sobre o caule e a organizaçãodos tecidos dentro dos órgãos. O desenvolvimento vegetal ocorre principalmente após o estágio embrionário (pós-embriônico). A embriogênese estabelece somente um eixo vegetal rudimentar, com os meristemas apicais do caule e da raiz situados em cada extremidade. Com exceção dos cotilédones e das folhas primárias, em algumas plantas, nenhum órgão de uma planta adulta é formado durante a embriogênese. O corpo da planta é construído pelos meristemas, os quais iniciam sua atividade quando ocorre a germinação da semente, após ter sido completada a embriogênese. 
O meristema apical do caule e o meristema apical da raiz são formados durante o desenvolvimento embrionário e de sua atividade resulta o corpo primário da planta. Meristemas adicionais, conhecidos como meristemas laterais, podem se desenvolver, posteriormente, de células diferenciadas ou maduras sendo responsáveis pelo crescimento em espessura da planta, em conseqüência da produção dos tecidos secundários, tais como: o lenho (xilema secundário), o floema e a periderme, que constituem o corpo secundário da planta. 
Plantas herbáceas podem não apresentar os meristemas laterais ou eles podem estar muito pouco desenvolvidos. Por outro lado, plantas lenhosas, como as árvores, possuem meristemas laterais ativos que permanecem por toda a vida da planta, exibindo períodos de maior atividade seguidos por períodos quiescentes.
O meristema apical do caule é o ponto extremo deste órgão, embora muitas vezes esteja recoberto pelas folhas novas recém formadas. Divisões celulares nas regiões periféricas do meristema apical do caule conduzem à formação de protuberâncias- os primórdios foliares- que crescerão e se diferenciarão formando as folhas maduras. Divisões celulares que ocorrem na região mais interna do meristema apical produzem células que se diferenciarão para formar os tecidos do caule. 
O meristema apical vegetativo do caule é muito repetitivo na sua atividade produzindo sempre as mesmas estruturas, ou seja, folhas, gemas axilares e tecidos caulinares. O ápice caulinar vegetativo, cujo crescimento é indeterminado, pode ser transformado em meristema floral ou reprodutivo. O meristema reprodutivo normalmente exibe um crescimento determinado, isto é, produz um número definido de órgãos e não mais cresce. O meristema reprodutivo é progressivo e não repetitivo como o meristema vegetativo do caule. Após todos os órgãos florais terem sido produzidos, todo o potencial meristemático foi utilizado e não mais ocorre crescimento. 
Em contraste com o meristema apical do caule, o meristema apical da raiz não é terminal, mas sim sub-terminal, pois a coifa, região mais apical da raiz, protege o meristema enquanto a raiz cresce entre as partículas do solo. Na raiz o meristema também produz células que formam a coifa e as células do corpo primário do eixo radicular. Além da localização, o meristema apical da raiz difere do meristema apical do caule por não formar apêndices laterais, como os primórdios foliares e gemas axilares. As ramificações laterais da raiz têm origem endógena, não sendo formadas pelo meristema apical. 
	Um meristema é formado por células que se dividem continuamente, responsável pela manutenção do meristema, as iniciais, e por células que, após várias divisões, sofrem diferenciação e maturação e vão constituir o corpo da planta, as derivadas. Assim, observamos nos meristemas grupos de células em diferentes estágios ou graus de diferenciação. 
No meristema apical é possível distinguir duas regiões básicas o promeristema, a parte mais indiferenciada do meristema, e uma região meristemática com certo grau de diferenciação. O promeristema por sua vez apresenta duas regiões as células iniciais e as derivadas imediatas, aquelas que se encontram próximas das iniciais. 
As células do promeristema são, em geral, cúbicas e possuem paredes primárias delgadas, citoplasma denso, vacúolos muito pequenos, núcleo volumoso, ausência de cristais e substâncias de reserva, e plastídios na forma de proplastídios. São células indiferenciadas com grande capacidade de divisão celular.
	A região meristemática com certo grau de diferenciação apresenta três meristemas: 
a) protoderme que origina o sistema epidérmico da planta; 
b) procâmbio que diferenciará o sistema vascular;
c) meristema fundamental responsável pela formação dos tecidos fundamentais (parênquima, colênquima e esclerênquima).
CLASSIFICAÇÃO DOS MERISTEMAS
A classificação dos meristemas é feita com base na posição no corpo da planta, origem e estádio de desenvolvimento. 
De acordo com a posição, os meristemas podem ser classificados como:
	a) meristemas apicais:- encontrados nos ápices dos caules e raízes.
	b) meristemas laterais:- encontrados paralelos a circunferência dos órgãos ao qual eles são encontrados. Como exemplo o câmbio vascular e o felogênio.
	c) meristemas intercalares: - encontrados entre tecidos já diferenciados, por exemplo, na base dos internódios das gramíneas 
De acordo com a origem, podem-se distinguir os seguintes:
	a) Meristemas primários: - são aqueles originários das células do embrião, são, portanto uma continuidade das células embrionárias.
	b) Meristemas secundários: - desenvolvem de células adultas, já diferenciadas que readquirem novamente a capacidade de divisão.
É importante ressaltar que estas definições não são totalmente precisas, pois existem certas situações ou estruturas que não se enquadram nas definições acima. A formação de uma raiz adventícia ocorre de um tecido já diferenciado e o seu meristema apical apresenta características primárias. É, portanto, o meristema apical de uma raiz adventícia é primário ou secundário? Outra situação é a diferenciação do câmbio vascular, um meristema lateral, onde células do procâmbio (meristema primário) participam de sua formação juntamente com outras células já diferenciadas. 
	
PROCEDIMENTO
I - Observe uma lâmina permanente com corte longitudinal da extremidade da raiz de Allium cepa (cebola)
( Esquematize.
( Identifique o meristema apical, a coifa e a região de alongamento (se possível).
( Localize a protoderme, o meristema fundamental e o procâmbio.
1) Que características você utilizou para diferenciá-los?
2) Quais as funções da coifa?
II - Observe uma lâmina do ápice caulinar de Coleus sp. 
( Esquematize os apêndices laterais e a região meristemática. 
( Localize o promeristema e os meristemas primários e assinale no seu esquema.
1) A que tecidos os meristemas primários darão origem?
2) Compare o ápice do caule com o da raiz. Dê as diferenças.
3) Por que a região meristemática fica mais intensamente colorida do que as demais regiões?
4) Qual é a função de uma gema axilar no ápice caulinar?
5) Observe as células meristemáticas. Que características citológicas podem ser observadas quando comparadas com as células com maior grau de diferenciação?
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4. EPIDERME 
	
	A epiderme é o tecido de revestimento do corpo primário das plantas Entende-se por corpo primário o conjunto de órgãos e tecidos formados a partir da atividade dos meristemas apicais. A epiderme é a camada (ou camadas) superficial de células dos órgãos vegetativos e reprodutivos, em estrutura primária, e tem origem na protoderme. Quanto ao número de camadas, a epiderme poder ser uniestratificada, constituída por uma única camada de células (como ocorre na maioria das plantas vasculares), ou pluriestratificada. 
 	Podem-se distinguir na epiderme vários tipos de células, dependendo do órgão e da espécie analisados. As células epidérmicas propriamente ditas, os estômatos, os tricomas, os idioblastos, as células buliformes, as células suberificadas, as células silicificadas, dentre outros são células presentes no tecido epidérmico. 
	As células epidérmicas variam na forma, tamanho e arranjo, mas em geral, têm formato tabular. e estão dispostas compactamente, sem espaços intercelulares. São células vivas,altamente vacuoladas, podendo armazenar vários produtos do metabolismo. As paredes celulares são celulósicas e a face periclinal externa da parede é impregnada por cutina, um material graxo e hidrofóbico que confere impermeabilidade ao tecido. A epiderme é revestida externamente pela cutícula (camada pura de cutina) que tem espessura variável, sendo mais espessa, normalmente, nem plantas de ambientes áridos. Depósitos de diversas substâncias podem ocorrer, em algumas espécies, sobre a cutícula das partes aéreas das plantas, tais com as ceras, sílica, resinas, sais sob a forma cristalina, óleos, entre outros. 
	Na epiderme das partes aéreas, da maioria dos vegetais, estão presente os estômatos que são constituídos por um espaço intercelular, denominado ostíolo ou poro, limitado por duas células – as células-guarda – que são responsáveis pela abertura ou fechamento do ostíolo. É por essas aberturas que ocorrem as trocas gasosas e a transpiração. Em muitas espécies, duas ou mais células podem aparecer associadas às células-guarda e são denominadas células subsidiárias. Ao conjunto formado pelo estômato e células subsidiárias dá-se o nome de complexo estomático (ou aparelho estomático). Internamente a superfície, no estômato, geralmente observa-se um espaço intercelular que recebe o nome de câmara subestomática a qual se encontra conectada com os outros espaços intercelulares do mesofilo na folha. 
	As células-guarda são clorofiladas e, na maioria das plantas, têm o formato de um rim (reniforme), em vista frontal, com a parede celular espessada na região do ostíolo (figura a). Nas Poaceae (Gramineae) e Cyperaceae elas têm a forma de halteres com as extremidades dilatadas e de paredes finas, na região mediana a célula é estreita e tem a parede espessa. O núcleo é alongado e o lume celular é estreito (figura b).
De acordo com o número e o arranjo das células subsidiárias os estômatos podem ser classificados como: anomocítico (figura A); anisocítico (figura B); paracítico (figura C); diacítico (figura D); tetracítico, entre outros. 
	
Figuras A a D: superfícies epidérmicas em vista frontal, ilustrando os diferentes tipos de estômatos conforme o arranjo e número de células subsidiárias.
Além dos estômatos, ocorrem na epiderme os tricomas que englobam diferentes tipos de apêndices, unicelulares ou pluricelulares, originados da protoderme: as papilas, os pêlos e as escamas. Os pêlos podem ser tectores (de cobertura) ou secretores (ou glandulares); simples ou ramificados; unicelulares ou pluricelulares; uniseriados ou pluriseriados.
	A epiderme está relacionada com a proteção mecânica dos diferentes órgãos, proteção contra herbívoros, restrição da transpiração, trocas gasosas, absorção de água e sais minerais (pêlos radiculares e escamas foliares), secreção de substâncias, dentre outras funções. 
	Nos órgãos que não apresentam crescimento secundário (em espessura), a epiderme persiste por toda a vida da planta. Quando ocorre o crescimento secundário, a epiderme é substituída pela periderme que é formada pelo felogênio (um meristema lateral).
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PROCEDIMENTO
I - Folha de Commelina sp e de Saccharum oficinarum (cana)
( Observe corte paradérmico da folha e esquematize, destacando os estômatos.
1) Que componente citoplasmático está presente nas células-guarda e ausente nas demais células epidérmicas?
2) Quais são as diferenças e semelhanças quanto ao tipo de estômato das duas espécies observadas? Complete o quadro abaixo. 
3) Analise e descreva cada material considerando o arranjo das células subsidiárias. Esquematize e classifique os estômatos.
	
Material
	Célula-guarda
	Célula subsidiária
	
Tipo de estômato
	
	Forma
	Espessamento da parede
	Número
	Arranjo
	
	Commelina sp
	
	
	
	
	
	Saccharum oficinarum
	
	
	
	
	
II - Folha de Zantedeschia sp (copo de leite).
( Observe corte transversal da folha, identifique e esquematize o estômato.
1) Em que faces da folha os estômatos estão presentes? 
2) Os estômatos estão situados no mesmo nível das demais células epidérmicas? Descreva.
III - Folha de Tibouchina sp (quaresmeira)
( Observe o corte transversal da folha, identifique e esquematize os tricomas.
1) Que tipo de tricoma está presente no material?
2) Caracterize o tricoma.
IV - Folha Coleus sp
( Observe corte transversal da folha.
1) Quais os tipos de tricomas observados?
2) Quais as principais diferenças entre os tricomas?
3) Em que face da folha os tricomas estão presentes? Descreva.
V – Folha de Tillandsia sp (barba-de-velho) 
( Observe os cortes paradérmicos e esquematize os tricomas observados.
( Observe o corte transversal da folha de Tillandsia sp.
1) Caracterize o tricoma observado em Tillandsia sp. e compare o aspecto desta estrutura nos dois planos de corte observados.
2) Os tricomas estão localizados em que face da folha de Tillandsia sp.?
Quadro comparativo dos tipos de tricomas observados
	Material
	Tipo
	Número de células
	Simples ou ramificado
	Secretor ou tector
	Tillandsia sp.
	
	
	
	
	Coleus sp.
	
	
	
	
	Tibouchina sp.
	
	
	
	
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5. TECIDOS FUNDAMENTAIS:
PARÊNQUIMA, COLÊNQUIMA E ESCLERÊNQUIMA
	Os tecidos fundamentais são aqueles originados do meristema fundamental e desempenham diversas funções no corpo da planta.
	O PARÊNQUIMA é o tecido mais abundante de todos os órgãos vegetais adultos, sendo constituído por células vivas, fisiologicamente ativas e originadas do meristema fundamental. Caracteristicamente possui espaços intercelulares (meatos) cujo tamanho varia conforme a função do tecido.
	As células parenquimáticas têm forma, tamanho e conteúdo variado. Em geral, são relativamente grandes, poliédricas, com parede celular primária delgada, vacúolo grande e com conteúdo de acordo com a função na planta. No citoplasma podem ocorrer leucoplastos, cloroplastos ou cromoplastos e, no vacúolo é comum a presença de inclusões sólidas e antocianina. A parede celular pode, em alguns casos, se lignificar. 
De acordo com a função, podemos diferenciar diversos tipos de parênquima:
Parênquima de preenchimento: encontrado no córtex de caules e raízes, na medula dos caules, no pericarpo de frutos etc. As células são aproximadamente isodiamétricas, com espaços intercelulares pequenos. 
Parênquima clorofiliano (clorênquima): ocorre nos órgãos que realizam a fotossíntese e suas células possuem numerosos cloroplastos. Conforme a forma e disposição das células e o volume de espaços intercelulares pode-se distinguir: o parênquima clorofiliano propriamente dito, o parênquima paliçádico e o parênquima lacunoso; os dois últimos principalmente nas folhas.
Parênquima de reserva: neste tecido, encontrado principalmente nos órgãos de reserva, as células acumulam amido, proteínas ou lipídios.
Parênquima aqüífero: ocorre em plantas suculentas (cactáceas, euforbiáceas, crassuláceas) sendo especializado no acúmulo de água. Suas células são relativamente grandes, com um enorme vacúolo e fina camada de citoplasma.
Parênquima aerífero (aerênquima): comum em plantas aquáticas, caracteriza-se pela presença de espaços intercelulares volumosos (lacunas) e interconectados dando origem a uma fase gasosa contínua, dentro da planta. O aerênquima é um tecido relativamente forte, apesar de ser bastante leve, e a forma de suas células varia bastante, desde isodiamétrica até braciforme.
	Células do parênquima ocorrem também associadas aos tecidos condutores, sendo denominado de parênquima do floema (associado ao floema) ou lenhoso (associado ao xilema). Em muitas partes da planta, ocorrem células parenquimáticas especializadas no transporte rápido e a curta distância de materiais - as células de transferência - as quais apresentam a parede labiríntica com inúmeras protrusões, voltadas para a face interna,acompanhadas pela plasmalema o que implica em significativo aumento em área facilitando o transporte.
	As células do parênquima são totipotentes, isto é, retém, mesmo quando maduras, a capacidade de se dividir, retornando a atividade meristemática e desempenhando um papel importante nos processos de regeneração e cicatrização.
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Variação na forma das células parenquimáticas
O COLÊNQUIMA e o ESCLERÊNQUIMA são tecidos adaptados a função de sustentação do corpo da planta.
O COLÊNQUIMA se localiza, em geral, perifericamente formando camadas contínuas ou cordões individuais, em partes aéreas das plantas e se caracteriza pela notável plasticidade de suas paredes celulares, que possibilita o crescimento longitudinal de órgãos jovens. As células de colênquima têm paredes desigualmente espessadas, constituídas por alta proporção de substâncias pécticas (±45%) e hemiceluloses (±35%) além da celulose (±20%), e muito hidratadas (±70% do peso é água), o que lhes confere um aspecto nacarado nos cortes a fresco. As células do colênquima têm forma variada, mas em geral são alongadas, vivas, podem conter cloroplastos e são capazes, a semelhança do que acontece com o parênquima, de retornar a atividade meristemática.
Dependendo da localização do espessamento das paredes, os seguintes tipos de colênquima podem ser observados:
colênquima angular: é o tipo mais comum no qual o maior espessamento da parede ocorre nos ângulos das células;
colênquima anular (ou anelar): o lume celular aparece com aspecto circular em conseqüência do espessamento da parede em todas as faces da célula; esse tipo se desenvolve a partir do angular;
colênquima lamelar: as células evidenciam espessamento apenas nas paredes periclinais, interna e externa;
colênquima lacunar: os espessamentos são depositados nas faces da parede que delimitam um espaço intercelular (meato).
O grau de espessamento das paredes do colênquima depende de fatores ambientais, como luz e ventos, e em regiões mais velhas da planta o colênquima pode se transformar em esclerênquima, pela deposição de parede secundária lignificada.
O ESCLERÊNQUIMA, ao contrário do colênquima, é caracterizado pela elasticidade 
de suas paredes que podem ser deformadas por tensão ou pressão, mas reassumem a forma e tamanho originais, quando essas forças desaparecem. É um tecido de sustentação típico de órgãos maduros, onde já cessou o crescimento longitudinal. 
As células do esclerênquima, em geral, não se mantém vivas na maturidade e possuem parede secundária espessa e lignificada, depositada após a célula ter atingido o seu tamanho final, com pontoações simples. A lignina é formada pela polimerização de vários alcoóis (p-coumaril, coniferil e sinaptil) e forma uma rede tridimensional que circunda e envolve as microfibrilas de celulose; o processo de lignificação confere rigidez à parede tornando-a pouco permeável.
O esclerênquima apresenta dois tipos básicos de células: as fibras e os esclereídes. As fibras são células longas (o comprimento é muitas vezes maior que a largura), com as extremidades afiladas e lume reduzido, apresentam crescimento intrusivo apical podendo alcançar comprimentos consideráveis (55 cm em rami, 6 cm em cânhamo). Os esclereídes são células mais curtas e de formato bastante variado. 
As fibras ocorrem, muitas vezes, associadas aos tecidos vasculares e nesse caso se originam do mesmo meristema que deu origem a esses tecidos. As fibras associadas ao xilema são denominadas xilemáticas. As fibras extraxilemáticas incluem àquelas situadas no córtex e as associadas ao floema; neste tecido pode-se observar, em algumas espécies, fibras com a presença de septos e o acúmulo de grãos de amido, como ocorre em videira (Vitis).
Os esclereídes podem ocorrer nas mais diversas regiões da planta, de forma isolada ou formando grupos ou camadas. De acordo com a forma podemos distinguir:
braquiesclereídes ou células pétreas - tendem a isodiamétricos e a parede pode ser extremamente espessa com pontoações ramificadas; ocorrem na medula, no córtex, nas porções carnosas de muitos frutos etc.
macroesclereídes - têm forma colunar e freqüentemente constituem uma camada em paliçada, como no envoltório de muitas sementes.
Osteoesclereídes - colunares com as extremidades alargadas lembrando o formato de um osso; observados em sementes, frutos e folhas;
Astroesclereídes - ramificados, com muitos braços longos, de forma estrelada, como os das folhas de Nymphaea;
tricoesclereídes - alongados, finos, semelhantes a um tricoma, apresentando pelo menos uma ramificação curta, como em raízes de Monstera. 
Alguns esclereídes são, inicialmente, células de parênquima que posteriormente espessam a parede originando, por exemplo, um braquiesclereíde.
PROCEDIMENTO
I - Folha de Buxus sp.
( Observe corte transversal da folha e esquematize.
1) Qual é o tipo de parênquima predominante na estrutura foliar?
2) Qual é o termo usado para denominar o parênquima situado em contato com:
	- a epiderme adaxial (superior)?______________________________
	- a epiderme abaxial (inferior)?_______________________________
3) Quais as diferenças entre os dois parênquimas?
II - Folha de Peperomia sp.
( Observe corte transversal da folha e esquematize
1) Quantos tipos de parênquima podem ser observados?
2) Em que diferem em relação ao tamanho, forma, conteúdo e posição de suas células?
III - Caule de Myriophyllum sp. (pinheirinho d’água)
	( Observe corte transversal em água e depois em lugol. Esquematize.
1) Que tipo de parênquima predomina? 
2) Quais os tipos de plastídios encontrados?
3) Que tipo de inclusão sólida ocorre?
IV - Caule de Leonurus sp. (macaé)
	( Observe o aspecto da célula colenquimática no corte transversal e longitudinal do caule corado com vermelho neutro.
1) Faça um esquema tridimensional de uma célula de colênquima.
2) Que tipo(s) de colênquima ocorre(m)? 
3) Qual o corte utilizado para classificar o colênquima?
V - Caule de Luffa sp. (bucha)
	( Observe corte transversal e longitudinal do caule.
	( Compare o aspecto do colênquima com o do esclerênquima:
1) Que diferenças básicas você destacaria entre esses dois tecidos de sustentação?
2) Esquematize de maneira tridimensional a célula esclerenquimática.
3) Qual a localização dos tecidos de sustentação?
VI - Pseudofruto de Pyrus malus (pêra)
	( Observe macerado da polpa do pseudofruto.
1) Que tipo de célula esclerenquimática ocorre? Caracterize-a .
VII - Raiz de Nymphaea sp. (lírio d’água)
	( Observe corte transversal da raiz
1) Que tipo de parênquima predomina nessa preparação?
2) Qual o tipo de esclereíde observado e qual a sua localização?
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6. XILEMA E FLOEMA PRIMÁRIOS
Ao longo do processo evolutivo, as plantas evidenciaram especializações, dentre elas a diferenciação do corpo vegetativo em: raiz (que fixa a planta e absorve água e nutrientes), caule (transloca substâncias e sustenta a parte aérea) e folhas (as quais absorvem luz, realizam fotossíntese e promovem as trocas gasosas). O aumento de tamanho das plantas culminou com um maior distanciamento entre esses órgãos, o que foi concomitante com o surgimento de tecidos especializados na condução a longa distância. O sistema vascular, formado por xilema e floema, cumpre essa função permitindo uma troca eficiente dos produtos entre raízes e a parte aérea da planta. 
Xilema e floema são os tecidos vasculares responsáveis pela condução de água e sais minerais e de fotoassimilados, respectivamente. 
XILEMA
O xilema é um tecido complexo constituído de diversos tipos celulares: elementos traqueais (traqueídes e elementos de vaso), células parenquimáticas e células esclerenquimáticas (fibras). Pode ser de origem primária, sendo derivado do procâmbio, ou secundária sendo derivado do câmbio vascular. 
Devido às paredes lignificadas desuas células, o xilema é mais conspícuo que o floema; pode ser estudado mais facilmente e é mais bem preservado nos fósseis, sendo portanto, mais estudado filogeneticamente do que o floema. É um tecido muito utilizado na identificação de plantas, especialmente as que têm hábito arbóreo.
	TIPOS DE CÉLULAS
	FUNÇÕES PRINCIPAIS
	ELEMENTOS TRAQUEAIS: 
 Traqueídes
 Elementos de Vaso
	
Condução de água e substâncias nela dissolvidas
	CÉLULAS PARENQUIMÁTICAS 
	Reserva e translocação de substâncias
	FIBRAS
	Sustentação e, às vezes, reserva (fibras septadas).
ELEMENTOS TRAQUEAIS
	O termo “elemento traqueal” é derivado de “traquéia”, nome originalmente aplicado para designar certos elementos do xilema primário, semelhantes, em aspecto, às traquéias dos insetos. Dois tipos fundamentais de elementos traqueais ocorrem no xilema: traqueídes e elemento de vaso. 
Tanto os traqueídeos quanto os elementos de vaso são células que têm paredes secundárias lignificadas e ausência de protoplastos na maturidade. A deposição de parede secundária em um elemento traqueal, e sua lignificação podem ocorrer sob a forma de anéis (elemento anelado), de espirais (elemento espiralado), de escada (elemento escalariforme), de rede (elemento reticulado) ou toda a parede primária é lignificada com pontoações areoladas (elemento pontoado). Estas pontoações areoladas podem ser do tipo escalariforme ou circular. 
Os primeiros elementos de xilema que se diferenciam em regiões da planta que ainda não completaram seu crescimento em diferenciação constituem o protoxilema e freqüentemente apresentam as paredes secundárias em forma de anéis (anelados) ou em hélice, (espiralados). Esses elementos estão sujeitos a pressões contínuas e são distendidos e muitas vezes colapsados.
 Os elementos traqueais que completam sua diferenciação mais tarde, depois que a região parou de crescer em comprimento, são menos afetados pelos tecidos adjacentes e constituem o metaxilema que apresenta elementos escalariformes, reticulados e, ou, pontoados. Esses últimos são os elementos traqueais mais diferenciados, ontogeneticamente, e tem as paredes secundárias interrompidas apenas nos locais das pontoações, sendo típicos do metaxilema e do xilema secundário. 
O metaxilema é um pouco mais complexo e pode conter fibras e células do parênquima, além dos elementos traqueais. O protoxilema é, em geral, desativado e o metaxilema permanece funcional durante todo o tempo, em plantas que não apresentam crescimento secundário. Naquelas onde ocorre crescimento secundário o metaxilema é também desativado e o xilema secundário produzido pelo câmbio, assume a função de condução. 
Traqueídes ( são células alongadas, estreitas, imperfuradas, com extremidades oblíquas e aspecto poligonal (em corte transversal), com paredes secundárias lignificadas. É um tipo de célula mais primitivo (menos especializado) do que o elemento de vaso. São os principais elementos condutores da maioria das pteridófitas e gimnospermas ocorrendo tanto no xilema primário quanto no secundário.
	O fluxo de água se faz principalmente, no sentido longitudinal, através de séries longitudinais de traqueídes, podendo ocorrer, também, fluxo lateral entre elementos contíguos.
A água passa de um traqueídeo para o outro através de suas paredes primárias, como por exemplo, em traqueídes anelados, ou através das membranas de pontoação nas traqueídes com pontoações areoladas. A membrana de pontoação é um conjunto formado pelas paredes primárias de duas células contíguas, mais a lamela média. Os limites da membrana de pontoação são os limites da câmara de pontoação.
Os traqueídes desempenham concomitantemente as funções de condução e de sustentação e durante o processo evolutivo houve uma especialização em duas direções distintas: de um lado para a função de condução e de outro para a função de sustentação. Nas angiospermas temos elementos de vaso - altamente especializados para a condução de água e sais minerais - e as fibras - especializadas e eficientes na sustentação. 
Elementos de vaso ( típicos das Angiospermas, são mais curtos e largos, perfurados nas extremidades, em geral com contorno arredondado e normalmente sem extremidades afiladas, ao contrário dos traqueídes.
	Um vaso origina-se, ontogeneticamente, a partir de séries longitudinais de células meristemáticas. Estas são as células procambiais no corpo primário da planta ou células cambiais na estrutura secundária. Internamente à parede primária, forma-se parede secundária em todas as células da série. O elemento de vaso pode ou não se alongar antes que se desenvolva a parede secundária, mas usualmente, expande-se lateralmente. Após completar esse crescimento, a parede secundária é depositada. A porção da parede primária que posteriormente será perfurada não é recoberta por parede secundária.
	Além das pontoações, os elementos de vaso contêm perfurações, que são áreas que não apresentam paredes primárias e secundárias; as perfurações são, literalmente, orifícios na parede celular. As perfurações ocorrem, geralmente, nas paredes terminais, mas podem também ser encontradas nas paredes laterais. A região da parede que porta a perfuração ou perfurações é chamada de placa de perfuração e pode ser: simples - quando é constituída por apenas uma perfuração, ou múltipla - quando apresenta várias perfurações, podendo ser escalariforme, reticulada ou foraminada. 
Os elementos de vasos são unidos por suas placas de perfuração, em colunas contínuas e longas, formando tubos chamados de vasos. Os elementos de vaso mais primitivos lembram traqueídes e são alongados, estreitos , com contorno poligonal e com placa de perfuração escalariforme longa e oblíqua. Durante a evolução, as tendências principais foram: encurtamento do elemento de vaso, aumento de seu diâmetro, contorno de poligonal passa a circular e a placa de perfuração de escalariforme para simples e perfeitamente transversal.
CÉLULAS PARENQUIMÁTICAS
	Associados aos elementos de condução do xilema, principalmente nas angiospermas, observam-se células parenquimáticas que podem variar quanto ao conteúdo e, em geral, têm a função de armazenamento de substâncias, especialmente amido. As paredes das células parenquimáticas podem lignificar-se e apresentar pontoações simples.
	No xilema secundário é comum a presença de um parênquima radial e de um parênquima axial que diferem fundamentalmente na orientação de suas células e na origem como veremos mais tarde ao estudarmos o lenho (xilema secundário).
CÉLULAS ESCLERENQUIMÁTICAS
Fibras ( São células longas, com paredes secundárias, comumente lignificadas, que variam em espessura, com pontoações simples ou areoladas. Quando as pontoações são simples, as fibras são denominadas de libriformes, e quando tem pontoações areoladas recebem a denominação de fibrotraqueídes; neste caso a aréola é em geral menor que o poro da pontoação que é em fenda e a parede celular é mais espessa. As fibras parecem ter evoluído a partir de traqueídes tendo ocorrido um aumento na espessura da parede lignificada e a redução da aréola, na pontoação (fibrotraqueídes), até seu completo desaparecimento (fibras libriformes).
	As fibras podem desenvolver paredes transversais finas, depois que as paredes secundárias já estão formadas, que dividem a célula em compartimentos. Denominam-se, então, fibras septadas e usualmente retêm o protoplasma, podendo acumular amido. 
	As fibras gelatinosas podem ocorrer em regiões do xilema secundário que se desenvolvem sob pressões (lenho de reação) e se caracterizam por apresentar as paredes pouco lignificadas
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FLOEMA
	O floema é o tecido que transloca produtos da fotossíntese, realizada principalmente nas folhas adultas, para as áreas de crescimento e armazenamento. Além desta função o floema auxilia também na redistribuição de água e vários compostos para todo o corpoda planta.
Derivado dos mesmos meristemas que originam o xilema, o floema também é classificado como primário (procâmbio) e secundário (câmbio vascular). O floema secundário é divido em dois sistemas de células - axial e radial.
O floema é geralmente encontrado no lado externo do xilema, tanto na estrutura primária como na secundária; nas plantas com grande crescimento secundário, nas árvores, por exemplo, o floema ativo é aquele encontrado no interior da casca, próximo ao câmbio vascular. Da mesma forma que o xilema, o floema é um tecido complexo. As principais células deste tecido são os elementos crivados (células crivadas e elemento de tubo crivado), células de parênquima, nas quais ocorre o armazenamento de compostos orgânicos, células de parênquima especializadas (células albuminosas e células companheiras) e fibras. Esclereídeos, ductos resiníferos, laticíferos e outras estruturas secretoras também podem ser encontrados no floema. 
O floema é tecido vivo, isto é, suas células possuem protoplasto na maturidade e paredes celulósicas. A evolução do floema é pouco conhecida, mas acredita-se que os elementos crivados tenham se originado filogeneticamente a partir de células parenquimáticas.
Assim como no xilema onde encontramos os traqueídeos e os elementos de vaso, no floema encontramos diferentes tipos de células condutoras: as células crivadas, comuns nas pteridófitas e gimnospermas, e os elementos de tubo crivado, presentes principalmente nas angiospermas.
ELEMENTOS CRIVADOS
Apesar de ocorrer diferentes tipos de células no floema, somente os elementos crivados - células crivadas e elementos de tubo crivado - estão diretamente envolvidas no processo de translocação. O material translocado no floema consiste na maior parte de carboidratos (10 a 20% do exsudado, 80 a 90% da matéria seca do exsudado) mas aminoácidos, hormônios, vitaminas e outras substâncias estão presentes.
	As paredes celulares dos elementos crivados são, em geral, mais espessas do que as das células parenquimáticas e, ao microscópio de luz, mostram um brilho perolado (paredes nacaradas); são constituídas por celulose e compostos pécticos e, pelo arranjo desses componentes, acredita-se que seja primária.
	Os elementos crivados apresentam, em suas paredes, as chamadas áreas crivadas que apresentam poros, através dos quais os protoplastos de elementos crivados contíguos são interconectados. 
Células crivadas ( presentes nas pteridófitas e gimnospermas, são vivas, longas e estreitas, apresentam áreas crivadas em suas paredes laterais e terminais; os poros das áreas crivadas são relativamente estreitos (0,05-2,0µm de diâmetro) e freqüentemente uniformes em tamanho. Muitas vezes são observadas células crivadas com núcleo necrótico, na maturidade.
Elemento de tubo crivado ( são curtos e correm na maioria das angiospermas; nas paredes laterais dessas células são freqüentes áreas crivadas com poros relativamente pequenos e nas paredes terminais (e, ocasionalmente, nas paredes laterais) ocorrem áreas mais especializadas - as placas crivadas - portadoras de poros maiores (10,0-14,0µm de diâmetro). No floema funcional, cada poro da placa crivada é revestido por calose, um polímero da glicose. A interconexões entre um elemento e outro, ao nível da placa crivada, mostram um grau mais avançado de especialização do que aquele visualizado nas células crivadas.
Outras características importantes dos elementos de tubo crivado são: a ausência, em geral, do núcleo e o desaparecimento do tonoplasto, na maturidade. Plastídios, retículo endoplasmático e mitocôndrias estão presentes nos elementos de tubo crivado.
É muito comum, em dicotiledôneas, a presença de uma substância proteinácea, chamada proteína P, que ocorre como na forma de túbulos ou filamentos, arranjados de maneira helicoidal, no citoplasma residual desta célula. A proteína P pode ter características semelhantes às proteínas contrácteis do tipo actina e miosina e parece estar relacionada com a regulação do transporte de assimilados, com a oclusão das áreas crivadas e ainda com o reconhecimento de sinais celulares.
	As placas crivadas encontradas nas paredes terminais podem apresentar diferentes graus de inclinação ou ser totalmente transversais. Os elementos de tubo crivado longos, dotados de paredes terminais muito inclinadas têm, muitas vezes, placas crivadas compostas, ou seja, placas crivadas com várias áreas crivadas e são considerados mais primitivos do que aqueles caracterizados por uma única placa crivada simples e transversal.
Células albuminosas e células companheiras
Associadas aos elementos crivados encontram-se células de parênquima altamente especializadas - as células companheiras e as células albuminosas - que estão ligadas aos elementos crivados por meio de plasmodesmos.
	As células albuminosas estão associadas às células crivadas, nas gimnospermas, e as células companheiras estão, intimamente, ligadas aos elementos de tubo crivado, nas angiospermas
As células albuminosas não são relacionadas ontogeneticamente com as células crivadas, isto é, não tem uma célula precursora comum, como acontece, em geral, com a célula companheira e o elemento de tubo crivado.
	As células companheiras têm, normalmente, menor diâmetro que os elementos de tubo crivado, permanecem nucleadas na maturidade e formam um complexo sistema funcional com os elementos de tubo crivado, para o transporte de solutos.
Células parenquimáticas não especializadas 
São componentes normais do floema e podem conter substâncias ergásticas, como amido, cristais, substâncias fenólicas, etc. 
Fibras 
Na parte externa do floema estão presentes fibras, que podem ser vivas ou mortas, na maturidade. Em alguns casos, as fibras são vivas e septadas, como em Vitis, e acumulam amido.
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TIPOS DE CÉLULAS DO FLOEMA
Figuras A-H. Células condutoras do floema. A e B. Células crivadas com áreas crivadas. C-H. Elementos de tubo crivado com áreas crivadas nas paredes laterais e placas crivadas nas extremidades. 
PROCEDIMENTO
I - Macerado dos caules de:
Pinus sp. e (gimnosperma); 
Eucalyptus sp.,
 ( Observe as lâminas e localize o elemento condutor de cada material.
1) Preencha o quadro abaixo:
	
Espécie
	Elemento condutor
	Padrão de lignificação do elemento
	Tipo de placa de perfuração
	Outras características
	Pinus sp.
	
	
	
	
	Eucalyptus sp ou Vitis sp.
	
	
	
	
II - Caule de Mormodica sp. (melão de São Caetano) ou de Bidens pilosa (picão)
( Observe corte transversal e longitudinal.
1) Quais os padrões de lignificação são observados?
2) Quais deles representam o protoxilema e o metaxilema?
3) Por que não observamos vasos pontoados no protoxilema?
III - Macerado da casca do caule de Pinus sp corado com azul de anilina.
( Localize uma célula crivada, esquematize e dê suas principais características.
IV - Macerado da casca do caule de Vitis sp.
( Localize um elemento de tubo crivado
1) Qual é o tipo de placa crivada? Esquematize.
2) Compare o elemento condutor de Vitis sp com o de Pinus sp. e enumere as principais diferenças.
V - Caule de Cucurbita pepo (aboboreira) ou de Mormodica sp. (melão de São Caetano).
( Observe corte transversal e longitudinal do caule corados com azul de anilina.
( Esquematize um trecho representativo do floema.
A) Corte transversal:
1) Qual a localização do floema em relação ao xilema?
2) Localize uma placa crivada. Caracterize–a.
 
 B) Corte longitudinal:
1) Qual a localização das placas crivadas?
2) Tente localizar uma célula companheira. Qual é a sua função?
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7. Meristemas laterais e o corpo secundário da planta 
Na maioria das Gimnospermas e nas dicotiledôneas arbóreas durante o desenvolvimento da planta ocorre um aumento em espessura nas raízes e caules que se apresentavam emestrutura primária. Esse crescimento é devido à atividade de meristemas que são denominados de meristemas laterais ou meristemas secundários.
São reconhecidos dois tipos de meristemas laterais: o câmbio vascular e o felogênio.
O felogênio, que também recebe o nome de câmbio da casca é um tecido meristemático constituído por um único tipo de célula inicial. Em seção transversal as células do felogênio são tabulares e radialmente achatadas, enquanto em seção longitudinal apresentam-se em formato retangular a poligonal. Normalmente é constituído por uma camada uniestratificada de células que se dividem ativamente formando uma única camada de feloderme para o interior e vários estratos de células suberizadas para o exterior (felema ou feloderme). 
A atividade do felogênio tem início quando ocorre um aumento em espessura do órgão que culmina com a eliminação da epiderme. Desta forma o felogênio será responsável pela formação do tecido de revestimento do corpo secundário da planta, a periderme. 
	O câmbio vascular é um meristema formado por dois tipos morfológicos de células: as iniciais radias e as iniciais fusiformes. Em consequência deste arranjo, a atividade do câmbio determina a formação de dois sistemas de organização celular: o sistema axial (derivado das iniciais fusiformes) e o sistema radial (derivado das iniciais radiais). O câmbio produz xilema secundário para o interior do órgão (centripetamente) e floema secundário para o exterior do órgão. 
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CORTE TRANSVERSAL NA REGIÃO DO CÂMBIO VASCULAR
CORTE LONGITUDINAL RADIAL NA REGIÃO DO CÂMBIO VASCULAR
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8. PERIDERME 
A periderme é o tecido de revestimento do corpo secundário da planta. Ela geralmente se forma quando raízes e caules sofrem crescimento secundário, ocasionando um aumento da espessura do órgão que pode promover o rompimento da epiderme e a sua substituição pela periderme. 
	O felogênio é o tecido meristemático secundário que dá origem à periderme. Graças à atividade do felogênio, são produzidas uma ou poucas camadas de células que se dispõe internamente denominadas de feloderme e externamente são adicionadas várias camadas de células que se são suberificadas, denominadas de súber ou felema. Ao conjunto de feloderme, felogênio e súber dá-se o nome de periderme. 
	Nos caules o felogênio pode se formar pela desdiferenciação das células epidérmicas ou corticais, ou até mesmo do parênquima do floema. Nas raízes o felogênio geralmente se origina da desdiferenciação do periciclo, mas também pode se formar pela desdiferenciação de células superficiais do córtex.
Em locais onde ocorrem lesões pode-se formar uma periderme de cicatrização, que tem origem e desenvolvimentos semelhantes ao da periderme de revestimento, entretanto, permanece restrita ao local da injúria.
 Como as camadas externas da periderme – o súber – são constituídas por células mortas e de paredes suberificadas, a periderme exerce um importante papel de proteção mecânica e isolante térmico dos órgãos em crescimento secundário. Eventualmente, pode se formar regiões na periderme cujas células se dispõem mais frouxamente, deixando espaços intercelulares evidentes. Esses locais são denominados lenticelas e são responsáveis pela aeração dos tecidos internos. 
PROCEDIMENTO
I - Observe lâminas com cortes transversais de gerânio (Pelargonium sp) submetidos ao Sudam.
Observe a periderme
1) Que componente da parede o sudan corou?
2) Por que somente as camadas externas da periderme coraram?
3) Qual a importância da periderme para os vegetais?
II - Caule de Sambucus sp. (Sabugueiro).
( Observe corte transversal da casca e esquematize a periderme.
III – Caule de Magnolia sp.
( Observe corte transversal da casca e esquematize a lenticela.
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9. XILEMA SECUNDÁRIO (LENHO)
	As plantas vasculares com sementes podem desenvolver estrutura secundária, ou seja, crescimento em espessura. O crescimento secundário se deve a atividade dos meristemas secundários, que ocupam posição lateral no corpo da planta. São dois os meristemas secundários: o câmbio vascular e o felogênio, que irão originar respectivamente os tecidos vasculares secundários (xilema e floema secundários) e o tecido de revestimento secundário, a periderme. 
	O floema secundário é pouco desenvolvido quando comparado com o xilema secundário. O xilema secundário também é denominado lenho. 
 
LENHO
	Os vegetais que apresentam lenho são ditos lenhosos e ocorrem dentre as gimnospermas e dicotiledôneas (angiospermas). Popularmente, o lenho é conhecido pelo termo “madeira”, sendo então, de grande importância econômica. Existe uma ciência especializada no estudo da madeira, chamada anatomia da madeira.
	Os estudos das características anatômicas da madeira são de importância taxonômica e tecnológica, uma vez que podemos correlacionar essas características com uma melhor aplicação de determinada madeira na construção civil ou naval, na confecção de móveis, artesanato ou instrumentos musicais, na fabricação de papel, carvão barris de envelhecimento de bebidas alcoólicas, entre outros fins. 
	Anatomicamente, podemos considerar dois sistemas constituintes de lenho, o sistema axial e o sistema radial. 
Sistema axial:
	As células que se dispõem no sentido axial, isto é, com o seu maior eixo orientado paralelamente ao maior eixo do órgão (caule ou raiz), constituem o sistema axial do lenho. Nas gimnospermas, pertencem ao sistema axial do lenho as traquéides, as fibrotraqueídes e, em alguns casos, células de parênquima axial. Nas dicotiledôneas, os tipos celulares constituintes do sistema axial são as fibras, os elementos de vaso e as células do parênquima axial. 
	O sistema axial confere rigidez ao lenho, e permite o fluxo de água e sais minerais em direção às folhas. 
Sistema radial:
	No lenho ocorrem estruturas celulares denominadas raios. Estes são constituídos, basicamente, por células parenquimáticas, podendo ocorrer também nas gimnospermas, traquéides. As células do parênquima radial podem-se apresentar no formato cúbico (células quadradas) ou de paralelepípedo (células procumbentes e eretas). As procumbentes têm o maior eixo paralelo ao eixo do raio, enquanto as eretas têm o maior eixo perpendicular ao eixo do raio. O raio pode ser classificado, quanto à largura, em uni, bi ou multisseriado, quanto apresenta, respectivamente, uma, duas ou mais camadas de células na largura. Quanto à composição celular, o raio é classificado em homocelular, quando suas células são de um único formato, ou heterocelular, quando apresenta células de dois ou mais formatos diferentes.
Os raios têm por função o armazenamento de substâncias e a translocação de água e seus solutos no sentido radial do órgão considerado.
Planos de corte para estudo anatômico de lenho:
Para o estudo anatômico do lenho, utiliza-se três tipos de cortes histológicos: 
Transversal: plano perpendicular ao maior eixo do órgão;
Longitudinal radial: plano paralelo ao maior eixo do órgão e aos raios;
Longitudinal tangencial: plano paralelo ao maior eixo do órgão e perpendicular aos raios.
Os três planos de corte mencionados, quando estudados em conjunto, permitem que o anatomista tenha a idéia tridimensional da estrutura do lenho. 
Para ilustrar todos os planos de corte em um único esquema, utiliza-se o diagrama em bloco.
Cerne e alburno 
	O lenho é constituído por células vivas (células parenquimáticas e elementos condutores em formação, células parenquimáticas ativas) e mortas (células parenquimáticas inativas, elementos condutores ativos e inativos). Por serem originadas do câmbio, as células periféricas do lenho são as mais jovens, enquanto as centrais são as mais antigas. Em muitas espécies, pode-se distinguir macroscopicamente, duas regiões do lenho. Uma central, mais escura, denominada cerne, e outra mais clara, periférica, chamada alburno. O cerne nem

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