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-A história dos direitos fundamentais.

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A Evolução dos Direitos Fundamentais
,Introdução
A história dos direitos fundamentais está ligada à evolução filosófica dos chamados 
direitos humanos como direitos de liberdade, evoluindo das concepções naturalistas para a concepção positivista até a formação do chamado novo constitucionalismo ou póspositivismo.
A evolução da sociedade acarretou a modificação das tutelas requeridas e abriu espaço 
para o surgimento de novos direitos. Passamos dos direitos fundamentais clássicos, que 
exigiam uma mera omissão do Estado, para os direitos fundamentais de liberdade e poder que exigem uma atitude positiva por parte do Estado.
Em razão deste caráter histórico, os direitos fundamentais não permitem a absolutização 
na sua definição. Diante da dificuldade de harmonizar as muitas concepções sobre os fundamentos dos direitos fundamentais e do receio de que um conceito possa resultar em cerceamento da efetividade, deve-se priorizar os meios de proteção dos direitos fundamentais.
Tal missão é normalmente agravada, também, pela comum tentativa de se vincular a 
existência de direitos fundamentais a um valor pré-existente, em resgate de um jusnaturalismo divino - o que efetivamente não deve ser feito - diante da superação desta concepção.
Conforme Locke:
:
A única maneira pela qual uma pessoa qualquer pode abdicar de sua liberdade natural e 
revestir-se dos elos da sociedade civil é concordando com outros homens em juntar-se e 
unir-se emuma comunidade, para gozo seguro de suas propriedades e com maior segurança 
contra aqueles que dela não fazem parte.
Essa teoria inspirará a Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776) e a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789). O art. 1° da Declaração de Direitos de Virginia estabelece que todos os homens são por natureza livres e têm direitos inatos dos quais não se despojam ao passarem a viver em sociedade. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão estabelece em seu art. 2° que o fim de toda a associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. O art. 4° da mesma Declaração afirma que o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limite senão as restrições necessárias para assegurar aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. 
 O CONTEÚDO MATERIAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Assim como é difícil encontrar um fundamento para os direitos humanos, também os 
direitos fundamentais não possuem uma fundamentamentalidade material que permita o 
estabelecimento de um conceito amplo que alcance todos eles.
Tal fato ocorre porque os direitos fundamentais não possuem uma classe homogênea, 
acumulam-se conforme as exigências de cada momento histórico. Entretanto, a descoberta de características básicas dos direitos fundamentais é necessária para que se identifiquem, na ordem jurídica, direitos fundamentais implícitos ou fora do texto expresso da Constituição.
A doutrina majoritária defende que o ponto característico dos direitos fundamentais é o 
princípio da dignidade da pessoa humana. De acordo com o referido pensamento, os direitos fundamentais possuem lastro no princípio da dignidade da pessoa humana.
Entretanto, essa tentativa de entrelaçar o princípio da dignidade humana aos direitos 
fundamentais não encontra uniformidade, recebendo críticas como a de Gomes Canotilho para quem essa concepção “expulsa do catálogo material dos direitos todos aqueles que não tenham um radical subjetivo, isto é, não pressuponham a idéia-princípio da dignidade da pessoa humana”. O resultado seria então uma teoria de direitos fundamentais não constitucionalmente adequadas.
Gomes Canotilho defende a existência de um sentido formal dos direitos fundamentais 
positivados, dos quais derivam outros direitos fundamentais em sentido material, não 
constituindo, portanto, os direitos fundamentais, um sistema fechado. Os direitos fundamentais “formalmente constitucionais” são os enunciados por normas com valor 
constitucional formal e os “materialmente fundamentais” são os constantes nas leis aplicáveis de direito internacional não-positivados constitucionalmente.
Robert Alexy vai buscar no positivismo o conceito do que sejam normas de direito 
fundamental, encontrando uma resposta compatível com a coerência interna da Constituição alemã. Citando dispositivos constitucionais, conclui o autor que: “normas de direitos fundamentais são as normas diretamente expressas por essas disposições 
. Assim, a definição do que seja direito fundamental é ação que diz respeito muito mais a uma atuação política do que a atuação interpretativa de um determinado conteúdo
fundamentais “formalmente constitucionais” são os enunciados por normas com valor 
constitucional formal e os “materialmente fundamentais” são os constantes nas leis aplicáveis de direito internacional não-positivados constitucionalmente.
Robert Alexy vai buscar no positivismo o conceito do que sejam normas de direito 
fundamental, encontrando uma resposta compatível com a coerência interna da Constituição alemã. Citando dispositivos constitucionais, conclui o autor que: “normas de direitos fundamentais são as normas diretamente expressas por essas disposições . Assim, a definição do que seja direito fundamental é ação que diz respeito muito mais a uma atuação política do que a atuação interpretativa de um determinado conteúdo.
Entretanto, Alexy não defende um sistema fechado de direitos fundamentais. Ao contrário, defende a existência de normas não diretamente enunciadas pela Constituição com conteúdo fundamental que denomina como “normas de direito fundamental atribuídas”. 
Para Alexy, existem dois grupos de normas de direitos fundamentais: as estabelecidas 
diretamente pelo texto constitucional e as normas de direito fundamental atribuídas.
.
Observa-se, portanto, que Gomes Canotilho inspirou-se no pensamento de Alexy, que 
dividiu os direitos fundamentais em dois grandes grupos separados de acordo com os meios pelos quais estas normas surgem ou se afirmam. O primeiro grupo corresponde aos direitos “formalmente fundamentais” estabelecidos a partir de opção legislativa, e o segundo, aos direitos “materialmente fundamentais”, possuidores de conteúdo relacionado a um valor fundamental. 
Para Alexy, as tais normas atribuídas serão validadas a partir de uma referência a direitos fundamentais positivados nestas normas atribuídas. Assim, o surgimento da norma atribuída decorre da evolução interpretativa de uma norma efetivamente estabelecida.Embora essa teoria possua o efeito positivo de se constituir em meio de criação de novos direitos fundamentais, ela traduz uma relativa insegurança, primeiro porque não define com exatidão quais são os direitos fundamentais e, em segundo, dificulta a tarefa de interpretar e legislar na medida em que se tem a obrigação de não contrariar algo que não é exato.Ingo Sarlet também defende a existência de direitos fundamentais fora do texto constitucional, mas pertencentes a um sentido material de fundamentalidade, afirmando que “os direitos fundamentais, ao menos de forma geral, podem ser considerados concretizações das exigências do princípio da dignidade da pessoa humana”. 
Nessa mesma linha de entendimento, José Afonso da Silva identifica nos direitos fundamentais uma nota de essencialidade. Para este autor, “no qualificativo fundamentais acha-se a indicação de que se trata de situações jurídicas sem as quais a pessoa humana não se realiza, não convive e, às vezes, nem mesmo sobrevive”. E é essa essencialidade que determina, ao lado do seu reconhecimento formal, a efetivação dos direitos fundamentais de forma material e concreta. 
Desse modo, direitos fundamentais, em sentido material, são as pretensões que em cada 
momento histórico se revelam a partir do valor da dignidade da pessoa humana. Cabe ao 
intérprete analisar as circunstâncias históricas e culturais do momento para decidir quais 
pretensões podem ser consideradas como exigências desse valor.
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOSFUNDAMENTAIS
Em cada um dos Estados democráticos, o tratamento que é dispensado aos direitos 
fundamentais varia, sofrendo influências de fatores peculiares da história e da cultura de cada povo. Entretanto, algumas características sempre são relacionadas aos direitos fundamentais como: historicidade, inalienabilidade, irrenunciabilidade, imprescritibilidade, limitabilidade ou relatividade e universalidade.O caráter da historicidade dos direitos fundamentais está relacionado ao fato de que eles não surgem de uma única vez, podendo ser proclamados em determinada época, modificar-se ou desaparecer em outra, evoluindo conforme o momento histórico e cultural e as lutas por novas liberdades.A inalienabilidade está relacionada à dignidade da pessoa humana, pois assim como o homem não pode ser livre para ter ou não dignidade, também não poderá transigir com os direitos fundamentais. Disso decorre que a preterição de um direito fundamental não será justificada pelo simples fato de o titular do direito nela consentir. Entretanto, há quem defenda que, nem todos os direitos fundamentais são indisponíveis.
A característica da irrenunciabilidade dos direitos fundamentais significa que, em regra, eles não podem ser renunciados pelo seu titular, em razão de possuírem uma eficácia objetiva de modo a não importarem apenas ao sujeito ativo, mas interessarem a toda coletividade. Entretanto, em nome da autonomia contratual, admite-se a renúncia excepcional, de certos direitos, como é o caso da intimidade e da privacidade. Nesse aspecto, lembra Gomes Canotilho que, embora se admitam limitações voluntárias de direitos específicos em certas condições, não é possível a renúncia a todos os direitos fundamentais. Além de estar sujeita a revogação a qualquer tempo, a renúncia deve guardar razoável relação com a finalidade pretendida com a mesma. Os direitos fundamentais são imprescritíveis na medida em que são sempre exercíveis e o seu não exercício não acarreta a perda da exigibilidade pelo decurso do tempo, mesmo porque, estão sempre em processo de agregação e não permitem a regressão ou eliminação dos direitos já devidamente conquistados.
Outra característica dos direitos fundamentais é a relatividade ou limitabilidade, o que significa que nenhum direito fundamental poderá ser considerado absoluto, podendo ser interpretado e aplicado de acordo com os limites fáticos e jurídicos de determinado momento e frente a outros valores, inclusive outros direitos fundamentais. Por exemplo: o direito a vida sofre limitação em caso de guerra. Todavia, as limitações aos direitos fundamentais possuem também caráter excepcional e, segundo Konrad Hesse, a limitação deve “ser adequada para produzir a proteção do bem jurídico, por cujo motivo ela é efetuada. (…) ser necessária para isso e (…) ser proporcional no sentido restrito”. Segundo Hesse, portanto, a limitabilidade segue o trinômio adequação, necessidade e proporcionalidade, devendo guardar relação adequada com o peso e o significado do direito fundamental.
Por fim, a universalidade significa que a titularidade dos direitos fundamentais é de todosos seres humanos. A qualidade de ser humano é condição suficiente para assegurar o exercício desses direitos. Essa concepção deve ser entendida no sentido de que cada indivíduo será titular daqueles direitos que lhe dizem respeito, pois há direitos fundamentais que interessam apenas a alguns indivíduos
DIMENSÕES SUBJETIVA E OBJETIVA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Os direitos fundamentais surgiram com o objetivo inicial de assegurar as liberdades individuais das pessoas, exigindo uma ação negativa do Estado, surgindo, portanto, como um direito subjetivo. Apesar das origens históricas e as finalidades dos direitos fundamentais estarem diretamente relacionadas a uma dimensão subjetiva, questiona-se se esses direitos possuem também uma dimensão objetiva. Sabe-se que o direito objetivo é o conjunto de normas de conduta que devem ser observadas por todos, caracteriza-se como o poder de fazer algo. Já o direito subjetivo possibilita que o indivíduo invoque a norma ao seu favor, envolvendo por isso, pelo menos duas pessoas, onde uma poderá exigir o seu direito e a outra terá a obrigação de fazer cumprir o direito.
Em razão das origens históricas dos direitos fundamentais, que exigia a não intervenção do Estado nas liberdades individuais, predominou durante muito tempo o entendimento de que o direito fundamental era apenas um direito subjetivo. Entretanto, com o surgimento das novas gerações de direitos fundamentais, especialmente os direitos sociais e coletivos, percebeu-se que os direitos fundamentais possuem também uma dimensão objetiva.
Lembra Hesse29 que o significado objetivo dos direitos fundamentais é reconhecido “para garantias, que não contém, em primeiro lugar, direitos individuais, ou, que em absoluto, garantem direitos individuais, não obstante estão, porém, incorporados nos catálogo de direitos fundamentais”.
A dimensão objetiva dos direitos fundamentais está relacionada ao Estado Democrático de Direito cujas as constituições democráticas assumem um sistema de valores que os direitos fundamentais revelam e positivam. No Estado Democrático de Direito, os direitos fundamentais servem de norte para a ação dos poderes constituídos impondo limites e servindo de diretrizes para os poderes constituídos. Isso impede, por exemplo, o legislador de restringir os direitos fundamentais e exige, por outro lado, a edição de normas que garantam a efetivação desses mesmos direitos.
Sobre as dimensões dos direitos fundamentais pondera Steinmtz A vinculação aos direitos fundamentais tem dupla dimensão: primeiramente, é uma vinculação negativa, porque o legislador não poderá intervir nos direitos fundamentais, restringindo-os, ou autorizar que um outro poder público intervenha (Executivo e Judiciário), sem fundamento constitucional; e, depois, é uma vinculação positiva, porque cabe ao legislador criar as estruturas normativas configuradoras, reguladoras, procedimentais, organizatórias para a plena eficácia dos direitos fundamentais. A vinculação negativa fundamenta-se na dimensão subjetiva dos direitos fundamentais, enquanto uma esfera individual livre de ingerência estatal, exceto em hipótese justificada constitucionalmente. A vinculação positiva funda-se na dimensão objetiva dos direitos fundamentais, obrigando o legislador a tomar providências que garantam a vigência e a eficácia ótima desses direitos. 
Essa dimensão objetiva impõe ao Estado o dever de proteção dos direitos fundamentais, sobretudo aos direitos à vida, à liberdade e à integridade física e autoriza inclusive restrições aos direitos subjetivos individuais dos indivíduos em favor deles próprios.
Outro aspecto importante da dimensão objetiva dos direitos fundamentais está em ensejar um dever de proteção pelo Estado dos direitos fundamentais contra agressões dos próprios poderes públicos, de particulares ou de outros Estados.Esse dever de proteção se mostra associado, sobretudo, mas não exclusivamente, aos direitos à vida, à liberdade e à integridade física. O Estado deve adotar medidas – até mesmo de ordem penal – que protejam efetivamente os direitos fundamentais. 
Dentre essas providências, pode ser incluída a elaboração de regulamentações restritivas de liberdades, cabendo, neste caso, ao legislador, dentro do poder discricionário, optar pela norma que entenda ser a mais oportuna para a proteção dos direitos fundamentais. A doutrina cita como exemplos desse efeito limitador: o uso obrigatório do cinto de segurança e a proibição geral do uso de drogas. Desse modo, a dimensão objetiva, que cria um direito à prestação associado ao direito de defesa, permite aos órgãos políticos adotar as medidas que julgarem mais convenientes para proteger os bens jurídicos abrigados pelas normas definidoras de direitos fundamentais, levando em consideração os meios disponíveis, os interesses envolvidos e as prioridades políticas.
Lembra Ingo Sarlet que a doutrina menciona a necessidade deo Estado agir em defesa dos direitos fundamentais com um mínimo de eficácia, contudo, não sendo “exigível uma exclusão absoluta da ameaça que se objetiva previnir”. Se é possível enxergar um dever de agir do Estado, não há como lhe impor o como agir. Segundo Sarlet “Uma pretensão individual somente poderá ser acolhida nas hipótesis em que o espaço de discricionaridade estiver reduzido a zero”.
Esse enfoque da dimensão objetiva favorece e fortalece a atuação do Poder Judiciário que,ao se deparar com interesses contrastantes envolvendo os direitos fundamentais, dará a última palavra sobre qual interesse deverá prevalecer, devendo, para isso, efetuar a ponderação de bens e valores envolvidos, para a tomada de decisão.
 FUNÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Numa concepção dos direitos fundamentais como direitos subjetivos que visam garantir a dignidade da pessoa humana, desempenham eles variadas funções na sociedade, entre as quais, merecem destaque, a função de defesa ou de liberdade e a função de prestação.É importante observar que as funções múltiplas desempenhadas pelos direitos fundamentais não permite uma classificação unívoca, mas a partir da teoria dos quatro status de Jellinek que foi recebendo depurações ao longo do tempo, as espécies de direitos fundamentais mais freqüentemente assinaladas são: direitos de defesa (ou direitos de liberdade) e direitos a prestação (ou direitos cívicos).Os direitos de defesa ou de liberdade impõe ao Estado um dever de abstenção. Essa abstenção, segundo José Carlos Vieira de Andrade33, significa dever de não-interferência ou de não-intromissão, respeitando-se o espaço reservado à autodeterminação do indivíduo; nessa direção, impõe-se ao Estado a abstenção de prejudicar, ou seja, o dever de respeitar os atributos que compõem a dignidade da pessoa humana.
Sobre a função de defesa dos direitos fundamentais, Gomes Canotilho afirma que eles possuem dupla perspectiva, a primeira no plano Jurídico-objetivo como normas de competência negativa para os poderes públicos, proibindo as ingerências na esfera individual.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A definição do que sejam os direitos fundamentais não é tarefa fácil quando os mesmos são colocados sob uma perspectiva histórica e social. Nessa perspectiva, os direitos fundamentais são vistos não como valores universais e atemporais, originários de uma razão natural, mas sim, como frutos de uma construção de origem histórico-cultural, baseando-se nos valores expressos através dos princípios. Embora existam diversas correntes de pensamento que buscam um fundamento para os direitos fundamentais com a finalidade de garantir o seu cumprimento de maneira universal, esses direitos se modificam em cada momento histórico de acordo com as necessidades e interesses da sociedade e sua interpretação sofre influências culturais e ideológicas de cada povo, por isso, a dificuldade de estabelecimento de um rol universal dos direitos fundamentais.
A luta contínua pelo direito e a globalização da sociedade fazem surgir novas demandas e novos direitos. É importante que a identificação de novos direitos seja precedida de uma triagem, uma análise prévia criteriosa, pois a proliferação pode levar a desvalorização e o descrédito dos verdadeiros direitos fundamentais.
Pode ocorrer também que alguns dos, hoje, chamados novos direitos sejam apenas os antigos adaptados às novas exigências do momento, sendo importante a leitura num contexto que abranja todas as gerações de direitos fundamentais para se ter a compreensão do todo. Desse modo, pode se concluir afirmando que: mais importante do que a criação de novos direitos fundamentais é a efetivação dos já existentes. Para que isso aconteça, além de instrumentos jurídicos, é necessário um trabalho de conscientização para introduzir os direitos fundamentais na cultura de cada povo.
REFERÊNCIAS 
ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Tradução de Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros Editores, 2008.
ANDRADE, José Carlos Vieira de. Os Direitos Fundamentais na Constituição Portuguesa de 1976. Coimbra: Almedina, 1998.BARROSO, Luís Roberto.Fundamentos teóricos e filosóficos do novo Direito Constitucional brasileiro. Jus Navigandi, Teresina, ano 6, n. 59, out. 2002. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3208>. Acesso em: 30 jul. 2012.
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992.

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